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Os conflitos sócio-ambientais na Amazônia Legal-Pré-projeto de processo seletivo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-UNIRIO 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS-CCH 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA-PPGH 
 
Sandro Geraldo Fernandes da Costa 
 
 
 
 
 
OS CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS NA AMAZÔNIA LEGAL: 
Do regime militar a Chico Mendes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
Setembro 2017 
 TEMA E PROBLEMA 
 A Amazônia é um dos maiores patrimônios naturais da humanidade e grande parte de sua 
área encontrasse em território brasileiro sendo o lar de muitas comunidades humanas desde 
índios, ribeirinhos, seringueiros e fazendeiros (CHAVES; BARROS; FABRÉ 2008).Mas as 
inter-relações entre esses grupos humanos em si e com a própria floresta vêm despertando 
tensões ao longo do último meio século. A posse da terra se configura como um dos maiores 
motivos de conflitos na área que hoje conhecemos como a Amazônia Legal. E segundo 
Oliveira (2001) foi uma área ambicionada ao desenvolvimento econômico e integração 
nacional durante o regime militar mas que pela má gestão e planejamento, aliados à corrupção 
endêmica acirraram tensões latentes entre os povos da região numa escala antes não vista em 
território brasileiro, aumentando a violência e o impacto ambiental sobre o bioma amazônico 
(LOUREIRO; PINTO,2005). 
 Os conflitos que ora se reforçaram no período do regime militar principalmente a partir da 
década de 70, se configuram para além da esfera social, mas também para a política 
(LOUREIRO; PINTO,2005).Na qual pessoas de diferentes origens como seringueiros e 
seringalistas, posseiros e grileiros combatem entre si pela posse da terra reivindicando-a como 
sua, cada um com seu respectivo argumento e em muitos casos recorrendo à violência contra 
o outro, gerando casos de massacres como o de Carajás no Pará (BARREIRAS, 1999). As 
repercussões nacionais que essas tensões adquiriram tornaram-se um constante foco de 
disputa política e partidária no Brasil sobretudo com o ativismo de lideranças seringalistas e 
indígenas que aderiam a partidos políticos e Organizações não-Governamentais (ONGs) ou 
que deles buscavam apoio. 
 A especulação capitalista que expandiu a criação agropecuária na Amazônia devastando 
imensas áreas de floresta virgem ao pasto sob a proteção de generosos incentivos fiscais 
(OLIVEIRA, 2001),viu a expulsão desses povos da floresta de suas localidades de origem 
para as grandes cidades marginalizando-os em muitos casos. Em locais como o Acre a 
organização dos seringueiros em torno desse problema da expansão agropecuária sobre os 
seringais serviu para mostrar também, além de confrontos violentos, as consequências sociais 
da derrubada da floresta para dar lugar ao pasto (ALLEGRETTI, 2008).Logo o motivo de 
estudar e esmiuçar os conflitos sociais que tomaram lugar na Amazônia legal sobretudo com a 
articulação política de lideranças de seringueiros e movimentos sociais nacionais como a 
 
