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DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL LEGALIZAÇÃO DE EMPRESAS EUGENIZE BEZERRA LIMA RIO DE JANEIRO - RJ 16/09/2019 2 Unidade 1 – ABERTURA DA EMPRESA 1.1. A importância do contador neste processo 1.2. Idade mínima para ser titular de empresa 1.3. Requisitos e impedimentos pessoais 1.4. Documentos e providências necessárias Unidade 2 - FORMAS DE ATUAÇÃO 2.1. Autônomo 2.2. Empresário 2.3. Sociedade Empresária 2.4. Sociedade Simples Unidade 3 – PASSO A PASSO PARA A LEGALIZAÇÃO 3.1. Procedimentos 3.2 Decisão de natureza jurídica 3.3 Consulta Comercial 3.4. Busca de nome e marca 3.5. Certificado do Corpo de Bombeiros 3.6. Inscrição Estadual 3.7. Solicitação do CNPJ 3.8. Arquivamento do Contrato Social – Protocolo Web 3.9. Alvará de Licença e Registro na Secretaria Municipal de Fazenda 3.10. Licença Sanitária 3.11. Licença Ambiental 3.12. Matrícula no INSS 3.13. Certificado Digital 3.14. Notas Fiscais Eletrônicas 3.15. Outras providências 3.16. Livro de Reclamação do Procon 3.17. Utilizando o Regin 3 UNIDADE I – ABERTURA DA EMPRESA 1.1 - A Importância Do Contador na Abertura e Legalização Das Empresas A legalização de empresas é um processo burocrático necessário e que precisa ser bem conduzido por profissional competente. O profissional contábil é um dos, e muitas vezes o único, responsável pela formação, educação e disciplina de um bom empresário. Geralmente o empreendedor tem foco apenas na parte material que compreende a implantação do seu empreendimento. O processo de implantação envolve diversas dimensões. Trata - se de um organismo vivo que desde a sua criação irá impactar a sociedade com sua existência e atuação. Ao decidir pela abertura de uma empresa, seja ela de que porte for, o passo seguinte de um empreendedor deverá ser a procura de um profissional contábil de confiança, sério e capacitado. A ele caberá identificar todas as necessidades e indicar o plano correto da empresa, isto é, a modalidade em que a empresa irá se enquadrar e quais serão os passos para sua legalização. O conhecimento da legislação e das técnicas contábeis em conjunto com a experiência vivida no dia a dia, são ingredientes fundamentais para a prudente legalização de um empreendimento que é dinâmico, desde a sua abertura. A sincronia de procedimentos, observando-se métodos, prazos e consequências, é de extrema importância para a obtenção de sucesso em um trabalho de legalização . Se algo sair errado poderá ocorrer dispêndio de tempo, dinheiro, multas, e outros prejuízos até mais graves. Dentre as diversas aptidões de um profissional contábil, esta é apenas mais uma: sua atuação no processo de legalização de empresas 1.2 - Idade Mínima para ser Titular de Empresa Pode ser titular de empresa a pessoa natural, desde que não haja impedimento legal: 1 - Maior de 18 anos, brasileiro(a) ou estrangeiro(a), que se achar na livre administração de sua pessoa e bens; 2 - Menor de 18 e maior de 16 anos, emancipado: 1.3 - Requisitos e impedimentos pessoais 4 1.3.1 Capacidade para ser sócio (pessoa física) Pode ser sócio de sociedade limitada, desde que não haja impedimento legal: a) maior de 18 anos, brasileiro(a) ou estrangeiro(a), que se achar na livre administração de sua pessoa e bens; b) menor emancipado: • por concessão dos pais, ou de um deles na falta de outro se o menor tiver dezesseis anos completos. A outorga constará de instrumento público, que deverá ser inscrito no Registro Civil das Pessoas Naturais e arquivado na Junta Comercial. • por sentença do juiz que, também, deverá ser inscrita no Registro Civil das Pessoas Naturais; • pelo casamento; • pelo exercício de emprego público efetivo (servidor ocupante de cargo em órgão da administração direta, autarquia ou fundação pública federal, estadual ou municipal); • pela colação de grau em curso de ensino superior; e • pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria. c) desde que assistidos, como segue, uma vez que são relativamente incapazes para a prática de atos jurídicos: por seus pais ou por tutor: - maior de 16 anos e menor de 18 anos; - Ébrios habituais e os viciados em tóxico (a lei deixa de fazer menção aos que, por deficiência mental, tenham discernimento reduzido); - Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade (foi excluída a menção aos os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo); 5 - Os pródigos. • de acordo com a legislação especial (art.4°, parágrafo único do Código Civil), o índio; d) desde que representados, como segue, uma vez que são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: • por seus pais ou por tutor: - o menor de 16 anos; e) pessoa jurídica nacional ou estrangeira. f) O Fundo de Investimento em Participações - FIP, desde que devidamente representado por seu administrador A Lei 13146 que instituiu o Estatuto da Pessoa com Deficiência, estabeleceu novos instrumentos legais, que visam, no seu conjunto, proporcionar igualdade, acessibilidade, o respeito pela dignidade e autonomia individual, o que inclui a liberdade de fazer suas próprias escolhas. Inovações da Lei 13.146/2015: A Lei 13146 que instituiu o Estatuto da Pessoa com Deficiência, estabeleceu novos instrumentos legais, que visam, no seu conjunto, proporcionar igualdade, acessibilidade, o respeito pela dignidade e autonomia individual, o que inclui a liberdade de fazer suas próprias escolhas. Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas. § 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei. § 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão apoiada. § 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível. 6 Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial. Processo de “tomada de decisão apoiada”, ou seja, “o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos duas pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade” (artigo 1.783A do Código Civil, introduzido pelo EPD). Art 1783A CC § 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar. § 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio. Imigrantes De acordo com a IN 56 DREI, os imigrantes interessados em abrir uma empresa no Brasil devemapresentar à junta comercial documento de identidade emitido por autoridade brasileira, com a comprovação da condição de residente. Nos casos em que o documento brasileiro de identidade ainda não houver sido emitido, o interessado poderá apresentar o comprovante da solicitação, junto a algum documento de viagem válido. Menor de 18 e maior de 16 anos, emancipado A prova da emancipação do menor de 18 anos e maior de 16 anos, anteriormente averbada no registro civil, deverá instruir o processo ou ser arquivada em separado, simultaneamente, com o contrato. 7 1.3.2. Impedimentos para ser Sócio Não podem ser sócios de sociedade limitada a pessoa impedida por norma constitucional ou por lei especial (vide Instrução Normativa DNRC nº 76, de 28/12/1998), observando-se, ainda, que: • português, no gozo dos direitos e obrigações previstos no Estatuto da Igualdade, comprovado mediante Portaria do Ministério da Justiça, pode participar de sociedade limitada, exceto na hipótese de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens; • os cônjuges casados em regime de comunhão universal de bens ou de separação obrigatória, não podem ser sócios entre si, ou com terceiros; • pessoa jurídica brasileira: - em empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens, exceto partido político e sociedade cujo capital pertença exclusiva e nominalmente a brasileiros e desde que essa participação se efetue através de capital sem direito a voto e não exceda a 30% do capital social; 1.3.3 - Impedimentos para ser administrador Não pode ser administrador de sociedade limitada a pessoa: a) Os incapazes e relativamente capazes b) Pessoa Jurídica c) Condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação; d) Impedidos por norma constitucional ou por lei especial: Brasileiro naturalizado há menos de 10 anos: - em empresa jornalística e de radiodifusão sonora e radiodifusão de sons e imagens; Imigrante 8 - Em empresa jornalística de qualquer espécie, de radiodifusão sonora e de sons e imagens; - Em pessoa jurídica que seja titular de direito real sobre imóvel rural na Faixa de Fronteira (150 Km de largura ao longo das fronteiras terrestres), salvo com assentimento prévio do órgão competente; - Português, no gozo dos direitos e obrigações previstos no Estatuto da Igualdade, comprovado mediante Portaria do Ministério da Justiça, pode ser administrador de sociedade limitada, exceto na hipótese de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens; e) Funcionários públicos federal civil ou militar da ativa; Em relação ao funcionário estadual e municipal, observar as respectivas legislações. f) Chefes do Poder Executivo, federal, estadual ou