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Atividade Circense

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Prévia do material em texto

AUTORES
CRISTIANE CASSONI GONÇALVES SANTOS
MARCELA CARVALHO DOURADO
ATIVIDADE
CIRCENSE
AÇÕES PEDAGÓGICAS NA
LICENCIATURA E NO BACHARELADO
ATIVIDADE CIRCENSE
Conselho Regional de Educação Física 
da 4
a
 Região – CREF4/SP
Conselheiros
Ailton Mendes da Silva
Antonio Lourival Lourenço
Bruno Alessandro Alves Galati
Claudio Roberto de Castilho
Erica Beatriz Lemes Pimentel Verderi
Humberto Aparecido Panzetti
João Francisco Rodrigues de Godoy
Jose Medalha
Luiz Carlos Carnevali Junior
Luiz Carlos Delphino de Azevedo Junior
Marcelo Vasques Casati
Marcio Rogerio da Silva
Marco Antonio Olivatto
Margareth Anderáos
Maria Conceição Aparecida Conti
Mário Augusto Charro
Miguel de Arruda
Nelson Leme da Silva Junior
Paulo Rogerio de Oliveira Sabioni
Pedro Roberto Pereira de Souza
Rialdo Tavares
Rodrigo Nuno Peiró Correia
Saturno Aprigio de Souza
Tadeu Corrêa
Valquíria Aparecida de Lima 
Vlademir Fernandes
Wagner Oliveira do Espirito Santo
Waldecir Paula Lima
ATIVIDADE CIRCENSE
Cristiane Cassoni Gonçalves Santos
Marcela Carvalho Dourado
Ações Pedagógicas na Licenciatura 
e no Bacharelado
2019
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Agência Brasileira do ISBN - Bibliotecária Priscila Pena Machado CRB-7/6971 
 
 
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Comissão Especial da Coleção Literária 20 anos 
da Instalação do CREF4/SP
Responsáveis, junto a diretoria do CREF4/SP, pela avaliação, aprovação e revisão 
técnica dos livros
Prof. Dr. Alexandre Janotta Drigo (Presidente)
Profa. Ms. Érica Beatriz Lemes Pimentel Verderi
Prof. Dr. Miguel de Arruda
Editora
Malorgio Studio
Coordenação editorial
Paolo Malorgio
Capa
Felipe Malorgio
Revisão
Joice Chaves
Imagens de capa
Freepik.com
Projeto gráfico e diagramação
Rodrigo Frazão
Copyright © 2019 CREF4/SP
Todos os direitos reservados.
Conselho Regional de Educação Física da 4a Região - São Paulo
Rua Líbero Badaró, 377 - 3o Andar - Edifício Mercantil Finasa
Centro - São Paulo/SP - CEP 01009-000
Telefone: (11) 3292-1700
crefsp@crefsp.gov.br
www.crefsp.gov.br
5
Sumário
Apresentação .............................................................................................................. 7
Introdução ................................................................................................................... 9
Atividade circense em um breve histórico ........................................................... 11
Atividade circense e o mercado de trabalho ........................................................ 13
Atividade circense na licenciatura ......................................................................... 17
Atividade circense no bacharelado ........................................................................ 21
Ações pedagógicas circenses .................................................................................. 25
Organização de apresentações, festivais circenses e show 
de variedades circenses ........................................................................................... 29
Planejamento de aulas circenses ............................................................................ 31
As atividades circenses e suas contribuições nos domínios cognitivo, 
motor, afetivo e social .............................................................................................. 35
Modalidades Circenses ........................................................................................... 37
 Modalidade aérea ................................................................................................. 39
 Tecido ................................................................................................................... 40
 Trapézio ................................................................................................................ 42
 Elástico ................................................................................................................. 43
 Bambu .................................................................................................................. 44
 Lira ....................................................................................................................... 44
 Corda indiana ....................................................................................................... 45
 Corda marinha ..................................................................................................... 45
Modalidade Acrobática ........................................................................................... 45
 Acrobacias de solo ................................................................................................ 45
 Báscula .................................................................................................................. 46
Modalidades de Manipulação ................................................................................ 49
Modalidades de Equilíbrio ..................................................................................... 51
 Monociclo ............................................................................................................. 51
 Perna de pau ......................................................................................................... 52
6
Noções básicas sobre segurança, cuidados com equipamentos 
e preparação corporal .............................................................................................. 55
 Modalidade Aérea ................................................................................................ 55
 Perna de pau ......................................................................................................... 56
 Modalidade Acrobática ........................................................................................ 56
Modelos de aulas...................................................................................................... 59
 Modelo de aula I ................................................................................................... 59
 Modelo de aula II .................................................................................................. 61
 Modelo de aula III ................................................................................................ 62
 Modelo de aula IV ................................................................................................ 63
 Modelo de aula V ................................................................................................. 64
Referências ................................................................................................................ 65
7
Apresentação
Esta é a segunda coleção literária que o Conselho Regional de Educação 
Física da 4ª Região - CREF4/SP lança, dessa vez para comemorar os 20 anos da 
sua instalação. O fato histórico de referência é a Resolução 011 de 28 de outubro 
de 1999, publicada pelo CONFEF, que fixou em seis, o número dos primeiros 
CREFs e, entre eles, o CREF4/SP, com sede na cidade de São Paulo e jurisdição 
em nosso Estado. 
Nesse momento, remeto-me à luta que antecedeu essa conquista, e que se 
iniciou com a “batalha” pela regulamentação de nossa profissão, marcada pela 
apresentação do Projeto de Lei nº 4.559/84, mas que somente foi efetivada pela 
Lei 9.696/98, passados 14 anos do movimento inicial no Congresso Nacional. 
Logo após essa vitória histórica, a próxima contenda foi a de atender aos requisi-
tos estabelecidospelas normas do CONFEF para a abertura de nosso Conselho, 
que à época exigia o registro de 2 mil profissionais. Com muito orgulho me lem-
bro da participação de minha cidade natal - Rio Claro - neste contexto, por meio 
do trabalho iniciado pelo Prof. José Maria de Camargo Barros, do Departamento 
de Educação Física da UNESP. Vários professores e egressos dos Cursos se mo-
bilizaram para inscreverem-se e buscarem novas inscrições em nossa cidade, 
tarefa na qual me incluí, tendo número de registro 000200-G/SP.
Atualmente o CREF4/SP é o maior Conselho Regional em número de regis-
trados, com uma sede que, além de bem estruturada, está bastante acessível aos 
Profissionais que se direcionam para a capital, estando próximo às estações de 
metrô São Bento e Anhangabaú. Também conta com a Seccional de Campinas 
bem aparelhada e atuante em prol da defesa da sociedade e atendimento aos 
Profissionais de Educação Física. Tudo isso demonstra que esses 20 anos foram 
de muito trabalho e empenho para a consolidação de nossa profissão, e assim 
destaco a força de todos os Conselheiros do passado e do presente e dos valo-
rosos empregados que ajudaram a construir esta realidade. 
Atividade Circense
8
Por isso insistimos em comemorar, agora os 20 anos do CREF4-SP, ofere-
cendo aos Profissionais de Educação Física, aos estudantes, às instituições de 
formação superior, bibliotecas e à sociedade uma nova Coleção Literária com-
posta de 20 obras, uma para cada ano do aniversário. Buscamos permanecer 
“orientando o exercício profissional, agindo com excelência, justiça e ética”, 
uma das missões de nosso Conselho.
Enquanto Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 4ª 
Região (CREF4/SP) apresento a Coleção Literária em Comemoração aos 20 Anos da 
Instalação do CREF/SP, composta por livros que procuraram acolher as neces-
sidades do campo profissional, atendendo o quesito de diversificação de con-
textos e de autores, priorizando temas inéditos em relação ao que vem sendo 
produzido por este Conselho. 
O faço na esperança de que os Profissionais de Educação Física leitores 
dessas obras demostrem o mesmo empenho e amor pela profissão que seus 
próprios autores dedicaram, oferecendo seu tempo e cedendo os direitos au-
torais dessa edição, tanto em relação ao livro físico quanto à versão digital de 
forma voluntária. Com esse gesto entram em conformidade com os pioneiros 
do CREF4/SP que assim o fizeram, e de certa forma ainda fazem, afinal não é 
por acaso que nosso lema atual é: “Somos nós, fortalecendo a profissão!” 
Parabéns para nós Profissionais de Educação Física do Estado de São Paulo. 
Nelson Leme da Silva Junior 
Presidente do CREF4/SP
9
Introdução
O principal objetivo deste livro é mostrar que a linguagem circense é uma 
opção para a prática de atividade física, que irá proporcionar aos praticantes 
não apenas benefícios fisiológicos e funcionais por meio dessa prática prazero-
sa, mas também desenvolvimento de aspectos psicossociais como autonomia, 
confiança, aumento da autoestima e socialização.
Ao longo deste livro desenvolvido com alegria pelas autoras, esperamos 
que fique evidente a relevância da inserção de atividades circenses no âmbito 
da Educação Física a fim de ampliar os conteúdos da cultura corporal com uma 
perspectiva lúdica. A seguir, uma breve descrição da ideia pela qual o trabalho 
foi estruturado.
A ideia é que este trabalho seja um guia para que o educador possa aplicar 
esses conhecimentos da melhor forma possível aos seus alunos, a fim de explo-
rar toda a riqueza das atividades circenses, de modo que possa até ressignificar 
conceitos e valores a partir dessa proposta de trabalho pedagógico, com uma 
gama imensa de possibilidades.
A aposta é que este livro seja um convite ao profissional para experimentar 
um novo meio de aprendizagem relacionado às expressões artísticas, deslocan-
do-se do ponto de vista costumeiro e tradicional da Educação Física, a partir do 
suporte e referências deste material.
