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CONHECIMENTOS GERAIS 
SOBRE SAÚDE PÚBLICA
Didatismo e Conhecimento 1
CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA
1. POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE
As mudanças econômicas, políticas, sociais e culturais, que 
ocorreram no mundo desde o século XIX e que se intensificaram 
no século passado, produziram alterações significativas para a vida 
em sociedade. Ao mesmo tempo, tem-se a criação de tecnologias 
cada vez mais precisas e sofisticadas em todas as atividades huma-
nas e o aumento dos desafios e dos impasses colocados ao viver.
A saúde, sendo uma esfera da vida de homens e mulheres 
em toda sua diversidade e singularidade, não permaneceu fora do 
desenrolar das mudanças da sociedade nesse período. O processo 
de transformação da sociedade é também o processo de transfor-
mação da saúde e dos problemas sanitários. Nas últimas décadas, 
tornou-se mais e mais importante cuidar da vida de modo que se 
reduzisse a vulnerabilidade ao adoecer e as chances de que ele 
seja produtor de incapacidade, de sofrimento crônico e de morte 
prematura de indivíduos e população.
Além disso, a análise do processo saúde-adoecimento eviden-
ciou que a saúde é resultado dos modos de organização da produ-
ção, do trabalho e da sociedade em determinado contexto histórico 
e o aparato biomédico não consegue modificar os condicionantes 
nem determinantes mais amplos desse processo, operando um mo-
delo de atenção e cuidado marcado, na maior parte das vezes, pela 
centralidade dos sintomas.
No Brasil, pensar outros caminhos para garantir a saúde da po-
pulação significou pensar a redemocratização do país e a constitui-
ção de um sistema de saúde inclusivo. Em 1986, a 8ª. Conferência 
Nacional de Saúde (CNS) tinha como tema “Democracia é Saúde” 
e constituiu-se em fórum de luta pela descentralização do sistema 
de saúde e pela implantação de políticas sociais que defendessem 
e cuidassem da vida. Era um momento chave do Movimento da 
Reforma Sanitária Brasileira e da afirmação da indissociabilidade 
entre a garantia da saúde como direito social irrevogável e a garan-
tia dos demais direitos humanos e de cidadania. O relatório final da 
8ª CNS lançou os fundamentos da proposta do SUS.
Na base do processo de criação do SUS encontram-se: o con-
ceito ampliado de saúde, a necessidade de criar políticas públicas 
para promovê-la, o imperativo da participação social na constru-
ção do sistema e das políticas de saúde e a impossibilidade do setor 
sanitário responder sozinho à transformação dos determinantes e 
condicionantes para garantir opções saudáveis para a população. 
Nesse sentido, o SUS, como política do Estado brasileiro pela me-
lhoria da qualidade de vida e pela afirmação do direito à vida e à 
saúde, dialoga com as reflexões e os movimentos no âmbito da 
promoção da saúde.
A promoção da saúde, como uma das estratégias de produção 
de saúde, ou seja, como um modo de pensar e de operar articula-
do às demais políticas e tecnologias desenvolvidas no sistema de 
saúde brasileiro, contribui na construção de ações que possibilitam 
responder às necessidades sociais em saúde.
No SUS a estratégia de promoção da saúde é retomada como 
uma possibilidade de enfocar os aspectos que determinam o pro-
cesso saúde-adoecimento em nosso país como, por exemplo: 
violência, desemprego, subemprego, falta de saneamento básico, 
habitação inadequada e/ou ausente, dificuldade de acesso à edu-
cação, fome, urbanização desordenada, qualidade do ar e da água 
ameaçada, deteriorada; e potencializar formas mais amplas de in-
tervir em saúde.
Tradicionalmente, os modos de viver têm sido abordados 
numa perspectiva individualizante e fragmentária e, colocam os 
sujeitos e as comunidades como os responsáveis únicos pelas vá-
rias mudanças/arranjos ocorridos no processo saúde-adoecimento 
ao longo da vida. Contudo, na perspectiva ampliada de saúde, 
como definida no âmbito do Movimento da Reforma Sanitária 
Brasileira, do SUS e das Cartas da Promoção da Saúde, os modos 
de viver não se referem apenas ao exercício da vontade e/ou liber-
dade individual e comunitária.
Ao contrário, os modos como sujeitos e coletividades elegem 
determinadas opções de viver como desejáveis, organizam suas 
escolhas e criam novas possibilidades para satisfazer suas neces-
sidades, desejos e interesses pertencem à ordem coletiva, uma vez 
que seu processo de construção dá-se no contexto da própria vida. 
Propõe-se, então, que as intervenções em saúde ampliem seu es-
copo, tomando como objeto os problemas e necessidades de saúde 
e seus determinantes e condicionantes de modo que a organização 
da atenção e do cuidado envolva, ao mesmo tempo, as ações e ser-
viços que operem sobre os efeitos do adoecer e àqueles que visem 
o espaço para além dos muros das unidades de saúde e do sistema 
de saúde, incidindo sobre as condições de vida e favorecendo a 
ampliação de escolhas saudáveis por parte dos sujeitos e coletivi-
dades no território onde vivem e trabalham.
Nesta direção, a promoção da saúde estreita sua relação com a 
vigilância em saúde, numa articulação que reforça a exigência de 
um movimento integrador na construção de consensos e sinergias 
e na execução das agendas governamentais a fim de que as polí-
ticas públicas sejam cada vez mais favoráveis à saúde e à vida e 
estimulem e fortaleçam o protagonismo dos cidadãos em sua ela-
boração e implementação, ratificando os preceitos constitucionais 
de participação social.
O exercício da cidadania assim, vai além dos modos institu-
cionalizados de controle social, implicando, por meio da criativi-
dade e do espírito inovador, a criação de mecanismos de mobili-
zação e participação como os vários movimentos e grupos sociais, 
organizando-se em rede. O trabalho em rede, com a sociedade civil 
organizada, favorece que o planejamento das ações em saúde este-
ja mais vinculado às necessidades percebidas e, vivenciadas pela 
população nos diferentes territórios e, concomitantemente, garante 
a sustentabilidade dos processos de intervenção nos determinantes 
e condicionantes de saúde.
A saúde, como produção social de determinação múltipla e 
complexa, exige a participação ativa de todos os sujeitos envol-
vidos em sua produção – usuários, movimentos sociais, trabalha-
dores da saúde, gestores do setor sanitário e de outros setores, na 
análise e na formulação de ações que visem à melhoria da qualida-
de de vida. O paradigma promocional vem colocar a necessidade 
de que o processo de produção do conhecimento e das práticas no 
campo da saúde e, mais ainda, no campo das políticas públicas 
faça-se por meio da construção e da gestão compartilhadas.
Desta forma, o agir sanitário envolve fundamentalmente o es-
tabelecimento de uma rede de compromissos e co-responsabilida-
des em favor da vida e da criação das estratégias necessárias para 
que ela exista. A um só tempo, comprometer-se e co-responsabili-
zar-se pelo viver e por suas condições são marcas e ações próprias 
da clínica, da saúde coletiva, da atenção e da gestão, ratificando-se 
a indissociabilidade entre esses planos de atuação.
Didatismo e Conhecimento 2
CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA
Entende-se, portanto, que a promoção da saúde é uma estra-
tégia de articulação transversal na qual se confere visibilidade aos 
fatores que colocam a saúde da população em risco e às diferenças 
entre necessidades, territórios e culturas presentes no nosso país, 
visando à criação de mecanismos que reduzam as situações de vul-
nerabilidade, defendam radicalmente a equidade e incorporem a 
participação e o controle sociais na gestão das políticas públicas.
Na Constituição Federal de 1988, o Estado brasileiro assume 
como seus objetivos precípuos a redução das desigualdades sociais 
e regionais, a promoção do bem de todos e a construção de uma 
sociedade solidária sem quaisquer formas de discriminação. Tais 
objetivos marcam o modo de conceber os direitos de cidadania e 
os deveres do Estado no país, dentre os quais a saúde. 
Neste contexto, a garantia da saúdeimplica assegurar o aces-
so universal e igualitário dos cidadãos aos serviços de saúde, mas 
também a formulação de políticas sociais e econômicas que ope-
rem na redução dos riscos de adoecer. No texto constitucional 
tem-se ainda que o sistema sanitário brasileiro encontra-se com-
prometido com a integralidade da atenção à saúde, quando suas 
ações e serviços são instados a trabalhar pela promoção, proteção e 
recuperação da saúde, com a descentralização e com a participação 
social.
No entanto, ao longo dos anos, o entendimento da integralida-
de passou a abranger outras dimensões, aumentando a responsabi-
lidade do sistema de saúde com a qualidade da atenção e do cui-
dado. A integralidade implica, para além da articulação e sintonia 
entre as estratégias de produção da saúde, a ampliação da escuta 
dos trabalhadores e serviços de saúde na relação com os usuários, 
quer individual e/ou coletivamente, de modo a deslocar a atenção 
da perspectiva estrita do seu adoecimento e dos seus sintomas para 
o acolhimento de sua história, de suas condições de vida e de suas 
necessidades em saúde, respeitando e considerando suas especi-
ficidades e suas potencialidades na construção dos projetos e da 
organização do trabalho sanitário.