municipal; g) Magistrados; h) Membros do Ministério Público dos Estados, conforme a Constituição respectiva; i) Falidos, enquanto não forem legalmente reabilitados; j) Leiloeiros; k) O cônsul, no seu distrito, salvo o não remunerado; l) Os membros do Ministério Público da União, que compreende: Ministério Público Federal; Ministério Público do Trabalho; Ministério Público Militar; Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; 1.4. - Documentos e providências necessárias 1.4.1 - Precauçãoes Sempre que for tomada a decisão por empreender um negócio, alguns cuidados e precauções devem ser tomadas no que diz respeito à viabilidade para sua legalização. É importante lembrar que cada estado pode ter particularidades que devem ser observadas e que podem não estar contidas nos itens abaixo. Vejamos alguns exemplos destes cuidados: 9 Escolher um local adequado para exploração do negócio, levando em consideração itens como: localização, movimento de pessoas, força elétrica, telefonia, risco de enchentes, estacionamento, acesso, transporte público, conservação do imóvel, as adaptações necessárias do imóvel para o exercício da atividade etc.; Verificar na Prefeitura, ou na Regional da Prefeitura. Se o imóvel está regularizado e se possui HABITE-SE; Se as atividades a serem desenvolvidas no local, respeitam a Lei de Zoneamento do Município; Os pagamentos do IPTU referentes ao imóvel; No caso de serem instaladas placas de identificação do estabelecimento, assim como cadeiras na calçada, será necessário verificar o que determina a legislação local sobre o licenciamneto das mesmas (no município do Rio de Janeiro o requerimento é feito no portal da prefeitura “Carioca Digital” e os documentos são os seguintes: Alvará de Licença para Estabelecimento (cópia); Alvará de Autorização Transitória ou o protocolo do processo de sua solicitação (cópia), quando se tratar de publicidade em evento; Autorização do Condomínio, Ata de Assembleia ou Convenção, quando se tratar de anúncios instalados em coberturas ou telhados, empenas cegas, fachadas acima do piso do último pavimento, sobre marquises ou em suas testadas, área livre de imóvel quando este não for de uso exclusivo; Cópia do CREA do profissional que assinar o projeto, quando a área do anúncio for superior a 20 m2 ou quando for instalado em cobertura ou telhado; Quando se tratar de publicidade em veículos automotores, apresentar o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV), Declaração da Resolução CONTRAN nº 254/2007 (ônibus, van escolar, táxi ou particular) ou da Resolução SMTR nº 1794/2008 (vans do tipo TEC) no caso de publicidade exibida na área envidraçada. Informar no projeto o local de guarda do veículo e sua placa; Fotografia do local, em caso de paineis intalados em coberturas, telhados ou empenas cegas; Licença de Obras atualizada em caso de anúncios colocados em imóveis em construção; 10 Procuração com firma reconhecida ou com cópia da identidade do procurador, se for o caso; Projeto em três vias assinadas pelo requerente, preferencialmente em formato A4 ou A3, contendo título mencionando todas as características dos anúncios, tais como: pronto de instalação, tipo de material, tipo de iluminação, número de faces com as respectivas mensagens, endereço da instalação, planta de fachada, corte e situação com todas as cotas indispensáveis à análise fiscal, assinatura e numero de inscrição no CREA do profissional responsável pela segurança do engenho, quando for instalado em cobertura ou telhado ou tiver área superior a 20 m2; Prova de Direito ao Uso do Local, quando este não coincidir com o endereço constante do Alvará e a publicidade for instalada em área pública, em imóveis em construção, em imóveis integrantes do patrimônio federal, estadual ou municipal, veículos ou em bancas de jornais e revistas; Termo de Registro na F/CLF-2 - Divisão de Publicidade, quando se tratar de anúncio exibido por empresa prestadora de serviço de publicidade, agenciamento de propaganda ou aluguel de espaço em imóvel para fins publicitários; No município do Rio de Janeiro Processo Simplificado (Decreto Rio Nº 40712 de 8/10/15) Art. 1º Ficam simplificados, nos termos previstos neste Decreto, os procedimentos para exibição de letreiros indicativos instalados: I — no plano da fachada da edificação; II — perpendiculares à fachada da edificação; III — sob marquise, desde quenão afixado nesta; IV — diretamente no solo ou piso situado no interior de propriedade particular, somente em imóveis localizados na Zona de Preservação Paisagística e Ambiental 1 (ZPPA-1) e na Zona de Preservação Paisagística e Ambiental 2 (ZPPA-2). Processo não Simplificado Quando a publicidade for instalada em cobertura ou telhado ou tiver área superior a 20 m2; será necessário a apresentação de projeto em três vias assinadas pelo requerente, preferencialmente em formato A4 ou A3, contendo título mencionando todas as características dos anúncios, tais como: pronto de instalação, tipo de 11 material, iluminação, número de faces com as respectivas mensagens, endereço da instalação, planta de fachada, corte e situação com todas as cotas indispensáveis à análise fiscal, assinatura e numero de inscrição no CREA do profissional responsável pela segurança do engenho. Exceto para as propagandas veiculadas nas áreas de preservação paisagística (decretos 35.507, de 27 de abril de 2012, e do Dec. nº 36.108, de 9 de agosto de 2012) I — ZPPA-1: Caju, Gamboa, Saúde, Santo Cristo, Centro, Botafogo, Catete, Cosme Velho, Flamengo, Glória, Humaitá, Laranjeiras, Urca, Copacabana, Leme, Gávea, Ipanema, Jardim Botânico, Lagoa, Leblon, São Conrado e Vidigal; II — ZPPA-2: Catumbi, Estácio, Cidade Nova, Rio Comprido Tijuca, Praça da Bandeira, Alto da Boa Vista, Vila Isabel, Andaraí, Grajaú, Maracanã e Santa Teresa. 1.4.2 – Documentação Necessária Providenciar os seguintes documentos: Cópia do IPTU do imóvel; Contrato de locação (se o imóvel for alugado); Cópia autenticada do RG dos Sócios; Cópia autenticada do CPF/MF dos Sócios; Cópia do comprovante de endereço dos Sócios; Comprovante de entrega de Declarações do IRPF, dos Sócios; Certidão de casamento Se a atividade envolver prestação de serviços cuja profissão seja regulamentada, verificar as exigências e formalidades do Conselho Regional quanto à elaboração do Contrato Social, formação societária e responsabilidades técnicas. OBS: sempre que ocorrer nomeação de Responsável Técnico, em qualquer instrumento submetido à Junta Comercial para registro, o nomeado deve manifestar expressamente a sua concordância, devendo sua firma ser devidamente reconhecida. 1.4.3 - Autenticação de Cópias de Documentos 12 A Lei 13.726 de 08/10/2018 instituiu a Racionalização de atos e procedimentos administrativos dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e instituiu o Selo de Desburocratização e Simplificação. Art. 3º Na relação dos órgãos e entidades dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios com o cidadão, é dispensada a exigência de: I - autenticação de cópia de documento, II - reconhecimento de firma, III - juntada de documento pessoal do usuário, IV - apresentação de certidão de nascimento, V - apresentação de título de eleitor, VI - apresentação de autorização com firma reconhecida para viagem de menor se os pais estiverem presentes no embarque. § 3º Os órgãos e entidades integrantes de Poder da União, de Estado, do Distrito Federal ou de Município não poderão exigir do cidadão a apresentação de certidão ou documento expedido por outro órgão ou entidade do mesmo Poder, ressalvadas as seguintes hipóteses: I - certidão de antecedentes criminais; II - informações sobre pessoa jurídica; III - outras expressamente previstas em lei. De acordo com a IN DREI nº 60, a autenticação de cópias de documentos que instruírem atos levados a arquivamento, quando necessário, poderá ser feita pelo próprio funcionário da Junta Comercial, mediante comparação com o documento original, ou ainda pelo advogado ou contador da parte interessada, mediante declaração aprovada pelo DREI. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 60, DE 26 DE ABRIL DE 2019. Art. 1º O advogado ou o contador da parte interessada poderá declarar a autenticidade de cópias de documentos apresentados a registro perante as Juntas Comerciais, mediante a Declaração de Autenticidade, conforme Anexo. § 1º Considera-se advogado ou contador da parte interessada o profissional que assinar o requerimento do ato levado a registro. 