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474 Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 6 – Nov/Dez, 2019
RESUMO
Introdução: A mensuração precisa e sensível da composição corporal é uma importante ferramenta para o 
diagnóstico e controle da obesidade. Objetivo: Comparar as alterações da gordura corporal mensuradas através 
da absorciometria com raios-X de dupla energia (DEXA), análise da impedância bioelétrica (BIA) e dobras cutâneas 
(DC) em adultos saudáveis com sobrepeso, a fim de avaliar se os três métodos podem ser utilizados durante um 
programa de perda de peso (PPP). Métodos: Oitenta e quatro homens (n=36) e mulheres (n=48) com índice de massa 
corporal entre 25-29,9 kg/m2, idade entre 18-50 anos, não-fumantes e sedentários foram divididos aleatoriamente 
em grupos de de força, resistência, combinados de força mais resistência ou com recomendações de atividade 
física. Todos os indivíduos seguiram uma dieta hipocalórica (25-30% de redução na ingestão energética em relação 
ao gasto energético total diário). A intervenção durou 22 semanas. Resultados: A maior correlação foi obtida entre 
a DEXA e DC quando homens e mulheres foram estudados juntos (r=0,864, p<0,01). Foram encontradas diferenças 
significativas entre a DEXA e BIA no percentual de gordura (subestimação da BIA em 2,4%, p<0,05) nas mulheres. A 
subestimação foi mais determinante tanto para o percentual de gordura quanto para a massa gorda nos homens, 
13,2% versus 10,2%, e 6,8 kg versus 4,2 kg entre a BIA e DC, respectivamente (p<0,05). Todos os procedimentos 
obtiveram resultados similares (p>0,05) quando foram analisadas alterações na gordura corporal ocasionadas pela 
intervenção. No entanto, considerando os resultados da mínima diferença comparados à DEXA, a BIA apresentou 
maior sensibilidade para detectar mudanças no percentual de gordura e massa gorda, enquanto a DC subestimou 
as mudanças, com um percentual significativamente mais baixo considerado real (p=0,01). Conclusão: O método 
de DC parece subestimar as mudanças reais, portanto, a DEXA e BIA podem ser ferramentas mais eficazes para 
mensurar a alteração no percentual de gordura e a massa gorda durante um PPP. Nível de evidência II, Diagnóstico. 
Descritores: Composição corporal; Exercício; Dieta; Ensaio Clínico; Sobrepeso.
ABSTRACT
Introduction: Accurate and sensitive measurement of body composition is an important tool in the diagnosis and 
control of obesity. Objective: To compare body fat changes measured by dual-energy X-ray absorptiometry (DXA), bio-
electrical impedance analysis (BIA), and skinfolds (SK) in healthy overweight adults in order to evaluate whether all three 
methods can be used during a weight loss program (WLP). Methods: Eighty-four men (n=36) and women (n=48), body 
mass index 25–29.9 kg/m2, aged between 18-50 years, non-smokers and sedentary, were randomly assigned to strength, 
endurance, combined strength plus endurance, or physical activity recommendations groups. All subjects followed a hy-
pocaloric diet (25-30% decrease in energy intake in terms of the total daily energy expenditure). The intervention lasted 22 
weeks. Results: The highest correlation was obtained between DXA and SK when men and women were studied together 
(r=0.864, p<0.01). In women, significant differences were found between DXA and BIA in fat percentage (underestimation 
of BIA 2.4%, p<0.05). The underestimation was more determinant for both fat percentage and fat mass in men, 13.2% 
versus 10.2%, and 6.8 kg versus 4.2 kg between BIA and SK respectively (p<0.05). All the procedures obtained similar results 
(p>0.05) when changes in body fat caused by intervention were analyzed. However, considering results of the minimal 
difference compared to DXA, BIA showed the greatest sensitivity to detect changes in fat percentage and fat mass, while SK 
underestimated the changes, with a significantly lower percentage considered real (p=0.01). Conclusion: The SK method 
seems to underestimate real changes, therefore DXA and BIA can serve as more effective tools to measure the change in 
fat percentage and fat mass during WLP. Level of evidence II, Diagnosis.
Keywords: Body composition; Exercise; Diet; Clinical trial; Overweight.
RESUMEN
Introducción: La medición precisa y sensible de la composición corporal es una herramienta importante para el diagnóstico 
y control de la obesidad. Objetivo: Comparar las alteraciones de la grasa corporal medidas a través de la absorciometría con 
rayos X de doble energía (DXA), análisis de la impedancia bioeléctrica (BIA) y los pliegues cutáneos (PC) en adultos saludables con 
COMPARAÇÃO ENTRE DIFERENTES MÉTODOS PARA 
MENSURAÇÃO DA GORDURA CORPORAL APÓS UM 
PROGRAMA DE PERDA DE PESO
COMPARISON BETWEEN DIFFERENT METHODS FOR MEASURING BODY FAT AFTER A WEIGHT 
LOSS PROGRAM
COMPARACIÓN ENTRE DIFERENTES MÉTODOS PARA MEDICIÓN DE LA GRASA CORPORAL DESPUÉS DE UN 
PROGRAMA DE PÉRDIDA DE PESO
Pedro Jose Benito1 
(Profissional de Educação Física)
Carmen Gómez-Candela2 
(Médica)
María Dolores Cabañas3 
(Médica)
Barbara Szendrei1 
(Profissional de Educação Física)
Eliane Aparecida Castro1,4,5 
(Profissional de Educação Física)
em nome do Grupo de Estudos 
PRONAF
1. Grupo de Pesquisa LFE. 
Departamento de Saúde e 
Desempenho Humano. Faculdade 
de Ciências da Atividade Física e do 
Esporte. Universidad Politécnica de 
Madrid, Madrid, Espanha.
