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FASCICULO-1 (Curso Formação de Mediadores de Leitura-Demócrito Rocha)

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CURSO FORMAÇÃO DE 
mediadores de leitura
1FASCÍCULO
Lidia Eugenia Cavalcante
MEDIAÇÃO 
DA LEITURA E
Formação
do leitor
Gratuito!
2 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Copyright © 2018 by Fundação Demócrito Rocha
Todos os direitos desta edição reservados à:
Fundação Demócrito Rocha
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora 
Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará 
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax (85) 3255.6271
fdr.org.br 
fundacao@fdr.org.br
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)
João Dummar Neto
Presidente
André Avelino de Azevedo
Diretor Administrativo-Financeiro
Raymundo Netto
Gestor de Projetos
Emanuela Fernandes
Analista de Projetos
Tainá Aquino
Estagiária
UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Viviane Pereira
Gerente Pedagógica
Luciola Vitorino
Analista Pedagógica
CURSO FORMAÇÃO DE MEDIADORES DE LEITURA
Raymundo Netto
Coordenador Geral e Editorial
Lidia Eugenia Cavalcante
Coordenador de Conteúdo
Emanuela Fernandes
Assistente Editorial
Amaurício Cortez
Editor de Design e Projeto Gráfico
Marisa Marques de Melo
Diagramadora
Rafael Limaverde
Ilustrador
Este fascículo é parte integrante do Programa Fortaleza Criativa, em decorrência do 
Termo de Fomento celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha e a Secretaria Municipal 
da Cultura de Fortaleza, sob o nº 05/2018.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD
C977 Curso Formação de Mediadores de Leitura / vários autores; organizado 
 por Raymundo Netto, Lidia Eugenia Cavalcante Lima; ilustrado por Rafael 
 Limaverde. - Fortaleza, CE : Fundação Demócrito Rocha, 2018.
 192 p. : il.; 25cm x 29,5cm. 
 
 ISBN: 978-85-7529-893-0 (Coleção)
 ISBN: 978-85-7529-894-7 (Fascículo 1)
 1. Mediação de Leitura. 2. Leitura. 3. Curso. I. Netto, Raimundo. II. Lima, 
 Lidia Eugenia Cavalcante. III. Limaverde, Rafael. IV. Título.
 
 
 2018-1825 
 CDD 372.41
 CDU 372.41 
Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410
Índice para catálogo sistemático:
1. Mediação de Leitura 372.41
2. Mediação de Leitura 372.41
 CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 3
APRESENTAÇÃO
O conteúdo deste fascículo é introdutório 
ao curso Formação de mediadores de lei-
tura e transita entre os conceitos de media-
ção da leitura e às práticas advindas desses 
que levam à formação do leitor. 
A leitura está presente em nossas vidas, 
no cotidiano, desde as situações mais habi-
tuais, como tomar um ônibus observando o 
seu itinerário, preparar uma receita de bolo 
de chocolate ou mesmo lendo uma bula de 
remédio, às mais complexas, a exemplo das 
pesquisas científi cas e terminológicas, lei-
turas fi losófi cas etc.
Podemos afi rmar que a vida é mediada 
pela palavra, seja ela dita, vivida, narrada, 
contada, lida, cantada ou escrita. Vivemos a 
observar aquilo que está em nosso entorno, 
com o que interagimos, interrogamos, con-
cordando ou discordando, a partir das con-
dições de inserção no mundo social e cultu-
ral do qual fazemos parte.
Ler é ir ao encontro de algo que está para 
ser e ninguém sabe ainda o que será.
Ítalo Calvino
 CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leitura
remédio, às mais complexas, a exemplo das 
pesquisas científi cas e terminológicas, lei-
turas fi losófi cas etc.
Podemos afi rmar que a vida é mediada 
pela palavra, seja ela dita, vivida, narrada, 
contada, lida, cantada ou escrita. Vivemos a 
observar aquilo que está em nosso entorno, 
com o que interagimos, interrogamos, con-
cordando ou discordando, a partir das con-
dições de inserção no mundo social e cultu-
ral do qual fazemos parte.