Primeiramente, remontaremos das raízes do circo até os dias de hoje em 
um breve histórico, a partir das principais etapas de sua história. De um modo 
geral, como afirma Mário Fernando Bolognesi em seu livro Palhaços: “O circo 
é a exposição do corpo humano em seus limites biológico e social. O espetáculo 
fundamenta-se na relação do homem com a natureza, expondo a dominação e 
a superação humanas. (...). [Nele], os artistas não apresentam ‘interioridades’: 
eles são puro corpo exteriorizado, sublime ou grotesco, que se realiza e se ex-
tingue na dimensão mesma do seu gesto”.
Atividade Circense
10
Em seguida, abordará a grande gama de possibilidades das Atividades 
Circenses no Mercado de Trabalho da Educação Física, em destaque na 
Licenciatura e no Bacharelado.
No capítulo Ação Pedagógica Circense, detalhará como a prática do circo 
poderá ser desenvolvida em um processo pedagógico utilizado atualmente em 
algumas escolas e academias, mostrando que a atividade circense tem um cará-
ter formativo de um cidadão consciente de seu papel social.
No capítulo Organização de Apresentações, Festivais Circenses e Show 
de Variedades Circenses será destacada a importância desses festivais no am-
biente em que foi desenvolvido o trabalho com os alunos, pois é no momen-
to da apresentação ou festival que o aluno refletirá sobre todo o aprendiza-
do do período, irá trabalhar seu lado motivacional, autoestima e todo aspecto 
socioafetivo em conjunto com os colegas, além de se expressar culturalmente 
diante dos expectadores, em especial, seus familiares e amigos.
Na sequência, trará a importância do planejamento nas aulas circenses, 
pois o ato de planejar faz parte da história do ser humano, e não seria diferente 
nas montagens de aulas de atividades circenses. É neste momento que serão 
mapeados os objetivos e como alcançá-los a partir dos conteúdos selecionados.
Veremos uma breve descrição de como as atividades circenses contribuem 
para a formação do indivíduo de forma integral, pois exercem influência sobre 
os domínios cognitivo, motor, afetivo e social.
Por fim, a parte técnica, em que serão apresentadas todas as modalidades 
circenses com auxílio de imagens didáticas e descrições de exercícios. Além de 
um manual com exemplo de cinco aulas, capaz de dar forma a todo o conteúdo 
discutido no decorrer deste livro, unindo o conhecimento teórico à execução 
prática dos gestos.
Respeitável público, sejam bem-vindos ao encantador mundo do circo! Boa 
leitura!
11
Atividade circense 
em um breve histórico
Desde a mais remota forma de vida humana na Terra, atividades físicas são 
praticadas por inúmeras razões e necessidades. Vamos visitar brevemente, a 
partir de agora, os aspectos mais relevantes da trajetória da Atividade Circense 
em um tempo em que o homem ainda era um frequentador assíduo de caver-
nas, mundo afora.
A História registra o nascimento das artes circenses na China. Foram des-
cobertas pinturas de 5.000 anos atrás, de acrobatas, equilibristas e contorcionis-
tas. Suas práticas eram caracterizadas como uma forma de treinamento para 
guerreiros promovendo o ganho de agilidade, flexibilidade e força.
Observadores apontam pinturas de malabaristas e paradistas nas pirâmi-
des do Egito. Os grandes desfiles faraônicos exibiam animais exóticos como 
símbolo de ousadia territorial alcançada, caracterizando os primeiros doma-
dores. Na Índia os registros de contorcionismo e o salto são tão antigos quanto 
a música, o canto e as danças. Todos integravam os espetáculos sagrados. Já 
na Grécia as paradas de mão, o equilíbrio mão a mão, os números de força e o 
contorcionismo, tornaram-se modalidade olímpica.
No ano 70 a.C., já era possível assistir exibições de jogos incomuns que mais 
tarde foram classificados como jogos circenses, mas o primeiro uso da palavra 
Circo como jogo de diversão veio com o Circo Máximo de Roma. No ano de 
40 a.C., foi construído o Coliseu, uma arena de espetáculos, marcando o poder 
do Império Romano, a políticado “Pão e Circo” de Júlio César, que fornecia a 
população o divertimento e o alimento necessários para que não houvesse ato 
revolucionário.
No início do século XIX as práticas circenses passam a ser condenadas e os 
exercícios físicos são evidenciados. Nesse período, a ginástica fortalece laços 
com a educação, transformando-se em ordenativa, disciplinadora, metodoló-
gica e sistemática, aprisionamento diversas formas de linguagens de práticas 
Atividade Circense
12
corporais para moldar e adestrar o corpo, buscando, sobretudo certa ordem 
coletiva de gestos, tendo como principais defensores higienistas e pedagogos.
A instituição escolar, fortemente influenciada pela instituição médica, 
aprovou e implantou os exercícios ginásticos dentro de sua prática, visando 
utilidade, economia de energia, moral e higiene, educando efetivamente o cor-
po para um bom cidadão, para a estética da retidão 
Entretanto, segundo Ruiz (1987), os artistas circenses não buscavam uma 
economia de energia do movimento e sim ter no corpo o entretenimento, a 
espontaneidade, liberdade – que fora aprisionado pelas doutrinas – buscando 
renascer antigas formas, bem como o advento de novas, despertando, sobretu-
do para as dissonâncias da sociedade naquela época.
A ausência de regras fixas mostrava outra forma de viver, uma forma que 
rompia com as ordens institucionais, seus modos de vida desapareciam com 
as linhas de fronteiras e sem a fixação de um lugar para viver. Ao contrário de 
objetivos higienistas, o circo objetivava encantar, despertar na plateia os risos, 
as gritarias e as mais diversas sensações de medo, suspense e alegria.
Apenas ao final do século XX ocorre à expansão das práticas circenses na 
sociedade brasileira. Segundo Torres (1998), o circo não escapou das mudanças 
tecnológicas globais. Com o surgimento de outras formas de entretenimento, 
desenvolvimento dos grandes centros urbanos, mudanças na organização e ad-
ministração o circo deu campo a empresas, e surgem assim as escolas circenses.
Tal prática vem atraindo a atenção de profissionais que se dedicam as ati-
vidades, cujas temáticas coincidem com o circo em alguns dos seus aspectos. A 
partir da expansão dessa prática na modernidade observa-se sua utilização no 
âmbito social, educacional, recreativo, além do lazer e da saúde.
13
Atividade circense 
e o mercado de trabalho
Atividade
circense
Atividade
física Artístico
Condicionamento 
físico Educativo
Saúde ProfissionalPreparação física Formativa
Bem-estar Clas. circensesGeral Educar
Lazer Eventos, festasEspecífica Estimular
Superação Artista empreendedor
Para outras 
modalidades Preparar
Atividade Circense
14
A Atividade Circense possibilita o trabalho global do indivíduo no desen-
volvimento das capacidades físicas e de superação e pode ser praticada como 
uma opção de atividade física independentemente da faixa etária, sexo e nível 
de habilidade.
Promove uma grande satisfação pessoal, proporcionando a aprendizagem 
e o bem-estar por meio de experiências que contribuem para a realização de 
movimentos e elementos específicos e diferenciados.
O profissional de educação física poderá ministrar aulas das diferentes mo-
dalidades circenses em clubes, academias, administrar cursos ou oficinas avul-
sas, até mesmo para alunos com necessidades especiais.
Sendo assim, vamos apresentar áreas de atuação, campos de trabalho e 
suas interfaces com a Atividade Circense.
Preparação
física
Para outras 
modalidadesGeral Específica
O condicionamento físico geral e específico é parte integrante da Atividade 
Circense que se caracteriza pelas variadas possibilidades de movimentos e 
posicionamentos.
Como parte da preparação física para as diversas modalidades esportivas 
proporciona o domínio do corpo e o autocontrole, por meio do aperfeiçoamen-
to do esquema e da consciência corporal.
A diversidade e variedade de movimentos e situações levam a orientação 
espaço-temporal e à educação do movimento em busca da harmonia no equilí-
brio entre o máximo e o mínimo para a superação de limites.
Permite a aquisição de um bom potencial acerca das habilidades e capaci-
dades físicas ampliando o repertório motor, possibilitando uma melhoria no 
condicionamento físico para a prática de diferentes modalidades esportivas.
Atividade circense e o mercado de trabalho
15
O circo é uma atividade de base formativa e educativa, que favorece uma 
diversidade de experiências motoras.
A proposta deve apresentar evoluções significativas em um espaço com 
aparelhos diversificados e específicos. 
A Atividade Circense aplicada no contexto educacional deve proporcionar 
a obtenção de uma cultura corporal a partir de uma aprendizagem motivante.
Formativa
PrepararEstimular Educar
Saúde
SuperaçãoBem-estar Lazer
A Atividade Circense possibilita o trabalho global do indivíduo na pro-
moção da saúde, no desenvolvimento das capacidades físicas, sendo assim 
pode ser adotado como medida de intervenção no combate ao sedentarismo, 
assim como na redução do risco de desenvolver doenças, incluindo diabetes, 
hipertensão, cardiopatias e principalmente obesidade nesta perspectiva tem-se 
a seguinte hipótese: a prática da Atividade Circense é uma opção de atividade 
física, capaz de proporcionar benefícios na fisiologia do tecido adiposo.
Artístico
EventosProfissional Empreendedor
Atividade Circense
16
O artista circense profissional tem possibilidade de trabalhar em compa-
nhias de circo nacionais e internacionais, itinerantes ou não, em espetáculos de 
circo, teatro e dança, em eventos festas, ou mesmo abrir sua própria companhia 
entrando no mercado como artista empreendedor.
São capacitados para audições internacionais de grande porte como o 
Barnum & Bailey Ringling Brothers e Cirque du Soleil entre outras.
