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CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA Didatismo e Conhecimento 1 CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA 1. POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE As mudanças econômicas, políticas, sociais e culturais, que ocorreram no mundo desde o século XIX e que se intensificaram no século passado, produziram alterações significativas para a vida em sociedade. Ao mesmo tempo, tem-se a criação de tecnologias cada vez mais precisas e sofisticadas em todas as atividades huma- nas e o aumento dos desafios e dos impasses colocados ao viver. A saúde, sendo uma esfera da vida de homens e mulheres em toda sua diversidade e singularidade, não permaneceu fora do desenrolar das mudanças da sociedade nesse período. O processo de transformação da sociedade é também o processo de transfor- mação da saúde e dos problemas sanitários. Nas últimas décadas, tornou-se mais e mais importante cuidar da vida de modo que se reduzisse a vulnerabilidade ao adoecer e as chances de que ele seja produtor de incapacidade, de sofrimento crônico e de morte prematura de indivíduos e população. Além disso, a análise do processo saúde-adoecimento eviden- ciou que a saúde é resultado dos modos de organização da produ- ção, do trabalho e da sociedade em determinado contexto histórico e o aparato biomédico não consegue modificar os condicionantes nem determinantes mais amplos desse processo, operando um mo- delo de atenção e cuidado marcado, na maior parte das vezes, pela centralidade dos sintomas. No Brasil, pensar outros caminhos para garantir a saúde da po- pulação significou pensar a redemocratização do país e a constitui- ção de um sistema de saúde inclusivo. Em 1986, a 8ª. Conferência Nacional de Saúde (CNS) tinha como tema “Democracia é Saúde” e constituiu-se em fórum de luta pela descentralização do sistema de saúde e pela implantação de políticas sociais que defendessem e cuidassem da vida. Era um momento chave do Movimento da Reforma Sanitária Brasileira e da afirmação da indissociabilidade entre a garantia da saúde como direito social irrevogável e a garan- tia dos demais direitos humanos e de cidadania. O relatório final da 8ª CNS lançou os fundamentos da proposta do SUS. Na base do processo de criação do SUS encontram-se: o con- ceito ampliado de saúde, a necessidade de criar políticas públicas para promovê-la, o imperativo da participação social na constru- ção do sistema e das políticas de saúde e a impossibilidade do setor sanitário responder sozinho à transformação dos determinantes e condicionantes para garantir opções saudáveis para a população. Nesse sentido, o SUS, como política do Estado brasileiro pela me- lhoria da qualidade de vida e pela afirmação do direito à vida e à saúde, dialoga com as reflexões e os movimentos no âmbito da promoção da saúde. A promoção da saúde, como uma das estratégias de produção de saúde, ou seja, como um modo de pensar e de operar articula- do às demais políticas e tecnologias desenvolvidas no sistema de saúde brasileiro, contribui na construção de ações que possibilitam responder às necessidades sociais em saúde. No SUS a estratégia de promoção da saúde é retomada como uma possibilidade de enfocar os aspectos que determinam o pro- cesso saúde-adoecimento em nosso país como, por exemplo: violência, desemprego, subemprego, falta de saneamento básico, habitação inadequada e/ou ausente, dificuldade de acesso à edu- cação, fome, urbanização desordenada, qualidade do ar e da água ameaçada, deteriorada; e potencializar formas mais amplas de in- tervir em saúde. Tradicionalmente, os modos de viver têm sido abordados numa perspectiva individualizante e fragmentária e, colocam os sujeitos e as comunidades como os responsáveis únicos pelas vá- rias mudanças/arranjos ocorridos no processo saúde-adoecimento ao longo da vida. Contudo, na perspectiva ampliada de saúde, como definida no âmbito do Movimento da Reforma Sanitária Brasileira, do SUS e das Cartas da Promoção da Saúde, os modos de viver não se referem apenas ao exercício da vontade e/ou liber- dade individual e comunitária. Ao contrário, os modos como sujeitos e coletividades elegem determinadas opções de viver como desejáveis, organizam suas escolhas e criam novas possibilidades para satisfazer suas neces- sidades, desejos e interesses pertencem à ordem coletiva, uma vez que seu processo de construção dá-se no contexto da própria vida. Propõe-se, então, que as intervenções em saúde ampliem seu es- copo, tomando como objeto os problemas e necessidades de saúde e seus determinantes e condicionantes de modo que a organização da atenção e do cuidado envolva, ao mesmo tempo, as ações e ser- viços que operem sobre os efeitos do adoecer e àqueles que visem o espaço para além dos muros das unidades de saúde e do sistema de saúde, incidindo sobre as condições de vida e favorecendo a ampliação de escolhas saudáveis por parte dos sujeitos e coletivi- dades no território onde vivem e trabalham. Nesta direção, a promoção da saúde estreita sua relação com a vigilância em saúde, numa articulação que reforça a exigência de um movimento integrador na construção de consensos e sinergias e na execução das agendas governamentais a fim de que as polí- ticas públicas sejam cada vez mais favoráveis à saúde e à vida e estimulem e fortaleçam o protagonismo dos cidadãos em sua ela- boração e implementação, ratificando os preceitos constitucionais de participação social. O exercício da cidadania assim, vai além dos modos institu- cionalizados de controle social, implicando, por meio da criativi- dade e do espírito inovador, a criação de mecanismos de mobili- zação e participação como os vários movimentos e grupos sociais, organizando-se em rede. O trabalho em rede, com a sociedade civil organizada, favorece que o planejamento das ações em saúde este- ja mais vinculado às necessidades percebidas e, vivenciadas pela população nos diferentes territórios e, concomitantemente, garante a sustentabilidade dos processos de intervenção nos determinantes e condicionantes de saúde. A saúde, como produção social de determinação múltipla e complexa, exige a participação ativa de todos os sujeitos envol- vidos em sua produção – usuários, movimentos sociais, trabalha- dores da saúde, gestores do setor sanitário e de outros setores, na análise e na formulação de ações que visem à melhoria da qualida- de de vida. O paradigma promocional vem colocar a necessidade de que o processo de produção do conhecimento e das práticas no campo da saúde e, mais ainda, no campo das políticas públicas faça-se por meio da construção e da gestão compartilhadas. Desta forma, o agir sanitário envolve fundamentalmente o es- tabelecimento de uma rede de compromissos e co-responsabilida- des em favor da vida e da criação das estratégias necessárias para que ela exista. A um só tempo, comprometer-se e co-responsabili- zar-se pelo viver e por suas condições são marcas e ações próprias da clínica, da saúde coletiva, da atenção e da gestão, ratificando-se a indissociabilidade entre esses planos de atuação. Didatismo e Conhecimento 2 CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA Entende-se, portanto, que a promoção da saúde é uma estra- tégia de articulação transversal na qual se confere visibilidade aos fatores que colocam a saúde da população em risco e às diferenças entre necessidades, territórios e culturas presentes no nosso país, visando à criação de mecanismos que reduzam as situações de vul- nerabilidade, defendam radicalmente a equidade e incorporem a participação e o controle sociais na gestão das políticas públicas. Na Constituição Federal de 1988, o Estado brasileiro assume como seus objetivos precípuos a redução das desigualdades sociais e regionais, a promoção do bem de todos e a construção de uma sociedade solidária sem quaisquer formas de discriminação. Tais objetivos marcam o modo de conceber os direitos de cidadania e os deveres do Estado no país, dentre os quais a saúde. Neste contexto, a garantia da saúdeimplica assegurar o aces- so universal e igualitário dos cidadãos aos serviços de saúde, mas também a formulação de políticas sociais e econômicas que ope- rem na redução dos riscos de adoecer. No texto constitucional tem-se ainda que o sistema sanitário brasileiro encontra-se com- prometido com a integralidade da atenção à saúde, quando suas ações e serviços são instados a trabalhar pela promoção, proteção e recuperação da saúde, com a descentralização e com a participação social. No entanto, ao longo dos anos, o entendimento da integralida- de passou a abranger outras dimensões, aumentando a responsabi- lidade do sistema de saúde com a qualidade da atenção e do cui- dado. A integralidade implica, para além da articulação e sintonia entre as estratégias de produção da saúde, a ampliação da escuta dos trabalhadores e serviços de saúde na relação com os usuários, quer individual e/ou coletivamente, de modo a deslocar a atenção da perspectiva estrita do seu adoecimento e dos seus sintomas para o acolhimento de sua história, de suas condições de vida e de suas necessidades em saúde, respeitando e considerando suas especi- ficidades e suas potencialidades na construção