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Fichamento até cap 5 Livro TCC Beck

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Prévia do material em texto

Centro Universitário Augusto Motta 
Estágio Profissional em TCC 
Professora/Supervisora: Maristela Candida da S. de Freitas 
 
 
 
 Prefácio 
“Este livro é dedicado a um público variado de profissionais da área de saúde e da saúde mental, 
desde aqueles que nunca estiveram expostos à terapia cognitivo-comportamental até os que são 
bastante experientes, mas deseja aperfeiçoar suas habilidades, incluindo como conceituar pacientes 
cognitivamente, planejar o tratamento, empregar uma variedade de técnicas, avaliarem a eficácia do 
seu tratamento e detalhar os problemas que surgem em uma sessão.” (pág. 13) 
Para ilustrar os exemplos, Judith Beck escolheu uma paciente ideal chamada Sally e exemplifica o 
tratamento do seu diagnóstico de depressão moderada. 
Esse livro foi publicado em 20 línguas e essa edição traz sugestões que vieram de toda parte do 
mundo, além de discussões com supervisores, alunos, colegas, iniciantes e veteranos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo em fichamento 
Terapia Cognitivo Comportamental Teoria e Prática 
Autora: Judith S. Beck 
2º Edição do clássico da Terapia Cognitiva 
Editora: Artmed 
2013 
 
 
 
 
(O Livro possui 21 Capítulos, esse fichamento possui apenas os primeiros 05 capítulos) 
 