A ampliação do comprometimento e da co-responsabilidade 
entre trabalhadores da saúde, usuários e território em que se locali-
zam altera os modos de atenção e de gestão dos serviços de saúde, 
uma vez que a produção de saúde torna-se indissociável da pro-
dução de subjetividades mais ativas, críticas, envolvidas e solidá-
rias e, simultaneamente, exige a mobilização de recursos políticos, 
humanos e financeiros que extrapolam o âmbito da saúde. Assim, 
coloca-se ao setor saúde o desafio de construir a intersetorialidade.
Compreende-se a intersetorialidade como uma articulação das 
possibilidades dos distintos setores de pensar a questão complexa 
da saúde, de co-responsabilizar-se pela garantia da saúde como 
direito humano e de cidadania e de mobilizar-se na formulação 
de intervenções que a propiciem. O processo de construção de 
ações intersetoriais implica a troca e a construção coletiva de sa-
beres, linguagens e práticas entre os diversos setores envolvidos 
na tentativa de equacionar determinada questão sanitária, de modo 
que nele torna-se possível produzir soluções inovadoras quanto à 
melhoria da qualidade de vida. Tal processo propicia a cada setor 
a ampliação de sua capacidade de analisar e de transformar seu 
modo de operar a partir do convívio com a perspectiva dos outros 
setores, abrindo caminho para que os esforços de todos sejam mais 
efetivos e eficazes.
O compromisso do setor saúde na articulação intersetorial é 
tornar cada vez mais visível que o processo saúde-adoecimento é 
efeito de múltiplos aspectos, sendo pertinente a todos os setores 
da sociedade e devendo compor suas agendas. Dessa maneira, é 
tarefa do setor saúde nas várias esferas de decisão convocar os 
outros setores a considerarem a avaliação e os parâmetros sanitá-
rios quanto à melhoria da qualidade de vida da população quando 
forem construir suas políticas específicas.
Ao se retomar as estratégias de ação propostas pela Carta de 
Ottawa e analisar a literatura na área observa-se que, até o momen-
to, o desenvolvimento de estudos e evidências aconteceu em gran-
de parte vinculado às iniciativas ligadas ao comportamento e aos 
hábitos dos sujeitos. Nesta linha de intervenção já é possível en-
contrar um acúmulo de evidências convincentes, que são aquelas 
baseadas em estudos epidemiológicos demonstrativos de associa-
ções convincentes entre exposição e doença a partir de pesquisas 
observacionais prospectivas e, quando necessário, ensaios clínicos 
randomizados com tamanho, duração e qualidade suficientes.
Entretanto, persiste o desafio de organizar estudos e pesquisas 
para identificação, análise e avaliação de ações de promoção da 
saúde que operem nas estratégias mais amplas que foram definidas 
em Ottawa e que estejam mais associadas às diretrizes propostas 
pelo Ministério da Saúde na Política Nacional de Promoção da 
Saúde, a saber: integralidade, equidade, responsabilidade sanitá-
ria, mobilização e participação social, intersetorialidade, informa-
ção, educação e comunicação, e sustentabilidade.
A partir das definições constitucionais, da legislação que re-
gulamenta o SUS, das deliberações das conferências nacionais de 
saúde e do Plano Nacional de Saúde, o Ministério da Saúde pro-
põe a Política Nacional de Promoção da Saúde num esforço para 
o enfrentamento dos desafios de produção da saúde num cenário 
sócio-histórico cada vez mais complexo e que exige a reflexão e 
qualificação contínua das práticas sanitárias e do sistema de saúde.
Entende-se que a promoção da saúde apresenta-se como um 
mecanismo de fortalecimento e implantação de uma política trans-
versal, integrada e intersetorial, que faça dialogar as diversas áreas 
do setor sanitário, os outros setores do Governo, o setor privado e 
não governamental e a sociedade, compondo redes de compromis-
so e co-responsabilidade quanto à qualidade de vida da população 
em que todos sejam partícipes na proteção e no cuidado com a 
vida.
Vê-se, portanto, que a promoção da saúde realiza-se na arti-
culação sujeito/coletivo, público/privado, Estado/sociedade, clíni-
ca/política, setor sanitário/outros setores, visando romper com a 
excessiva fragmentação na abordagem do processo saúde-adoeci-
mento e reduzir a vulnerabilidade, os riscos e os danos que nele se 
produzem.
No esforço por garantir os princípios do SUS e a constante 
melhoria dos serviços por ele prestados e por melhorar a qualidade 
de vida de sujeitos e coletividades entende-se que é urgente supe-
rar a cultura administrativa fragmentada e desfocada dos interesses 
e necessidades da sociedade, evitando o desperdício de recursos 
públicos, reduzindo a superposição de ações e, conseqüentemen-
te, aumentando a eficiência e a efetividade das políticas públicas 
existentes.
Nesse sentido, a elaboração da Política Nacional de Promoção 
da Saúde é oportuna posto que seu processo de construção e de 
implantação/implementação nas várias esferas de gestão do SUS e 
na interação entre o setor sanitário e os demais setores das políticas 
públicas e da sociedade provoca a mudança no modo de organizar, 
planejar, realizar, analisar e avaliar o trabalho em saúde.
Didatismo e Conhecimento 3
CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA
Objetivo Geral: Promover a qualidade de vida e reduzir vul-
nerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes 
e condicionantes – modos de viver, condições de trabalho, habita-
ção, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a bens e serviços 
essenciais.
Objetivos Específicos: 
- Incorporar e implementar ações de promoção da saúde, com 
ênfase na atenção básica;
- Ampliar a autonomia e a co-responsabilidade de sujeitos e 
coletividades, inclusive o poder público, no cuidado integral à saú-
de e minimizar e/ou extinguir as desigualdades de toda e qualquer 
ordem (étnica, racial, social, regional, de gênero, de orientação/
opção sexual, dentre outras);
- Promover o entendimento da concepção ampliada de saúde, 
entre os trabalhadores em saúde, tanto das atividades-meio, como 
os da atividade-fim;
- Contribuir para o aumento da resolubilidade do Sistema, ga-
rantindo qualidade, eficácia, eficiência e segurança das ações de 
promoção da saúde;
- Estimular alternativas inovadoras e socialmente inclusivas/
contributivas no âmbito das ações de promoção da saúde;
- Valorizar e otimizar o uso dos espaços públicos de convivên-
cia e de produção de saúde para o desenvolvimento das ações de 
Promoção da Saúde;
- Favorecer a preservação do meio ambiente e a promoção de 
ambientes mais seguros e saudáveis; 
- Contribuir para elaboração e implementação de políticas pú-
blicas integradas que visem à melhoria da qualidade de vida no 
planejamento de espaços urbanos e rurais;
- Ampliar os processos de integração baseados na cooperação,solidariedade e gestão democrática;
- Prevenir fatores determinantes e/ou condicionantes de doen-
ças e agravos à saúde;
- Estimular a adoção de modos de viver não-violentos e o de-
senvolvimento de uma cultura de paz no país; 
- Valorizar e ampliar a cooperação do setor da saúde com ou-
tras áreas de governos, setores e atores sociais para a gestão de 
políticas públicas e a criação e/ou o fortalecimento de iniciativas 
que signifiquem redução das situações de desigualdade.
Diretrizes
- Reconhecer na Promoção da Saúde uma parte fundamental 
da busca da equidade, da melhoria da qualidade de vida e de saúde. 
- Estimular as ações intersetoriais, buscando parcerias que 
propiciem o desenvolvimento integral das ações de Promoção da 
Saúde.
- Fortalecer a participação social como fundamental na conse-
cução de resultados de Promoção da Saúde, em especial a equida-
de e o empoderamento individual e comunitário.
- Promover mudanças na cultura organizacional, com vistas 
à adoção de práticas horizontais de gestão e estabelecimento de 
redes de cooperação intersetoriais.
- Incentivar a pesquisa em Promoção da Saúde, avaliando efi-
ciência, eficácia, efetividade e segurança das ações prestadas.
- Divulgar e informar das iniciativas voltadas para a Promo-
ção da Saúde para profissionais de saúde, gestores e usuários do 
SUS, considerando metodologias participativas e o saber popular 
e tradicional.
Estratégias de Implementação
De acordo com as responsabilidades de cada esfera de gestão 
do SUS - Ministério da Saúde, Estados e Municípios, destacamos 
as estratégias preconizadas para implementação da Política Nacio-
nal de Promoção da Saúde.
- Estruturação e fortalecimento das ações de Promoção da 
Saúde no Sistema Único de Saúde, privilegiando as práticas de 
saúde sensíveis à realidade do Brasil.
- Estímulo à inserção de ações de Promoção da Saúde em to-
dos os níveis de atenção, com ênfase na atenção básica, voltadas 
às ações de cuidado com o corpo e a saúde; alimentação saudável 
e prevenção e controle ao tabagismo. 
