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MUDANÇAS CLIMÁTICAS E PROBLEMAS AMBIENTAIS: ESTUDO DE CASOS NA AMÉRICA LATINA Aluisio Carvalho dos SANTOS (1); Handerson Fernando Nunes MOURA (2); Danilo de Sousa LOPES (3); Emanoele Lima ABREU (4); Marcos Antonio Castro Marques TEIXEIRA (5) (1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí, Praça da Liberdade, nº 1597, Centro, CEP: 64000-040, Teresina-PI, Telefone: (86) 3215-5224, fax: (86) 3215-5206, e-mail: aluisiocarvalho@hotmail.com (2) IFPI, e-mail: handersonfernando@hotmail.com (3) IFPI, e-mail: sousa.danilo@hotmail.com (4) IFPI, e-mail: emanoele_lima@hotmail.com (5) IFPI, e-mail: macquete@yahoo.com.br RESUMO Desde sua formação, a Terra passa por profundas modificações. No decorrer de milhares de anos nosso planeta se aqueceu e se resfriou gradativamente, enumeras vezes. Entretanto modificações profundas na estrutura e na vegetação terrestre vêm aumentando a velocidade desse processo. Estudos já comprovaram que as médias de temperaturas anuais vêem aumentando a cada ano. O principal fator são as emissões de gazes estufa. Nesse sentido, esse estudo visa apresentar, dentro de uma perspectiva geográfica, em as situações que podem afetar as áreas passíveis de mudanças climáticas na América Latina. As previsões das mudanças climáticas que mais assustam a comunidade (tanto a civil como a científica) são as que descrevem os possíveis cenários catastróficos. A metodologia utilizada neste estudo foi a revisão bibliográfica. Foram previstos alguns problemas ambientais como a escassez de água, doenças, enchentes, ondas de calor e incêndios, perda da biodiversidade e degelo nos Andes. Nossas políticas na maioria das vezes respondem a extremos e desastres ocorridos e não à prática de redução da possibilidade destes acontecimentos, atingindo principalmente populações dentro do grau de pobreza. Palavras-chave: Mudanças Climáticas, Previsões, América Latina. mailto:aluisiocarvalho@hotmail.com mailto:handersonfernando@hotmail.com mailto:sousa.danilo@hotmail.com mailto:emanoele%1F_lima@hotmail.com mailto:macquete@yahoo.com.br 1. INTRODUÇÃO A consolidação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima em 1992 proporcionou grande estímulo à pesquisa acerca dos efeitos das mudanças climáticas nas diversas áreas disciplinares ocupadas com o bem-estar das populações. A ampliação do conhecimento sobre as variações no clima apresentadas no último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), em 2007, confirmou a necessidade do enfrentamento da questão. Além do que, os cenários previstos direcionam especial atenção aos ambientes costeiros pela perspectiva de elevação do nível médio das marés, fato que afetaria profundamente as populações de países insulares e de metrópoles litorâneas. A problemática da água e mais preocupante. Com o aquecimento global, a escassez se tornará dramática (em algumas regiões do planeta já o é). Os recursos hídricos serão disputados e se tornarão valiosos objetivos estratégicos e geopolíticos. Regiões ricas desse recurso serão alvo de cobiça, exigindo uma política dissuasória do pais cuja soberania poderá vir a ser ameaçada. A exemplo do Brasil com sendo um grande detentor desse recurso de acordo com Fadel (2007). Nos últimos anos, a humanidade tem visto, de forma cumulativa, as notícias sobre as modificações do clima ocorridas e profetizadas entre cientistas das mais variadas correntes do conhecimento. Na América Latina, mais especificamente, são visíveis o aquecimento e a deterioração dos ecossistemas nos Andes, o branqueamento dos corais no Caribe, os danos causados às zonas costeiras do Golfo do México, a possível retração da Floresta Amazônica e o aumento de desastres climáticos. Nesse sentido, esse estudo visa apresentar, dentro de uma perspectiva geográfica, em as situações que podem afetar as áreas passíveis de mudanças climáticas na América Latina. 2. CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS DAS AMÉRICAS 2.1 Caracterização da America central A América Central é um subcontinente da América, o qual ocupa uma área de 550 mil km2. O território abrange uma grande variedade de elementos naturais. Tal subcontinente é formado basicamente por montanhas, quase sempre formadas a partir de fenômenos como o vulcanismo e tectonismo. O relevo mais suave é restrito às áreas litorâneas dos oceanos Pacífico e Atlântico. A localização geográfica da América Central favorece a ocorrência do clima tropical, uma vez que a mesma está na zona intertropical do planeta. Entretanto, são identificados outros tipos de climas. Isso é explicado pelo fato de haver um relevo elevado (montanhas), que torna as temperaturas mais baixas em algumas áreas. Dessa forma, é possível identificar três características climáticas denominadas: terras quentes, terras temperadas e terras frias. Terras quentes: onde ocorre o relevo do tipo planície e planalto de baixa altitude. Nessas regiões, a temperatura média anual gira em torno de 25°C, característica ligada ao clima tropical úmido e equatorial. Terras temperadas: desenvolve-se em áreas de relevo do tipo planalto de altitude, que se estabelecem entre as planícies costeiras e as montanhas. Nesses locais, o clima é o tropical de altitude, a temperatura média anual é de aproximadamente 20°C. Terras frias: ocorrem nas áreas montanhosas. As grandes altitudes proporcionam o surgimento de temperaturas baixas, típicas de clima frio 2.2 America do Sul Devido à extensão territorial, no sentido norte-sul, o continente sofre influência de duas zonas climáticas, a intertropical e a temperada do sul. Dessa forma, são identificados climas equatorial, tropical, além da presença de clima mediterrâneo e temperado. O relevo é um dos primordiais na composição dos climas, dessa forma ao longo de toda planície amazônica não há altitudes que possam impedir a locomoção de massas de ar quente ou fria, servindo assim como uma espécie de corredor de passagem de massas que seguem seu trajeto para interagir com as características locais e assim dar origem às distintas variações climáticas. Além dos climas já apresentados, na América do Sul são identificados ainda os climas: frio de montanha, característico dos Andes; semi-árido que ocorre nos Andes Central e nordeste brasileiro; e árido ou desértico que ocorre na Patagônia (Argentina) e do Atacama (Chile). Como o clima em grande parte é o equatorial e tropical, desenvolve grandes florestas do tipo latifoliadas, que corresponde à floresta equatorial, como a Amazônica. Nas áreas de clima tropical, que ocorre nos territórios do Brasil, Paraguai, Venezuela e Colômbia, ocorrem vegetações tais como as savanas (cerrado no planalto central brasileiro, Chaco no Paraguai e Bolívia e lhanos na Venezuela). E nas regiões de clima tropical úmido ocorrem as florestas tropicais como a floresta Atlântica na costa brasileira. Nas regiões onde prevalece o clima subtropical, como no sul do Brasil, Uruguai e Argentina, ocorrem vegetações como Mata de Araucária, além de estepes e pradarias. Em uma restrita parcela da América do Sul ocorre o clima temperado, essa característica climática se apresenta no sul do Chile, a vegetação que desenvolve na região é a floresta temperada. 3. PREVISÕES DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS PARA ALGUMAS ÁREAS DA AMÉRICA LATINA As previsões das mudanças climáticas que mais assustam a comunidade (tanto a civil como a científica) são as que descrevem os possíveis cenários quanto à disponibilidade de água em nosso planeta, mais especificamente nas regiões de pobreza mais caracterizada. Tabela 1 – Previsões de Mudanças Climáticas e conseqüentes Problemas Ambientais na América Latina PROBLEMAS AMBIENTAIS PREVISÕES Escassez de Água Aumento de períodos de seca intensa na região amazônica, decorrentes do aumento das temperaturas nooceano Atlântico, similar ao que ocorreu em 2005. Intensificação da estiagem no semi-árido nordestino e na região sul do Brasil, comprometendo a agricultura e a produção de leite. Produção de Alimentos O aumento na concentração de CO2 poderá beneficiar, a curto prazo, algumas culturas, como por exemplo a de cana-de-açúcar. Porém, o aumento das temperaturas pode afetar a produção agrícola. A produção de soja poderá crescer, mas a produção de arroz deve cair. No caso do trigo e milho é difícil prever. Estima-se que 5 milhões de pessoas poderão correr mais risco de fome em 2020. Doenças Nas grandes cidades, as enchentes em geral, favorecem a proliferação de doenças como a malária, o tifo, a leptospirose e a dengue, principalmente nas áreas mais pobres. Regiões que normalmente, em razão das médias baixas de temperaturas, estavam até então livres de certas doenças, transmissíveis por mosquitos, com o aumento da temperatura média poderão vir a sofrer epidemias, vinculadas a esses vetores. Enchentes O aumento do nível do mar comprometerá cidades litorâneas, principalmente aquelas que têm o turismo como a principal atividade econômica. Perigos de enchentes em áreas de baixa altitude, sobretudo El Salvador, Guiana