 
Capítulo 1. Introdução à terapia cognitivo-comportamental? 
O que é TCC? 
Qual a Teoria subjacente à TCC? 
O que dizem as pesquisas? 
Como foi desenvolvida a terapia cognitivo-comportamental de Beck? 
Quais os princípios básicos do tratamento? 
Como é uma sessão? 
O desenvolvimento do terapeuta 
Capítulo 2 – Visão Geral do Tratamento 
Desenvolvendo a relação terapêutica 
Planejando o tratamento e estruturando as sessões 
Identificando e respondendo às cognições disfuncionais 
Enfatizando o positivo 
Facilitando a mudança cognitiva e comportamental entre as sessões (atividades de casa 
Capítulo 3 – Conceitualização cognitiva 
O modelo cognitivo 
Crenças 
Relação entre comportamentos e pensamentos 
Capítulo 4 – Sessão de avaliação 
Objetivos da sessão de avaliação 
Estrutura da sessão de avaliação 
O início da sessão de avaliação 
Fase de avaliação 
Final da avaliação 
Envolvendo um familiar 
Relatando as suas impressões 
Definindo os objetivos iniciais para o tratamento e relatando seu plano de tratamento 
Expectativas do tratamento 
Delineando uma conceitualização cognitiva inicial e um plano de tratamento 
Capítulo 5. Estrutura da primeira sessão 
Objetivos e estrutura inicial 
Definindo a pauta 
Fazendo a verificação de humor 
Obtendo uma atualização 
Discutindo o diagnóstico 
Identificação do problema e definição dos objetivos 
Educando o paciente sobre o modelo cognitivo 
Discussão do problema ou ativação comportamental 
Resumo de final da sessão e prescrição dos exercícios de casa 
Feedback 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 1 
Introdução à terapia cognitivo-comportamental 
Citações 
DESENVOLVIDA na década de 1960, Aaron Beck, 
psicanalista atuante, tentou através de pesquisas 
validar teorias empiricamente. Ele identificou 
cognições negativas distorcidas como característica 
primária da depressão e desenvolveu tratamento de 
curta duração no qual um dos objetivos principais era 
o teste de realidade do pensamento depressivo do 
paciente. 
Ele resolveu testar o conceito psicanalítico de que a 
depressão é resultante de hostilidade voltada contra si 
mesmo e investigou sonhos de pacientes deprimidos 
percebendo que havia temas como fracasso, privação 
e perda – similares aos temas de quando estavam 
acordados – refutou então a ideia psicanalítica de que 
os pacientes deprimidos têm necessidade de sofrer. 
Percebeu que seus pacientes faziam associações 
livres e tinham pensamentos que qualificavam a si 
mesmos, ligados às suas emoções e passou a 
identificar avaliar e responder a estes pensamentos 
desadaptativos e irrealistas, obtendo assim uma 
melhora rápida. Ampliou essa pesquisa para 
Universidades e em ensaio clinico com deprimidos 
viu que a TCC era tão efetiva quanto um 
antidepressivo da época. 
Publica então o Manual de TCC em 1979. 
Inicialmente ele estudou a depressão onde é 
necessário foco nos problemas e identificar, avaliar e 
responder aos pensamentos depressivos e 
posteriormente a ansiedade, onde notou uma 
necessidade de avaliar os riscos das situações de 
temor, levando em conta recursos internos e externos 
e melhorando-os. É importante também reduzir a 
evitação e ampliar a confrontação para testar 
previsões comportamentalmente. 
O QUE É? O modelo da psicoterapia desenvolvida 
por ele tem as seguintes características: (estruturada, 
curta duração, foco no presente, solução de 
problemas atuais, modificação pensamentos e 
comportamentos disfuncionais. 
As fontes de Beck (filósofo Epíteto, Karen Horney, 
Alfred Adler, George Kelly, Albert Ellis, Richard 
Lazorus, Albert Bandura...). 
Pressupostos teóricos permanecem constantes em 
todos os modelos cognitivos (formulação cognitiva, 
crenças e estratégias comportamentais, modificação. 
“Existem muitas formas de terapia cognitivo-
comportamental que compartilham características da 
terapia de Beck.” (pág. 22) 
Terapia racional emotiva comportamental, Ellis 
Terapia comportamental dialética, Linehan 
Terapia de solução de problemas, Nezu e D’Zurilla 
Terapia de aceitação e compromisso, Hayes, Follette, 
Linehan 
Terapia de exposição, Foa, Rothbaum 
Terapia de processamento cognitivo, Resick, 
Schnicke 
Sistema de psicoterapia de análise cognitivo 
comportamental, MacCullough 
Ativação comportamental, Lewinsohn, Sullivan, 
Grosscup 
Modificação cognitivo comportamental, 
Meichenbaun e outras. 
QUAL A TEORIA SUBJACENTE A TERAPIA 
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL 
“O modelo cognitivo propõe que o pensamento 
disfuncional é comum a todos os transtornos 
psicológicos. Quando as pessoas aprendem a avaliar 
seus pensamentos de forma mais realista e adaptativa, 
obtém-se a melhora no estado emocional e no 
comportamento.” (pág. 23). 
“Por exemplo, se você estivesse muito deprimido e 
emitisse alguns cheques sem fundos, poderia ter um 
pensamento automático, uma ideia que simplesmente 
aparece em sua mente: “Eu não faço nada direito”. 
Esse pensamento poderia conduzir a uma reação 
específica: você se sentiria triste (emoção) e se 
refugiaria na cama (comportamento). Se então 
examinasse a validade dessa ideia, poderia concluir 
que fez uma generalização e que na verdade você faz 
muitas coisas bem.(pág. 23). 
“Para que haja melhora duradoura no humor e no 
comportamento do paciente, os terapeutas cognitivos 
trabalham em um nível mais profundo de cognição: 
as crenças básicas do paciente sobre si mesmo, seu 
mundo e outras pessoas. A modificação das crenças 
disfuncionais subjacentes produz uma mudança mais 
duradoura. Por exemplo, se você continuamente 
subestima suas habilidades, pode ser que tenha uma 
crença subjacente de incompetência.” (pág. 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PESQUISAS mostram que a TCC tem eficácia para 
uma gama de transtornos psiquiátricos, psicológicos 
e problemas médicos com componentes psicológicos, 
através de mais de 500 estudos, de 1977 até o 
momento. 
A SESSÃO no início das sessões, você precisa 
restabelecer aliança, checar humor, sintomas, 
experiências da semana, nomear problemas que mais 
deseja resolver, verificar exercícios de casa e plano 
de ação, coletar dados, conceituar cognitivamente as 
dificuldades do paciente (seus pensamentos 
automáticos, emoções e comportamentos associados 
a ele), além de planejar colaborativamente a 
estratégia, solução objetiva do problema, avaliação e 
finalmente a mudança de comportamento. 
Sally se apresenta no livro como uma estudante 
universitária com pensamentos automáticos ligados a 
incompetência, pois acredita que pode ser reprovada 
por conta de algumasnotas ruins e pouco a pouco 
esses pensamentos serão trabalhados no decorrer dos 
capítulos de forma que ela possa ter uma visão mais 
adaptativa do problema. 
DESENVOLVIMENTO DO TERAPEUTA 
É importante que o terapeuta iniciante precise de mais 
estrutura e cuidado, para que possa entrelaçar todos 
os elementos, além de ser fundamental aprender a 
habilidade de desenvolver a relação terapêutica, 
conceituar e usar as técnicas de forma efetiva. 
A medida que o terapeuta vai adquirindo o 
conhecimento, ele passa por três estágios: o nível 1 
em que ele aprende habilidades básicas para 
conceituar o caso em termos cognitivos com base no 
que foi coletado, além de estruturar a sessão e bom 
senso para planejar o tratamento e ajudar o paciente a 
encarar seus problemas e pensamentos disfuncionais, 
no nível 2 existe mais proficiência na integração 
desses processos e maior tato para saber a hora de 
usar a técnica apropriada e no estágio 3 tudo se 
integra automaticamente. 
Você poderá identificar pensamentos automáticos me 
si mesmo como “isso é muito difícil” “Não vou 
conseguir”...é importante anotá-los e responder à eles 
de forma a modificá-los, além de praticar a habilidade 
da terapia. 
PRINCÍPIOS BÁSICOS DO TRATAMENTO 
“embora a terapia deva se adequar a cada indivíduo 
existem determinados princípios que estão presentes 
na terapia cognitivo-comportamental para todos os 
pacientes.” (pág. 26) 
-Baseada em uma formulação de desenvolvimento 
contínuo dos problemas do paciente e em uma 
conceituação individual de cada paciente em termos 
cognitivos. 
-Aliança terapêutica sólida 
-Colaborativa e ativa 
-Orientada para objetivos com foco no problema 
-Enfatiza inicialmente o presente 
-Educativa, pois ensina o paciente a ser seu terapeuta 
e previne recaída 
-Limitado no tempo (6 a 14 sessões) ou 2 anos 
conforme caso. 
- São estruturadas 
-Ensina paciente a identificar, avaliar e responder aos 
pensamentos e crenças disfuncionais 
-Usa várias técnicas para mudar o pensamento, 
humor e comportamento. 
(pág. 27-31) 
“O modelo cognitivo, a proposição de que o 
pensamento de um indivíduo influencia suas 
emoções e seu comportamento, é bastante simples, 
entretanto os terapeutas cognitivo-comportamentais 
experientes realizam muitas tarefas de uma só vez: 
conceituam o caso, desenvolvem rapport, 
familiarizam e educam o paciente, identificam 
problemas, coletam dados, testam hipóteses e fazem 
resumos periódicos.” (pág. 32). 
“O seu conhecimento como terapeuta será ampliado 
se você começar a aplicar em si mesmo as 
ferramentas descritas neste livro.” (pág. 34) 
[...] “O que está passando pela minha mente?” [...] 
“Será particularmente importante que você 
identifique seus pensamentos automáticos ao mesmo 
tempo em que lê este livro e experimenta as técnicas 
com seus pacientes”. (pág. 34). 
“Faça um cartão de enfrentamento em que escreve 
afirmações que são importantes de serem lembradas.” 
[...] “O meu objetivo não é curar este paciente hoje. 
Ninguém espera que faça isso. O meu objetivo é 
desenvolver uma boa aliança de trabalho...” (pág. 36). 
 