- Desenvolvimento de estratégias de qualificação em ações de 
Promoção da Saúde para profissionais de saúde inseridos no Siste-
ma Único de Saúde. 
- Apoio técnico e/ou financeiro a projetos de qualificação de 
profissionais para atuação na área de informação, comunicação e 
educação popular referentes à Promoção da Saúde que atuem na 
Estratégia Saúde da Família e Programa de Agentes Comunitários 
de Saúde.
- Estímulo à inclusão nas capacitações do SUS de temas liga-
dos à Promoção da Saúde.
- Apoio técnico a Estados e Municípios para inclusão nas ca-
pacitações do Sistema Único de Saúde de temas ligados à Promo-
ção da Saúde.
- Apoio a Estados e Municípios que desenvolvam ações vol-
tadas para a implementação da Estratégia Global, vigilância e pre-
venção de doenças e agravos não transmissíveis.
- Apoio à criação de Observatórios de Experiências Locais re-
ferentes à Promoção da Saúde.
- Estímulo à criação de Rede Nacional de Experiências Exi-
tosas na adesão e no desenvolvimento da estratégia de municípios 
saudáveis.
- Identificação e apoio a iniciativas referentes às Escolas Pro-
motoras da Saúde com foco em ações de Alimentação Saudável; 
Práticas Corporais/Atividades Físicas e Ambiente Livre de Tabaco.
- Identificação e desenvolvimento de parceria com Estados e 
municípios para a divulgação das experiências exitosas relativas a 
Instituições Saudáveis e Ambientes Saudáveis.
- Favorecimento da articulação entre os setores da saúde, meio 
ambiente, saneamento e planejamento urbano a fim de prevenir 
e/ou reduzir os danos provocados à saúde e ao meio ambiente, 
através do manejo adequado de mananciais hídricos e resíduos só-
lidos, uso racional das fontes de energia, produção de fontes de 
energia alternativas e menos poluentes.
- Desenvolvimento de iniciativas de modificação arquitetôni-
cas e no mobiliário urbano que objetivem a garantia de acesso às 
pessoas portadoras de deficiência e idosas. 
- Divulgação de informações e definição de mecanismos de 
incentivo para a promoção de ambientes de trabalho saudáveis 
com ênfase na redução dos riscos de acidentes de trabalho. 
- Criação e divulgação da Rede de Cooperação Técnica para 
Promoção da Saúde.
- Inclusão das ações de Promoção da Saúde na agenda de ati-
vidades da comunicação social do SUS.
- Apoio e fortalecimento de ações de Promoção da Saúde ino-
vadoras utilizando diferentes linguagens culturais, tais como jo-
gral, hip hop, teatro, canções, literatura de cordel e outras formas 
de manifestação.
Didatismo e Conhecimento 4
CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA
- Inclusão da saúde e de seus múltiplos determinantes e condi-
cionantes na formulação dos instrumentos ordenadores do plane-
jamento urbano e/ou agrário (planos diretores, agendas 21 locais, 
dentre outros).
- Estímulo à articulação entre Municípios, Estados e Governo 
Federal valorizando e potencializando o saber e as práticas exis-
tentes no âmbito da Promoção da Saúde.
- Apoio às iniciativas das Secretarias estaduais e municipais 
no sentido da construção de parcerias que estimulem e viabilizem 
políticas públicas saudáveis.
- Apoio ao desenvolvimento de estudos referentes ao impacto 
na situação de saúde considerando ações de Promoção da Saúde.
- Apoio à construção de indicadores relativos às ações prio-
rizadas para a Escola Promotora de Saúde: alimentação saudável; 
práticas corporais/atividade física e ambiente livre de tabaco.
- Estabelecimento de intercâmbio técnico-científico visando o 
conhecimento e a troca de informações decorrentes das experiên-
cias no campo da atenção à saúde, formação, educação permanen-
te e pesquisa com unidades federativas e países onde as ações de 
Promoção da Saúde estejam integradas ao serviço público saúde.
- Criação da Rede Virtual de Promoção da Saúde.
Responsabilidades das Esferas de Gestão
Gestor Federal
- Divulgar a Política Nacional de Promoção da Saúde.
- Promover a articulação com os estados para apoio à implan-
tação e supervisão das ações referentes às ações de Promoção da 
Saúde.
- Pactuar e alocar recursos orçamentários e financeiros para 
a implementação desta Política, considerando a composição tri-
partite.
- Desenvolvimento de ações de acompanhamento e avaliação 
das ações de promoção da saúde para instrumentalização de pro-
cessos de gestão.
- Definir e apoiar as diretrizes capacitação e educação perma-
nente em consonância com as realidades loco regionais.
- Viabilizar linhas de financiamento para a Promoção da Saú-
de dentro da política de educação permanente, bem como propor 
instrumentos de avaliação de desempenho. 
- Adotar o processo de avaliação como parte do planejamento 
e implementação das iniciativas de Promoção da Saúde, garantin-
do tecnologias adequadas.
- Estabelecer instrumentos e indicadores para o acompanha-
mento e avaliação do impacto da implantação/implementação da 
Política de Promoção da Saúde. 
- Articular com os Sistemas de Informação existentes a inser-
ção de ações voltadas a Promoção da Saúde no âmbito do SUS.
- Buscar parcerias governamentais e não governamentais para 
potencializar a implementação das ações de Promoção da Saúde 
no âmbito do SUS. 
- Definir ações de promoção da saúde intersetoriais e pluriins-
titucionais de abrangência nacional que possam impactar positiva-
mente nos indicadores de saúde da população.
- Elaboração de materiais de divulgação visando à sociali-
zação da informação e a divulgação das ações de Promoção da 
Saúde.
- Identificação, articulação e apoio a experiências de educação 
popular, informação e comunicação, referentes às ações de Pro-
moção da Saúde.
- Promoção de cooperação nacional e internacional referentes 
às experiências de Promoção da Saúde nos campos da atenção, da 
educação permanente e da pesquisa em saúde. 
- Divulgação sistemática dos resultados do processo avaliati-
vo das ações de Promoção da Saúde.
Gestor Estadual
- Divulgar a Política Nacional de Promoção da Saúde.
- Implementaras diretrizes da Política de Promoção da Saúde 
em consonância com as diretrizes definidas no âmbito nacional e 
as realidades loco-regionais. 
- Pactuar e alocar recursos orçamentários e financeiros para a 
implementação da Política, considerando a composição bipartite.
- Criar uma referência e/ou grupos matriciais responsáveis 
pelo planejamento, articulação e monitoramento e avaliação das 
ações de Promoção da Saúde nas Secretarias de Saúde de Estado. 
- Manter articulação com municípios para apoio à implanta-
ção e supervisão das ações de Promoção da Saúde.
- Desenvolvimento de ações de acompanhamento e avaliação 
das ações de promoção da saúde para instrumentalização de pro-
cessos de gestão. 
- Adotar o processo de avaliação como parte do planejamento 
e implementação das iniciativas de Promoção da Saúde, garantin-
do tecnologias adequadas.
- Estabelecer instrumentos e indicadores para o acompanha-
mento e avaliação do impacto da implantação/implementação des-
ta Política. 
- Implementar as diretrizes de capacitação e educação perma-
nente em consonância com as realidades loco regionais. 
- Viabilizar linha de financiamento para Promoção da Saúde 
dentro da política de educação permanente, bem como propor ins-
trumento de avaliação de desempenho, no âmbito estadual. 
- Promover articulação intersetorial para a efetivação da Polí-
tica de Promoção da Saúde. 
- Buscar parcerias governamentais e não governamentais para 
potencializar a implementação das ações de Promoção da Saúde 
no âmbito do SUS. 
- Identificação, articulação e apoio a experiências de educação 
popular, informação e comunicação, referentes às ações de Pro-
moção da Saúde. 
- Elaboração de materiais de divulgação visando a sociali-
zação da informação e a divulgação das ações de Promoção da 
Saúde. 
- Promoção de cooperação referente às experiências de Pro-
moção da Saúde nos campos da atenção, da educação permanente 
e da pesquisa em saúde. 
- Divulgação sistemática dos resultados do processo avaliati-
vo das ações de Promoção da Saúde.
Gestor Municipal
- Divulgar a Política Nacional de Promoção da Saúde. 
- Implementar as diretrizes da Política de Promoção da Saúde 
em consonância com as diretrizes definidas no âmbito nacional e 
as realidades locais. 
- Pactuar e alocar recursos orçamentários e financeiros para a 
implementação da Política de Promoção da Saúde.
- Criar uma referência e/ou grupos matriciais responsáveis 
pelo planejamento, implementação, articulação e monitoramento 
e avaliação das ações de Promoção da Saúde nas Secretarias de 
Municipais de Saúde. 
Didatismo e Conhecimento 5
CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA
- Adotar o processo de avaliação como parte do planejamento 
e implementação das iniciativas de Promoção da Saúde, garantin-
do tecnologias adequadas. 
- Participação efetiva nas iniciativas dos gestores federal e es-
tadual no que diz respeito à execução das ações locais de promo-
ção da saúde e à produção de dados e informações fidedignas que 
qualifiquem a pesquisas nessa área. 
