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1 Curso de Logística Introdução a Logística Empresarial Prof. Luis Moura 2 Índice 1 Histórico da Logística Empresarial...............................................................4 Introdução............................................................................................................4 2 História dos Transportes...............................................................................5 3 Logística ......................................................................................................6 3.1 Definição..............................................................................................6 3.2 Evolução ..............................................................................................6 3.2.1 Até a década de 1940 ....................................................................7 3.2.2 De 1950 a 1965.............................................................................7 3.2.3 De 1965 a 1980.............................................................................7 3.2.4 Após 1980 ....................................................................................7 3.3 Atividades e Funções da Logística Empresarial ....................................8 3.3.1 Atividades Estratégicas .................................................................8 3.4 Segmentação da Logística Empresarial .................................................8 3.5 A importância Estratégica da Logística Empresarial ...........................9 4 Cadeia de Abastecimento (SUPLLY CHAIN) ..............................................9 4.1 Conceito ...............................................................................................9 4.2 Administração ......................................................................................9 4.3 Ferramentas para Gestão Eficiente........................................................9 5 Transportes e sua realidade no Brasil.......................................................... 10 5.1 Características do Transporte.............................................................. 11 5.1.1 Rodoviário .................................................................................. 11 5.1.2 Interfaces no Transporte de Cargas ............................................. 12 5.2 Intermodalidade e Multimodalidade.................................................... 13 5.2.1 Transporte Intermodal................................................................. 13 5.2.2 Transporte Multimodal ............................................................... 14 5.3 Legislação Relativa à Multimodalidade .............................................. 14 5.3.1 Transporte Combinado................................................................ 15 5.4 Distribuição Física.............................................................................. 15 5.4.1 Armazéns e centros de Distribuição ............................................ 17 5.4.2 Tendências em Armazéns ........................................................... 17 6 Observações extras..................................................................................... 19 7 Bibliografia. ............................................................................................... 20 3 Introdução O curso apresenta dar ao estudante uma visão geral da administração de atividades logística em um ambiente organizacional. Esta administração está voltada àquelas atividades necessárias para deixar produtos e serviços disponíveis aos clientes no momento, local e forma (condição) desejados. 4 1 Histórico da Logística Empresarial Introdução. Na aproximação do terceiro milênio é impossível pensar em evolução e acompanhamento das mudanças globais sem abordar a questão da Logística Integrada na área de transporte. A competência mundial e as mudanças dos cenários de atuação das empresas estão fazendo com que elas modifiquem seus planos estratégicos, visando aumentar a sua eficiência e eficácia. Um dos mais importantes pontos de apoio para essas mudanças é a logística integrada. As empresas muitas vezes deixam transparecer falhas em alguns serviços de sua competência à medida que não buscam mudanças e se acomodam, os que no mundo moderno é imperdoável, pois o homem, para a sua própria satisfação, está sempre buscando o melhor e o mais eficiente serviço com inteligência. Dentro deste contexto, pesquisas bibliográficas foram desenvolvidas e buscou-se fundamentar com a prática atuando dentro da empresa na área de transporte, no setor de suprimentos e serviços. Nos últimos anos, a economia brasileira e mundial tem sofrido mudanças importantes. No âmbito interno das empresas, continuam os esforços por processos mais eficientes e pela adoção de sistemas de gestão mais modernos. No âmbito externo, multiplicam-se fusões, aquisições, terceirizações e aliança estratégicas. A busca da competitividade relaciona-se cada vez mais com busca de uma boa coordenação, dentro e fora das