As possibilidades de leitura são amplas. 
Fazemos leituras de jornais, romances, 
poesias, músicas, revistas em quadrinhos, 
mensagens em redes sociais, lemos foto-
grafi as, imagens em movimento, obras de 
arte, esculturas, partituras, leituras técni-
cas ou escolares... 
Lemos por distração e lazer, para adquirir 
conhecimento, obter informação, para toma-
da de decisão. Fazemos leituras despreten-
siosas ou mesmo com objetivos defi nidos. A 
leitura, portanto, é um ato de simbolização 
e representação do mundo. O objetivo do 
nosso curso é, portanto, pensar a leitura em 
suas diferentes vertentes como práticas so-
ciais de inserção no mundo por meio da me-
diação para a formação de leitores.
Formar leitores críticos que compreen-
dam o papel da leitura no dia a dia representa 
um desafi o para educadores, bibliotecários, 
agentes de leitura, pais, mães e uma gama 
de profi ssionais e pessoas que chamam para 
si essa importante ação. Assim, começamos 
por lançar um questionamento: De que de-
pende o incentivo à leitura? O que podem 
fazer os mediadores de leitura para con-
tribuir na formação de leitores críticos? 
No decorrer deste módulo, pedimos que 
você refl ita sobre essas questões.
Esperamos, ao longo desse nosso diá-
logo, acender uma fagulha nessa discussão 
coletiva, de modo a envolver mediadores 
e mediadoras desse trabalho instigante 
que é contribuir na formação de leitores e, 
consequentemente, na construção de um 
mundo melhor.
E você, leitor(a), pode também fazer parte 
disso. Inscreva-se já!
ava.fdr.org.br
A pesquisa Retratos da Leitura no 
Brasil considera leitor aquele que leu 
pelo menos um livro nos três meses 
anteriores à pesquisa, inteiro ou em 
partes. Leva em consideração fatores 
como escolaridade, renda familiar, 
classe social, faixa etária, gênero, 
ocupação, atividade e região. Você 
pode ter acesso à pesquisa completa 
no link: http://prolivro.org.br/home/
images/2016/RetratosDaLeitura2016_
LIVRO_EM_PDF_FINAL_COM_CAPA.pd
PARA ALÉM 
DO TEXTO
1.
MEDIAR A LEITURA: 
EXERCÍCIO DE SI E 
DO OUTRO
Começamos aqui por relembrar a primei-
ra questão apresentada anteriormente: 
De que depende o incentivo à leitura? 
Ao aprofundarmos essa refl exão, cabe-nos 
refl etir sobre as condições que levam uma 
pessoa a se tornar leitora, especialmente 
em nosso contexto, diante da complexida-
de e diferenças existentes no Brasil. Você, 
por exemplo, se considera um(a) leitor(a)?
Na pesquisa Retratos da Leitura no Bra-
sil, realizada pelo Instituto Pró-Livro, de 
mapeamento do comportamento leitor dos 
brasileiros, em sua 4ª edição (2016), iden-
tifi camos uma realidade que vale a pena 
uma refl exão. Sobre a pergunta referente a 
presença de uma pessoa que infl uenciou o 
gosto pela leitura dos pesquisados, os da-
dos apresentados indicam que isso é mais 
marcante entre as crianças até 13 anos, 
ao revelarem a presença dos pais e pro-
fessores como mediadores. Já para os 
entrevistados a partir de 25 anos, fi ca evi-
dente a pequena presença de pessoas que 
tiveram ou têm efetiva participação nessa 
infl uência. Concluímos, assim, que é na 
infância, por meio da escola, da família ou 
na biblioteca onde aparecem as oportuni-
dades de práticas e ações mediacionais, 
como as rodas de leitura, contação de his-
tória ou indicação de livros.
4 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Por outro lado, pensar a mediação da 
leitura para promover a formação de lei-
tores deve levar em consideração os dife-
rentes públicos e pessoas de diversas ida-
des e níveisde alfabetização e letramento. 