- Estabelecer instrumentos de gestão e indicadores para o 
acompanhamento e avaliação do impacto da implantação/imple-
mentação da Política. 
- Implantar estruturas adequadas para monitoramento e ava-
liação das iniciativas de promoção da saúde. 
- Implementar as diretrizes de capacitação e educação perma-
nente em consonância com as realidades locais. 
- Viabilizar linha de financiamento para Promoção da Saúde 
dentro da política de educação permanente, bem como propor ins-
trumento de avaliação de desempenho, no âmbito municipal. 
- Estabelecer mecanismos para a qualificação dos profissio-
nais do sistema local de saúde para desenvolver as ações de Pro-
moção da Saúde. 
- Realização de oficinas de capacitação, envolvendo equipes 
multiprofissionais, prioritariamente as que atuam na atenção bá-
sica. 
- Promover articulação intersetorial para a efetivação da Polí-
tica de Promoção da Saúde. 
- Buscar parcerias governamentais e não governamentais para 
potencializar a implementação das ações de Promoção da Saúde 
no âmbito do SUS. 
- Ênfase ao planejamento participativo envolvendo todos os 
setores do governo municipal e representantes da sociedade civil, 
no qual os determinantes e condicionantes da saúde sejam instru-
mentos para formulação das ações de intervenção. 
- Reforço da ação comunitária, através do respeito às diversas 
identidades culturais nos canais efetivos de participação no pro-
cesso decisório. 
- Identificação, articulação e apoio a experiências de educação 
popular, informação e comunicação, referentes às ações de Pro-
moção da Saúde. 
- Elaboração de materiais de divulgação visando a sociali-
zação da informação e a divulgação das ações de Promoção da 
Saúde. 
- Divulgação sistemática dos resultados do processo avaliati-
vo das ações de Promoção da Saúde.
Divulgação e implementação da Política Nacional de Pro-
moção da Saúde
- Promover seminários internos no Ministério da Saúde des-
tinados à divulgação da PNPS, com adoção de seu caráter trans-
versal.
- Convocar uma mobilização nacional de sensibilização para 
o desenvolvimento das ações de promoção da saúde, com estímulo 
à adesão de estados e municípios. 
- Discutir nos espaços de formação e educação permanente de 
profissionais de saúde a proposta da PNPS e estimular a inclusão 
do tema nas grades curriculares. 
- Avaliar o processo de implantação da PNPS em fóruns de 
composição tripartite.
Alimentação Saudável
- Promover ações relativas à Alimentação Saudável visando 
à promoção da saúde e a segurança alimentar e nutricional, con-
tribuindo com as ações e metas de redução da pobreza, a inclusão 
social e o cumprimento do Direito Humano à Alimentação Ade-
quada. 
- Promover articulação intra e intersetorial visando à imple-
mentação da Política Nacional de Promoção da Saúde por meio 
do reforço à implementação das diretrizes da Política Nacional de 
Alimentação e Nutrição e da Estratégia Global. 
- Contribuir com a formulação, implementação e avaliação de 
políticas públicas que garantam o acesso à alimentação saudável, 
considerando as especificidades culturais, regionais e locais. 
- Mobilização de instituições públicas, privadas e de setores 
da sociedade civil organizada visando a ratificar a implementação 
de ações de combate à fome e de aumento do acesso ao alimento 
saudável pelas comunidades e grupos populacionais mais pobres. 
- Articulação intersetorial no âmbito dos conselhos de segu-
rança alimentar, para que o crédito e o financiamento da agricul-
tura familiar incorpore ações de fomento à produção de frutas, 
legumes e verduras visando o aumento da oferta e o conseqüente 
aumento do consumo destes alimentos no país, de forma segura e 
sustentável, associado às ações de geração de renda. 
- Firmar uma agenda/pacto/compromisso social com dife-
rentes setores (poder legislativo, setor produtivo, órgãos governa-
mentais e não governamentais, organismos internacionais, setor de 
comunicação e outros), definindo os compromissos e responsabi-
lidades sociais de cada setor, com o objetivo de favorecer/garantir 
hábitos alimentares mais saudáveis na população, possibilitando a 
redução e o controle das taxas das DCNT no Brasil. 
- Articulação e mobilização dos setores público e privado para 
a adoção de ambientes que favoreçam a alimentação saudável, o 
que inclui: espaços propícios à amamentação pelas nutrizes traba-
lhadoras, oferta de refeições saudáveis nos locais de trabalho, nas 
escolas e para as populações institucionalizadas. 
- Articulação e mobilização intersetorial para a proposição e 
elaboração de medidas regulatórias que visem promover a alimen-
tação saudável e reduzir o risco do DCNT, com especial ênfase 
para a regulamentação da propaganda e publicidade de alimentos. 
- Disseminar a cultura da alimentação saudável em consonân-
cia com os atributos e princípios do Guia Alimentar da População 
Brasileira. 
- Divulgação ampla do “Guia Alimentar da População Brasi-
leira”para todos os setores da sociedade. 
- Produção e distribuição de material educativo (guia alimen-
tar da população brasileira, 10 passos para uma alimentação sau-
dável para diabéticos e hipertensos, cadernos de atenção básica 
sobre prevenção e tratamento da obesidade e orientações para a 
alimentação saudável dos idosos). 
- Desenvolvimento de campanhas na grande mídia para orien-
tar e sensibilizar a população sobre os benefícios de uma alimen-
tação saudável. 
- Estimular ações que promovam escolhas alimentares sau-
dáveis por parte dos beneficiários dos programas de transferência 
de renda. 
- Estimular ações de empoderamento do consumidor para o 
entendimento e uso prático da rotulagem geral e nutricional dos 
alimentos. 
Didatismo e Conhecimento 6
CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA
- Produção e distribuição de material educativo e desenvolvi-
mento de campanhas na grande mídia para orientar e sensibilizar a 
população sobre os benefícios da amamentação. 
- Sensibilização dos trabalhadores em saúde quanto à impor-
tância e benefícios da amamentação. 
- Incentivo para a implantação de bancos de leite humano nos 
serviços de saúde. 
- Sensibilização e educação permanente dos trabalhadores em 
saúde no sentido de orientar as gestantes HIV-positivo quanto às 
especificidades da amamentação (utilização de banco de leite hu-
mano e de fórmula infantil). 
- Desenvolver ações para a promoção da alimentação saudá-
vel no ambiente escolar.
- Fortalecimento das parcerias com a SGTES, Anvisa, Mi-
nistério da Educação e FNDE/MEC para promover a alimentação 
saudável nas escolas. 
- Divulgação de iniciativas que favoreçam o acesso à alimen-
tação saudável nas escolas públicas e privadas. 
- Implementação de ações de promoção da alimentação saudá-
vel no ambiente escolar. 
- Produção e distribuição do material sobre alimentação sau-
dável para inserção de forma transversal no conteúdo programáti-
co das escolas em parceria com as Secretarias Estaduais e Munici-
pais de Saúde e Educação. 
- Lançamento dos “10 Passos da Alimentação Saudável na 
Escola”.
- Sensibilização e mobilização dos gestores estaduais e muni-
cipais de saúde e de educação e as respectivas instâncias de contro-
le social para a implementação das ações de promoção da alimen-
tação saudável no ambiente escolar. Com a adoção dos dez passos. 
- Produção e distribuição de vídeos e materiais instrucionais 
sobre a promoção da alimentação saudável nas escolas. 
- Implementar as ações de vigilância alimentar e nutricional 
para a prevenção e controle dos agravos e doenças decorrentes da 
má alimentação. 
- Implementação do SISVAN como sistema nacional obriga-
tório vinculado às transferências de recursos do PAB. 
- Envio de informações referentes ao SISVAN para o Relató-
rio de Análise de Doenças Não Transmissíveis e Violências. 
- Realização de inquéritos populacionais para o monitoramen-
to do consumo alimentar, e do estado nutricional da população 
brasileira, a cada cinco anos de acordo com a Política Nacional de 
Alimentação e Nutrição. 
- Prevenção das carências nutricionais por deficiência de mi-
cronutrientes (suplementação universal de ferro medicamentoso 
para gestantes e crianças e administração de megadoses de vitami-
na A para puérperas e crianças em áreas endêmicas). 
- Realização de inquéritos de fatores de risco para as DCNT 
da população em geral a cada cinco anos e para escolares a cada 
dois anos, conforme previsto na Agenda Nacional de Vigilância de 
Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde. 
- Monitoramento do teor de sódio dos produtos processados, 
em parceria com a ANVISA e os órgãos da vigilância sanitária em 
Estados e Municípios. 
- Fortalecimento dos mecanismos de regulamentação, contro-
le e redução do uso de substâncias agrotóxicas e de outros modos 
de contaminação dos alimentos. 
- Reorientação dos serviços de saúde com ênfase na Atenção 
Básica. 
- Mobilização e capacitação dos profissionais de saúde da 
atenção básica para a promoção da alimentação saudável nas vi-
sitas domiciliares, atividades de grupo e nos atendimentos indivi-
duais. 