fronteiras da empresa. Parte considerável destas mudanças relaciona-se com profundas alterações nas cadeias de valores de todos os segmentos industriais. Neste contexto, a administração logística ganha uma nova dimensão, envolvendo a integração de todas as atividades ao longo da cadeia de valores: da geração e matérias-primas ao serviço ao cliente final. Deixa de ter um enfoque operacional para adquirir um caráter estratégico. Esta apostila está estruturada da seguinte forma: o capítulo II trata do pano de fundo. Procuramos definir , relatar a evolução, a importância e as atividades da logística, ressaltando algumas características no ambiente de negócios atual e analisando, em detalhes, o fenômeno da desfronteirização – quebra de barreiras, intra-empresas e entre empresas. O capítulo III introduz o conceito de logística integrada e cadeia de abastecimento. Buscamos, nessa parte do trabalho, mostrar a idéia de logística, ressaltando como o conceito deixa de ter conteúdo meramente técnico para ganhar status estratégico. Introduzimos, a metodologia do supply chain management (SCM), (cadeia gerencial de abastecimento), definido pelo Internacional Center of Competitive Excellence, em 1994, como sendo: “(...) a integração dos processos do negócio desde o usuário final até os fornecedores originais que proporcionam os produtos, serviços e informações, a fim de agregar valor para o cliente” · O setor de transporte e sua realidade no Brasil são abordados no capítulo III, uma vez que a empresa estudada é do setor de transporte procuramos, então, mostrar como tal metodologia busca integrar os vários elos da cadeia produtiva, as interfaces no transporte de cargas, a intermodalidade e multimodalidade abordando aspectos pesquisados na empresa em estudo do setor de Transporte. 5 Na seção final, discutimos algumas implicações dos conceitos vistos para a pratica empresarial, descrendo característica da empresa XPTO, onde apresentamos sua estrutura, organização estratégica e características de sua atuação no mercado de transportes. Esta apostila não pretende esgotar o assunto, mas servir como referência para orientação geral dos colaboradores de todos os níveis, no desenvolvimento e na implementação da Logística Integrada. O seu conteúdo e a sua seqüência refletem práticas e experiências de empresas, organizações e estabelecimentos pesquisados, e revisão da literatura. 2 História dos Transportes Transporte em sentido geral é a ação ou o efeito de levar pessoas ou bens de um lugar a outro. O sistema de transportes é vital para o comércio interno e externo, a fixação dos custos de bens e serviços, a composição dos preços, aregularização dos mercados, utilização terra e urbanização. Os marcos mais importantes da operação econômica das diversas modalidades de transporte são: • Invenção da Máquina a Vapor (1807); • Início do Transporte Ferroviário (1830); • Início do Transporte Dutoviário (1865); • Início da utilização comercial do Automóvel (1917); • Início da Aviação Comercial (1926). 2.1 Fundamentos de Transportes O transporte é um dos elementos mais visíveis das operações logísticas. Bowersox & Closs(2001). Para a maioria das empresas o transporte é geralmente o elemento mais importante nos custos logísticos. Ambiente caracterizado por: Extremo dinamismo Máxima disponibilidade Flutuação da demanda Competitividade Globalização 6 3 Modais de Transportes 3.1 Características dos Meios de Transporte • Volume transportável • Estrutura de fluxos de origem-destino • Momento de transporte • Valor específico do produto (capital imobilizado / unidade ) • Problemas especiais (prazos de entregas e etc...) 4 Logística 4.1 Definição Com o objetivo de atender aos requisitos do cliente, a logística é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenagem eficientes e de baixo custo de matérias primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo. A maioria das teorias em Estudos Organizacionais pressupõe organizações como entidades distintas, com ativos mensuráveis, prédios, estruturas definidas, mão-de-obra etc. Não é bem o que está acontecendo no mundo real, em que terceirizações, teletrabalhos, mão-de-obra temporária, aproximação com fornecedores, parcerias com clientes com alianças com concorrentes multiplicam- se. As organizações estão deixando de ser sistemas relativamente fechados para tornarem-se sistemas cada vez mais abertos. Suas fronteiras estão se tornando mais permeáveis, em muitos casos, difíceis de identificar. Um fenômeno que é usualmente ligado ao aparecimento desses novos formatos organizacionais abertos é o da hipercompetição. A hipercompetição ocorre em um mundo de dinâmica complexa, no qual os atores interagem em âmbito mundial, vantagens competitivas são passageiras e o ciclo de vida de produtos é curto e instável porém, em muitos casos, imprevisível. A sobrevivência, neste contexto de permanente desequilíbrio, torna-se função da capacidade de interagir associativamente com fornecedores, clientes e concorrentes. Surgem assim as redes organizacionais formadas com o objetivo de reduzir incertezas e riscos, organizando atividades econômicas por meio de coordenação e cooperação entre empresas. 