dos projetos e da organização do trabalho sanitário. A ampliação do comprometimento e da co-responsabilidade entre trabalhadores da saúde, usuários e território em que se locali- zam altera os modos de atenção e de gestão dos serviços de saúde, uma vez que a produção de saúde torna-se indissociável da pro- dução de subjetividades mais ativas, críticas, envolvidas e solidá- rias e, simultaneamente, exige a mobilização de recursos políticos, humanos e financeiros que extrapolam o âmbito da saúde. Assim, coloca-se ao setor saúde o desafio de construir a intersetorialidade. Compreende-se a intersetorialidade como uma articulação das possibilidades dos distintos setores de pensar a questão complexa da saúde, de co-responsabilizar-se pela garantia da saúde como direito humano e de cidadania e de mobilizar-se na formulação de intervenções que a propiciem. O processo de construção de ações intersetoriais implica a troca e a construção coletiva de sa- beres, linguagens e práticas entre os diversos setores envolvidos na tentativa de equacionar determinada questão sanitária, de modo que nele torna-se possível produzir soluções inovadoras quanto à melhoria da qualidade de vida. Tal processo propicia a cada setor a ampliação de sua capacidade de analisar e de transformar seu modo de operar a partir do convívio com a perspectiva dos outros setores, abrindo caminho para que os esforços de todos sejam mais efetivos e eficazes. O compromisso do setor saúde na articulação intersetorial é tornar cada vez mais visível que o processo saúde-adoecimento é efeito de múltiplos aspectos, sendo pertinente a todos os setores da sociedade e devendo compor suas agendas. Dessa maneira, é tarefa do setor saúde nas várias esferas de decisão convocar os outros setores a considerarem a avaliação e os parâmetros sanitá- rios quanto à melhoria da qualidade de vida da população quando forem construir suas políticas específicas. Ao se retomar as estratégias de ação propostas pela Carta de Ottawa e analisar a literatura na área observa-se que, até o momen- to, o desenvolvimento de estudos e evidências aconteceu em gran- de parte vinculado às iniciativas ligadas ao comportamento e aos hábitos dos sujeitos. Nesta linha de intervenção já é possível en- contrar um acúmulo de evidências convincentes, que são aquelas baseadas em estudos epidemiológicos demonstrativos de associa- ções convincentes entre exposição e doença a partir de pesquisas observacionais prospectivas e, quando necessário, ensaios clínicos randomizados com tamanho, duração e qualidade suficientes. Entretanto, persiste o desafio de organizar estudos e pesquisas para identificação, análise e avaliação de ações de promoção da saúde que operem nas estratégias mais amplas que foram definidas em Ottawa e que estejam mais associadas às diretrizes propostas pelo Ministério da Saúde na Política Nacional de Promoção da Saúde, a saber: integralidade, equidade, responsabilidade sanitá- ria, mobilização e participação social, intersetorialidade, informa- ção, educação e comunicação, e sustentabilidade. A partir das definições constitucionais, da legislação que re- gulamenta o SUS, das deliberações das conferências nacionais de saúde e do Plano Nacional de Saúde, o Ministério da Saúde pro- põe a Política Nacional de Promoção da Saúde num esforço para o enfrentamento dos desafios de produção da saúde num cenário sócio-histórico cada vez mais complexo e que exige a reflexão e qualificação contínua das práticas sanitárias e do sistema de saúde. Entende-se que a promoção da saúde apresenta-se como um mecanismo de fortalecimento e implantação de uma política trans- versal, integrada e intersetorial, que faça dialogar as diversas áreas do setor sanitário, os outros setores do Governo, o setor privado e não governamental e a sociedade, compondo redes de compromis- so e co-responsabilidade quanto à qualidade de vida da população em que todos sejam partícipes na proteção e no cuidado com a vida. Vê-se, portanto, que a promoção da saúde realiza-se na arti- culação sujeito/coletivo, público/privado, Estado/sociedade, clíni- ca/política, setor sanitário/outros setores, visando romper com a excessiva fragmentação na abordagem do processo saúde-adoeci- mento e reduzir a vulnerabilidade, os riscos e os danos que nele se produzem. No esforço por garantir os princípios do SUS e a constante melhoria dos serviços por ele prestados e por melhorar a qualidade de vida de sujeitos e coletividades entende-se que é urgente supe- rar a cultura administrativa fragmentada e desfocada dos interesses e necessidades da sociedade, evitando o desperdício de recursos públicos, reduzindo a superposição de ações e, conseqüentemen- te, aumentando a eficiência e a efetividade das políticas públicas existentes. Nesse sentido, a elaboração da Política Nacional de Promoção da Saúde é oportuna posto que seu processo de construção e de implantação/implementação nas várias esferas de gestão do SUS e na interação entre o setor sanitário e os demais setores das políticas públicas e da sociedade provoca a mudança no modo de organizar, planejar, realizar, analisar e avaliar o trabalho em saúde. Didatismo e Conhecimento 3 CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA Objetivo Geral: Promover a qualidade de vida e reduzir vul- nerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver, condições de trabalho, habita- ção, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a bens e serviços essenciais. Objetivos Específicos: - Incorporar e implementar ações de promoção da saúde, com ênfase na atenção básica; - Ampliar a autonomia e a co-responsabilidade de sujeitos e coletividades, inclusive o poder público, no cuidado integral à saú- de e minimizar e/ou extinguir as desigualdades de toda e qualquer ordem (étnica, racial, social, regional, de gênero, de orientação/ opção sexual, dentre outras); - Promover o entendimento da concepção ampliada de saúde, entre os trabalhadores em saúde, tanto das atividades-meio, como os da atividade-fim; - Contribuir para o aumento da resolubilidade do Sistema, ga- rantindo qualidade, eficácia, eficiência e segurança das ações de promoção da saúde; - Estimular alternativas inovadoras e socialmente inclusivas/ contributivas no âmbito das ações de promoção da saúde; - Valorizar e otimizar o uso dos espaços públicos de convivên- cia e de produção de saúde para o desenvolvimento das ações de Promoção da Saúde; - Favorecer a preservação do meio ambiente e a promoção de ambientes mais seguros e saudáveis; - Contribuir para elaboração e implementação de políticas pú- blicas integradas que visem à melhoria da qualidade de vida no planejamento de espaços urbanos e rurais; - Ampliar os processos de integração baseados na cooperação,solidariedade e gestão democrática; - Prevenir fatores determinantes e/ou condicionantes de doen- ças e agravos à saúde; - Estimular a adoção de modos de viver não-violentos e o de- senvolvimento de uma cultura de paz no país; - Valorizar e ampliar a cooperação do setor da saúde com ou- tras áreas de governos, setores e atores sociais para a gestão de políticas públicas e a criação e/ou o fortalecimento de iniciativas que signifiquem redução das situações de desigualdade. Diretrizes - Reconhecer na Promoção da Saúde uma parte fundamental da busca da equidade, da melhoria da qualidade de vida e de saúde. - Estimular as ações intersetoriais, buscando parcerias que propiciem o desenvolvimento integral das ações de Promoção da Saúde. - Fortalecer a participação social como fundamental na conse- cução de resultados de Promoção da Saúde, em especial a equida- de e o empoderamento individual e comunitário. - Promover mudanças na cultura organizacional, com vistas à adoção de práticas horizontais de gestão e estabelecimento de redes de cooperação intersetoriais. - Incentivar a pesquisa em Promoção da Saúde, avaliando efi- ciência, eficácia, efetividade e segurança das ações prestadas. - Divulgar e informar das iniciativas voltadas para a Promo- ção da Saúde para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS, considerando metodologias participativas e o saber popular e tradicional. Estratégias de Implementação De acordo com as responsabilidades de cada esfera de gestão do SUS - Ministério da Saúde, Estados e Municípios, destacamos as estratégias preconizadas para implementação da Política Nacio- nal de Promoção da Saúde. - Estruturação e fortalecimento das ações de Promoção da Saúde no Sistema Único de Saúde, privilegiando as práticas de saúde sensíveis à realidade do Brasil. - Estímulo à inserção de ações de Promoção da Saúde em to- dos os níveis de atenção, com ênfase na atenção básica, voltadas às ações de cuidado com o corpo e a saúde; alimentação saudável e prevenção e controle ao tabagismo. - Desenvolvimento de estratégias de qualificação em ações de Promoção da Saúde para profissionais de saúde inseridos no Siste- ma Único de Saúde. - Apoio técnico e/ou financeiro a projetos de qualificação de profissionais para atuação na área de informação, comunicação e educação popular referentes à Promoção da Saúde que atuem na Estratégia Saúde da Família e Programa de Agentes Comunitários de Saúde. - Estímulo à inclusão nas capacitações do SUS de temas liga- dos à