2. Departamento de Nutrição, 
IdiPAZ. Instituto de Investigación 
Hospital Universitario La Paz.
3. Departamento de Anatomia 
Humana e Embriologia. Faculdade 
de Medicina. Universidad 
Complutense de Madrid,
Madrid, Espanha.
4. Departamento de Ciências 
Esportivas e Condicionamento 
Físico, Faculdade de Educação, 
Universidad Católica de la Santísima 
Concepción, Concepción, Chile.
5. Programa de Pós-Gradução em 
Promoção da Saúde. Universidade 
de Franca, Franca, Brasil.
Correspondência:
Eliane Aparecida de Castro.
Rua dos Pracinhas, 2000, apto 01, 
Residencial Paraíso, Franca - SP, 
14403-160, Brasil. 
elianeaparecidacastro@gmail.com 
Artigo originAl
Original article
artículO Original
475Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 6 – Nov/Dez, 2019
sobrepeso, con el fin de evaluar si se pueden utilizar los tres métodos durante un programa de pérdida de peso (PPP). Métodos: 
Ochenta y cuatro hombres y mujeres (varones n=36 y mujeres n=48), con índice de masa corporal entre 25-29,9kg/m2, edad entre 
18-50 años, no fumadores y sedentarios fueron divididos aleatoriamente en grupos de fuerza, resistencia, combinados de fuerza 
más resistencia o con recomendaciones de actividad física. Todos los individuos siguieron una dieta hipocalórica (25-30% de 
reducción en la ingestión energética con relación al gasto energético total diario). La intervención duró 22 semanas. Resultados: 
La mayor correlación fue obtenida entre DXA y PC cuando hombres y mujeres fueron estudiados conjuntamente (r=0,864, p<0,01). 
Se encontraron diferencias significativas entre DXA y BIA en el porcentual de grasa (subestimación de la BIA en 2,4%, p<0,05) en 
las mujeres. La subestimación fue más determinante, tanto para el porcentual de grasa como para la masa grasa en los hombres, 
13,2% versus 10,2%, y 6,8 kg versus 4,2 kg entre BIA y PC, respectivamente (p<0,05). Todos los procedimientos obtuvieron resultados 
similares (p>0,05), cuando se analizaron alteraciones en la grasa corporal causadas por la intervención. Sin embargo, considerando 
los resultados de la mínima diferencia comparados a DXA, la BIA presentó mayor sensibilidad para detectar cambios en el porcentual 
de grasa y masa grasa, mientras que la PC subestimó los cambios, con un porcentual significativamente más bajo considerado real 
(p=0,01). Conclusión: El método de PC parece subestimar los cambios reales, por lo tanto, la DXA y la BIA pueden ser herramientas 
más eficaces para medir la alteración en el porcentual de grasa y masa grasa durante un PPP. Nivel de evidencia II, Diagnóstico.
Descriptores:Composición Corporal; Ejercicio; Dieta; Ensayo Clínico; Sobrepeso.
Artigo recebido em 16/05/2015 aprovado em 02/05/2019DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1517-869220192506149743
INTRODUÇÃO
A medição precisa e sensível da composição corporal é necessária 
para avaliar o estado nutricional dentro e entre populações, bem como 
uma ferramenta importante no diagnóstico e no acompanhamento de 
obesidade e distúrbios metabólicos. 
Embora métodos amplamente utilizados, a medida da dobra cutânea 
(DC)1 e a análise da bioimpedância elétrica (BIO)2,3 têm limitações e baixa 
precisão.3 Sexo, gênero, etnia, idade e nível de condição física e atlética 
afetam a fórmula da prega cutânea, o que requer várias medições em di-
ferentes locais.4 A espessura das pregas cutâneas também é relativamente 
imprecisa em indivíduos obesos.5 A análise da composição corporal usando 
BIO pode ser influenciada pelo exercício, ingestão de líquidos, desidrata-
ção e até tabagismo.6,7 No entanto, a BIO é amplamente utilizada, barata 
e sem a necessidade de um treinamento de alto nível para o operador.
A absorciometria por dupla emissão de raio-X (DEXA) foi introduzida 
e rapidamente utilizada como método de critério de avaliação da com-
posição corporal.8 A DEXA é um modelo de três compartimentos, um de 
massa de gordura (MG) e dois componentes de massa livre de gordura 
(MLG), ou seja, conteúdo mineral ósseo (CMO) e massa magra (MM). A 
DEXA, no entanto, não é amplamente utilizada fora da área clínica ou de 
pesquisa. As maiores desvantagens do uso desta técnica são o elevado 
custo do equipamento e a exposição desnecessária dos pacientes à 
radiação, tornando questionável as medições com a DEXA como uma 
ferramenta de monitoramento durante os programas de intervenção.
