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2274_201707111845_OrcamentoDeObrasDeConstrucaoCivil-Completa.pdf www.portaleducacao.com.br 1 PROF: RAQUEL TINOCO Treinamento Funcional | Portal Educação ORÇAMENTO DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL www.portaleducacao.com.br www.portaleducacao.com.br 2 Treinamento Funcional | Portal Educação Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. ORÇAMENTO DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL www.portaleducacao.com.br SUMÁRIO MÓDULO I 1 NOÇÕES GERAIS SOBRE ORÇAMENTOS 1.1 O QUE SÃO ORÇAMENTOS 1.2 COMO SE ORGANIZAM OS ORÇAMENTOS 1.3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS 1.3.1 Estudo das condicionantes de um trabalho 1.3.2 Composição de custos 1.3.3 Determinação do preço 1.4 MAPA DE TRABALHOS E QUANTIDADES 1.5 PREÇO DE VENDA (UNITÁRIO) DE SERVIÇOS 1.6 REALIZAÇÃO DE ORÇAMENTOS MÓDULO II 2 CÁLCULO DE PREÇOS DE VENDA 2.1 ESTRUTURAS DE CUSTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL 2.2 COMO CALCULAR PREÇOS DE VENDA 2.3 O PREÇO DE VENDA EM FUNÇÃO DO CUSTO DIRETO 2.4 CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA – SEQUÊNCIA DE OPERAÇÕES MÓDULO III 3 CÁLCULO DE CUSTOS DIRETOS DE TAREFAS 3.1 FÓRMULA DOS CUSTOS COMPOSTOS 3.2 CUSTOS DE MÃO DE OBRA, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS 3.3 RENDIMANTOS: MÃO DE OBRA, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS 3.3.1 Mão de Obra 3.3.2 Materiais 3.3.3 Equipamentos 3.4 FICHAS DE CUSTOS MÓDULO IV 4 CÁLCULO DE CUSTOS DO CANTEIRO DE UMA OBRA 4.1 MONTAGEM DO CANTEIRO DE OBRAS 4.2 ALUGUEL DE EQUIPAMENTOS 4.3 DESPESAS GERAIS 4.4 DESMONTAGEM DO CANTEIRO DE OBRAS MÓDULO V 5 MEDIÇÕES PARA ORÇAMENTO 5.1 PRINCÍPIOS BASE 5.2 REGRAS BÁSICAS DE MEDIÇÃO 5.3 DESENVOLVIMENTO DE CHECK-LIST 5.4 MAPA DE TRABALHOS E QUANTIDADES 5.5 MEMÓRIA DESCRITIVA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MÓDULO I 1 NOÇÕES GERAIS SOBRE ORÇAMENTOS A importância da realização de um orçamento preciso corresponde à possibilidade direta de uma empresa obter lucro ou prejuízo em uma obra, principalmente quando faltam critérios técnicos e econômicos mínimos para a sua elaboração. Por ter papel de responsabilidade direta pelo sucesso ou fracasso, no orçamento devem estar contidas todas as condicionantes de trabalho, desde a análise dos insumos utilizados, até a previsão de alguns gastos fixos mensais, tais como aluguéis de equipamentos e mão de obra envolvida na organização dos trabalhos (mestres, técnicos, engenheiros ou arquitetos responsáveis pela execução). FIGURA 1 FONTE: Arquivo pessoal do autor. Em uma visão tradicional, um orçamento é uma previsão ou estimativa do custo de uma obra. O custo total da obra é o valor que corresponde à soma de todos os gastos necessários para a sua execução. Um orçamento corresponde a uma avaliação, previsão ou estimativa do custo de obra ou de serviço a ser executado por meio de quantificação de insumos, mão de obra ou equipamentos, o tempo de duração do empreendimento. Assim, será possível obter o preço total da obra (GONZÁLEZ, 2007). Na participação de uma concorrência, o preço proposto pelo construtor não deve ser nem tão baixo a ponto de não permitir lucro, nem tão alto a ponto de não ser competitivo na disputa com os demais proponentes. Há sempre a possibilidade de duas ou mais empresas chegarem a orçamentos distintos, porque distintos são os processos teóricos utilizados, a metodologia de execução proposta para a obra, as produtividades adotadas para as equipes de campo e os preços coletados, dentre outros fatores. O que é importante destacar é que o orçamento deve refletir as premissas da construtora, constituindo-se numa meta a ser alcançada pela empresa. Os documentos integrantes do estudo do orçamento servem como importante fonte de informação para a preparação, organização e execução dos trabalhos. Muitas vezes, o volume de informações para um determinado caso pode ser bastante complexo, exigindo o registro de uma série de informações interligadas, que fazem parte de todo o processo de execução até a entrega do trabalho. O principal objetivo deste módulo está no entendimento dos conceitos de todos os elementos que constituem um orçamento de obras de Construção Civil, com a familiarização de suas características próprias e alguns aspectos relevantes. Neste módulo será possível criar um embasamento técnico que será necessário para a compreensão de todo o curso. 1.1 O QUE SÃO ORÇAMENTOS Os orçamentos são as formas de saber quanto custa uma obra ou projeto. Tem o mesmo sentido de previsão, sendo o ato de estimar uma situação futura, com base em uma análise presente, com o objetivo de alcançar uma nova situação projetada. No caso da Construção Civil, uma obra é uma atividade econômica, na qual o aspecto custo possui especial importância. O orçamento possui uma proposta do custo de uma obra, apresentada por uma empresa para a prestação de um serviço solicitado. Para entendimento geral de todos os passos que se deve percorrer para o desenvolvimento de um orçamento, deve-se ter em conta uma série de aspectos, conforme o fluxograma apresentado a seguir. FIGURA 2 FONTE: MATTOS, 2006. Definição sintética de orçamento: É a completa discriminação dos custos e serviços para a realização de uma obra de Construção Civil. Segundo Tisaka (2006), os principais elementos de um orçamento são: Projeto; Caderno de encargos; Medição; Quantificação; Memória descritiva; Serviço simples; Serviço composto; Mapa de Trabalhos; Mão de obra; Materiais (insumos); Composição de custos; Composição de preços; Preço de venda. Projeto Definição do plano geral para edificar, incluindo a informação específica para a concretização. Caderno de Encargos Documento de um projeto no qual se enumera as obrigações das partes e condições técnicas para a execução da obra. Medição Determinar quantidades de material, mão de obra e máquinas a aplicar em uma determinada obra. A medição gera documento em que constam os materiais e serviços necessários para um trabalho e que servem para fazer o estudo do orçamento. Quantificação É a etapa em orçamentação na qual são levantadas as quantidades de serviços de obra a executar por meio do registro da medição. Memória Descritiva Documento que contém todas as explicações detalhadas, apresentando as justificações e soluções para a execução de uma determinada construção. Serviço Simples É o serviço realizado apenas a partir de insumos e ferramentas básicas, com o emprego de mão de obra auxiliar. Serviço Composto É o serviço realizado a partir de insumos diversos, com o emprego de técnica e equipamentos especiais. Mapa de Trabalhos É a peça gráfica em que o orçamento é apresentado. É construído pela relação dos serviços da obra com as respectivas quantidades, custos unitários e totalizações por grupos de serviços afins ou correlatos. Mão de obra É o trabalho humano que é empregado na construção. Materiais (insumos) São os componentes utilizados na realização física dos diversos serviços. Composição de custos É a discriminação das quantidades de insumos e respectivos preços necessários à realização de um serviço (a soma define um custo para o serviço). Preço de venda É a composição de custos acrescida da taxa de BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) que contempla os serviços realizados pelo construtor que não fazem parte da obra em si, o emprego do capital, os riscos e o lucro. Para a realização de um orçamento de Construção Civil é necessário compreender inicialmente os seguintes pontos: - Identificação da obra; - Descrição; - Quantificação; - Análise e valorização dos serviços apresentados. Como o orçamento é preparado antes da realização do trabalho, deve ser realizado um estudo abrangente para que não existam lacunas na composição dos custos e considerações aleatórias. Um dos requisitos básicos para um bom orçamentista é o conhecimento detalhado de cada serviço. Quanto maior a capacidade de interpretar desenhos, planos e especificações da obra, melhor será o estabelecimento de ações para cada fase do trabalho a realizar, sendo possível identificar a dificuldade de cada serviço e consequentemente custos de execução. Existem alguns parâmetros que não podem ser determinados com exatidão, como é o caso das condições climáticas, condições do solo quando não ocorreram estudos prévios, disponibilidade de materiais, principalmente em períodos de férias coletivas dos fornecedores, além da influente flutuação da produtividade dos operários e diversas paralisações por acidentes, feriados ou outros fatores interligados. 