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O USO DA RADIAÇÃO X EM EXAMES DE IMAGENS: Quais os seus riscos?

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O USO DA RADIAÇÃO X EM EXAMES DE IMAGENS: Quais os seus riscos?
Evaldo Pereira Santos
Janielle Salvador Alves
Jordy dos Santos Alelaf
Prsicila Maria Monteiro
Rodrigo Gomes Araújo
Vânia Maria Sousa Damasceno
Prof. Orientador: Es. Jonh Weslley Borges Martins
RESUMO
A radiação x é um dos meios utilizados na medicina para radiodiagnóstico. Seus efeitos podem ser perigosos se utilizada de forma incorreta, portanto deve-se observar as técnicas, taxas de dose e equipamentos que são utilizados na realização de cada procedimento em radiologia. São vários os exames que utilizam a radiação x como meio diagnóstico, contudo deve-se utilizá-los de forma adequada para não expor indevidamente cada indivíduo envolvidos nos exames de imagem. Este trabalho bibliográfico tem por objetivo mostrar o uso da radiação x em exames de imagens na medicina e seus perigos para todos os indivíduos envolvidos, sua importância nos exames de imagens e as conseqüências no mau uso da radiação X.
Palavras-chave: Radiação ionizante, Efeitos da radiação, Doses de radiação.
ABSTRACT
The x-ray radiation is one of the methods used in medicine for radio-diagnosis. Its effects can be harmful if not used properly, thus it should be observed the techniques, the dosage rates and the equipment used to do a procedure in radiology. There are several examinations that use x-ray radiation as diagnostic; however, it should be used in appropriate manner to minimize the exposure of each person involved in the imaging examination. This bibliographic work shows the use and the importance of x-ray radiation in imaging examinations in medicine and its risks for those who are involved, also the consequences of x-ray radiation misuse. 
Key-words: Ionizing radiation, Effects of radiation, Doses of radiation.
INTRODUÇÃO
	A radiação pode ser compreendida como energia que se propaga no ar. É criada através de uma fonte emissora de raios x, mais precisamente é uma energia em trânsito. Ela não pode ser vista nem sentida, apenas absorvida pelo organismo humano. É eletromagnética quando formada de um campo elétrico e outro magnético, e particulada quando constituída por partículas que contém massa. São exemplos de radiação eletromagnéticas micro-ondas, luz visível, ondas de radio e TV, dentre outras.Como exemplos de radiação particulados têm a radiação alfa e beta. Seja qual for o tipo de radiação, poderá ou não provocar alguma interação com o corpo humano (OKUNO, 2013).
Segundo Leite, 2017 emergências radiológicas são raras, mas se ocorre um acidente com uma fonte radioativa, por exemplo, as consequências para os indivíduos e meio ambientes são amplamente negativas. Contudo, devido ser raros, os conhecimentos a respeito de uma exposição dessas são limitados. Utilizam-se cada vez mais as radiações ionizantes em diversos meios de diagnósticos e terapêuticos e o uso inadequado traz sérios danos à saúde humana e do meio ambiente.
Em virtude da crescente necessidade em diagnosticar patologias nos indivíduos com métodos menos invasivos o setor de saúde vem implementando tecnologias de formação de imagens, aumentando a acessibilidade de equipamentos diagnósticos e terapêuticos, portanto a radiação ionizante é um item necessário. Contudo alguns riscos de saúde em profissionais da área da medicina e pessoas que necessitam frequentemente de terapias dependentes da radiação aumentam com o seu uso (CASTRO, KOCK, MAGAJEWSK, 2016).
Conhecer a radiação X e seus efeitos é fundamental para o uso correto no radiodiagnóstico e não expor os clientes a radiações desnecessárias. Seu uso adequado é muito importante, pois se usada de forma incorreta pode-se desenvolver muitos problemas ao longo dos anos ou efeitos imediatos, conhecidos como estocásticos e determinísticos respectivamente. Esses efeitos são o resultado do mau uso dessas radiações que provoca os conhecidos “efeitos biológicos” ou interações com a matéria (AMORIM E PINHAL Jr, 2015).