Do ponto de vista prático, saber a diferença entre as várias formas de 
medição, fornece uma maneira de comparar e padronizar os dados de 
referência. Entretanto, para monitorar um programa de perda de peso é 
mais importante saber se as mudanças observadas são semelhantes em 
cada técnica. Se houver diferenças entre as mudanças, a interpretação 
delas deverá incluir a técnica usada. A precisão de curto prazo das men-
surações de composição corporal com a DEXA varia ligeiramente com 
o tipo de tecido, com massa magra demonstrando melhor precisão do 
que a massa de gordura. O coeficiente de variação das medidas de massa 
magra do corpo inteiro foi reportado como sendo, aproximadamente, 
1,0%; enquanto que, para a massa gorda e o percentual de gordura 
corporal, o coeficiente varia entre 0,8 e 2,7%.9 Contudo, a precisão das 
medidas da BIO é baixa, apresentando um coeficiente de variação para 
massa de gordura de 40%, para porcentagem de gordura de 24,2% e 
para massa livre de gordura de 18,6%.10
Segundo Toombs et al.9 a precisão da DEXA para avaliar a composição 
corporal foi de 0,4%, 1,0% e 0,9% (coeficiente de variação da raiz média 
quadrada) para massa magra, massa gorda e percentual de gordura 
corporal, respectivamente. Estudos anteriores indicaram que a BIO 
apresentava uma tendência de superestimar levemente a composição 
corporal em comparação com a DEXA.10
O objetivo deste estudo foi comparar as alterações na gordura 
corporal total mensuradas pela BIO, DC e DEXA em adultos saudáveis 
com excesso de peso, com o intuito de avaliar se todos os três métodos 
poderiam ser utilizados durante um programa de perda de peso.
MÉTODOS
Participantes
Os participantes eram adultos saudáveis, com sobrepeso [índice de 
massa corporal (IMC) 25-29,9 kg/m2], não-fumantes, sedentários (uma 
ou menos sessões de exercício por semana), que não estivessem em 
um programa de dieta, normoglicêmicos e todas as mulheres estavam 
na pré-menopausa e tinham ciclos menstruais regulares. Indivíduos 
com histórico de treinamento sistemático de força ou resistência (mais 
de uma vez por semana de treinamento de intensidade moderada a 
alta) durante o último ano, antes do estudo, foram excluídos. O grupo 
(n=84) consistiu de homens (n=36) e mulheres (n=48) jovens e de meia-
-idade (entre 18 e 50 anos) residentes em Madri. Os voluntários que 
atenderam os critérios de inclusão e passaram no exame físico inicial 
foram estratificados por idade e sexo e distribuídos aleatoriamente em 
quatro grupos de intervenção com dieta e exercício.
Visão geral do estudo
Este estudo se constituiu de uma intervenção de 24 semanas. As 
medições foram realizadas durante a primeira semana (valores iniciais, 
visita 1) para todos os sujeitos antes de iniciar o treinamento, e após 22 
semanas de treinamento, durante a semana 24 (valores pós-treinamento, 
visita 2). Os ciclos menstruais foram controlados por diário para definir as 
fases folicular e lútea, quando as amostras de sangue foram coletadas.11
A prescrição dietética foi realizada por nutricionistas especialistas 
do Departamento de Nutrição do Hospital Universitário La Paz (HULP). 
Todos os grupos foram submetidos a uma dieta hipocalórica individua-
lizada (entre 1200 e 3000 kcal). A dieta impliava uma redução de 25% 
em comparação com o gasto energético total diário (GETD)12 medido 
através de acelerometria pelo SenseWear Pro Armband™.
Todos os grupos de exercícios seguiram um programa de treinamento 
de 3 vezes/semana durante 22 semanas, supervisionados por treinadores 
certificados. A intensidade foi medida em RM (repetição máxima) para o 
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exercício de força ou FCR (reserva de frequência cardíaca) para o exercício 
de resistência e foi de 50% e 60% dos 15RM e HRR para as semanas 2-5 e 
6-23, respectivamente. A duração total da sessão de treinamento foi de 
51 min 15 seg e 64 min para as semanas 2-14 e 15-23, respectivamente. O 
número de voltas do circuito foi de duas para as semanas 2-14 e três para 
as semanas 15-23. Cada exercício durou 45 seg, o tempo necessário para 
completar 15 repetições dos exercícios de força. O período de recuperação 
entre cada exercício do circuito e entre as voltas para o circuito foi de 15 
seg e 5 min, respectivamente. Para ampliar o conhecimento sobre nosso 
ensaio clínico, leia a publicação metodológica.13
As medidas de DEXA, BIO e DC foram realizadas no mesmo dia em 
que os participantes foram ao hospital na primeira ocasião.
De acordo com as diretrizes da Declaração de Helsinque em rela-
ção à pesquisa com seres humanos, antes do início da investigação, 
os participantes leram e assinaram um documento de consentimento 
informado institucionalmente aprovado. O protocolo para este estudo 
foi revisado e aprovado pelo Comitê de Revisão de Pesquisa Humana 
do Hospital Universitário La Paz (PI-643). Registrado segundo o número 
de identificação clinicaltrials.gov NCT01116856. 
MENSURAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
Antropometria e dobras cutâneas
As medidas antropométricas incluíram estatura (1 cm, estadiômetro 
Holtain Limited, Crymych, Reino Unido) e massa corporal (0,1 kg, La-
fayette Instruments Company, Lafayette, Indiana, EUA). Quatro dobras 
cutâneas, tríceps, bíceps, subescapular e supra-ilíaca, foram medidas 
(após calibração do plicômetro), seguindo os métodos utilizados pela 
Sociedade Internacional para o Avanço da Cineantropometria (ISAK), e 
substituindo o log da soma aplicando a equação de Durnin e Womer-
sley14 para cada idade e sexo, e usando a equação de Siri (1961) para 
transformação da densidade corporal em porcentagem de gordura. A 
massa gorda foi obtida pela multiplicação do percentual de gordura pelo 
peso corporal total (kg). Teste-reteste foi utilizado para avaliar o avaliar o 
erro de precisão através do cálculo do erro total (TE = √∑ ((measurement 
1 – measurement 2)2 / n)).15 O erro de precisão em nosso laboratório foi 
de 0,43% para o percentual de gordura corporal.
DEXA
A gordura corporal, a massa livre de gordura e o conteúdo mineral 
ósseo foram medidos pela A absorciometriapor dupla emissão de raio-X. 
Um scanner Lunar iDXA ™ (GE Healthcare, Chalfont St Giles, Bucks., Reino 
Unido) com o software enCORE ™ 2007 v.11 foi usado para realizar a 
varredura de corpo inteiro. Antes de iniciar a análise, todos os objectos 
metálicos foram removidos dos participantes para assegurar a precisão 
da medição. A calibração diária do scanner foi realizada usando uma 
coluna fantasma contendo compostos de osso, gordura e tecido magro. 
Os participantes foram posicionados no leito do digitalizador de acordo 
com as recomendações do fabricante e instruídos a permanecerem o 
mais estáveis possível durante a duração do exame.
O erro de precisão de medidas DEXA em nosso laboratório era 0,65% 
para o percentual de gordura corporal.
Bioimpedância
A medição da BIO foi realizada antes do escaneamento DEXA em 
todos os sujeitos. Um analisador de impedância bioelétrica de múltiplas 
frequências OMRON BF 306W (OMRON HEALTHCARE Co., Ltd, Ukyo-ku, 
Kyoto, Japão), definido para usar o algoritmo proprietário ‘normal’ (não-
-atlético), foi usado para a medição da bioimpedância. Para assegurar a 
predição exata das equações da BIA, seguiram-se normas anteriores para 
melhorar a precisão.16 Os participantes colocavam seus calcanhares em 
contato com os círculos dos eletrodos metálicos na escala Xoor. Uma 
vez que o peso era registrado, os indivíduos eram instruídos a segurar as 
manoplas de forma que os eletrodos metálicos estivessem em contato 
com as palmas das mãos e os polegares.
O erro de precisão das medidas da BIA em nosso laboratório era de 
0,52% para o percentual de gordura corporal.
Todas as medidas foram realizados seguindo o protocolo normal 
com, pelo menos, 3 horas após uma refeição (incluindo bebida), e os 
indivíduos foram instruídos a evitar qualquer exercício extenuante 12 
horas antes das medições. Além disso, solicitou-se aos participantes 
esvaziar a bexiga antes das medições. As mulheres não foram medidas 
durante o período menstrual.17
Análise estatística
Todos os dados foram reportados como média ± desvio-padrão (DP). O 
teste de Kolgomorov Smirnov realizado indicou que todos os dados eram 
normalmente distribuídos.Uma ANOVA de dois fatores [sexo (2 groups) x 
idade categorizada (3 groups)] com medidas repetidas foi utilizada para 
determinar diferenças entre os métodos (DEXA, BIO, DC). A simetria composta 
ou esfericidade foi verificada pelo teste de Mauchly. Quando a hipótese de 
esfericidade não foi atendida, a significância das razões F foi ajustada de 
acordo com o procedimento Greenhouse-Geisser. Comparações múltiplas 
de ANOVAs foram realizadas pelo teste post-hoc de Bonferroni. Para verificar 
a sensibilidade dos diferentes métodos para medir a mudança na gordura 
corporal, foram traçados gráficos para viés, seguindo o procedimento 
descrito por Bland e Altman. A correlação de Pearson foi usada para inves-
tigar a concordância entre os três métodos. As diferenças mínimas foram 
calculadas de acordo com Weir18 e o teste do qui-quadrado foi utilizado para 
identificar qualquer associação entre os diferentes métodos na classificação 
de perda significativa de gordura. A análise estatística foi realizada com o 
software SPSS 15.0 for Windows (SPSS Worldwide Headquarters, Chicago, 
IL) e o nível de significância p < 0,05 foi utilizado para declarar significância 
para todos os procedimentos estatísticos.
RESULTADOS
As características dos sujeitos são mostradas na Tabela 1. Em ge-
ral, os homens eram mais altos (+ 13,6 cm ; p < 0,05) e mais pesados 
 (+14,6 kg; p < 0,05 ) do que as mulheres, e tinham um IMC mais elevado 
(+0,7 kg/m2; p < 0,05). 