Capítulo 2 
Visão Geral do Tratamento 
Citações 
Este capítulo aborda de forma resumida o tratamento 
com terapia cognitivo-comportamental e apresenta os 
elementos de cada sessão. 
Desenvolver a confiança e rapport estão relacionados 
com resultados positivos do tratamento e alguns 
pontos são fundamentais para que haja sucesso como 
demonstrar boas habilidades terapêuticas, 
compreensão, compartilhamento de conceituação e 
plano, tomar decisões colaborativamente, buscar 
feedback, flexibilidade para variar o estilo e ajudar 
paciente a resolver seus problemas e angústias. 
DEMONSTRAÇÃO DE BOAS HABILIDADES 
TERAPÊUTICAS é mostrada através do 
compromisso e empatia, além de tom de voz, 
expressões faciais e linguagem corporal, 
demonstrando que se importa com o paciente e o 
valoriza, que entende sua situação, está confiante e 
está preparado para lhe ajudar. Um supervisor ajuda, 
caso haja dificuldade em crer de fato nessas 
afirmações. 
Você pode ajudar o paciente toda vez que é cordial, 
ele se sentirá digno de estima, quando você 
demonstra que é um trabalho em equipe, ele sente-se 
menos sozinho, quando você demonstra esperanças 
realistas de que o tratamento é eficaz, ele se sente 
mais otimista. 
Beck desde o princípio destacou a importância de a 
relação terapêutica ser boa. 
É importante solicitar feedback ao fim das sessões 
para oportunizar o paciente de se expressar e perceber 
algum sinal que passou despercebido, mas que pode 
comprometer a aliança, pois geralmente se sentem 
valorizados ao ver que você quer a opinião dele e 
flexibiliza o tratamento por causa das pontuações 
dele. 
VARIANDO O SEU ESTILO é importante porque 
alguns pacientes podem achar que você está sendo 
sensível demais e desta forma, você precisa estar 
alerta aos sinais de reações emocionais do paciente 
para flexibilizar seu estilo. 
Os pacientes geralmente se sentem mais confortáveis 
quando sabem o que esperar da terapia. 
Elementos de cada sessão 
- desenvolvimento de relação terapêutica 
- Planejamento do tratamento e estruturação das 
sessões 
- Identificação e resposta às cognições disfuncionais 
- Ênfase no positivo 
- Facilitação da mudança cognitiva e comportamental 
entre sessões (exercícios de casa). 
“Você se esforça para ser um bom ser humano no 
consultório com seus pacientes” (pág. 38) 
COMPARTILHANDO SUA CONCEITUAÇÃO E 
PLANO DE TRATAMENTO 
“Uma paciente pode ter acabado de descrever um 
problema com a sua mãe. Você lhe pediu para 
entender o problema no modelo cognitivo. Depois 
você conceitua em voz alta, de forma resumida. Ok, 
eu quero ter certeza que entendi. A situação era de 
que sua mãe gritou com você ao telefone por não ligar 
para seu irmão e seu pensamento automático foi: Ela 
não percebe o quanto estou ocupada [...] Esses 
pensamentos fizeram com que se sentisse magoada e 
brava, mas você não lhe disse nada em resposta. 
(comportamento)... eu entendi bem?” ( pág. 39). 
TOMAR DECISÕES COLABORATIVAMENTE 
“Ao mesmo tempo que guia o paciente durante as 
sessões, você também vai estimular ativamente a 
participação dele” (pág. 39). 
AJUDANDO O PACIENTE A ALIVIAR 
ANGÚSTIA 
“[...] você usará a aliança terapêutica para apresentar 
a ele evidências de que suas crenças nucleares são 
incorretas.” (pág.40) 
PLANEJANDO O TRATAMENTO E 
ESTRUTURANDO AS SESSÕES 
“ Um dos objetivos principais do tratamento é tornar 
o processo de terapia compreensível para você e para 
o paciente.” (pág.41) 
 
 
 
 
 
 
 
O planejamento do tratamento começa antes do 
paciente no consultório. É quando você examina 
todos os dados, formulários coletados, e exercícios da 
semana anterior para ter uma ideia geral do que 
pretende estruturar na sessão. 
A primeira parte da sessão é aliança e coleta de dados 
para priorizar os itens da pauta e segue para a segunda 
parte, onde discute-se os problemas em equipe, 
ensinando as habilidades de solução de problemas, 
reforçando o modelo cognitivo para que ele tenha 
compreensão e ajudando o paciente a responder a 
seus pensamentos automáticos, obtendo novo 
entendimento em relação a eles e exercícios de casa. 
Por fim, pergunte ao paciente os pontos que ele achou 
importantes na sessão, fazendo anotações de tudo e 
pedindo feedback. 
É possível avaliar o pensamento automático através 
da descoberta guiada que visa ajudar o paciente a ter 
uma visão mais realista e vai criar colaborativamente 
experimentos comportamentais a fim de testar as 
previsões do paciente, quando possível. 
A autora demonstra com a Sally, algumas perguntas 
que podem ajudar nesta descoberta guiada como 
quais as evidências de que você não será capaz de 
trabalhar? Alguma evidência contrária? Qual a pior 
coisa que poderiaacontecer caso trabalhasse lá? E a 
melhor coisa? Qual o efeito de acreditar que você não 
consegue dar conta do emprego? Qual o efeito de 
mudar seu pensamento de pensar que poderia sim 
trabalhar na livraria? 
Os experimentos comportamentais permitem que, 
mediante um pensamento automático como achar que 
não pode ser capaz de entender um trecho de um 
livro, ele possa no consultório fazer a leitura e o 
resumo e comprovar que suas ideias não são reais. 
ENFATIZANDO O POSITIVO 
Por ter a atenção voltada para experiências negativas, 
o paciente tem dificuldade de reconhecer uma 
experiência positiva porque distorcem a realidade. 
Por isso é importante tentar destacar os pontos 
positivos a partir da primeira sessão e através da 
aliança terapêutica, assinalando todos dados 
positivos e vai reforçá-los sempre que ele mencioná-
los. 
“O objetivo terapêutico mais amplo, é melhorar o 
humor do paciente durante a sessão e criar um plano 
para que ele se sinta melhor e aja de maneira mais 
funcional durante a semana.” (pág. 41). 
IDENTIFICANDO E RESPONDENDO ÀS 
COGNIÇÕES DISFUNCIONAIS 
“Um aspecto importante de quase todas as sessões 
terapêuticas é ajudar o paciente a responder às suas 
ideias inexatas ou inúteis: seus pensamentos 
automáticos, imagens(quadros mentais) e /ou crenças 
subjacentes.” (pág. 42) 
“O que está passando pela sua cabeça agora” 
DESCOBERTA GUIADA 
“você evoca as cognições do paciente (pensamentos 
automáticos, imagens e/ou crenças). Constantemente 
você vai averiguar qual cognição ou cognições são 
mais perturbadoras para o paciente, depois lhe fará 
uma série de perguntas para ajudá-lo a olhar com 
distanciamento [...] irá descatastrofizar seus medos”. 
(pág. 43) 
“ Sally consegue avaliar facilmente o seu pensamento 
disfuncional, “Eu não vou conseguir dar conta de um 
emprego”. (pág. 45) 
“Se Sally tivesse hesitado, eu poderia ter lhe pedido 
para resumir o que discutimos e depois montaríamos 
em conjunto um cartão de enfrentamento baseado no 
seu resumo”. [...] “Se eu evitar ir à livraria, devo me 
lembrar de que provavelmente conseguiria dar conta 
de um trabalho lá e que sempre poderia desistir, caso 
não desse certo. Isso não é um grande problema”. 
(pág. 45) 
EXPERIMENTOS COMPORTAMENTAIS 
“A discussão da validade das ideias do paciente, 
conforme descrito poderá ajudá-lo a mudar de 
pensamento, mas a mudança pode ser 
significativamente mais profunda se a cognição for 
sujeitada a um teste comportamental, isto é, se o 
paciente puder ter uma experiência que refute sua 
validade”. (pág. 46) 
 