- Incorporação do componente alimentar no Sistema de Vigi-
lância Alimentar e Nutricional de forma a permitir o diagnóstico 
e o desenvolvimento de ações para a promoção da alimentação 
saudável. 
- Reforço da implantação do SISVAN como instrumento de 
avaliação e de subsídio para o planejamento de ações que promo-
vam a segurança alimentar e nutricional em nível local.
Prática Corporal/Atividade Física
- Ações na rede básica de saúde e na comunidade. 
- Mapear e apoiar as ações de práticas corporais/atividade físi-
ca existentes nos serviços de Atenção Básica e estratégia de Saúde 
da Família, e inserir naqueles onde não há ações. 
- Ofertar práticas corporais/atividade física como caminhadas, 
prescrição de exercícios, práticas lúdicas, esportivas e de lazer, na 
rede básica de saúde, voltadas tanto para a comunidade como um 
todo quanto para grupos vulneráveis. 
- Capacitar os trabalhadores de saúde em conteúdos de pro-
moção à saúde e práticas corporais/atividade física na lógica da 
educação permanente, incluindo a avaliação como parte do pro-
cesso. 
- Estimular a inclusão de pessoas com deficiências em proje-
tos de práticas corporais/atividades físicas.
- Pactuar com os gestores do SUS e outros setores nos três 
níveis de gestão a importância de ações voltadas para melhorias 
ambientais com o objetivo de aumentar os níveis populacionais de 
atividade física. 
- Constituir mecanismos de sustentabilidade e continuidade 
das ações do Pratique Saúde no SUS (área física adequada e equi-
pamentos, equipe capacitada, articulação com a rede de atenção). 
- Incentivar articulações intersetoriais para a melhoria das 
condições dos espaços públicos para a realização de práticas cor-
porais / atividades físicas (urbanização dos espaços públicos; cria-
ção de ciclovias e pistas de caminhadas; segurança, outros). 
- Ações de aconselhamento/divulgação. 
- Organizar os serviços de saúde de forma a desenvolver ações 
de aconselhamento junto à população, sobre os benefícios de esti-
los de vida saudáveis. 
- Desenvolver campanhas de divulgação estimulando mo-
dos de viver saudáveis e objetivando reduzir fatores de risco para 
doenças não transmissíveis. 
- Ações de intersetorialidade e mobilização de parceiros. 
- Pactuar com os gestores do SUS e outros setores nos três 
níveis de gestão a importância de desenvolver ações voltadas para 
estilos de vida saudáveis, mobilizando recursos existentes. 
- Estimular a formação de redes horizontais de troca de expe-
riências entre municípios. 
- Estimular a inserção e fortalecimento de ações já existentes 
no campo das práticas corporais em saúde na comunidade. 
- Resgatar as práticas corporais/atividades físicas de forma re-
gular nas escolas, universidades e demais espaços públicos. 
- Articular parcerias estimulando práticas corporais/atividade 
física no ambiente de trabalho. 
- Ações de monitoramento e avaliação. 
Didatismo e Conhecimento 7
CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA
- Desenvolver estudos e formular metodologias capazes de 
produzir evidências e comprovar a efetividade de estratégias de 
práticas corporais / atividades físicas no controle e prevenção das 
doenças crônicas não transmissíveis. 
- Estimular a articulação com instituições de ensino e pesquisa 
para monitoramento e avaliação das ações no campo das práticas 
corporais / atividade física. 
- Consolidar a Pesquisa de Saúde dos Escolares (SVS/MS) 
como forma de monitoramento de práticas corporais/atividade fí-
sica de adolescentes.
Prevenção e controle do tabagismo
Sistematizar ações educativas e mobilizar ações legislativas e 
econômicas, de forma a criar um contexto que: 
- reduza a aceitação social do tabagismo,
- reduza os estímulos para que os jovens comecem a fumar e 
os que dificultam os fumantes a deixarem de fumar,
- proteja a população dos riscos da exposição à poluiçãotaba-
gística ambiental,
- reduza o acesso aos derivados do tabaco,
- aumente o acesso dos fumantes ao apoio para cessação de 
fumar, 
- controle e monitore todos os aspectos relacionados aos pro-
dutos de tabaco comercializados, desde seus conteúdos e emissões 
até as estratégias de comercialização e de divulgação de suas ca-
racterísticas para o consumidor. 
Realizar ações educativas de sensibilização da população para 
a promoção de “comunidades livres de tabaco”, divulgando ações 
relacionadas ao tabagismo e seus diferentes aspectos.
- Dia a Mundial sem Tabaco (31 de maio).
- Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto).
Fazer articulações com a mídia para divulgação de ações e 
de fatos que contribuam para o controle do tabagismo em todo o 
território nacional. 
Mobilizar e incentivar as ações contínuas através de canais 
comunitários (Unidades de Saúde, Escolas e Ambientes de Traba-
lho) capazes de manter um fluxo contínuo de informações sobre 
o tabagismo, seus riscos para quem fuma e os riscos da poluição 
tabagística ambiental para todos que convivem com ela. 
Investir na promoção de ambientes de trabalho livres de ta-
baco: 
- realizando ações educativas, normativas e organizacionais 
que visem estimular mudanças na cultura organizacional que le-
vem à redução do tabagismo entre trabalhadores; 
- atuando junto a profissionais da área de saúde ocupacional e 
outros atores-chave das organizações/instituições para a dissemi-
nação contínua de informações sobre os riscos do tabagismo e do 
tabagismo passivo, a implementação de normas para restringir o 
fumo nas dependências dos ambientes de trabalho, a sinalização 
relativa às restrições ao consumo nas mesmas e a capacitação de 
profissionais de saúde ocupacional para apoiar a cessação de fumar 
de funcionários.
Articular com MEC/Secretarias Estaduais e Municipais de 
Educação o estímulo à iniciativa de Promoção da Saúde no am-
biente escolar.
Aumentar o acesso do fumante aos métodos eficazes para ces-
sação de fumar, e assim atender a uma crescente demanda de fu-
mantes que buscam algum tipo de apoio para esse fim.
Redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusi-
vo de álcool e outras drogas
- Investimento em ações educativas e sensibilizadoras para 
crianças e adolescentes quanto ao uso abusivo de álcool e suas 
consequências. 
- Produzir e distribuir material educativo para orientar e sen-
sibilizar a população sobre os malefícios do uso abusivo do álcool. 
- Promover campanhas municipais em interação com as agên-
cias de trânsito no alerta quanto às conseqüências da “direção al-
coolizada”. 
- Desenvolvimento de iniciativas de redução de danos pelo 
consumo de álcool e outras drogas que envolvam a co-responsabi-
lização e autonomia da população. 
- Investimento no aumento de informações veiculadas pela 
mídia quanto aos riscos e danos envolvidos na associação entre o 
uso abusivo de álcool e outras drogas e acidentes/violências.
- Apoio à restrição de acesso a bebidas alcoólicas de acordo 
com o perfil epidemiológico de dado território, protegendo seg-
mentos vulneráveis e priorizando situações de violência e danos 
sociais. 
Redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito
- Promoção de discussões intersetoriais que incorporem ações 
educativas à grade curricular de todos os níveis de formação. 
- Articulação de agendas e instrumentos de planejamento, 
programação e avaliação, dos setores diretamente relacionados ao 
problema. 
- Apoio às campanhas de divulgação em massa dos dados re-
ferentes às mortes e seqüelas provocadas por acidentes de trânsito.
Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz
- Ampliação e fortalecimento da Rede Nacional de Prevenção 
da Violência e Promoção da Saúde. 
- Investimento na sensibilização e capacitação dos gestores e 
profissionais de saúde na identificação e encaminhamento adequa-
do de situações de violência intra-familiar e sexual. 
- Estímulo à articulação intersetorial que envolva a redução 
e o controle de situações de abuso, exploração e turismo sexual. 
- Implementação da ficha de notificação de violência inter-
pessoal. 
- Incentivo ao desenvolvimento de Planos Estaduais e Muni-
cipais de Prevenção da Violência. 
- Monitoramento e avaliação do desenvolvimento dos Pla-
nos Estaduais e Municipais de Prevenção da Violência mediante 
a realização de coleta, sistematização, análise e disseminação de 
informações. 
- Implantação de Serviços Sentinela, que serão responsáveis 
pela notificação dos casos de violências.
Promoção do Desenvolvimento Sustentável
- Apoio aos diversos centros colaboradores existentes no país 
que desenvolvem iniciativas promotoras do desenvolvimento sus-
tentável.
Didatismo e Conhecimento 8
CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA
- Apoio à elaboração de planos de ação estaduais e locais, in-
corporados aos Planos Diretores das Cidades. 
- Fortalecimento de instâncias decisórias intersetoriais com o 
objetivo de formular políticas públicas integradas voltadas ao de-
senvolvimento sustentável. 
- Apoio ao envolvimento da esfera não governamental (em-
presas, escolas, igrejas e associações várias) no desenvolvimento 
de políticas públicas de Promoção da Saúde, em especial no que se 
refere ao movimento por ambientes saudáveis.