4.2 Evolução No seu emprego nas empresas, a logística tem ganho diferentes definições, correspondendo a uma crescente amplitude de intenções, experimentada ao longo do tempo. É importante notar que, ao mesmo tempo em que a função logística é enriquecida em atividades, ela também deixa de ter uma característica meramente técnica e operacional, ganhando conteúdo estratégico. Isso pode ser 7 percebido na segunda fase do Quadro I, quando a função logística passa a englobar processos de negócios fundamentais para a competitividade empresarial. A estrutura integrada de logística passa, nesta fase, a orquestrar toda a cadeia de abastecimento, da entrada de matérias-primas até a entrega do produto final. Mas o conteúdo estratégico fica patente na terceira e quarta fases, nas quais a participação da função logística nas mais importantes decisões empresariais é ressaltada. É o caso das alianças estratégicas, das parcerias e dos consórcios logísticos. A definição do Council of Logistics Management (Conselho de Gerência Logistica) é uma boa declaração de intenções, pois menciona a integração de todas as funções, ressalta o foco no cliente e indiretamente, transmite uma visão sistêmica. Além disso, a tendência histórica aponta para o enriquecimento da função logística. Infelizmente, na pratica de muitas empresas, a teoria parece ser outra. 4.2.1 Até a década de 1940 Mundo empresarial era caracterizado por: - alta produção; - baixa capacidade de distribuição; - despreocupação com custos; - inexistência do conceito de Logística Empresarial. 4.2.2 De 1950 a 1965 Surge o conceito de Logística Empresarial, motivado: - por uma nova atitude do consumidor; - pelo desenvolvimento da análise de custo total; - pelo inicio da preocupação com o serviço ao cliente e de maior atenção com os canais de distribuição. 4.2.3 De 1965 a 1980 • Consolidação de conceitos • Colaboração decisiva da LOGÍSTICA no esforço para aumentar a produtividade de energia, visando compensar o aumento dos fretes, conseqüência: - da crise do petróleo; - do crescimento dos custos de mão-de-obra; - do desenvolvimento tecnológico. 4.2.4 Após 1980 Desenvolvimento revolucionário da logística decorrente das demandas ocasionadas: - pela globalização; - pelas alterações estruturais na economia mundial; - pelo desenvolvimento tecnológico. 8 4.3 Atividades e Funções da Logística Empresarial Segundo pesquisa1 , quase a totalidade das empresas brasileiras, encontram-se ainda entre as fases zero e a primeira do desenvolvimento logístico. De fato, não é incomum encontrar empresas que ainda não despertaram nem mesmo para a importância de controlar e reduzir estoques. Poucas são as que já implementaram o conceito de logística integrada (Segunda fase) e raras as que iniciaram implantações do tipo Supply chain management (cadeia gerencial de abastecimemnto) (terceira fase) ou efficient consumer response (eficiente resposta de consumo) (Quarta fase). O retrato revelado por estas pesquisas mostra os quantos ainda precisam evoluir no campo da logística e da competitividade. As atividades da função logística são: • Serviço ao cliente; • Projeto do canal; • Estratégia da rede; • Projeto – operação de armazéns; • Gestão de transportes; • Gestão de materiais; • Sistemas de informações; • Políticas e procedimentos; • Instalações e equipamentos; • Gestão da organização e mudanças. 4.3.1 Atividades Estratégicas Estas atividades relacionam-se as decisões e a gestão estratégica da própria empresa. A função logística deve participar de decisões sobre serviços, produtos, mercados, alianças, investimentos, alocação de recursos etc; a) Atividades Táticas Estas atividades relacionam-se ao desdobramento das metas estratégicas e ao planejamento do sistema logístico. Envolvem decisões sobre fornecedores, sistemas de controle de produção, rede de distribuição, subcontratação de serviços etc; b) Atividades Operacionais Estas atividades relacionam-se a gestão do dia-a-dia da rede logística. Envolve a manutenção e a melhoria do sistema, solução de problema etc. 4.4 Segmentação da Logística Empresarial Conjunto de operações associadas ao fluxo de materiais e informações, desde a fonte das matérias-primas até a entrada da fabrica. a) Distribuição Física: 1 Curso de “Logística Básica” Proceda Systemhouse – Outubro/1998 9 Conjunto das operações associadas à transferência dos bens objeto de uma transação desde o local de sua produção até o local designado no destino e ao fluxo de informações associado, devendo garantir que os bens cheguem ao destino em boas condições comerciais, oportunamente a preços competitivos. 4.5 A importância Estratégica da Logística Empresarial Fatores como a globalização da economia mundial, a comoditização dos mercados de consumo, a importância crescente do serviço ao cliente, tem propiciado o surgimento de um ambiente de acirrada concorrência no mercado em geral. Dentro desse contexto, a Logística Empresarial tem-se mostrando um dos instrumentos fundamentais para a obtenção do diferencial competitivo pelas empresas. 