Não foram encontradas boas correlações entre a DEXA e os demais 
métodos de avaliações da composição corporal, BIO e DC. Os valores 
de correlação foram menores para DC do que para BIO, aumentando a 
força de associação quando as duas visitas eram agrupadas. A correlação 
mais alta foi obtida entre DEXA e DC quando homens e mulheres foram 
considerados juntos (r = 0,864; p < 0,01), enquanto a menor correlação 
era em mulheres entre DEXA e DC (r = 0,313; p < 0,01) (Tabela 2).
Em termos absolutos, os resultados da BIO subestimaram o MG% 
em 6,7%, e 3,6 kg, assim como o método das DC em 4,3% e 1,8 kg 
quando comparado à DEXA (p < 0,05), embora os resultados tenham 
sido altamente dependentes do sexo. Diferenças significativas foram 
encontradas apenas para as mulheres quando comparados DEXA com 
Tabela 1. Características dos participantes (média e desvio padrão (DP)). 
  Mulheres (n=48) Homens (n=36) Todos (n=84)
  Média DP Média DP Média DP
Peso (kg) 73,6a 6,2 88,2 8,0 79,4 10,0
Estatura (cm) 162,0 a 6,1 175,6 7,1 167,4 9,3
Idade (anos) 37,4 8,2 37,2 8,0 37,3 8,1
IMC (kg/m2) 27,9 a 1,3 28,6 1,1 28,2 1,3
a. Diferenças significativas com homens (p<0,05).
477Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 6 – Nov/Dez, 2019
BIO no percentual de gordura (subestimação da BIO em 2,4%, p < 0,05). 
Para homens, subestimações no percentual de gordura e na massa de 
gordura eram mais determinantes, 13,2% e 10,2%, 6,8 kg e 4,2 kg para 
BIO e DC, respectivamente, em comparação com medições da DEXA 
(p < 0,05). Quando a primeira e a segunda visitas foram reunidas para 
análise, uma relação significativa foi encontrada entre o géneros, idade 
e procedimento de medição na massa gorda [F (2,456) = 4,204 com p = 
0,011], mas não em porcentagem de gordura [F (2,589) = 1,001 com p 
> 0,05], na qual uma interação foi encontrada entre método de medida 
e idade [F (2,589) = 6,386 com p = 0,001] (Tabela 3).
Nas mulheres, diferenças significativas foram encontradas tanto para 
o percentual de gordura quanto para a massa gorda entre os valores 
Tabela 3. Medidas da DEXA, BIO e DC para a massa de gordura (MG) em quilogramas (kg) e porcentagem (%) em homens e mulheres; com idade entre 18 e 50 anos; 
(n = 84) na primeira visita (V1), segunda visita (V2) e agrupamento V1+V2/2 (Total).
  Mulheres (n=48) Homens (n=36) Todos (n=84)
  Média DP Mín Máx Média DP Mín Máx Média DP Mín Máx
DEXA MG (Kg) V1 29,6 4,5 21,1 38,4 29,7 4,5 18,9 35,9 29,6 4,5 18,9 38,4
BIO MG (Kg) V1 27,9a 4,7 18,8 40,6 23,4a 5,0 14,4 33,4 26,1a 5,3 14,4 40,6
DC MG (Kg) V1 29,1b 3,9 17,7 39,2 26,1ab 5,9 14,2 41,9 27,9# 5,0 14,2 41,9
                         
DEXA MG (Kg) V1 39,7 6,6 27,6 50,1 39,1 6,2 26,7 47,5 39,5 6,4 26,7 50,1
BIO MG (Kg) V1 37,2a 3,4 29,0 42,3 26,1a 3,8 20,0 34,3 32,9a 6,4 20,0 42,3
DC MG (Kg) V1 38,9b 3,3 27,4 43,7 29,2ab 4,3 19,7 38,4 35,0 ab 6,1 19,7 43,7
                         
DEXA MG (Kg) V2 24,0 5,9 11,8 35,4 24,0 5,5 10,8 34,7 24,0 5,7 10,8 35,4
BIO MG (Kg) V2 22,6 5,8 9,4 41,1 16,9a 4,6 9,0 27,6 20,3a 6,0 9,0 41,1
DC MG (Kg) V2 24,0b 4,2 13,9 35,3 19,3ab 5,1 10,5 33,6 22,1b 5,1 10,5 35,3
                         
DEXA MG (Kg) V2 34,8 8,5 18,0 49,2 34,2 6,9 18,1 45,2 34,6 7,8 18,0 49,2
BIO MG (Kg) V2 32,5 5,2 18,1 42,5 20,7a 3,9 14,4 31,9 27,8a 7,5 14,4 42,5
DC MG (Kg) V2 35,0b 3,3 25,5 40,9 23,7 ab 4,0 16,7 33,3 30,4 ab 6,7 16,7 40,9
                         
DEXA MG (Kg) Total 26,8 5,2 11,8 38,4 26,9 5,0 10,8 35,9 26,8 5,1 10,8 38,4
BIO MG (Kg) Total 25,2 5,2 9,4 41,1 20,1a 4,8 9,0 33,4 23,2a 5,7 9,0 41,1
DC MG (Kg) Total 26,6 4,1 13,9 39,2 22,7ab 5,5 10,5 41,9 25,0ab 5,1 10,5 41,9
                         
DEXA MG (Kg) Total 37,3 7,5 18,0 50,1 36,6 6,5 18,1 47,5 37,0 7,1 18,0 50,1
BIO MG (Kg) Total 34,9a 4,3 18,1 42,5 23,4a 3,8 14,4 34,3 30,3a 7,0 14,4 42,5
DC MG (Kg) Total 36,9 3,3 25,5 43,7 26,4ab 4,2 16,7 38,4 32,7ab 6,4 16,7 43,7
a. Diferenças significativas com a DEXA (p<0,05). b. Diferenças significativas com a BIO (p<0,05). #. Tendência a diferenças significativas com a DEXA (p=0,078).