- Reorientação das práticas de saúde de modo a permitir a in-
teração saúde, meio ambiente e desenvolvimento sustentável. 
- Estímulo à produção de conhecimento e desenvolvimento de 
capacidades em desenvolvimento sustentável. 
- Promoção do uso de metodologias de reconhecimento do 
território, em todas as suas dimensões – demográfica, epidemioló-
gica, administrativa, política, tecnológica, social e cultural, como 
instrumento de organização dos serviços de saúde.
2. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE.
Princípios do SUS: São conceitos que orientam o SUS, pre-
vistos no artigo 198 da Constituição Federal de 1988 e no artigo 7º 
do Capítulo II da Lei n.º 8.080/1990. Os principais são:
Universalidade: significa que o SUS deve atender a todos, 
sem distinções ou restrições, oferecendo toda a atenção necessá-
ria, sem qualquer custo;
Integralidade: o SUS deve oferecer a atenção necessária à 
saúde da população, promovendo ações contínuas de prevenção e 
tratamento aos indivíduos e às comunidades, em quaisquer níveis 
de complexidade;
Equidade: o SUS deve disponibilizar recursos e serviços com 
justiça, de acordo com as necessidades de cada um, canalizando 
maior atenção aos que mais necessitam;
Participação social: é um direito e um dever da sociedade 
participar das gestões públicas em geral e da saúde pública em par-
ticular; é dever do Poder Público garantir as condições para essa 
participação, assegurando a gestão comunitária do SUS; e
Descentralização: é o processo de transferência de respon-
sabilidades de gestão para os municípios, atendendo às determi-
nações constitucionais e legais que embasam o SUS, definidor de 
atribuições comuns e competências específicas à União, aos esta-
dos, ao Distrito Federal e aos municípios.
Principais leis
Constituição Federal de 1988: Estabelece que “a saúde é 
direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de 
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos 
serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Determina 
ao Poder Público sua “regulamentação, fiscalização e controle”, 
que as ações e os serviços da saúde “integram uma rede regio-
nalizada e hierarquizada e constituem um sistema único”; define 
suas diretrizes, atribuições, fontes de financiamento e, ainda, como 
deve se dar a participação da iniciativa privada.
Lei Orgânica da Saúde (LOS), Lei n.º 8.080/1990: Regula-
menta, em todo o território nacional, as ações do SUS, estabelece 
as diretrizes para seu gerenciamento e descentralização e detalha 
as competências de cada esfera governamental. Enfatiza a descen-
tralização político-administrativa, por meio da municipalização 
dos serviços edas ações de saúde, com redistribuição de poder, 
competências e recursos, em direção aos municípios. Determi-
na como competência do SUS a definição de critérios, valores e 
qualidade dos serviços. Trata da gestão financeira; define o Plano 
Municipal de Saúde como base das atividades e da programação 
de cada nível de direção do SUS e garante a gratuidade das ações 
e dos serviços nos atendimentos públicos e privados contratados e 
conveniados.
Lei n.º 8.142/1990: Dispõe sobre o papel e a participação das 
comunidades na gestão do SUS, sobre as transferências de recur-
sos financeiros entre União, estados, Distrito Federal e municípios 
na área da saúde e dá outras providências. Institui as instâncias 
colegiadas e os instrumentos de participação social em cada esfera 
de governo. 
Responsabilização Sanitária
Desenvolver responsabilização sanitária é estabelecer clara-
mente as atribuições de cada uma das esferas de gestão da saúde 
pública, assim como dos serviços e das equipes que compõem o 
SUS, possibilitando melhor planejamento, acompanhamento e 
complementaridade das ações e dos serviços. Os prefeitos, ao as-
sumir suas responsabilidades, devem estimular a responsabiliza-
ção junto aos gerentes e equipes, no âmbito municipal, e participar 
do processo de pactuação, no âmbito regional.
Responsabilização Macrossanitária
O gestor municipal, para assegurar o direito à saúde de seus 
munícipes, deve assumir a responsabilidade pelos resultados, bus-
cando reduzir os riscos, a mortalidade e as doenças evitáveis, a 
exemplo da mortalidade materna e infantil, da hanseníase e da tu-
berculose. Para isso, tem de se responsabilizar pela oferta de ações 
e serviços que promovam e protejam a saúde das pessoas, previ-
nam as doenças e os agravos e recuperem os doentes. A atenção 
básica à saúde, por reunir esses três componentes, coloca-se como 
responsabilidade primeira e intransferível a todos os gestores. O 
cumprimento dessas responsabilidades exige que assumam as atri-
buições de gestão, incluindo:
- execução dos serviços públicos de responsabilidade muni-
cipal;
- destinação de recursos do orçamento municipal e utilização 
do conjunto de recursos da saúde, com base em prioridades defini-
das no Plano Municipal de Saúde;
- planejamento, organização, coordenação, controle e avalia-
ção das ações e dos serviços de saúde sob gestão municipal; e
- participação no processo de integração ao SUS, em âmbito 
regional e estadual, para assegurar a seus cidadãos o acesso a ser-
viços de maior complexidade, não disponíveis no município.
Didatismo e Conhecimento 9
CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA
Responsabilização Microssanitária
É determinante que cada serviço de saúde conheça o território 
sob sua responsabilidade. Para isso, as unidades da rede básica 
devem estabelecer uma relação de compromisso com a população 
a ela adscrita e cada equipe de referência deve ter sólidos vínculos 
terapêuticos com os pacientes e seus familiares, proporcionando-
lhes abordagem integral e mobilização dos recursos e apoios 
necessários à recuperação de cada pessoa. A alta só deve ocorrer 
quando da transferência do paciente a outra equipe (da rede 
básica ou de outra área especializada) e o tempo de espera para 
essa transferência não pode representar uma interrupção do 
atendimento: a equipe de referência deve prosseguir com o projeto 
terapêutico, interferindo, inclusive, nos critérios de acesso.
Instâncias de Pactuação
São espaços intergovernamentais, políticos e técnicos onde 
ocorrem o planejamento, a negociação e a implementação das po-
líticas de saúde pública. As decisões se dão por consenso (e não 
por votação), estimulando o debate e a negociação entre as partes.
Comissão Intergestores Tripartite (CIT): Atua na direção na-
cional do SUS, formada por composição paritária de 15 membros, 
sendo cinco indicados pelo Ministério da Saúde, cinco pelo Con-
selho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e cinco 
pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Co-
nasems). A representação de estados e municípios nessa Comissão 
é, portanto regional: um representante para cada uma das cinco 
regiões existentes no País.
Comissões Intergestores Bipartites (CIB): São constituídas 
paritariamente por representantes do governo estadual, indicados 
pelo Secretário de Estado da Saúde, e dos secretários municipais 
de saúde, indicados pelo órgão de representação do conjunto dos 
municípios do Estado, em geral denominado Conselho de Secre-
tários Municipais de Saúde (Cosems). Os secretários municipais 
de Saúde costumam debater entre si os temas estratégicos antes de 
apresentarem suas posições na CIB. Os Cosems são também ins-
tâncias de articulação política entre gestores municipais de saúde, 
sendo de extrema importância a participação dos gestores locais 
nesse espaço.
Espaços regionais: A implementação de espaços regionais de 
pactuação, envolvendo os gestores municipais e estaduais, é uma 
necessidade para o aperfeiçoamento do SUS. Os espaços regionais 
devem-se organizar a partir das necessidades e das afinidades es-
pecíficas em saúde existentes nas regiões.
Descentralização
O princípio de descentralização que norteia o SUS se dá, es-
pecialmente, pela transferência de responsabilidades e recursos 
para a esfera municipal, estimulando novas competências e capa-
cidades político-institucionais dos gestores locais, além de meios 
adequados à gestão de redes assistenciais de caráter regional e ma-
crorregional, permitindo o acesso, a integralidade da atenção e a 
racionalização de recursos. Os estados e a União devem contribuir 
para a descentralização do SUS, fornecendo cooperação técnica e 
financeira para o processo de municipalização.
Regionalização: consensos e estratégias - As ações e os ser-
viços de saúde não podem ser estruturados apenas na escala dos 
municípios. Existem no Brasil milhares de pequenas municipali-
dades que não possuem em seus territórios condições de oferecer 
serviços de alta e média complexidade; por outro lado, existem 
municípios que apresentam serviços de referência, tornando-se pó-
los regionais que garantem o atendimento da sua população e de 
municípios vizinhos. Em áreas de divisas interestaduais, são fre-
quentes os intercâmbios de serviços entre cidades próximas, mas 
de estados diferentes. Por isso mesmo, a construção de consensos 
e estratégias regionais é uma solução fundamental, que permitirá 
ao SUS superar as restrições de acesso, ampliando a capacidade de 
atendimento e o processo de descentralização.
O Sistema Hierarquizado e Descentralizado: As ações e 
serviços de saúde de menor grau de complexidade são colocadas 
à disposição do usuário em unidades de saúde localizadas próxi-
mas de seu domicílio. As ações especializadas ou de maior grau 
de complexidade são alcançadas por meio de mecanismos de re-
ferência, organizados pelos gestores nas três esferas de governo. 
