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ETICA PROFISSIONAL

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2019 - 04 - 02 
Reta final OAB: revisão unificada - Edição 2016
1. ÉTICA PROFISSIONAL
ATIVIDADE DE ADVOCACIA
São atividades privativas do advogado:
a) Postulação em órgão do Poder Judiciário:
A postulação exclusiva do advogado em juízo encontra-se respaldada no art. 133 da CF/1988:
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Porém, convém lembrar que o texto original do inc. I do art. 1.º do Estatuto da Advocacia, ao
estabelecer como atividade privativa de advocacia a postulação em juízo, continha a expressão
“qualquer”, que foi declarada inconstitucional com o julgamento da ADIn 1.127-8. Dessa forma, em
regra deve prevalecer a exigência do advogado para a postulação em órgãos do Poder Judiciário,
devendo as exceções serem previstas em lei própria, conforme descrito no quadro abaixo:
• Exceções:
art. 1.º, § 1.º, da Lei 8.906/1994 Habeas Corpus
art. 9.º da Lei 9.099/1995 Juizado Especial Cível, nas causas de valores até 20 saláriosmínimos
art. 10, caput, da Lei
10.259/2001 Juizado Especial Federal
art. 2.º, caput, da Lei
5.478/1968 Lei de Alimentos
Súmula Vinculante 5 (STF) Defesa em processo administrativo disciplinar
A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) também é uma exceção da postulação privativa do
advogado, contudo, necessário observar o entendimento do TST na Súmula 425. Vejamos:
b) Consultoria, assessoria, direção jurídica.
As atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas, seja em empresa pública ou
privada, são privativas de advogados, não podendo ser praticadas por bacharéis em Direito, ainda
que se trate de um bacharel já aprovado no Exame de Ordem.
Neste sentido, vale lembrar que a aprovação no Exame de Ordem é apenas um dos requisitos
para se obter a inscrição como advogado junto a OAB, devendo-se cumprir com os demais
requisitos previstos no art. 8.º do Estatuto da Advocacia.
• Contrato social: qualquer ato constitutivo de pessoa jurídica, para ser levado a registro no
órgão competente, deverá ser visado por advogado, à exceção das microempresas e empresas de
pequeno porte, que têm essa dispensa prevista no Estatuto Nacional da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte (art. 9.º, § 2.º, da LC 123/2006)
A exigência do visto do advogado nos atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas não
deve ser interpretada como mera formalidade, mas sim como uma responsabilidade efetiva do
profissional que deverá analisar, não só, a forma, mas também o conteúdo do referido documento.
• Divulgação e associação da advocacia com outra atividade: não se admitirá a divulgação
da advocacia, nem a associação com qualquer profissão ou atividade, seja mercantil, de natureza
beneficente, lucrativa ou não lucrativa.
Dessa forma, o advogado pode anunciar os seus serviços profissionais, individual ou
coletivamente, desde que observe a discrição e a moderação, somente para finalidade
exclusivamente informativa, sendo vedada a divulgação em conjunto com outra atividade.
Essa vedação procura evitar a mercantilização da advocacia, afastando a captação indevida de
clientela e de causas, assim como a concorrência desleal.
• Nulidade dos atos praticados: serão considerados nulos todos os atos privativos de
advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e
administrativas, assim como os atos praticados por advogado impedido – no âmbito do
impedimento –, suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a
advocacia.
• Exercício da advocacia: o efetivo exercício da atividade de advocacia se dá com a
participação anual mínima em cinco atos privativos previstos no art. 1.º do Estatuto, em causas ou
questões distintas. Nesse sentido, a prática de atos privativos de advocacia, por profissionais e
sociedades não inscritos na OAB, constitui exercício ilegal da profissão.
MANDATO JUDICIAL
• Conceito: é o contrato pelo qual o outorgante (cliente) nomeia e constitui o outorgado
(advogado) para representá-lo judicial ou extrajudicialmente.
• Não se admitirá a outorga de poderes para a sociedade dos advogados, sendo permitida
somente aos advogados, na condição de pessoa física.
• Tipo de contrato: contrato típico misto fusionado, tendo em vista que o contrato presume,
além de uma relação de prestação de serviços advocatícios, uma fixação de honorários.
• Início do mandato judicial:
a) Constituição do advogado pelo cliente: tem início o mandato com a assinatura do
instrumento de mandato (procuração);
b) Nomeação:
– ad hoc: nomeação para ato específico e determinado;
– apud acta: ocorre quando a nomeação fica registrada na ata de audiência. Conhecida também
como mandato tácito. Exemplo: art. 791, § 3.º, da CLT.
• Extinção do mandato:
a) Substabelecimento sem reserva de poderes (art. 26, § 1.º, do Código de Ética Disciplinar –
CED);
b) Revogação (art. 17 do CED);
c) Renúncia (arts. 15 e 16 do CED); e
d) Arquivamento dos autos ou conclusão da causa (art. 13 do CED).
• Prazos: o advogado postulará, em juízo ou fora dele, fazendo prova imediata do mandato.
Afirmando urgência, pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de quinze
dias, prorrogável por igual período.
A urgência mencionada para a prorrogação do prazo para a apresentação do mandato possui
presunção legal de veracidade a favor do advogado, bastando a sua alegação, sem que haja a
necessidade de prova.
• Deveres do advogado com relação ao mandato judicial:
a) O advogado não deve aceitar procuração de cliente que já tenha patrono constituído nos
autos, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo justo ou para adoção de medidas judiciais
urgentes e inadiáveis, sob pena de infração ético-disciplinar punível com censura;
b) O advogado deve informar o cliente, de forma clara e inequívoca, quanto a eventuais riscos
da sua pretensão e às consequências que poderão advir da demanda; deve, ainda, denunciar, a
quem lhe solicite patrocínio, qualquer circunstância que possa influir na resolução de submeter-
lhe a consulta ou confiar-lhe a causa.
c) Ao fim do mandato judicial, o advogado deverá promover a devolução de bens, valores e
documentos recebidos no exercício do mandato e pormenorizada prestação de contas, não
excluindo outras prestações solicitadas, pelo cliente, a qualquer momento;
d) O advogado não deve deixar ao abandono ou ao desamparo as causas sob seu patrocínio,
sendo recomendável que, diante de dificuldades ou inércia do cliente quanto a providências que
lhe tenham sido solicitadas, renuncie ao mandato.
e) A renúncia ao patrocínio implica omissão do motivo e a continuidade da responsabilidade
profissional do advogado ou escritório de advocacia, durante o prazo estabelecido em lei (10 dias,
segundo o art. 5.º, § 3.º, do EAOAB); não fica excluída, todavia, a responsabilidade pelos danos
causados aos clientes ou a terceiros;
f) Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou reunidos em caráter
permanente para cooperação recíproca, não podem representar em juízo ou fora dele clientes com
interesses opostos;
g) Havendo conflito de interesses entre seus constituintes, e não estando acordes os
interessados, o advogado, com a devida prudência e discrição, optará por um dos mandatos,
renunciando aos demais, resguardado o sigilo profissional;
h) O advogado, ao postular em nome de terceiros, contra ex-cliente ou ex-empregador, judicial
e extrajudicialmente, deve resguardar o sigilo profissional.
i) O advogado deve abster-se de patrocinar causa contrária à validade ou legitimidade de ato
jurídico em que tenha colaborado ou intervindo de qualquer maneira; da mesma forma, deve
declinar seu impedimento ou o da sociedade quando houver conflito de interesses motivado por
intervenção anterior no trato de assunto que se prenda ao patrocínio solicitado.
j) O advogado não se sujeita à imposição de seu cliente que pretenda ver com ele atuando
outros advogados, nem aceitar a indicação de outro profissionalpara com ele trabalhar no
processo;
l) É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e
preposto do empregador ou cliente.
m) O advogado não será responsabilizado por omissão do cliente quanto a documento ou
informação que lhe devesse fornecer para a prática oportuna de ato processual do seu interesse.
DIREITOS DO ADVOGADO
Ao se estabelecer direitos aos advogados, o Estatuto da Advocacia procurou assegurar a
independência do advogado diante dos órgãos e das autoridades públicas, além de assegurar o
efetivo exercício profissional e garantir a aplicação da justiça.
• Exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional;
Constitui direito do advogado exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional.
No entanto, caso pretenda atuar de forma habitual em Estado diverso do qual mantém sua
inscrição principal, deverá promover inscrição suplementar no Conselho Seccional da OAB do
referido Estado.
• A inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de
trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao
exercício da advocacia;
A finalidade da inviolabilidade prevista no Estatuto da Advocacia é a liberdade da defesa e do
sigilo profissional do cliente.
• Comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando
estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que
considerados incomunicáveis;
Essa prerrogativa tem por finalidade assegurar a qualquer cidadão preso o direito de ser
assistido por advogado, conforme determina o art. 5.º, LXIII, da CF/1988.