Mulheres Homens
HomensMulheres
 DEXA BIO DC
a
a
a
a
a a
a ab
ab
ab
bb
b b
 DEXA BIO DC
 DEXABIO DC DEXA BIO DC
18-30 31-40 41-50
40
35
30
25
20
15
50
45
40
35
30
25
20
15
50
45
40
35
30
25
20
15
40
35
30
25
20
15
G
or
du
ra
 c
or
po
ra
l (
kg
)
G
or
du
ra
 c
or
po
ra
l (
%
)
G
or
du
ra
 c
or
po
ra
l (
%
)
G
or
du
ra
 c
or
po
ra
l (
kg
)
Figura 1. Diferenças entre DEXA, BIO e DC, categorizadas por idade para homens e 
mulheres, na massa de gordura (MG) em quilogramas (kg) e porcentagem (%). a. Dife-
renças significativas com a DEXA (p<0,05). b. Diferenças significativas com a BIO (p<0,05).
Tabela 2. Resumo da associação (correlação de Pearson) entre DEXA, BIO e DC 
nas duas visitas e no total.
 
Mulheres Homens Todos
r p r p r p
DEXA MG (Kg) V1 - BIO FM (Kg) V1 0,342 0,02 0,199 0,34 0,227 0,06*
DEXA MG (Kg) V1 - DC FM (Kg) V1 0,301 0,05* 0,102 0,61 0,199 0,10
DEXA MG (%) V1 - BIO FM (%) V1 0,304 0,05* 0,142 0,50 0,205 0,09*
DEXA MG (%) V1 - DC FM (%) V1 0,131 0,40 0,085 0,67 0,131 0,28
DEXA MG (Kg) V2 - BIO FM (Kg) V2 -0,049 0,75 0,266 0,18 0,077 0,53
DEXA MG (Kg) V2 - DC FM (Kg) V2 -0,040 0,80 0,117 0,56 0,045 0,71
DEXA MG (%) V2 - BIO FM (%) V2 0,034 0,83 0,181 0,37 0,101 0,41
DEXA MG (%) V2 - DC FM (%) V2 0,094 0,55 -0,022 0,91 0,099 0,42
V1 e V2 Agrupadas n=48 n=36 n=84
DEXA MG (Kg) - BIO FM (Kg) V1&V2 0,825 <0,01 0,751 <0,01 0,798 <0,01
DEXA MG (Kg) - DC FM (Kg) V1&V2 0,313 <0,01 0,476 <0,01 0,327 <0,01
DEXA MG (%) - BIO FM (%) V1&V2 0,829 <0,01 0,815 <0,01 0,756 <0,01
DEXA MG (%) - DC FM (%) V1&V2 0,636 <0,01 0,777 <0,01 0,864 <0,01
n=96 n=72 n=168
Em negrito não significativo (p>0,05); *Tendência à significância.
da BIO e DEXA, em indivíduos de 18 a 30 anos (p < 0,05). O método das 
DC apresentou diferenças com DEXA na faixa etária de 18 a 30 anos, na 
massa gorda (p < 0,05). Nos homens, a BIO e DC mostraram diferenças 
significativas com a DEXA em quase todas as idades (p < 0,001), exceto 
nos grupos de 41 a 50 anos na massa de gordura (Figura 1).
Por outro lado, quando a mudança de gordura causada pela interven-
ção foi analisada, em kg ou em porcentagem, todos os procedimentos 
obtiveram resultados semelhantes (p > 0,05). As mudanças obtidas na 
massa de gordura com as diferentes técnicas foram 5,7 ± 3,5 kg, 5,7 ± 
3,4 kg, 5,8 ± 3,4 kg e 4,9 ± 3,5%, 4,9 ± 3,3%, 4,6 ± 3,4% para a DEXA, BIO 
e DC respectivamente (Figura 2, dados não mostrados).
Os gráficos de Bland e Altman indicaram que tanto a BIO quanto 
as DC foram procedimentos válidos em relação à DEXA para avaliar a 
478 Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 6 – Nov/Dez, 2019
mudança de gordura produzida por uma intervenção ou estratégia de 
perda de peso. As diferenças não foram significativas entre as três técnicas 
nas mudanças observadas. Ao comparar as alterações observadas entre 
DEXA e BIO, o valor da diferença não foi significativo, 0,2 kg (0,3 % com 
p > 0,05). Quando DEXA e DC foram comparados, o valor desta última 
também não foi significativo -0,3 kg (0,1% com p > 0,05) (Figura 3).