13 § 2º A declaração de autenticidade de que trata o caput poderá ser feita: I - em documento separado, com a devida especificação e quantidade de folhas do(s) documento(s) declarado(s) autêntico(s); ou II - na(s) própria(s) folha(s) do(s) documento(s). § 3º Juntamente com a declaração de autenticidade de que trata o caput deve ser apresentada cópia simples da carteira profissional. § 4º Esta Instrução Normativa não se aplica quando a Lei exigir a apresentação do documento original. Procurações Reconhecimento de firma - A procuração lavrada por instrumento particular deve ser apresentada com a assinatura reconhecida por Tabelião. Representante de pessoa física domiciliada no exterior e pessoa Jurídica estrangeira - A procuração que designar representante de sócio pessoa física domiciliada no exterior, ou de pessoa jurídica estrangeira, deverá atribuir, aquele, poderes para receber citação inicial em ações judiciais relacionadas com a sociedade. Procurações e outros documentos oriundos do exterior referentes a sócio pessoa física domiciliada no exterior ou pessoa jurídica estrangeira (enunciado 57 JUCERJA) Os documentos oriundos do exterior,para arquivamento na Junta Comercial, deverão ser consularizados perante a autoridade consular brasileira do país onde foram emitidos ou que tiver competência excepcional (caso não exista autoridade consular brasileira no país onde foi emitido o documento). § 1° - Dispensa-se a consularização referida no caput deste Enunciado quando o país do qual provier a procuração seja do mercosul ou tenha tratado específico com o Brasil, como é o caso de França e Portugal. § 2° - Também fica dispensada a consularização quando o documento contiver nele mesmo ou em folha anexa a comprovação de haver sido produzido nos termos da “Convenção sobre a eliminação da exigência de legalização de documentos públicos estrangeiros (Convenção de Haia da Apostila), promulgada pelo Decreto Federal n° 8.660/2016. 14 A adesão à Convenção da Apostila está no contexto de medidas dos ministérios da Justiça e Cidadania e das Relações Exteriores que visa aprimorar a inserção do Brasil no sistema multilateral de cooperação jurídica originária da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado. A relação completa dos países signatários pode ser obtida em: https://www.hcch.net/pt/instruments/conventions/status-table/?cid=41. Além da referida formalidade, deverão ser apresentadas traduções de tais documentos para o português, por tradutor juramentado, quando estiverem em idioma estrangeiro. Abertura de filiais de empresas estrangeiras (IN DREI 59 DE 15/04/2019 Empresários estrangeiros precisam solicitar autorização do governo federal para abertura de filiais no Brasil antes do registro na junta comercial. Por meio de um representante legal, o pedido pode ser feito no Portal GovBr, após preenchimento de cadastro, criação de uma conta e envio da documentação necessária. Os documentos digitalizados podem ser enviados para análise da equipe do Drei via Internet. Na ausência de algum documento, o interessado será informado, via portal e e-mail, e terá o prazo de 60 dias para atender às exigências. Em caso de aprovação, tanto a autorização quanto os documentos que devem ser apresentados à junta comercial são disponibilizados ao usuário no Portal “gov.br”. Além do processo de instalação efuncionamento, a filial autorizada a funcionar no Brasil poderá, via internet, solicitar autorização para realizar alterações, cancelamento ou mesmo dar início à nacionalização da filial. Roteiro Solicitação de autorização → A sociedade empresária estrangeira gera no Portal de Serviços o processo de autorização dirigido ao Ministro e faz upload da documentação necessária, conforme o caso. Análise → O DREI/SGD analisa a documentação e se manifesta pelo Portal de Serviços. Caso seja verificada ausência de alguma formalidade legal, o processo 15 será posto em exigência. A sociedade é notificada via Portal de Serviços e terá o prazo de até 60 dias para apresentar a documentação pendente. Cumprimento de exigência → A empresa insere no Portal de Serviços a documentação em cumprimento à exigência. Análise e deferimento do pleito → O DREI/SGD analisa a nova documentação e se manifesta pelo Portal de Serviços. (O processo é encaminhando internamente e decidido pelo Ministro, que autorizará o pleito, se for o caso, por meio de Portaria publicada no D.O.U.) Autenticação da documentação → A documentação será autenticada no próprio Portal de Serviços. Receber autorização → Será inserido no Portal de Serviços a portaria publicada no D.O.U. com a informação de qual documentação deverá ser apresentada na Junta Comercial. 1.4.4 Outras Informações Indispensáveis 1.4.4.1 – Contrato Social O contratrato Social, em linhas gerais, estabelece o regime jurídico, as regras para o funcionamento, liquidação da Sociedade, e necessita ser registrado no órgão competente. Ainda que não exista mágica capaz de garantir o sucesso de uma sociedade, um contrato maduramente discutido e que detalhe os reais objetivos e limites dos sócios é a base de uma sociedade que resiste às turbulências naturais das relações societárias. O Contrato Social é o instrumento jurídico de maior relevância dentro da empresa na medida em que, na observância da lei, tem o condão de adquirir, resguardar, transferir, conservar e/ou modificar direitos entre os sócios. Em outras palavras, o contrato social é a ferramenta hábil a proteger a empresa das relações existentes entre ela, seus sócios e terceiros. O fundamental, em qualquer caso de sociedade, é fugir dos contratos padrão e buscar uma consultoria capaz de identificar as necessidades particulares de cada 16 tipo de sócio. “Um bom contrato social deve harmonizar os interesses de diferentes parceiros, traduzindo-os em um único e equilibrado interesse. A participação societária deve ter um início, um meio e um fim e, esse fim será menos traumático quanto mais detalhadamente ele estiver contratualmente previsto. “Os sócios devem estar conscientizados, desde o início, de que a retirada não é o fim do mundo, mas um evento natural e às vezes inevitável ante os desdobramentos possíveis da vida societária. O sócio sábio é o que negocia cautelosa e previamente as cláusulas que ditam o até quando seu comprometimento é exigível e o como se dará sua despedida”. Sugestão de algumas questões que devem ser debatidas e resolvidas antes da elaboração do contrato: Administração e destituição de diretores; destinação dos resultados, inclusive distribuição dos lucros; saída de sócios, apuração de seus haveres e forma de pagamento; relação dos sócios remanescentes com os herdeiros do sócio falecido; a cessão de quotas; atos da vida civil dos sócios que interfiram na sociedade; meios de solução de litígios. Observações: 1) O contrato social nos casos de empresas não enquadradas no Simples (ME e EPP), a assinatura no documento deve conter a assinatura de advogado; 2) Empresários individuais (EI) não precisam de contrato social. INSTRUÇÃO NORMATIVA DREI Nº 62, DE 10 DE MAIO DE 2019 (Contempla as modificações contidas na MP 876/19) Art. 1º O arquivamento de ato constitutivo de empresário individual, empresa individual de responsabilidade limitada - EIRELI e sociedade limitada, exceto empresa pública, será deferido de forma automática quando: I - tenham sido concluídas as consultas prévias da viabilidade de nome empresarial e de localização; II - o instrumento contiver apenas as cláusulas padronizadas, conforme Anexos desta Instrução Normativa; e 17 III - apresente, de forma física ou digital, os documentos obrigatórios para instrução do pedido de arquivamento, conforme Anexo I. § 1º O disposto no caput não se aplica para: I - casos decorrentes de transformação, fusão, cisão ou conversão; e II - integralização de capital com quotas de outra sociedade. 2 § 2º Além das cláusulas obrigatórias que devem constar do instrumento, as partes poderão adotar cláusulas opcionais padronizadas, também constantes dos Anexos desta Instrução Normativa. § 3º A Junta Comercial fará a conferência do instrumento padrão apresentado, bem como dos documentos obrigatórios, preferencialmente através do sistema informatizado por ela utilizado. § 4º Nos processos em houver pessoa incapaz ou representada, bem como naqueles em que houver a necessidade de aprovação prévia de órgão governamental (art. 35, inciso VIII da Lei nº 8.934, de 1994), o encaminhamento deverá ser realizado obrigatoriamente de forma eletrônica. Art. 2º O sistema informatizado utilizado pela Junta Comercial deve impedir que os dados informados no Coletor Nacional sejam alterados quando do preenchimento dos dados complementares, a fim de evitar divergências entre eles. Art. 3º O instrumento apresentado em desconformidade com esta Instrução Normativa não fará jus ao registro automático, devendo ser analisado conforme o disposto no art. 40 e parágrafos da Lei nº 8.934, de 1994. Art. 4º Deferido o registro automático, o interessado terá acesso a quaisquer documentos relativos à sua empresa, sem qualquer distinção dos atos aprovados pelo trâmite regular. Art. 5º No prazo de até 2 (dois) dias úteis, contados da data do deferimento automático do registro, a Junta Comercial deverá realizar o exame