• Ter a presença de representante da OAB quando preso em flagrante por motivo ligado ao
exercício da advocacia, para lavratura do respectivo auto, sob pena de nulidade, e, nos demais
casos, a comunicação expressa à seccional da OAB;
• Não ser recolhido preso antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado
Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em
prisão domiciliar (O STF, no julgamento da ADIn 1.127-8, declarou inconstitucional a expressão
“assim reconhecidas pela OAB”, contida originalmente no inciso).
• Ingressar livremente:
a) Nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada
aos magistrados;
b) Nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços
notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e
independentemente da presença de seus titulares;
c) Em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público
onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade
profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente
qualquer servidor ou empregado; e
d) Em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou
perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais;
• Permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer dos órgãos supra mencionados,
independentemente de licença;
• Dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente
de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada;
• Sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou processo, nas sessões de julgamento,
após o voto do relator, em instância judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze minutos,
salvo se prazo maior for concedido;
• Usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária,
para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que
influam no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe for feita;
Procura-se através desta prerrogativa impedir que injustiças ocorram em decorrência de
incorreções ou equívocos causados pelos magistrados, além de garantir a liberdade de expressão
do advogado, pois o uso da palavra é fundamental para o exercício da advocacia.
• Reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra
a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento;
• Falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração
Pública ou do Poder Legislativo;
• Examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração
Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando
não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos;
• Examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem
procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento,
ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou
digital;
Convém lembrar que:
1. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração;
2. A autoridade competente, diante de risco de comprometimento da eficiência, eficácia ou da finalidade
das diligências, poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a diligência em
andamento e ainda não documentados nos autos;
3. A proibição do advogado de examinar os autos de flagrante e de investigação, bem como o
fornecimento incompleto de autos ou a retirada de peças já incluídas no caderno investigatório, implica na
responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade do responsável que impedir o acesso do
advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa.
4. O impedimento de acesso do advogado aos autos, determinado pela autoridade responsável, não
prejudica o seu direito de requerimento ao juiz competente para que autorize o acesso negado.
• Ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na
repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais, exceto os processos sob regime de segredo
de justiça, quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou quando
ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou
repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante
representação ou a requerimento da parte interessada;
• Retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias, exceto os
processos sob regime de segredo de justiça, quando existirem nos autos documentos originais de
difícil restauração ou quando ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência dos
autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado,
proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada;
• Ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercício da profissão ou em razão dela;
DESAGRAVO PÚBLICO
Direito:
O inscrito na OAB, quando ofendido em razão do exercício profissional ou de
cargo ou função da OAB, tem direito ao desagravo público promovido pelo Conselho
competente, de ofício, a seu pedido ou de qualquer pessoa.
DESAGRAVO PÚBLICO
Arquivamento
do pedido:
O relator pode propor o arquivamento do pedido se a ofensa:
• For pessoal;
• Se não estiver relacionada com o exercício profissional;
• Se não estiver relacionada com as prerrogativas gerais do advogado;
• Se configurar crítica de caráter doutrinário, político ou religioso.
Concordância
do ofendido:
O desagravo público deve ser promovido a critério do Conselho.
Não depende de concordância do ofendido, que também não pode dispensá-lo.
Conselho
Federal:
Compete ao Conselho Federal promover o desagravo público de Conselheiro
Federal ou de Presidente de Conselho Seccional, quando ofendidos no exercício das
atribuições de seus cargos e ainda quando a ofensa a advogado se revestir de
relevância e graveviolação às prerrogativas profissionais, com repercussão nacional.
• Usar os símbolos privativos da profissão de advogado;
Convém lembrar que esta prerrogativa autoriza somente o uso de símbolos da profissão, não
autorizando a utilização de símbolos da OAB, como, por exemplo, seu logotipo.
• Recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou
sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou
solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional;
Trata-se de prerrogativa extremamente importante que está relacionada ao sigilo profissional,
sendo este um direito/dever do advogado. Sob este aspecto, o advogado, mesmo que intimado
judicialmente a depor, deve manter o sigilo de todas as informações obtidas em razão do exercício
de sua atividade.
Note-se que o advogado, se intimado, não pode ausentar-se da audiência, devendo comparecer
e informar que por força de sua atuação profissional encontra-se impedido de prestar depoimento.
• Retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após trinta
minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva
presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo;
Devemos observar que esta prerrogativa não se aplica quando o magistrado encontra-se
atrasado no cumprimento da pauta de audiências.
• Assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade
absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os
elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente,
podendo apresentar razões e quesitos.
• O Presidente do Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção, ao tomar
conhecimento de fato que possa causar, ou que já tenha causado, violação de direitos ou
prerrogativas da profissão, devem adotar as providências judiciais e extrajudiciais cabíveis para
prevenir ou restaurar o império do Estatuto, inclusive mediante representação administrativa.
• O advogado contará com a assistência de representante da OAB nos inquéritos policiais ou nas
ações penais em que figurar como indiciado, acusado ou ofendido, sempre que o fato a ele
imputado decorrer do exercício da profissão ou a este vincular-se.
INSCRIÇÃO NA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
• Requisitos para inscrição como advogado (art. 8.º do Estatuto da OAB)
a) Capacidade civil;
A maioridade civil se comprova pelo documento de identidade. A sanidade é presumida.
b) Diploma ou certidão de conclusão de curso;
Diante da falta de diploma regularmente registrado, o requerente à inscrição pode apresentar
certidão de graduação em direito, acompanhada de cópia autenticada do respectivo histórico
escolar.
c) Título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;
d) Aprovação no Exame da OAB;
e) Não exercer atividade incompatível com a advocacia (art. 28 do Estatuto da OAB);
A incompatibilidade é a proibição total para o exercício da advocacia.
f) Idoneidade moral;
Idoneidade moral: é requisito para inscrição na OAB e para permanência como advogado. Está
vinculada à prática de crime infamante. Qualquer pessoa pode suscitar a inidoneidade moral de
um candidato, por intermédio de pedido de declaração de inidoneidade moral, que não poderá ser
anônimo, terá caráter incidental em relação ao processo de inscrição e será julgado pelo Conselho
Seccional, com exigência de quórum de 2/3 (dois terços) para declaração positiva.
g) Compromisso perante o Conselho Seccional.
O compromisso a ser prestado pelo requerente à inscrição principal no quadro de advogados da
OAB é indelegável, por sua natureza solene e personalíssima.
• Inscrição principal: deverá ser realizada no Conselho Seccional onde o advogado pretenda
manter seu domicílio profissional, sendo este a sede principal da atividade de advocacia,
prevalecendo, diante de dúvida, o domicílio da pessoa física do advogado. O advogado só poderá
ter uma inscrição principal.
• Inscrição suplementar: deverá ser requerida caso o advogado atue em Conselho Seccional
diverso daquele no qual mantém inscrição principal, com habitualidade (em mais de cinco causas
por ano).
•Transferência de inscrição: caso o advogado mude de forma efetiva seu domicílio
profissional para outro Conselho Seccional, poderá requerer a transferência da inscrição principal
para o Conselho Seccional desejado.
• Licenciamento de inscrição: interrupção temporária da inscrição. Será licenciada a inscrição
quando o advogado:
a) Requerer, desde que com motivos justificados;
b) Passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da
advocacia;
c) Sofrer doença mental curável.
• Cancelamento de inscrição: interrupção definitiva da inscrição. Será cancelada a inscrição
quando o profissional:
a) Assim o requerer;
b) Sofrer penalidade de exclusão;
c) Falecer;
d) Passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia;
e) Perder qualquer um dos requisitos indispensáveis para a inscrição.
• Advogado estrangeiro
ADVOGADO ESTRANGEIRO QUE QUEIRA ATUAR NO
BRASIL
(sem requerer inscrição)
(Provimento 91/2000 do Conselho Federal da OAB)
ESTRANGEIRO FORMADO NO
EXTERIOR/BRASILEIRO FORMADO NO
EXTERIOR QUE PRETENDA SER
ADVOGADO NO BRASIL
(art. 8.º, § 2.º, do EA)
• Poderá exercer somente atividade de
consultoria/assessoria no direito estrangeiro
correspondente ao seu país ou estado de origem.
• Deverá cumprir os requisitos de
inscrição (art. 8.º do EA), inclusive a
aprovação no Exame da OAB (o estrangeiro
fica dispensado de juntar o título de eleitor
e a quitação do serviço militar)
• É vedado o exercício do procuratório judicial ou de
consultoria/assessoria em direito brasileiro, ainda que em
conjunto com advogado/sociedade de advogados
brasileiros.
• Para exercer assessoria/consultoria deverá requerer ao
Conselho Seccional do local onde for exercer sua atividade
profissional uma autorização (equivalente ao processo de
inscrição), que terá duração de três anos, renovável a cada
período de três anos.