5 Cadeiade Abastecimento (SUPLLY CHAIN) 5.1 Conceito A Cadeia de Abastecimento ou ¨Supply Chain¨ e constituída pelo conjunto de organizações que inter-relacionam-se, criando valor na forma de produtos e serviços, desde os fornecedores de matérias primas e componentes, ate o consumidor final. 5.2 Administração É a abordagem que visa oferecer o máximo valor ao cliente e ao máximo retorno sobre o ativo fixo, através da gestão efetiva dos fluxos de materiais, produtos e informações e recursos financeiros, de extremo a extremo da cadeia, desde as fontes de suprimentos até o consumidor final. É a integração dos membros da cadeia, sem verticalização, mas com a focalização de cada empresa em seu negócio principal. O desempenho da Suppply Chain depende de alguns fatores como: � Da capacidade de resposta às demandas dos clientes; � Da qualidade dos produtos e serviços; � Da velocidade, qualidade e tempos para a inovação nos produtos, � Dos custos de produção e distribuição e � Do nível de utilização de capital (altos estoques = alto uso de capital). 5.3 Ferramentas para Gestão Eficiente Na administração logística as ferramentas essenciais são: � Racionalização e redução de custos; � redução de estoques e � parcerias com fornecedores e clientes 10 Na administração da produção tem-se: � flexibilização da manufatura, permitindo a produção de lotes pequenos de uma variedade crescente de itens, através de investimento em tecnologia e de retardamento na finalização de produtos. (postponement) Em linhas gerais, o supply chain pode ser definido como uma metodologia desenvolvida para alinhar todas as atividades de produção de forma sincronizada, visando a reduzir custos, minimizar ciclos e maximizar o valor percebido pelo cliente final por meio do rompimento das barreiras entre departamentos e áreas. Trata-se de uma metodologia empregada principalmente por empresas de consultoria para implantação do conceito de logística integrada, envolvendo a adoção de praticas de global sourcing, parcerias com fornecedores, sincronização da produção, redução de estoques em toda a cadeia, revisão do sistema de distribuição, melhoria do sistema de informação, melhoria da previsão de vendas etc.. Projetos deste tipo costumam focalizar preferencialmente a busca de melhor performance dentro da empresa, embora a tendência natural seja a de avançar as fronteiras, aproximando fornecedores e clientes. Outra razão para a popularidade do tema é a crescente consciência da ineficiência das cadeias de valores. Se o movimento da qualidade chamou a atenção para as perdas relacionadas a retrabalhos e refugos na produção, o novo foco na gestão logística mostra como a ineficiência é ainda maior quando olhamos a cadeia como um todo. Não basta o fabricante ter buscado a excelência operacional se os distribuidores, os atacadistas e os varejistas continuam operando em condições precárias. Diante do consumidor final, o produto – e/ou serviço – será penalizado pela ineficiência sistêmica da cadeia. Poirier & Reiter,2 consideram o supply chain um sistema que envolve todos os elementos de uma cadeia de produção, do fornecedor de matéria-prima até a entrega do produto (ou serviço) pelo comércio varejista (ou pela empresa prestadora de serviços) ao consumidor final, visando à otimização da cadeia de valores como um todo. 6 Transportes e sua realidade no Brasil O papel do setor de transporte nos diferentes estágios do desenvolvimento econômico brasileiro, as regiões de complementaridade ou competição entre modalidades, as funções históricas especificas de cada uma, além da subordinação dos aspectos operacionais, administrativos e financeiros tanto a uma perspectiva histórico-institucional de prazo mais longo quanto ao quadro setorial em seu conjunto, tem sido aspectos negligenciados na nossa literatura sobre transportes. Esta apostila constitui-se, por conseguinte, em contribuição para o entendimento do atual processo de expansão setorial e para especulações quanto a perspectivas futuras, na medida em que as direções indicadas foram seguidas por sua abordagem. Cabe advertir, todavia, que seu objetivo limitou-se mais a sistematizar e ordenar conhecimentos e informações concernentes ao setor, para fins de formulação de política e no âmbito de uma abordagem macroeconômica, do que propriamente chegar a resultados e conclusões de hipóteses pesquisadas 2 POIRIER, C. C., REITER, S.E Supply Chain optimization. San Francisco: Berret Koehler, 1996. 