O leitor se constrói ao longo da vida. 
Para tal, é necessário que se desenvolvam 
práticas leitoras educativas, críticas literá-
rias e poéticas que tragam as memórias 
afetivas e que os indivíduos se reconhe-
çam nessas leituras, evocando liberdade 
e autonomia. Quando revisitamos nossas 
memórias, é possível reconhecer que o 
que construímos criticamente em relação 
ao conhecimento que possuímos está en-
volto no que somos e naquilo que experi-
mentamos ao longo da vida.
 CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 5 CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leituramediadores de leituramediadores de leitura
No Brasil, ainda é pequena a parcela da po-
pulação que tem acesso a bibliotecas, ao livro 
e à leitura em suas formas tradicionais ou não. 
Além disso, o exercício crítico, pedagógico, dia-
lógico e mediador da leitura parece não ser 
bem compreendido e a leitura acontece desco-
nectada com a realidade do cotidiano e dos in-
teresses do leitor. No processo de mudança que 
nós educadores buscamos, sem dúvida nenhu-
ma está o desejo de acesso ao livro e à leitura 
para todos, nas residências, escolas, bibliote-
cas, terminais de ônibus, centros culturais, pra-
ças, condomínios, canteiros de obras, fábricas, 
hospitais, presídios etc.
Dialógico: relativo a diálogo, 
em forma de diálogo.
Mas, é importante saber que não adianta so-
mente o acesso ao livro se não houver um con-
vite à leitura, especialmente para os iniciantes 
dessa aventura, independentemente da faixa 
etária ou classe social. E é desse convite, que de-
nominamos mediação, que trataremos a seguir. 
Refl etir sobre o conceito de mediação nos 
apresenta diferentes possibilidades, algumas 
abordagens mais simples, outras complexas, 
dependendo do contexto e do lugar de fala dos 
sujeitos envolvidos. Por ora, o que nos interessa 
aqui é especialmente a mediação da leitura.
PUXANDO 
PROSA
E você, qual a sua primeira 
lembrança de leitura? Como foi? 
O que o(a) atraiu? 
Que gosto isso teve para você?
6 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Na memorável obra de Paulo Freire, A 
importância do ato de ler, publicada origi-
nalmente em 1982, o autor “relê” momen-
tos de sua prática pedagógica, guardados 
na memória e vividos desde a infância, des-
tacando que é necessário “[...] uma com-
preensão crítica do ato de ler, que não se 
esgota na decodifi cação pura da palavra 
escrita ou da linguagem escrita, mas que 
se antecipa e se alonga na inteligência do 
mundo.” (FREIRE, 1989, p.9)
A leitura, em suas diferentes linguagens, 
verbais e não verbais, é fundamental para 
a construção do conhecimento, desde que 
seja valorizada a compreensão crítica do 
leitor e o seu conhecimento de mundo, 
podendo ser visto em uma das afi rmações 
mais conhecidas e citadas de Freire:
A leitura de mundo precede a leitura 
da palavra, daí que a posterior leitura desta 
não possa prescindir da continuidade da 
leitura daquele. Linguagem e realidade se 
prendem dinamicamente. A compreensão 
do texto a ser alcançada por sua leitura crí-
tica implica a percepção das relações entre 
o texto e o contexto. (FREIRE, 1989, p.9)
Na perspectiva da dialogicidade, uma 
das principais categorias das teorias de Pau-
lo Freire, nascem as práticas sociais e cultu-
rais de mediação da leitura. Assim, o diálogo 
apresenta-se como essencial à construção e 
à apropriação do conhecimento, numa ação 
libertadora e autônoma, na qual todas as 
pessoas envolvidas encontram-se inseridas 
e precisam se sentir valorizadas. 