17
Atividade circense 
na licenciatura
A organização das primeiras sociedades da História tinha uma estrutura 
matriarcal, em que a mulher tinha uma forte correlação simbólica com a na-
tureza e assim, detinha uma grande compreensão do mundo ao seu redor e já 
fazia parte dessas vidas o coletivismo e o sedentarismo. Esse último devido aos 
fenômenos femininos, como ciclo menstrual, geração de novas vidas e ainda a 
amamentação. Por causa disso, as mulheres eram tidas como uma espécie de 
deusas, como uma microrrepresentação da mãe natureza e com isso, as mulhe-
res eram de compreensão misteriosa pelo sexo oposto.
Sendo assim, nesse tipo de organização social, a terra é de todos, as crian-
ças são criadas comunitariamente, os fenômenos naturais ainda não são bem 
compreendidos e por isso, são saudados com fervor a cada ciclo anual, que 
eram marcados pelo término e início de cada colheita, nos solstícios de verão 
e inverno. Neste modelo de civilização, vemos claramente que não há neces-
sidade de divisão de terras e muito menos de doutrinar o corpo, já que não 
existem classes sociais dominantes para terem necessidade da força física das 
classes escravas, e nem a necessidade de guerreiros para a defesa ou conquista 
de novos territórios.
Destaca-se nessas civilizações, a dança. Segundo Vitor Marinho de Oliveira, 
em seu livro O que é a educação física, “a dança primitiva podia ter carac-
terísticas eminentemente lúdicas como também um caráter ritualístico, onde 
havia demonstrações de alegria pela caça e pesca feliz ou a dramatização de 
qualquer evento que merecesse destaque, como os nascimentos e os funerais. 
Além disso, os primeiros povos perceberam que o exercício corporal, produ-
zindo uma excitação interior, podia levá-los a estados alterados de consciência. 
Acompanhadas por ruídos que tinham por fim exorcizar os maus espíritos, 
estas danças duravam horas ou mesmo dia, levando os seus praticantes a acre-
ditar estarem entrando em contato com o poder dos deuses”.
Atividade Circense
18
Em dado momento, as mulheres começaram a passar por um processo de 
questionamentos sobre sua inferioridade pelos homens que as idolatravam.
Além disso, com o ser humano sedentárioe o início das buscas por posse 
de novas terras, podemos imaginar o que acontecia quando os grupos nômades 
encontravam os grupos sedentários.
E por essas razões, os homens começaram a construir armas, dando início à 
Idade dos Metais, com o intuito de controle da natureza, onde podiam caçar e 
estocar seu alimento, e neste momento, passam a subjugar as mulheres, já que 
essas novas habilidades estão associadas à robustez física, e não mais à solida-
riedade, à bondade e ao coletivismo.
Já que agora o homem se sente capaz de dominar a mãe natureza, porque 
continuaria idolatrando uma suposta “mera representação simbólica” dela, ou 
seja, a mulher? É nesse momento que as civilizações deixam de ser matriarcais 
e passam a valorizar o masculino. E isso vem se estender até os dias de hoje.
Então, os territórios passam a ter proprietários, surge a hereditariedade e 
os homens têm como objetivo principal concentrar e acumular poder. E final-
mente, a necessidade de doutrinar corpos vira uma realidade.
Em um salto histórico, iremos para a Antiguidade Oriental e destacare-
mos as práticas esportivas da Índia e do Egito, e principalmente da China, que 
tem a história mais antiga dos esportes, por isso foi a maior influenciadora na 
Educação Física do Extremo Oriente, uma vez que os habilidosos chineses nes-
sa época já praticavam caça, lutas, natação, esgrima, hipismo e até um esporte 
chamado “tsu-chu”, que se assemelha ao nosso futebol.
Segundo Adriano José Rossetto, autor do livro Jogos educativos: estrutura 
e organização da prática, “Os jogos e os esportes, como fenômenos sociais, 
podem ser entendidos como moderadores do comportamento humano, capa-
zes de canalizar o impulso agressivo presente no desenvolvimento social do 
homem ao longo do tempo. (...). Esse processo foi fundamental para a huma-
nidade desenvolver-se em torno de leis que pautassem o comportamento e a 
convivência, que atualmente conhecemos como direitos humanos”.
De um modo mais amplo, podemos dizer que os jogos são uma das princi-
pais raízes da cultura humana. Eles estabelecem relações entre os homens das 
mais variadas formas, se manifestando como uma espécie de elemento forma-
dor da humanidade. A partir do conceito semiótico do jogo – como a existência 
de regras pré-estabelecidas e a determinação do tempo que durará essa espé-
cie de transição do corpo físico para uma segunda realidade, em que a vida 
cotidiana fica provisoriamente suspensa – podemos estabelecer um paralelo 
com peças teatrais, apresentações musicais ou espetáculos circenses, entre ou-
tros. Por isso, podemos dizer que o circo e a Educação Física estão diretamente 
Atividade circense na literatura
19
relacionados, já que ambos compõem diferentes tipos de jogos e com isso, fa-
zem parte da formação social em qualquer sociedade.
“Nesse ambiente, [qualquer] equipe passa a ser entendida como um mi-
crossistema social complexo e dinâmico (...)”, ressalta Adriano José Rossetto. É 
de suma importância que as regras do jogo sejam claras e sujeitas à discussão.
Já na Grécia Antiga, berço da cultura ocidental, ficam bem evidentes as 
práticas corporais, presentes tanto no vigor físico dos atletas olímpicos, com 
forte apelo artístico dando conotação espetacular e cultural, como nos corpos 
saudáveis e aptos para finalidades militares de conquistas de novos territórios. 
Até mesmo aqueles que não eram nenhum dos casos citados anteriormente ain-
da se exercitavam nas tarefas da vida diária, fosse plantando, colhendo, arando 
terra ou cuidado de animais.
Partindo para o início do século XIX, aponta uma figura importante, o co-
ronel espanhol Francisco Amoros era adepto da corrente pedagógica higie-
nista, fortemente ligada à prática militar, que acabou sendo estendida para o 
ensino da Educação Física. Amoros criou um ginásio, o Real Instituto Militar 
Pestalozziano e formatou pedagogicamente atividades já conhecidas pelos cir-
censes, como hipismo e esgrima.
Porém, toda a rigidez desse processo pedagógico doutrinador exclui a lu-
dicidade dos movimentos e sua espontaneidade, elementos importantes no as-
pecto artístico das mesmas modalidades praticadas pelas trupes de rua. Assim, 
são criadas as primeiras ginásticas a serem ensinadas nas escolas, com a finali-
dade de produzir corpos saudáveis para servirem a jornadas diárias em fábri-
cas na época do desenvolvimento urbano e industrial.
Essa visão mecanicista entre o homem e seu corpo perdurou por muito 
tempo. Quando o professor João Luiz da Costa Barros em seu artigo O conceito 
da corporeidade na formação e atuação dos professores de Educação Física: 
licenciados em Educação Física, explica que a visão que se tem sobre o corpo 
tem de “evidenciar o ser humano como unidade que trabalha o movimento 
corporal em sua totalidade, em função de dois momentos: o ser humano e o 
mundo. Assim, poderemos arriscar dizendo que o sentido da corporeidade po-
derá levar o processo de ensino e aprendizagem a uma nova perspectiva de 
abordagem da ética e da dignidade humana na prática pedagógica dos profes-
sores de Educação Física nas escolas (...)”.
Então, de forma bastante lenta, essa perspectiva começa a integrar o pen-
samento contemporâneo naturalmente. Aproximadamente há duas décadas, 
fala-se em cultura corporal em busca do entendimento da corporeidade, que 
conforme Jocimar Daolio em seu livro Educação Física e o conceito de cultura, 
“o termo ‘cultura’ parece definitivamente fazer parte da educação física, fato 
Atividade Circense
20
impensável há duas décadas e que sugere, no mínimo, que as ciências humanas 
têm influenciado a área. (...). O corpo era somente visto como conjunto de ossos 
e músculos e não expressão da cultura; o esporte era apenas passatempo ou ati-
vidade que visava ao rendimento atlético e não fenômeno político; a Educação 
Física era vista como área exclusivamente biológica e não como uma área que 
pode ser explicada pelas Ciências Humanas”.
Ainda sobre a mesma ideia, Marcos Garcia Neira e Ricardo Ricci Uvinha, 
no livro Cultura corporal: diálogos entre Educação Física e lazer, discutem a 
“cultura corporal como algo que não apenas constitui a cultura humana, mas 
é também constituído por ela”. O intuito desses autores e o nosso, é evitar ao 
máximo que a diferença histórica entre os distintos grupos sociais seja acentua-
da, e muito pelo contrário, que o conceito de cultura da Educação Física seja 
utilizado para diminuir essas diferenças por meio de discussões relacionadas 
à valorização do patrimônio cultural próprio de cada comunidade. Para isso, é 
necessário que a escola se utilize de uma variação de produções culturais que 
permitam evidenciar os distintos contextos em que são produzidas, de forma 
a se relacionarem.
Portanto, por meio das práticas circenses tratadas neste livro, é possível 
contribuir justamente com os dois aspectos – biológico e social – e o mais impor-
tante, a melhor relação entre eles, mostrando para o profissional de Educação 
a possibilidade de utilização das práticas circenses no mercado de trabalho, 
apresentando os principais campos de atuação, como clubes, academias, cur-
sos, escolas, oficinas, ou mesmo para alunos com necessidades especiais.
Uma outra possibilidade é a própria profissionalização dentro do universo 
artístico, ou seja, no mercado de companhias circenses nacionais e internacio-
nais, fixas ou itinerantes, como também, companhias de teatro, dança, e no 
ramo de promoção de festas e eventos, são muitas as possibilidades.
A prática circense é inclusiva, ou seja, ela atende às mais variadas faixas 
etárias e aos mais diferentes níveis de habilidades e aptidão física inerentes 
aos indivíduos. Além de promover bem-estar, satisfação pessoal e superação, 
ou seja, não contribui apenas com a saúde no aspecto físico, mas também no 
socioafetivo das pessoas.