• Quando não graduado em direito no
Brasil, deverá fazer prova do título de
graduação, obtido em instituição
estrangeira, devidamente revalidado por
órgão oficial brasileiro.
Por força do que dispõe o Provimento 129/2008 do Conselho Federal da OAB, o advogado de
nacionalidade portuguesa, em situação regular na Ordem dos Advogados Portugueses, pode
inscrever-se no quadro da OAB, sem a necessidade de prestar Exame de Ordem, devendo ser
observado o princípio da reciprocidade de tratamento.
• Cadastro Nacional dos Advogados (CNA) e Cadastro Nacional das Sociedades de
Advogados (CNSA). Compete ao Conselho Seccional da OAB alimentar, automaticamente e em
tempo real, por via eletrônica, o CNA e o CNSA, mantendo as informações constantemente
atualizadas.
• Identidade Profissional
Para a inscrição suplementar, o cartão é específico. Deve indicar o número da inscrição
suplementar em negrito ou sublinhado.
A carteira de identidade do advogado, relativa à inscrição originária, entre outras informações,
trás anotações da OAB, firmadas pelo Secretário-Geral ou Adjunto, incluindo: as
incompatibilidades e os impedimentos; o exercício de mandatos; as designações para comissões; as
funções na OAB; serviços relevantes à profissão; os dados da inscrição suplementar, pelo Conselho
que a deferir.
• Estágio profissional
O estágio profissional constitui requisito necessário para inscrição no quadro de estagiários da
OAB e é meio adequado para a aprendizagem prática.
Pode ser oferecido por instituição de ensino superior autorizada e credenciada, em convênio
com a OAB, complementando-se a carga horária do estágio curricular supervisionado com
atividades práticas típicas de advogado e de estudo do Estatuto e do Código de Ética e Disciplina,
observado o tempo conjunto mínimo de 300 (trezentas) horas, distribuído em dois ou mais anos,
conforme art. 27, § 1.º, do Regulamento-Geraldo Estatuto da Advocacia e da OAB.
• Atos do estagiário
Isoladamente o estagiário poderá praticar os seguintes atos, sob a responsabilidade do
advogado:
a) Retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga;
b) Obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos em
curso ou findos;
c) Assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos; e
d) Praticar atos extrajudiciais, mediante autorização ou substabelecimento do advogado.
SOCIEDADE DE ADVOGADOS E SOCIEDADE UNIPESSOAL DE ADVOCACIA
• Tipo de sociedade: Sociedade simples de prestação de serviços de advocacia e sociedade
unipessoal de advocacia. Estão sujeitas ao Estatuto da Advocacia, ao Código de Ética e Disciplina da
OAB e ao Regulamento-Geral do Estatuto da Advocacia, não se tratando de sociedade
empresárias.
• Regras gerais para sociedade de advogados e sociedade unipessoal de advocacia:
a) Registro de seus atos constitutivos junto ao Conselho Seccional da OAB em cuja base
territorial tiver sede;
b) Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de
uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de
advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial
do respectivo Conselho Seccional;
c) O ato de constituição de filial deve ser averbado no registro da sociedade e arquivado junto
ao Conselho Seccional onde se instalar, ficando os sócios, inclusive o titular da sociedade
unipessoal de advocacia, obrigados a inscrição suplementar;
d) Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não podem representar em juízo
clientes de interesses opostos;
e) A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado responsável
pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no
ato constitutivo;
f) O licenciamento do sócio para exercer atividade incompatível com a advocacia em caráter
temporário deve ser averbado no registro da sociedade, não alterando sua constituição;
g) O cancelamento do sócio deverá gerar alteração do contrato social, com a retirada do sócio
cancelado;
h) Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respondem
subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientespor ação ou omissão no exercício da
advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer;
i) A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da concentração por um advogado
das quotas de uma sociedade de advogados, independentemente das razões que motivam tal
concentração
• Advogados associados: As sociedades poderão associar-se com advogados, sem vínculo de
emprego, para a participação nos resultados. Os contratos de associação deverão ser averbados no
contrato social da sociedade de advogados.
• Responsabilidade civil: Os advogados sócios e associados respondem subsidiária e
ilimitadamente pelos danos civis causados ao cliente, nas ações em que atuou, sem prejuízo da
responsabilidade criminal e disciplinar em que possa incorrer.
ADVOGADO EMPREGADO
• Liberdade profissional: Mesmo quando empregado, o advogado mantém sua independência
profissional e isenção técnica, prerrogativas inerentes ao exercício pleno da advocacia, garantindo
o EAOAB e o RGEAOAB:
a) A não obrigatoriedade de prestar serviços profissionais de interesse pessoal dos
empregadores, fora da relação de emprego;
b) A jornada de trabalho que não exceda a duração diária de 4 (quatro) horas contínuas e a de
20 (vinte) horas semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva;
c) Que as horas extraordinárias sejam remuneradas por um adicional não inferior a 100%
sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito; e
d) Que as horas noturnas sejam acrescidas de 25%, quando trabalhar das 20 horas de um dia
até às 5 (cinco) horas do dia seguinte.
• Honorários de sucumbência dos advogados empregados: nas causas em que for parte o
empregador, ou pessoa por este representada, os honorários de sucumbência são devidos aos
advogados empregados.
Caso o empregador seja uma sociedade de advogados, os honorários poderão ser partilhados
entre o advogado empregado e a empregadora, ou ainda, destinados exclusivamente ao advogado
empregado, desde que represente a vontade dele e da sociedade empregadora, segundo orientação
jurisprudencial do STF, no julgamento da ADIn 1.194-4.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
O EAOAB divide os honorários em convencionados, arbitrados judicialmente e sucumbenciais:
• Honorários convencionados: representados por contrato escrito, ou, quando verbal, que seja
incontroverso. O contrato escrito representa título executivo extrajudicial.
Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de expedir-se o
mandado de levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente,
por dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os pagou.
Convém lembrar que o advogado, ao estabelecer o valor de seus honorários, deverá observar o
valor mínimo da Tabela de Honorários instituída pelo respectivo Conselho Seccional onde for
realizado o serviço, inclusive quanto a diligências, sob pena de caracterizar-se aviltamento de
honorários
Se as partes não convencionarem a ocasião para o pagamento, a lei sugere que seja pago 1/3
(um terço) no início do processo, 1/3 (um terço) na decisão de primeiro grau e 1/3 (um terço) no
final da demanda.
• Honorários arbitrados judicialmente: não havendo contrato escrito ou sendo o contrato
verbal controverso, o advogado demandará em juízo o arbitramento de seus honorários
profissionais.
Para fixação dos honorários o magistrado deve se valer das regras do CED, que indicam os
critérios para fixar honorários advocatícios (a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade
das questões versadas; o trabalho e o tempo necessários; a dedicação exclusiva do advogado para a
causa; o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para ele resultante do serviço
profissional; o caráter da intervenção – avulso, habitual ou permanente; a complexidade da causa,
o lugar da prestação dos serviços, a competência do profissional e a praxe do foro sobre os
trabalhos análogos).
• Honorários sucumbenciais: serão devidos pela parte sucumbente ao advogado da parte
vencedora, fixados pelo magistrado, na sentença, em regra na variante de 10% a 20% do valor da
condenação.
Podem ser somados aos honorários convencionados ou arbitrados judicialmente. Se cada
demandante for em parte vencedor e vencido, a sucumbência será recíproca.
Quando ocorrer o substabelecimento, a verba correspondente aos honorários da sucumbência
será repartida entre o substabelecente e o substabelecido, proporcionalmente à atuação de cada
um no processo ou conforme haja sido entre eles ajustado.
• Contrato de honorários com cláusulaquota litis: na hipótese da adoção de cláusula quota
litis, os honorários devem ser necessariamente representados por pecúnia e, quando acrescidos de
honorários da sucumbência, não podem ser superiores às vantagens advindas a favor do cliente.
• Emissão de duplicata e indicação de títulos à protesto: o crédito por honorários
advocatícios não autoriza o saque de duplicatas ou qualquer outro título de crédito de natureza
mercantil, exceto a emissão de fatura, quando o cliente assim pretender, com previsão em contrato
escrito, sendo absolutamente proibida a tiragem de protesto.
• Prescrição da pretensão da ação de cobrança de honorários advocatícios: prescreve em 5
(cinco) anos a partir:
a) do vencimento do contrato, se houver;
b) do trânsito em julgado da decisão que os fixar;
c) da ultimação do serviço extrajudicial;
d) da desistência ou transação; e
e) da renúncia ou revogação do mandato.
ADVOCACIAPRO BONO
Pode ser exercida em favor de instituições sociais sem fins econômicos e aos seus assistidos,
sempre que osbeneficiários não dispuserem de recursos para a contratação de profissional.
INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTO
• Incompatibilidade: é a proibição total do exercício da advocacia. Serão incompatíveis com o
exercício da advocacia, mesmo em causa própria (art. 28 do EAOAB):
a) Chefe do Poder Executivo e seus substitutos legais;
b) Membros da mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais;
c) Membros de órgãos do Poder Judiciário (exceto o juiz eleitoral), do Ministério Público, dos
tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, bem como de todos que
exerçam função de julgamento em órgão de deliberação coletiva da Administração Pública direta
ou indireta;
d) Ocupantes de cargos ou funções de direção em órgãos da Administração Pública Direta ou
Indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço
público;
e) Ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do
Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro;
f) Ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de
qualquer natureza;
g) Militares de qualquer natureza, na ativa;
h) Ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou
fiscalização de tributos e contribuições parafiscais; e
i) Ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas.
• Impedimento: é a proibição parcial do exercício da advocacia. Serão impedidos (art. 30 do
EAOAB):
• Atividade exclusiva: Os Procuradores-Gerais, Advogados-Gerais, Defensores-Gerais e
dirigentes de órgãos jurídicos da Administração Pública direta, indireta e fundacional são
exclusivamente legitimados para o exercício da advocacia vinculada à função que exerçam,
durante o período da investidura.
INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES
I – exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio,
o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos;
II – manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos no
EAOAB;
III – valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a
receber;
IV – angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros;
V – assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial
CENSURA
que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado;
VI – advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando
fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento
judicial anterior;
VII – violar, sem justa causa, sigilo profissional;
VIII – estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou
ciência do advogado contrário;
IX – prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio;
X – acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do
processo em que funcione;
XI – abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da
comunicação da renúncia;
XII – recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado
em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública;
XIII – fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações
forenses ou relativas a causas pendentes;
XIV – deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem
como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o
adversário ou iludir o juiz da causa;
XV – fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a
terceiro de fato definido como crime;
XVI – deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou
autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente
notificado;
XXIX – praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação.
SUSPENSÃO
XVII – prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à
lei ou destinado a fraudá-la;
XVIII – solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação
ilícita ou desonesta;
XIX – receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto
do mandato, sem expressa autorização do constituinte;
XX – locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por
si ou interposta pessoa;
XXI – recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias
recebidas dele ou de terceiros por conta dele;
XXII – reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança;
XXIII – deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB,
depois de regularmente notificado a fazê-lo;
XXIV – incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional;
XXV – manter conduta incompatível com a advocacia (prática reiterada de jogo de
azar, não autorizado por lei; incontinência pública e escandalosa; e embriaguez ou
toxicomania habituais).
EXCLUSÃO
XXVI – fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB;
XXVII – tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia;
XXVIII – praticar crime infamante.
SANÇÕES DISCIPLINARES
CENSURA
• Representa um registro no prontuário do advogado. Não é uma sanção pública.
• Aplica-se: a) Incs. I a XVI e XXIX do art. 34 do EAOAB; b) Violação ao CED; e c)
Violação ao EAOAB, quando não prevista sanção mais grave.
A censura poderá ser convertida em advertência por ofício reservado, que não
constará no registro do prontuário do advogado infrator quando estiver presente
circunstância atenuante, como as descritas no art. 40 do Estatuto da Advocacia:
• falta cometida na defesa da prerrogativa profissional;
• primariedade;
• exercício assíduo ou proficiente de mandato ou cargo na OAB;
• relevantes serviços prestados à advocacia ou à causa pública).
SUSPENSÃO
• Implicará na proibição do exercício profissional em todo o território nacional.
• É uma sanção pública.
• Aplica-se a suspensão: a) Incs. XVII a XXV do art. 34 do EAOAB; b) Reincidência em
infração disciplinar.
• Prazos da suspensão: a regra da suspensão é que ela tenha prazo mínimo de 30
dias e prazo máximo de 12 meses.
• Há três exceções do prazo máximo da suspensão:
a) Art. 34, XXI, do EAOAB (falta de prestação de contas): prazo mínimo de 30 dias
prorrogável até a efetiva prestação de contas;
b) Art. 34, XXIII, do EAOAB (falta de pagamento de contribuições, multas e serviços
à OAB): prazo mínimo de 30 dias prorrogável até o efetivo pagamento, devidamente
atualizado; e
c) Art. 34, XXIV, do EAOAB (inépcia profissional): prazo mínimo de 30 dias
prorrogável até aprovação em novas provas de habilitação.
• Implicará no cancelamento da inscrição do advogado.
EXCLUSÃO
• É uma sanção pública.
• Aplica-se a exclusão: a) Incs. XXVI a XXVIII do art. 34 do EAOAB;
b) Aplicação de três suspensões.
• Na exclusão será necessária sempre a manifestação favorável de 2/3 do Conselho
Seccional.
MULTA
• É sanção acessória agravante das sanções de censura e suspensão, quando
houver circunstâncias agravantes.
• Deverá ser fixada em valor mínimo de uma anuidade e o máximo de seu décuplo.
• Será recolhida ao Conselho Seccional da inscrição principal do advogado infrator.
Dica para lembrar a sanção disciplinar:
Artigo e incisos Dica (se a infração tratar de) Sanção
Art. 34, I a XVI e XXIX ATO CENSURA
Art. 34, XVII a XXV $, CARGA AUTOS, INÉPCIA PROFISSIONAL SUSPENSÃO
Art. 34, XXVI a XXVIII CRIME EXCLUSÃO
-- (agrava a censura e suspensão) MULTA
• Reabilitação: o advogado infrator que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar poderá
requerer, após um ano do efetivo cumprimento da pena, a reabilitação, provando bom
comportamento. Quando a sanção for resultado da prática de um crime, a reabilitação disciplinar
estará vinculada à reabilitação criminal.
• Prescrição: A pretensão punitiva prescreve em 5 (cinco) anos, a partir da constatação oficial
dos fatos.
A prescrição intercorrente ocorrerá quando o processo ficar pendente de despacho ou data de
julgamentopor mais de 3 (três) anos.
Prescrição da Pretensão
Punitiva 5 ANOS Ciência oficial dos fatos
Prescrição Intercorrente + de 3ANOS
Processo disciplinar pendente de despacho ou data
de julgamento
A prescrição se interrompe:
a) Pela instauração do processo disciplinar ou pela notificação regular do representado; e
b) Pela decisão condenatória recorrível de qualquer órgão julgador da OAB.
ÓRGÃOS DA OAB
• Informações gerais:
a) A OAB é serviço público federal independente;
b) É dotada de personalidade jurídica e forma federativa;
c) Tem natureza jurídica de instituição públicasui generis (ADIn 3.026-6);
O Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADIn 3.026/2006, se manifestou sobre a natureza
jurídica da OAB da seguinte forma: “A OAB não é uma entidade de Administração Indireta da
União. A Ordem é um serviço público independente, categoria impar no elenco das personalidades
jurídicas existentes no direito brasileiro. A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem
essas que se tem referido como ‘autarquias especiais’ para pretender-se afirmar equivocada
independência das hoje chamadas ‘agências’. Por não consubstanciar uma entidade da
Administração Indireta, a OAB não está sujeita ao controle da Administração, nem a qualquer das
suas partes está vinculada. Essa não vinculação é formal e materialmente necessária. A OAB
ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que exercem função constitucionalmente
privilegiada, na medida em que são indispensáveis à administração da Justiça (art. 133 da
CF/1988). É entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção de advogados. Não
há ordem de relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão público. A Ordem dos
Advogados do Brasil, cujas características são autonomia e independência, não pode ser tida como
congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está voltada exclusivamente
a finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. Embora decorra de determinação legal,
o regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é compatível com a entidade, que é
autônoma e independente.”
d) Não mantém vínculo hierárquico ou funcional com nenhum órgão da Administração
Pública;
e) Tem imunidade tributária total com relação a rendas, bens e serviços;
f) Tem competência para fixar e cobrar de seus inscritos as contribuições, preços de serviços e
multas, constituindo título executivo extrajudicial a certidão de dívida passada pela diretoria do
Conselho competente;
g) O pagamento da contribuição anual à OAB isenta os inscritos nos seus quadros do
pagamento obrigatório da contribuição sindical;
h) O cargo de conselheiro ou de membro de diretoria de órgão da OAB é de exercício gratuito e
obrigatório, considerado serviço público relevante, inclusive para fins de disponibilidade e
aposentadoria.
• A OAB tem por finalidade:
a) Defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático de Direito, os direitos
humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da
justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas; e,
b) Promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos
advogados em todo o Brasil.
• Órgãos da OAB:
• Conselho Federal
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil representa o seu órgão máximo, com
sede em Brasília. Trata-se do último grau recursal da OAB.