 
 
 
 
 
 
 
FACILITANDO A MUDANÇA COGNITIVA E 
COMPORTAMENTAL ENTRE SESSÕES 
É importante que ao final de cada sessão, o paciente 
se sinta melhor e alguns pontos são importantes para 
que isso aconteça: é preciso ajudar o paciente a 
avaliar e responder aos pensamentos automáticos que 
ele terá entre sessões, fazê-lo pensar em soluções para 
seus problemas e ensinar o paciente, novas 
habilidades a serem praticadas na semana. 
“Os exercícios de casa geralmente são mudanças 
comportamentais e identificação de pensamentos e 
crenças e avaliação da resposta para testar a validade 
dos pensamentos. 
“Os exercícios de cada surgem naturalmente a partir 
da discussão de cada problema, porque assim o 
paciente terá coisas para relembrar (mudanças na 
cognição) e/ou coisas para fazer”. (pág. 48). 
Anotações do paciente 
“se eu começar a pensar que não consigo limpar a 
cozinha, devo me lembrar de que vou fazer isso só 
por 10 minutos, que poderá ser difícil, mas 
provavelmente não será impossível e que os 
primeiros minutos serão os mais difíceis e depois 
provavelmente vai ficar mais fácil”. (pág. 48). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 3 
Conceituação Cognitiva 
Citações 
Neste capítulo aborda-se a importância da 
conceituação cognitiva para entendermos o paciente. 
A conceituação cognitiva vai sendo construída 
durante o primeiro contato em diante. 
O processo de formulação de caso parte de perguntas 
e hipóteses: 
*Perguntas – Diagnóstico, problemas atuais, como se 
desenvolveram, que pensamentos e crenças se 
associam à ele e as reações emocionais, fisiológicas e 
comportamentais estão associadas aos pensamentos? 
* Hipóteses – Como o paciente vê a si, os outros e o 
mundo e o futuro, as crenças subjacentes e 
pensamentos, como tem enfrentado suas cognições 
disfuncionais, que estressores contribuíram para o 
desenvolvimento de seus problemas psicológicos ou 
interfere na resolução, que significado o paciente 
extrai dessas experiências, que mecanismos 
cognitivos, afetivos e comportamentais o paciente 
desenvolveu para enfrentar esta crença? 
O MODELO COGNITIVO - parte de uma hipótese 
de que as emoções, fisiologia e comportamento do 
paciente são influenciados pelas percepções que o 
paciente tem das situações, desta forma não é a 
situação em si que influencia e sim como o paciente 
a entende. 
Imagine vários leitores de um livro com percepções 
diferentes: um acha que o livro faz sentido, e animado 
continua lendo, outro acha que não vai funcionar, 
fecha o livro desapontado, outro ainda pensa que a 
leitura está complicada, difícil e pensa que não vai 
conseguir, fica triste, liga a TV. Desta forma, a 
resposta é mediada pela percepção da situação. 
Quando você adquire a habilidade de identificar seus 
pensamentos automáticos, você poderá avaliar a 
validade desse pensamento. Se por exemplo você tem 
um pensamento de que nunca vai conseguir terminar 
toda a tarefa, você pode relembrar de experiências 
passadas onde você concluiu com êxito uma 
atividade semelhante e sabe que consegue. Isso é uma 
correção de uma interpretação que você fez de uma 
situação e seu humor melhora, porque você age de 
forma mais realista para avaliar a situação. 
Modelo Cognitivo, (pág.50) 
Situação/evento 
Pensamento automático 
Reação [emoção, fisiologia, comportamento] 
“A forma como as pessoas se sentem 
emocionalmente e a forma como se comportam estão 
associadas a como elas interpretam e pensam a 
respeito da situação”. (pág.51) 
“Enquanto você está lendo um livro, parte da sua 
mente está focando nas informações lidas, ou seja, 
você está tentando entender e integrar as 
informações. Em outro nível, contudo, você poderá 
estar tendo pensamentos rápidos e avaliativos. Esses 
pensamentos são chamados pensamentos 
automáticos e não são resultantes de deliberação e 
raciocínio. [...] Mesmo que você esteja consciente 
dos seus pensamentos, é mais provável que os aceite 
sem nenhuma crítica, acreditando que eles são 
verdadeiros”. (pág. 51). 
“Poderá aprender a identificar seus pensamentos 
automáticos, dando atenção às mudanças no seu 
afeto, comportamento e/ou fisiologia. Pergunte-se “O 
que está passando pela minha cabeça? Quando: (pág. 
51). 
- você começa a se sentir disfórico 
- você se sente inclinado a se comportar de uma 
maneira disfuncional (ou a evitar se comportar de 
uma maneira adaptativa). 
- você observa mudanças angustiantes em seu corpo 
ou mente. (pág. 51). 
“Em termos cognitivos, quando pensamentos 
disfuncionais são sujeitos à reflexão objetiva, as 
emoções, o comportamento e a reação fisiológica do 
sujeito geralmente se modificam”. (pág. 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As CRENÇAS CENTRAIS ou NUCLEARES são 
compreensões profundas e duradouras que são 
construídas desde a infância e se tornam verdades 
absolutas. 
Se uma pessoa possue a crença central de que é 
incompetente, ela tende a interpretar as situações por 
meio das lentes de sua própria crença de 
incompetência, ainda que seja irreal. 
O estado de depressão do indivíduo aumenta a 
possibilidade destas crenças serem ativadas, porém 
pode ser que ela não ocorra todo o tempo. 
Os pensamentos automáticos, palavras ou imagens, 
operamem um nível mais superficial da cognição. 
CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS (Atitudes, regras e 
pressupostos) - 
Se uma pessoa possue a crença nuclear de 
incompetência, ela pode ter uma atitude de achar que 
é terrível falhar, uma regra de desistir se o desafio 
parecer grande demais e o pressuposto de que se ela 
tentar fazer algo difícil vai falhar e se evitar ficará 
bem, compondo assim suas crenças intermediárias. 
As pessoas precisam organizar sua experiência ao 
longo do desenvolvimento através de suas interações 
com o mundo, mais a sua genética, levam a um 
entendimento: suas crenças. Essas crenças podem ser 
modificadas a medida que o paciente consegue 
interpretar as situações de uma forma diferente, mais 
adaptativa. 
A tcc inicialmente foca a identificação e modificação 
de pensamentos automáticos, que surgem das crenças 
nucleares. O paciente deve aprender a criar um 
distanciamento da crença de que ele é verdadeiro e 