Promoção da Saúde. - Apoio técnico a Estados e Municípios para inclusão nas ca- pacitações do Sistema Único de Saúde de temas ligados à Promo- ção da Saúde. - Apoio a Estados e Municípios que desenvolvam ações vol- tadas para a implementação da Estratégia Global, vigilância e pre- venção de doenças e agravos não transmissíveis. - Apoio à criação de Observatórios de Experiências Locais re- ferentes à Promoção da Saúde. - Estímulo à criação de Rede Nacional de Experiências Exi- tosas na adesão e no desenvolvimento da estratégia de municípios saudáveis. - Identificação e apoio a iniciativas referentes às Escolas Pro- motoras da Saúde com foco em ações de Alimentação Saudável; Práticas Corporais/Atividades Físicas e Ambiente Livre de Tabaco. - Identificação e desenvolvimento de parceria com Estados e municípios para a divulgação das experiências exitosas relativas a Instituições Saudáveis e Ambientes Saudáveis. - Favorecimento da articulação entre os setores da saúde, meio ambiente, saneamento e planejamento urbano a fim de prevenir e/ou reduzir os danos provocados à saúde e ao meio ambiente, através do manejo adequado de mananciais hídricos e resíduos só- lidos, uso racional das fontes de energia, produção de fontes de energia alternativas e menos poluentes. - Desenvolvimento de iniciativas de modificação arquitetôni- cas e no mobiliário urbano que objetivem a garantia de acesso às pessoas portadoras de deficiência e idosas. - Divulgação de informações e definição de mecanismos de incentivo para a promoção de ambientes de trabalho saudáveis com ênfase na redução dos riscos de acidentes de trabalho. - Criação e divulgação da Rede de Cooperação Técnica para Promoção da Saúde. - Inclusão das ações de Promoção da Saúde na agenda de ati- vidades da comunicação social do SUS. - Apoio e fortalecimento de ações de Promoção da Saúde ino- vadoras utilizando diferentes linguagens culturais, tais como jo- gral, hip hop, teatro, canções, literatura de cordel e outras formas de manifestação. Didatismo e Conhecimento 4 CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA - Inclusão da saúde e de seus múltiplos determinantes e condi- cionantes na formulação dos instrumentos ordenadores do plane- jamento urbano e/ou agrário (planos diretores, agendas 21 locais, dentre outros). - Estímulo à articulação entre Municípios, Estados e Governo Federal valorizando e potencializando o saber e as práticas exis- tentes no âmbito da Promoção da Saúde. - Apoio às iniciativas das Secretarias estaduais e municipais no sentido da construção de parcerias que estimulem e viabilizem políticas públicas saudáveis. - Apoio ao desenvolvimento de estudos referentes ao impacto na situação de saúde considerando ações de Promoção da Saúde. - Apoio à construção de indicadores relativos às ações prio- rizadas para a Escola Promotora de Saúde: alimentação saudável; práticas corporais/atividade física e ambiente livre de tabaco. - Estabelecimento de intercâmbio técnico-científico visando o conhecimento e a troca de informações decorrentes das experiên- cias no campo da atenção à saúde, formação, educação permanen- te e pesquisa com unidades federativas e países onde as ações de Promoção da Saúde estejam integradas ao serviço público saúde. - Criação da Rede Virtual de Promoção da Saúde. Responsabilidades das Esferas de Gestão Gestor Federal - Divulgar a Política Nacional de Promoção da Saúde. - Promover a articulação com os estados para apoio à implan- tação e supervisão das ações referentes às ações de Promoção da Saúde. - Pactuar e alocar recursos orçamentários e financeiros para a implementação desta Política, considerando a composição tri- partite. - Desenvolvimento de ações de acompanhamento e avaliação das ações de promoção da saúde para instrumentalização de pro- cessos de gestão. - Definir e apoiar as diretrizes capacitação e educação perma- nente em consonância com as realidades loco regionais. - Viabilizar linhas de financiamento para a Promoção da Saú- de dentro da política de educação permanente, bem como propor instrumentos de avaliação de desempenho. - Adotar o processo de avaliação como parte do planejamento e implementação das iniciativas de Promoção da Saúde, garantin- do tecnologias adequadas. - Estabelecer instrumentos e indicadores para o acompanha- mento e avaliação do impacto da implantação/implementação da Política de Promoção da Saúde. - Articular com os Sistemas de Informação existentes a inser- ção de ações voltadas a Promoção da Saúde no âmbito do SUS. - Buscar parcerias governamentais e não governamentais para potencializar a implementação das ações de Promoção da Saúde no âmbito do SUS. - Definir ações de promoção da saúde intersetoriais e pluriins- titucionais de abrangência nacional que possam impactar positiva- mente nos indicadores de saúde da população. - Elaboração de materiais de divulgação visando à sociali- zação da informação e a divulgação das ações de Promoção da Saúde. - Identificação, articulação e apoio a experiências de educação popular, informação e comunicação, referentes às ações de Pro- moção da Saúde. - Promoção de cooperação nacional e internacional referentes às experiências de Promoção da Saúde nos campos da atenção, da educação permanente e da pesquisa em saúde. - Divulgação sistemática dos resultados do processo avaliati- vo das ações de Promoção da Saúde. Gestor Estadual - Divulgar a Política Nacional de Promoção da Saúde. - Implementaras diretrizes da Política de Promoção da Saúde em consonância com as diretrizes definidas no âmbito nacional e as realidades loco-regionais. - Pactuar e alocar recursos orçamentários e financeiros para a implementação da Política, considerando a composição bipartite. - Criar uma referência e/ou grupos matriciais responsáveis pelo planejamento, articulação e monitoramento e avaliação das ações de Promoção da Saúde nas Secretarias de Saúde de Estado. - Manter articulação com municípios para apoio à implanta- ção e supervisão das ações de Promoção da Saúde. - Desenvolvimento de ações de acompanhamento e avaliação das ações de promoção da saúde para instrumentalização de pro- cessos de gestão. - Adotar o processo de avaliação como parte do planejamento e implementação das iniciativas de Promoção da Saúde, garantin- do tecnologias adequadas. - Estabelecer instrumentos e indicadores para o acompanha- mento e avaliação do impacto da implantação/implementação des- ta Política. - Implementar as diretrizes de capacitação e educação perma- nente em consonância com as realidades loco regionais. - Viabilizar linha de financiamento para Promoção da Saúde dentro da política de educação permanente, bem como propor ins- trumento de avaliação de desempenho, no âmbito estadual. - Promover articulação intersetorial para a efetivação da Polí- tica de Promoção da Saúde. - Buscar parcerias governamentais e não governamentais para potencializar a implementação das ações de Promoção da Saúde no âmbito do SUS. - Identificação, articulação e apoio a experiências de educação popular, informação e comunicação, referentes às ações de Pro- moção da Saúde. - Elaboração de materiais de divulgação visando a sociali- zação da informação e a divulgação das ações de Promoção da Saúde. - Promoção de cooperação referente às experiências de Pro- moção da Saúde nos campos da atenção, da educação permanente e da pesquisa em saúde. - Divulgação sistemática dos resultados do processo avaliati- vo das ações de Promoção da Saúde. Gestor Municipal - Divulgar a Política Nacional de Promoção da Saúde. - Implementar as diretrizes da Política de Promoção da Saúde em consonância com as diretrizes definidas no âmbito nacional e as realidades locais. - Pactuar e alocar recursos orçamentários e financeiros para a implementação da Política de Promoção da Saúde. - Criar uma referência e/ou grupos matriciais responsáveis pelo planejamento, implementação, articulação e monitoramento e avaliação das ações de Promoção da Saúde nas Secretarias de Municipais de Saúde. Didatismo e Conhecimento 5 CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA - Adotar o processo de avaliação como parte do planejamento e implementação das iniciativas de Promoção da Saúde, garantin- do tecnologias adequadas. - Participação efetiva nas iniciativas dos gestores federal e es- tadual no que diz respeito à execução das ações locais de promo- ção da saúde e à produção de dados e informações fidedignas que qualifiquem a pesquisas nessa área. - Estabelecer instrumentos de gestão e indicadores para o acompanhamento e avaliação do impacto da implantação/imple- mentação da Política. - Implantar estruturas adequadas para monitoramento e ava- liação das iniciativas de promoção da saúde. - Implementar as diretrizes de capacitação e educação perma- nente em consonância com as realidades locais. - Viabilizar linha de financiamento para Promoção da Saúde dentro da política de educação permanente, bem como propor ins- trumento de avaliação de desempenho, no âmbito municipal. - Estabelecer mecanismos para a qualificação dos profissio- nais do sistema local de saúde para desenvolver as ações de Pro- moção da Saúde. - Realização de oficinas de capacitação, envolvendo equipes multiprofissionais, prioritariamente as que atuam na atenção