Composição:
a) Por três conselheiros federais integrantes das delegações formadas no Conselho Seccional,
que têm direito a voz e voto, que será tomado por delegação;
b) Pelos ex-presidentes do Conselho Federal, a título honorário e vitalício, com direito a voz;
c) Pelos presidentes dos Conselhos Seccionais, na condição de convidados das sessões, com
direito a voz. O Presidente do Conselho Federal terá direito apenas ao voto de qualidade.
Competências privativas do Conselho Federal:
a) Dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;
b) Representar, em juízo ou fora dele, os interesses coletivos ou individuais dos advogados;
c) Velar pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização da advocacia;
d) Representar, com exclusividade, os advogados brasileiros nos órgãos e eventos
internacionais da advocacia;
e) Editar e alterar o Regulamento-Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos que
julgar necessários;
f) Adotar medidas para assegurar o regular funcionamento dos Conselhos Seccionais;
g) Intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando constatar grave violação do EAOAB ou do
Regulamento-Geral;
h) Cassar ou modificar, de ofício ou mediante representação, qualquer ato, de órgão ou
autoridade da OAB, contrário ao EAOAB, ao Regulamento-Geral, ao Código de Ética e Disciplina, e
aos Provimentos, ouvida a autoridade ou o órgão em causa;
i) Julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos Seccionais, nos casos
previstos no EAOAB e no Regulamento-Geral;
j) Dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e sobre os respectivos símbolos privativos;
k) Apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria;
l) Homologar ou mandar suprir relatório anual, o balanço e as contas dos Conselhos Seccionais;
m) Elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o preenchimento dos cargos nos
tribunais judiciários de âmbito nacional ou interestadual, com advogados que estejam em pleno
exercício da profissão, vedada a inclusão de nome de membro do próprio Conselho ou de outro
órgão da OAB;
n) Ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas legais e atos normativos, ação civil
pública, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações cuja legitimação lhe
seja outorgada por lei;
o) Colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar, previamente, nos pedidos
apresentados aos órgãos competentes para criação, reconhecimento ou credenciamento desses
cursos;
p) Autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a oneração ou alienação de seus bens
imóveis;
q) Participar de concursos públicos, nos casos previstos na Constituição e na lei, em todas as
suas fases, quando tiverem abrangência nacional ou interestadual;
r) Resolver os casos omissos no EAOAB.
• Conselhos Seccionais
A jurisdição de cada Conselho Seccional corresponde a área territorial de seu respectivo Estado
ou ao Distrito Federal.
Composição:
a) Pelos conselheiros em número proporcional ao dos advogados nele inscritos (mínimo de 30 e
máximo de 80 conselheiros), com direito a voz e voto;
b) Pelos ex-presidentes do Conselho Seccional, a título honorário e vitalício, com direito a voz; e
c) Pelo presidente do Instituto dos Advogados, na condição de membro honorário, somente com
direito a voz. Quando presentes às sessões do Conselho Seccional, o Presidente do Conselho
Federal, os conselheiros federais integrantes da respectiva delegação, o Presidente da Caixa de
Assistência dos Advogados e os Presidentes das Subseções têm somente direito a voz, não podendo
votar.
Competências privativas do Conselho Seccional:
a) Editar seu Regimento Interno e Resoluções;
b) Criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos Advogados;
c) Julgar, em grau de recurso, as questões decididas por seu Presidente, por sua diretoria, pelo
Tribunal de Ética e Disciplina, pelas diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos
Advogados;
d) Fiscalizar a aplicação da receita, apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as
contas de sua diretoria, das diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados;
e) Fixar a tabela de honorários, válida para todo o território estadual;
f) Realizar o Exame de Ordem;
g) Decidir os pedidos de inscrição nos quadros de advogados e estagiários;
h) Manter cadastro de seus inscritos;
i) Fixar, alterar e receber contribuições obrigatórias, preços de serviços e multas;
j) Participar da elaboração dos concursos públicos, em todas as suas fases, nos casos previstos
na Constituição e nas leis, no âmbito do seu território;
k) Determinar,com exclusividade, critérios para o traje dos advogados, no exercício
profissional;
l) Aprovar e modificar seu orçamento anual;
m) Definir a composição e o funcionamento do Tribunal de Ética e Disciplina, e escolher seus
membros;
n) Eleger as listas, constitucionalmente previstas, para preenchimento dos cargos nos tribunais
judiciários, no âmbito de sua competência e na forma do Provimento do Conselho Federal, vedada
a inclusão de membros do próprio Conselho e de qualquer órgão da OAB;
o) Intervir nas Subseções e na Caixa de Assistência dos Advogados; e
p) Desempenhar outras atribuições previstas no Regulamento-Geral.
• Subseções
As subseções são partes autônomas dos Conselhos Seccionais, que podem ter como área
territorial a área correspondente a um ou mais municípios, ou, até mesmo, partes de um
município, inclusive da capital do Estado, desde que haja no local o número mínimo de 15
advogados profissionalmente domiciliados.
Havendo mais de 100 advogados, a Subseção poderá ser integrada por um Conselho, com
número de membros fixado pelo Conselho Seccional.
São criadas pelo Conselho Seccional, que fixará sua área territorial e os limites de sua
competência e autonomia. Compete também ao Conselho Seccional fixar, em seu orçamento,
dotações específicas destinadas à manutenção das Subseções.
A Subseção poderá sofrer intervenção do Conselho Seccional, desde que autorizada por
quórum de 2/3 de seus membros, diante de grave violação ao Estatuto da Advocacia ou ao
Regimento interno do Conselho.
Competências das Subseções
• Dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB.
• Velar pela dignidade, independência e valorização da advocacia.
• Fazer valer as prerrogativas do advogado.
• Representar a OAB perante os poderes constituídos.
• Desempenhar as atribuições previstas no Regulamento-Geral ou por delegação de competência do
Conselho Seccional.
Competências do Conselho da Subseção (quando houver)
• Exercer as funções e atribuições do Conselho Seccional, na forma do Regimento interno deste.
• Editar seu Regimento interno, que deve ser referenciado pelo Conselho Seccional.
• Editar resoluções, no âmbito de sua competência.
• Instaurar e instruir processos disciplinares.
• Receber pedido de inscrição nos quadros de advogado e estagiário, instruindo e emitindo parecer
prévio, para decisão do Conselho Seccional.
• Caixa de Assistência dos Advogados
Destina-se a prestar assistência aos advogados inscritos no Conselho Seccional a que se vincule.
É criada pelo Conselho Seccional quando este contar com mais de 1.500 inscritos em sua área
territorial. Adquire personalidade jurídica com a aprovação e registro de seu Estatuto pelo
respectivo Conselho Seccional da OAB. A diretoria da Caixa é composta de cinco membros, com
atribuições definidas no seu Regimento Interno.
Cabe à Caixa a metade da receita das anuidades recebidas pelo Conselho Seccional, considerado
o valor resultante após as deduções regulamentares obrigatórias.
Em caso de extinção ou desativação da Caixa, seu patrimônio se incorpora ao do Conselho
Seccional respectivo. O Conselho Seccional, mediante voto de 2/3 de seus membros, pode intervir
na Caixa de Assistência dos Advogados, no caso de descumprimento de suas finalidades,
designando diretoria provisória, enquanto durar a intervenção.
O Conselho Federal pode constituir fundos nacionais de seguridade e assistência dos
advogados, coordenados pelas Caixas, ouvidos os Conselhos Seccionais.
ELEIÇÕES E MANDATO
• Prazo de mandato: o mandato, em qualquer órgão da OAB, é de três anos, permitida a
reeleição. Nenhum ocupante de cargo ou mandato na OAB será remunerado.
• Data de eleição: as eleições do Conselho Seccional, da Subseção e da Caixa de Assistência dos
Advogados serão realizadas na segunda quinzena do mês de novembro do último ano do mandato
anterior.
No Conselho Federal a eleição será realizada no dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da eleição
dos Conselhos Seccionais, às 19hs.
• Data de posse: os membros do Conselho Seccional, da Diretoria da Subseção e da Diretoria da
Caixa de Assistência dos Advogados tomarão posse no primeiro dia de janeiro do ano seguinte ao
da eleição.
Os membros do Conselho Federal tomarão posse no primeiro dia de fevereiro do ano seguinte
ao da eleição.
• Extinção do mandato: extingue-se o mandato automaticamente, antes do seu término,
quando:
a) Ocorrer qualquer hipótese de cancelamento de inscrição ou de licenciamento do
profissional;
b) O titular sofrer condenação disciplinar;
c) O titular faltar, sem motivo justificado, a três reuniões ordinárias consecutivas de cada órgão
deliberativo do Conselho ou da diretoria da Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados,
não podendo ser reconduzido no mesmo período de mandato.
Extinto qualquer mandato nessas hipóteses, cabe ao Conselho Seccional escolher o substituto,
caso não haja suplente.