11 empiricamente a apostila será de utilidade, neste sentido, para a abertura de futuros caminhos de pesquisa acadêmica e de instrumento de analise para aqueles que tem a responsabilidade de formular a política setorial. A presente análise da atuação do setor de transportes na economia brasileira- foi dividida em quatro partes : uma de caráter introdutório geral e as restantes correspondendo às diversas modalidades de transporte consideradas separadamente. Nas partes correspondentes as modalidades de transportes, procuraram-se apresentar descrição objetiva, com informações factuais detalhadas, e estabelecer abordagem homogênea para a sua analise. Assim, para cada modalidade foi utilizada, sempre que possível, a seguinte ordenação metodológica: a) transportes rodoviário; b) aspectos operacionais das interfaces no transporte de cargas e os aspectos intermodalidade e mutilmodalidade. Os transportes marítimo e aéreo, não foram levados em consideração, assim como a navegação de longo curso e o transporte aéreo internacional não foram incluídos nesta analise a não ser quando circunstancialmente ligados aos fluxos internos. Por outro lado, as indústrias automobilística e naval, embora vinculadas de maneira importante ao setor, também não foram consideradas, uma vez que seu estudo mais aprofundado escapa as dimensões desta analise. 6.1 Características do Transporte As incertezas trazidas pela escassez de combustível derivado do petróleo, a inflação avassaladora que o reajuste de seus preços vem impondo ao mundo, a necessidade de desenvolver novas alternativas das energias, o imenso território brasileiro, as contas-correntes deficitárias do nosso Balanço de Pagamentos, a vital necessidade brasileira de evoluir social e economicamente, sua massa demográfica, todos esses argumentos e muitos outros facilmente detectáveis justificam plenamente a importância da Administração de Transporte e Distribuição nas empresas. Trata-se, no fundo, de otimizar o emprego de combustível na distribuição dos produtos acabados ao consumidor e de buscar eficácia no atendimento. Todos estão de acordo de que essa questão assim enunciada já estaria respondida. Quem não desejaria conseguir melhor desempenho, diminuindo seus gastos relativos com transportes? Surge então a análise sobre a segurança dos meios alternativos, da relação tempo/distância percorrida, dos prazos de vencimento da validade dos produtos, das características próprias de produtos que necessitem das temperaturas baixas enfim, de sem-número de fatores a serem analisados e estudados para se chegar à decisão de escolha do meio de transporte adequado. 6.1.1 Rodoviário O sistema rodoviário vem observando a quase total preferência de transporte dos produtos pela maioria das empresas. Sua versatilidade e flexibilidade superam as dos demais sistemas destacadamente; sua organização permite maior acuidade no controle de percursos;. a segurança operacional oferecida ao usuário é despreocupante, e, ao lado de uma malha rodoviária que atende aos principais interesses nacionais, de equipamento de qualidade 12 internacional oferecido pela excelente indústria automobilística brasileira, surge à figura do empresário do transporte, disposto continuamente a mergulhar no investimento de risco: enfia-se a oferecer ao usuário um relacionamentocompreensivo através do qual ambos se completam na formação e uso da formidável infra-estrutura do sistema. As razões para o predomínio do transporte rodoviário no Brasil são várias se destacando: � Implantação da indústria automobilística que entre 1957 e 1988 produziu 21 milhões de automóveis e aproximadamente 10 milhões de caminhões. � A inexistência de transbordos intermediários permite: - transporte porta-a-porta; - maior rapidez e embalagens mais simples, leves e baratas. � É flexível no tocante à escolha de rotas e quanto às quantidades transportadas. � Tem tarifas competitivas frente aos outros modais para pequenas quantidades e/ou distâncias curtas. � Permite serviço personalizado. As estatísticas apontam os seguintes dados sobre os transportadores rodoviários:3 FIGURA 4 – TRANSPORTES RODOVIÁRIOS � TRANSPORTADORES RODOVIÁRIOS 1999 � Empresas de transporte rodoviário � Pequenas e médias 91% � Grandes 09% 21.000 � Transportadoras de carga própria 88.000 � Autônomos 320.000 � Faturamento Anual � U$ 74 bilhões � Participação no PIB 9,6% � Frota Nacional 3,20 milhões � Veículos Pesados 270.702 FONTE: CNT – Departamento de Estatísticas e Pesquisa. Jul/99 – Internet 6.1.2 Interfaces no Transporte de Cargas Interfaces são pontos de transição num sistema de transportes que, em geral, tendem a oferecer resistência ao fluxo logístico, e que podem ser classificadas em: � Terminais: locais para carregamento/descarregamento de veículos, transbordos, armazenagem, estufagem e desova de contêiners, separações de cargas..., podendo ser alfandegados ou não alfandegados; 3 Modais de Transportes Terrestre no Brasil. MARE Assessoria em Logística – set/98 13 � Pontos de Controle: locais onde ocorre controle sobre o veículo ou sobre a carga e sua documentação, incluindo barreiras interestaduais, balanças rodoviárias e aduanas. Os tipos de terminais podem ser alfandegados ou não e subdividem-se: intermodais - rodo-ferroviários, - rodo-fuviais, - rodo-ferro-fluviais, - rodo-maritímos - rodo-ferro-marítimos (portos marítimos) Terminais no interior que executa atividades próprias dos portos, tais como, alfandegamento e despacho de cargas, armazenagem, vistoria, manutenção e estufagem/desova de contêiners. O porto seco é importante no descongestionamento das áreas portuárias e na redução de custos, são utilizados pelos armadores como container yards CY. Os pontos de controles são importantes dentro do processo de transporte e podemos classificá-los como: � Controle de notas fiscais ou de problemas com produtos agrícolas em barreiras, nas fronteiras estaduais e em postos volantes; � Controle do peso de veículos por eixo em balanças rodoviárias fixas ou móveis � Controle de importações e exportações nas áreas alfandegadas. 