bá- sica. - Promover articulação intersetorial para a efetivação da Polí- tica de Promoção da Saúde. - Buscar parcerias governamentais e não governamentais para potencializar a implementação das ações de Promoção da Saúde no âmbito do SUS. - Ênfase ao planejamento participativo envolvendo todos os setores do governo municipal e representantes da sociedade civil, no qual os determinantes e condicionantes da saúde sejam instru- mentos para formulação das ações de intervenção. - Reforço da ação comunitária, através do respeito às diversas identidades culturais nos canais efetivos de participação no pro- cesso decisório. - Identificação, articulação e apoio a experiências de educação popular, informação e comunicação, referentes às ações de Pro- moção da Saúde. - Elaboração de materiais de divulgação visando a sociali- zação da informação e a divulgação das ações de Promoção da Saúde. - Divulgação sistemática dos resultados do processo avaliati- vo das ações de Promoção da Saúde. Divulgação e implementação da Política Nacional de Pro- moção da Saúde - Promover seminários internos no Ministério da Saúde des- tinados à divulgação da PNPS, com adoção de seu caráter trans- versal. - Convocar uma mobilização nacional de sensibilização para o desenvolvimento das ações de promoção da saúde, com estímulo à adesão de estados e municípios. - Discutir nos espaços de formação e educação permanente de profissionais de saúde a proposta da PNPS e estimular a inclusão do tema nas grades curriculares. - Avaliar o processo de implantação da PNPS em fóruns de composição tripartite. Alimentação Saudável - Promover ações relativas à Alimentação Saudável visando à promoção da saúde e a segurança alimentar e nutricional, con- tribuindo com as ações e metas de redução da pobreza, a inclusão social e o cumprimento do Direito Humano à Alimentação Ade- quada. - Promover articulação intra e intersetorial visando à imple- mentação da Política Nacional de Promoção da Saúde por meio do reforço à implementação das diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutrição e da Estratégia Global. - Contribuir com a formulação, implementação e avaliação de políticas públicas que garantam o acesso à alimentação saudável, considerando as especificidades culturais, regionais e locais. - Mobilização de instituições públicas, privadas e de setores da sociedade civil organizada visando a ratificar a implementação de ações de combate à fome e de aumento do acesso ao alimento saudável pelas comunidades e grupos populacionais mais pobres. - Articulação intersetorial no âmbito dos conselhos de segu- rança alimentar, para que o crédito e o financiamento da agricul- tura familiar incorpore ações de fomento à produção de frutas, legumes e verduras visando o aumento da oferta e o conseqüente aumento do consumo destes alimentos no país, de forma segura e sustentável, associado às ações de geração de renda. - Firmar uma agenda/pacto/compromisso social com dife- rentes setores (poder legislativo, setor produtivo, órgãos governa- mentais e não governamentais, organismos internacionais, setor de comunicação e outros), definindo os compromissos e responsabi- lidades sociais de cada setor, com o objetivo de favorecer/garantir hábitos alimentares mais saudáveis na população, possibilitando a redução e o controle das taxas das DCNT no Brasil. - Articulação e mobilização dos setores público e privado para a adoção de ambientes que favoreçam a alimentação saudável, o que inclui: espaços propícios à amamentação pelas nutrizes traba- lhadoras, oferta de refeições saudáveis nos locais de trabalho, nas escolas e para as populações institucionalizadas. - Articulação e mobilização intersetorial para a proposição e elaboração de medidas regulatórias que visem promover a alimen- tação saudável e reduzir o risco do DCNT, com especial ênfase para a regulamentação da propaganda e publicidade de alimentos. - Disseminar a cultura da alimentação saudável em consonân- cia com os atributos e princípios do Guia Alimentar da População Brasileira. - Divulgação ampla do “Guia Alimentar da População Brasi- leira”para todos os setores da sociedade. - Produção e distribuição de material educativo (guia alimen- tar da população brasileira, 10 passos para uma alimentação sau- dável para diabéticos e hipertensos, cadernos de atenção básica sobre prevenção e tratamento da obesidade e orientações para a alimentação saudável dos idosos). - Desenvolvimento de campanhas na grande mídia para orien- tar e sensibilizar a população sobre os benefícios de uma alimen- tação saudável. - Estimular ações que promovam escolhas alimentares sau- dáveis por parte dos beneficiários dos programas de transferência de renda. - Estimular ações de empoderamento do consumidor para o entendimento e uso prático da rotulagem geral e nutricional dos alimentos. Didatismo e Conhecimento 6 CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA - Produção e distribuição de material educativo e desenvolvi- mento de campanhas na grande mídia para orientar e sensibilizar a população sobre os benefícios da amamentação. - Sensibilização dos trabalhadores em saúde quanto à impor- tância e benefícios da amamentação. - Incentivo para a implantação de bancos de leite humano nos serviços de saúde. - Sensibilização e educação permanente dos trabalhadores em saúde no sentido de orientar as gestantes HIV-positivo quanto às especificidades da amamentação (utilização de banco de leite hu- mano e de fórmula infantil). - Desenvolver ações para a promoção da alimentação saudá- vel no ambiente escolar. - Fortalecimento das parcerias com a SGTES, Anvisa, Mi- nistério da Educação e FNDE/MEC para promover a alimentação saudável nas escolas. - Divulgação de iniciativas que favoreçam o acesso à alimen- tação saudável nas escolas públicas e privadas. - Implementação de ações de promoção da alimentação saudá- vel no ambiente escolar. - Produção e distribuição do material sobre alimentação sau- dável para inserção de forma transversal no conteúdo programáti- co das escolas em parceria com as Secretarias Estaduais e Munici- pais de Saúde e Educação. - Lançamento dos “10 Passos da Alimentação Saudável na Escola”. - Sensibilização e mobilização dos gestores estaduais e muni- cipais de saúde e de educação e as respectivas instâncias de contro- le social para a implementação das ações de promoção da alimen- tação saudável no ambiente escolar. Com a adoção dos dez passos. - Produção e distribuição de vídeos e materiais instrucionais sobre a promoção da alimentação saudável nas escolas. - Implementar as ações de vigilância alimentar e nutricional para a prevenção e controle dos agravos e doenças decorrentes da má alimentação. - Implementação do SISVAN como sistema nacional obriga- tório vinculado às transferências de recursos do PAB. - Envio de informações referentes ao SISVAN para o Relató- rio de Análise de Doenças Não Transmissíveis e Violências. - Realização de inquéritos populacionais para o monitoramen- to do consumo alimentar, e do estado nutricional da população brasileira, a cada cinco anos de acordo com a Política Nacional de Alimentação e Nutrição. - Prevenção das carências nutricionais por deficiência de mi- cronutrientes (suplementação universal de ferro medicamentoso para gestantes e crianças e administração de megadoses de vitami- na A para puérperas e crianças em áreas endêmicas). - Realização de inquéritos de fatores de risco para as DCNT da população em geral a cada cinco anos e para escolares a cada dois anos, conforme previsto na Agenda Nacional de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde. - Monitoramento do teor de sódio dos produtos processados, em parceria com a ANVISA e os órgãos da vigilância sanitária em Estados e Municípios. - Fortalecimento dos mecanismos de regulamentação, contro- le e redução do uso de substâncias agrotóxicas e de outros modos de contaminação dos alimentos. - Reorientação dos serviços de saúde com ênfase na Atenção Básica. - Mobilização e capacitação dos profissionais de saúde da atenção básica para a promoção da alimentação saudável nas vi- sitas domiciliares, atividades de grupo e nos atendimentos indivi- duais. - Incorporação do componente alimentar no Sistema de Vigi- lância Alimentar e Nutricional de forma a permitir o diagnóstico e o desenvolvimento de ações para a promoção da alimentação saudável. - Reforço da implantação do SISVAN como instrumento de avaliação e de subsídio para o planejamento de ações que promo- vam a segurança alimentar e nutricional em nível local. Prática Corporal/Atividade Física - Ações na rede básica de saúde e na comunidade. - Mapear e apoiar as ações de práticas corporais/atividade físi- ca existentes nos serviços de Atenção Básica e estratégia de Saúde da Família, e inserir naqueles onde não há ações. - Ofertar práticas corporais/atividade física como caminhadas, prescrição de exercícios, práticas lúdicas, esportivas e de lazer, na rede básica de saúde, voltadas tanto para a comunidade como um todo quanto para grupos vulneráveis. - Capacitar os trabalhadores de saúde em conteúdos de pro- moção à saúde e práticas corporais/atividade física na lógica da educação permanente, incluindo a avaliação como parte do pro- cesso. - Estimular a