• Voto obrigatório: o advogado regularmente inscrito na OAB, adimplente com sua anuidade,
será obrigado a votar, sob pena de multa, no importe de 20% sobre o valor da anuidade, salvo justo
motivo.
• Voto facultativo: o advogado poderá votar no Conselho Seccional onde tiver inscrição
suplementar.
• Voto proibido: O advogado inadimplente e o estagiário não poderão exercer o direito de voto.
• Requisitos de elegibilidade:
– Ser advogado regularmente inscrito na respectiva Seccional da OAB, com inscrição principal
ou suplementar;
– Estar em dia com as anuidades;
– Não ocupar cargos ou funções incompatíveis com a advocacia, em caráter permanente ou
temporário;
– Não ocupar cargos ou funções exoneráveis ad nutum;
– Não ter sido condenado em definitivo por qualquer infração disciplinar, salvo se reabilitado
pela OAB, ou não tenha representação disciplinar em curso, já julgada procedente por órgão do
Conselho Federal;
– Exercer efetivamente a profissão, há mais de 5 anos, excluído o período de estagiário;
– Não estar em débito com a prestação de contas ao Conselho Federal, na condição de dirigente
do Conselho Seccional ou da Caixa de Assistência dos Advogados, responsável pelas referidas
contas, ou não tenha tido prestação de contas rejeitada, após apreciação do Conselho Federal, com
trânsito em julgado, nos 8 anos seguintes;
– Não integrar listas, com processo em tramitação, para provimento de cargos nos tribunais
judiciais ou administrativos.
• Composição da chapa do Conselho Seccional. A chapa para o Conselho Seccional deve ser
composta dos candidatos ao Conselho e à sua Diretoria e, ainda, à delegação ao Conselho Federal e
à Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados para eleição conjunta.
• Eleição no Conselho Federal
a) Será admitido registro, junto ao Conselho Federal, de candidatura à presidência, desde seis
meses até um mês antes da eleição;
b) O requerimento de registro deverá vir acompanhado do apoio de, no mínimo, seis Conselhos
Seccionais;
c) Até um mês antes das eleições, deverá ser requerido o registro da chapa completa, sob pena
de cancelamento da candidatura respectiva;
d) No dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da eleição, o Conselho Federal elegerá, em reunião
presidida pelo conselheiro mais antigo, por voto secreto e para mandato de 3 anos, sua diretoria,
que tomará posse no dia seguinte;
e) Será considerada eleita a chapa que obtiver maioria simples dos votos dos Conselheiros
Federais, presente a metade mais um de seus membros;
• Comissão Eleitoral:
É formada de 5 advogados, sendo um Presidente, que não integrem qualquer das chapas
concorrentes.
É competente para designar as mesas eleitorais.
Utiliza os serviços das Secretarias do Conselho Seccional e das subseções, com o apoio de suas
Diretorias, convocando ou atribuindo tarefas aos respectivos servidores.
Qualquer advogado pode arguir a suspeição de membro da Comissão Eleitoral, a ser julgada
pelo Conselho Seccional.
A Diretoria do Conselho Seccional pode substituir os membros da Comissão Eleitoral quando
não estejam cumprindo suas atividades, em prejuízo da organização e da execução das eleições.Convém destacar que das decisões da Comissão Eleitoral cabe recurso ao Conselho Seccional.
No entanto, se a maioria dos membros do Conselho Seccional estiver concorrendo às eleições, o
recurso contra decisão da Comissão Eleitoral será encaminhado diretamente ao Conselho Federal.
• Propaganda Eleitoral
Propaganda Eleitoral
Finalidade: Apresentar e debater propostas e ideias relacionadas às finalidades da OAB e aosinteresses da Advocacia.
Vedações:
Praticar atos que visem a exclusiva promoção pessoal de candidatos;
Abordar temas de modo a comprometer a dignidade da profissão e da Ordem dos
Advogados do Brasil;
Ofender a honra e imagem de candidatos;
No período de 15 dias antes da data das eleições, a divulgação de pesquisa eleitoral;
No período de 30 dias antes da data das eleições, a regularização da situação
financeira de advogado perante a Tesouraria da OAB para torná-lo apto a votar;
No período de 60 dias antes das eleições, a promoção pessoal de candidatos na
inauguração de obras e serviços da OAB;
No período de 90 dias antes da data das eleições, a concessão ou distribuição, às
Seccionais e Subseções, por dirigente, candidato ou chapa, de recursos financeiros,
salvo os destinados ao pagamento de despesas de pessoal e de custeio ou decorrentes de
obrigações e de projetos preexistentes, bem como de máquinas, equipamentos, móveis e
utensílios, ressalvados os casos de reposição, e a convolação de débitos em auxílios
financeiros, salvo quanto a obrigações e a projetos preexistentes.
• Apuração de abuso:
PROCESSO DISCIPLINAR
• Aplicação subsidiária: No processo disciplinar na OAB, aplica-se subsidiariamente ao EAOAB
a legislação processual penal comum e, aos demais processos, a legislação processual
administrativa comum e a legislação processual civil, nessa ordem.
• Prazos: todos os prazos do processo disciplinar são de 15 dias, exceto:
a) A sustentação oral no TED, que será de 15 minutos, ocorre após o voto do relator, sendo
primeiro realizada pelo representante e em seguida pelo representado;
b) O prazo para juntada do original de recurso interposto via fax, que será de 10 dias.
• Contagem do prazo. Inicia-se a contagem do prazo:
a) Quando por notificação pessoal ao advogado, a partir do primeiro dia útil posterior ao
recebimento da notificação; e
b) Quando por publicação na imprensa oficial, no primeiro dia útil seguinte ao da publicação.
• Competência para julgamento: o poder de punir disciplinarmente o advogado (julgar o
processo) é do Conselho Seccional do local da infração, por intermédio do Tribunal de Ética e
Disciplina (TED), salvo se a infração for cometida perante o Conselho Federal.
Após o julgamento do TED, com o trânsito em julgado da decisão, o Conselho Seccional será
competente para aplicar a sanção disciplinar ao advogado infrator.
COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DO PROCESSO DISCIPLINAR E PARA APLICAÇÃO DA SANÇÃO
DISCIPLINAR
Regra Julgamento Aplicação
Processo Disciplinar
TED/Cons. Sec/Local
dos Fatos
O poder de punir
disciplinarmente os
inscritos na OAB compete
exclusivamente ao
Conselho Seccional em cuja
base territorial tenha
ocorrido a infração.
Conselho Seccional
Após o trânsito em julgado da decisão o
Conselho Seccional, onde tramitou o
processo, remeterá as informações ao
Conselho Seccional onde o sancionado
tenha sua inscrição principal para fins de
registro em seus assentamentos.
Infração praticada
perante o Conselho
Federal
Conselho Federal
(art. 70, caput, EAOAB)
Presidente Conselho Federal
(art. 100, V, do RG)
Infração praticada
por membros do
Conselho Federal
Conselho Federal
(art. 58, § 5.º, CED)
Segunda Câmara
Infração praticada
por Presidentes de
Conselhos Seccionais
Conselho Federal
(art. 58, § 5.º, CED)
Segunda Câmara
Representação
contra membros da
diretoria do Conselho
Federal, Membros
Honorários Vitalícios e
detentores da Medalha
Rui Barbosa
Conselho Federal Conselho Pleno
Dirigente de
Subseção Conselho Seccional Conselho Seccional
Infração passível de
Suspensão Preventiva
(ver quadro adiante)
TD/CS/IP
Tribunal de Ética e
Disciplina do Conselho
Seccional da inscrição
principal do advogado
infrator.
CS/IP
Conselho Seccional da inscrição
principal do advogado infrator.
• Limites do julgamento: A jurisdição disciplinar não exclui a comum e, quando o fato
constituir crime ou contravenção, deve ser comunicado às autoridades competentes.
• Instauração: O processo disciplinar poderá ser instaurado:
a) De ofício pela OAB (Presidente do Conselho Seccional, Presidente da Subseção ou Presidente
do TED) em função do conhecimento do fato quando obtido de fonte idônea ou em virtude de
comunicação da autoridade competente
b) Representação da pessoa interessada, não considerando fonte idônea a que consistir em
denúncia anônima.
• Sigilo
O processo disciplinar tramitará em sigilo até seu término, tendo acesso aos autos:
a) As partes litigantes;
b) Os advogados constituídos nos autos; e
c) A autoridade judiciária competente.
• Revelia
Se o representado não for encontrado, ou for revel, o Presidente do Conselho competente ou,
conforme o caso, o do Tribunal de Ética e Disciplina deve designar-lhe defensor dativo.
• Revisão do processo disciplinar
É permitida a revisão do processo disciplinar diante de erro de julgamento ou condenação
baseada em falsa prova.