do cumprimento das formalidades legais previsto no art. 40 da Lei nº 8.934, de 1994. § 1º O exame será realizado, preferencialmente, pelo sistema informatizado utilizado pela Junta Comercial. § 2º Caso no exame das formalidades legais seja identificada a presença de vício, o interessado será notificado para adoção das providências necessárias, no prazo de 10 (dez) dias, contados da data da ciência ou da publicação do despacho, o qual deverá ser devidamente fundamentado. § 3º Sendo sanado o vício dentro do prazo estabelecido, não será cobrada nova tarifa do interessado. § 4º Após a manifestação do interessado, o Presidente da Junta Comercial, caso entenda que o vício apontado não foi sanado: 18 I - cancelará o registro, ouvida a Procuradoria no prazo de 5 (cinco) dias, se entender que o vício é insanável; e II - fará anotação na ficha cadastral do requerente e impedirá novos arquivamentos até que as providências necessárias tenham sido adotadas, se entender que o vício é sanável. § 5º No caso de cancelamento, os demais órgãos públicos serão imediatamente comunicados. Art. 6º Esta Instrução Normativa não se aplica aos casos em que as partes optem, voluntariamente, pela não utilização do contrato padrão. A MP 876 de 31/03/2019 teve sua vigência encerrada pelo Ato 47/2019, entretanto seu texto foi incorporado ao relatório da MP 881/19 (MP da liberdade econômica) que se encontra em tramitação. 1.4.4.2 – Razão Social Não copiar nomes ou marcas já existentes e não confundir nome empresarial com nome fantasia. O nome empresarial, que constará no Contrato Social, deverá observar as regras de formação própriasde cada tipo (IN DREI Nº 15). Já o nome fantasia (nome comercial ou de fachada) é aquele pelo qual a empresa se torna conhecida do público. Nome empresarial é aquele sob o qual o empresário individual, a Eireli, as sociedades empresárias, as cooperativas exercem suas atividades e se obrigam nos atos a elas pertinentes. O nome empresarial compreende a firma e a denominação. O nome empresarial não poderá conter palavras ou expressões que sejam atentatórias à moral e aos bons costumes. Equipara-se ao nome empresarial a denominação das sociedades simples, associações e fundações (Art. 1.155 Código Civil ) A firma é constituída pelo nome do titular, completo ou abreviado, aditando- lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. (Art.1.156 CC). Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro. Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga. 19 No caso de sociedade, será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social. Exemplo: José Carlos da Silva e Manoel Rodrigues Mercearia Ltda. SÓCIO FALECIDO, EXCLUSO OU RETIRANTE O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social. Firma é o nome utilizado por: empresário individual, sociedade em que houver sócio de responsabilidade ilimitada, de forma facultativa, pela sociedade limitada e pela Eireli. Denominação é formada com palavras de uso comum ou vulgar na língua nacional ou estrangeira e ou com expressões de fantasia, com a indicação do objeto da sociedade. Utilizado por: sociedade anônima cooperativa, em caráter opcional, pela sociedade limitada, em comandita por ações e pela Eireli. Observações: A inscrição do nome da empresa (firma ou denominação social) no respectivo órgão de registro (Junta Comercial ou Cartório), assegura o seu uso exclusivo nos limites do respectivo Estado. Entretanto, caso o empreendedor pretenda estender a exclusividade para todo o território nacional, deverá registrar o nome da empresa no Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI. Sociedade Limitada A sociedade limitada pode usar firma ou denominação, integradas pela palavra final “limitada” ou a sua abreviatura. A omissão da palavra “limitada” determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade. Exemplo: Bar e Restaurante Estrada Amarela Ltda. 20 Sociedade Anônima A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto social, integrada pelas expressões “sociedade anônima”/SA ou “companhia”/Cia. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa. Empresário O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. Exemplo: José Carlos da Silva Filho Mercearia. Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro. Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga. Terminações indispensáveis Sociedade Limitada – LTDA Eireli – EIRELI Sociedade Anônima – Sociedade Anônima “S/A” ou Companhia “Cia” MEI – CPF ao lado do nome Cooperativa – Cooperativa As Empresas Simples de Crédito – constituídas sob qualquer natureza juríca, ao lado da firma ou denominação deverá constar “Empresa Simples de Crédito” As Sociedades de Propósito Específco – ao lado do nome, SPE a) se adotar o tipo Sociedade Limitada, a sigla SPE, deverá vir antes da expressão LTDA.; b) se adotar o tipo Sociedade Anônima, a sigla SPE deverá vir antes da expressão S/A; c) se adotar o tipo Empresa Individual de Responsabilidade Ltda. – EIRELI, a sigla SPE, deverá vir antes da expressão EIRELI Regras de formação próprias de cada tipo jurídico IN DREI Nº 15 MP da Liberdade Econômica - 881/2019 21 O diploma legal propõe normas gerais que objetivam garantir a livre iniciativa de negócios no Brasil, por meio da utilização de técnicas de simplificação e desburocratização para os pequenos empreendedores. Princípios norteadores I - a presunção de liberdade no exercício de atividades econômicas; II - a presunção de boa-fé do particular; e, III - a intervenção subsidiária, mínima e excepcional do Estado sobre o exercício de atividades econômicas" A MP 881 já passou pela comissão mista onde recebeu 301 emendas Encontra-se atualmente aguardando sanção do Presidente. INSTRUÇÃO NORMATIVA DREI Nº 66, DE 6 DE AGOSTO DE 2019. (entra em vigor no dia 7 de outubro de 2019) A Certidão Simplificada é instrumento hábil para a proteção ao nome empresarial em Junta Comercial de outra Unidade da Federação. FILIAL EM OUTRA UNIDADE DA FEDERAÇÃO A Abertura, Alteração, Transferência e Extinção de filial em outra unidade da federação ocorrerá exclusivamente por meio da Junta Comercial onde se localizar a sede da empresa. A Instrução é válida para: Empresário Individual Sociedade Empresária Ltda Eireli Sociedade Anônima Cooperativas Providências na Junta Comercial da sede A abertura, alteração, transferência e extinção de filial em outra UF deve ser promovida exclusivamente na Junta Comercial da unidade da federação onde se localizar a sede. 22 Após o deferimento do ato, os dados relativos à filial deverão ser encaminhados eletronicamente para Junta Comercial da outra Unidade da Federação. Cabe à Junta Comercial de onde estiver localizada a respectiva filial apenas a recepção dos dados e o seu armazenamento." Alteração de nome empresarial A alteração de nome empresarial da sede estende-se, automaticamente, às suas filiais, se a empresa apresentar conjuntamente as respectivas viabilidades concluídas. Caso a empresa não realize previamente a viabilidade perante as Juntas Comerciais das filiais localizadas em outras unidades da federação, caberá a ele promover, nessas Juntas Comerciais, o arquivamento de documento que comprove a alteração do nome empresarial na Junta Comercial da sede, a fim de que este também seja alterado nas Juntas Comerciais das filiais. Documentação exigida: Capa de Processo (uma via); • Documento que comprove a alteração do nome empresarial (uma via); • Comprovante de pagamento do preço do serviço: Guia de Recolhimento/Junta Comercial. São documentos hábeis para essa finalidade, uma via do documento de alteração do nome empresarial arquivado na Junta Comercial da sede, Certidão de Inteiro Teor ou cópia autenticada desse documento ou, ainda, Certidão Simplificada que contenha a alteração do nome empresarial. No requerimento constante da Capa de Processo deverá ser indicado o ATO 310 - OUTROS DOCUMENTOS e o EVENTO 030 - Alteração de nome empresarial." Unidade 2 – FORMAS DE ATUAÇÃO Dependendo da existência ou não do aspecto “econômico da atividade”, se uma pessoa desejar atuar individualmente (sem a participação de um ou mais sócios) em algum segmento profissional, poderá enquadrar-se como EMPRESÁRIO ou AUTÔNOMO, conforme a situação, ou, caso prefira se reunir com uma ou mais 23 pessoas para, juntos, explorarem alguma atividade, deverão constituiruma sociedade que poderá ser SOCIEDADE EMPRESÁRIA ou SOCIEDADE SIMPLES. 