Do interesse em aprender, surge o 
desejo de ler e de conhecer. Dessa for-
ma, quando as leituras propostas estão 
relacionadas às experiências, o processo 
de construção do leitor não tem apenas a 
relevância teórica do discurso pedagógico, 
situa-se, também, no lugar social dos en-
volvidos, reconhecendo aspectos da vida 
que são fundamentais para a compreensão 
da realidade apresentada nas argumenta-
ções, nos exemplos e nas linguagens do 
texto lido mediado. 
A leitura, portanto, faz parte do processo 
de comunicação cotidiana que ocorre entre 
os sujeitos e que envolve interações sociais 
e trocas, fomentadas em situações diversas, 
expressas pela memória, cultura, tradições 
e contextos sociais.
No desafio de mediar a leitura, não 
podemos esquecer a importância das lin-
guagens, pois a mediação é um ato de co-
municação entre os sujeitos e de partilha 
entre interlocutores.
A importância do ato de ler, 
de Paulo Freire:
https://educacaointegral.org.
br/wp-content/uploads/2014/10/
importancia_ato_ler.pdf
PARA ALÉM 
DO TEXTO
 CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 7
2.
AS DIMENSÕES DIALÓGICAS
DA MEDIAÇÃO DA LEITURA
A mediação da leitura caracteriza-se pelas relações dialógicas entre 
os sujeitos, o texto mediado e o ato mediador. É um diálogo consti-
tuído de múltiplas vozes e narrativas, de natureza dinâmica, fl exível e 
crítica. Em forma de diálogo, a mediação pode ocorrer em diferentes 
formatos para públicos diversos em ambiências como bibliotecas 
públicas, escolares e comunitárias, centros culturais, livrarias, mu-
seus e teatros, apenas alguns dos espaços tradicionais de promoção 
da leitura. Ou mesmo em locais improvisados ou públicos como va-
randas, calçadas, condomínios, garagens, praças e parques.
 CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE 
Na dialogicidade da mediação da leitura para conectar pessoas 
e textos, devemos levar em consideração também a participação 
efetiva e a história de vida do leitor, por meio de outras dimen-
sões como aquelas que Vincent Jouve (2002) nos apresenta e nas 
quais acrescentamos a leitura crítica. Vamos conhecer essas dimen-
sões? São elas:
a) Afetiva: a leitura está envolta em sentimentos e memórias 
que levam as pessoas a se conectarem com o que é lido, re-
velando emoções as mais diversas possíveis, como paixões, 
indignação, intimidade, identifi cação ou mesmo parcialida-
de. Jouve (2002) salienta que o “charme da leitura” advém 
das emoções. Leitores amam, admiram ou mesmo odeiam 
personagens das obras que leem, criando relações afetivas e 
pessoais (componente importante da leitura literária).
b) Simbólica: a dimensão simbólica da leitura se apresenta no 
imaginário do leitor, que leva a uma pluralidade de inter-
pretações do que é lido. Nesse sentido, cada indivíduo traz 
traços de suas experiências pessoais, dos valores e da cultu-
ra, como salienta Jouve (2002). O leitor ressignifi ca o que lê, 
permitindo a ele o direito de apreender o que lhe interessa de 
modo interativo.
c) Argumentativa: a leitura é argumentativa e polifônica 
(traz consigo muitas vozes). Na mediação de leitura, o media-
dor apresenta uma direção argumentativa, porém permite 
ao leitor que ele interaja com o texto, dialogue com o autor, 
o questione, concorde, discorde, acrescente ou faça inferên-
cias. Vale salientar que cabe ao mediador avaliar o nível de 
compreensão argumentativa do grupo para quem a prática 
é desenvolvida.
d) Cognitiva: ler signifi ca descortinar, mudar de horizontes, 
interagir com o real, interpretá-lo, compreendê-lo e decidir 
sobre ele. Desde o início a leitura deve contar com o leitor, 
com a sua contribuição ao texto, sua observação ao contexto, 
sua percepção do entorno. O prazer de ler é também uma 
descoberta. Assim, o conhecimento vai se construindo aos 
poucos,acompanhando o indivíduo em suas diversas fases 
de desenvolvimento cognitivo ao longo da vida. A leitura é 
um ato cognitivo-afetivo.