• Procedimento
Recebida a representação, o Presidente do Conselho Seccional, da Subseção, quando esta
dispuser de Conselho, ou do Tribunal de Ética e Disciplina, conforme disposição regimental,
designa relator para presidir a instrução processual e, atendendo aos critérios de admissibilidade,
oferecer parecer preliminar a ser submetido ao Tribunal de Ética e Disciplina. Ao representado
deve ser assegurado amplo direito de defesa, podendo acompanhar o processo em todos os
termos, pessoalmente ou por intermédio de procurador, oferecendo defesa prévia após ser
notificado (que deverá estar acompanhada de documentos e rol de testemunhas até o máximo
de cinco), razões finais após a instrução e defesa oral perante o Tribunal de Ética e Disciplina,
por ocasião do julgamento.
• Notificações
A notificação inicial para a apresentação de Defesa Prévia ou manifestação em processo
administrativo perante a OAB deverá ser feita através de correspondência, com aviso de
recebimento, enviada para o endereço constante do cadastro de inscritos do Conselho Seccional.
No entanto frustrada a entrega da notificação, via correspondência com aviso de recebimento,
será a mesma realizada através de edital publicado na imprensa oficial do Estado.
Observe que, em se tratando de processo disciplinar, a notificação inicial feita através de
edital deverá respeitar o sigilo. Nesse caso não poderá constar qualquer referência de que se trate
de matéria disciplinar, constando apenas o nome completo do advogado, o seu número de
inscrição e a observação de que ele deverá comparecer à sede do Conselho Seccional ou da
Subseção para tratar de assunto de seu interesse.
As demais notificações, no curso do processo disciplinar, serão feitas através de
correspondência com aviso de recebimento ou através de publicação na imprensa oficial do
Estado ou da União, quando se tratar de processo em trâmite perante o Conselho Federal. Nessas
publicações o nome do representado deverá ser substituído pelas suas respectivas iniciais,
indicando-se o nome completo do seu procurador ou o seu, na condição de advogado, quando
postular em causa própria.
• Suspensão preventiva: O Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho onde o acusado tenha
inscrição principal pode suspendê-lo preventivamente, em caso de repercussão prejudicial à
dignidade da advocacia, depois de ouvi-lo em sessão especial para a qual deve ser notificado a
comparecer, salvo se não atender à notificação. Neste caso, o processo disciplinar deve ser
concluído no prazo máximo de 90 dias.
Suspensão preventiva
(art. 70, § 3.º, do EAOAB)
Hipótese de
cabimento Infração capaz de gerar repercussão negativa à dignidade da advocacia.
Aplicação
Deveser aplicada logo após o cometimento da infração disciplinar, por
representação de qualquer interessado, do Presidente do Conselho Seccional ou ex
officio (TED).
Natureza
jurídica
Pena cautelar, devendo ser considerados para a aplicação os requisitos fumus
commissi infractione (a probabilidade de que infração foi cometida) e o periculum
libertatis (o perigo na liberdade do advogado de reincidir em infração disciplinar, se
estiver autorizado a advogar).
Competência Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho Seccional da inscrição principal doadvogado infrator.
Notificar o acusado para que ele compareça a uma sessão especial para a aplicação
Requisito de
aplicação
da suspensão preventiva. Se comparecer, terá direito a apresentar defesa. Se não
comparecer, o Presidente do Tribunal de Ética deverá nomear defensor dativo
para apresentação da defesa (aplicação do art. 73, § 4.º, do EAOAB).
Defesa
Será apresentada na sessão especial, no prazo de 15 minutos, ou protocolada
anteriormente para ser juntada na sessão, e deverá se ater ao cabimento ou não da
suspensão preventiva, não podendo adentrar no mérito da infração disciplinar
(art. 63 do CED).
Requisito de
manutenção
Aplicada a suspensão preventiva, o Tribunal de Ética e Disciplina/Conselho
Seccional/Inscrição principal deverá julgar o processo disciplinar no prazo
máximo de 90 dias, sob pena de se considerar constrangimento ilegal e ter de ser
baixada a referida suspensão.
Provas Serão produzidas na sessão de aplicação da suspensão preventiva, podendo serdocumentais ou testemunhais.
Recurso
Caberá recurso contra a decisão que aplicar suspensão preventiva, que será
recebido somente no efeito devolutivo (art. 77 do EAOAB). A suspensão tem
cumprimento imediato.
Andamento
processual
Decidida a questão da aplicação ou não da suspensão, o Tribunal de Ética e
Disciplina encaminhará o processo ao Presidente do Conselho Seccional ou da
Subseção, conforme o caso, para designar relator e instruir o processo, na sua
primeira fase, devendo retornar ao Tribunal para fase de julgamento.
RECURSOS
• Competência e Legitimidade
DAS DECISÕES
CABE
RECURSO
AO
LEGITIMIDADE
• TED
• Diretoria da Subseção
• Diretoria da C.A.A.
• Presidente do Conselho Seccional.
Conselho
Seccional Partes litigantes
•
Conselho
Seccional
•Não unânimes;
•Unânimes que tenham ferido o EAOAB, CED,
RGEAOB, portarias, ementas e decisões do CF/CS
da OAB.
Conselho
Federal
Partes litigantes
e Pres. Cons.
Seccional.
• Prazo
O prazo para a interposição de recurso na OAB é de 15 dias.
A interposição de recursos com intuito manifestamente protelatório contrariam os princípios
do Código de Ética e Disciplina da OAB, sujeitando os responsáveis à correspondente sanção.
• Efeitos dos recursos
Os recursos serão recebidos no duplo efeito:
a) Devolutivo;
b) Suspensivo (exceto quando tratarem de eleições, de suspensão preventiva decidida pelo
Tribunal de Ética e Disciplina e de cancelamento da inscrição obtida com falsa prova).
• Processamento
Interposição Devem ser interpostos perante a autoridade ou órgão que proferiu a decisãorecorrida e dirigidos ao órgão julgador superior competente.
Juízo de
admissibilidade
É ao relator do órgão julgador a quem se dirige o recurso. A autoridade ou
órgão recorrido não podem rejeitar o encaminhamento.
Intempestividade
e ausência dos
pressupostos de
interposição
Diante de intempestividade ou ausência dos pressupostos legais para
interposição do recurso, o relator profere despacho indicando ao Presidente do
órgão julgador o indeferimento liminar, devolvendo-se o processo ao órgão
recorrido para executar a decisão.
Da decisão do Presidente cabe recurso voluntário ao órgão julgador.
Embargos de Declaração
TRIBUNAIS DE ÉTICA E DISCIPLINA
• Composição
Os seus membros, inclusive os Presidentes, são eleitos na primeira sessão ordinária após a
posse dos Conselhos Seccionais, dentre os seus integrantes ou advogados de notável reputação
ético-profissional.
O mandato dos membros dos Tribunais de Ética e Disciplina tem a duração de 03 anos.
• Competências
a) Julgar, em primeiro grau, os processos disciplinares;
b) Responder a consultas formuladas, em tese, sobre matéria ético-disciplinar;
c) Organizar, promover e ministrar cursos, palestras, seminários e discussões a respeito de
ética profissional ou estabelecer parcerias com as Escolas de Advocacia, com o mesmo objetivo;
d) Aplicar suspensão preventiva ao acusado em caso de conduta suscetível de acarretar
repercussão prejudicial à advocacia;
e) Exercer as competências que lhe sejam conferidas pelo Regimento Interno da Seccional ou
pelo Código de Ética e Disciplina para a instauração, instrução e julgamento de processos ético-
disciplinares;
f) Mediar e conciliar nas questões que envolvam:
i) Dúvidas e pendências entre advogados;
ii) Partilha de honorários contratados em conjunto ou mediante substabelecimento, ou
decorrente de sucumbência; e
iii) Controvérsias surgidas quando da dissolução de sociedade de advogados.
PUBLICIDADE
A publicidade da advocacia é matéria regulamentada pelo Código de Ética e Disciplina, nos arts.
39 a 47, e também no Provimento 94/2000 do Conselho Federal da OAB.
A regra diz que a publicidade é permitida desde que tenha caráter meramente informativo e
observe a discrição, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização da
profissão.
Infrações ético-disciplinares que envolvam publicidade de advocacia realizada de forma ilegal
serão punidas com sanção de censura, segundo art. 36, II, do EAOAB.
• Regras
PUBLICIDADE DA ADVOCACIA
sempre moderada e discreta
PODE
Finalidade exclusivamente informativa.
Indicar endereço, e-mail, site, página eletrônica.
Conter logotipo e fotografia do escritório.
Mencionar horário e idiomas de atendimento.
Constar títulos acadêmicos e distinções honoríficas relacionadas à vida profissional.
Indicar especialidades a que se dedica
Placas, painéis e inscrições na fachada da sede profissional, para fins de identificação
desde que observe a discrição e sobriedade.
Mencionar instituições jurídicas de que faça parte.