2.1.. Autônomo Trabalhador autônomo é qualquer pessoa física que, mesmo sem ter um estabelecimento e sem ter vínculo de emprego com a pessoa que lhe contrata, preste serviço ou execute qualquer atividade de natureza urbana ou rural. Considera-se autônomo aquele que atua, por conta própria (sem sócios) como profissional liberal (advogado, dentista, médico, engenheiro, arquiteto, contabilista etc.), que, na verdade, vendem serviços de natureza intelectual, mesmo que contem com o auxílio de empregados. Como não se trata de atividade formal de empresa, não faremos outros comentários. Regularização do Autônomo Registro da Prefeitura como contribuinte do ISS. (CCM – Cadastro de Contribuinte Mobiliário) – No município do Rio, os contribuintes não estabelecidos estão isentos do pagamento de ISS (Lei nº 6.310, de 28 de dezembro de 2017). Cadastro no INSS como contribuinte individual (ou nº do PIS) Se estiver estabelecido, Alvará de funcionamento do local. NF (opcional) No município do Rio, os contribuintes não estabelecidos isentos do pagamento de ISS (Lei nº 6.310, de 28 de dezembro de 2017) deverão declarar, no verso do recibo do pagamento: "O ISS não incide sobre os serviços prestados pelo profissional autônomo não estabelecido, por falta de previsão legal, tendo em vista que o art. 2º da Lei nº 3.720, de 5 de março de 2004, com a alteração promovida pela Lei nº 6.310, de 28 de dezembro de 2017, instituiu a base de cálculo do ISS exclusivamente para os profissionais autônomos estabelecidos." 2.2. Empresário - Conceito Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços 24 Características do Empresário Para melhor compreensão do conceito acima, apresentamos abaixo a exposição de motivos do novo Código Civil que traz traços do empresário definidos em três condições: Exercício de atividade econômica e, por isso, destinada à criação de riqueza, pela produção de bens ou de serviços ou pela circulação de bens ou serviços produzidos; Atividade organizada, através da coordenação dos fatores da produção e trabalho, natureza e capital em medida e proporções variáveis, conforme a natureza e objeto da empresa; Exercício praticado de modo habitual e sistemático, ou seja, PROFISSIONALMENTE, o que implica dizer em nome próprio e com ânimo de lucro. As empresas unipessoais, de profissões regulamentadas, ou não, podem ser estabelecidas sob uma das modalidades abaixo: Empresário Individual O empresário individual (anteriormente chamado de firma individual) é aquele que exerce em nome próprio uma atividade empresarial. É a pessoa física (natural) titular da empresa. O patrimônio da pessoa natural e o do empresário individual são os mesmos, logo o titular responderá de forma ilimitada pelas dívidas. REQUISITOS E IMPEDIMENTOS PESSOAIS PARA SER EMPRESÁRIO INDIVIDUAL Não é qualquer um que pode ser Empresário Individual. É importante verificar se o empreendedor se enquadra em alguma das situações a seguir, as quais impedem a sua inscrição na Junta Comercial como Empresário. Alerta importante: Estar incurso em algum impedimento e se inscrever como Empresário gera responsabilidade penal. As conseqüências do exercício pelo impedido: está sujeito a conseqüências de caráter administrativo ou penal. O impedido não poderá alegar a proibição do exercício da atividade, ou seja, ele responde pessoalmente pelas obrigações assumidas. Em regra, os impedidos não 25 podem ser empresários individuais, administradores ou gerentes, mas podem ser sócios. Pacto antenupcial, reconciliação e separação devem ser averbados no registro de empresa. O empresário não precisa da outorga conjugal para alienar ou gravar bens imóveis da empresa. Não podem ser empresários individuais: a) o menor de 16 (dezesseis) anos e as pessoas relativamente incapazes, salvo quando autorizados judicialmente para continuação da empresa. (art. 974 do Código Civil) Alerta importante: a capacidade dos índios será regulada por lei especial. b) os impedidos de ser empresário, tais como: os Chefes do Poder Executivo, nacional, estadual ou municipal; os membros do Poder Legislativo, como Senadores, Deputados Federais eEstaduais e Vereadores, se a empresa “goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada”; os Magistrados; os membros do Ministério Público Federal; os empresários falidos, enquanto não forem reabilitados; as pessoas condenadas a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação; os leiloeiros; os cônsules, nos seus distritos, salvo os não remunerados; os médicos, para o exercício simultâneo da farmácia; os farmacêuticos, para o exercício simultâneo da medicina; os servidores públicos civis da ativa, federais (inclusive Ministros de Estado e ocupantes de cargos públicos comissionados em geral). Em relação aos servidores estaduais e municipais observar a legislação respectiva; os servidores militares da ativa das Forças Armadas e das Polícias Militares; 26 os imigrantes, para o exercício das seguintes atividades: (Redação dada pela Instrução Normativa nº 56, de 12 de março de 2019) pesquisa ou lavra de recursos minerais ou de aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica; atividade jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens; serem proprietários ou armadores de embarcação nacional, inclusive nos serviços de navegação fluvial e lacustre, exceto embarcação de pesca; O empresário individual que possui empresa em seu nome, não pode ter outra empresa individual Na prática, o empresário pode ter um empresa em seu nome e participar da sociedade de outra. Também é possível ser sócio de uma empresa LTDA e abrir outra empresa como empresário. Abertura, Registro e Legalização Para abertura, registro e legalização do empresário individual, é necessário registro na Junta Comercial e, em função da natureza das atividades constantes do objeto social, inscrições em outros órgãos, como Receita Federal (CNPJ), Secretaria de Fazenda do Estado (inscrição estadual e ICMS) e Prefeitura Municipal (concessão do alvará de funcionamento e autorização de órgãos responsáveis pela saúde, segurança pública, meio ambiente e outros, conforme a natureza da atividade). Empresa Individual – Registro na Junta Comercial - (Atividade Empresária ou Simples) A “Firma Individual Simples" mesmo estando presente na legislação, não recebeu um nome, como ocorreu no caso do empresário. São obrigadas a se declar empresárias (já que o registro é na Junta Comercial), mesmo tendo o Código Civil determinado, de maneira expressa, que não são empresárias. O Empresário poderá se enquadrar como Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP), desde que atenda aos requisitos da Lei Complementar 123, de 14 de dezembro de 2006. O enquadramento será efetuado mediante declaração para essa finalidade, cujo arquivamento deve ser requerido em processo próprio. Microempreendedor Individual – MEI 27 Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por contaprópria e que se legaliza como pequeno empresário. Para ser um microempreendedor individual, é necessário faturar no máximo até R$ 81.000,00 por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. O MEI também pode ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria. A Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, criou condições especiais para que o trabalhador conhecido como informal possa se tornar um MEI legalizado. Entre as vantagens oferecidas por essa lei está o registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), o que facilita a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais. Além disso, o MEI será enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). Assim, pagará apenas o valor fixo mensalconforme tabela abaixo: MEIs – Atividade INSS - R$ ICMS/ISS - R$ Total - R$ Comércio e Industria – ICMS 49,90 1,00 50,90 Serviços – ISS 49,90 5,00 54,90 Comércio e Serviços - ICMS e ISS 49,90 6,00 55,90 Essas quantias serão atualizadas anualmente, de acordo com o salário mínimo. Com essas contribuições, o Microempreendedor Individual tem acesso a benefícios como auxílio maternidade, auxílio doença, aposentadoria, entre outros. A formalização do Microempreendedor Individual poderá ser feita de forma gratuita no próprio portal, no campo FORMALIZE-SE. Após o cadastramento do Microempreendedor Individual, o CNPJ e o número de inscrição na Junta Comercial são obtidos imediatamente, não sendo necessário encaminhar nenhum documento (e nem sua cópia anexada) à Junta Comercial. O documento tem validade de Autorização de Funcionamento da Prefeitura. O servidor público em atividade não se enquadra como MEI. Mas, se o servidor público for aposentado, exceto por invalidez, poderá ser MEI. O pensionista se não for servidor público em atividade e não tiver aposentadoria por invalidez, 28 poderá ser MEI, não há impedimento. Quem mantém vínculo empregatício com em empresa pode ser MEI Nota Fiscal do MEI – (Nota fiscal avulsa eletrônica) A NFA-e substitui o documento emitido manualmente e pode ser utilizada em operações internas ou interestaduais. Ela visa principalmente atender às necessidades dos microempreendedores individuais (MEI) e das pessoas físicas ou jurídicas, não contribuintes do ICMS, que, porventura, precisarem emitir documentos fiscais. É necessário que o MEI obtenha o Alvará de funcionamento antes de solicitar as Nfe. Site: ww.fazenda.rj.gov.br/nfe Nota fiscal avulsa eletrônica. Para MEI e pessoa física não contribuinte é exigido um cadastro para utilização da NFAe, para os demais, é utilizado o certificado digital. Após o preenchimento e transmissão do formulário de cadastro, o usuário receberá e-mail de confirmação de solicitação de cadastro. O prazo para análise do cadastro é de até 24 horas. Finalizada a análise, será encaminhada ao usuário novo e-mail com a decisão do pedido. No Estado do Rio de Janeiro, somente o MEI (contribuinte do ICMS) está dispensado de inscrição estadual. No Estado do Rio de Janeiro, somente o MEI (contribuinte do ICMS) está dispensado de inscrição estadual. Quando se tratar de operação com MEI localizado em outra unidade federada, entre em contato com a Secretaria de Fazenda do estado de localização do MEI para saber se ele está dispensado de inscrição estadual. EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) é aquela constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não poderá ser inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. O titular não responderá com seus bens pessoais pelas dívidas da empresa. 