promover uma mudança de pensamento mais 
baseado na realidade. 
“Em termos piagetianos, o esquema é uma estrutura 
mental hipotética que organiza as informações. 
Dentro deste esquema, a crença nuclear do leitor é: 
Eu sou incompetente. Quando ele é apresentado a 
dados negativos, esse esquema é ativado e os dados 
contidos nos retângulos negativos são imediatamente 
processados como confirmação dessa crença nuclear, 
o que deixa a crença ainda mais forte”. 
[...] processo diferente ocorre quando é apresentado a 
dados positivos (tais como analisar qual plano de 
saúde seria o melhor para sua família). [...] a mente 
dele desconsidera os dados positivos 
automaticamente (eu escolhi um plano de saúde, mas 
levei muito tempo). [...] essas interpretações em 
essência mudam o formato dos dados dos triângulos 
positivos para os negativos. [...] fortalecem a crença 
nuclear negativa”. (pág. 53). 
“As crenças nucleares são super rígidas e 
supergeneralizadas”. (pág. 53). 
“As crenças nucleares influenciam o 
desenvolvimento de uma classe intermediária de 
crenças que são as atitudes, as regras e os 
pressupostos”. (pág. 54). 
“Modelo de processamento da informação [...] 
demonstra como os dados negativos são processados 
imediatamente, fortalecendo a crença nuclear, 
enquanto os dados positivos são desconsiderados 
(transformados em dados negativos) ou não 
percebidos”. (pág. 54). 
“As crenças disfuncionais podem ser desaprendidas e 
novas crenças baseadas na realidade e mais 
funcionais podem ser desenvolvidas e fortalecidas 
durante o tratamento”. (pág. 55). 
“Por meio de repetidas experiências nas quais ele 
obtém alívio ao trabalhar no nível mais superficial da 
cognição, o paciente fica mais aberto à avaliação das 
crenças que estão subjacentes ao seu pensamento 
disfuncional. As crenças relevantes de nível 
intermediário e as crenças nucleares são avaliadas de 
várias maneiras e posteriormente modificadas para 
que também mudem as percepções do paciente”. 
(pág. 56). 
COMPORTAMENTO E PENSAMENTO 
AUTOMÁTICO - 
Se o leitor que se acha incompetente fosse capaz de 
avaliar seus pensamentos, ele poderia entender que 
aquela leitura pode estar difícil, mas não impossível, 
pois já conseguiu ter entendimento de outros livros 
antes, desta forma reduziria sua tristeza e chegaria ao 
seu objetivo de terminar a leitura. 
A percepção da pessoa é a resposta às suas crenças e 
é expressa pelos seus pensamentos automáticos que 
influenciam a reação mediante uma situação. Essas 
situações podem ser: receber uma nota baixa, uma 
lembrança ruim, imagem de reprovação, emoção 
ruim, comportamento disfórico, taquicardia. 
Existem perguntas básicas que você deve se fazer 
para melhorar a relação terapêutica: Como paciente 
chegou a esta situação? Que vulnerabilidades eram 
significativas? Como a enfrentou? Houve algum 
trauma que aumentasse a predisposição a essas 
dificuldades? Quais são os pensamentos automáticos 
e que crenças eles se originam? 
Crenças nucleares de Sally – Quando criança, Sally 
sempre se comparava a um irmão mais velho bem 
sucedido e sempre se achava inferior e a sua mãe 
reforçava isso, falando por exemplo que o irmão tinha 
notas boas no boletim e ela não. Isso também 
acontecia na escola, ela se comparava com bons 
alunos e desconsiderava as experiências positivas, 
desqualificando-as, como por exemplo tirar nota alta 
e falar que a prova é que estava fácil, Eu tive sorte, 
foi por acaso. 
Ela acreditava que era incompetente, tinha uma 
crença negativa de si mesmo, mas seu pai a apoiava e 
incentivava por exemplo com beisebol, reforçando 
seus acertos, portanto tinha crença positivas também 
de que era competente em algo, 
Mas foi na adolescência que deprimida ativou suas 
crenças nucleares negativas. 
Crenças intermediárias de Sally eram mais acessíveis 
e desenvolveu regras e atitudes como ter que ser 
sempre ótima em tudo, dar o melhor de si e não 
desperdiçar seu potencial e um pressuposto de que se 
ela estudasse muito, conseguiria superar as falhas e 
se sair bem na escola, porém quando deprimida, não 
acreditava mais no pressuposto e sim na crença de 
que por causa das deficiências dela, nunca 
conseguiria nada. 
Hierarquia da cognição 
Crenças nucleares | Crenças intermediárias (regras, 
atitudes, pressupostos) | Situação |Pensamentos 
automáticos| Reação (emocional, comportamental, 
fisiológica) 
“Uma conceituação cognitiva correta ajudará você a 
identificar quais são as estradas principais e como 
viajar melhor”. (pág. 58). [...]“você confirma, rejeita 
ou modifica suas hipóteses a medida que o paciente 
apresenta novos dados. A conceituação portanto é 
variável”. (pág.59). 
Sequência complexa do modelo cognitivo 
“Situação: Sally sente exausta (fisiológico) ao 
acordar 
Pensamento automático “estou muito cansada para 
levantar, não adianta sair da cama, eu não tenho 
energia para ir a aula ou estudar. 
Emoção: tristeza 
Resposta fisiológica: o coração começa a acelerar 
Situação: percebe taquicardia 
Pensamento automático: O meu coração está batendo 
tão rápido, o que há de errado comigo? 
Emoção: aumento de ansiedade 
Resposta fisiológica: sente corpo tenso, o coração 
continua a bater rapidamente 
Pensamento automático: é melhor ficar na cama 
Emoção: alívio 
Resposta fisiológica: diminuição da tensão ou 
batimento cardíaco 
Comportamento: ficar na cama. 
“Sally finalmente se levanta, chega à aula com 20 
minutos de atraso e então tem uma série de 
pensamentos automáticos sobre estar atrasada e ter 
perdido parte da aula expositiva”. (pág 59). 
“Sally desenvolveu determinadas estratégias 
comportamentais para enfrentar ou compensar o que 
encarava como falhas. [...] trabalhava arduamente na 
escola e nos esportes. Ela preparava suas tarefas com 
zelo excessivo e estudava muito para os testes” (pág. 
62) 
“Em seu primeiro ano de faculdade, predominaram 
os pensamentos negativos durante sua depressão, o 
que a levou interpretar situações de uma forma muito 
negativa e a ter predominantemente pensamentos 
negativos (irrealistas). Esses pensamentos distorcidos 
também a levavam a se comportar de forma 
autodestrutiva”. (pág. 63). 
 