Sendo assim, podemos dizer que é uma experiência de base formativa, 
aplicada ao contexto educacional provê um conhecimento relativo à cultura 
corporal de forma motivadora. E comessas duas matrizes – circo como ativi-
dade formativa e como opção de lazer visando a saúde – vamos começar nosso 
desafio no mundo do ensino-aprendizagem.
21
Atividade circense 
no bacharelado
Para entrarmos melhor nesse assunto, vamos primeiramente definir o que 
é saúde e depois relacioná-la ao exercício físico, às opções de lazer e, claro, 
às atividades circenses, naturalmente inseridas nesse contexto. Quem nos dá 
o conceito é o professor norte-americano, doutor em saúde pública, David 
C. Nieman. Em seu livro Exercício e saúde: como se prevenir de doenças 
usando o exercício como seu medicamento, ele se baseia nos parâmetros da 
Organização Mundial de Saúde (OMS), para sentenciar que a saúde é definida 
como um estado de completo bem-estar físico, mental, social e espiritual, e não 
somente a ausência de doenças ou enfermidades, como muitos imaginam. Por 
isso, nessa sessão, falaremos primeiramente da saúde vinculada à prática de 
exercícios, para depois entrarmos nas opções de lazer, capazes de estimular, na 
maioria dos casos, grande parte dos itens mencionados acima.
Para que a prática de exercícios ou mesmo de atividades cotidianas possam 
ser efetivadas sem fadiga atingindo seu principal objetivo, isto é, contribuindo 
para a saúde de cada indivíduo, há, segundo Nieman, uma condição de ener-
gia e vitalidade denominada aptidão física. Ela não se relaciona apenas com a 
saúde e com um menor risco de doenças crônicas, mas também com o nível de 
habilidade de cada um para o desempenho de determinada atividade.
Enquanto a aptidão física ligada à habilidade inclui itens como agilidade, 
velocidade, potência, equilíbrio, coordenação e tempo de reação, a relacionada 
à saúde tem mais a ver com três outros grandes componentes, que veremos 
mais detalhadamente: a resistência cardiorrespiratória, a composição corpórea 
ideal, e a aptidão musculoesqueléticas que, por sua vez, faz-se presente nos 
subitens força muscular, resistência muscular e, claro, flexibilidade.
Vale citarmos que a aptidão física relacionada à habilidade apresenta pouca 
relação com a saúde e com a prevenção de doenças. Isto quer dizer, que apesar 
de alguns indivíduos poderem ter má coordenação e não gostarem de praticar 
Atividade Circense
22
esportes, eles ainda podem ser fisicamente treinados e saudáveis se praticarem 
exercícios aeróbicos e musculoesqueléticos regularmente, o que, inclui, por 
exemplo, alguns tipos de ginástica e, por que não, as atividades circenses?
É preciso entender melhor a aptidão física relacionada à saúde, sempre 
lembrando de transpor para as práticas e técnicas do picadeiro, a aplicação 
do conhecimento proposto por Nieman para as atividades físicas de modo 
geral. O primeiro componente capaz de ser mensurado dentro desse contexto 
é a resistência cardiorrespiratória, também conhecida como aptidão aeróbica. 
Como o próprio nome indica, ela se refere à capacidade de ajustar-se e 
recuperar-se, que os sistemas circulatório e respiratório possuem mediante as 
reações físicas do organismo humano após atividades aeróbicas, sejam elas de 
intensidade moderada ou vigorosa, como explica o autor.
Segundo pesquisas, quanto mais baixo o nível de resistência cardiorrespi-
ratória, maior se torna o risco de morte prematura de uma pessoa. Daí a estreita 
ligação que esse item possui com as questões de saúde, e a atenção especial 
que médicos e especialistas dão cada vez mais à prática de exercícios físicos. 
Segundo Nieman, quando grandes massas musculares do corpo são envolvi-
das em uma atividade contínua e rítmica, os sistemas: circulatório e respirató-
rio aumentam suas atividades para fornecer oxigênio suficiente para queimar 
combustível e fornecer energia para os músculos que estão trabalhando. Com 
o aumento da resistência cardiorrespiratória, aumenta-se também a possibi-
lidade de uma vida mais saudável, afastando o risco de doença coronariana, 
derrame, vários tipos de câncer, diabetes, pressão alta, obesidade, osteoporose, 
depressão e ansiedade.
O segundo componente da aptidão física a ser tratado, ao relacioná-la à 
saúde, é o da composição corpórea. Ele relaciona a proporção de gordura de 
um indivíduo ao seu peso corporal magro, isto é, àquele constituído de mús-
culos, ossos e água. 
Nos últimos tempos, o interesse sobre a mensuração da composição corpo-
ral teve um crescimento enorme, em grande parte devido à sua relação com a 
saúde e com o desempenho esportivo. Muitos especialistas da saúde creem que 
junto ao não-consumo de cigarros, a manutenção do peso corporal em níveis 
ideais é um dos principais objetivos para a manutenção da saúde e a prevenção 
de doenças.
Por fim, as aptidões musculoesqueléticas, subdividas em força e resistên-
cia muscular, e flexibilidade corporal, completam o quadro de aptidões físicas 
relacionadas à saúde. São inúmeros os benefícios obtidos neste sentido, com 
exercícios de musculação, capazes não apenas de aumentar a força, a resis-
tência e o volume dos músculos, mas também a densidade óssea, visando a 
Atividade circense no bacharelado
23
diminuição do risco de doenças como a osteoporose, e a força do tecido conjun-
tivo, para não falar, é claro, de questões como a autoestima.
Do mesmo modo, os exercícios estáticos de alongamento que visam a uma 
maior amplitude de movimentação articular, isso é, uma melhor flexibilidade, 
embora muito recomendados por médicos, possuem pouca comprovação es-
pecializada de que proporcionam, efetivamente, benefícios à saúde humana. 
No entanto, a experiência clínica de inúmeros profissionais da área sugere que 
três sessões semanais de posições mantidas por 10 a 30 segundos em cada arti-
culação principal do corpo, e repetidas de três a cinco vezes, seriam capazes de 
prevenir lesões, aumentar a resistência a dores, melhorar a postura, diminuir 
o estresse, ou ainda trazer alguma melhora no tratamento de problemas como 
a lombalgia.
Em resumo, uma boa aptidão física assegura que o coração e os pulmões 
e todos os principais grupos musculares se desenvolvam enquanto as arti-
culações são mantidas flexíveis e a gordura corporal é mantida em um nível 
saudável.
Entretanto não só de exercícios físicos se faz um corpo saudável. Para a saú-
de ser contemplada de modo total, o bem-estar mental, social e espiritual têm 
também de estar em dia. E nada melhor do que práticas de lazer para obtermos 
um resultado mais abrangente na busca de uma qualidade de vida melhor.
O sobrepeso e a obesidade têm aumentado drasticamente, afetando cada 
vez mais crianças e adolescentes. Na origem desta situação parece estar pa-
drões de comportamento alimentar em que se destacam consumos cada vez 
maiores de alimentos calóricos. Por outro lado, os níveis de atividade física es-
tão muito reduzidos, pois a modernização trouxe implicações no estilo de vida 
da população. Esta tendência provoca aumento de doenças traduzindo custos 
elevados, assim como enorme impacto econômico.
Em virtude desta problemática, torna-se importante a inclusão de políticas 
públicas que contemplem a oferta de programas de exercício físico regular, ten-
do como objetivo prevenir e tratar a obesidade o sobrepeso infantil, de forma a 
contrariar o aumento da taxa de crescimento e de prevalência.
Nessa perspectiva, a Atividade Circense apresenta-se como uma proposta 
de intervenção interessante por incorporar o aspecto lúdico, além de atender a 
diferentes biótipos, personalidades e objetivos devido à grande variedade de 
modalidades.
25
Ações pedagógicas 
circenses
Uma aula de Atividade Circense é dividida em três partes: inicial, princi-
pal e final. O momento inicial dura, aproximadamente dez minutos e apre-
senta atividades de efeito local, visando um aquecimento específico a partir 
de exercícios de alongamento, objetivando o desenvolvimento da flexibilidade. 
Segundo Monteiro (2000), os exercícios de efeito local são caracterizados pela 
solicitação isolada de determinado segmento corporal. As capacidades físicas 
desenvolvidas, a partirda realização desses exercícios, são força, resistência 
muscular localizada e flexibilidade.
A parte principal dura aproximadamente trinta minutos; nela observamos 
atividades de efeito geral que se caracterizam pela mobilização de uma massa 
muscular maior do que 1/6 da musculatura esquelética total por longo período 
de tempo, com intensidade moderada. Para Pollock et al. (1998), as ativida-
des de efeito geral promovem adaptações no sistema cardiorrespiratório e nos 
processos celulares oxidativos. Outra característica da parte principal de uma 
aula de Atividade Circense são os exercícios acíclicos, assim classificados pela 
grande variedade de movimentos. Neste momento da sessão é comum a utili-
zação do método circuitado que segundo Monteiro (2000), tem a finalidade de 
desenvolver a resistência cardiorrespiratória, assim como a resistência muscu-
lar localizada. 
A última parte de uma aula de Atividade Circense dura aproximadamente 
vinte minutos e nela encontramos atividades de efeito geral, com exercícios 
acíclicos. Entretanto, nesse momento da sessão, o método mais utilizado é o in-
tervalado variativo, com o predomínio do metabolismo anaeróbio, por alterar o 
volume ou a intensidade durante a realização dos exercícios, como no trampo-
lim acrobático, nos aparelhos aéreos (trapézio, tecido, corda e lira) e nos apare-
lhos de destrezas de manipulação e equilíbrio (perna de pau, bola de equilíbrio 
e diferentes malabares), desenvolvendo tanto os componentes de aptidão física 
Atividade Circense
26
relacionados à saúde como os relacionados às habilidades esportivas: agilida-
de, velocidade, potência, equilíbrio, coordenação e tempo de reação.