29 A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade , se for pessoa jurídica, poderá ter mais de 1. Ao nome empresarial deverá ser incluído a expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada, caso contrário a responsabilidade do empresário individual passará a ser ilimitada e o mesmo será responsável pela dívida total da empresa. A EIRELI também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal contratação. A Empresa individual de responsabilidade limitada será regulada, no que couber, pelas normas aplicáveis às sociedades limitadas. De acordo com a IN DREI 47 de 06 de agosto de 2018, a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI poderá ser constituída tanto por pessoa natural quanto por pessoa jurídica, nacional ou estrangeira. CLÁUSULAS OBRIGATÓRIAS DO ATO CONSTITUTIVO A Declaração de que o seu constituinte não figura em nenhuma outra empresa dessa modalidade, se o titular for pessoa natural. CAPACIDADE PARA SER TITULAR DE EIRELI Pode ser titular de EIRELI, desde que não haja impedimento legal: a) O maior de 18 (dezoito) anos, brasileiro(a) ou estrangeiro(a), que estiver em pleno gozo da capacidade civil; b) O menor emancipado; - A prova da emancipação do menor deverá ser comprovada exclusivamente mediante a apresentação da certidão do registro civil, a qual deverá instruir o processo ou ser arquivada em separado. c) A pessoa jurídica nacional ou estrangeira; d) O incapaz (A IN 55 alinhou a regra de constituição de Eireli às disposições do Código Civil e permitiu que uma pessoa incapaz constitua uma empresa, desde que 30 devidamente representado ou assistido, conforme o grau de sua incapacidade, e com a administração a cargo de terceira pessoa não impedida.) Observação: A capacidade dos índios é regulada por lei especial (Estatuto do Índio). IMPEDIMENTO PARA CONSTITUIR EIRELI Quando o titular da EIRELI for pessoa natural deverá constar do corpo do ato constitutivo cláusula com a declaração de que o seu constituinte não figura em nenhuma outra empresa dessa modalidade. A pessoa jurídica pode figurar em mais de uma EIRELI § 7º Somente o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da empresa individual de responsabilidade limitada, hipótese em que não se confundirá, em qualquer situação, com o patrimônio do titular que a constitui, ressalvados os casos de fraude. (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019) IMPEDIMENTOS PARA SER ADMINISTRADOR A mesma relação de impedimentos do empresário individual. AUMENTO DE CAPITAL O capital poderá ser aumentado a qualquer momento, contudo, deve ser inteira e imediatamente integralizado (art. 980-A do CC). Essa condição deve ser declarada na alteração do ato constitutivo. Quando da deliberação para aumento de capital da EIRELI, devem ser observadas as disposições constantes do item 1.2.9 do manual de registro ALTERAÇÃO DE TITULARIDADE A alteração de titularidade da EIRELI deve ser formalizada mediante alteração do ato constitutivo. Na hipótese, a alteração deverá conter cláusula com a declaração de que o novo titular, se for pessoa natural, não figura em nenhuma empresa dessa modalidade, assim como cláusula de desimpedimento para o exercício da administração,ou declaração em separado, se for o caso. 31 A administração da EIRELI será exercida por uma ou mais pessoas designadas no ato constitutivo. A EIRELI poderá ser administrada pelo titular e/ou por não titular. O administrador não titular estará investido no cargo mediante sua assinatura no ato constitutivo em que foi nomeado. A pessoa jurídica não pode ser administradora da EIRELI. É possível que a EIRELI tenha administrador estrangeiro, que deverá, contudo, ter visto permanente e não estar enquadrado em caso de impedimento para o exercício da administração Abertura, Registro e Legalização Para abertura, registro e legalização do EIRELI, é necessário registrar o Ato Constitutivo na Junta Comercial ou no Cartório e, em função da natureza das atividades constantes do objeto social, inscrições em outros órgãos, como Receita Federal (CNPJ), Secretaria de Fazenda do Estado (inscrição estadual e ICMS) e Prefeitura Municipal (concessão do alvará de funcionamento e autorização de órgãos responsáveis pela saúde, segurança pública, meio ambiente e outros, conforme a natureza da atividade). 2.3 Sociedade Empresária Antes do Novo Código Civil as empresas eram classificadas em: Atividades de Prestação de Serviços - Sociedade Civil – empresas: (Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas, excetos as S/A) Indivíduos: autônomos: Prefeitura do Município. Atividades de indústria e/ou comércio, tinha o seu contrato social registrado nas Juntas Comerciais dos Estados (inclusive todas as Sociedades Anônimas e raras exceções previstas em lei, na área de serviços.) Como ficou com o novo Código Civil? O sistema jurídico passou a adotar uma nova divisão que não se apoia mais na atividade desenvolvida pela empresa, isto é, comércio ou serviços, mas no aspecto econômico de sua atividade, ou seja, fundamenta-se na teoria da empresa. Não se considera empresário aquele que exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, mesmo se contar com auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. (parágrafoúnicodoart.966). O Elemento de Empresa refere-se à atividade desenvolvida pela empresa, 32 isto é, faz parte do seu objeto social, e de como ela está organizada para atuar em seu segmento profissional. Sociedade Empresária A Sociedade Empresária tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito à registro, inclusive a sociedade por ações, independentemente de seu objeto, devendo inscrever-se na Junta Comercial do respectivo Estado. Isto é, sociedade empresária é aquela que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços, constituindo elemento de empresa. Desta forma, podemos dizer que “sociedade empresária” é a reunião de dois ou mais empresários, para a exploração, em conjunto, de atividade(s) econômica(s). De acordo com o parágrafo único do art. 982, as sociedades por ações serão sempre empresárias mesmo que não articulem os fatores de produção. Dispõe o artigo 983 do Código Civil que a sociedade empresária deve revestir-se de um dos seguintes tipos societários: 1) em nome coletivo; 2) em comandita simples; 3) em comandita por ações; 4) limitada; e, 5) sociedade anônima. 2.3.1 –Tipos de Sociedades Empresárias SOCIEDADE EM NOME COLETIVO: tipo societário pouquíssimo utilizado, pois exige que os sócios sejam pessoas físicas, com responsabilidade solidária e ilimitada por todas as dívidas da empresa, podendo o credor executar os bens particulares dos sócios, mesmo sem ordem judicial. Nome da empresa: firma ou razão social (não podendo utilizar nome fantasia ou denominação), composta pelo nome dos sócios, podendo ser acrescentada a expressão “& Cia” ao final (ex: José e Maria ou José, Maria & Cia). SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES: também pouco utilizado, sendo formada a empresa por sócios comanditados (participam com capital e trabalho, tendo 33 responsabilidade solidária e ilimitada) e comanditários (aplicam apenas capital, possuindo responsabilidade limitada ao capital empregado e não participando da gestão dos negócios da empresa). Empresa de capital fechado (não negociável em Bolsa). Nome: firma ou razão social (devem figurar apenas os sócios comanditados, sob pena de responsabilidade solidária e ilimitada do sócio que constar na razão social). SOCIEDADE ANÔNIMA: espécie mais utilizada que as anteriores, principalmente nos casos de grandes empresas, onde o capital encontra-se dividido em ações e cada acionista é responsável apenas pelo preço de emissão de suas próprias ações (responsabilidade