 
 
 
ESTRUTURA DA SESSÃO DE AVALIAÇÃO 
segue alguns parâmetros como cumprimentar o 
paciente, decidir com ele se algum parente participará 
das sessões, definir a pauta transmitindo expectativas 
adequadas, conduzir a avaliação, definir objetivos 
mais amplos e solicitar feedback. 
NA SESSÃO DE AVALIAÇÃO é preciso revisar 
todos os seus registros e conversar estes pontos acima 
com o paciente e começar a estruturar a sessão. 
A FASE DE AVALIAÇÃO inclui saber dados 
pessoais, problemas atuais, historia da doença, 
estratégia de enfrentamento funcional e disfuncional, 
história psiquiátrica, abuso substâncias, situação 
médica, psiquiátrica familiar, desenvolvimento, 
social, educacional, vocacional e espiritual, além deser importante avaliar o grau de risco de suicídio do 
paciente e o cronograma diário de atividades em que 
você observa enquanto ele relata o dia, as mudanças 
de humor, como funciona a interação social, em casa, 
amigos, e o que faz em seu tempo livre e o que está 
evitando ativamente. 
Essa descrição das atividades diárias ajuda a destacar 
as dificuldades do paciente que supostamente serão 
objeto de tratamento como sono e apetite irregular, 
isolamento social, problemas de concentração e 
outros. 
Para estabelecer a aliança, é importante ficar atento 
aos indicadores de que o paciente terá 
comprometimento com o tratamento. Observando 
que a paciente expõe um pensamento automático, é 
importante sinalizar neste momento como 
trabalharemos esse pensamento nas próximas 
sessões. 
É importante interromper o paciente de forma gentil 
caso ele detalhe muito: Poderia interromper um 
momento, pois preciso saber... 
A PARTE FINAL é interessante perguntar se existe 
algo que ele queira colocar e é o momento oportuno 
para perguntar se ele quer que o FAMILIAR participe 
do final da sessão e se posso perguntar coisas como: 
o que seria importante saber sobre ele, relatar as 
impressões iniciais e apresentar um plano provisório 
de tratamento. 
“Sally, conforme lhe expliquei por telefone, esta é a 
nossa sessão de avaliação. Não é uma sessão de 
terapia, portanto hoje não vamos trabalhar na solução 
dos seus problemas. Vamos começar a fazer isso na 
próxima vez. Hoje preciso lhe fazer muitas perguntas 
(dando uma justificativa) para que eu possa definir o 
seu diagnóstico. Algumas das perguntas serão 
relevantes, Muitas não, mas eu preciso fazê-las para 
que possa incluir os problemas que você tem e excluir 
os problemas que não tem. Está bem para você?” 
(pág. 68). 
[...] 
Provavelmente hoje eu vou precisar interrompê-la 
algumas vezes para poder obter as informações de 
que preciso. Se isso lhe incomodar você me diz? 
(pág. 68). 
[...] 
Antes de começarmos eu gostaria de lhe dizer o que 
eu espero abordar hoje. (definindo a pauta) Eu 
gostaria de saber mais sobre os sintomas que você 
tem vivenciado, como você tem funcionado 
ultimamente e também a sua história. Depois vou 
pedir para que você me conte qualquer outra coisa 
que eu deva saber. Então iremos definir alguns 
objetivos amplos para o tratamento. Eu vou lhe dizer 
as minhas impressões iniciais e no que eu acho que 
devemos nos focar no tratamento. Também vou lhe 
perguntar o que você acha e, no fim, verei se você 
tem outras questões ou preocupações. (sendo 
colaborativo) Assim está bem para você? (pág. 68). 
“Sally, eu gostaria de ter uma ideia de como é sua 
rotina diária. Você pode me contar o que faz desde a 
hora em que acorda até a hora em que vai dormir à 
noite?” (pág.70) 
“Parece que eu tenho tantos problemas. Eu não acho 
que alguma coisa vai ajudar”. [...] OK, este é um 
pensamento interessante [...] como esse pensamento 
faz você se sentir? Triste? Sem esperança? [...] esse é 
exatamente o tipo de pensamento depressivo sobre o 
qual falaremos na semana que vem. Precisaremos 
descobrir se esse pensamento é 100% verdadeiro, 0% 
verdadeiro ou se está em algum ponto intermediário”. 
(pág. 72). 
“Para a maioria dos casos de depressão e ansiedade, 
é adequado dar as suas impressões iniciais sobre o 
diagnóstico e mostrar-lhe como você vai confirmar 
esse diagnóstico usando o Manual diagnóstico e 
estatístico de transtornos mentais (DSM)”. (pág. 73). 
 
 
 