Em suma uma aula de Atividade Circense assume uma diversidade e va-
riedade de movimentos e situações que podem levar a orientação espaço-tem-
poral e à educação do movimento em busca da harmonia e do equilíbrio. Pode 
permitir a aquisição de um bom potencial acerca das habilidades e capacida-
des físicas, ampliando o repertório motor, possibilitando uma melhoria no 
condicionamento físico para a prática de diferentes modalidades esportivas. 
Contudo é necessário ampliar o conhecimento do papel da Atividade Circense 
sobre os componentes da aptidão física.
Para a saúde ser contemplada de modo total, o bem-estar mental, so-
cial e espiritual deve ser considerado, segundo a Organização Mundial de 
Saúde(OMS). Sob essa perspectiva, as Atividades Circenses podem represen-
tar um papel importante de vivências de bem-estar, favorecendo uma opção 
de atividade física diversificada devido à variedade de modalidades, que po-
dem promover experiências afetivas e significativas. Uma vez que tal proposta 
procura democratizar, humanizar e diversificar a prática da atividade física, 
buscando ampliá-la de uma visão apenas biológica, para um trabalho que in-
corpore a dimensão cultural, além de destacar que a atividade física deve per-
mitir e estimular a vivencia de diferentes práticas corporais advindas das mais 
diversas manifestações culturais e que os conhecimentos construídos devem 
possibilitar a análise crítica dos valores sociais, contribuindo para a formação 
de um cidadão crítico, conhecedor da sua realidade e contexto, que seja capaz 
de transformá-lo quando necessário.
Pois, segundo Gallardo (2005), as práticas esportivas não devem possibili-
tar exclusivamente o desenvolvimento motor. Devem oportunizar aos alunos 
conhecerem e assimilarem tudo aquilo que foi, e é produzido pelo homem em 
meio ao seu desenvolvimento cultural e social.
Analisando os trabalhos de Soares (2005), Sant’Anna (1996), Carbinatto 
(2004), entre outros, observamos que o circo como a maioria das atividades 
artísticas, estimula o processo criativo e proporciona uma liberdade de expres-
são. Além disto, a Atividade Circense pode despertar a postura crítica dos alu-
nos resultando em questionamentos do próprio sistema.
Segundo Soares (2005), isso ocorre porque as manifestações da cultura cor-
poral circense propiciam ao corpo experimentar uma rede de signos (liberdade, 
desafio, aventura) a partir da vivência das diversas sensações (medo, suspense, 
alegria e superação).
Para Carbinatto (2004) essas manifestações invertem a ordem andando com 
as mãos, lançando-se ao espaço, contorcendo-se e encaixando-se em cestos, 
27
Ações pedagógicas circenses
cospem fogo, vertem líquidos inesperados, gargalham. Contradizem, dessa 
forma, os conceitos de corpo acabado, perfeito, fechado, limpo e isolado.
A essência das modalidades circenses é ousar, encantar e trabalhar para 
trazer novas possibilidades de gestos, ações e práticas humanas. Há nelas algo 
de convulsivo que se expressa em outra lógica, estimulando um olhar, uma 
postura, um comportamento crítico (Sant’Anna,1996).
Ao conhecermos as diferentes modalidades, podemos observar a contribui-
ção das Atividades Circenses para os domínios: cognitivo (concentração, racio-
cínio, imaginação, percepção e memorização), motor (tônus muscular, postura 
e flexibilidade) e afetivo (coragem, autodomínio e autoconfiança).
29
Organização de apresentações, 
festivais circenses e show de 
variedades circenses
Assim como todas as outras etapas do percurso trilhado pelo aluno, o es-
petáculo de final de ano é parte fundamental do processo de crescimento, não 
devendo ser visto de maneira isolada, e sim como o produto final resultante do 
processo de desenvolvimento de todo um conteúdo.
A ideia é que a apresentação dê margem a discussões capazes de trazer aos 
alunos uma reflexão sobre o significado do show, bem como uma melhor com-
preensão da linguagem circense, de sua relação com a plateia e a importância 
da noção de cooperação para a qualidade de um espetáculo.
É um momento em que o praticante tem a possibilidade de expressar o que 
foi previamente assimilado e escolhido pelo grupo. Essa possibilidade de pôr 
em prática esses conhecimentos, potencializa algo que se revela cada vez mais 
importante para qualquer ser humano, isso é, a crença em sua própria capaci-
dade, podendo compartilhar suas conquistas com plateias até mais importan-
tes que a do dia da apresentação: familiares, amigos e outras pessoas queridas 
de sua vida.
Os praticantes da Atividade Circense se empenham em sua especialidade e 
então a diversidade e a criatividade se transformam em um grande espetáculo, 
criado a partir de uma lição que transcende o palco, como noções de trabalho 
coletivo, e de imaginação, por exemplo.
31
Planejamento 
de aulas circenses
O ato de planejar faz parte da história do ser humano, pois o desejo de 
transformar sonhos em realidade objetiva é uma preocupação marcante de 
toda pessoa, desde que o mundo é mundo. Em nosso dia a dia, sempre estamos 
enfrentando situações que necessitam de planejamento, mas nem sempre as 
nossas atividades diárias são delineadas em etapas concretas de ação, uma vez 
que já pertencem ao contexto de nossa rotina. Entretanto, para a realização de 
atividades que não estão inseridas em nosso cotidiano, usamos os processos 
racionais para alcançar o que desejamos.
As ideias que envolvem o planejamento são amplamente discutidas atual-
mente, mas um dos complicadores para o exercício da prática de planejar pare-
ce ser a compreensão de conceitos e o uso adequado deles. 
Objetivos
Fornecer uma diversidade de experiências motoras, cognitivas e afetivas, 
possibilitando o domínio do corpo em situações inabituais em diferentes altu-
ras, velocidades e deslocamentos com maior amplitude e dinâmica
Estimular a criaação da imaginação. 
Proporcionar contato com as Atividades Circenses enquanto expressão ar-
tística e conteúdo histórico-cultural. 
Valorizar a comunicação não verbal e a expressão por diálogos corporais. 
Desenvolver a capacidade de apreciação e execução da atividade artística 
de forma crítica. 
Preservar o patrimônio histórico cultural em vista do universo circense. 
Contemplar a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais da 
Educação Física, que procura democratizar, humanizare diversificar a prática 
Atividade Circense
32
pedagógica da educação física, buscando ampliá-la de uma visão apenas bioló-
gica, para um trabalho que incorpore a dimensão cultural. 
Propiciar realizações corporais amplas já que as possibilidades dos circen-
ses encontram-se no corpo e sua corporeidade encontra-se viva e criativa. Para 
os circenses o corpo não é o limite das potencialidades humanas, mas, pelo 
contrário, é o seu ponto de partida. 
Possibilitar um olhar para o corpo como passagem e não como limite, 
pois neste universo o corpo é protagonista, com todas as suas diversidades e 
virtudes. 
Conviver com o universo da arte circense para conhecer o fazer artístico, 
como experiência poética, como desenvolvimento das potencialidades, como 
experiência de interação, como forma, como produção cultural. 
Promover situações que favoreçam os alunos a reconhecerem a diversida-
de, respeitando sem qualquer discriminação as modalidades circenses e, sobre-
tudo, seus participantes.
Conteúdos
Modalidade aérea
Considera-se uma modalidade aérea qualquer prática circense em que o 
praticante utilize aparelhos específicos suspensos (por corda, cabo de aço, rol-
dana fixa, faixas, entre outros) de modo que seus truques, figuras, quedas e 
movimentos em geral aconteçam sem contato direto ou duradouro com o solo.
As ações realizadas variarão de acordo com o formato e as possibilidades 
de cada aparelho da modalidade aérea.
Os aparelhos trabalhados nesta modalidade são: tecido, lira, trapézio, cor-
da indiana, corda marinha, elástico.
Modalidade acrobática
As acrobacias são combinações de saltos, rotações (giros) e momentos de 
equilíbrio (estático e dinâmico).
Para executar movimentos no solo, o aluno desenvolverá um controle ab-
soluto sobre o corpo, além da capacidade de se manter imóvel sobre o ponto 
de apoio. Deverão aprender a dosar o impulso para atingir o lugar que lhes é 
determinado.
Flexibilidade dos músculos e força física são atributos que serão exigidos 
nesta modalidade e prosseguirão até que o esforço desapareça de suas apresen-
tações, dando lugar à graciosidade e precisão. 
Planejamento de aulas circenses
33
As práticas desenvolvidas nesta modalidade serão: acrobacias de solo, 
pirâmides, minitrampolim, trampolim acrobático (cama elástica) e mesa de 
dandes.
Modalidade de equilíbrio e manipulação
Além de desenvolver o equilíbrio, a agilidade e o controle motor, e 
estimular positivamente a cinestesia (propriocepção) do praticante, a ativi-
dade regular desta modalidade pode ser uma importante ferramenta para 
alcançar outros objetivos pedagógicos, como o desenvolvimento de algu-
mas qualidades físicas (força, resistência, flexibilidade), habilidades moto-
ras (coordenação, ritmo), afetivas (autoestima, capacidade de superação, 
confiança).
Em função da dificuldade inicial de seu domínio, é exigido de seu prati-
cante principiante muita dedicação, força de vontade, paciência e sobretudo 
persistência.
Os aparelhos mais conhecidos desta modalidade são: pernas de pau, bola 
de equilíbrio, arame, monociclo e malabares (clave, bola, aro, laço, prato).
Repertório de esquetes circenses
Esquetes mesclam a Atividade Circense com o teatro e o folclore, em que 
a magia e o encantamento do circo são colocados em esquetes humorísticas 
e poéticas: o mundo dos heróis e anti-heróis; o lirismo, a poesia; a misteriosa 
terra do fantástico; a estética da alma humana.