1.2 COMO SE ORGANIZAM OS ORÇAMENTOS A organização dos elementos que fazem parte de um orçamento não pode ser analisada apenas como uma listagem de números que foram retirados de um livro ou de um manual. Os orçamentos devem ser um documento regido por conceitos fundamentais de orçamentação, como ser capaz de retratar a realidade do projeto, por se tratar de um estudo, há sempre a possibilidade de uma margem de incerteza incorporada à análise, muitas são as premissas de cálculo adotadas e a defasagem de tempo entre o momento da orçamentação e o da realização do serviço. Os principais atributos de um orçamento são (MATTOS, 2006): Estimativa; Especificação; Temporalidade. Estimativa O orçamento é baseado em previsões, obtendo levantamentos aproximados. Por mais que todas as variáveis sejam ponderadas, há sempre uma aproximação associada. O orçamento não tem que ser obrigatoriamente exato, porém deve ser o mais preciso possível. Quanto mais criteriosa for a análise dos elementos necessários para o estudo do orçamento, menor será a sua margem de erro. Por exemplo, em um orçamento de R$ 752.350,45, o valor apresentado com o rigor dos centavos não representa necessariamente uma “precisão” de duas casas decimais. Esse preço de venda é decorrente de uma série de contas definidas a partir de premissas de cálculo. FIGURA 3 A estimativa de um orçamento está embutida em diversos itens: Mão de obra Produtividade das equipes Quando, por exemplo, se admite que um pedreiro gasta 1,0 h para fazer 1,0 m2 de alvenaria de bloco cerâmico, será por meio dessa premissa que o total de mão de obra de alvenaria será calculado. A produtividade afeta diretamente a composição de custo. Encargos sociais e trabalhistas O percentual de encargos que incidem sobre a mão de obra leva em conta premissas tais como incidência de acidentes do trabalho, rotatividade para cálculo de aviso prévio, faltas justificadas e outros elementos arbitrados a partir de parâmetros estatísticos e históricos. Material Preço dos materiais Não é possível afirmar com certeza que os preços cotados durante a orçamentação serão os praticados durante a obra. Impostos Os impostos embutidos no preço de aquisição dos insumos podem variar durante a obra. Além disso, a base de cálculo de impostos como o ISS é estimada para fins de orçamento. Perda O percentual de perda e desperdício é arbitrado para cada material que entra no orçamento. Assim, por exemplo, admitir que há uma perda de 3% no bloco cerâmico é uma consideração que pode se mostrar arrojada, realista ou conservadora dependendo do serviço. Reaproveitamento O reaproveitamento consiste na quantidade de vezes que um material pode ser reutilizado (Exemplo: chapa de madeira compensada para forma de estruturas de concreto). Equipamento Custo horário O custo horário depende de parâmetros de cálculo como vida útil, custo de manutenção e operação. Produtividade Quando se assume, por exemplo, que uma escavadeira, escava 30 m3 de solo por hora, há uma margem de incerteza incluída, pois a produtividade é função da disponibilidade mecânica (percentual de tempo em que o equipamento está em condições mecânicas de ser utilizado) e do coeficiente de utilização (percentual do tempo disponível em que o equipamento efetivamente trabalha), além do empolamento do material escavado (aumento de volume entre os estados natural e solto). Custos indiretos Pessoal Os salários e encargos sociais das equipes técnica, administrativa e de apoio. Despesas gerais As contas de água, luz, telefone, aluguel de equipamentos gerais (grua, andaimes), seguros, fretes, etc. Imprevistos Os orçamentistas precisam incluir no orçamento alguma verba para os custos que não podem ser orçados com certeza ou explicitamente: retrabalho em razão de chuvas, por má qualidade, danos causados por fenômenos naturais ou por terceiros, danos causados pela construtora a terceiros, etc. Especificação O orçamento para a construção de uma obra em um determinado local dentro da área geográfica da sede da empresa é diferente do orçamento de uma obra com as mesmas características a ser realizado em outra região distante, que necessite de mobilização da estrutura da empresa ao local. Não é correto designar um orçamento como padrão ou generalizado para um tipo de serviço. Por mais que um orçamentista se baseie em algum trabalho anterior, é sempre necessário adaptá-lo à obra em questão. Todo orçamento está intrinsecamente ligado a: Empresa O orçamento traz implícita a política da empresa, na quantidade de cargos de supervisão previstos (engenheiros, mestres, encarregados), no padrão do canteiro de obras, na quantidade de veículos disponibilizados para a equipe, grau de terceirização de serviços, na taxa de administração central cobrada da obra para cobrir parte dos custos do escritório central da empresa, na necessidade de empréstimos para fazer a obra, etc. Condições locais O clima, relevo, vegetação, profundidade do lençol freático, tipo de solo, condições das estradas locais, facilidade de acesso às fontes de matérias- primas, qualidade da mão de obra, oferta de equipamento, qualidade dos subempreiteiros da região, diferentes alíquotas de impostos, entre outros fatores. Temporalidade Um orçamento realizado há algum tempo já não é válido atualmente. Se, por exemplo, a aprovação para iniciar um trabalho acontecer após longo tempo (fora da previsão definida em orçamento), será necessário estabelecer alguns ajustes. Isso se deve a: Flutuação no custo dos materiais ao longo do tempo; Alteração de impostos e encargos sociais e trabalhistas; Evolução dos métodos construtivos. Surgimento de técnicas, materiais e equipamentos mais adequados à realização do respectivo serviço; Diferentes cenários financeiros e gerenciais. Os diferentes cenários podem justificar a terceirização, delegação de tarefas, condições de capital de giro, necessidade de empréstimo, etc. A organização de orçamentos para obras de Construção Civil pode ter enfoques distintos, quando analisado sob o prisma do cliente e proprietário da obra ou pelo construtor (MATTOS, 2006). Do ponto de vista do cliente e proprietário da obra, o orçamento é a descrição de todos os serviços, devidamente quantificados e multiplicados pelos respectivos preços unitários, cuja somatória define o preço total, ou seja, seu desembolso. Alguns pontos apresentados em um orçamento não são uma preocupação imediata do proprietário, como a cotação de materiais, percentual de perdas e produtividade de equipes. De uma maneira geral estará mais preocupado com o montante do empreendimento e como esse montante será desembolsado ao longo do tempo. Do ponto de vista do construtor, o orçamento é a descrição de todos os materiais, devidamente quantificados e multiplicados pelos respectivos custos unitários, acrescidos das despesas indiretas, cuja somatória define o custo total, ou seja, o desembolso do construtor, mais o lucro e os impostos, gerando então o preço total, que é quanto irá receber (TISAKA, 2006). Para o construtor, o orçamento encerra em seu contexto todas as premissas que passam a ser metas de desempenho durante a obra. O preço de venda dos serviços é fixo, o custo é variável e precisa ser monitorado em função dessas metas. 1.3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS Para a estruturação de um orçamento destinado a obras de Construção Civil é necessário considerar alguns conceitos fundamentais que compõem o mesmo. O orçamento engloba três grandes etapas de trabalho: Estudo das condicionantes de um trabalho; Composição de custos; Determinação do preço. Inicialmente estudam-se os documentos disponíveis em uma obra, realiza-se a visita ao local de trabalho, e fazem-se consultas ao cliente. Em seguida, prepara-se o custo, que é proveniente das definições técnicas, do plano de obra, dos quantitativos dos serviços, das produtividades e da cotação de preços de insumos. Por fim, soma-se o custo indireto, aplicam-se os impostos e aplica-se a margem de lucro desejada, obtendo-se assim o preço de venda da obra. 1.3.1 Estudo das condicionantes de um trabalho Quando existem elementos técnicos disponíveis pelo cliente para a realização de um orçamento, normalmente por meio de um projeto, seja ele básico ou técnico/executivo, a partir do projeto ou especificações técnicas por meio de um caderno de encargos, são identificados os serviços constantes da obra com suas respectivas quantidades, o grau de interferência entre eles, a dificuldade relativa de realização das tarefas, etc. A fase de estudo das condicionantes de um trabalho faz com que sejam conhecidas as condições da obra, englobando os seguintes passos: Leitura e interpretação do projeto e especificações técnicas A depender da complexidade da obra, as plantas baixas, cortes, vistas, perspectivas, notas, detalhes, diagramas, tabelas e quadros, que em essência definem o produto final a ser construído, demandam maior ou menor análise. O entendimento do projeto depende muito da experiência do orçamentista e de sua familiaridade com o tipo de obra. As especificações técnicas são documentos que trazem informações de natureza mais qualitativa do que quantitativa. Elas contêm, entre outras coisas: Descrição qualitativa dos materiais a serem empregados; Padrões de acabamento; Tolerâncias dimensionais dos elementos estruturais; Critério de aceitação de materiais; Tipo e quantidade de ensaios a serem realizados; Resistência do concreto. Leitura e interpretação do edital O edital é o documento que rege a licitação, no caso de a obra ser objeto de uma concorrência. Ele traz as "regras" do projeto. É o principal documento da fase de licitação. Algumas das informações contidas no edital e que são indispensáveis para a elaboração do orçamento: Prazo da obra; Datas contratuais; Penalidade por atraso no cumprimento do prazo ou bônus por antecipação; Critérios de medição, pagamento e reajustamento; Regime de preços (unitário, global, por administração); Limitação de horários de trabalho; Critérios de participação na licitação (capital social da empresa, etc.); Habilitação técnica requerida com relação à empresa e responsável técnico; Documentação requerida; Seguros exigidos; Facilidades disponibilizadas pelo contratante (instalações de água, energia, etc.). Visita técnica A visita ao local da obra serve para tirar dúvidas, levantar dados e características importantes para um orçamento, tirar fotos, avaliar o estado das vias de acesso e verificar a disponibilidade de materiais, equipamento e mão de obra na região. Em muitos casos, quando não existe projeto ou caderno de encargos, a visita técnica torna-se a única fonte de levantamento de informações para realizar o orçamento. 