limitada e não solidária). Os acionistas controladores respondem por abusos. Possui várias espécies de títulos (ações, partes beneficiárias, debêntures e bônus de subscrição), é regulamentada por diversos órgãos (Assembleias Gerais e Especiais, Diretoria, Conselho de Administração e Conselho Fiscal), devendo publicar seus atos no Diário Oficial e em jornal de grande circulação editado no local da sede da companhia (atos arquivados no registro do comércio). Nome: denominação ou nome fantasia (não utiliza firma ou razão social), acrescidos da expressão “S/A” ou antecedido da expressão “Companhia” ou “Cia”. SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES: também em processo de extinção, é regida pelas normas relativas às sociedades anônimas (artigos 280 e seguintes da Lei 6.404/76), salvo a restrição de que somente os acionistas podem ser diretores ou gerentes (sócios comanditados, nomeados no estatuto e destituídos por 2/3 do capital), respondendo ilimitadamente pelas obrigações da empresa, enquanto os sócios comanditários (demais acionistas não gerentes ou diretores) possuem responsabilidade limitada ao capital social. Assim como as S/As, pode ser empresa de capital aberto (ações em Bolsa de Valores). Nome: denominação ou nome fantasia, firma ou razão social, acrescidas da expressão “Comandita por Ações” ou “C/A”. SOCIEDADE LIMITADA: Sociedade limitada é aquela que realiza atividade empresarial, formada por dois ou mais sócios que contribuem com moeda ou bens avaliáveis em dinheiro para formação do capital social. A responsabilidade dos sócios é restrita ao valor do capital social, porém respondem solidariamente pela integralização da totalidade do capital, ou seja, cada sócio tem obrigação com a sua 34 parte no capital social, no entanto poderá ser chamado a integralizar as quotas dos sócios que deixaram de integralizá-las. Mais de 90% das empresas no Brasil são Ltdas. Nome: denominação ou nome fantasia, firma ou razão social, acrescidas da expressão “Ltda”. 2.4 – Sociedades Simples Sociedade Simples é a reunião de duas ou mais pessoas (que, caso atuassem individualmente seriam consideradas autônomas), que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados, não tendo por objeto o exercício de atividade própria de empresário (Art. 981 e 982). É caracterizada pela formação de uma pessoa jurídica apenas para o esforço de profissionais desempenharem melhor suas funções. A sociedade simples é considerada pessoa jurídica. Exemplo: dois médicos constituem um consultório médico, dois dentistas constituem um consultório odontológico, advogados, contabilistas, arquitetos etc. De acordo com o parágrafo único do art. 982, as cooperativas serão sempre simples, ainda que operem suas atividades de forma a articular os fatores de produção. Nos termos do artigo 982, parágrafoúnico, do Código Civil a sociedade cooperativa é considerada sociedade simples e, com fulcro no artigo 1.150 do Código Civil, a sociedade simples vincula-se ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Assim, o estatuto social das cooperativas deveria ser registrado no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Ocorre que o Código Civil não revogou a Lei das Cooperativas (Lei 5.764/71). Apesar de serem equiparadas às sociedades simples pelo Código Civil de 2002, as cooperativas devem registrar seus atos na Junta Comercial e não no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Há disposições específicas para a sociedade cooperativa contidas nos artigos 1.093 a 1.096, o que torna claro que a Lei das Cooperativas (Lei 5.764/71) não foi revogada pelo Novo Código Civil. 35 Apesar da natureza de sociedade simples emprestada pelo Novo Código Civil à sociedade cooperativa, o registro dela deve ser feito na Junta Comercial em razão da especialidade do artigo 18 da Lei 5.764/1971, aplicável mesmo após o advento do Novo Código Civil. O Código Civil, artigo 1.093, estabeleceu que "a sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no presente Capítulo, ressalvada a legislação especial", A sociedade simples poderá se quiser, adotar as regras que lhe são próprias ou, ainda, um dos seguintes tipos societários: sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples ou sociedade limitada. As atividades intelectuais que não sejam prestadas de modo puro, aliando-se a outras, constituem, na verdade, elemento de empresa e devem, por isso, adotar a forma de sociedade empresária, registrando se nas juntas comerciais. Cabe salientar que a sociedade simples pode ser formada somente de sócios de capital, caso em que, conforme inciso IV do Art. 997, o contrato social deve estabelecer a quota de cada sócio no capital social e o modo de realiza-la; a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas, ou se eles respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais. Também pode haver sociedade simples constituída apenas de sócios de serviços, hipótese em que, consoante inciso V do mesmo artigo, o contrato social deve prever as prestações e contribuições a que eles se obrigam. Finalmente, nada impede que haja sociedade simples de capital e serviço, concomitantemente, obedecidos os incisos IV e V supra mencionados. Adotando a interpretação literal do artigo 983, admite-se ser possível as seguintes variantes de sociedade simples: sociedade simples em nome coletivo; sociedade simples em comandita simples; sociedade simples limitada; As sociedades simples não estão sujeitas às regras da falência e sim às normas da insolvência civil previstas no Código de Processo Civil, artigos 748 e seguintes. Características da sociedade simples Pura: a) Além de integralizar o capital social em dinheiro, poderá o sócio fazê-lo em contribuição em serviços. 36 b) Os sócios respondem, ou não, subsidiariamente pelas obrigações sociais, conforme previsão contratual. c) Capital social, expresso em moeda corrente ou outra espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária. d) Registro da empresa no Cartório das Pessoas Jurídicas em até 30 dias da constituição (art. 998). e) Responsabilidade ilimitada dos sócios. f) Responsabilidade solidária do sócio cedente das cotas para com o cessionário, até 2 anos após alteração e averbação de sua saída. g) Os sócios respondem na proporção da participação das cotas, salvo se houver cláusula de responsabilidade solidária. h) Impossibilidade de excluir sócio na participação dos lucros ou perdas. i) O credor de sócio de empresa pode, não havendo outros bens, requerer a execução nos lucros da empresa. j) Retirada espontânea de sócio: aviso prévio de 60 dias, em caso de contrato por prazo indeterminado; ou judicialmente, se o contrato for por prazo determinado. k) A Sociedade Simples poderá, se quiser, adotar as regras que lhes são próprias ou, ainda, um dos seguintes tipos societários Sociedade em Nome Coletivo, Sociedade em Comandita Simples ou Sociedade Limitada. A sociedade simples, em comparação à empresária, tem como principais características: a) simplicidade de estrutura; b) presunção de pequeno porte; e, c) atuação pessoal dos sócios superando a organização dos fatores de produção. A sociedade simples pode adotar um desses tipos: Comandita Simples, em Nome Coletivo ou Sociedade Limitada. Caso não o faça, entende-se que se constituirá sob o tipo de sociedade simples pura (artigos 997 a 1.038 do NCC). Vantagens da Sociedade Simples Pura 1) É o único tipo societário que aceita sócio de serviço; 37 2) Não obstante o disposto no artigo 977 do novo Código, admite, na mesma sociedade, sócios que sejam casados, entre si, ainda que pelo regime da comunhão universal de bens ou pelo regime da separação obrigatória; 3) Não está sujeita, para efeito de tomada de decisões sociais, à realização de reuniões e, muito menos, ao formalismo das assembléias, como ocorre na sociedade limitada, particularmente quando esta for composta por mais de 10 (dez) sócios, com todas as suas regras de convocação e quoruns de instalação e deliberação. Por via de conseqüência, a sociedade simples pura não está obrigada a manter livros de atas de reuniões ou assembléias, indispensáveis para a sociedade limitada (vide artigos 1.062, 1.067 e 1.075 do CC/02); 4) Sua contabilidade é mais simplificada, não estando obrigada, como acontece com a limitada, a um sistema de escrituração contábil contendo regras bastante estritas (artigos 1.179 a 1.195 do CC/02), que, pelas repercussões fiscais que ensejam, representam induvidosos ônus para seus destinatários. 