8 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
e) Crítica: Ezequiel Theodoro da Silva 
ressalta que um leitor crítico adentra 
um texto desejando compreender 
as circunstâncias, as razões e os de-
safi os sociais permitidos ou não por 
este texto (SILVA, 2002). A leitura, além 
de crítica, deve ser prazerosa. O ato 
de ler destrói certezas, pois a pessoa 
que lê questiona, se inquieta, analisa, 
pondera, processa, identifi ca-se.
DESTACAMOS QUE
A mediação da leitura
é um ato dialógico
A leitura é plural
A leitura é libertária
A leitura é emancipatória
A leitura não deve ser imposta
A leitura é provocação
Ler é um ato inacabado: 
estamos sempre 
acrescentando algo
O conhecimento está 
sempre em construção
O leitor se constrói a cada momento
É necessário apropriar-se do que é lido
 CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 9
PUXANDO 
PROSA
Baseado(a) nessas “pistas”, 
características de um mediador de 
leitura, você se vê assim? O que falta 
para você? Que outras características 
você acresceria?
3.
FORMANDO OS 
FORMADORES: 
AFINAL, O QUE É SER 
UM “MEDIADOR DE 
LEITURA”?
Vamos refl etir um pouco sobre a segunda 
questão apresentada no começo deste 
módulo: O que podem fazer os media-
dores de leitura para contribuir na 
formação de leitores críticos? Aqui ou-
saríamos dizer que não há modelos para 
formar leitores ou para formar mediadores 
de leitura, pois os modelos certamente se 
esgotariam. O que nós queremos propor 
em nosso curso, é a possibilidade da me-
diação sensível que se constrói no coti-
diano de professores, bibliotecários, pais, 
agentes de leitura e outros indivíduos que 
se dedicam a provocante missão de contri-
buir com o ato da leitura.
Quando nos referimos ao que chama-
mos aqui de formação do leitor, preci-
samos deixar claro tratar-se de uma ação 
educativa, e não de gerar formas ou mol-
des. Pensamos nas práticas dialógicas do 
ato de ler, do leitor como elemento prin-
cipal dessa prática pedagógica, visto no 
seu todo como ser que pensa, age, refl ete, 
analisa e decide. Estamos falando de uma 
ação de protagonismos, tanto do mediador 
quanto do leitor. 
Cada sujeito tem o direito de voz, de 
expressar-se e de comunicar aquilo que 
para ele não nasce na prática mediada, e, 
sim, em sua inserção no mundo com auto-
nomia que muitas vezes lhe é negada por 
inúmeros motivos, como a falta de acesso 
à escola, à biblioteca e ao livro. Porém, a 
exposição direta à leitura por meio da me-
diação apresenta estímulos humanizadores 
das práticas sociais e culturais, ampliando o 
campo de compreensão do que é lido e de 
suas linguagens.
A leitura, se bem entendida, é sedutora, 
pois se alia às experiências do viver para 
além do tempo e do espaço. Isso explica, 
por exemplo, a atemporalidade e as paixões 
que despertam Dom Quixote de La Mancha, 
de Miguel de Cervantes, cuja primeira edi-
ção é datada do ano de 1605 e continua 
sendo uma das obras mais lidas da atuali-
dade. Lembramos também de outra obra, 
Romeu e Julieta, tragédia amorosa datada 
do século XVI, de Willian Shakespeare, que 
já recebeu diversas adaptações para o ci-
nema. Ou mesmo os contos de fadas e as 
fábulas que tanto encantam o universo in-
fantil. Somente ressignifi cada, a leitura fará 
sentido e conquistará leitores, pois ela não 
existe isolada ou fora de contexto, sempre 
revelará outros textos e contextos, encon-
trando eco nas vozes plurais dos leitores.