Por exemplo: O usuário é atendido de forma descentralizada, no 
âmbito do município ou bairro em que reside. Na hipótese de pre-
cisar ser atendido com um problema de saúde mais complexo, ele 
é referenciado, isto é, encaminhado para o atendimento em uma 
instância do SUS mais elevada, especializada. Quando o problema 
é mais simples, o cidadão pode ser contra-referenciado, isto é, con-
duzido para um atendimento em um nível mais primário.
Plano de saúde fixa diretriz e metas à saúde municipal
É responsabilidade do gestor municipal desenvolver o 
processo de planejamento, programação e avaliação da saúde 
local, de modo a atender as necessidades da população de seu 
município com eficiência e efetividade. O Plano Municipal 
de Saúde (PMS) deve orientar as ações na área, incluindo o 
orçamento para a sua execução. Um instrumento fundamental para 
nortear a elaboração do PMS é o Plano Nacional de Saúde. Cabe 
ao Conselho Municipal de Saúde estabelecer as diretrizes para 
a formulação do PMS, em função da análise da realidade e dos 
problemas de saúde locais, assim comodos recursos disponíveis. 
No PMS, devem ser descritos os principais problemas da saúde 
pública local, suas causas, consequências e pontos críticos. Além 
disso, devem ser definidos os objetivos e metas a serem atingidos, 
as atividades a serem executadas, os cronogramas, as sistemáticas 
de acompanhamento e de avaliação dos resultados.
Sistemas de informações ajudam a planejar a saúde: O SUS 
opera e/ou disponibiliza um conjunto de sistemas de informações 
estratégicas para que os gestores avaliem e fundamentem o plane-
jamento e a tomada de decisões, abrangendo: indicadores de saú-
de; informações de assistência à saúde no SUS (internações hospi-
talares, produção ambulatorial, imunização e atenção básica); rede 
assistencial (hospitalar e ambulatorial); morbidade por local de 
internação e residência dos atendidos pelo SUS; estatísticas vitais 
(mortalidade e nascidos vivos); recursos financeiros, informações 
demográficas, epidemiológicas e socioeconômicas. Caminha-se 
rumo à integração dos diversos sistemas informatizados de base 
nacional, que podem ser acessados no site do Datasus. Nesse 
processo, a implantação do Cartão Nacional de Saúde tem papel 
central. Cabe aos prefeitos conhecer e monitorar esse conjunto de 
informações essenciais à gestão da saúde do seu município.
Didatismo e Conhecimento 10
CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA
Níveis de atenção à saúde: O SUS ordena o cuidado com a 
saúde em níveis de atenção, que são de básica, média e alta com-
plexidade. Essa estruturação visa à melhor programação e planeja-
mento das ações e dos serviços do sistema de saúde. Não se deve, 
porém, desconsiderar algum desses níveis de atenção, porque a 
atenção à saúde deve ser integral.
A atenção básica em saúde constitui o primeiro nível de aten-
ção à saúde adotada pelo SUS. É um conjunto de ações que englo-
ba promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. 
Desenvolve-se por meio de práticas gerenciais e sanitárias, demo-
cráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigi-
das a populações de territórios delimitados, pelos quais assumem 
responsabilidade.
Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densi-
dade, objetivando solucionar os problemas de saúde de maior fre-
qüência e relevância das populações. É o contato preferencial dos 
usuários com o sistema de saúde. Deve considerar o sujeito em sua 
singularidade, complexidade, inteireza e inserção sociocultural, 
além de buscar a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento 
de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam 
comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável.
As Unidades Básicas são prioridades porque, quando as Uni-
dades Básicas de Saúde funcionam adequadamente, a comunidade 
consegue resolver com qualidade a maioria dos seus problemas de 
saúde. É comum que a primeira preocupação de muitos prefeitos 
se volte para a reforma ou mesmo a construção de hospitais. Para o 
SUS, todos os níveis de atenção são igualmente importantes, mas a 
prática comprova que a atenção básica deve ser sempre prioritária, 
porque possibilita melhor organização e funcionamento também 
dos serviços de média e alta complexidade.
Estando bem estruturada, ela reduzirá as filas nos prontos so-
corros e hospitais, o consumo abusivo de medicamentos e o uso 
indiscriminado de equipamentos de alta tecnologia. Isso porque 
os problemas de saúde mais comuns passam a ser resolvidos nas 
Unidades Básicas de Saúde, deixando os ambulatórios de espe-
cialidades e hospitais cumprirem seus verdadeiros papéis, o que 
resulta em maior satisfação dos usuários e utilização mais racional 
dos recursos existentes.
Saúde da Família: é a saúde mais perto do cidadão. É parte 
da estratégia de estruturação eleita pelo Ministério da Saúde para 
reorganização da atenção básica no País, com recursos financeiros 
específicos para o seu custeio. Cada equipe é composta por um 
conjunto de profissionais (médico, enfermeiro, auxiliares de en-
fermagem e agentes comunitários de saúde, podendo agora contar 
com profissional de saúde bucal) que se responsabiliza pela situa-
ção de saúde de determinada área, cuja população deve ser de no 
mínimo 2.400 e no máximo 4.500 pessoas. Essa população deve 
ser cadastrada e acompanhada, tornando-se responsabilidade das 
equipes atendê-la, entendendo suas necessidades de saúde como 
resultado também das condições sociais, ambientais e econômicas 
em que vive. Os profissionais é que devem ir até suas casas, porque 
o objetivo principal da Saúde da Família é justamente aproximar as 
equipes das comunidades e estabelecer entre elas vínculos sólidos.
A saúde municipal precisa ser integral. O município é respon-
sável pela saúde de sua população integralmente, ou seja, deve 
garantir que ela tenha acessos à atenção básica e aos serviços espe-
cializados (de média e alta complexidade), mesmo quando locali-
zados fora de seu território, controlando, racionalizando e avalian-
do os resultados obtidos.
Só assim estará promovendo saúde integral, como determina 
a legislação. É preciso que isso fique claro, porque muitas vezes o 
gestor municipal entende que sua responsabilidade acaba na aten-
ção básica em saúde e que as ações e os serviços de maior com-
plexidade são responsabilidade do Estado ou da União – o que não 
é verdade.
A promoção da saúde é uma estratégia por meio da qual os 
desafios colocados para a saúde e as ações sanitárias são pensa-
dos em articulação com as demais políticas e práticas sanitárias e 
com as políticas e práticas dos outros setores, ampliando as pos-
sibilidades de comunicação e intervenção entre os atores sociais 
envolvidos (sujeitos, instituições e movimentos sociais). A promo-
ção da saúde deve considerar as diferenças culturais e regionais, 
entendendo os sujeitos e as comunidades na singularidade de suas 
histórias, necessidades, desejos, formas de pertencer e se relacio-
nar com o espaço em que vivem. Significa comprometer-se com 
os sujeitos e as coletividades para que possuam, cada vez mais, 
autonomia e capacidade para manejar os limites e riscos impostos 
pela doença, pela constituição genética e por seu contexto social, 
político, econômico e cultural. A promoção da saúde coloca, ainda, 
o desafio da intersetorialidade, com a convocação de outros setores 
sociais e governamentais para que considerem parâmetros sanitá-
rios, ao construir suas políticas públicas específicas, possibilitando 
a realização de ações conjuntas.
Vigilância em saúde: expande seus objetivos. Em um país 
com as dimensões do Brasil, com realidades regionais bastante 
diversificadas, a vigilância em saúde é um grande desafio. Ape-
sar dos avanços obtidos, como a erradicação da poliomielite, des-
de 1989, e com a interrupção da transmissão de sarampo, desde 
2000, convivemos com doenças transmissíveis que persistem ou 
apresentam incremento na incidência, como a AIDS, as hepatites 
virais, as meningites, a malária na região amazônica, a dengue, a 
tuberculose e a hanseníase. Observamos, ainda, aumento da mor-
talidade por causas externas, como acidentes de trânsito, conflitos, 
homicídios e suicídios, atingindo, principalmente, jovens e popu-
lação em idade produtiva. Nesse contexto, o Ministério da Saúde 
com o objetivo de integração, fortalecimento da capacidade de 
gestão e redução da morbimortalidade, bem como dos fatores de 
risco associados à saúde, expande o objeto da vigilância em saúde 
pública, abrangendo as áreas de vigilância das doenças transmissí-
veis, agravos e doenças não transmissíveis e seus fatores de riscos; 
a vigilância ambiental em saúde e a análise de situação de saúde.