 
OBJETIVOS INICIAIS PARA O TRATAMENTO E 
PLANO DE TRATAMENTO 
O terapeuta vai explicar que irão trabalhar os 
pensamentos automáticos e ver quais são as 
evidências de que eles sejam reais, a fim de torná-los 
mais realistas, como por exemplo achar que é um 
fracasso, como isso a deixa deprimida e atrapalha a 
concentração nos estudos. 
Vai explicar ainda que é preciso mudar o pensamento 
depressivo para um mais realista e aprenderá 
habilidades que permitam isso para que seus 
problemas sejam resolvidos. Sempre precisa pedir 
feedback e se certificar de que a paciente está de fato 
entendendo e aberta para colaborar, portanto a 
empatia e cuidado devem estar sempre presentes no 
processo. 
Se o paciente demonstrar preocupação com o plano 
de tratamento, reforce-o positivamente por expressar 
seu ceticismo: “é bom que você tenha me dito isso” e 
depois saber porque ele acha que não vai funcionar. 
Pode ser que uma terapia anterior tenha sido mal 
sucedida, por inúmeros motivos: falha na aliança ou 
uso de técnicas de maneira incorreta. É importante 
não ignorar a preocupação da paciente e encorajá-lo 
em experimentar o tratamento e opinar sobre ele, 
porque daí é que se estabelece a aliança. 
EXPECTATIVAS DO TRATAMENTO nesta sessão 
é importante dar ao paciente uma ideia de tempo do 
tratamento que ocorre por volta de 2 a 4 meses, sendo 
os com transtornos psiquiátricos ou de personalidade 
1 ano ou mais, além dos mais sintomáticos que 
precisarão de sessões de reforço e medicação. 
Com base em todos os dados e mais a sessão de 
avaliação, foi levantada a hipótese de que Sally era 
vulnerável porque tinha a crença nuclear de 
incompetência que foi ativada na universidade, 
quando se viu diante de dificuldades nas aulas e 
começou a ter pensamentos automáticos que a 
deixavam triste e aos poucos ela foi desistindo de 
realizar tarefas que considerava difíceis, aumentando 
sua disforia. 
“Se você concordar, eu gostaria de usar alguns 
minutos para falar sobre os seus objetivos no 
tratamento e como eu acho que ele vai acontecer”. 
[...] “Nós vamos definir os objetivos específicos na 
próxima sessão, mas de uma forma mais ampla 
poderíamos dizer: reduzir a depressão? Reduzir a 
ansiedade? Sair-se melhor na faculdade? Voltar a 
socializar?” [...] “Agora eu gostaria de lhe dizer como 
eu acho que você vai melhorar e depois quero ouvir 
como isso lhe parece”. (pág. 74) 
“Começando na semana que vem, nós vamos 
trabalhar para atingir os seus objetivos. A cada 
sessão, eu vou lhe perguntar quais os problemas em 
que você quer a minha ajuda para resolver. [...] 
Podemos pensar em formas de melhorar a sua 
concentração, organizar um horário de estudo e pedir 
ajuda de outras pessoas. Se você precisar (pausa) isso 
lhe parece bom?” (pág.74). 
DELINEANDO UMA CONCEITUAÇÃO INICIAL 
E UM PLANO DE TRATAMENTO 
“você vai sintetizar as informações coletadas na 
avaliação para desenvolver uma conceituação 
cognitiva inicial, a partir da formulação cognitiva 
(crenças básicas e padrões comportamentais) 
associada ao diagnóstico do paciente. Você levantará 
hipóteses a respeito do transtorno do paciente. (pág. 
77). 
“Houve eventos importantes no início da vida que 
levaram ao desenvolvimento de crenças nucleares 
negativas? Quais são as crenças nucleares do 
paciente? O que precipitou o transtorno? O paciente 
fez uma interpretação adversa em relação a 
determinados eventos precipitantes? Como o 
pensamento e o comportamento do paciente 
contribuem para a manutenção do transtorno?” (pág. 
77). 
“Usará a conceituação para desenvolver um plano 
amplo de tratamento” (pág. 77). 
“ela encarava suas dificuldades como um defeito 
inato, não como consequência da depressão”. (pág. 
78) 
“Levantei a hipótese de que inicialmente precisaria 
focar no seguinte: ajudá-la a resolver os problemas 
acadêmicos e da vida diária, encorajá-la a tornar-se 
muito mais ativa e ensinar-lhe a identificar, avaliar e 
modificar seus pensamentos negativos inadequados e 
inúteis, especialmente os pensamentos associados a 
fracasso e incompetência”. (pág. 78). 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 5 
Estrutura da Primeira Sessão 
Citações 
Este capítulo vai abordar a estruturação da sessão 
inicial, onde será discutido o diagnóstico do 
paciente, a verificação do humor, a definição dos 
objetivos, o trabalho de um problema, definição dasatividades de casa e solicitação do feedback. 
Os objetivos principais de uma primeira sessão são: 
rapport, familiarizar o paciente com o modelo do 
tratamento, educando-o, coletar dados, listar os 
objetivo e começar a resolver um problema 
importante para o paciente, que serve de ativador de 
comportamento. 
Definir a pauta acontece logo no início da sessão e 
serve para o paciente saber o que esperar, porém 
você precisa ir justificando e se certificando de que 
o paciente concorda. 
Como é a primeira sessão, é importante explicar que 
será um pouco diferente porque precisa falar um 
pouco sobre o diagnóstico e definir objetivos 
específicos para a próxima sessão. Será dado 
também um exercício para ser feito até a próxima 
sessão a fim de ativar seu comportamento para a 
ação, mas sempre solicitando feedback e 
interrompendo gentilmente caso o paciente se 
estenda muito. 
É bom explicar também que você precisa anotar 
algumas coisas e dar uma explicação, que é para ter 
certeza de se lembrar do que é importante. 
Mas se o paciente tiver muita preferência de falar de 
forma livre, é importante deixá-lo a vontade e tentar 
estruturar da forma que for possível. 
FAZENDO A VERIFICAÇÃO DO HUMOR além 
de perguntar como esteve e está seu humor, é 
importante também observar as escalas que foram 
preenchidas e ouvir a paciente. É bom comparar os 
escores com os da avaliação inicial. Caso o paciente 
não tenha capacidade cognitiva para preencher as 
escalas de sintomas, acompanhamo-lo neste 
processo fazendo as perguntas. 
OBTENDO UMA ATUALIZAÇÃO nada mais é do 
que saber com o paciente se existem problemas 
importantes que ele ainda não mencionou e depois 
sondar o que o paciente vivenciou de positivo. 
Formato das sessões 
Parte inicial da sessão I 
1. Defina a pauta e dê uma justificativa para isso 
2. Faça uma verificação de humor 
3. Obtenha uma atualização (desde a avaliação) 
4. Discuta diagnóstico do paciente e faça 
psicoeducação. 
Parte intermediária da sessão I 
5. Identifique problemas e defina objetivos 
6. Eduque o paciente sobre o modelo cognitivo 
7. Discuta um problema 
Parte final da Sessão I 
8. Apresente ou solicite um resumo 
9. Examine a prescrição do exercício de casa 
10. Solicite feedback (pág. 80) 
“Sally estou feliz por você ter vindo hoje, tudo bem 
se começarmos decidindo sobre o que vamos falar 
hoje? Isso é o que chamamos de “definir a pauta”. 
Faremos isso no começo de cada sessão (dando uma 
justificativa) para garantir que teremos tempo 
suficiente para abordar o que é mais importante para 
você. Tenho uma lista de coisas que eu gostaria de 