Sobre o que caracteriza o mediador de 
leitura, temos algumas pistas: 
a) Inicialmente, deve tratar-se de um(a) 
leitor(a), alguém que gosta de ler. É 
um(a) leitor(a) crítico(a), cujas expe-
riências são partilhadas no processo 
de interação com o outro;
b) Além da experiência de leitura, é ne-
cessário gostar de comunicar-se, de 
falar do que lê, compartilhar seus re-
pertórios e afetividade;
c) Percebe na mediação a possibilida-
de de mudança a ser realizada no 
cotidiano das pessoas, de modo que 
compreendam o espaço que a leitura 
ocupa em suas vidas;
d) Compreende as diferentes fases pe-
las quais um leitor se constrói e se 
torna íntimo da leitura, sem exigên-
cias, deixando fl uir, sem estabelecer 
juízos.
O texto, em suas diferentes formas e di-
mensões, com linguagens verbais ou não 
verbais, é mote para desvelar o ato vivido. 
Por isso, a leitura precisa ser atrativa, pois 
ela deve ser reconhecida e (re)siginifi cada 
no sentido mais amplo que esses termos 
possam ter. Com esse pensamento, pode-
mos concluir que a leitura é uma prática 
social exercitada no cotidiano, da solida-
riedade, do compartilhamento ou mesmo 
em momentos de solidão como um direito 
do(a) leitor(a). 
10 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
4.
A MEDIAÇÃODA 
LEITURA NA PRÁTICA
Após as refl exões realizadas no decorrer do fascículo, cremos que seja 
importante apresentar um pouco sobre a mediação na prática. 
Planejar e trilhar um caminho atraente para mediar a leitura e formar 
leitores é, sem dúvida, um desafi o, tendo em vista que são muitas as 
possibilidades de leitura nos tempos atuais, inclusive em épocas de 
redes sociais e o poder de atração da internet. Entre os desafi os, alguns 
queremos destacar:
• As competências do(a) mediador(a)
• As condições nas quais as práticas se desenvolvem
• Os objetivos da mediação
• As ambiências
• A periodicidade das práticas
• A acessibilidade da leitura
• A existência de acervos atrativos que gerem o interesse do público
A mediação da leitura, portanto, é um 
ato de comunicação com o outro ou con-
sigo mesmo, daí a necessidade de se ler cri-
ticamente para o exercício da cidadania.
O(A) mediador(a) deve ser, antes de 
tudo, um(a) leitor(a). Dessa forma, em uma 
mediação de leitura, é possível envolver os 
leitores pelo encantamento do ato de ler, 
de modo digno, verdadeiro e afetivo. Assim 
como declara Petit (2008), ao afi rmar que a 
transmissão do amor pela leitura se dá 
pela experimentação desse amor. É co-
mum leitores narrarem suas histórias de lei-
tura a partir da presença de um mediador, 
sejam avós, pais, outros familiares, profes-
sores, contadores de histórias, entre outros 
que, de algum modo se tornaram fi guras 
marcantes nesse processo de se construir 
enquanto leitores.
E com você, quem foi o seu 
primeiro mediador? Ou quem foi 
o seu melhor mediador?
Você também pensa assim: O(A) 
mediador(a) deve ser, antes de 
tudo, um(a) leitor(a)?
PUXANDO 
PROSA
 CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 11 CURSOFORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE 
O que nos leva a ler? A leitura na forma como é vista atualmente 
constitui-se em um ato libertador e emancipatório. Lemos por dife-
rentes motivos, entretanto, o que mais deve aguçar o interesse do lei-
tor é o desejo de ler o que a ele interessa, de modo a gerar desejo 
no conhecimento obtido. “Ler é, pois, interrogar as palavras, duvidar 
delas, ampliá-las. Deste contato, desta troca, nasce o prazer de co-
nhecer, de imaginar, de inventar a vida.” (YUNES, Eliana, 1995, p.188)
O(A) mediador(a), ao preparar práticas leitoras, deve reconhecer 
a priori os objetivos que deseja alcançar, assim como ao escolher 
possibilidades de leitura como livros, gêneros textuais, temáticas 
e material de apoio para ampliar o diálogo, tendo conhecimento 
prévio do público a que se destina e de suas competências leitoras. 