Competências municipais na vigilância em saúde
Compete aos gestores municipais, entre outras atribuições, as 
atividades de notificação e busca ativa de doenças compulsórias, 
surtos e agravos inusitados; investigação de casos notificados em 
seu território; busca ativa de declaração de óbitos e de nascidos 
vivos; garantia a exames laboratoriais para o diagnósticode doen-
ças de notificação compulsória; monitoramento da qualidade da 
água para o consumo humano; coordenação e execução das ações 
de vacinação de rotina e especiais (campanhas e vacinações de 
bloqueio); vigilância epidemiológica; monitoramento da mortali-
dade infantil e materna; execução das ações básicas de vigilância 
sanitária; gestão e/ou gerência dos sistemas de informação epide-
miológica, no âmbito municipal; coordenação, execução e divul-
gação das atividades de informação, educação e comunicação de 
abrangência municipal; participação no financiamento das ações 
de vigilância em saúde e capacitação de recursos.
Didatismo e Conhecimento 11
CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA
Desafios públicos, responsabilidades compartilhadas: A le-
gislação brasileira – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e le-
gislação sanitária, incluindo as Leis n.º 8.080/1990 e 8.142/1990 
– estabelece prerrogativas, deveres e obrigações a todos os go-
vernantes. A Constituição Federal define os gastos mínimos em 
saúde, por esfera de governo, e a legislação sanitária, os critérios 
para as transferências intergovernamentais e alocação de recursos 
financeiros. Essa vinculação das receitas objetiva preservar condi-
ções mínimas e necessárias ao cumprimento das responsabilidades 
sanitárias e garantir transparência na utilização dos recursos dis-
poníveis. A responsabilização fiscal e sanitária de cada gestor e 
servidor público deve ser compartilhada por todos os entes e esfe-
ras governamentais, resguardando suas características, atribuições 
e competências. O desafio primordial dos governos, sobretudo na 
esfera municipal, é avançar na transformação dos preceitos cons-
titucionais e legais que constituem o SUS em serviços e ações que 
assegurem o direito à saúde, como uma conquista que se realiza co-
tidianamente em cada estabelecimento, equipe e prática sanitária. 
É preciso inovar e buscar, coletiva e criativamente, soluções novas 
para os velhos problemas do nosso sistema de saúde. A construção 
de espaços de gestão que permitam a discussão e a crítica, em am-
biente democrático e plural, é condição essencial para que o SUS 
seja, cada vez mais, um projeto que defenda e promova a vida.
Muitos municípios operam suas ações e serviços de saúde 
em condições desfavoráveis, dispondo de recursos financeiros e 
equipes insuficientes para atender às demandas dos usuários, seja 
em volume, seja em complexidade – resultado de uma conjuntura 
social de extrema desigualdade. Nessas situações, a gestão pública 
em saúde deve adotar condução técnica e administrativa compatí-
vel com os recursos existentes e criativa em sua utilização. Deve 
estabelecer critérios para a priorização dos gastos, orientados por 
análises sistemáticas das necessidades em saúde, verificadas junto 
à população. É um desafio que exige vontade política, propostas 
inventivas e capacidade de governo.
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com-
partilham as responsabilidades de promover a articulação e a in-
teração dentro do Sistema Único de Saúde – SUS, assegurando o 
acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde.
O SUS é um sistema de saúde, regionalizado e hierarquiza-
do, que integra o conjunto das ações de saúde da União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios, onde cada parte cumpre funções e 
competências específicas, porém articuladas entre si, o que carac-
teriza os níveis de gestão do SUS nas três esferas governamentais.
Criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado 
pela Lei nº 8.080/90, conhecida como a Lei Orgânica da Saúde, 
e pela Lei nº 8.142/90, que trata da participação da comunidade 
na gestão do Sistema e das transferências intergovernamentais de 
recursos financeiros, o SUS tem normas e regulamentos que disci-
plinam as políticas e ações em cada Subsistema.
A Sociedade, nos termos da Legislação, participa do planeja-
mento e controle da execução das ações e serviços de saúde. Essa 
participação se dá por intermédio dos Conselhos de Saúde, presen-
tes na União, nos Estados e Municípios. 
Níveis de Gestão do SUS
Esfera Federal - Gestor: Ministério da Saúde - Formulação 
de políticas nacionais de saúde, planejamento, normalização, ava-
liação e controle do SUS em nível nacional. Financiamento das 
ações e serviços de saúde por meio da aplicação/transferências in-
tergovernamentais de recursos públicos arrecadados.
Esfera Estadual - Gestor: Secretaria Estadual de Saúde - For-
mulação da política estadual de saúde, coordenação, planejamen-
to, regulação complementar e controle do SUS em nível Estadual. 
Financiamento com recursos próprios e transferidos pela esfera 
federal. 
Esfera Municipal - Gestor: Secretaria Municipal de Saúde 
- Formulação da política municipal de saúde, planejamento, re-
gulação complementar, controle e prestação de serviços de saúde 
diretos ou por meio de referências intermunicipais. Financiamento 
com recursos próprios e com recursos transferidos pelo gestor fe-
deral e/ou estadual do SUS.
3. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA LEI FEDERAL 
DE N. 8.080 DE 19/09/90.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido me-
diante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco 
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário 
às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, 
sendo de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo 
ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamen-
tação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita dire-
tamente ou por meio de terceiros e, também, por pessoa física ou 
jurídica de direito privado.
A Lei nº 8.080/90 dispõe sobre as condições para a promo-
ção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcio-
namento dos serviços correspondentes e dá outras providências. 
Vigorando em todo o território nacional, para qualquer ação ou 
serviço de saúde realizado por pessoas ou empresas.
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO 1990.
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recu-
peração da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações 
e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em ca-
ráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de 
direito Público ou privado.
Nas disposições gerais trata da regulamentação das obriga-
ções do Estado em relação à saúde da população. Sobretudo por-
que financiamos este Sistema (SUS) através dos impostos arreca-
dados diretamente pelo Estado.
Didatismo e Conhecimento 12
CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, de-
vendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno 
exercício.
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na 
formulação e execução de políticas econômicas e sociais que 
visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no 
estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e 
igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção 
e recuperação.
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, 
das empresas e da sociedade.
Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicio-
nantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento bási-
co, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, 
o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde 
da população expressam a organização social e econômica do País.
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações 
que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir 
às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental 
e social.
Constituem o Sistema Único de Saúde (SUS) as ações e os 
serviços de saúde deinstituições públicas federais, estaduais 
e municipais, da Administração direta e indireta e Fundações 
mantidas pelo Poder Público.
TÍTULO II
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados 
por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, 
da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo 
Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições 
públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, 
pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de 
sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde.
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único 
de Saúde (SUS), em caráter complementar.
A saúde tem como fatores determinantes a alimentação, a 
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a 
renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e 
serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam 
a organização social e econômica do País. Seus objetivos e atri-
buições são:
CAPÍTULO I
Dos Objetivos e Atribuições
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e 
determinantes da saúde;
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, 
nos campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º 
do art. 2º desta lei;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de pro-
moção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integra-
da das ações assistenciais e das atividades preventivas.
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema 
Único de Saúde (SUS):
I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
II - a participação na formulação da política e na execução de 
ações de saneamento básico;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área 
de saúde;
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele com-
preendido o do trabalho;
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamen-
tos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e 
a participação na sua produção;
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e subs-
tâncias de interesse para a saúde;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas 
para consumo humano;
IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, 
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoati-
vos, tóxicos e radioativos;
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento 
científico e tecnológico;
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus 
derivados.
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de 
ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de 
intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, 
da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de 
interesse da saúde, abrangendo:
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamen-
te, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e 
processos, da produção ao consumo; e
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam di-
reta ou indiretamente com a saúde.
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de 
ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção 
de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes 
de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e 
adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, 
um conjunto de atividades que se destina, através das ações de 
vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e 
proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação 
e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e 
agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo:
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho 
ou portador de doença profissional e do trabalho;
Didatismo e Conhecimento 13
CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA
II - participação, no âmbito de competência do Sistema Úni-
co de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle 
dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de 
trabalho;
III - participação, no âmbito de competência do Sistema Úni-
co de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das 
condições de produção, extração, armazenamento, transporte, dis-
tribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e 
de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador;
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saú-
de;
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade 
sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, 
doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fis-
calizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, 
periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profis-
sional;
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos 
serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas pú-
blicas e privadas;
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças origina-
das no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração 
das entidades sindicais; e
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer 
ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço 
ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco 
iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.
Para prover as condições à saúde da população, o Estado 
deve oferecer condições que assegurem “acesso universal e igua-
litário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação”. É neste ponto que passa a considerar o Sistema 
Único de Saúde (SUS), com relação a seus princípios e diretrizes. 
CAPÍTULO II
Dos Princípios e Diretrizes
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços pri-
vados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único 
de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes 
previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda 
aos seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os 
níveis de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto ar-
ticulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, 
individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis 
de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua 
integridade física e moral;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou 
privilégios de qualquer espécie;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saú-
de;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos servi-
ços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de 
prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - descentralização político-administrativa, com direção 
única em cada esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saú-
de;
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio 
ambiente e saneamento básico;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, mate-
riais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da po-
pulação;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis 
de assistência; e
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar du-
plicidade de meios para fins idênticos.
Os serviços de saúde serão organizados de forma regionali-
zada

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