abordar hoje e depois (sendo colaborativo) vou 
perguntar o que gostaria de acrescentar. Tudo bem?” 
(pág. 81). 
“Explicar por que você quer definir uma pauta torna 
o processo de terapia mais compreensível para o 
paciente e estimula sua participação ativa de modo 
estruturado e produtivo”. (pág. 81). 
“Você vai identificar o quanto o paciente está 
angustiado com o problema e se ele realmente precisa 
resolvê-lo imediatamente”. [...] “A discussão da 
maioria dos problemas, especialmente os crônicos 
(como a dificuldade de funcionamento em casa ou 
discussão com familiares), geralmente pode ser 
adiada para uma sessão futura, de modo que você 
possa abordar o que precisa nessa sessão inicial”. 
(pág. 84). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCUTINDO O DIAGNÓSTICO é melhor evitar o 
rótulo de um transtorno de personalidade e mostrar 
que por exemplo ultimamente ela tem estado 
deprimida, mas é importante dar alguma informação 
sobre a sua situação para que ela entenda que algumas 
coisas que ela atribui ao caráter, são na verdade parte 
de um transtorno. 
Explicar que Sally não precisa se culpar por ter esses 
pensamentos de desvalia, e falar que faz parte do 
transtorno e que a terapia consiste em mudar esses 
pensamentos irreais, fazendo com que ela enxergue 
as coisas sem tinta preta nos óculos. 
A colaboração precisa sempre ser incentivada, para 
que ela tenha certo grau de autonomia e juntas podem 
elaborar exercícios para casa, mas sempre com uma 
cópia para o terapeuta. 
A paciente pode ter o compromisso de ler uma 
mensagem algumas vezes durante o dia, como por 
exemplo, se ela começa a pensar que é preguiçosa 
precisa lembrar que tem uma doença real, biológica 
que dificulta fazer as coisas, mas sempre com 
aprovação do paciente, podendo ser outra. 
IDENTIFICANDO PROBLEMAS E DEFININDO 
OBJETIVOS é o momento de transformar os 
problemas em objetivos a serem alcançados. 
Esses objetivos são listados e numerados em ordem 
de importância de realização. 
Se o paciente definir objetivos para outra pessoa, é 
importante explicar que se ocorrer alguma mudança 
na sua própria maneira de falar, isso pode refletir no 
comportamento do outro. 
EDUCANDO O PACIENTE NO MODELO 
COGNITIVO é importante ressaltar que o paciente 
precisa internalizar este modelo, entendendo que o 
seu pensamento afeta suas reações e pode aproveitar 
exemplos que ela disser durante a sessão como eu 
nunca vou me sentir melhor e fazer a psicoeducação 
sobre a relação entre as situações desencadeantes, 
imagens, pensamentos automáticos e reações 
diversas. 
DISCUSSÃO DO PROBLEMA OU ATIVAÇÃO 
COMPORTAMENTAL se houver espaço nesta 
primeira sessão, é interessante já discutir algum 
problema do paciente. 
“A avaliação mostra que você tem uma depressão 
moderada, eu quero que você saiba que essa é uma 
doença real. [...] Eu sei disso porque você tem os 
sintomas que estão neste manual diagnóstico 
(mostrando o DSM para Sally) Para cada transtorno 
de saúde mental, este manual lista os sintomas, assim 
como um manual diagnóstico de neurologia listaria 
os sintomas de uma enxaqueca”. [...] “Felizmente a 
terapia cognitivo comportamental é muito eficaz para 
ajudar as pessoas a superar a depressão”. (pág. 85). 
“Ok, vamos examinar alguns outros sintomas da 
depressão que você tem. Vejo pela avaliação que a 
depressão está interferindo no seu sono e na sua 
energia. Parece que também está afetando a sua 
motivação para fazer as coisas(normalizando) A 
maioria das pessoas deprimidas começa a se criticar 
por não ser a mesma de antes (pedindo exemplos de 
incidentes específicos) você se lembra de algum 
incidente recente em que você se criticou?” (pág. 86). 
“Ok. (escrevendo em cooperação) Então, a primeira 
coisa que você mencionou foi melhorar seu 
rendimento nos estudos. Depois você mencionou 
diminuir a sua preocupação com testes e notas e 
passar mais tempo com os amigos. Muito bem. Que 
outros objetivos você tem? Em que você gostaria de 
ser diferente? Ou como você gostaria que sua vida 
fosse diferente como resultado do tratamento?” (pág. 
89). 
Situação: no almoço com colegas de aula 
| 
Pensamentos automáticos: eles são muito mais 
inteligentes do que eu, eu provavelmente vou ser 
reprovada no curso. 
| 
Reação: (emocional) triste 
(pág. 91) 
“Nesta sessão, explico, ilustro e registro o modelo 
cognitivo com exemplos do próprio paciente”. (pág. 
93) 
“A superação da passividade depressiva e a criação 
de oportunidades de sentir prazer e uma sensação de 
estar no controle são essenciais para a maioria dos 
pacientes deprimidos.” (pág. 94). 
RESUMO FINAL DA SESSÃO E PRESCRIÇÃO 
DOS EXERCÍCIOS DE CASA é importante 
conectar os assuntos ao final e reforçar pontos que 
são importantes, assim como confirmar o interesse do 
paciente executar a tarefa de casa. 
É importante Sally se sentir motivada a fazer esta 
tarefa de casa, mas se notar algo que ela terá 
dificuldade deixe como opcional para não 
sobrecarregá-la. 
FEEDBACK estimular o feedback ao final das 
sessões reforçam a aliança terapêutica, rapport e 
deixando livre para o paciente dizer se não gostou de 
algo, seja através de relatório de terapia, que pode ser 
preenchido na recepção aofim da consulta ou 
oralmente. 
Se o paciente demonstra que está se sentindo 
sobrecarregado com os exercícios, é importante 
mantê-lo ciente de que há flexibilidade e que existe a 
alternativa da atividade ser opcional, pois algumas 
vezes, essa postura negativa por parte do paciente 
pode ter sido algo que o terapeuta não percebeu 
durante a sessão, algum sinal de insatisfação, mas 
quando o terapeuta se flexibiliza em função do 
feedback, aumenta a aliança. 
“Podemos examinar o exercício de casa agora? [...] A 
primeira coisa que anotei é você lembrar que está 
deprimida, assim não vai começar a pensar que é 
defeituosa. Então, como você vai se lembrar de fazer 
isso? Você acha que poderia ler esta folha de papel 
quando se levantar todas as manhãs? [...] quanto 
tempo acha que vai levar para isso?” (pág. 94) 
“Sally, também falamos anteriormente na sessão, em 
você esta semana, acrescentar objetivos na sua lista 
de objetivos. Você acha que pode usar um ou dois 
minutos para fazer isso esta semana?” (pág. 95). 
Relatório de terapia 
“1. O que abordamos hoje que é importante que você 
se recorde? 2. O quanto você sentiu que poderia 
confiar na sua terapeuta? 3. Houve alguma coisa que 
o aborreceu na terapia hoje? Em caso afirmativo,O 
que foi? 4. Quantos exercícios você tinha feito para a 
terapia hoje? Qual a probabilidade de você fazer seus 
novos exercícios de casa? 5. O que você deseja 
assegurar que seja abordado na próxima sessão?” 
(pág.97). 
“O terapeuta também usa essa dificuldade como uma 
oportunidade para aprimorar a conceituação do 
paciente. No futuro, o terapeuta garante que o 
exercício de casa seja definido mais 
colaborativamente com o paciente e que ele não se 
sinta sobrecarregado.” (pág.99)

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