pastoral da terra e o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), abririam também uma 
ótica ecológica antes oculta com a desapropriação de áreas ocupadas há gerações pelo que 
ficou conhecido na voz de Chico Mendes, uma das maiores e mais reconhecidas lideranças 
seringueiras, como Povos da Floresta (MENDES,1988). 
 A luta pela posse da terra na Amazônia não é um problema atual, porém bem antigo, 
começando com a ocupação brasileira por Portugal que delegou séculos de esquecimento à 
Amazônia e carente de um plano sério de ocupação (FERNANDES, 2005) até nascer uma 
migração em massa de nordestinos para o trabalho nos seringais, fixando-se na terra por 
muitas gerações assim como ribeirinhos e índios que formaram vínculos com ela e que 
naturalmente dela dependiam sem nunca terem questionado a sua posse já que se 
consideravam seus legítimos donos (LOUREIRO; PINTO, 2005).E a exemplo do que nos 
anos 1980 se tornaria o MST com a proposta da reforma agrária democratizando seu uso, a 
luta pela terra de modo geral no Brasil se converteria também numa luta pela própria 
cidadania (CHAVES, 2000), negada a essa parcela esquecida do Brasil. 
 Ponto importante do debate assumindo um caráter central é justamente localizar os 
movimentos sociais no seio amazônico ainda como exclusivamente sociais que reivindicam e 
lutam pela posse da terra que há tanto tempo habitam e agora eram ameaçados pela grilagem 
que ampliavam o drama do desmatamento como afirma Alegretti (2008).A partir desse ponto 
um fenômeno novo passa a se somar a esses movimentos na forma da questão ambiental 
(MENDES, 1988) ,em muito reforçada com o Clube de Roma em 1968 e as conferências de 
Estocolmo em 1972 também com a atuação massiva de ONGs como Greenpeace que 
elevaram a floresta Amazônica ao controverso status de pulmão do mundo, merecendo então a 
atenção dos governos e sociedades. A Amazônia ganhou um projeto político e econômico em 
sua defesa (LOUREIRO; PINTO, 2005). 
 A partir dos governos militares a Amazônia passou a fazer parte do projeto político 
brasileiro de integração e desenvolvimento regional com a Superintendência de 
desenvolvimento da Amazônia, a SUDAM (OLIVEIRA, 1994) e uma proposta moderna e 
ousada baseada em obras de vulto como a construção de barragens, estradas e grandes áreas 
de pasto entregues à iniciativa privada nacional e estrangeira 
(LOUREIRO;PINTO,2005).Essa onda de apropriação do espaço geográfico juntamente com a 
delimitação das áreas de produção atraiu uma nova colonização regional com uma leva 
crescente de migrantes vindos dos estados mais pobres da federação (MONTEIRO, 2005)que 
tanto quanto os nativos que já habitavam a área, na forma de seringueiros e indígenas, 
tornaram-se desassistidos pelas medidas de amparo ineficientes de absorção dessa mão de 
obra tradicional por parte da administração pública. Essa apropriação da Amazônia financiada 
por generosos empréstimos bancários gerou a dramática acumulação fundiária (REIS, 2012). 
A política militar em ceder o território amazônico à iniciativa privada como base de sua 
estratégia de desenvolvimento tinha o apoio financeiro do Banco Mundial e Banco 
Interamericano de Desenvolvimento (ALLEGRETTI, 2008) que concluiu ser lucrativo arcar 
com os custo de mineração e obras de infraestrutura numa área remota e desassistida do 
Brasil. 
 Com o aumento das terras ocupadas por empresas e o governo, a consequência da 
acumulação fundiária viu nascer uma nova geração de desvalidos que reconheciam seus 
direitos de usufruto da terra e que agora lutariam por sua posse. Esse mesmo acúmulo 
fundiário, em muitos casos produto de ilegalidade, é amparado por ordem governamental com 
incentivo a uma suposta produtividade econômica do aproveitamento da terra 
(OLIVEIRA,1994).E ainda segundo esse mesmo autor esse aumento da concentração de terra 
“aumentou proporcionalmente a violência no campo’’ (OLIVEIRA,1994,p.34).Com essa 
nova conjuntura política a luta pela terra adquire um significado que antes não conseguiu ter: 
a capacidade de organização e articulação social de grupos indígenas e seringueiros na área 
amazônica (ALLEGRETTI,2008). 
 A partir do ano de 1974 foi criada a Pastoral da Terra sob responsabilidade da Igreja 
católica que tinha como proposta a mobilização da massa camponesa em torno de seus 
direitos de trabalhador rural e organização sindical a exemplo das ligas camponesas que 
atuavam no Nordeste nos anos 1950 (REIS,2012)e a criação, no Rio Grande do Sul, do MST 
em 1984 demonstrando uma longa e árdua caminhada desses movimentos sociais no Brasil 
(BALDUÍNO,1999).Considerando que a luta pela posse da terra é em escala nacional e não 
apenas regional, a criação de todas essas organizações de trabalhadores compartilham esse 
problemático denominador comum do qual o Brasil padece. Na Amazônia, mesmo com a 
criação do estatuto da terra em 1964 pelo governo militar que garantia a sua posse por grupos 
indígenas e até posseiros (REIS, 2012)pouco ou nada havia mudado para esses segmentos 
sociais que viviam em grandes latifúndios não demarcados que posteriormente serviriam de 
exploração agropecuária a grandes empreiteiras. 
 No Acre em particular, a luta dos seringueiros se estendia desde o início do século XX 
com o boom da borracha e a chamada ‘escravidão branca’, um abominável sistema de 