A versatilidade para incorporar todas as áreas do picadeiro a seus números 
é uma característica inerente ao cômico, que deve ser capaz de se desdobrar nas 
mais diversas especialidades.
É inclusive a partir desse conhecimento adquirido tecnicamente no 
picadeiro, que os cômicos esquematizam a apresentação de seus esquetes, 
mesclando às atividades circenses, elementos do teatro e do folclore, 
resgatando assim um universo lírico, misterioso, encantado, poético e 
profundamente versátil. Para isso, é de extrema necessidade que fisicamente 
o artista disponha das mesmas capacidades para sua performance, que um 
acrobata ou um equilibrista.
Propostas de atividade
Abordar técnicas circenses, seu histórico e aparelhos, com atividades lúdi-
cas e técnicas, da liberdade e da estimulação criativa e espontânea.
Atividade Circense
34
Apresentar um grande número de aparelhos e materiais para atender a 
diferentes objetivos; personalidades e biótipos, possibilitando a ampliação da 
consciência corporal.
Vivenciar diferentes habilidades motoras como força, resistência muscular, 
agilidade, ritmo, flexibilidade, equilíbrio e domínio corporal através de movi-
mentos acrobáticos realizados nos aparelhos e materiais específicos do circo.
Organizar o espaço das aulas dividido em estações de técnicas circenses 
com tempo determinado em cada estação, para que o aluno possa ter a vivência 
física e psicológica, específica de cada exercício ou aparelho.
Desenvolver preparação corporal e condicionamento físico aliados à técni-
ca circense, utilizando jogos de improvisação e expressão corporal.
Formas de avaliação
Observe algumas características do processo avaliativo das aulas de circo.
• FUNCIONAL: em função dos objetivos pré-determinados. 
• SISTEMÁTICA: avaliação planejada pelo professor.
• CONTÍNUA: acompanha o processo do início ao fim. 
• INTEGRAL: consideramos todos os aspectos dos alunos (cognitivo, mo-
tor, afetivo).
Os tipos de avaliação utilizados são a formativa, ocorrendo durante todo 
o processo, etapa por etapa, fornecendo feedback e motivação e a diagnóstica, 
verificando as dificuldades dos alunos e identificando as possíveis causas.
Utilizamos as técnicas avaliativas da observação e a inquirição: perguntan-
do e interrogando para conseguir informações sobre as habilidades cognitivas, 
afetivas e motoras dos alunos.
35
As atividades circenses e suas 
contribuições nos domínios cognitivo, 
motor, afetivo e social
Domínio cognitivo (mental)
• Entender, tomar consciência, conhecer-se, saber reconhecer as exigên-
cias de situações diversificadas proporciona o senso de orientação do 
corpo no espaço em diferentes posicionamentos, levando o aluno a de-
senvolver seu potencial quanto a atenção, planificação, concentração, 
raciocínio, imaginação, memorização e percepção.
• Resultando em consciência corporal, adaptação em diferentes espaços: 
horizontal, vertical e planos alto, baixo e inclinado.
• Busca do equilíbrio em situações não habituais (suspensões, apoios, po-
sições invertidas, rotações).
• Coordenação motora (solicitação simultânea do trabalho de membros 
superiores e inferiores).
Trabalho na orientação da postura e correções.
Domínio motor (Executar as ações propostas)
• O controle e a coordenação em diversas posições visam proporcionar o 
senso de orientação espacial em diferentes posicionamentos
• Tônus muscular e postura.
• Melhoria das capacidades físicas (flexibilidade muscular, mobilidade 
articular, força estática, dinâmica, explosiva e potência).
Atividade Circense
36
Domínio afetivo (controle das emoções)
A adaptação ao que não é familiar como as posições invertidas, rotações, 
apoios e suspensões, a vontade de ser bem-sucedido e enfrentar desafios que a 
mobilidade sugere propicia o desenvolvimento da: 
• coragem e ousadia;
• determinação;
• autodomínio, autoconfiança;
• espírito de luta, perseverança.
Plano social (relação aluno x aluno e aluno x professor)
As participações nas atividades que envolvem a divisão de tarefas e o rela-
cionamento possibilitam a socialização levando o praticante a manifestar:
• responsabilidade;
• iniciativa;
• disciplina;
• respeito;
• cooperação;
• auxílio mútuo;
• espírito crítico.
37
Modalidades Circenses
Para que as técnicas circenses sejam verdadeiramente úteis à Educação 
Física de modo geral, vamos conhecer melhor sua aplicabilidade, e um pouco 
do histórico de cada modalidade.
É importante esclarecer que não pretendemos encerrar nessas linhas, as 
possibilidades de discussão e apresentação das principais técnicase ideias ne-
cessárias para a compreensão dos exercícios, mas sim de fornecer um panora-
ma desse vasto e complexo arsenal de conhecimentos.
É valido esclarecer ainda que as formas de classificação dessas modalidades 
são diversas e que, por sua vez, elas têm de ser frequentemente discutidas e 
revistas. Um exemplo pode ser a que se baseia nos diferentes tipos de ação 
motora que envolvem cada modalidade. Outra possibilidade tem por referência 
o tamanho dos materiais utilizados, e assim por diante. O preferível, nesse 
último caso, é que se usem os materiais de pequeno porte como malabares, 
ou mesmo as modalidades que dispensam a utilização de qualquer tipo de 
apetrecho, democratizando o acesso a esse conhecimento e valorizando seu 
potencial didático.
Com isso, conseguiremos dar um passo a mais nessa busca de ressignificar 
os conteúdos da nossa cultura corporal, via uma postura lúdica e motivadora, 
e desenvolvendo itens como autonomia, confiança e, claro, socialização, por 
meio de valores como respeito, iniciativa, responsabilidade e disciplina. Isso 
estimula a criação da imaginação, apura o olhar para conteúdos artísticos e de 
contexto histórico-cultural e valoriza um tipo de comunicação não verbal, isso 
é, os chamados diálogos corporais. Daí a imensa contribuição do circo para 
os domínios cognitivo (concentração, raciocínio, imaginação, percepção, me-
morização), motor (tônus muscular, postura, flexibilidade) e afetivo (coragem, 
autodomínio, autoconfiança).
Atividade Circense
38
Se considerarmos, ainda, que as evidências das pesquisas científicas apon-
tam para o fato de a atividade física regular diminuir o risco de muitas doenças, 
fortalecendo a maioria dos sistemas e melhorando a saúde psíquica, não há 
como não reconhecer o circo como uma grande opção de atividade física, capaz 
de proporcionar todos esses benefícios.
Veja as Atividades Circenses classificando-as em modalidades aéreas, acro-
báticas, manipulação e equilíbrio.
Modalidades
Circense
Equilíbrio ManipulaçãoAérea Acrobática
Modalidade Aérea: caracteriza-se pelos movimentos que proporcionam 
pouco ou nenhum contato do praticante com o solo. A prática dessa modali-
dade pode ser extremamente eficiente no estímulo da consciência corporal, ex-
plorando novas percepções de tempo e espaço. Os aparelhos mais conhecidos e 
utilizados nessa modalidade são bem representados pelo tecido, trapézio, lira, 
elástico e cordas.
Modalidade Acrobática: caracteriza-se pela execução isolada, ou pela com-
binação de alguns movimentos como saltos, rotações (giros) ou então exercí-
cios de equilíbrio, tanto estático quanto dinâmico. Os movimentos e aparelhos 
mais conhecidos nessa modalidade são as acrobacias de solo, acrobalance, pi-
râmides, báscula, mesa de dandes e trampolim acrobático. 
Modalidades de Equilíbrio e Manipulação: as destrezas, tanto de equilí-
brio quanto de manipulação, são modalidades que trabalham, sobretudo, itens 
como tempo de reação, coordenação, agilidade, ritmo e equilíbrio, estático e di-
nâmico. Alguns aparelhos bastante conhecidos nesta modalidade são o mono-
ciclo, a perna de pau, o arame, a bola de equilíbrio e todos os malabares (bolas, 
aros, pratos, claves, laços, diabolô e swings).
Modalidades Circenses
39
Modalidade Aérea
Todas as práticas que proporcionam pouco ou nenhum contato do ar-
tista com o solo são extremamente eficientes no estímulo da consciência 
corporal, explorando novas percepções de tempo e espaço são as chamadas 
modalidades aéreas.
Os aparelhos mais conhecidos e utilizados nesse primeiro grupo são bem 
representados pelos tecidos e pelo trapézio, além da lira, do elástico e das cor-
das. Vamos conhecer a história de alguns deles e entender como devem ser 
aplicados de modo a terem seus efeitos benéficos potencializados e, claro, bus-
cando minimizar os prejuízos acarretados por eventuais acidentes.
Atividade Circense
40
Tecido
Modalidade relativamente recente no universo circense, se comparada a 
outras como os malabares e o trapézio, o tecido parece ter se desenvolvido 
no ocidente a partir de 1920 nos típicos cabarés alemães que surgiam na 
época, quando alguns artistas se dependuravam nas cortinas desses luga-
res, executando suas manobras. No oriente, no entanto, a prática de acroba-
cias aéreas com tecidos data de bem mais tempo. Futuramente, já nos anos 
1980, o tecido teria se aprimorado na França, com a pesquisa de materiais 
adequados, chegando ao Brasil há aproximadamente – e não muito mais do 
que isso – quinze anos.
No início da aprendizagem de sua técnica recomenda-se que o tecido seja 
fixado a poucos metros do chão, ainda que posteriormente a altura ideal deva 
variar entre 4 e 12 metros. Essa modalidade de grande efeito plástico, visual 
e estético, em que o praticante desenvolve sua expressão corporal por meio 
de técnicas como as chamadas chaves de sustentação, pode ser desempenha-
da com objetivos diversos (recreativo, educacional e profissional) e em lugares 
idem, tais como academias, teatros, escolas, boates, clubes etc., propiciando 
contribuições às atividades motoras por meio de um tipo de ginástica lúdica e 
relaxante, e sendo de aprendizagem mais fácil que outros aparelhos aéreos, por 
se moldar melhor ao corpo e às necessidades do praticante.