1.3.2 Composição de custos Identificação dos serviços O custo total de uma obra é fruto do custo orçado para cada um dos serviços integrantes da obra. A origem da quantificação está na identificação dos serviços. Levantamento de quantitativos Cada serviço identificado deve ser quantificado. O levantamento de quantitativos é um dos principais trabalhos do orçamentista. O levantamento de quantitativos inclui cálculos baseados em dimensões precisas fornecidas no projeto (volume de concreto armado, área de telhado, área de pintura, etc.) ou em alguma estimativa (volume de escavação em solo, quando são dados perfis de sondagem, por exemplo). Custos Diretos Os custos diretos são aqueles diretamente associados aos serviços dos trabalhos em obra. Representam o custo orçado dos serviços levantados. A unidade básica é a composição de custos, os quais podem ser unitários, ou seja, identificados a uma unidade de serviço (quando ele é mensurável, por exemplo: kg de armação, m3 de concreto) ou dado como verba (quando o serviço não pode ser traduzido em uma unidade fisicamente mensurável, por exemplo: paisagismo, sinalização). Cada composição de custos unitários contém os insumos do serviço com seus respectivos índices (quantidade de cada insumo requerida para a realização de uma unidade do serviço) e valor (provenientes da cotação de preços e da aplicação dos encargos sobre a hora-base do trabalhador). A empresa pode usar composições de custos próprias obtidas pela experiência e levantamento por meio de obras de igual dimensão já anteriormente realizadas ou obtê-las em publicações especializadas, como a TCPO (Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos), da Editora PINI (TCPO, 2011), sendo atualmente uma das publicações mais completas e difundidas no mercado da Construção Civil. Custos Indiretos Os custos indiretos são aqueles que não estão diretamente associados aos trabalhos de obra em si, mas que são necessários para que tais serviços possam ser realizados. Nestes custos são dimensionadas as equipes técnicas (engenheiros, mestres, encarregados), de apoio (almoxarife, apontador) e de suporte (secretária, vigia), e identificadas às despesas gerais da obra (contas, materiais de escritório e limpeza, etc.), mobilização e desmobilização do canteiro de obras, taxas e emolumentos, entre outras despesas. Cotação de preços A cotação de preços consiste na coleta de preços dos fornecedores do mercado para os diversos materiais da obra, tanto os que aparecem no custo direto, quanto no custo indireto. É importante que esta etapa seja feita em seguida à seleção das composições de custos, para que o orçamentista possa ter uma relação completa de todos os materiais do orçamento. Definição de encargos sociais e trabalhistas Análise dos encargos sociais e trabalhistas, a serem aplicados à mão de obra a ser utilizada na obra analisada. Envolvem os diversos impostos que incidem sobre a hora trabalhada e os benefícios a que têm direito os trabalhadores e que são pagos pelo empregador. 1.3.3 Determinação do preço Definição da margem de lucro Basea-se nas condições intrínsecas e extrínsecas da obra, o construtor define a margem de lucro que deseja obter na obra em questão. Ele deve levar em conta fatores como: concorrência, risco do empreendimento, necessidade de conquistar a obra para imagem da empresa, etc. Aplicação do BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) sobre o preço do trabalho como taxa de majoração importante ao custo do orçamento. Ao analisar os conceitos fundamentais aqui apresentados, é importante identificar que o propósito do orçamento não se resume à definição do custo da obra. Ele tem uma abrangência maior, servindo de subsídio para outras aplicações, tais como (MATTOS, 2006): Levantamento dos materiais e serviços A descrição e a quantificação dos materiais e serviços ajudam o construtor a planejar as compras, identificar fornecedores, estudar formas de pagamento e analisar metodologias executivas. Obtenção de índices para acompanhamento Com base nos índices de utilização de cada insumo (mão de obra, equipamento, material), o construtor poderá realizar uma comparação entre o que orçou e o que está efetivamente acontecendo na obra. Os índices servem também como metas de desempenho para as equipes de campo. Dimensionamento de equipes A quantidade de homem-hora requerida para cada serviço serve para a determinação da equipe. A partir do índice, determina-se o número de trabalhadores para uma dada duração do serviço. Capacidade de revisão de valores e índices O orçamento pode ser facilmente recalculado a partir de novos preços de insumos e índices de produção. Para isso, basta que os campos de valores sejam alterados, pois todo o restante é produto de operações aritméticas simples. Realização de simulações Cenários alternativos de orçamento com diferentes metodologias construtivas, produtividades, jornadas de trabalho, lucratividade, etc. Geração de cronogramas físico e financeiro O cronograma físico retrata a evolução dos serviços ao longo do tempo. O cronograma financeiro quantifica mensalmente os custos e receitas desses mesmos serviços – é a distribuição temporal dos valores. Análise da viabilidade econômico-financeira O balanço entre os custos e as receitas mensais fornece uma previsão da situação financeira da obra ao longo dos meses. 1.4 MAPA DE TRABALHOS E QUANTIDADES O Mapa de Trabalhos e Quantidades deve relacionar todos os serviços a serem realizados. Em seguida, calcular as quantidades a serem executadas e seus custos unitários (custo para executar uma unidade de cada serviço em questão). Os produtos de quantidades por custos unitários fornecem os custos totais parciais. A soma destes é o custo total do orçamento. Acrescendo-se o BDI, obtemos o preço total do orçamento (o preço a ser apresentado ao cliente). Assim, para o exemplo apresentado a seguir (CARDOSO, 2006): 1) Medição de quantidades escavação = 1,2 x 1,2 x 1,2 = 1,728 m3 remoção de solo = 1,2 m3 compactação do fundo = 1x1 = 1 m2 fundo em concreto = 1 x 1 x 0,05 = 0,05 m3 alvenaria = (1 + 1 + 0,8 + 0,8) x 1,15 = 4,14 m2 reboco interno = 0,8 x 4 x 1,15 = 3,68 m2 grade = 1 m2 reaterro = 0,528 m3 2) Planilha de orçamento discriminado Orçamento para execução de caixa de drenagem em alvenaria, dimensões externas 1 x 1 x 1,2 m, rebocada internamente com grelha de aço d= ¾”. TABELA 1 Item Serviço Unidade Quantidade Custo unitário Custo parcial 1. Movimento de solo 1.1 Escavação de solo com escoramento m3 1,728 15,00 25,92 1.2 Apiloamento do fundo m2 1,00 8,00 8,00 1.3 Remoção de solo m3 1,20 5,00 6,00 1.4 Reaterro de solo m3 0,528 10,00 5,28 2. Fundo em concreto magro m3 0,05 120,00 6,00 3. Alvenaria de tijolos maciços, e= 10 cm m3 4,14 22,30 92,22 4. Revestimento interno – reboco misto m2 3,68 14,00 51,52 5. Grade de aço, barra d=¾” m2 1,00 150,00 150,00 Subtotal 345,04 BDI 50% 172,52 Total 517,56 FONTE: Arquivo pessoal do autor. Os Mapas de Trabalhos e Quantidades devem ser apresentados: Dividindo os trabalhos (ou projeto) em capítulos; Para cada capítulo é necessário individualizar as tarefas; Conferir as tarefas. Verificar se estão todas consideradas (um orçamento antigo semelhante pode ajudar); Medir quantidades sobre peças desenhadas definindo previamente a unidade de medição. 