inclusão de pessoas com deficiências em proje- tos de práticas corporais/atividades físicas. - Pactuar com os gestores do SUS e outros setores nos três níveis de gestão a importância de ações voltadas para melhorias ambientais com o objetivo de aumentar os níveis populacionais de atividade física. - Constituir mecanismos de sustentabilidade e continuidade das ações do Pratique Saúde no SUS (área física adequada e equi- pamentos, equipe capacitada, articulação com a rede de atenção). - Incentivar articulações intersetoriais para a melhoria das condições dos espaços públicos para a realização de práticas cor- porais / atividades físicas (urbanização dos espaços públicos; cria- ção de ciclovias e pistas de caminhadas; segurança, outros). - Ações de aconselhamento/divulgação. - Organizar os serviços de saúde de forma a desenvolver ações de aconselhamento junto à população, sobre os benefícios de esti- los de vida saudáveis. - Desenvolver campanhas de divulgação estimulando mo- dos de viver saudáveis e objetivando reduzir fatores de risco para doenças não transmissíveis. - Ações de intersetorialidade e mobilização de parceiros. - Pactuar com os gestores do SUS e outros setores nos três níveis de gestão a importância de desenvolver ações voltadas para estilos de vida saudáveis, mobilizando recursos existentes. - Estimular a formação de redes horizontais de troca de expe- riências entre municípios. - Estimular a inserção e fortalecimento de ações já existentes no campo das práticas corporais em saúde na comunidade. - Resgatar as práticas corporais/atividades físicas de forma re- gular nas escolas, universidades e demais espaços públicos. - Articular parcerias estimulando práticas corporais/atividade física no ambiente de trabalho. - Ações de monitoramento e avaliação. Didatismo e Conhecimento 7 CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA - Desenvolver estudos e formular metodologias capazes de produzir evidências e comprovar a efetividade de estratégias de práticas corporais / atividades físicas no controle e prevenção das doenças crônicas não transmissíveis. - Estimular a articulação com instituições de ensino e pesquisa para monitoramento e avaliação das ações no campo das práticas corporais / atividade física. - Consolidar a Pesquisa de Saúde dos Escolares (SVS/MS) como forma de monitoramento de práticas corporais/atividade fí- sica de adolescentes. Prevenção e controle do tabagismo Sistematizar ações educativas e mobilizar ações legislativas e econômicas, de forma a criar um contexto que: - reduza a aceitação social do tabagismo, - reduza os estímulos para que os jovens comecem a fumar e os que dificultam os fumantes a deixarem de fumar, - proteja a população dos riscos da exposição à poluiçãotaba- gística ambiental, - reduza o acesso aos derivados do tabaco, - aumente o acesso dos fumantes ao apoio para cessação de fumar, - controle e monitore todos os aspectos relacionados aos pro- dutos de tabaco comercializados, desde seus conteúdos e emissões até as estratégias de comercialização e de divulgação de suas ca- racterísticas para o consumidor. Realizar ações educativas de sensibilização da população para a promoção de “comunidades livres de tabaco”, divulgando ações relacionadas ao tabagismo e seus diferentes aspectos. - Dia a Mundial sem Tabaco (31 de maio). - Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto). Fazer articulações com a mídia para divulgação de ações e de fatos que contribuam para o controle do tabagismo em todo o território nacional. Mobilizar e incentivar as ações contínuas através de canais comunitários (Unidades de Saúde, Escolas e Ambientes de Traba- lho) capazes de manter um fluxo contínuo de informações sobre o tabagismo, seus riscos para quem fuma e os riscos da poluição tabagística ambiental para todos que convivem com ela. Investir na promoção de ambientes de trabalho livres de ta- baco: - realizando ações educativas, normativas e organizacionais que visem estimular mudanças na cultura organizacional que le- vem à redução do tabagismo entre trabalhadores; - atuando junto a profissionais da área de saúde ocupacional e outros atores-chave das organizações/instituições para a dissemi- nação contínua de informações sobre os riscos do tabagismo e do tabagismo passivo, a implementação de normas para restringir o fumo nas dependências dos ambientes de trabalho, a sinalização relativa às restrições ao consumo nas mesmas e a capacitação de profissionais de saúde ocupacional para apoiar a cessação de fumar de funcionários. Articular com MEC/Secretarias Estaduais e Municipais de Educação o estímulo à iniciativa de Promoção da Saúde no am- biente escolar. Aumentar o acesso do fumante aos métodos eficazes para ces- sação de fumar, e assim atender a uma crescente demanda de fu- mantes que buscam algum tipo de apoio para esse fim. Redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusi- vo de álcool e outras drogas - Investimento em ações educativas e sensibilizadoras para crianças e adolescentes quanto ao uso abusivo de álcool e suas consequências. - Produzir e distribuir material educativo para orientar e sen- sibilizar a população sobre os malefícios do uso abusivo do álcool. - Promover campanhas municipais em interação com as agên- cias de trânsito no alerta quanto às conseqüências da “direção al- coolizada”. - Desenvolvimento de iniciativas de redução de danos pelo consumo de álcool e outras drogas que envolvam a co-responsabi- lização e autonomia da população. - Investimento no aumento de informações veiculadas pela mídia quanto aos riscos e danos envolvidos na associação entre o uso abusivo de álcool e outras drogas e acidentes/violências. - Apoio à restrição de acesso a bebidas alcoólicas de acordo com o perfil epidemiológico de dado território, protegendo seg- mentos vulneráveis e priorizando situações de violência e danos sociais. Redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito - Promoção de discussões intersetoriais que incorporem ações educativas à grade curricular de todos os níveis de formação. - Articulação de agendas e instrumentos de planejamento, programação e avaliação, dos setores diretamente relacionados ao problema. - Apoio às campanhas de divulgação em massa dos dados re- ferentes às mortes e seqüelas provocadas por acidentes de trânsito. Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz - Ampliação e fortalecimento da Rede Nacional de Prevenção da Violência e Promoção da Saúde. - Investimento na sensibilização e capacitação dos gestores e profissionais de saúde na identificação e encaminhamento adequa- do de situações de violência intra-familiar e sexual. - Estímulo à articulação intersetorial que envolva a redução e o controle de situações de abuso, exploração e turismo sexual. - Implementação da ficha de notificação de violência inter- pessoal. - Incentivo ao desenvolvimento de Planos Estaduais e Muni- cipais de Prevenção da Violência. - Monitoramento e avaliação do desenvolvimento dos Pla- nos Estaduais e Municipais de Prevenção da Violência mediante a realização de coleta, sistematização, análise e disseminação de informações. - Implantação de Serviços Sentinela, que serão responsáveis pela notificação dos casos de violências. Promoção do Desenvolvimento Sustentável - Apoio aos diversos centros colaboradores existentes no país que desenvolvem iniciativas promotoras do desenvolvimento sus- tentável. Didatismo e Conhecimento 8 CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA - Apoio à elaboração de planos de ação estaduais e locais, in- corporados aos Planos Diretores das Cidades. - Fortalecimento de instâncias decisórias intersetoriais com o objetivo de formular políticas públicas integradas voltadas ao de- senvolvimento sustentável. - Apoio ao envolvimento da esfera não governamental (em- presas, escolas, igrejas e associações várias) no desenvolvimento de políticas públicas de Promoção da Saúde, em especial no que se refere ao movimento por ambientes saudáveis. - Reorientação das práticas de saúde de modo a permitir a in- teração saúde, meio ambiente e desenvolvimento sustentável. - Estímulo à produção de conhecimento e desenvolvimento de capacidades em desenvolvimento sustentável. - Promoção do uso de metodologias de reconhecimento do território, em todas as suas dimensões – demográfica, epidemioló- gica, administrativa, política, tecnológica, social e cultural, como instrumento de organização dos serviços de saúde. 2. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. Princípios do SUS: São conceitos que orientam o SUS, pre- vistos no artigo 198 da Constituição Federal de 1988 e no artigo 7º do Capítulo II da Lei n.