Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
No caso em questão, o aluno cometeu o crime de desacato, previsto no art. 331 do Código Penal (Decreto Lei 2848/40), tendo em vista que Roberto estava no exercício de seu cargo quando do ocorrido. Assim, o aluno praticou o núcleo do tipo penal, o qual consiste em desacatar funcionário público no exercício de sua função ou em razão dela. Além disso, nessa modalidade de crime, a conduta típica consiste em menosprezar o funcionário público e, paralelamente, ofender a dignidade/prestígio da administração pública. Assim, trata-se de crime que poderá ser praticado/consumado de várias formas, sendo por palavras, xingamentos, gestos, ameaça, vias de fato ou qualquer outra forma que venha a caracterizar ofensa ao funcionário público. Para que o crime de desacato seja de fato caracterizado, é necessário, também, que as ofensas sejam praticadas na presença daquele funcionário público, sob pena de caracterização de outro crime relativos à honra. Ademais, em que pese o crime em análise ser praticado de forma comissiva, ou seja, decorrente de uma ação positiva do agente causador, há possibilidade de que esse crime seja também praticado de forma comissiva por omissão, quando outro servidor da administração pública assume o papel de garantidor e, verificando que o crime está em iminente consumação, age com dolo e nada faz para evitar sua ocorrência. Importante ressaltar que nesse tipo de crime a pena cominada é alternativa, haja vista que a detenção pode variar de seis meses a dois anos ou multa e, portanto, poderá ser aplicada a transação penal prevista na lei 9.099/95. A ação para este crime é pública incondicionada, bastando que o Ministério Público cumpra seu papel de defensor dos direitos indisponíveis.
Compartilhar