1.5 PREÇO DE VENDA (UNITÁRIO) DE SERVIÇOS O preço de venda de um serviço é o preço calculado por uma empresa para venda do trabalho em questão. No estudo do preço de venda devem ser considerados os custos da empresa para a execução do trabalho. Estes custos são definidos por meio de composições unitárias de custos de serviços. Para o cálculo de preços de venda deve- se criar a decomposição em capítulos de um mapa de trabalhos, conforme o exemplo a seguir de um edifício corrente: Capítulo 1 - Demolições Capítulo 2 - Terraplanagem Capítulo 3 - Fundações e estruturas Capítulo 4 - Construção civil 4.1 - Alvenarias 4.2 - Revestimento exterior - fachadas 4.3 - Revestimento interior - tetos 4.4 - Revestimento interior - paredes 4.5 - Revestimento interior - pavimentos 4.6 - Coberturas e impermeabilizações 4.7 - Carpintaria 4.8 - Serralharia 4.9 - Pinturas 4.10 - Vidros 4.11 - Diversos Capítulo 5 - Instalações Hidráulicas Capítulo 6 - Instalações Elétricas Capítulo 7 - Instalações de Ar-condicionado Capítulo 8 - Instalações de Gás Capítulo 9 - Elevadores Composições unitárias de custos de serviços As composições unitárias de custos são as "fórmulas" de cálculo dos custos unitários nos orçamentos discriminados. Cada composição consiste das quantidades individuais do grupo de insumos (material, mão de obra e equipamentos) necessários para a execução de uma unidade de um serviço. Exemplos: (1) Para a execução de escavação de solo para vigas de fundação, o único insumo é a mão de obra (servente), sendo estimado um consumo de quatro horas para cada m3 escavado. Escavação de solo normal, até 3,0 m de profundidade – m2 TABELA 2 Item Descrição (função) Quantidade unitária Custo unitário Custo parcial 1 Servente 4,00 h 5,60/h R$ 22,40 Total R$ 22,40 FONTE: Arquivo pessoal do autor. O custo unitário do serviço é obtido multiplicando-se a quantidade empregada do insumo por seu custo respectivo. No caso apresentado, o valor da hora é de R$ 2,00. Acrescendo-se os percentuais de Leis Sociais, considerados como 180%, o preço do insumo "Servente" é de R$ 5,60/h e o preço do serviço "Escavação" é de R$ 22,40/m3. (2) A execução da armadura de uma viga, em aço CA-50 de 12,5mm, envolve os seguintes insumos, já incluídas as perdas nas quantidades unitárias: TABELA 3 - ARMADURA CA-50, 12,5 MM – KG Item Descrição Quantidade unitária Custo unitário Custo parcial 1 Aço CA-50, 12,5 mm 1,05 kg 3,00/kg 3,15 2 Arame recozido 0,02 kg 7,00/kg 0,14 3 Armador 0,10 h 8,40/h 0,84 4 Servente 0,10 h 5,60/h 0,56 Total : R$ 4,69 FONTE: Arquivo pessoal do autor. Da mesma forma, os percentuais de Leis Sociais estão embutidos nos custos de mão de obra. Não é necessário que seja assim, podendo-se calcular em separado, acrescendo-se como um subtotal. O valor adotado depende de vários fatores, principalmente da legislação vigente na data e nas condições particulares da empresa (rotatividade, horas extras, índice de ações trabalhistas, etc.). Para estes dois exemplos, o valor calculado é o custo, válido genericamente, para obras comuns. Contudo, em cada caso, devem ser verificados aspectos singulares, tais como: local da obra (transporte), horário e condições de trabalho (horas extras, periculosidade, insalubridade). Além disso, devem ser acrescidos os custos não discriminados e o lucro desejado (BDI) (SILVA, 2006). Obtenção das composições As composições de custos podem ser obtidas de várias fontes. A melhor forma é o levantamento direto nas próprias obras, verificando-se o consumo de acordo com a produtividade da mão de obra local e nas condições técnicas em que se produz. Porém, pela quantidade de trabalho envolvido, geralmente no início das composições são obtidas por meio de referências em publicações. A utilização indiscriminada, porém, é perigosa, pois os coeficientes foram determinados em locais distintos, e não há garantias de que sejam adequados para as condições das nossas obras. Por exemplo, uma publicação editada em São Paulo, há trinta anos, evidentemente deve refletir condições muito diferentes das encontradas nos dias de hoje. Outra forma de obtenção de composições é o cálculo direto, para o qual se apresentam dois casos: (1) Argamassa para alvenaria (1:2:9) - m3: a) Materiais - traço em volume, considerando os pesos específicos: o volume para cada parcela do traço é: 1 m3 / (1+2+9) = 0,083333 m3 a1) cimento (1600 kg/m3): 0,83333 x 1600 = 133,3333 kg a2) cal hidratada (1030 kg/m3): 0,83333 x 2 x 1030 = 171,6666 kg a3) areia: 0,83333 x 9 = 0,75 m3 a4) perdas: assume-se perda média de 10% nos materiais b) Mão de obra: estimada (ou medida na obra) em 10h/m3. c) Betoneira: tempo ocupado estimado (ou medido na obra) em 4 h. TABELA 4 - ARGAMASSA PARA ALVENARIA (1:2:9) – M3 Item Descrição Quantidade unitária Custo unitário Custo parcial 1 Cimento 133,33 kg * 1,10 0,32/kg 46,93 2 Cal hidratada 171,67 kg * 1,10 0,28/kg 52,87 3 Areia média 0,75 m3 * 1,10 35,00/m3 28,88 4 Betoneira 500 litros 0,50 dia 20,00/dia (aluguel) 10,00 5 Servente 10,00 h 5,60/h 56,00 Total : R$ 194,68 FONTE: Arquivo pessoal do autor. (2) Alvenaria de tijolos furados (6 furos, 10x15x20), 10 cm de largura – m2, para revestir: a) Quantidade de tijolos a1) tijolos em um metro quadrado: 1/0,16 x 1/0,21 = 29,76 un a2) àrea ocupada pelos tijolos: 29,76 x 0,15 x 0,20 = 0,89 m2 a3) volume de argamassa: (1-0,89) x 0,10 = 0,0107 m3 a4) perdas: assume-se perda média de 10% nos materiais. b) Mão de obra: estimada 1m 1,6h de pedreiro e 0,8h de servente (estes valores são tradicionalmente empregados) TABELA 5 - ALVENARIA DE TIJOLOS FURADOS (6 FUROS, 10X15X20), 10 CM DE LARGURA – M2 Item Descrição Quantidade unitária Custo unitário Custo parcial 1 Tijolos 29,76 un * 1.10 0,28/un 9,17 2 Argamassa 1:2:9 0,0107 m3 * 1,10 194,68/m3 2,29 3 Pedreiro 1,60 h 7,80 /h 12,46 4 Servente 0,80 h 5,60/h 4,48 Total : R$ 28,42 FONTE: Arquivo pessoal do autor. É importante entender que a montagem da composição deve ser coerente com o critério adotado para a medição de serviços, para que se saiba o que está incluído e o que não está nos valores resultantes da composição de custos. Embora os preços possam ser obtidos de listas, do tipo publicado periodicamente em revistas ou fornecido por contrato (mediante assinatura), para a execução da obra é necessário obter-se as composições de custos, propriamente ditas, para que seja possível realizar a aquisição de materiais, contratação da mão de obra ou de serviços subempreitados e o controle geral da obra. 1.6 REALIZAÇÃO DE ORÇAMENTOS Para a realização de orçamentos é necessário organizar os elementos identificados no estudo, geralmente compostos pelas seguintes etapas: Recebimento do conjunto de documentos e informações complementares (prazo, condições de execução, entre outros); Análise preliminar dos documentos e busca de esclarecimentos ou detalhes para elementos sobre os quais há dúvidas; Identificação dos itens e discriminação orçamentária preliminar dos serviços; Quantificação (medição em obra ou por meio de projetos); Lançamento em sistema informatizado e/ou busca das composições; Listagem e cotação de materiais, mão de obra e serviços subempreitados; Lançamento dos custos, análise de BDI, análises de prazos e viabilidade; ajustes finais; Fechamento do orçamento, redação das condições da proposta ou minuta do contrato. Regras gerais para execução de orçamentos: Definir claramente as necessidades; Saber o que se compra, para que fim e onde comprar; Planejar as despesas; Organizar os documentos de despesa de forma funcional; Evitar desperdícios. Um orçamento deve conter: Apresentação da empresa; Quadro técnico; Memória descritiva; Relatório fotográfico; Mapa de Trabalhos e Quantidades; Descrição dos serviços oferecidos; Planilha de custos; Cronograma de execução; Prazo de entrega; Validade da proposta; Fichas técnicas dos produtos mais relevantes. Nos casos em que o orçamento não seja gratuito, o profissional deve informar sempre ao consumidor previamente do valor do seu custo, a não informação condiciona a não obrigatoriedade de recebimento por este serviço. Normalmente não é prática usual na construção civil o pagamento pela realização de um orçamento, mesmo que seja preciso realizar um estudo técnico que pode corresponder a muitas horas de trabalho. Esta prática caracteriza o risco que existe por parte das empresas de construção civil, que muitas vezes dedicam parte de seu tempo na criação de um orçamento técnico, que mostra o perfil técnico e profissional da empresa, sem a certeza de que terá sucesso. MÓDULO II 2 CÁLCULO DE PREÇOS DE VENDA O objetivo do Módulo II é a compreensão do cálculo do preço de venda para trabalhos em obras de Construção Civil, por meio de uma análise de todos os custos diretos e indiretos de uma obra. Faz parte deste módulo, a análise dos diversos elementos que compõem uma obra como um todo. FIGURA 4 2.1 ESTRUTURAS DE CUSTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL A definição para a estrutura de custos na Construção Civil em um orçamento é a organização dos custos das empresas de construção para que os orçamentos possam refletir os custos com maior rigor. A estrutura habitualmente utilizada é a seguinte: Custos R$ Diretos Indiretos Canteiro de Obras Custos diretos – Tudo o que é diretamente imputável às obras e em particular às respectivas tarefas (tijolos, pedreiro, carpinteiro, equipamentos, etc.). Custos indiretos – Custos associados à vida da empresa e que não são diretamente imputáveis às obras (salários de pessoal do escritório, administração, custos com a sede, estrutura da empresa, etc.). Custos de canteiro de obras – Custos imputáveis a uma dada obra particular, mas que não podem ser imputadas às tarefas do orçamento (eletricidade, água, salários de pessoal de chefia, vedações, vias provisórias de comunicação, equipamentos não