Além disso, torna-se indispensável para a sua mediação: 
a) Planejar a prática de leitura com antecedência, de 
modo bem detalhado: textos a serem lidos, ambiências, 
atividades etc.;
b) Escolher textos adequados à situação e ao nível de 
compreensão dos leitores;
c) Ler previamente os textos a serem trabalhados;
d) Organizar a ambiência onde se dará o encontro (biblioteca, 
sala de aula, residência, sala de estar, varanda, quintal, 
praça etc); 
e) Expor livros e outros materiais de leitura de modo que 
possam gerar atração e curiosidade; 
f) Estimular o grupo para gerar interação com as obras e a 
temática apresentada;
g) Conversar informalmente com os participantes sobre livros, 
leitura e assuntos diversos;
h) Elaborar atividades dinâmicas e criativas;
i) Utilizar o próprio livro para a leitura, de modo a gerar 
familiaridade;
j) Relacionar a leitura a outras possibilidades: música, teatro, 
dança etc.
l) Ler em voz alta e com boa entonação para que todos 
compreendam o que está sendo lido;
m) Dar autonomia aos leitores para partilharem suas histórias, 
leituras e narrativas, bem como exporem posicionamentos.
A mediação da leitura não se encerra 
na prática desenvolvida. Ela deve ir 
ao encontro dos interesses do leitor 
como passaporte para novas leituras, 
interpretações e desdobramentos. 
Tem que gerar inquietação, pois ao 
compartilhar a leitura, cada indivíduo 
irá experimentar um sentimento de 
pertença, de apropriação, possibilitando 
abrir-se para o outro, introduzindo-o 
no mundo (PETIT, 2008), de modo 
autônomo, exercendo o direito da crítica 
e da liberdade.
A ação mediacional é um processo 
de interação entre o leitor, o texto, o 
mediador e o outro. Tal ação ocorre (ou 
deve ocorrer) permeada pela circulação 
de ideias entre os sujeitos, em meio à 
troca de experiências e opiniões.
IMPORTANTE
12 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
5.
RETOMANDO 
ALGUNS PONTOS E 
ACRESCENTANDO 
OUTROS
Como destacamos, formar leitores em meio 
a tantos suportes e possibilidades de leitura 
atraentes que hoje se apresentam, pode pa-
recer um grande desafi o, se observarmos de 
forma pessimista. Por outro lado, se amplia-
mos o conceito de leitura e o signifi cado do 
ato de ler para incorporarmos a presença 
da leitura no espaço virtual, explorando bi-
bliotecas digitais, museus virtuais e as mais 
variadas possibilidades textuais, verbais e 
não verbais, como imagens em movimen-
to e sons, por exemplo, percebemos que a 
complexidade da leitura sempre encontra 
novos espaços e leitores. 
Ao entendermos a leitura como algo que 
perpassa tempos e espaços e que vão além 
de fronteiras geográfi cas ou cronológicas, 
vislumbraremos maior aproximação com os 
leitores das novas gerações, especialmente 
as crianças e jovens, cuja intimidade com as 
questões tecnológicas são muito perceptí-
veis. Assim, é importante ouvir esses leito-
res, o que eles pensam sobre a leitura e o 
que dela esperam e desejam, fazendo com 
que a mediação não ocorra de forma desco-
nectada da realidade.
 CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 13 CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE 
À medida que as possibilidades se 
expandem, percebemos transformações 
nos perfi s de leitores, percebendo outras 
apropriações e concepções de leitura para 
além do texto escrito, dos espaços tradi-
cionais de promoção e formação do leitor. 
Nessa dinâmica, práticas no âmbito da cul-
tura se estabelecem, fazendo emergir novas 
confi gurações para o ato de ler e para as re-
lações dos leitores com a leitura.