6.2 Intermodalidade e Multimodalidade Com o advento do transporte conteinerizado no final da década de 1950, passou-se a utilizar os termos: � transporte intermodal; � transporte multimodal; � transporte combinado. Esses termos possuem significados distintos, muito embora sejam freqüentemente considerados equivalentes e portanto utilizados com o mesmo significado. A utilização correta dos termos deve ser buscada, com o intuito de evitar problemas de interpretação e de comunicação. 6.2.1 Transporte Intermodal Refere-se à visão sistêmica que deve englobar todas as atividades e funções envolvidas na cadeia de abastecimento, visando reduzir e, onde possível, liminar as resistências ao movimento continuo de bens e equipamentos de transporte desde a origem até o destino. 14 Nenhuma das atividades de uma cadeia de abastecimento pode ser tratada isoladamente pois, cada uma delas tem interfaces (pontos de transbordo, terminais, pontos de controle) com as outras, interfaces essas que tem influência sobre a eficiência do sistema. A eficiência e eficácia da cadeia dependem portanto do bom desempenho das interfaces . 6.2.2 Transporte Multimodal É um conceito institucional que envolve a movimentação ·de bens por dois ou mais modo de transporte, sob um único conhecimento de transporte, o qual é emitido por um Operador de Transporte Multimodal -OTM que assume, frente ao embarcador, total responsabilidade pela operação, desde a origem até o destino, como um transportador principal e não como um agente. 6.3 Legislação Relativa à Multimodalidade O sistema multimodal repercutiu de forma abrangente dentro do setor de transporte, sendo necessário a criação de legislações que assegurasse as operações, destacamos assim as mais importantes: � A Convenção sobre transporte Internacional Multimodal de Cargas da Organização das Nações Unidas provê as estruturas legal e organizacional para tais operações. � Os países membros do Mercosul assinaram. E, 15 de dezembro de 1994, o Acordo de Alcance Parcial para a Facilitação do Transporte Multimodal de Mercadorias, cuja execução foi determinada pelo Decreto 1.563 de 19 de julho de 1995. � Em 19 de fevereiro de 1998, foi promulgada a Lei n.º 9.611 que dispõe sobre o Transporte Multimodal de Cargas , permitindo a criação da figura do OTM – Operador de Transporte Multimodal no Brasil. � A) Definição de OTM (Operador de Transporte Multimodal) Qualquer pessoa jurídica, transportador ou não, que celebre um contrato de transporte multimodal e atue como principal, e não como agente, assumindo a responsabilidade pela execução do transporte porta-a-porta frente ao contratante. Conceitualmente um OTM não deve possuir equipamentos de transporte ou ser um transportador, pois isso pode diminuir sua flexibilidade na busca da solução mais eficiente de transporte multimodal para seu cliente B) Atividades de um OTM (Operador de Transporte Multimodal) O conjunto das atividades de um OTM pode incluir: � preparação da carga- nas instalações do embarcador; � preparação da documentação de embarque; 15 � contratação de surveyor para inspeção das operações; � contratação do seguro de transporte; � contratação do transporte interno entre o domicilio do embarcador e o destino (transporte nacional) ou o porto/aeroporto/fronteira (transporte internacional); � contratação do transporte internacional; � desembaraço aduaneiro; � embarque internacional, eventualmente em terminal de carga como ponto de apoio na operação; � desembarque e desembaraço aduaneiro da carga no porto/aeroporto de destino transporte interno desde o porto/aeroporto/fronteira no pais de destino até o domicilio do consignatário; � entrega da carga; � avaliação da operação desenvolvida; � provimento de sistema de informações aos usuários sobre o andamento das atividades desenvolvidas antes, durante e depois da operação de transporte. 6.3.1 Transporte Combinado Refere-se ao transporte de um veículo de transporte por outro (piggy back), como por exemplo uma carreta transportada por um vagão ferroviário ou por um ferryboat. São combinações deste tipo que permitem a extensão de um meio de transporte por outro em função das melhores qualidades de cada um deles, e oferece vantagens tais como redução das operações de manuseio de carga e da permanência de navios em portos. 