Segundo especialistas, a prática dessa modalidade traria benefícios ainda 
para a circulação e para a respiração, isso sem citarmos as questões afeti-
vas de autoestima e confiança também contempladas de maneira particular. 
Alguns tipos de tecido: tecido liso, tecido marinho, doble tecido, tecido ao 
voo e variações.
Modalidades Circenses
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Atividade Circense
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Trapézio
A despeito das modalidades aéreas em geral, o trapézio fixo é uma das que 
também merece destaque. Essa prática pode ter surgido na China há milha-
res de anos como técnica de fuga, era utilizado principalmente pelas mulheres 
que estavam aprisionadas por causa do regime político da época. Além disso, 
sabe-se que no Renascimento, os artistas mambembes já utilizavam aparelhos 
semelhantes ao trapézio.
Além disso, também são levadas em conta, especulações sobre a relação 
dos exercícios aéreos, dos quais o trapézio parece ser o mais antigo, com as 
técnicas de nós e amarrações de cordas dos marinheiros, sem, no entanto, 
haver condições de estabelecer com precisão quem foi de fato o principal res-
ponsável pela invenção, nem como essas modalidades se inseriram no circo, 
tempos depois.
Modalidades Circenses
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O trapézio nada mais é que uma barra de ferro de aproximadamente 70 cm 
suspensa por duas cordas amarradas em suas extremidades de modo a pos-
suírem uma abertura de angulação pouco maior que 90º em relação à barra, 
para dar maior estabilidade ao artista na execução de seu número. Daí o nome 
trapézio, pelo formado geométrico que a estrutura assume. A distância que a 
barra deve ter do chão, por sua vez, varia de 1,5 a 4 m.
Elástico
Nesse aparelho, o circense efetua movimentos de subida e descida ao mes-
mo tempo em que mortais de todos os tipos (grupado, estendido, duplo, para 
frente, para trás) podem ser efetuados. O praticante se prende a um cinto onde 
os elásticos ficam amarrados. Sobe então em um trapézio onde sentado ou de 
pé, realiza as quedas.
Atividade Circense
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Bambu
É um ferro tubular, antigamente feito de bambu, daí sua denominação. O 
aparelho fica suspenso, fixado ao teto, e possui estruturas onde o pé dos cir-
censes serão presos: as chamadas estafas. É um aparelho utilizado sempre por 
duas pessoas, o portô e o volante, que realizam movimentos sincronizados, 
além de pegadas, em que o portô segura o volante de maneiras variadas.
Lira
É um aparelho circular que nos últimos tempos também tem sido encon-
trado em diferentes formatos, como estrelas, quadrados, luas e triângulos, para 
citar alguns. É preso a um giro (distorcedor), que, por sua vez, se fixa ao teto, 
possibilitando que o circense execute movimentos circulares e pendulares, de 
rotação e translação. 
ModalidadesCircenses
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Corda indiana
É uma corda de sisal, recoberta por um tecido, e que pode ser encontra-
da em algodão para diminuir atritos e possíveis escoriações no praticante. 
Como a lira, também possui um distorcedor, e, como todos os aparelhos 
aéreos, é suspenso do chão e preso ao teto. Nela o circense prenderá uma 
estafa para enganchar a mão, o pé, ou mesmo o pescoço. Nessa estrutura, 
a pessoa é girada em torno de si mesma pela sua dupla, enquanto se exibe 
efetuando poses.
Corda marinha
É semelhante à corda indiana, sendo, no entanto, presa pelas duas pontas, 
que devem se distar 3 m entre si, aproximadamente. O aparelho possibilita que 
o circense execute truques em balanço, quedas e poses.
Modalidade Acrobática
É própria da modalidade acrobática, a execução isolada, ou mesmo a com-
binação de alguns movimentos tais como saltos, rotações (giros) ou então exer-
cícios de equilíbrio, tanto estático quanto dinâmico. Os aparelhos mais conheci-
dos nessa modalidade são: acrobacias de solo, acrobalance, pirâmides, báscula, 
mesa de dandes e trampolim acrobático. 
Acrobacias de solo
Com a necessidade que desde os primórdios da humanidade o homem sen-
tiu de dominar a natureza e, para tanto, seu próprio corpo, houve ao longo dos 
tempos o aperfeiçoamento de alguns gestos não habituais, isso é, daqueles ges-
tos que não fazem parte do repertório motor elementar do ser humano. Nasceu 
daí, a acrobacia, que hoje assume várias formas e sentidos, visando ao caráter 
espetacular do movimento.
Na Grécia e no Egito antigos, por exemplo, evidências arqueológicas 
como pinturas, gravuras em baixo relevo, acusam desde aquela época a prá-
tica de atividades nitidamente semelhantes às que hoje denominamos de 
acrobáticas.
Provavelmente por conta desse caráter fantástico, ligado ao univer-
so mágico, improvável e inacreditável do gesto que subverte sua função 
original e cotidiana, é que as modalidades acrobáticas deixaram de inte-
grar apenas as artes marciais e algumas outras manifestações, para fazer 
da lona circense um dos seus principais abrigos. Inúmeras são, portanto, 
Atividade Circense
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as especialidades desenvolvidas a partir dessa técnica, podendo ainda ser 
combinadas, dando origem a novos desafios. Dessa forma, a acrobacia ga-
nhou destaque, sendo considerada como um dos pressupostos para o me-
lhor desempenho de um artista em cena, ainda que não seja, evidentemente, 
o único fator determinante.
Talvez o aspecto mais atraente de todas as suas características, seja o da 
transgressão, inclusive - ou sobretudo – aquele referente às leis da física, em 
que os elementos de improviso e espontaneidade do movimento são suprimi-
dos dando lugar ao gesto preciso, obtido por meio de treinamento rígido, com 
repetições incansáveis, e visando a estupefação dos sentidos.
Alguns tipos de acrobacias de solo: rolamento para frente, rolamento para 
trás, estrela, ponte para trás, ponte para frente e flic-flac.
Báscula
Outro tipo bastante interessante de acrobacia é a báscula, prancha feita ge-
ralmente de madeira, mas que pode ser também de fibra sintética, lembrando a 
estrutura de uma gangorra. É chamada também de báscula russa, devido à sua 
tradição no país, à semelhança de outros como Bulgária, Romênia e Ucrânia, 
ainda que haja também ótimos artistas chineses e coreanos na prática desse 
modelo impressionante e perigoso de acrobacia.
No aparelho, a necessidade do equilíbrio e do sincronismo entre ambas 
as pessoas que saltam, realizando as acrobacias, é imensa. Sugere-se no início 
dos treinos, a ajuda de um acompanhante para cada saltador, até que eles já 
estejam mais seguros e adaptados. O início, com certeza, será mais crítico. 
Um dos saltadores deverá flexionar os joelhos ao empurrar a báscula para 
baixo no momento de arremessar o outro saltador para cima. Esse movimen-
to aumenta a força, impulsionando o outro saltador para cima, além de evitar 
erros e acidentes.
A partir daí, o picador (acrobata que faz a força de impulso) e o volante 
ou ágil (aquele que realiza a acrobacia nas alturas) terão com o tempo, treino, 
domínio corporal e confiança suficientes (em si próprios e também no outro) 
para desempenharem a manobra com variações mais complexas, incluindo 
saltos para fora da báscula, ou mesmo os perigosos saltos mortais.
Modalidades Circenses
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Báscula
Trampolim acrobático
Atividade Circense
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Pirâmides
Acrobalance
Modalidades Circenses
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Modalidades de Manipulação
Nesta modalidade fazem parte os exercícios com bolas, aros, pratos, cla-
ves, laços, diabolô e swings. Ela envolve habilidades específicas de coordenação 
motora e, como as destrezas de equilíbrio, também trabalham com eficiência 
tempo de reação, ritmo e agilidade.
A arte do malabarismo possui uma relação indispensável com a habilidade 
do praticante pois requer treino para qualquer que seja o tipo de execução, 
além de um evidente pendor artístico, pois exige uma expressão corporal para 
que o desenho das bolinhas seja mantido no ar, dando forma a um fascinan-
te resultado estético, que inclui também o jogo de lançamento e recepção en-
volvendo mais de uma pessoa. No entanto, malabarismos podem também ser 
realizados com claves, aros, diabolô, laço, bastão, prato, dentre tantos outros.
Clave
Atividade Circense
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Aro Bastão
Diabolô
Modalidades Circenses
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Modalidades de Equilíbrio
As destrezas de equilíbrio trabalham, sobretudo, itens como tempo de reação, 
coordenação, agilidade, ritmo e, claro, equilíbrio, estático e dinâmico. Alguns apa-
relhos bastante conhecidos nesta modalidade são o monociclo, a perna de pau, o 
arame e a bola de equilíbrio, dos quais veremos, a partir de agora, os dois primeiros.
Não se pode determinar com certeza, mas acredita-se que o monociclo te-
nha se desenvolvido a partir do processo de evolução da bicicleta, sobretudo 
do modelo criado pelo inglês James Starley em 1866, cuja roda traseira, menor 
que a dianteira, frequentemente via-se suspensa do chão, devido à estrutura da 
geringonça, o que certamente logo deu a ideia de prescindir de uma das rodas, 
sem que o modelo tradicional sofresse com isso o prejuízo de ser esquecido.
Monociclo
Utilizar o monociclo requer um grande equilíbrio de seus praticantes, es-
timulando assim as suas habilidades motoras com uma finalidade lúdica, vi-
sando uma possibilidade de locomoção. No entanto, inúmeras são as possibi-
lidades de utilização do monociclo, seja como opção de esportes radicais, em 
ambientes naturais ou centros urbanos, em disputas etc., sempre havendo para 
cada atividade um aparelho adequado.