Por outro lado, enquanto se percebe 
uma velocidade vertiginosa das possibili-
dades de leitura na atualidade, observa-se 
também que a inclusão democrática dos 
indivíduos nas práticas sociais de escrita e 
leitura ainda não é uma realidade a se co-
memorar no Brasil. 
Em linhas gerais, as difi culdades per-
cebidas estão relacionadas ainda ao aces-
so à informação e à leitura, dentro ou fora 
dos espaços da educação. São evidentes 
as fronteiras visíveis e invisíveis de acesso 
à biblioteca e à leitura, especialmente em 
zonas rurais ou comunidades com baixo 
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), 
onde a maioria dos alfabetizados não com-
preende o que lê, como demonstra a pes-
quisa Retratos da Leitura no Brasil (2016), 
citada anteriormente.
14 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
É importante ressaltar o papel das 
políticas públicas para promoção do 
acesso ao livro e à leitura, especialmen-
te para populações de baixa renda. Essas 
políticas, a exemplo do Plano Nacional do 
Livro e Leitura (PNLL), criado em 2006, têm 
mobilizado pessoas e instituições na 
promoção da leitura e democratização 
do acesso ao livro e às bibliotecas nos 
estados e municípios brasileiros. Nesse 
ponto, cabe destacar o forte movimento e 
inserção das bibliotecas comunitárias no 
Procure saber se no entorno da 
sua casa, na sua rua, em seu bairro 
ou em sua cidade, se existe alguma 
biblioteca pública (ofi cial, escolar) 
ou comunitária. Conheça os seus 
responsáveis, seu funcionamento, 
seu acervo, seus usuários e se há 
atividades de mediação de leitura 
para o público. Investigue e se apro-
prie dessas informações. Você pode 
precisar delas em breve.
Brasil, nos últimos anos, e suas ações em 
rede que têm contribuído com a formação 
de mediadores de leitura para atuarem nas 
comunidades, bem como fomentando o 
acesso às bibliotecas.
Para concluir, afi rmamos que a media-
ção da leitura é ação de acolhimento em 
primeira instância. Do mediador que aco-
lhe, do texto que dialoga e das ideias que 
abraçam o leitor.
Você, cursista e leitor(a), estar junto co-
nosco nessa luta, nos dá toda a esperança!
DESAFIO
 CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 15
REFERÊNCIAS
CALVINO, Italo. Se um viajante numa noite de inverno. 
São Paulo: Companhia das letras, 1999.
FAILLA, Zoara. Retratos de leitura no Brasil 4. Rio de 
Janeiro: Sextante, 2016. Disponível em: http://prolivro.
org.br/home/images/2016/RetratosDaLeitura2016_
LIVRO_EM_PDF_FINAL_COM_CAPA.pdfFREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três 
artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 1989.
JOUVE, Vincent. A leitura. São Paulo: Unesp, 2002.
PETIT, Michele. Os jovens e a leitura: uma nova 
perspectiva. São Paulo: Editora 34, 2008.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. Criticidade e leitura. 
Campinas: Mercado de Letras, 2002.
YUNES, Eliana. Pelo avesso: a leitura e o leitor. Curitiba: 
Editora da UFPR, 1995. 
RealizaçãoApoio
Lidia Eugenia Cavalcante (Autora)
É professora do curso de Biblioteconomia e do Programa de Pós-graduação em Ciência da 
Informação da Universidade Federal do Ceará (UFC). Tem pós-doutorado em Ciência da 
Informação pela Université de Montréal/Canada, é doutora em Educação pela UFC, mestre 
em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e graduada em Bi-
blioteconomia pela UFC. Desenvolve projetos de pesquisa e de extensão sobre mediação 
da leitura e da informação, especialmente em bibliotecas públicas e comunitárias.
Rafael Limaverde (ilustrador)
É ilustrador, chargista e cartunista (premiado internacionalmente) e xilogravurista. 
Formado em Artes Visuais pelo Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia 
do Ceará (IFCE). Escreve e possui livros ilustrados nas principais editoras do Ceará e 
em editoras paulistas.

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