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) juntamente com o Ministério da Saúde criaram regulamentos básicos de radioproteção em diagnóstico médico e odontológico. São regulamentos técnicos que constituem condições básicas em todos os níveis e âmbitos do uso da radiação em medicina, colocando em ênfase a proteção de todos os envolvidos como por exemplo profissionais e pacientes. Todos os serviços prestados em radiodiagnósticos devem seguir esse regulamento e os aparelhos mantidos em perfeitas condições de funcionamento de acordo com o padrão exigido, mantendo testes constantes para garantir um amplo controle de qualidade na prestação desses serviços ofertados (SANTOS et. al, 2015).
Este trabalho bibliográfico tem por objetivo mostrar o uso da radiação xem exames de imagens na medicina e seus perigos para todos os indivíduos envolvidos, sua importância nos exames de imagens e as conseqüências no mau uso da radiação X.
METODOLOGIA
Artigo Científico Literário. Utilizou-se artigos disponíveis na base de dados do Google acadêmico e Scielo entre os anos de 2008 à 2018. Os critérios de exclusão foram artigos de anos anteriores e artigos que não se relacionavam com o assunto abordado. Foram encontrados 18 artigos e fez-se o uso de 11 de grande relevância artigos para realização do trabalho.
PERIGOS NO MAU USO DA RADIAÇÃO X EM EXAMES DE IMAGEM
Uma das várias formas de diagnóstico seguido pelos médicos éo exame radiográfico. Bastante valioso em qualquer condução clínica, seja ela antes, durante ou pós-cirúrgico. Em 1895, o físico alemão wilhelm Conrad Rontgen, descobriu os raios x, desde então vários pesquisadores vem dando cada vez mais valor à radiação para o mundo, mas com seu uso também acompanha seus efeitos que podem ser altamente perigoso para o organismo humano(MELO e MELO, 2008).
A quantidade de radiação usada em exames diagnósticos não é capaz de causar morte celular, contudo, mesmo que raros, podem causar danos genéticos com capacidade de evolução de câncer. Autores falam que esses efeitos dependem da dose recebida em vários anos. Dentre os efeitos mencionados temos os estocásticos e determinísticos. São efeitos que não dependem da dose de exposição e outro que depende da dose recebida, respectivamente. Os profissionais de radiologia são capacitados para atuarem na área da radiologia fazendo o uso correto dessas radiações de forma a evitar a exposição desnecessária de seus pacientes. Eles seguem normas explícitas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ou seja, doses tão baixas quanto razoavelmente exeqüíveis (GUIDETTI et.al., 2016).
A radiação, se utilizada de forma errada pode provocar danos à saúde humana como, por exemplo, anomalias congênitas, câncer, mutações, dentre outras. De acordo com as autoridades toda e qualquer radiação pode causar danos ao ser humano, alguns aparelhos como os de radiologia odontológica oferecem baixíssimas doses, mas deve-se considerar que as doses recebidas pelo indivíduo podem ser cumulativos, por esse motivo todos os profissionais da radiologia precisam expor o mínimo possível seus pacientes a essas doses. Conhecer sobre os efeitos da radiação no corpo humano é essencial para que o profissional trabalhe de maneira a proteger seu cliente e a si mesmo (MELO e MELO, 2008).
Como se sabe a radiação x é uma onda eletromagnética e segundo Albuquerque e Mastrocola, 2017 quanto menor o comprimento de onda maior poder de penetração no tecido humano terá. A absorção de dose em um tecido não pode ser medida de forma direta, porém estima-se uma dose de absorção para cada tipo de exame, contudo tudo dependerá de fatores ligados diretamente ao paciente, os procedimentos e protocolos envolvidos em determinados exames. Dá-se exemplo de um exame de raio x de tórax, o número de fótons e o número de tecidos que ele alcança varia de paciente a paciente. A dosimetria diferencia por cada modalidade de exame de imagem e faz diferentes testes para estabelecer as comparações que estimam a dosecumulativa. A radiação de exames radiológicos não está diretamente associada
à incidência de Câncer, mas alguns estudos recentes de epidemiologia trazem informações que correlacionam o aparecimento de câncer entre as populações jovens e pediátricas.
REPRESENTAÇÃO DO EXPETRO DE ONDAS ELETROMAGNÉTICAS
Os efeitos biológicos variam de acordo com a qualidade da radiação, tipo de material que ela interage e quantidade de radiação recebida. Segundo o princípio ALARA (as low as reasonablyachievable ou tão baixa quanto razoavelmente exequível) deve-se ajustar a dose de radiação a cada tipo de paciente, utilizando sempre a menor dose possível de radiação (SILVA e MARCONDES, 2018).