Em qualquer intervenção, definir a diferença considerada real, que 
reflete uma mudança real e não a diferença que está dentro do que 
pode ser razoavelmente esperado dado ao erro de medição de qual-
quer teste, é mais importante.18 Os resultados da diferença mínima 
são apresentados na Tabela 4. A BIO apresentou a maior sensibilidade 
para detectar alterações no percentual de gordura e na massa gorda. 
Quando comparado com a medida padrão adotada (DEXA), DC subes-
tima as mudanças, com uma porcentagem significativamente menor 
considerada real (p < 0,05).
DISCUSSÃO
Em nosso estudo, comparamos três métodos (DEXA, BIO e DC) para 
verificar diferenças entre as mudanças na gordura corporal observadas 
durante um programa de dieta e exercício. Nossos dados mostraram 
claramente que as diferenças na mudança de gordura eram compa-
ráveis; apesar do método DC subestimar as mudanças reais induzidas 
pelo programa de perda de peso. Este estudo tem um ponto prático, 
sugere que um técnica freqüentemente usada como a BIO também é 
uma boa ferramenta para acompanhar um programa de perda de peso.
Estudos anteriores demonstraram que diferenças entre variáveis 
antropométricas indiretas e DEXA em porcentagem de gordura e massa 
gorda eram dependentes do sexo e idade.19 Diferenças entre BIO e 
DEXA também foram maiores em indivíduos com maior quantidade 
de gordura para ambos os sexos.8 No nosso caso, maiores diferenças 
entre os diferentes métodos foram obtidas em homens, mas no nosso 
estudo, não houve uma maior diferença dependente da quantidade 
de gordura, possivelmente por causa da amostra analisada, apenas as 
pessoas com sobrepeso.
Em jovens adultos resultados comparativos entre BIO e DEXA per-
manecem controversos. Duz et al.20 estudaram universitários com idades 
entre 18 e 26 anos (104 homens, 104 mulheres) e encontraram a BIO 
subestimava o percentual de gordura corporal em 4,8% em homens e 
9,2% em mulheres, além do maior percentual de gordura corporal que os 
sujeitos apresentavam e a maior diferença aparecerem nos valores da BIO.
Neste estudo, a BIO mostrou uma subestimação em 2,4% em 
comparação com a DEXA em mulheres, além disso, esta comparação em 
homens era significativamente maior 13,3% (dados não mostrados). Esta 
subestimação mais acentuada no sexo masculino pode ser observada na 
primeira e segunda visitas (tabela 3). A explicação pode estar na pequena 
diferença no percentual de gordura em nossa amostra entre homens e 
mulheres, ou no fato de que as equações reais do dispositivo BIO poderiam 
não representar completamente a população europeia, devendo ser 
parcialmente revistas.2 Algo semelhante ocorreu com idosos, relatando 
a subestimação do percentual de gordura corporal em homens e mu-
lheres, observando que as medidas de BIO aumentaram em indivíduos 
com alto percentual de gordura corporal,17 sendo que a interpretação 
destes estudos diferem apenas na categorização da grande massa de 
gordura. Resultados anteriores indicam que a BIO é um método válido 
para avaliação da porcentagem de gordura corporal, em sujeitos com peso 
corporal normal ou obesos, mas que deve ser utilizada com precaução em 
mulheres e em homens com excesso de peso corporal ou gordura.8,21,22
Além disso, Erselcan et al.23 encontraram que os valores no 
percentual de gordura corporal obtidos com os métodos de BIO e 
dobras cutâneas correlacionaram-se fortemente com os valores da 
DEXA em indivíduos não obesos.
Embora a equação de dobras cutâneas de Durnin e Womersley 
(1974), produziu valores de percentuais de gordura corporal de 26,4 ± 
4,2% e 36,9 ± 3,3% para o sexo masculino e feminino, respectivamente, 
fornecendo valores mais baixos do que aqueles encontrados pela DEXA 
no presente estudo, a subestimação foi mais determinante em homens 
10,2% em comparação com as medidas da DEXA . Nossos achados foram 
consistentes com estudos anteriores que relataram que equações de 
dobras cutâneas não predizem com precisão a porcentagem de gordura 
corporal quando comparadas com o método de referência da DEXA.7,24 
Por outro lado, nossos resultados foram diferentes dos pesquisadores que 
relataram que o percentual de gordura corporal derivado de medidas 
de dobras cutâneas prediziam com precisão a porcentagem de gordura 
quando comparado à DEXA.6,25
Possíveis razões pelas quais as dobras cutâneas subestimam o per-
centual de gordura corporal foram descritas em detalhe,20,26 e outros 
Figura 2. Diferenças entre DEXA, BIO e DC entre a visita 1 e a visita 2, categorizadas 
por sexo, na massa de gordura (MG) em quilogramas (kg) e porcentagem (%).
DEXA Dif V1-V2 BIO Dif V1-V2 DC Dif V1-V2 DEXA Dif V1-V2 BIO Dif V1-V2DC Dif V1-V2
12
10
8
6
4
2
0
12
10
8
6
4
2
0
G
or
du
ra
 c
or
po
ra
l (
kg
)
Sem diferenças significativas
p>0,05
Sem diferenças significativas
p>0,05
Mulheres Homens Total
G
or
du
ra
 c
or
po
ra
l (
%
)
Figura 3. Gráficos de Bland-Altman para a média da diferença entre os métodos 
comparados com a DEXA como referência em kg e porcentagem. A linha cinza indica 
a tendência das diferenças.