e litoral argentino. Há previsões para um aumento de furacões no Caribe e ciclones na região sul do Brasil. Ondas de Calor e Incêndios Os incêndios, que fazem parte da dinâmica de alguns ecossistemas, serão mais frequente na América do Sul, principalmente na floresta amazônica e no cerrado brasileiro, e em partes da América Central. Biodiversidade Os corais caribenhos correm sérios riscos, isso por que são sensíveis às mudanças de pH e temperatura da água, podendo ocorrer o processo de branqueamento. Aumento das taxas de extinção de espécies animais. Estudos feitos na Amazônia mostraram que as espécies vegetais estão sofrendo mudanças em sua dinâmica e composição. Degelo Ocorrerá um degelo substancial ou total da maior parte das geleiras tropicais. As geleiras do Andes são responsáveis por alimentar a Bacia Amazônica. Estima-se que, até 2040 ocorrerá seu degelo total. Ainda não se sabe que consequências isso trará para os ecossistemas. Fonte: Walker & King (2007) – Adaptado Todas essas estimativas só levam em direção à população latina que sofrerá em maior ou menor incidência os efeitos destas mudanças climáticas. Para concluirmos uma idéia mais concreta, chamamos de estresse hídrico o fato de a população não dispor de água em número suficiente para o abastecimento humano, estimado em no mínimo 1.000m3 anuais por habitante. Os dados analisados estimam que este número possivelmente esteja entre 12 e 81 milhões na década de 2020 e entre 79 e 178 milhões em 2050. Essa alta demanda por água decorre em sua maioria pelo uso indiscriminado na agricultura, com a poluição de mananciais e água subterrânea, e pelo crescimento demográfico observado nas grandes cidades do continente latino-americano. 3.1 Seca na Amazônia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, o aquecimento global já está de fato afetando a maior floresta tropical do planeta, com resultados compatíveis com as previsões feitas pelos ambientalistas. Em 2005, a Amazônia experimentou a pior seca de sua história. Na ocasião, diversos rios secaram isolando comunidades inteiras, que viram suas atividades econômicas praticamente cessar. Milhares de quilômetros quadrados de mata arderam por meses, liberando na atmosfera uma quantidade aproximada de 100 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Alguns leitos de rios lembravam as cenas do seco sertão nordestino. Naquele ano, os climatologistas já haviam observado uma aparente correlação entre a temperatura da água do oceano Atlântico e a menor precipitação de chuvas na Amazônia, mas somente agora essas observações foram confirmadas. “Em 2005, a temperatura no Atlântico Tropical Norte foi das mais quentes registradas e a análise meteorológica mostra que isso gerou um sistema de baixa pressão sobre aquela região oceânica. Essa baixa pressão mudou o vento ao longo dos trópicos, resultando na queda da nebulosidade e conseqüentemente das chuvas”, explica o INPE. http://www.apolo11.com/mudancas_climaticas.php?posic=dat_20080306-105325.inc Os modelos climáticos para a Amazônia projetam aumentos significativos de temperatura e forte declínio de umidade até o ano de 2100, principalmente devido às concentrações crescentes de dióxido de carbono na atmosfera. Os modelos também levam em consideração a taxa de desflorestamento. O aquecimento global e a perda constante das florestas tropicais não são fenômenos naturais. São fatos reais provocados pelo Homem. Combinados e sem controle, poderão transformar em pouco tempo a principal floresta do planeta, rica em biodiversidade, em savanas ralas e com poucas árvores. Segundo pesquisadores da Universidade de Leeds, no norte da Inglaterra, a seca de 2005 na Amazônia teve um impacto de 5 bilhões de toneladas extras de dióxido de carbônico na atmosfera terrestre, o que supera as emissões anuais de Europa e Japão. Os cientistas afirmam que o fenômeno excepcional reverteu drasticamente o processo de absorção de carbono pela floresta, o chamado "seqüestro de carbono", que vinha ocorrendo há pelo menos 25 anos e que ajudava na redução dos efeitos das mudanças climáticas. Normalmente, a Amazônia absorve cerca de 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Mas, de acordo com o estudo, por causa da morte de árvores, a seca de 2005 fez com que essa quantidade de gás permanecesse na atmosfera e ainda levou a floresta a gerar outros 3 bilhões de toneladas. Eles aproveitaram a seca de 2005 para ter uma idéia dos efeitos que futuras mudanças climáticas poderão ter sobre a floresta. A previsão da comunidade científica é de que o aquecimento global faça subir as temperaturas do Atlântico Norte, o que por sua vez pode tornar a estação seca da Amazônia mais intensa e mais quente. 