contrato entre os seringalistas que subjugava o seringueiro e sua família através de dívidas 
contraídas durante o traslado, alojamento nos seringais e etc. Como já mencionado, a chegada 
dos bancos na Amazônia através das concessões governamentais desapropriou dos 
seringalistas suas terras como pagamento de dívidas, e com os seringueiros ainda presentes 
nelas recrudescendo o processo sistemático de desmatamento da Amazônia 
(ALLEGRETTI,2008). 
 Nesse contexto a mobilização inicial que haviam assumido na defesa de seu modo de 
vida atraiu a solidariedade da Igreja católica e parcas indenizações pelas expulsões que 
culminariam em organizações bem estruturadas como o Sindicato dos Trabalhadores Rurais 
(STR), que juntos conseguiam impedir o progresso da derrubada da floresta como bem coloca 
Alegretti (2008). Das lideranças mais proeminentes dessa fase de atuação dos movimentos 
sociais brasileiros pela terra, pelos direitos sociais e do que mais tarde se cristalizaria como 
causa ecológica, foi o seringueiro tardiamente alfabetizado Chico Mendes (REIS, 2012). 
 Sua atuação em prol da floresta que o fez até mesmo se filiar a partidos políticos 
(MENDES, 1988),sintetiza a conscientização de um processo histórico tardio por um agente 
social in loco da floresta amazônica traduzido num quadro nacional de desigualdade 
institucionalizada. A participação política de Chico na vida social e sindical de seus 
companheiros de trabalho e suas famílias teve importância fundamental no reconhecimento da 
causa (REIS, 2012). Chico sabia que até aquele momento, a sociedade brasileira não tinha 
ideia da luta que estava sendo travada mesmo sendo reconhecido e homenageado 
internacionalmente pela defesa dos povos amazônicos e da própria Amazônia (MENDES, 
1988).Sua luta inclusive refletia o desconhecimento e alienação do povo brasileiro, sobretudo 
o urbano, em relação aos problemas sociais do campo. 
 Suas denúncias feitas em órgãos internacionais como a ONU sobre as condições de vida 
dos extrativistas, indígenas e demais povos que viviam da floresta e dela tiravam seu sustento 
logo repercutiram e os planos de manejo que os seringueiros usavam há muitas gerações com 
uma proposta do uso sustentável dos recursos naturais da floresta amazônica ganharam 
publicidade (CHAVES;BARROS;FABRÉ,2008). A conexão entre o social e o ambiental nas 
lutas pela terra e seu uso haviam adquirido um caráter pioneiro nas análises conjunturais do 
Brasil. O movimento de seringueiros na Amazônia inadvertidamente coadunou com uma 
classe de pessoas que ainda não reconheciam e nem haviam tido encontro formal: Os 
ambientalistas, apesar de todo o uso sustentável que pregavam para a floresta 
(ALLEGRETTI, 2008). Por fim, serviu para mostrar também os pontos de contato entre os 
diferentes movimentos sociais que reivindicavam a propriedade da terra tornando-se uma só 
luta, mas que na Amazônia adquiriu tão forte conotação ambiental. 
 Os problemas que ora abordamos na Amazônia refletem séculos de desamparo e de falta 
de políticas públicas que viabilizariam a ocupação e uso dos recursos naturais florestais. A 
chegada de grandes empresas durante a década de 60 reforçou e expôs a problemática da 
acumulação fundiária e o domínio de grileiros sobre posseiros e demais populações 
amazônicas através da força das armas (BARREIRAS, 1999). A ideologia de segurança 
nacional defendida pelo governo militar aliada à falta de estrutura na região e a discriminação 
contra esses povos residentes, associada a uma tradição política onde a posse dessa terra e o 
poder político estão profundamente inter-relacionados fomentam ainda mais a resolução 
desses conflitos através da violência (REIS, 2012). 
 Mesmo com a criação de órgãos da União como o Instituto Nacional de Colonização e 
Reforma Agrária (INCRA) que propõe regularizar o assentamento e ocupação do espaço 
geográfico amazônico para posseiros com uma ideia de reforma agrária, além da demarcação 
de terras indígenas e depois com a posterior criação de unidades de conservação após a 
redemocratização do Brasil pós regime militar no fim da década de 80. Segundo Fernandes e 
Ramalho (2001, p.239), no Brasil onde essa “concentração fundiária é um processo histórico 
intocável a luta pela terra não pode ser desconsiderada quando se discute políticas de 
democratização de acesso a terra”, pois assim como na Amazônia esse movimento pela 
reforma agrária atingiu esse ponto nevrálgico no processo político brasileiro. 
 O assassinato de Chico Mendes em 1988, descortinou à sociedade brasileira um longo 
debate que se estende até os dias de hoje que envolve desde a problemática do uso e posse da 
terra até o desmatamento (ALLEGRETTI, 2008). É nesse processo histórico onde se insere 
tais fatos, a reforma agrária passa a ser considerada não apenas um bem digno de um grupo 
específico mas de toda a sociedade reconhecendo-a como uma conquista para corrigir as 
injustiças sociais (CHAVES,2000).Um drama que se mantêm vivo para as populações 
amazônicas mas que demonstra sinais de ruptura com a antiga ordem estabelecida por 
‘coronéis’ seringalistas e grileiros. Apesar da concentração de terras estar regimentada 
historicamente no seio da floresta e também nas estruturas políticas locais por toda a 
Amazônia um passo importante foi dado em busca de sua democratização mesmo com as 
iniciativas frugais do governo federal em mediar os conflitos advindos dela. 
 