EFEITOS BIOLÓGICOS RELACIONADOS À EXPOSIÇÃO DA RADIAÇÃO X
Na área médica, a maior exposição de indivíduos à radiação artificial é a radiação ionizante. O crescente uso da radiação na aquisição de imagem faz-se necessário o desenvolvimento de técnicas de proteção dos pacientes e profissionais da área radiológica. 
Existem exames que utilizam altas taxas de radiação como, por exemplo, a tomografia computadorizada, mas também temos exames que utilizam doses menores como o raio x, densitometria óssea, dentre outros. Há indivíduos que necessitam de um acompanhamento contínuo e prolongado e sua exposição acaba sendo maior por fazer o uso de maior quantidade de exames de imagens, nestes casos são pessoas com maiores riscos de desenvolver alguns problemas relacionados à radiação conhecidos como efeitos biológicos (IARED e SHIGUEOKA, 2010).
Aborda-se a seguir dois tipos de efeitos biológicos: Efeitos estocásticos e determinísticos
EFEITOS ESTOCÁSTICOS: 
A possibilidade de ocorrer não depende da dose de exposição da radiação, ou seja,não existe limiar de dose. São exemplos: mutações genéticas, câncer relacionado a essas mutações ou o desenvolvimento de alguma doença hereditária (LEYTON et.al.2015).
O prejuízo no DNA de alguma célula pode reproduzir uma célula modificada com a capacidade de divisão, quando isso acontece aparece uma baixa possibilidade de uma perda de genes e o desenvolvimento de tumores (Câncer). Em geral, esses tumores são originários de uma única célula danificada, portanto, um único episódio poderá ser suficiente para uma interação (gerar efeito) desse tecido com a radiação ionizante. Uma exposição mesmo que pequena de radiação pode provocar o efeito estocástico (cumulativos), pois o mesmo não depende do limiar de dose. Para diminuir a possibilidade desses efeitos a proteção radiológica deverá ser cumprida para que os indivíduos não se exponham desnecessariamente a radiação ionizante. O câncer e os danos genéticos são os mais mencionados na literatura. Os tecidos mais sensíveis a radiação ionizante são: tecido mamário, linfático, gônadas, mucosa, dentre outros. Crianças são mais sensíveis que os adultos à radiação. O aparecimento de câncer na tireóide é mais comum nas mulheres e crianças do que para homens (SEARES E FERREIRA, 2002).
Anomalia devido a exposição à radiação. Acidente de Goiânia. Césio 137. Fonte: Google Acadêmico.
Catarataprovocadapela
 exposição à radiação. Fonte: Google Acadêmico.
EFEITOS DETERMINÍSTICOS
São aqueles cujos efeitos dependem da forma de exposição à radiação: focal ou total, de acordo com o nível de radiação poderá causar morte celular, sem condições de reparos pelo organismo humano. Diferente do Câncer, alguns efeitos relacionados à exposição radioativa ainda não são completamente compreendidos, mas muitas literaturas mencionam a catarata, lesões na pele, dentre outros (LEYTON et.al.2015).
Quando há uma alta taxa de dose as células ao morrem de imediato, mas continuam tentando se regenerar/dividir. Os tecidos de revestimentos como a medula óssea tem alta capacidade de divisão celular são os mais afetados à uma grande exposição de radiação, os danos no DNA podem ser irreparáveis. Em geral esses efeitos só são observados quando o limiar de dose é ultrapassado. Os efeitos vão depender de vários fatores e dentre eles a natureza da radiação e o tecido afetado. Na literatura existem apenas alguns exemplos de efeitos determinísticos exemplificados como a bomba de Hiroshima e Nagasaki, acidente de Gioânia com o Césio 137, ou seja, acidentes nucleares (SEARES E FERREIRA, 2002).
Homem de 40 anos submetido a múltiplas coronariografias. Aproximadamente 18 a 21 meses após o procedimento, evidenciam-se necroses. Fonte: Leyton et. al. 2016
.
Radiodermite localizada. Acidente de Goiânia, Césio 137.Fonte: Google Acadêmico.