6.4 Distribuição Física A distribuição física sendo um segmento da administração logística posterior à manufatura, inicia-se na coleta do produto acabado na porta da fábrica. A distribuição física tem por função estabelecer a ligação entre a produção e os pontos de demanda, entregando os bens corretos no momento adequado, na quantidade certa, no local certo, em boas condições comerciais e minimizando custos. Os componentes da Distribuição Física são os seguintes: � Administração de Estoques: Incluindo as suas localizações, os níveis de estoque porlocal e por item e o seu mix. � Transporte: Da fábrica para os clientes ou para os centros de distribuição (CVD’s) e desses para os clientes. � Administração de armazéns e CD’s. � Serviço ao cliente � Administração de informações. 16 Os desafios atuais para a Distribuição Física, são inúmeros e para poder estar em consonância com a evolução e atender eficazmente os clientes são necessários atender para os seguintes itens: redução acelerada do ciclo de vida dos produtos, como é o caso dos computadores pessoais, a obsolescência e indisponibilidade de produtos que podem causa as perdas em vendas, de espaço em prateleiras e de imagem, expectativas crescentes dos clientes sobre o nível de serviço e sobre os produtos, avanços tecnológicos, exigindo constante atualização com elevados investimentos, a proliferação de novos produtos, afetando a forma dramática, a administração dos níveis e da localização dos estoques, para manter níveis competitivos de serviço ao cliente, a globalização que traz competição crescente e reduções das margens e finalmente a transferência do poder dos fabricantes para os distribuidores. O planejamento estratégico da Rede de Distribuição é um diferencial de grande importância, a figura a seguir demonstra o Modelo Simplificado dos Custos de Distribuição. FIGURA 6 - Custos de Distribuição O planejamento estratégico da Rede de Distribuição é um diferencial pois permite determinar a rede ideal de distribuição , para entregar ao cliente os bens corretos, nas quantidades corretas, no local correto, a um mínimo custo. Com o crescimento do número de Canais de Distribuição, os custos de entrega decrescem e crescem os custos de armazenagem e vice-versa. Visando minimizar os custos de distribuição deve-se encontrar a melhor combinação entre os custos de armazenagem e de transporte. 17 Algumas questões são relevantes no planejamento estratégico da Distribuição Física, a seguir uma lista dos mesmos: � Quantos canais de distribuição devem existir? � Onde devem ser localizados os canais de distribuição? � Quanto estoque deve ser alocados em cada canal de distribuição? � Que cliente deve ser atendido por cada canal de distribuição? � Como devem os clientes fazer os pedidos aos canais de distribuição? � Como devem ser feitos os pedidos dos CD’s aos fornecedores? � Com que freqüência devem as entregas ser feitas a cada cliente? � Quais devem ser os níveis de serviço ao cliente? � Que métodos de transporte devem ser utilizados? São vários os fatores que afetam a distribuição física, dentre os quais destacam-se os deslocamentos geográficos de produção e consumo (migração e crescimento de população); segmentações de mercado, novos mercados e novos requisitos de serviço ao cliente; aumento de custos de energia, de manutenção, de plantas e equipamentos e de mão-de-obra; regulamentações e desregulamentações governamentais; proliferação de produtos e alterações do seu ciclo de vida; concorrência e situação da economia do país. 6.4.1 Armazéns e centros de Distribuição Armazéns, são áreas destinadas à guarda de materiais em geral e os centros de distribuição (CD’s) são armazéns cuja missão é realizar a gestão dos estoques de produtos na distribuição física, cujas atividades englobam manuseio, armazenagem e administração de produtos e informações e, em alguns casos, colocação de embalagens e rótulos, processamento de pedidos e emissão de nota fiscal. Os dois principais objetivos dos sistemas de armazenagem são: � Ter o melhor desempenho possível no serviço ao cliente e � Maximizar os lucros. Para atingir esses objetivos algumas medidas são necessárias como: maximizar a utilização dos espaços, dos equipamentos e da mão-de-obra disponíveis; redução do número de manuseios, ampliando acessibilidade e garantir a rotatividade dos itens armazenados; minimizar os custos operacionais e garantir a segurança dos itens armazenados. 