15,00
10,00
5,00
0,00
-5,00
-10,00
-15,00
15,00
10,00
5,00
0,00
-5,00
-10,00
-15,00
15,00
10,00
5,00
0,00
-5,00
-10,00
-15,00
15,00
10,00
5,00
0,00
-5,00
-10,00
-15,00
D
if_
m
ud
an
ça
 D
EX
A_
BI
O
 (%
)
Média_mudança DEXA_BIO (kg)
Média_mudança DEXA_DC (kg) Média_mudança DEXA_DC (%)
Média_mudança DEXA_BIO (%)
D
if_
m
ud
an
ça
 D
EX
A_
D
C 
(%
)
D
if_
m
ud
an
ça
 D
EX
A_
D
C 
(k
g)
D
if_
m
ud
an
ça
 D
EX
A_
BI
O
 (k
g)
0.00 2.50 5.00 7.50 10.00 10.50 0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00
0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 0.00 3.00 6.00 9.00 12.00
Tabela 4. Diferença mínima significativa para observar mudança (DM) e escores χ2.
  DEXA BIO DC
  kg % kg % kg %
DM 1,17 1,14 1,01 0,99 1,02 1,01
% de pessoas maior que a DM 90% 90% 94% 94,1% 90,8% 82,7%
DEXA χ2 - - 0,359 0,571 0,482 0,010a
BIO χ2 0,359 0,571 - - 0,068 0,631
a. Associação significativa com a DEXA (p<0,05).
479Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 6 – Nov/Dez, 2019
autores revelaram vários problemas no passado, na pesquisa estatística 
projetada para predizer o percentual de gordura através das dobras 
cutâneas e medidas antropométricas, incluindo amostras excessiva-
mente homogêneas e insuficientes, habilidade técnica ou nível de 
gordura.27 Um outro problema é o número de variáveis independentes 
dos participantes, o que invalida o uso de equações de regressão linear 
para a análise. O erro de medição inter e intraobservador, a calibração 
do paquímetro e a variabilidade da seleção do local podem diminuir 
ainda mais a confiabilidade do método de dobras cutâneas. Além disso, 
este problema é maior no caso de dobras cutâneas mais volumosas. Na 
verdade, não há equação antropométrica usando dobras cutâneas para 
pessoas obesas, apenas equações usando circunferências e diâmetros.5 
Diferenças entre dobras cutâneas e DEXA neste estudo podem ter 
sido resultadas pelas equações de previsão de dobra cutânea, porque 
estas equações foram baseadas em validação cruzada com o método 
de referência de dois compartimentos de pesagem hidrostática, em vez 
do método de três compartimentos (DEXA), ou métodos de referência 
multicompartimentais.9
Os resultados apresentado neste estudo foram limitados aos equipa-
mentos utilizados, como anteriormente comprovado que, mesmo dentro 
da mesma técnica, por exemplo da DEXA, com diferentes dispositivos, dife-
rentes resultados podem ser obtidos,28 como o algoritmo proprietário para 
os dispositivos de bioimpedância também poderiam explicar as diferenças.
Até onde sabemos, existem somente três estudos que investigaram a 
mudança obtida por diferentes métodos, antes e após uma intervenção 
em indivíduos com excesso de peso ou obesidade.22,29,30 No entanto, 
nenhum deles mostrou o método das dobras cutâneas como um dos 
métodos de comparação e seus resultados são controversos. Os dados 
do presente trabalho indicam que, embora haja muita variação entre 
os sujeitos, a BIO e a DEXA devem ser preferidas às dobras cutâneas.
CONCLUSÃO
Existem diferenças notáveis entre os valores obtidos com a DEXA e os 
outros métodos (BIO e DC), entretanto as diferenças na mudança de gordura 
foram comparáveis. Contudo, o método DC parece subestimar as mudanças 
reais e, portanto, DEXA e BIO podem ser ferramentas melhores e mais eficazes 
para medir a mudança no percentual de gordura e massa gorda durante um 
programa de perda de peso em indivíduos com excesso de peso.
AGRADECIMENTOS:
O estudo do PRONAF foi realizado com o apoio financeiro do Minis-
terio de Ciencia e Innovación, Convocatoria de Ayudas I+D 2008, Proyectos 
de Investigación Fundamental No Orientada, del VI Plan de Investigación 
Nacional 2008-2011, (Contrac: DEP2008-06354-C04-01) e também com 
apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Supe-
rior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.
Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito 
de interesses referente a este artigo.
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES: Cada autor contribuiu individual e significativamente para o desenvolvimento do manuscrito. EAC (0000-0002-4557-2921)* e PJB (0000-0002-
1631-8182)* realizaram a análise estatística e redigiram o manuscrito; BS (0000-0002-9987-0916)*, CGC (0000-0002-3879-0293)* and MDC (0000-0003-3805-7195)* participaram de sua 
concepção e coordenação e redigiram o manuscrito; PJB (0000-0002-1631-8182)* concebeu o estudo. Todos os autores leram e aprovaram a versão final do manuscrito e concordam 
com a ordem de apresentação dos autores. *ORCID (Open Researcher and Contributor ID).
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