Amputação d
emembro direito
 devido a exposição à radiação, césio 137. Acidente de Goiânia. Fonte: Google Acadêmico.
Queimadura provocada pela exposição à radiação. Acidente de Gioânia, césio 137. Fonte: Google Acadêmico
Para os Indivíduos Ocupacionalmente exposto (IOE), no Brasil, os limites de dose estãoestabelecidos na portaria 453. Mas os limites de dose não são direcionados ao paciente, pois a radiação x é utilizada no diagnóstico ou tratamento. Porém devem-se respeitar os níveis de doses em determinada prática, contudo se um procedimento que utilizaria uma baixa taxa de radiação está exigindo uma utilização de doses mais altas, é necessário revisar o equipamento e as técnicas de trabalho (LEYTON et.al.2015).
CONCLUSÃO
Com toda a literatura estudada observa-se que o uso da radiação x é de grande valia para a humanidade. Sabe-se também que seu mau uso pode acarretar inúmeros problemas e consequências até mesmo irreversíveis ao corpo humano. Portanto é necessário fazer o uso da radiação tomando cuidados e observando os níveis de radiação e procedimentos de forma a ajudar no diagnóstico e tratamento e não expor excessivamente o paciente ou o profissional.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OKUNO, Emico, 2013. Efeitos biológicos das radiações ionizantes. Acidente radiológico de Goiânia. Disponível em: http://www.scielo.br. Acesso em out de 2018.
LEITE, T. C. S. B., 2017. Construção de aplicativo móvel para orientação diagnóstica em caso de exposição à radiação ionizante. Disponível em http://artefactum.rafrom.com.br. Acesso em out de 2018.
CASTRO, C. B; KOCK, K. de S, 2016; MAGAJEWSKI, F. R. L. Avaliação do conhecimento de acadêmicos de Medicina sobre os riscos da exposição ocupacional à radiação ionizante . Disponível em: http://www.amrigs.org.br. Acesso em out de 2018.
AMORIM, C. M. A.; PINHAL Jr, P., 2015. Os efeitos biológicos e os riscos associados aos raios x. Disponível em: https://revista.lusiada.br. Acesso em out de 2018.
SANTOS, L. A. P et. al., 2015. Sistema de instrumentação de multimedição de parâmetros de equipamentos de raios x diagnósticos. Disponível em: https://bjrs.org.br/revista. Acesso em out de 2018.
MELO, M. de F. B; MELO, S. L. S, 2008. Condições de radioproteção dos consultórios odontológicos. Disponível em: https://www.scielosp.org. Acesso em out de 2018.
GUIDETTI, A.M; ESCOBAR, C. JR. R; MALAQUIAS, D. P; NAIA, G. L; MENDONÇA, G. J. Z; CARNEIRO, M. S. C; CASSOL, P. G; MACHADO, V. V. C; BITTENCOURT, W. R; JUNIOR, L. F. C, 2016. O impacto da exposição à radiação nos exames de imagem para o paciente: revisão de literatura. Disponível em: https://scholar.google.com.br. Acesso em out de 2018.
ALBUQUERQUE, A. S.; MASTROCOLA, L. E., 2017. Radiação e exames diagnósticos: qual o risco real? Disponível em: http://socesp.org.br/revista. Acesso em out de 2018.
SILVA, P. P.; MARCONDES, A. L, 2018. Otimização da dose de radiação ionizante em tomografia computadorizada. Disponível em: http://www.fatecbt.edu.br. Acesso em out de 2018.
IARED, W.; SHIGUEOKA, D. C., 2010. Exposição à radiação durante exames de imagem: dúvidas freqüentes. Disponível em: http://files.bvs.br. Acesso em out de 2018.
LEYTON, Fernando et. al., 2015. Riscos da Radiação X e a Importância da Proteção Radiológica na Cardiologia Intervencionista: Uma Revisão Sistemática. Disponível em: https://www.researchgate.net. Acesso em out de 2018.
NICOLE, I. G., O acidente de
Gioânia (CNEN). Disponível em: https://scholar.google.com.br. Acesso em Nov de 2018.
SEARES, M. C; FERREIRA, C. A, 2002. A importância do conhecimento sobre radioproteção pelos profissonais da radiologia. Disponível em: https://scholar.google.com.br. Acesso em Nov de 2018

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