OBJETIVOS 
⦁ Examinar o diálogo existente entre as duas diferentes vertentes de ocupação histórica do 
espaço amazônico, a social e a ambiental se configura como o objetivo central do presente 
projeto. A Amazônia Legal, bioma demarcado politicamente como parte de um projeto 
econômico e social em escala nacional durante o governo militar, viu nascer em seu seio 
conflitos sociais que despertaram consciências de democracia, igualdade e justiça social que 
antes permaneciam ocultos no processo histórico de construção de papéis na Amazônia entre 
seus diferentes personagens de seringueiros e índios a fazendeiros. Portanto segundo 
Allegretti (2008) um efeito secundário a essa problemática social de ocupação do espaço 
amazônico assumiu também uma conotação ambiental, devido às sucessivas intervenções, em 
muitos casos predatórias, ao bioma amazônico com levas de desmatamento, queimadas e a 
mineração amparadas, em muitos casos, pelo governo federal. 
 
⦁ Construir um maior acesso em termos de dados e compreensão, propondo um debate mais 
aprofundado sobre o delicado tema da terra no Brasil faz jus a um dos objetivos do presente 
projeto. Tendo em vista a acumulação fundiária no Brasil e a consequente reivindicação do 
seu usufruto pela população mais pobre refletiu-se em um ambiente propício a contestação e 
em muitos casos à violência no campo (LOUREIRO;PINTO,2012).Aliados a uma ineficaz 
proteção pública os trabalhadores do campo se viram marginalizados com as ocupações de 
grandes áreas do território nacional protegidos inclusive por agentes públicos como a polícia 
(REIS,2012).O Brasil, que nas últimas décadas tem demonstrado uma acentuada e arraigada 
acumulação fundiária dispõe de poucos estudos relativos às lutas no campo com seus reais 
significados e contexto que impõe um preocupante limite a abrangência que tais problemas de 
fato têm no cenário nacional (STÉDILE,2013) e sobretudo a população urbana brasileira que 
apesar de estar suscetível da publicidade de tais conflitos, desconhece o ponto de vista de seus 
agentes e sobretudo o alcance histórico e políticoque têm sido delineado a partir dos anos 70 
na Amazônia. 
⦁ Entender e aprofundar o significado que a luta pela terra adquiriu no Brasil entre o início do 
regime militar até a redemocratização, usando como exemplo a ocupação do espaço 
geográfico amazônico também é uma das propostas do presente trabalho, que reconhece a 
criação e atuação de movimentos sociais congêneres que compartilham a mesma causa e 
ideal. Já que reconhece a luta da terra e o seu significado como inerentes ao processo histórico 
de reinvindicação de sua posse pelos povos residentes da Amazônia 
(LOUREIRO;PINTO,2012). 
 