Atividade Circense
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Perna de pau
A perna de pau, por sua vez, é uma estrutura de madeira utilizada para 
aumentar a altura das pessoas, forjando criaturas gigantescas ou facilitan-
do a obtenção de algum objetivo específico que dependa dessa característica. 
Originalmente, como relatam alguns autores, eram usadas para vencer obstácu-
los naturais, como a travessia de riachos ou então uma melhor visualização dos 
rebanhos, dada a possibilidade de visão panorâmica que o aparelho proporciona.
A perna de pau possui um alto potencial recreativo, e faz parte da cultura 
circense há séculos, integrando a modalidade de mesmo nome. Em sua práti-
ca, sobretudo no início do processo de aprendizagem, é importante que seja 
instituído um período de descanso, após 15 minutos aproximadamente sobre 
o aparelho. Desses intervalos depende a segurança do aluno e, claro, o seu su-
cesso na evolução da modalidade.
Vale recorrer também à ajuda de um companheiro, seja à frente do apa-
relho com as duas mãos dadas; com duas pessoas, uma em cada lateral, cada 
uma segurando uma das mãos do praticante; com apenas uma pessoa de um 
dos lados, revezando a mão; ou até mesmo com alguém ao lado ou em frente, 
mas sem dar as mãos.
Perna de pau Arame de equlíbrio
Modalidades Circenses
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Bola de equlíbrio
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Noções básicas sobre segurança, cuidados 
com equipamentos e preparação corporal
Modalidade AéreaA verificação da instalação do aparelho, faixas, manilhas e cordas que os 
suspendem é muito importante. Na tradição circense, cada artista realiza a ma-
nutenção, fixação e verificação do seu próprio equipamento. Nas aulas de circo 
essa responsabilidade é do professor.
Para todos os aparelhos aéreos o material deve ser de qualidade e, se pos-
sível, certificado com capacidade para suportar cargas bem superiores a que os 
alunos impõem com o seu próprio corpo. Recomenda-se utilizar cadeirinhas, 
mosquetões, roldanas, cabos, chapeletas, entre outros, certificados por fabri-
cantes reconhecidos.
A utilização de acessórios, como colchões e lonas de seguranças, garante a 
proteção em caso de quedas. Esses materiais são imprescindíveis para o treina-
mento dos aparelhos aéreos.
No caso de um aprendiz é aconselhável que os aparelhos fiquem em uma 
altura baixa que poderá ser aumentada conforme a evolução do aluno.
Mesmo próximo do chão, recomenda-se nunca pular ou saltar do aparelho 
ao descer, pois a noção de profundidade e altura pode ser confundida e gerar 
um acidente a partir dessa falha na percepção espacial.
Alguns movimentos costumam causar hematomas e escoriações por con-
ta do atrito e/ou choque do corpo com o aparelho. Nestes casos, o uso de 
roupas apropriadas que cubram as axilas, região abdominal e pernas ajudam 
a evitar essas lesões ocasionadas do contato brusco com o aparelho. O uso de 
calçados especiais (botinhas flexíveis de couro) e tornozeleiras aumentam o 
conforto e a segurança. 
Não podemos esquecer que a correta preparação corporal (condiciona-
mento específico) para a prática de cada aparelho aéreo é fundamental para 
Atividade Circense
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a segurança e para um desenvolvimento eficaz do processo de aprendiza-
gem. A compensação postural e física, para excessos que alguns segmentos 
corporais recebem, deve ser tratada adequadamente, para evitar problemas 
a longo prazo.
Perna de pau
As primeiras experiências são as mais importantes de todo o processo de 
aprendizagem. Qualquer queda ou trauma (físico ou psicológico) provavel-
mente terá repercussões importantes no futuro, podendo inclusive causar blo-
queios ou medos que impeçam o desenvolvimento do aluno.
Na maioria das vezes, em função da dificuldade e da exigência na fase de 
iniciação, a ajuda dos companheiros passa a ser uma ferramenta importante 
desse processo, tanto para permitir aulas mais dinâmicas, mais segurança e 
companheirismo, como para garantir a regulação (correção) externa das ações 
motrizes e dos comportamentos executados.
Basicamente a ajuda na perna de pau pode ser com uma pessoa em fren-
te e com as duas mãos dadas, com duas pessoas nas laterais, cada uma 
segurando uma das mãos com uma pessoa na lateral, com uma das mãos 
dadas, revezando o lado, com uma pessoa na lateral ou em frente, sem dar 
as mãos, somente acompanhando, com duas pessoas a uma distância de 2, 
3 ou 4 metros, sem dar as mãos, para que o aprendiz caminhe entre uma ou 
outra pessoa lentamente.
Conforme as características do espaço, os alunos vão desenvolver as tarefas 
propostas pelo professor com maior ou menor eficiência e segurança. Além 
disso, alterando as características espaciais pode-se alcançar diferentes respos-
tas motrizes. Recomenda-se para iniciantes espaços controlados com um plano 
horizontal sem irregularidades, uma sala, uma quadra poliesportiva, um pátio. 
Recomenda-se evitar espaços não controlados e instáveis como uma praça com 
bancos e jardim, campo de futebol de areia e barrancos.
Modalidade Acrobática
O praticante deve ter a capacidade de sair sozinho de situações perigosas, 
evitando quedas ou buscando posturas e movimentos menos perigosos ao cair. 
O portô precisa conhecer a técnica de execução dos exercícios para saber a me-
lhor forma de segurar o volante com segurança.
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Noções básicas sobre segurança, cuidados com equipamentos e preparação corporal
Durante os treinos é necessário criar condições ideais de aterrissagem, evi-
tando o impacto excessivo. Os alunos devem executar somente o que foi plane-
jado e proposto pelo professor e sempre sob sua vigilância. 
O professor precisa saber as qualidades físicas e psicológicas dos pratican-
tes para prever a falta de coragem e de força de vontade, para compensar a falta 
de técnica e de evolução física.
Para garantir uma melhor segurança, é necessário que todo material que 
será utilizado na atividade seja previsto e organizado antes de iniciá-la. Devem 
ser consideradas todas as possibilidades de acidentes, procurando eliminá-los 
na medida do possível.
Também é necessário saber que, por mais cauteloso que seja um professor, 
sempre ocorrerão quedas e elas não significam necessariamente acidentes. Por 
isso, o aluno deverá aprender a suavizar as quedas com “exercícios de defesa”, 
como por exemplo, rolamentos em todas as direções, mergulhos, o “arredon-
damento” da queda, o “grupamento” dos membros.
Outro aspecto que deve ser levado em consideração para uma melhor se-
gurança é a quantidade de alunos por turma. É aconselhável que a turma seja 
pequena, com no máximo oito alunos. Assim, o professor terá maior controle 
das atividades propostas.
Não podemos nos esquecer da disciplina, pois não há progresso sem con-
fiança, não há confiança sem segurança e não há segurança sem disciplina.
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Modelos de aulas
Modelo de aula I
Parte inicial: aquecimentoÆ brincadeira SOL E LUA
Descrição: a turma é dividida em duas turmas, a critério do professor ou por 
eles mesmos. Sentam-se em duas fileiras, uma ao lado da outra. Uma é nomea-
da sol e a outra Lua.
Desenvolvimento: ao comando do professor, que será o nome de um dos 
dois grupos, o que for chamado devera fugir e o outro grupo tentará pegar 
(Ex: Se Sol for chamado, os alunos da equipe deverão fugir e o grupo Lua 
deverá pegá-los). Quem for pego, mudará de equipe. Ao Final, a equipe com 
maior número de pessoas vencerá.
Variações: para dificultar a saída e caracterizar ainda mais essa atividade como 
aquecimento, o professor poderá pedir que os alunos fiquem em outras posi-
ções, diferente de apenas sentados. Exemplo: Podem ficar em decúbito dorsal 
ou ventral e só levantar quando o professor der o comando.
Tempo: aproximadamente 10 minutos.
Atividade Circense
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Parte principal
Circuito Acrobático
Mesa de DandesÆ tecido ou cordaÆ colchão
Minitrampolim Æ colchão
Rolo acrobático
Plinto Æ colchão
Descrição:
• os alunos deverão balançar para cair em pé no colchão.
• as passadas deverão ter diversos saltos. Exemplo: estendido, grupado, 
afastado.
• os alunos poderão fazer carrinho de mão, cambalhota, reversão a frente e 
para trás e em os alunos deverão fazer reversão para trás.
Tempo: 20 minutos.
Aéreos
Descrição: os alunos deverão ir para o aéreo de sua preferência e seguir o co-
mando do professor que estiver coordenando o aparelho.
Tempo: 25 minutos.
Parte final: volta a calma – alongamento
Tempo: 5 minutos.
Modelos de aulas
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Modelo de aula II
Parte inicial: aquecimentoÆ brincadeira RABINHO DO MACACO
Descrição: cada aluno receberá um rabinho (pode ser um pedaço de pano, uma 
fita, um pompom. O material que estiver disponível).
Desenvolvimento: o objetivo é roubar o rabinho dos outros e não deixar que 
roubem o seu. Ao final, o último que ainda tiver com o rabinho é o vencedor. Ao 
longo da atividade, quem for perdendo o rabinho, vai saindo da brincadeira.
Tempo: aproximadamente 10 minutos.
Parte principal
Exercícios de força
Estudos recentes têm comprovado que exercícios de força com orientação para 
crianças têm gerado benefícios não apenas no equilíbrio muscular, mas na 
coordenação motora e até mesmo no crescimento. Porém, para que sejam moti-
vantes para esse público, é necessário que sejam apresentados de forma lúdica, 
utilizando do peso do próprio corpo ou do colega.
Descrição: os exercícios deverão ser feitos em duplas. Alunos posicionados no 
fundo da sala deverão ir até o outro lado e voltar.
Desenvolvimento:
• levar o colega de carrinho

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