3.2 Deterioração dos ecossistemas dos Andes Segundo as previsões de especialistas em clima, as geleiras andinas irão desaparecer gradualmente em ritmo acelerado a partir de 2020, e, calcula-se que até 2040 terão derretido de maneira integral. Segundo Carlos Nobre (2009) – presidente do Comitê Científico do International Geosphere- Biosphere Programme: “derretimento tem claramente efeitos ecológicos, isto é, espécies de climas mais frios do altiplano e páramos andinos tenderão a desaparecer. Além disso, será preciso buscar alternativas para as populações que dependem do degelo sazonal das geleiras, uma fonte de água para inúmeras atividades humanas, como irrigação, abastecimento, geração hidrelétrica etc.”. No Brasil, de acordo com MARENGO et al (2007) apud NACARATTI (2009), a perspectiva da elevação do nível das marés afetaria 25% da população brasileira, cerca de 42 milhões de pessoas, que vivem nas cidades litorâneas. E, especial atenção deveria ser dada às cinco principais metrópoles à beira-mar – Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Belém onde se estima estar concentrada mais de 24 milhões de pessoas segundo a contagem de 2007 do IBGE. Na região Sudeste as variações das marés poderiam provocar o “empilhamento” de até 20 cm de água na costa do Estado do Rio de Janeiro e destruir grande parte da infra-estrutura urbana à beira mar. Essas projeções talvez ainda não sejam suficientes para classificar a cidade do Rio de Janeiro e sua região metropolitana como “em situação de vulnerabilidade”, mas já chamam a atenção de pesquisadores, técnicos e gestores que procuram identificar alternativas para as repercussões do problema. 3.3 Previsões para Biodiversidade e Agricultura Segundo a IUCN (International Union for Conservation of Nature and Natural Resources) a mudança climática se tornou fator de aceleração de ameaça a uma a cada oito espéciesde aves. É a maior taxa de extinção do mundo. Não só para essa classe, mas eventos climáticos extremos, como secas e inundações, são um problema aos ecossistemas. Sabe-se que as ilhas são ricas em endemismos. Com a previsão do aumento do nível dos oceanos, seja pelo derretimento das calotas polares, seja pela dilatação devido ao aumento da temperatura atmosférica, essas espécies endêmicas correm o risco de serem globalmente extintas, pela destruição total ou parcial de seu habitat. Não só as espécies terrestres, mas as marinhas, como os corais, correm sérios riscos. Esses animais são extremamente sensíveis às mudanças de ph e temperatura, algo inevitável com o aumento do volume de água dos oceanos. 20%, das espécies de corais que ocorrem no Brasil estão ameaçadas de extinção, segundo o Livro Vermelho. Esses recifes de corais abrigam cerca de 20% da vida marinha, são verdadeiros berços de biodiversidade. As mudanças climáticas também estão afetando as espécies vegetais. Segundo Joly, nas últimas duas décadas a paisagem da Floresta Amazônica sofreu mudanças na sua dinâmica e composição. Das 115 espécies mais abundantes, 27 tiveram sua densidade alterada. Apesar da intensa queimada e desmatamentos sofridos por essa floresta, o aumento da emissão de CO2. Apesar disso, as florestas intactas são responsáveis pela absorção de grande parte desse gás, amortecendo os efeitos dessas mudanças. A agricultura é muito sensível à temperatura, radiação e pluviosidade. Esses três fatores estão abalados com as alterações do clima. Isso porque cada cultura já está adaptada, ou foi adaptada, a determinadas condições. Estudos feitos pela Embrapa mostram que o café será uma das culturas mais afetadas com a mudança climática. O impacto das alterações climáticas em culturas como o feijão, soja, algodão, arroz, milho e cana-de-açúcar, simulando aumentos na temperatura de 1 a 5,8 graus Celsius. Em todos os casos verificou-se uma redução considerável de áreas plantadas em todo o país. Sem dúvida, os países que serão mais afetados com essas mudanças são os em desenvolvimento. Isso porque sua economia é essencialmente agrícola. A queda da produtividade vai afetar mais ainda as classes mais baixas, isso porque a produção de alguns alimentos é voltada para o mercado exterior. Resultado: A maior parte dos produtos vai para fora do país, deixando nas prateleiras dos supermercados aqueles de baixa qualidade, que não foram aceitos pelos países importadores, com preços abusivos. O Brasil, além de exportador de grão e frutas produz a cana-de-açúcar, matéria-prima do etanol. Apesar dessa cultura se beneficiar com o aumento da concentração de CO2, de acordo com pesquisas no laboratório de ecofisiologia da USP, as altas temperaturas podem afetar a produtividade. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Outras perguntas nos cabem. Como nos adaptaremos a esta situação preocupante? Nossas políticas públicas são eficazes ou inexistem? Para que possamos responder essas questões, vários fatores têm de ser observados, tais como: baixo PIB da maioria dos países, alta população em áreas de risco (inundações, deslizamentos e secas extremas) e falta de políticas públicas seguras e claras para o enfrentamento destas questões climáticas. Não podemos deixar de levar em conta a necessidade constante de criação de meios de sobrevivência digna a essas comunidades, principalmente no que diz respeito à alimentação e ao acesso à água. Organismos internacionais de cooperação, como o BIRD ( Banco Inter-Americano), têm investido de forma considerável em comunidades em risco de desastres ambientais com a construção de novas casas, recuperação de áreas de deslizamento, organização de novas práticas agrícolas para melhor aproveitamento da água em regiões áridas e até mesmo saneamento básico, o que reflete consideravelmente na saúde destas populações. No Brasil, a ASA (Articulação do Semi-árido) e o Ministério do Meio Ambiente, com o seu programa de construção de cisternas para captação de água da chuva, distribuem a esperança para milhares de nordestinos residentes em locais de difícil acesso à água com nível de portabilidade e até disponibilidade precários. Mesmo que nossas políticas públicas não sejam claras e nem eficazes, a América Latina deve coletivamente oportunizá-las como elemento central nos critérios de adaptação às já visíveis mudanças no clima. Os governos buscam, na maioria das vezes, obras ou ações de vulto, mais sem tanta objetividade e clareza, como ocorre com a transposição do rio São Francisco. Sem dúvida, necessitamos de uma nova ordem no processo de disponibilização da água, mas mais ainda na conservação deste valioso bem. Para que pudéssemos modificar esta estrutura, teríamos que investir grandiosas quantias na reestruturação de nossos sistemas captadores e distribuidores em várias cidades e de diferenciados portes populacionais. Nossas políticas na maioria das vezes respondem a extremos e desastres ocorridos e não à prática de redução da possibilidade destes acontecimentos, atingindo principalmente populações dentro do grau de pobreza. REFERÊNCIAS A Mudança Climática e a água na América Latina. Escrito por: Franklin Freire, 2009. Disponível em: http://geografia.uol.com.br/geografia/mapas-demografia/26/a-mudanca-climatica-e- a-agua-na-america-latina--145885-1.asp. Acesso em: 15 de setembro de 2009. BBC Brasil. Revista Science. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,impacto-de- seca-na-amazonia-supera-emissoes-de-europa-e-japao,334090,0.htm. Acesso em: Em 15 de setembro de 2009. FADEL, David Antonio Filho. Climatologia e Estudos da Paisagem. Rio Claro – Vol.2 – n.1– janeiro/junho/2007, p.15 JOLY, Carlos Alfredo. Biodiversidade e mudanças climáticas: contexto evolutivo, histórico e político. 2007. Mudanças Climáticas na América Latina. Disponível em: www.apolo11.com/imagens/etc/amazonia_seca_2005. Acesso: Em 15 de setembro de 2009. NACARATTI, Marilene Agrizzi. Os cenários de mudanças climáticas como novo condicionante para a gestão urbana: As perspectivas para a população da Cidade do Rio de Janeiro. 2008. Disponível em: http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1024.pdf. Acesso em 16 de setembro de 2009. WALKER, Gabrielle; KING, Sir David. O Tema Quente. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2007. http://geografia.uol.com.br/geografia/mapas-demografia/26/a-mudanca-climatica-e-a-agua-na-america-latina--145885-1.asp http://geografia.uol.com.br/geografia/mapas-demografia/26/a-mudanca-climatica-e-a-agua-na-america-latina--145885-1.asp http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,impacto-de-seca-na-amazonia-supera-emissoes-de-europa-e-japao,334090,0.htm http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,impacto-de-seca-na-amazonia-supera-emissoes-de-europa-e-japao,334090,0.htm http://www.apolo11.com/imagens/etc/amazonia_seca_2005 http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1024.pdf
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