6.4.2 Tendências em Armazéns As tendências modernas de armazenagem são: � Programas de treinamento mais freqüentes e completos; � Utilização crescente de tecnologia de informação (TI); � Identificação automática de volumes; � Operações Just-in-time (JIT); � Operações de cross docking; � Desenvolvimento tecnológico crescente de equipamentos de movimentação e armazenagem; � Terceirização de equipamentos e 18 � Maior freqüência de atividades que agregam valor em armazéns. A questão de espaço é o um dos pontos críticos que mais preocupa os administradores, freqüentemente falta espaço no armazém, em geral devido ao planejamento inadequado de seu uso. A recepção e a expedição são pontos críticos nas atividades de armazenagem, pois aí acontece a transferência do controle e da responsabilidade da mercadoria. Se essa transferência não é realizada de forma eficiente, segura e precisa, torna-se impossível atingir os objetivos dos serviço ao cliente. O planejamento do sistema de armazenagem é um dos meios mais adequado para se Ter eficácia na operação de distribuição e transporte, os primeiros passos no planejamento de um sistema de armazenagem correta são: � A caracterização dos bens; � A determinação da freqüência das atividades; � O estabelecimento dos requisitos para as docas � A determinação do número de docas necessárias. O que fica claro dentro deste contexto é que a área de transporte nos dias atuais não é mais um mero entregador de cargas, mas sim um gerenciador de cargas, buscando atender as necessidades do cliente e principalmente atuar de forma logística e integrada, estudando a melhor forma de atendimento, de embalagem e formas de carregamento a fim de melhorar a produtividade e minimizar o tempo de carregamento da carga. Os tipos de embalagens utilizadas são de fundamental importância uma vez que podem proporcionar segurança para o produto, facilitar a forma de carregamento, melhorar o espaço na carreta, aproveitando com isso melhor o espaço de transporte tendo com isso melhor aproveitamento do veículo, podendo o mesmo transportar maior volume evitando assim viagens em duplicidade. Em anexo estaremos ilustrando com as modernas técnicas de embalagem, que a XPTO utiliza e tem tido um grande diferencial competitivo dentre as empresas de transporte, estas embalagens na maioria dos casos são retornáveis o que possibilita ao cliente uma garantia contra fragilidade e facilidade no armazenamento dentro das suas dependências, uma vez que as embalagens (caixas desmontáveis e containers) são plásticos evitando ferrugens e facilitando identificação dos itens, padronização da carga, elevada resistência mecânica, não sofre ataque químico, tem porta lateral facilitando o carregamento e tem volumes úteis variados podendo adequá-los ao produto a ser transportado. 19 7 Observações extras. Através desse trabalho concluímos que qualquer pessoa, como consumidor, tem claro o que espera dos produtos que compra: querem produtos que cada dia atendam melhor às suas necessidades, os querem quando necessitam, a um preço adequado e com altos níveis de qualidade. Clientes cada vez melhor informados e mais exigentes estão provocando a mudança dos mercados e consumo e, com eles, como um efeito dominó, de todos os demais mercados industriais e de serviços. Além disso, outro fator chave explica esta evolução: a modernização dos meios de transporte e o desenvolvimento das novas tecnologias de comunicação estão permitindo a real globalização da economia. Esta evolução na fabricação está mudando os mercados para um ambiente caracterizado para: • Extremo dinamismo • Máxima disponibilidade • Flutuação da demanda • Competitividade • Globalização A cadeia logística é o canal de movimento do produto ao longo do processo industrial até os clientes, mas pode-se dizer simplesmente que é a sucessão de manuseios, movimentações e armazenagenspelas quais o produto passa desde que é matéria-prima, conjuntos semi-elaborados, até chegar ao cliente final. A cadeia logística pode ser dividida em três partes: Na atualidade, as estratégias logísticas estão evoluindo com grande rapidez. São vários os fatores que facilitam e contribuem a esta mudança. Entre os mais relevantes estão: Profissionalização e Especialização: a gestão logística se considera como uma fonte importante de oportunidades competitivas e se destinam recursos a ela. A visão tradicional da mera gestão burocrática de estoques, armazéns e transporte está em vias de extinção. Aparição de Empresas Especializadas: fruto desta profissionalização da logística moderna, tem aparecido no mercado empresas que oferecem serviços logísticos integrais: análise, projeto, implementação e gerenciamento das necessidades logísticas da empresa. Com ela se abriu a possibilidade da sub- contratação de toda ou parte da cadeia logística. Aparição de Novos Modelos de Organização: há tempos tem se introduzido uma mudança substancial nos conceitos logísticos a partir da teoria de que o estoque é sempre sinal de problemas a serem resolvidos. As novas estratégias logísticas são muitas e variadas, e dependem em grande parte, do setor industrial. Tentar abordá-lo em apenas um artigo seria uma atitude um tanto ambiciosa, porém algumas das mais importantes serão apresentadas para que 20 ajudem a ilustrar estas mudanças que se estão produzindo com grande rapidez nos últimos anos. Estas e outras inúmeras estratégias logísticas estão fazendo com que as empresas foquem ou prosperem na condução de seus negócios. 8 Bibliografia. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial, Ballou, Ronald Logística Empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física, Ballou, Ronald A Logística do Marketing, Christopher, Martin
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