imputados aos custos diretos, etc.). Parâmetros de referência A utilização da experiência anterior é fundamental para que o orçamentista possa se referenciar. Alguns projetos concluídos com sucesso devem ser alvo de estudos, gerando parâmetros para estruturar novos estudos. Por exemplo, para uma estrutura de concreto convencional, as dimensões esperadas são as seguintes (tabela abaixo), considerando cada medida em relação à área total construída. Esses elementos representam médias de projetos considerados de boa qualidade pela experiência da empresa, mas deve-se ressaltar que estas medidas foram tomadas com base em projetos estruturais que seguiam certo padrão. TABELA 6 - PARÂMETROS PARA ESTRUTURAS DE CONCRETO CONVENCIONAIS Altura do Prédio Concreto Armadura Formas <15 pavimentos 12 a 16 cm/m2 10 a 14 kg/m2 1,6 a 2,1 m2/m2 de 15 a 20 pavimentos 16 a 20 cm/m2 14 a 20 kg/m2 >20 pavimentos 18 a 22 cm/m2 17 a 23 kg/m2 FONTE: BALLOU, 2003. No caso da falta de projetos no momento do orçamento ou para permitir a comparação de alternativas, é possível considerar estas medidas como estimativas, indicando este fato explicitamente no orçamento. Havendo dimensões para a estrutura, estas devem ser seguidas, estimando-se de forma aproximada apenas a armadura. Outra forma de auxílio para um orçamento aproximado consiste na consideração da participação percentual média dos grandes itens no custo total, preferencialmente obtida em obras similares anteriores. Os percentuais de referência podem servir para estimar custos para algumas etapas de projeto ainda não desenvolvidas ou para verificar outras etapas, identificando certos erros ou inconsistências destes projetos. Uma distribuição razoável é a seguinte (tabela abaixo), adequada para prédios de apartamentos residenciais de padrão normal, com oito a 12 pavimentos. TABELA 7 - PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL MÉDIA DOS SERVIÇOS EM UM ORÇAMENTO (EDIFÍCIO DE PADRÃO NORMAL, DE 8 A 12 PAVIMENTOS)*1 # Item % Custos diretos 1 Serviços Preliminares 1,00 2 Movimento de Solo e Fundações 3,50 3 Estrutura 19,00 4 Alvenaria 7,00 5 Impermeabilizações 1,40 6 Instalações elétricas e telefônicas 5,20 7 Instalações hidráulicas, sanitárias, pluviais, de incêndio e de gás. 9,80 8 Aparelhos sanitários, metais, louças e acessórios. 1,80 9 Pisos e rodapés 6,00 10 Esquadrias, vidros e ferragens. 7,00 11 Revestimento de fachada 4,80 12 Revestimentos internos, inclusive forros. 3,30 13 Pintura interna 2,00 14 Pintura externa 1,50 15 Elevador 1,80 16 Cobertura 0,50 17 Serviços complementares 1,00 18 Paisagismo 0,40 Subtotal 77,00 Custos de administração e indiretos 1 Taxas e impostos 0,20 2 Equipamentos 0,80 3 Despesas indiretas 4,00 4 Gerenciamento 4,50 5 Lucro construção 5,00 6 IR sobre lucro construção 8,50 Subtotal 23,00 Total 100,00 1 Levantamento pessoal da experiência do autor do curso em diversas empresas de construção de edíficios. FONTE: Arquivo pessoal do autor. Uma referência da utilização dos percentuais, caso não existam ainda os projetos de instalações elétricas ou hidráulicas, pode-se determinar aproximadamente os valores correspondentes utilizando os dados da tabela anterior. Exemplo: Se o valor orçado (com base nos outros projetos disponíveis) foi de R$ 850.000,00, e as instalações elétricas e telefônicas e as hidrossanitárias são previstas como normais, pode-se complementar o orçamento da seguinte forma: a) Define-se a participação: Instalações elétricas e telefônicas=5,20% e Instalações hidrossanitárias= 9,80%, somando o equivalente a 15% do edifício; b) O orçamento básico representa (100% - 15%)= 85%, portanto; c) As instalações podem ser estimadas em R$ 52.000,00 e R$ 98.000,00, respectivamente; d) Conclui-se que o orçamento total será de R$ 1.000.000,00 Custos Diretos e Custos Indiretos Em obras de Construção Civil, é possível perceber com alguma facilidade que há um elevado número de despesas que não pertencem a um serviço específico. São custos que ocorrem independentemente das quantidades produzidas pela obra e que não foram incluídos nas composições de custos unitários dos serviços. Eles são de ocorrência inevitável e por isso precisam ser computados no orçamento. A esse novo tipo de custo denomina-se custo indireto, já que o fato gerador do custo não está diretamente associado às atividades de produção do campo custo direto. Do ponto de vista da classificação, um custo é tido como indireto se não tiver sido considerado como custo direto. Assim é que a betoneira, se não tiver sido incluída como insumo no serviço de reboco (que seria um custo direto), terá que ser tratada como custo indireto. As despesas indiretas associam-se normalmente com manutenção do canteiro de obras, salários, despesas administrativas, taxas, emolumentos, seguros, viagens, consultaria, fatores imprevistos e todos os demais aspectos não orçados nos itens de produção. Enquanto o custo direto é função direta da quantidade produzida, o mesmo não se pode dizer do custo indireto. O salário do mestre, a alimentação da equipe e o custo de vigilância do canteiro serão os mesmos, quer a obra produza 200 m3 de concreto em um mês, quer produza 30 m3. Por exemplo, o salário do engenheiro e a conta de telefone da obra não integram as composições de custos dos serviços, mas devem ser levados em conta no orçamento. A lista das despesas indiretas é extensa, variando com o porte da obra, sua duração, localização e particularidades. O custo indireto é todo custo que não apareceu como mão de obra, material ou equipamento nas composições de custos unitários do orçamento. Em outras palavras, é todo custo que não entrou no custo direto da obra, não integrando os serviços de campo orçados (escavação, aterro, concreto, revestimento, etc.). Fatores que podem influenciar os custos indiretos O custo indireto geralmente fica na faixa de 5 a 30% do custo total da construção. O percentual pode oscilar em função dos seguintes aspectos: TABELA 8 Aspecto Como influi Localização geográfica Uma obra em local distante requer maior despesa de mobilização de pessoal e equipamentos, etc. Política da empresa Quantidade de engenheiros e supervisores (mestres e encarregados), faixa salarial adotada, quantidade de veículos à disposição da obra, etc. Prazo As despesas administrativas são proporcionais à duração da obra. Complexidade Obras com elevado grau de dificuldade tendem a exigir mais supervisão e suporte externo. FONTE: MATTOS, 2006. Há empresas que estimam o custo indireto como um percentual do custo direto. Embora esse método expedito possa ser aplicado para produzir números aproximados, é sempre aconselhável analisar em detalhe os diversos aspectos que compõem o custo indireto para que grandes omissões ou excessos sejam evitados. Do ponto de vista temporal, por envolver despesas provenientes de várias origens (administrativas, legais, comerciais e técnicas), o custo indireto de uma obra pode ter ocorrência: TABELA 9 Ocorrência Exemplo Anterior à obra Visitas à obra, estudos técnicos, ensaios, elaboração de planejamento, taxas e emolumentos (alvará), etc. Simultânea à obra Salários e despesas correntes do canteiro de obras. Posterior à obra Desmobilização do canteiro, taxas e emolumentos (licença Habite-se), confecção de memoriais, etc. FONTE: MATTOS, 2006. Para a análise dos custos indiretos de uma obra, é apresentada uma relação com os principais custos encontrados na Construção Civil. O peso de cada um deles é variável de obra para obra e nem todos os itens são aplicáveis a todas as obras: TABELA 10 Item O que inclui PESSOAL EQUIPE TÉCNICA: o Engenheiro – gerente de contrato, de produção; o Mestre; o Encarregado – de carpintaria, de pedreiros, de armação, de instalações; o Técnico – de edificações, de segurança; o Estagiário. Custo acrescido dos encargos sociais e trabalhistas (mensalistas). EQUIPE DE SUPORTE: o Almoxarife; o Apontador; o Comprador; o Equipe de serviços gerais (eletricista, encanador, servente, etc.); o Operadores de equipamentos (guincho, grua, elevador de carga, etc.). Custo acrescido dos encargos sociais e trabalhistas (mensalistas). Item O que inclui PESSOAL EQUIPE ADMINISTRATIVA: o Chefe de escritório (encarregado administrativo financeiro); o Auxiliar adiministrativo; o Secretária; o Motorista; o Vigia. Custo acrescido dos encargos sociais e trabalhistas (mensalistas). Mobilização e desmobilização da obra o Mobilização e desmobilização do canteiro Montagem e desmontagem de escritórios, barracões, galpões, centrais (de carpintaria, armação, pré- moldados), refeitório, depósito de materiais e demais construções provisórias. o Mobilização e desmobilização de pessoal Custo do deslocamento (transporte) e alojamento provisório. o Mobilização e desmobilização de equipamentos Transporte em carretas, montagem de grua. o Aluguel de banheiros químicos de obra Custo de locação MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO DA OBRA o Estradas de acesso à obra e caminhos dentro da obra Abertura de caminhos de serviço (desmatamento, terraplenagem, sinalização) e manutenção (aspersão de água para contenção de poeira, regularização). o Tapumes e cercas Construção e remoção ao final da obra. o Iluminação de obra (torres, postes e gambiarras). Montagem e remoção das estruturas. o Ligações provisórias de água, luz e telefone. Custo de material, instalação de equipamentos e taxas de ligação. o Placas da obra EQUIPAMENTOS DO CANTEIRO DE OBRAS o Andaime; o Balancim; o Betoneira; o Bomba hidráulica; o Caminhão; o Caminhão Guindaste (tipo “Munck”); o Elevador de carga (monta-carga); o Grua; o Guincho; o Porta-palete; o Retroescavadeira; o Rompedor pneumático; o Equipamentos de uso geral (lixadeira, furadeira, etc.); o Serra circular; o Teodolito, nível, baliza; o Transformador; o Vibrador de imersão; o Veículo utilitário. Custo de propriedade e operação (se equipamento próprio) ou custo por mês de locação. EQUIPAMENTOS ADMINISTRATIVOS o Ar-condicionado, ventilador; o Bebedouro; Custo de propriedade ou locação. o Cafeteira; o Calculadora; o Câmera; o Central telefónica, telefones; o Cofre; o Computador e impressora; o Copiadora; o Fax; o Fogão, forno de micro-ondas; o Mobiliário – mesa, cadeira, escrivaninha, estante, armário, etc.; o Refrigerador; o Relógio de ponto; o Sirene. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA o Extintor de incêndio; o Sinalização – placas, faixas, cones e cavaletes; o Tela de proteção. Custo de aquisição ou verba. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) o Bota; o Uniforme/fardamento; o Capacete; o Luvas; o Óculos de segurança; o Capa de chuva; o Protetor auricular; o Cinto de segurança; o Cabo de sustentação. Custo de aquisição ou verba. FERRAMENTAS o Arco de serra; o Balde; o Broca; o Carrinho de mão; o Cavadeira; o Chave de dobrar ferro; o Colher de pedreiro; o Corda; o Desempenadeira; Custo de aquisição ou verba. o Enxada com cabo; o Escantilhão; o Escova de aço; o Gerica; o Maçarico; o Mangueira; o Marreta; o Martelo; o Masseira; o Pá com cabo; o Peneira; o Picareta com cabo; o Régua de alumínio; o Roldana; o Serrote; o Talhadeira; o Tirfor; o Torquês; o Trincha. DESPESAS CORRENTES o Consumo de energia; o Consumo de água; o Consumo de gás; o Consumo de telefone; o Despesa com internet; o Material de escritório; o Material de limpeza; o Material de enfermaria; o Combustível (veículos de apoio). Custo médio mensal. DESPESAS COM PESSOAL o Alimentação – comida, vale-refeição, cesta básica; o Transporte – aluguel de veículso, vale- transporte, etc. Custo médio mensal. o Relocação de pessoal (mudanças); o Exames admissionais e demissionais; o Cursos e treinamento de pessoal. Verba. SERVIÇOS DE TERCEIROS o Controle tecnológico (concreto, solos); o Topografia; o Vigilância; o Consultoria – fundações, tecnologia de concreto, planejamento, detalhamento de projetos, etc.; o Vistoria, laudo pericial; o Instrumentação. TAXAS E EMOLUMENTOS o Alvará; o ART (CREA); o Licença Habite-se; o Outras Licenças. DIVERSOS o Seguro contra acidentes coletivos; o Seguro contra incêndio; o Seguro de responsabilidade civil; o Seguro de vida coletivo; o Seguro contra roubo; o Seguro de equipamentos. Prêmio e franquia. o Frete; o Proteção de estruturas existentes (edificações vizinhas, monumentos, pavimentos); o Limpeza final da obra; o Adiministração central; o Imprevistos/Riscos eventuais; o Custo financeiro. FONTE: TISAKA, 2006. FIGURA 5 FONTE: Arquivo pessoal do autor. Custos Acessórios Além dos custos diretos há outras fontes de despesa que são geralmente incluídas nos orçamentos. Tais custos são acessórios porque complementam o orçamento da obra, aparecendo perifericamente. Os custos acessórios são: Administração Central; Imprevistos e Contingências; Custo Financeiro. A administração central é a estrutura necessária para a execução das atividades de direção geral da empresa, incluindo as áreas administrativa, financeira, contábil, técnica, de suprimento, etc. O escritório central é apenas um gerador de despesas, sem ser propriamente um gerador de receitas, são as obras que suportam as despesas da estrutura de uma empresa e precisam embutir nos seus custos uma provisão de recursos para o custeio deste. As obras rateiam os custos da matriz e remetem mensalmente uma cota proporcional ao porte de cada contrato. O percentual do custo que as obras rateiam entre si recebe o nome de taxa da administração central. Geralmente, a taxa de administração central fica entre 2% e 5% do custo. Um orçamento, por mais detalhado e criterioso que seja, é sempre aproximado, pois é impossível preverem-se todas as casualidades de uma obra. Na construção civil, onde os cenários, os objetos de trabalho e as particularidades de metodologia variam de obra para obra, os fatores imprevistos têm maior importância. Podem acarretar atrasos de cronograma, acréscimo de custos diretos e indiretos, além de colocar em risco a sanidade financeira da construção. Em obras por preço global, os imprevistos e contingências devem ser mais elevados do que em obras por preço unitário. Se a construtora for utilizar seguro de obra (responsabilidade civil, risco de engenharia), o patamar de imprevistos é menor. Normalmente, o percentual a ser incluído no orçamento fica na faixa de 1 a 3% dos custos (diretos mais indiretos). TABELA 11 Valores sugeridos para imprevistos e contingências Características da obra Contrato por preço unitário Contrato por preço global Obra simples e construtor experiente. 0,5% 1,0% Obra normal e construtor experiente. 1,5% 2,5% Obra complexa e construtor experiente. 3,0% 5,0% FONTE: SILVA, 2006. Na maior parte dos contratos de construção, o construtor realiza os serviços com seus próprios recursos, fecha a medição ao final do mês e só depois de alguns dias é que recebe o pagamento. A empresa que faz a obra gasta do seu bolso com material, mão de obra e equipamento, e só recebe pelo serviço algum tempo depois (que pode variar de dias até meses). Em última análise, é como se a empresa contratada funcionasse como um banco, financiando a construção. No caso de obras públicas, esta é a regra. Pelo fato de haver uma defasagem entre o momento do desembolso e o momento do recebimento da medição, existe inevitavelmente uma perda monetária. É o que se chama de custo financeiro. Se o dinheiro empregado pelo construtor no financiamento da obra tivesse sido aplicado no mercado financeiro (poupança, fundos de aplicação, ações, etc.), ele estaria rendendo e representaria um ganho real. Essa "perda", ou melhor, esse ganho que o construtor deixa de auferir precisa então ser contabilizado no custo indireto. Ao incluir no orçamento o custo financeiro, não se está dando um benefício ou regalia ou lucro ao construtor, senão apenas recompondo o poder de compra do dinheiro com o qual ele financia a execução da obra. A única situação em que não há a alocação de recursos próprios do construtor na obra é aquela em que a contratante paga um sinal ou adiantamento. Neste caso, o construtor tem capital de giro para tocar a obra e o custo financeiro é nulo. Não é prática das mais correntes, pelo menos no setor público. 2.2 COMO CALCULAR PREÇOS DE VENDA Após a realização do levantamento de todos os custos da obra, definindo o percentual de lucro almejado e identificando todos os impostos com suas respectivas alíquotas, o orçamentista está em condições de calcular o preço de venda da obra. O preço de venda é o valor total ofertado pelo contrato, valor que engloba todos os custos, o lucro e os impostos. É o valor final do orçamento. É com ele que a construtora irá propor negócio à entidade contratante ou participar da licitação. A passagem de custo para preço exige cuidados. Esta etapa está certamente entre as maiores fontes de erro dos orçamentos. FIGURA 6 O custo inclui: o Custos diretos; o Custos indiretos; o Custos acessórios - administração central, custo financeiro, imprevistos e contingências. 2.3 O PREÇO DE VENDA EM FUNÇÃO DO CUSTO DIRETO Para melhor entendimento, suponha que uma obra hipotética foi orçamentada em R$ 100,00. A diretoria da empresa determinou que a margem de lucro almejada é de 12% do preço de venda e o orçamentista verificou que os impostos na localidade atingem o patamar de 8%. Um orçamentista incauto aplicaria as duas taxas percentuais sobre os R$ 100, chegando a um preço de R$ 120. Isso está errado, pois imposto e lucro foram calculados sobre o custo, quando deveriam ser aplicados sobre a venda! Ao aplicar a margem de lucro e os impostos sobre o custo, o orçamentista distorceu o sentido dessas duas taxas, que devem incidir sobre o preço de venda, que é o faturamento da empresa. É só fazer a verificação para constatar o erro do orçamento: Para obter o preço de venda correto, deve-se fazer a conta de trás para frente, descontar os 12% da margem de lucro e 8% dos impostos, o valor que sobra é exatamente o custo de R$ 100,00. Preço de venda (PV) = R$ 120,00 Impostos = 8% x R$ 120,00 = R$ 9,60 Lucro = 12% x R$ 120,00 = R$ 14,40 Sobram apenas R$ 96,00 para a realização da obra, porém o custo orçado tinha sido de R$ 100,00. O orçamento está errado! PV – (12% + 8%)PV = R$ 100,00 PV (1 – 0,12 – 0,08) = R$ 100,00 PV = 100 / (0,80) = R$ 125,00 (correto!) Por meio dos cálculos, o preço de venda é suficiente: Um erro comum, que muitos orçamentistas cometem, é aplicar primeiro a lucratividade e depois os impostos (ou vice-versa): A explicação para esta questão, é que ao aplicar desta forma, os impostos acabam por diminuir parte da margem de lucro prevista. De forma a realizar um raciocínio lógico e cauteloso, leva-se à seguinte equação em notação paramétrica (MATTOS, 2006). Onde, PV = preço de venda (R$); CUSTO = custo total (direto, indireto, administração central, custo financeiro, imprevistos e contingências) (R$); i% = somatória de todas as incidências sobre o preço de venda (%). Não é correto aplicar os percentuais de lucratividade e impostos diretamente sobre o custo, pois eles incidem sobre o preço de venda. Custo = R$ 100,00 Impostos = 8% x R$ 125,00 = R$ 10,00 Lucro = 12% x R$ 125,00 = R$ 15,00 Soma = R$ 125,00 = PV (correto!) R$ 100,00 / (1 – 8%) = R$ 108,70 R$ 108,70 / 1 – 12%) = R$ 123,52 (errado!) 