NÃO
PODE
Uso de denominação fantasia.
Distribuição de panfletos, mala direta ou formas assemelhadas com intuito de captação
de clientela.
Divulgação em conjunto com outras atividades ou a indicação de vínculos.
Anúncios em rádio, cinema e televisão.
Mencionar emprego, cargo ou função ocupado, atual ou pretérito, em qualquer órgão ou
instituição, salvo o de professor.
Fornecimento de dados de contato em colunas ou artigos literários, culturais, acadêmicos
ou jurídicos, publicados na imprensa ou em veiculação de matérias pela internet, sendo
permitida a referência a e-mail.
Incluir fotografias pessoais ou de terceiros nos cartões de visitas do advogado
Uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas
Inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço público
DEVE
Adotar idioma português, e quando em idioma estrangeiro, deve estar acompanhado da
tradução.
Conter o nome do advogado/sociedade.
Conter o número da inscrição na OAB do advogado/sociedade.
• Mala direta
É considerada imoderada a remessa de correspondência indiscriminada, oferecendo serviços
advocatícios, por parte do advogado ou da sociedade de advogados, a uma coletividade de pessoas
que ainda não sejam clientes ou que não tenha solicitado ou autorizado previamente.
Correspondências, comunicados e publicações que versem sobre constituição, colaboração,
composição e qualificação de componentes de escritório e especificação de especialidades
profissionais, bem como boletins informativos e comentários sobre legislação, somente podem ser
fornecidos a clientes, colegas ou pessoas que tenham solicitado ou autorizado previamente.
• Advogado na mídia
É vedado ao advogado responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos
meios de comunicação social, devendo a sua participação na mídia em geral (jornais, revistas,
programas de televisão etc.), ser regrada pelos elementosdos arts. 42 e 43 do CED e do Provimento
94/2000 do Conselho Federal da OAB.
Nesse sentido, deve o advogado:
a) abster-se de debater causa sob o patrocínio de outro advogado;
b) abster-se de divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas;
c) ter como objetivo a manifestação profissional de forma ilustrativa, educacional e instrutiva;
d) abster-se de realizar promoção pessoal ou profissional, insinuando-se para reportagens e
declarações públicas;
e) abster-se de realizar pronunciamentos sobre métodos de trabalhos usados por seus colegas
de profissão;
f) abster-se de promover ou participar de debate sensacionalista;
g) não violar segredo ou sigilo profissional;
h) abordar temas de forma a não comprometer a dignidade da profissão e da instituição que o
congrega.
• Publicidade na internet ou em outros meios eletrônicos
É permitido ao advogado a realização de publicidade na internet ou em outros meios
eletrônicos, desde adote caráter meramente informativo e observe os regramentos éticos de
discrição e sobriedade.
Dessa forma, a telefonia e a internet podem ser utilizadas como veículo de publicidade,
inclusive para o envio de mensagens a destinatários certos, desde que não impliquem o
oferecimento de serviços ou representem forma de captação de clientela.
SIGILO PROFISSIONAL
O sigilo profissional é um direito-dever do advogado e, por ser de ordem pública, independe de
solicitação do cliente. Dessa forma, qualquer informação passada ao advogado no exercício da
profissão, independente do meio (telefone, carta, e-mail etc.) deverá ser considerada sigilosa.
O sigilo profissional também deve ser observado em relação aos fatos que o advogado teve
conhecimento em virtude de funções desempenhadas na Ordem dos Advogados do Brasil.
O sigilo profissional cederá diante de circunstâncias excepcionais que configurem justa
causa como, por exemplo: a) quando houver grave ameaça ao direito à vida e à honra; b) quando
envolva defesa própria.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
O advogado é indispensável à administração da justiça sendo considerado defensor do Estado
Democrático de Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da
moralidade, da Justiça e da paz social, de forma que, no exercício da advocacia, deve observar, não
só, o Estatuto da Advocacia, mas também, o Código de Ética e Disciplina, o Regulamento-Geral do
Estatuto da Advocacia, os Provimentos e os princípios da moral individual, social e profissional.
Assim, são deveres do advogado que merecem ser destacados:
Deveres do advogado
• Preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo caráter de
essencialidade e indispensabilidade da advocacia.
• Atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé.
• Velar por sua reputação pessoal e profissional.
• Empenhar-se, permanentemente, em seu aperfeiçoamento pessoal e profissional.
• Contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis.
• Estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os litigantes, prevenindo, sempre que
possível, a instauração de litígios.
• Desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de viabilidade jurídica.
• Pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos seus direitos individuais,
coletivos e difusos.
• Ter consciência de que o Direito é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções
justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos.
• Zelar pela sua liberdade e independência, mesmo quando vinculado ao cliente ou constituinte,
mediante relação empregatícia ou por contrato de prestação permanente de serviços, ou como integrante de
departamento jurídico, ou de órgão de assessoria jurídica, público ou privado.
Adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à administração da justiça.
Cumprir os encargos assumidos no âmbito da OAB ou na representação de da classe.
Zelar pelos valores institucionais da advocacia.
Ater-se, quando no exercício da função de defensor público, à defesa dos necessitados.
O advogado deve abster-se de:
• Utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente;
• Vincular o seu nome a empreendimentos de cunho manifestamente duvidosos;
• Emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa
humana;
• Entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste;
• Ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante autoridades com as quais tenha
vínculos negociais ou familiares;
• Contratar honorários advocatícios em valores aviltantes.
DICAS SOBRE O REGULAMENTO GERAL DO ESTATUTO DA ADVOCACIA E DA ORDEM DOS
ADVOGADOS DO BRASIL
• Representação dos advogados
A exclusividade da representação dos advogados pela OAB não afasta a competência própria
dos sindicatos e associações sindicais de advogados, quanto à defesa dos direitos peculiares da
relação de trabalho do profissional empregado.
• Patrimônio da OAB
O patrimônio do Conselho Federal, do Conselho Seccional, da Caixa de Assistência dos
Advogados e da Subseção é constituído de bens móveis e imóveis e outros bens e valores que
tenham adquirido ou venham a adquirir.
A alienação ou oneração de bens imóveis depende de aprovação do Conselho Federal ou do
Conselho Seccional.
A alienação ou oneração de bens imóveis depende de autorização da maioria das delegações,
no Conselho Federal, e da maioria dos membros efetivos, no Conselho Seccional.
Compete à Diretoria do órgão decidir pela aquisição de qualquer bem e dispor sobre os bens
móveis.
• OAB em eventos internacionais
A OAB pode participar e colaborar em eventos internacionais, de interesse da advocacia. No
entanto, somente se associa a organismos internacionais que congreguem entidades congêneres.
Quando autorizados pelo Presidente Nacional, os Conselhos Seccionais podem representar a
OAB em geral ou os advogados brasileiros em eventos internacionais ou no exterior.
• Cargos nos órgãos da OAB
Os cargos da Diretoria do Conselho Seccional têm as mesmas denominações atribuídas aos da
Diretoria do Conselho Federal. Diante de vaga de cargo de diretoria do Conselho Federal ou do
Conselho Seccional decorrente de perda do mandato, morte ou renúncia, o substituto será eleito
pelo Conselho a que se vincule, dentre os seus membros.
A Diretoria dos Conselhos, Federal e Seccionais, da Subseção ou da Caixa de Assistência deve
declarar extinto o mandato quando ocorrer uma das hipóteses previstas no art. 66 do Estatuto,
encaminhando ofício ao Presidente do Conselho Seccional. No entanto, antes que se declare
extinto o mandato, salvo no caso de morte ou renúncia, deve-se ouvir o interessado, no prazo de
quinze dias, notificando-o mediante ofício com aviso de recebimento.
Havendo suplentes de Conselheiros, a ordem de substituição é definida no Regimento Interno
do Conselho Seccional.
Inexistindo suplentes, o Conselho Seccional elege, na sessão seguinte à data do recebimento do
ofício, o Conselheiro Federal, o diretor do Conselho Seccional, o Conselheiro Seccional, o diretor da
Subseção ou o diretor da Caixa de Assistência dos Advogados, onde se deu a vaga. Na Subseção
onde houver conselho, este escolhe o substituto.
RECEITA
• Orçamentos anuais da OAB
Orçamentos anuais para o exercício seguinte:
• Estrutura e funcionamento do Conselho Federal da OAB
Os Conselheiros Federais, no exercício do mandato, atuam no interesse da advocacia nacional e
não apenas no de seus representados diretos. O seu cargo é incompatível com o de membro de
outros órgãos da OAB, exceto quando se tratar de Ex-presidente do Conselho Federal e do Conselho
Seccional. Nesse caso, ficam impedidos de debater e votar as matérias quando houver participado
da deliberação local.
O Conselheiro, em sua delegação, é substituto dos demais, nos órgãos do Conselho, diante de
faltas ou impedimentos ou no caso de licença.

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