º 8.080/1990. Os principais são: Universalidade: significa que o SUS deve atender a todos, sem distinções ou restrições, oferecendo toda a atenção necessá- ria, sem qualquer custo; Integralidade: o SUS deve oferecer a atenção necessária à saúde da população, promovendo ações contínuas de prevenção e tratamento aos indivíduos e às comunidades, em quaisquer níveis de complexidade; Equidade: o SUS deve disponibilizar recursos e serviços com justiça, de acordo com as necessidades de cada um, canalizando maior atenção aos que mais necessitam; Participação social: é um direito e um dever da sociedade participar das gestões públicas em geral e da saúde pública em par- ticular; é dever do Poder Público garantir as condições para essa participação, assegurando a gestão comunitária do SUS; e Descentralização: é o processo de transferência de respon- sabilidades de gestão para os municípios, atendendo às determi- nações constitucionais e legais que embasam o SUS, definidor de atribuições comuns e competências específicas à União, aos esta- dos, ao Distrito Federal e aos municípios. Principais leis Constituição Federal de 1988: Estabelece que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Determina ao Poder Público sua “regulamentação, fiscalização e controle”, que as ações e os serviços da saúde “integram uma rede regio- nalizada e hierarquizada e constituem um sistema único”; define suas diretrizes, atribuições, fontes de financiamento e, ainda, como deve se dar a participação da iniciativa privada. Lei Orgânica da Saúde (LOS), Lei n.º 8.080/1990: Regula- menta, em todo o território nacional, as ações do SUS, estabelece as diretrizes para seu gerenciamento e descentralização e detalha as competências de cada esfera governamental. Enfatiza a descen- tralização político-administrativa, por meio da municipalização dos serviços edas ações de saúde, com redistribuição de poder, competências e recursos, em direção aos municípios. Determi- na como competência do SUS a definição de critérios, valores e qualidade dos serviços. Trata da gestão financeira; define o Plano Municipal de Saúde como base das atividades e da programação de cada nível de direção do SUS e garante a gratuidade das ações e dos serviços nos atendimentos públicos e privados contratados e conveniados. Lei n.º 8.142/1990: Dispõe sobre o papel e a participação das comunidades na gestão do SUS, sobre as transferências de recur- sos financeiros entre União, estados, Distrito Federal e municípios na área da saúde e dá outras providências. Institui as instâncias colegiadas e os instrumentos de participação social em cada esfera de governo. Responsabilização Sanitária Desenvolver responsabilização sanitária é estabelecer clara- mente as atribuições de cada uma das esferas de gestão da saúde pública, assim como dos serviços e das equipes que compõem o SUS, possibilitando melhor planejamento, acompanhamento e complementaridade das ações e dos serviços. Os prefeitos, ao as- sumir suas responsabilidades, devem estimular a responsabiliza- ção junto aos gerentes e equipes, no âmbito municipal, e participar do processo de pactuação, no âmbito regional. Responsabilização Macrossanitária O gestor municipal, para assegurar o direito à saúde de seus munícipes, deve assumir a responsabilidade pelos resultados, bus- cando reduzir os riscos, a mortalidade e as doenças evitáveis, a exemplo da mortalidade materna e infantil, da hanseníase e da tu- berculose. Para isso, tem de se responsabilizar pela oferta de ações e serviços que promovam e protejam a saúde das pessoas, previ- nam as doenças e os agravos e recuperem os doentes. A atenção básica à saúde, por reunir esses três componentes, coloca-se como responsabilidade primeira e intransferível a todos os gestores. O cumprimento dessas responsabilidades exige que assumam as atri- buições de gestão, incluindo: - execução dos serviços públicos de responsabilidade muni- cipal; - destinação de recursos do orçamento municipal e utilização do conjunto de recursos da saúde, com base em prioridades defini- das no Plano Municipal de Saúde; - planejamento, organização, coordenação, controle e avalia- ção das ações e dos serviços de saúde sob gestão municipal; e - participação no processo de integração ao SUS, em âmbito regional e estadual, para assegurar a seus cidadãos o acesso a ser- viços de maior complexidade, não disponíveis no município. Didatismo e Conhecimento 9 CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA Responsabilização Microssanitária É determinante que cada serviço de saúde conheça o território sob sua responsabilidade. Para isso, as unidades da rede básica devem estabelecer uma relação de compromisso com a população a ela adscrita e cada equipe de referência deve ter sólidos vínculos terapêuticos com os pacientes e seus familiares, proporcionando- lhes abordagem integral e mobilização dos recursos e apoios necessários à recuperação de cada pessoa. A alta só deve ocorrer quando da transferência do paciente a outra equipe (da rede básica ou de outra área especializada) e o tempo de espera para essa transferência não pode representar uma interrupção do atendimento: a equipe de referência deve prosseguir com o projeto terapêutico, interferindo, inclusive, nos critérios de acesso. Instâncias de Pactuação São espaços intergovernamentais, políticos e técnicos onde ocorrem o planejamento, a negociação e a implementação das po- líticas de saúde pública. As decisões se dão por consenso (e não por votação), estimulando o debate e a negociação entre as partes. Comissão Intergestores Tripartite (CIT): Atua na direção na- cional do SUS, formada por composição paritária de 15 membros, sendo cinco indicados pelo Ministério da Saúde, cinco pelo Con- selho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e cinco pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Co- nasems). A representação de estados e municípios nessa Comissão é, portanto regional: um representante para cada uma das cinco regiões existentes no País. Comissões Intergestores Bipartites (CIB): São constituídas paritariamente por representantes do governo estadual, indicados pelo Secretário de Estado da Saúde, e dos secretários municipais de saúde, indicados pelo órgão de representação do conjunto dos municípios do Estado, em geral denominado Conselho de Secre- tários Municipais de Saúde (Cosems). Os secretários municipais de Saúde costumam debater entre si os temas estratégicos antes de apresentarem suas posições na CIB. Os Cosems são também ins- tâncias de articulação política entre gestores municipais de saúde, sendo de extrema importância a participação dos gestores locais nesse espaço. Espaços regionais: A implementação de espaços regionais de pactuação, envolvendo os gestores municipais e estaduais, é uma necessidade para o aperfeiçoamento do SUS. Os espaços regionais devem-se organizar a partir das necessidades e das afinidades es- pecíficas em saúde existentes nas regiões. Descentralização O princípio de descentralização que norteia o SUS se dá, es- pecialmente, pela transferência de responsabilidades e recursos para a esfera municipal, estimulando novas competências e capa- cidades político-institucionais dos gestores locais, além de meios adequados à gestão de redes assistenciais de caráter regional e ma- crorregional, permitindo o acesso, a integralidade da atenção e a racionalização de recursos. Os estados e a União devem contribuir para a descentralização do SUS, fornecendo cooperação técnica e financeira para o processo de municipalização. Regionalização: consensos e estratégias - As ações e os ser- viços de saúde não podem ser estruturados apenas na escala dos municípios. Existem no Brasil milhares de pequenas municipali- dades que não possuem em seus territórios condições de oferecer serviços de alta e média complexidade; por outro lado, existem municípios que apresentam serviços de referência, tornando-se pó- los regionais que garantem o atendimento da sua população e de municípios vizinhos. Em áreas de divisas interestaduais, são fre- quentes os intercâmbios de serviços entre cidades próximas, mas de estados diferentes. Por isso mesmo, a construção de consensos e estratégias regionais é uma solução fundamental, que permitirá ao SUS superar as restrições de acesso, ampliando a capacidade de atendimento e o processo de descentralização. O Sistema Hierarquizado e Descentralizado: As ações e serviços de saúde de menor grau de complexidade são colocadas à disposição do usuário em unidades de saúde localizadas próxi- mas de seu domicílio. As ações especializadas ou de maior grau de complexidade são alcançadas por meio de mecanismos de re- ferência, organizados pelos gestores nas três esferas de governo. Por exemplo: O usuário é atendido de forma descentralizada, no âmbito do município ou bairro em que reside. Na hipótese de pre- cisar ser atendido com um problema de saúde mais complexo, ele é referenciado, isto é, encaminhado para o atendimento em uma instância do SUS mais elevada, especializada. Quando o problema é mais simples, o cidadão pode ser contra-referenciado, isto é, con- duzido para um atendimento em um nível mais primário. Plano de saúde fixa diretriz e metas à saúde municipal É responsabilidade do gestor municipal desenvolver o processo de planejamento, programação e avaliação da saúde local, de modo a atender as necessidades da população de seu município com eficiência e efetividade. O Plano Municipal de Saúde (PMS) deve orientar as ações na área, incluindo o orçamento para a sua execução. Um instrumento fundamental para nortear a elaboração do PMS é o Plano Nacional de Saúde. Cabe ao Conselho Municipal de Saúde estabelecer as diretrizes para a formulação do PMS, em função da análise da realidade e dos problemas de saúde locais, assim comodos recursos disponíveis. No PMS, devem ser