𝐏𝐕 = 𝐂𝐔𝐒𝐓𝐎 𝟏 − 𝐢% O correto é somar todos os custos e dividi-los por (1 - i%), sendo i% a somatória de tudo que incide sobre o preço de venda. Aplicar lucro e impostos separadamente, também altera o resultado, é preciso somar ambos para compor a incidência total, ou seja, conforme a fórmula apresentada, tudo que for custo deve ficar no numerador e tudo que incide sobre o preço (faturamento) do contrato fica no denominador (MATTOS, 2006). Exemplo: Uma obra foi orçamentada em R$ 250.000,00 (custo total). Na localidade da obra, os impostos atingem 7% e a margem de lucro desejada pelo construtor é de 8%. Calcular o preço de venda. Exemplo de aplicação do BDI. CUSTO = R$ 250.000,00 Impostos = 7% Lucro = 8% Incidência sobre o preço de venda = 15% 𝐏𝐕 = 𝐂𝐔𝐒𝐓𝐎 (𝟏−𝐢%) = 𝟐𝟓𝟎.𝟎𝟎𝟎,𝟎𝟎 𝟏−𝟎,𝟏𝟓 = 𝟐𝟗𝟒. 𝟏𝟏𝟕, 𝟔𝟓 Verificação: Custo = R$ 250.000,00 Impostos = 7% x 294.117,65 = R$ 20.588,24 Lucro = 8% x 294.117,65 = R$ 23.529,41 Soma = R$ 294.117,65 = PV Em uma obra composta pelo mapa de trabalhos abaixo: TABELA 12 - CUSTO DIRETO Serviço Unidade Quantidade Custo unitário (R$) Custo total (R$) Escavação m3 10,0 10,00 1.000,00 Forma m2 70,0 20,00 1.400,00 Armação kg 500,0 5,00 2.500,00 Concreto m3 5,0 200,00 1.000,00 Total 5.000,00 FONTE: Arquivo pessoal do autor. A soma de R$ 5.000,00 corresponde ao total de custo direto para esta obra. Falta acrescer o custo indireto, os custos acessórios (administração contratual, custo financeiro, imprevistos e contingências), o lucro e os impostos. Para efeito de exemplo de cálculo supondo que estes outros itens tenham os seguintes valores: Custo indireto = R$ 500,00 Administração central = R$ 50,00 Imprevistos e contingências = R$ 50,00 Lucro = 10% sobre o faturamento Impostos = 10% sobre o faturamento. Com essas premissas de cálculo, o preço de venda será: 𝐏𝐕 = 𝐂𝐔𝐒𝐓𝐎 (𝟏−𝐢%) = 𝟓.𝟎𝟎𝟎+𝟓𝟎𝟎+𝟓𝟎+𝟓𝟎 𝟏−𝟎,𝟏𝟎−𝟎,𝟏𝟎 = 𝟕. 𝟎𝟎𝟎, 𝟎𝟎 Para explicar este valor no Mapa de trabalhos da obra, deve-se de maneira lógica dividir o preço de venda pelo custo direto e multiplicar este valor a todos os serviços, gerando um multiplicador: Multiplicador = 𝟕.𝟎𝟎𝟎 𝟓.𝟎𝟎𝟎 = 𝟏, 𝟒𝟎 TABELA 13 - PREÇO DE VENDA Serviço Unidade Quantidade Custo unitário (R$) (multiplicador x 1,40) Custo total (R$) Escavação m3 10,0 14,00 140,00 Forma m2 70,0 28,00 1.960,00 Armação kg 500,0 7,00 3.500,00 Concreto m3 5,0 280,00 1.400,00 Total 7.000,00 FONTE: SILVA, 2006. Em resumo, todos os custos não diretos foram diluídos sobre os custos diretos. Todos os custos indiretos, acessórios, imprevistos, lucros e impostos foram linearmente distribuídos sobre o custo direto dos serviços. Este multiplicador que no caso do exemplo representou uma majoração de 40%, chama-se BDI (SILVA, 2006). BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) é o fator a ser aplicado ao custo direto para a obtenção do preço de venda, portanto: PV = CD x (1 + BDI) ou de forma inversa, BDI = 𝐏𝐕 𝐂𝐃−𝟏 PV = preço de venda CD = custo direto O BDI inclui: Despesas indiretas de funcionamento da obra; Custo da administração central (matriz); Custos financeiros; Custos imprevistos; Impostos; Lucro. Em termos práticos, o BDI é o percentual que deve ser aplicado sobre o custo direto dos itens do mapa de trabalhos da obra para se chegar ao preço de venda. Por exemplo, se o custo direto de uma determinada obra foi orçado em R$ 100,00, o custo indireto em R$ 20,00 e o lucro em R$ 10,00, o BDI é igual ao quociente (20,00 + 10,00) / 100,00 = 30%. o preço final (preço de venda) será 100,00 x 1,30 = R$ 130,00, portanto o BDI é a majoração percentual que o preço de venda representa sobre o custo direto. 2.4 CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA – SEQUÊNCIA DE OPERAÇÕES Para o cálculo de preço de venda e BDI, pode-se utilizar a seguinte sequência de operações (MATTOS, 2006): PV = preço de venda (R$); CUSTO = custo total (direto, indireto, administração central, custo financeiro, imprevistos e contingências) (R$); i% = somatória de todas as incidências sobre o preço de venda (%). BDI = Benefícios e Despesas Indiretas (%) PV = preço de venda CD = custo direto 𝐁𝐃𝐈 = 𝐏𝐕 𝐂𝐃 − 𝟏 Outra forma de calcular o BDI é transformar os custos em percentuais, tendo a fórmula: onde, CI = Custo indireto (%) (sobre custo direto). AC = Administração central (%) (sobre custos diretos e indiretos). CF = Custos financeiros (%) (sobre custos diretos e indiretos). IC = Imprevistos e contingências (%) (sobre custos diretos e indiretos). LO = Lucro operacional (%) (sobre o preço de venda). IMP = Impostos (%) (sobre o preço de venda). Considerações sobre BDI Várias são as conclusões a que se chega sobre BDI (SILVA, 2006): Nem toda obra tem o mesmo BDI. Por depender diretamente da composição dos custos indiretos, administração central, custo financeiro, imprevistos e contingências, lucro e impostos, cada obra terá o seu próprio BDI. Não se pode querer que todas as obras de uma mesma empresa apresentem o mesmo percentual. Mudando as condições, muda o BDI. Por isso, recrimina-se a prática que algumas construtoras têm de utilizar um "BDI padrão" da empresa para qualquer orçamento. Esta simplificação na prática só teria algum cabimento se a BDI = (𝟏+𝐂𝐈)𝐱(𝟏+𝐀𝐂+𝐂𝐅+𝐈𝐂) 𝟏−(𝐋𝐎+𝐈𝐌𝐏) − 𝟏 construtora só fizesse o mesmo tipo de obra e sob as mesmas circunstâncias, o que nem sempre é possível. Para cada obra, o orçamentista tem que calcular o seu respectivo BDI. No cálculo do BDI só entram os impostos que incidem sobre o faturamento (preço de venda). Na construção há uma grande quantidade de impostos, mas só integram o cálculo do BDI aqueles que incidem sobre a fatura ou preço de venda: COFINS, PIS, CPMF, ISSQN e, no caso de regime de tributação por Lucro Presumido, o IRPJ e a CSLL. Outros impostos e encargos, tais como IPI, ICMS, FGTS e INSS não deixam de ser computados. O que acontece é que eles são computados em outro lugar: uns são integrantes do custo de material, outros compõem a extensa massa de encargos sociais e trabalhistas. O BDI não tem limite superior. O BDI pode assumir qualquer valor positivo, inclusive acima de 100%. Sendo o BDI um quociente entre as parcelas que precisam ser diluídas e o custo direto, nada impede que o BDI atinja valores muito altos. Supondo uma obra em que uma empresa precise construir uma casa popular a milhares de quilômetros de sua sede. O custo indireto será tão alto em comparação com o custo direto - certamente maior, que a razão indireto/direto será superior a 1, gerando um BDI maior do que 100%. Em uma concorrência, duas empresas proponentes não necessariamente chegam ao mesmo BDI. Considerando que cada empresa tem suas peculiaridades de arranjo e sofisticação de canteiro, formação de equipe, política salarial, margem de lucro e estipulação de riscos e imprevistos, é virtualmente improvável que duas construtoras cheguem a um mesmo BDI para uma mesma obra. Aliás, é basicamente pelo BDI que as propostas se diferenciam entre si. MÓDULO III 3 CÁLCULO DE CUSTOS DIRETOS DE TAREFAS O objetivo do Módulo III consiste na análise e caracterização em detalhes, de todos os elementos que compõem os custos compostos de uma construção: mão de obra, materiais e equipamentos. 