5) No tocante à tomada de contas dos administradores, segue um rito menos formal do que aquele previsto para a sociedade limitada; 6) A responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada, dependendo do que declararem no contrato social. Se, nos termos do inciso VIII do artigo 997 da lei nº 10.406/02, mencionarem que não respondem subsidiariamente pelas obrigações sociais, a responsabilidade deles será limitada. Caso contrário, em indicando que respondem subsidiariamente pelas obrigações sociais, terão responsabilidade ilimitada, podendo-se afirmar que o regime da responsabilidade dos sócios, na sociedade simples pura, é uma prerrogativa daqueles, a ser definida no contrato social, não sendo obrigatória a adoção da responsabilidade subsidiária e, muito menos, em nenhuma situação, a menos que desejem, da responsabilidade solidária, diferentemente do que ocorre em relação à sociedade limitada (vide artigo 1.052 e o parágrafo 1º do artigo 1.055, CC/02); 38 7) Não está sujeita à falência. Neste aspecto ver a lei nº 11.101, de 09 de fevereiro de 2.005, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária; 8) Quanto à denominação (artigo 997, II do NCC), contrariamente do que sucede com a sociedade limitada (parágrafo 2º do artigo 1.158 do NCC), não é requerido que contenha elemento indicativo do objeto social, nem que a denominação venha acrescida de qualquer expressão designativa da natureza ou do tipo societário; 9) Para o aumento do capital social, nenhuma exigência é imposta, diversamente do que acontece com a sociedade limitada, para a qual se obriga, como indispensável, a efetiva integralização do capital (artigo 1.081 do NCC); 10) O mesmo se observa para a redução de capital, já que o Código não impõe regras relativamente à sociedade simples pura. Entretanto,a lei traça regras destinadas à sociedade limitada. Assim, a redução de capital nesta sociedade só poderá ser deliberada se ficar caracterizado ter havido perdas irreparáveis após a integralização do capital ou ser ele excessivo em relação ao objeto social (vide artigos 1.082 e 1.084 do NCC); 11) O quorum necessário para a decisão de dissolução de uma sociedade simples pura, de acordo com o artigo 1.033 do CC/02, dá-se por consenso unânime dos sócios ou por maioria absoluta, caso a sociedade seja constituída por prazo indeterminado. Para a sociedade limitada, esse quorum passa a ser de 75% (setenta e cinco por cento), “ex vi” do disposto no artigo 1.071, VI, combinado com o artigo 1.076, I do CC/02; e, 12) A sociedade simples pura, por ter natureza simples, isto é, não empresária, não corre o risco, sob o ponto de vista tributário, de perder isenção fiscal, especialmente em relação à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e ao Imposto sobre Serviços (ISS). Diante de tantos benefícios, é de se concluir que a sociedade simples pura é um tipo societário que merece ser descoberto e utilizado, pois, sobretudo, proporcionará 39 vantagens aos sócios e seus prepostos (administradores não sócios e contabilistas), quer sob o aspecto de economia (de tempo e financeira), quer sob o aspecto de responsabilidades. Fonte: http://www.notariado.org.br/ Qual é o procedimento para a transferência de empresa registrada em cartório para a Junta Comercial? Deve-se averbar, no Registro Civil, alteração contratual, com consolidação do contrato, devidamente adaptada às disposições do Código Civil, modificando a sua natureza para sociedade empresária. Preencher o módulo integrador (ato: 002 – ALTERAÇÃO; evento: 040: Conversão de sociedade civil/simples) e apresentar a alteração averbada no Cartório na Junta Comercial acompanhados da Consulta de Viabilidade, DAE pago, Capa de Processo/requerimento e fotocópia autenticada em cartório da carteira de identidade dos administradores da sociedade limitada ou do empresário, além da cópia autenticada dos demais atos anteriormente arquivados no cartório. Unidade 3 – PASSO A PASSO PARA A LEGALIZAÇÃO 3.1 - Procedimentos Para o empresário legalizar o seu negócio há todo um trâmite legal pelo qual ele deve passar nas três esferas de governo (Federal, Estadual e Municipal). Na sequência, relacionamos os procedimento prévios à esta legalização, depois é claro, dos cuidados e precauções sobre os quais já falamos em itens anteriores. O primeiro passo após a escolha do local onde funcionará empresa é decidir sobre a natureza jurídica da empresa. 3.2 - Decisão de Natureza Jurídica A legislação brasileira contempla várias naturezas jurídicas, conforme visto no capítulo 2. É importante avaliar cada uma das possibilidades, seus pontos fortes e fracos. 40 3.3 - Consulta Comercial (Prévia) Finalidade A consulta comercial tem como finalidade a aprovação, por parte da Prefeitura Municipal, do local de funcionamento da empresa. Para tanto, verifica-se a conformidade, em termos legais, das atividades a serem desenvolvidas com a área (bairro, rua, avenida) onde a empresa será instalada. É necessário solicitar “Consulta Prévia” à Prefeitura Municipal para saber se é possível exercer as atividades desejadas no local em que se pretende implantar a empresa (conformidade com o Código de Posturas Municipais), bem como para obter a descrição oficial do endereço pretendido para a empresa. Órgão responsável Prefeitura Municipal Secretaria Municipal de Urbanismo 3.4 - Busca de nome e marca Finalidade Verificar se existe alguma empresa registrada com o nome pretendido e a marca que será utilizada. Órgão responsável Junta Comercial ou Cartório (no caso de Sociedade Simples) Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) Para a busca de nome e marca: Busca colidência de nome empresarial (www.jucerja.rj.gov.br) ou Pedido de Viabilidade - Formulário próprio (Junta Comercial) preenchido com três opções de nome, pode-se fazer a consulta no site (www.jucerja.rj.gov.br) Finalidade: Consultar a Junta Comercial sobre a disponibilidade do nome empresarial assim como verificar os dados dos futuros sócios e enviar ao Corpo de Bombeiros os dados para classificação do Certificado. De posse do protocolo, consultar o 41 andamento do processo e quando for deferido, imprimir, assinar e incluí-lo no conjunto de documentos a serem entregues à JUCERJA para registro do contrato. Para verificação da marca no INPI, pode-se fazer a consulta pela internet no Site www.inpi.gov.br http://servicosonline.inpi.pt 3.5 – Certificado do Corpo de Bombeiros O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) simplificou a concessão dos documentos necessários para a regularização das edificações para abertura de empresas por meio do sistema de autodeclaração online para aquisição do certificado de aprovação expedido pelo Corpo de Bombeiros Militar. Com base nessas informações será possível saber, ainda na viabilidade, se o seu negócio poderá ser beneficiado pelo procedimento simplificado ou não. Integrada à Rede Nacional para Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (REGIN), a corporação adequou as normas vigentes de acordo com Decreto nº 45.456, de 19 de novembro de 2015. O objetivo é agilizar o processo de legalização de estabelecimentos comerciais de baixo risco. O empreendedor precisa ter seu negócio classificado como de baixo risco – o que é feito na primeira etapa de inscrição. A partir daí, preenche um cadastro online em que obedece a critérios definidos relacionados com medidas de prevenção contra incêndio e pânico. O processo possibilita ao empreendedor obter o documento do Corpo de Bombeiros, via auto declaração pela internet, sem precisar ir a uma sede física. Durante a tramitação, o empresário recebe informações referentes às medidas preventivas necessárias para tornar o seu espaço seguro No sistema simplificado, os imóveis comerciais enquadrados no perfil de baixo risco não precisam passar por vistoria prévia para iniciarem seu funcionamento. Os empresários se comprometem a seguir as recomendações de segurança e realizam autodeclarações por meio de formulários eletrônicos. Assim que a empresa for registrada na JUCERJA, os dados serão enviados automaticamente para os Bombeiros. Você só precisará acessar o Portal Web dos Bombeiros e informar o número do seu processo na JUCERJA e o CNPJ concedido. Somente com estas informações, você poderá emitir o DAEM e dar continuidade ao processo, gerando via web, respectivamente, o Termo de Responsabilidade, 42 Verificação das Exigências e a geração CERTIFICADO DE APROVAÇÃO SIMPLIFICADO. Posteriormente, o Corpo de Bombeiros pode realizar vistorias do seu espaço seguro. Critérios para enquadramento no processo simplificado: Área total construída menor que 900m²; Até dois pavimentos (mezanino ou jirau); Não exercer reunião de público, como atividade desenvolvida principal, secundária ou temporária: tais como: casas noturnas; boates; casas de festa; casas de espetáculo; restaurantes com música e espaço destinado a dança; lonas culturais; centros de convenções; teatros; cinemas; centros de exposição; circos e auditórios, templos religiosos, estádios de futebol; ginásios esportivos; arenas e congêneres; Não possuir sprinklers (exceto salas comerciais que não tenham realizado alterações ou compartimentações);
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