descritos os principais problemas da saúde pública local, suas causas, consequências e pontos críticos. Além disso, devem ser definidos os objetivos e metas a serem atingidos, as atividades a serem executadas, os cronogramas, as sistemáticas de acompanhamento e de avaliação dos resultados. Sistemas de informações ajudam a planejar a saúde: O SUS opera e/ou disponibiliza um conjunto de sistemas de informações estratégicas para que os gestores avaliem e fundamentem o plane- jamento e a tomada de decisões, abrangendo: indicadores de saú- de; informações de assistência à saúde no SUS (internações hospi- talares, produção ambulatorial, imunização e atenção básica); rede assistencial (hospitalar e ambulatorial); morbidade por local de internação e residência dos atendidos pelo SUS; estatísticas vitais (mortalidade e nascidos vivos); recursos financeiros, informações demográficas, epidemiológicas e socioeconômicas. Caminha-se rumo à integração dos diversos sistemas informatizados de base nacional, que podem ser acessados no site do Datasus. Nesse processo, a implantação do Cartão Nacional de Saúde tem papel central. Cabe aos prefeitos conhecer e monitorar esse conjunto de informações essenciais à gestão da saúde do seu município. Didatismo e Conhecimento 10 CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA Níveis de atenção à saúde: O SUS ordena o cuidado com a saúde em níveis de atenção, que são de básica, média e alta com- plexidade. Essa estruturação visa à melhor programação e planeja- mento das ações e dos serviços do sistema de saúde. Não se deve, porém, desconsiderar algum desses níveis de atenção, porque a atenção à saúde deve ser integral. A atenção básica em saúde constitui o primeiro nível de aten- ção à saúde adotada pelo SUS. É um conjunto de ações que englo- ba promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. Desenvolve-se por meio de práticas gerenciais e sanitárias, demo- cráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigi- das a populações de territórios delimitados, pelos quais assumem responsabilidade. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densi- dade, objetivando solucionar os problemas de saúde de maior fre- qüência e relevância das populações. É o contato preferencial dos usuários com o sistema de saúde. Deve considerar o sujeito em sua singularidade, complexidade, inteireza e inserção sociocultural, além de buscar a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável. As Unidades Básicas são prioridades porque, quando as Uni- dades Básicas de Saúde funcionam adequadamente, a comunidade consegue resolver com qualidade a maioria dos seus problemas de saúde. É comum que a primeira preocupação de muitos prefeitos se volte para a reforma ou mesmo a construção de hospitais. Para o SUS, todos os níveis de atenção são igualmente importantes, mas a prática comprova que a atenção básica deve ser sempre prioritária, porque possibilita melhor organização e funcionamento também dos serviços de média e alta complexidade. Estando bem estruturada, ela reduzirá as filas nos prontos so- corros e hospitais, o consumo abusivo de medicamentos e o uso indiscriminado de equipamentos de alta tecnologia. Isso porque os problemas de saúde mais comuns passam a ser resolvidos nas Unidades Básicas de Saúde, deixando os ambulatórios de espe- cialidades e hospitais cumprirem seus verdadeiros papéis, o que resulta em maior satisfação dos usuários e utilização mais racional dos recursos existentes. Saúde da Família: é a saúde mais perto do cidadão. É parte da estratégia de estruturação eleita pelo Ministério da Saúde para reorganização da atenção básica no País, com recursos financeiros específicos para o seu custeio. Cada equipe é composta por um conjunto de profissionais (médico, enfermeiro, auxiliares de en- fermagem e agentes comunitários de saúde, podendo agora contar com profissional de saúde bucal) que se responsabiliza pela situa- ção de saúde de determinada área, cuja população deve ser de no mínimo 2.400 e no máximo 4.500 pessoas. Essa população deve ser cadastrada e acompanhada, tornando-se responsabilidade das equipes atendê-la, entendendo suas necessidades de saúde como resultado também das condições sociais, ambientais e econômicas em que vive. Os profissionais é que devem ir até suas casas, porque o objetivo principal da Saúde da Família é justamente aproximar as equipes das comunidades e estabelecer entre elas vínculos sólidos. A saúde municipal precisa ser integral. O município é respon- sável pela saúde de sua população integralmente, ou seja, deve garantir que ela tenha acessos à atenção básica e aos serviços espe- cializados (de média e alta complexidade), mesmo quando locali- zados fora de seu território, controlando, racionalizando e avalian- do os resultados obtidos. Só assim estará promovendo saúde integral, como determina a legislação. É preciso que isso fique claro, porque muitas vezes o gestor municipal entende que sua responsabilidade acaba na aten- ção básica em saúde e que as ações e os serviços de maior com- plexidade são responsabilidade do Estado ou da União – o que não é verdade. A promoção da saúde é uma estratégia por meio da qual os desafios colocados para a saúde e as ações sanitárias são pensa- dos em articulação com as demais políticas e práticas sanitárias e com as políticas e práticas dos outros setores, ampliando as pos- sibilidades de comunicação e intervenção entre os atores sociais envolvidos (sujeitos, instituições e movimentos sociais). A promo- ção da saúde deve considerar as diferenças culturais e regionais, entendendo os sujeitos e as comunidades na singularidade de suas histórias, necessidades, desejos, formas de pertencer e se relacio- nar com o espaço em que vivem. Significa comprometer-se com os sujeitos e as coletividades para que possuam, cada vez mais, autonomia e capacidade para manejar os limites e riscos impostos pela doença, pela constituição genética e por seu contexto social, político, econômico e cultural. A promoção da saúde coloca, ainda, o desafio da intersetorialidade, com a convocação de outros setores sociais e governamentais para que considerem parâmetros sanitá- rios, ao construir suas políticas públicas específicas, possibilitando a realização de ações conjuntas. Vigilância em saúde: expande seus objetivos. Em um país com as dimensões do Brasil, com realidades regionais bastante diversificadas, a vigilância em saúde é um grande desafio. Ape- sar dos avanços obtidos, como a erradicação da poliomielite, des- de 1989, e com a interrupção da transmissão de sarampo, desde 2000, convivemos com doenças transmissíveis que persistem ou apresentam incremento na incidência, como a AIDS, as hepatites virais, as meningites, a malária na região amazônica, a dengue, a tuberculose e a hanseníase. Observamos, ainda, aumento da mor- talidade por causas externas, como acidentes de trânsito, conflitos, homicídios e suicídios, atingindo, principalmente, jovens e popu- lação em idade produtiva. Nesse contexto, o Ministério da Saúde com o objetivo de integração, fortalecimento da capacidade de gestão e redução da morbimortalidade, bem como dos fatores de risco associados à saúde, expande o objeto da vigilância em saúde pública, abrangendo as áreas de vigilância das doenças transmissí- veis, agravos e doenças não transmissíveis e seus fatores de riscos; a vigilância ambiental em saúde e a análise de situação de saúde. Competências municipais na vigilância em saúde Compete aos gestores municipais, entre outras atribuições, as atividades de notificação e busca ativa de doenças compulsórias, surtos e agravos inusitados; investigação de casos notificados em seu território; busca ativa de declaração de óbitos e de nascidos vivos; garantia a exames laboratoriais para o diagnósticode doen- ças de notificação compulsória; monitoramento da qualidade da água para o consumo humano; coordenação e execução das ações de vacinação de rotina e especiais (campanhas e vacinações de bloqueio); vigilância epidemiológica; monitoramento da mortali- dade infantil e materna; execução das ações básicas de vigilância sanitária; gestão e/ou gerência dos sistemas de informação epide- miológica, no âmbito municipal; coordenação, execução e divul- gação das atividades de informação, educação e comunicação de abrangência municipal; participação no financiamento das ações de vigilância em saúde e capacitação de recursos. Didatismo e Conhecimento 11 CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA Desafios públicos, responsabilidades compartilhadas: A le- gislação brasileira – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e le- gislação sanitária, incluindo as Leis n.