3.1 FÓRMULA DOS CUSTOS COMPOSTOS A formação dos custos compostos do orçamento é realizada por meio do estabelecimento dos custos necessários para a execução de um determinado serviço ou atividade de acordo com certos requisitos. As categorias de custos compostos envolvidas em um serviço são (MATTOS, 2006): Custos de mão de obra A mão de obra é um dos principais custos compostos de uma obra porque é o elemento racional de uma obra e de suas ações e decisões depende em grande parte o sucesso do empreendimento. Este custo tem influência em todas as partes de um projeto de construção civil e é o responsável por dar forma aos serviços. É o trabalho humano que, em última análise, gera o produto final. A importância da estimativa correta deste custo para uma obra pode representar em algumas ocasiões até 60% de seu custo global. Custos de materiais Os materiais entram na maioria absoluta das atividades de uma obra, representando, muitas vezes, mais da metade do custo unitário de cada serviço. A cotação de preço dos materiais é uma tarefa que requer cuidado, porque tem algumas particularidades que o orçamentista deve levar em consideração. São variadas as formas nas quais os fornecedores dão seus preços, assim como nem sempre as cotações obtidas, referem-se ao mesmo escopo de aplicação. Custos de equipamentos De acordo com o porte da obra, os equipamentos podem representar grande parcela do custo de um serviço. Os equipamentos geram diversos custos de: aquisição, operação, manutenção, seguros, taxas, etc. 3.2 CUSTOS DE MÃO DE OBRA, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS Mão de Obra Encargos sociais e trabalhistas O custo de um operário para o empregador não se confunde com seu salário-base. Isso porque não é só o salário que constitui o ônus do empregador - este arca com diversos encargos sociais e trabalhistas impostos pela legislação e pelas convenções do trabalho, que se somam ao salário-base ao qual o funcionário faz jus. Para compreensão mais clara deste assunto, os encargos sociais e trabalhistas são observados sob duas óticas (MATTOS, 2006). Encargos em sentido estrito São os encargos sociais, trabalhistas e indenizatórios previstos em lei e aos quais o empregador está obrigado. É esta modalidade a mais usada entre os orçamentistas. Encargos em sentido amplo - aos encargos sociais, trabalhistas e indenizatórios somam-se outras despesas que podem ser referenciadas ao homem-hora, tais como alimentação, transporte, EPI, seguro em grupo e até horas extras habituais. A rigor, esta ampliação do conceito de encargo existe por conveniência do orçamentista. Encargos em sentido estrito São os encargos sociais, trabalhistas e indenizatórios previstos em lei e aos quais o empregador está obrigado. Estes elementos são apresentados de forma a dar uma referência ao orçamentista, na busca dos elementos que devem constar em seus estudos: TABELA 14 - ENCARGOS SOCIAIS E TRABALHISTAS A. Encargos sociais básicos A.1 INSS 20,00 % A.2 FGTS 8,00% A.3 Salário-educação 2,50% A.4 SESI 1,50% A.5 SENAI e SEBRAE 1,60% A.6 INCRA 0,20% A.7 Seguro contra riscos e acidentes 3,00% A.8 SECONCI 1,00% Total A 37,80% B. Encargos Trabalhistas (Encargos que recebem incidência de A) B.1 Repouso semanal remunerado 18,13% B.2 Feriados 4,91% B.3 Férias (+1/3) 15,10% B.4 Auxílio Enfermidade e Acidentes de Trabalho 2,58% B.5 13º salário 11,33% B.6 Licença Paternidade 0,13% B.7 Faltas justificadas por motivos diversos 0,76% Total B 52,93% Grupo C = (A*B) 20,01% D. Encargos ligados à demissão do trabalhador D.1 Aviso-prévio 11,56% D.2 Depósito por despedida injusta 3,08% D.3 Indenização adicional 0,78% D.4 Adicional Lei Complementar 110/01 0,77% Total D 16,18% Grupo D´ = (A-A2-A8)*D1 3,33% E. Outros E.1 Dias de chuva e outras dificuldades 1,50% E.2 Almoço 20,48% E.3 Jantar 7,93% E.4 Café da manhã 3,20% E.5 Equipamento de segurança 4,85% E.6 Vale-transporte 7,63% E.7 Seguro de vida e acidentes 0,59% Total Grupo E 46,18% Total A+B+C+D+D´+E 176,42% FONTE: Sinduscon SP – Novembro/2012. Na análise dos encargos sociais e trabalhistas, relativos à mão de obra, existem alguns encargos fixos e outros variáveis. Os fixos são aqueles em que qualquer empresa está condicionada a legislação vigente, sendo que independem de considerações como tamanho da empresa ou capacidade gerencial. Os encargos variáveis dependem das premissas de cálculo adotadas por cada empresa. Neste tipo de encargo, uma empresa pode se tornar mais competitiva em razão de suas estratégias próprias. Com a finalidade de reduzir o percentual de encargos, toda empresa procura se empenhar em reduzir as parcelas variáveis, que são basicamente: aviso-prévio, faltas, acidentes de trabalho, auxílio-enfermidade. O aviso-prévio, por ser o item variável mais representativo, deve ser permanentemente monitorado pela empresa. Ele pode ser mantido em níveis baixos se a rotatividade de trabalhadores for pequena. Encargos em sentido amplo Os encargos em sentido amplo representam uma extensão do conceito tradicional dos encargos sociais e trabalhistas. A ampliação consiste em incluir no rol dos encargos, todos os demais que possam ser referenciados à hora de cada trabalhador, tais como: Encargos intersindicais São aqueles provenientes de acordos coletivos entre sindicatos patronais e de trabalhadores da construção civil. Compreendem: Almoço; Café da manhã (refeição mínima); Vale-transporte; Cesta básica; Seguro de vida e acidentes em grupo. Equipamentos de proteção individual (EPI): São os instrumentos de uso pessoal para prevenir acidentes e proteger o trabalhador contra possíveis danos à saúde causados pelas condições de trabalho. Ferramentas. Seguro coletivo. Horas extras habituais. Os encargos em sentido amplo permitem tratar a hora do funcionário dentro do conceito de profissional remunerado, alimentado, transportado, fardado e equipado. De uma maneira geral as empresas preferem computar os custos com: alimentação, transporte, EPI e ferramentas nas despesas indiretas, porém a inclusão desses custos como mais um grupo de encargos é uma tendência moderna entre os orçamentistas. Encargos intersindicais Na dedução do percentual dos encargos intersindicais, será necessário calcular o salário médio dos trabalhadores, obtido por meio de tabelas fornecidas pelo Sinduscon – Sindicato da Indústria da Construção Civil, que disponibiliza estes elementos para cada estado respectivamente. TABELA 15 - HORA-BASE DAS PRINCIPAIS CATEGORIAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL Função Salário/hora (R$) Servente 4,07 Pedreiro 4,91 Carpinteiro 4,90 Armador 4,86 Eletricista 5,17 Encanador 5,05 Pintor 5,08 FONTE: Sinduscon SP – Novembro/2012. Adicionais legais A legislação trabalhista criou alguns adicionais ao salário, destinados a indenizar condições desfavoráveis da prestação do trabalho: o Trabalho noturno (majoração média de 20%); o Insalubridade ("atividades ou operações que, por sua natureza, condições ou método de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade dos agentes e do tempo máximo de exposição aos seus efeitos” Consolidação das Leis do Trabalho, art. 189, Código do Trabalho). o Periculosidade. A Consolidação das Leis do Trabalho, art. 193, Código do Trabalho diz: “o adicional de periculosidade é devido quando ocorre exercício de trabalho em atividades ou operações perigosas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado” (SINDUSCON SP, 2012). Estes adicionais não têm a natureza de encargos. Se estiverem presentes em uma obra, não devem integrar a tabela dos encargos. Os adicionais são aplicados sobre o salário (ou sobre a hora-base) e em cima desse total é que se computam os encargos sociais e trabalhistas. TABELA 16 Diferenças entre insalubridade e periculosidade Aspecto Insalubridade Periculosidade Fundamento Risco à saúde Perigo de vida Gradação Admite 10%,20%,40% Somente 30% Base de cálculo Salário mínimo Salário do empregado FONTE: SINDUSCON SP, 2012. Os adicionais de insalubridade e de periculosidade não se acumulam. Por norma deve ser aplicado o que for mais vantajoso para o trabalhador. Hora extra habitual O adicional por hora extraordinária (hora extra) destina-se a indenizar o trabalhador pelas horas suplementares à da jornada diária ou semanal. A hora extra pode surgir por extrapolação da carga de trabalho diária, (sendo o excesso diário compensável não pode ser superior a quatro horas), ou semanal (quando exceder as 44 horas da jornada legal). A Constituição Federal estabelece que o valor da hora extra deve ser no mínimo 50% maior do que o valor da hora normal (SINDUSCON SP, 2012). De uma maneira geral não se leva em conta a hora extra nas composições de custos. Assume-se que todo o trabalho da obra se dará dentro da jornada diária e semanal regulamentar. Contudo, verifica-se que as construtoras não conseguem trabalhar sem recorrer a esse mal necessário e por isso é boa prática prever no orçamento um percentual de horas extras habituais. Materiais Cotação de insumos Após a identificação dos materiais a serem empregados na obra, realiza- se a coleta de preços junto aos fornecedores do mercado construtivo. No preço simples obtido devem-se contemplar os custos de frete, impostos de venda, tarifas de importação e qualquer outra taxa que venha a incidir algum custo adicional. No processo de compra, os principais aspectos que influenciam no preço de aquisição do insumo são: Especificações técnicas; Unidade e embalagem; Quantidade; Prazo de entrega; Condições de pagamento; Validade da proposta; Local e condições de entrega; Despesas complementares: frete, impostos, etc. Especificações técnicas (descrição qualitativa do material, com informações de dimensões, peso, resistência e quaisquer outros parâmetros que sirvam para caracterizar o produto); Unidade e embalagem (registro do tipo de embalagem em que o material é acondicionado); Quantidade (verificação da quantidade a ser utilizada para disponibilidade da quantidade solicitada); Prazo de entrega; Condições de pagamento;
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