METODOLOGIA E FONTES 
 A pesquisa que ora foi realizada e que abrange os propósitos do objetivo desse trabalho foi 
feita com base em uma pesquisa teórica e documental em livros e artigos que abordam o 
objetivo proposto. Seu procedimento metodológico foi estritamente bibliográfico e 
documental, tratando de levantar dados e compará-los com diferentes autores. 
 Um dos procedimentos ora delineados e seguidos durante a pesquisa foi recuperar 
conhecimento científico acumulado sobre um problema (RODRIGUES, 2007) e assim 
levantar dados ou parte dos dados para serem submetidos à análise e comparação. Partindo da 
premissa de Silva, Almeida & Guindani “um pesquisador utiliza documentos objetivando 
extrair deles informações, ele o faz investigando, examinando, usando técnicas apropriadas 
para seu manuseio”(2009, p 4).Logo parte do material bibliográfico coletado para a presente 
pesquisa teve o uso da ferramenta do Google acadêmico, notório repositório de material 
científico on line, consultando palavras chaves como Amazônia Legal, questão agrária e 
Chico Mendes, eixos norteadores do trabalho juntamente com literatura específica dos 
referidos temas. 
 Todo o material foi rigidamente verificado e organizado de acordo com os argumentos nele 
contidos e após mensuração dos mesmos. Os dados levantados na pesquisa foram analisados 
de acordo com a problemática, cujo cuidado em sua manipulação relevou todos os aspectos 
estruturados em seus objetivos tanto gerais quanto específicos. Também foi incluída nesse 
processo a modalidade de pesquisa descritiva cuja investigação abrangeu fatos e fenômenos 
(MANZATO; SANTOS, 2012) de uma realidade específica como a posse da terra na 
Amazônia. 
 Além de conhecimentos prévios sobre o tema da pesquisa, parte considerável dos dados 
coletados foram adquiridos entre julho, agosto e setembro de 2017 sobretudo na forma de 
buscas nas ferramentas eletrônicas Google acadêmico e Scielo. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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movimento dos seringueiros. In: Desenvolvimento e Meio Ambiente, Paraná, v.18, n.18, 
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MST e a luta pela Terra no Brasil.3.ed.São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2005. 
 
http://pesquisaemeducacaoufrgs.pbworks.com/w/file/fetch/64878127/Willian%20Costa%20Rodrigues_metodologia_cientifica.pdf%3e.Acesso
http://pesquisaemeducacaoufrgs.pbworks.com/w/file/fetch/64878127/Willian%20Costa%20Rodrigues_metodologia_cientifica.pdf%3e.Acesso
https://www.rbhcs.com/rbhcs/article/view/6/pdf%3e.Acesso
	⦁ Examinar o diálogo existente entre as duas diferentes vertentes de ocupação histórica do espaço amazônico, a social e a ambiental se configura como o objetivo central do presente projeto. A Amazônia Legal, bioma demarcado politicamente como parte de...

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