º 8.080/1990 e 8.142/1990 – estabelece prerrogativas, deveres e obrigações a todos os go- vernantes. A Constituição Federal define os gastos mínimos em saúde, por esfera de governo, e a legislação sanitária, os critérios para as transferências intergovernamentais e alocação de recursos financeiros. Essa vinculação das receitas objetiva preservar condi- ções mínimas e necessárias ao cumprimento das responsabilidades sanitárias e garantir transparência na utilização dos recursos dis- poníveis. A responsabilização fiscal e sanitária de cada gestor e servidor público deve ser compartilhada por todos os entes e esfe- ras governamentais, resguardando suas características, atribuições e competências. O desafio primordial dos governos, sobretudo na esfera municipal, é avançar na transformação dos preceitos cons- titucionais e legais que constituem o SUS em serviços e ações que assegurem o direito à saúde, como uma conquista que se realiza co- tidianamente em cada estabelecimento, equipe e prática sanitária. É preciso inovar e buscar, coletiva e criativamente, soluções novas para os velhos problemas do nosso sistema de saúde. A construção de espaços de gestão que permitam a discussão e a crítica, em am- biente democrático e plural, é condição essencial para que o SUS seja, cada vez mais, um projeto que defenda e promova a vida. Muitos municípios operam suas ações e serviços de saúde em condições desfavoráveis, dispondo de recursos financeiros e equipes insuficientes para atender às demandas dos usuários, seja em volume, seja em complexidade – resultado de uma conjuntura social de extrema desigualdade. Nessas situações, a gestão pública em saúde deve adotar condução técnica e administrativa compatí- vel com os recursos existentes e criativa em sua utilização. Deve estabelecer critérios para a priorização dos gastos, orientados por análises sistemáticas das necessidades em saúde, verificadas junto à população. É um desafio que exige vontade política, propostas inventivas e capacidade de governo. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com- partilham as responsabilidades de promover a articulação e a in- teração dentro do Sistema Único de Saúde – SUS, assegurando o acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde. O SUS é um sistema de saúde, regionalizado e hierarquiza- do, que integra o conjunto das ações de saúde da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, onde cada parte cumpre funções e competências específicas, porém articuladas entre si, o que carac- teriza os níveis de gestão do SUS nas três esferas governamentais. Criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei nº 8.080/90, conhecida como a Lei Orgânica da Saúde, e pela Lei nº 8.142/90, que trata da participação da comunidade na gestão do Sistema e das transferências intergovernamentais de recursos financeiros, o SUS tem normas e regulamentos que disci- plinam as políticas e ações em cada Subsistema. A Sociedade, nos termos da Legislação, participa do planeja- mento e controle da execução das ações e serviços de saúde. Essa participação se dá por intermédio dos Conselhos de Saúde, presen- tes na União, nos Estados e Municípios. Níveis de Gestão do SUS Esfera Federal - Gestor: Ministério da Saúde - Formulação de políticas nacionais de saúde, planejamento, normalização, ava- liação e controle do SUS em nível nacional. Financiamento das ações e serviços de saúde por meio da aplicação/transferências in- tergovernamentais de recursos públicos arrecadados. Esfera Estadual - Gestor: Secretaria Estadual de Saúde - For- mulação da política estadual de saúde, coordenação, planejamen- to, regulação complementar e controle do SUS em nível Estadual. Financiamento com recursos próprios e transferidos pela esfera federal. Esfera Municipal - Gestor: Secretaria Municipal de Saúde - Formulação da política municipal de saúde, planejamento, re- gulação complementar, controle e prestação de serviços de saúde diretos ou por meio de referências intermunicipais. Financiamento com recursos próprios e com recursos transferidos pelo gestor fe- deral e/ou estadual do SUS. 3. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA LEI FEDERAL DE N. 8.080 DE 19/09/90. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido me- diante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, sendo de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamen- tação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita dire- tamente ou por meio de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. A Lei nº 8.080/90 dispõe sobre as condições para a promo- ção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcio- namento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Vigorando em todo o território nacional, para qualquer ação ou serviço de saúde realizado por pessoas ou empresas. LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recu- peração da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con- gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em ca- ráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado. Nas disposições gerais trata da regulamentação das obriga- ções do Estado em relação à saúde da população. Sobretudo por- que financiamos este Sistema (SUS) através dos impostos arreca- dados diretamente pelo Estado. Didatismo e Conhecimento 12 CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA TÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, de- vendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicio- nantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento bási- co, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social. Constituem o Sistema Único de Saúde (SUS) as ações e os serviços de saúde deinstituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e Fundações mantidas pelo Poder Público. TÍTULO II DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). § 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde. § 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter complementar. A saúde tem como fatores determinantes a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. Seus objetivos e atri- buições são: CAPÍTULO I Dos Objetivos e Atribuições Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde; II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei; III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de pro- moção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integra- da das ações assistenciais e das atividades preventivas. Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): I - a execução de ações: a) de vigilância sanitária; b) de vigilância epidemiológica; c) de saúde do trabalhador; e d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico; III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele com- preendido o do trabalho; VI - a formulação da política de medicamentos, equipamen- tos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção; VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e subs- tâncias de interesse para a saúde; VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano; IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoati- vos, tóxicos e radioativos; X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico; XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados. § 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamen- te, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e II - o controle da prestação de serviços que se relacionam di- reta ou indiretamente com a saúde. § 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. § 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo: I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; Didatismo e Conhecimento 13 CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE SAÚDE PÚBLICA II - participação, no âmbito de competência do Sistema Úni- co de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho; III - participação, no âmbito de competência do Sistema Úni- co de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, dis- tribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador; IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saú- de; V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fis- calizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profis- sional; VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas pú- blicas e privadas; VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças origina- das no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores. Para prover as condições à saúde da população, o Estado deve oferecer condições que assegurem “acesso universal e igua- litário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. É neste ponto que passa a considerar o Sistema Único de Saúde (SUS), com relação a seus princípios e diretrizes. CAPÍTULO II Dos Princípios e Diretrizes Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços pri- vados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; II - integralidade de assistência, entendida como conjunto ar- ticulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema; III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saú- de; VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos servi- ços de saúde e a sua utilização pelo usuário; VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática; VIII - participação da comunidade; IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo: a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saú- de; X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, mate- riais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da po- pulação; XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar du- plicidade de meios para fins idênticos. Os serviços de saúde serão organizados de forma regionali- zada
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