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1.ª edição Curitiba, 2018 Material digital Roselise Stallivieri Licenciada em Educação Física pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Especialista em Educação Física Escolar pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professora do Ensino Fundamental I, na rede pública de ensino, entre os anos 1990 e 2017. Autora de materiais didáticos para alunos e professores. Atribuição Uso Não Comercial Attribution Noncommercial (CC BY NC – 4.0 International) Esta licença permite que outros remixem, adaptem e criem obras derivadas sobre sua obra, sendo vedado o uso com fins comerciais. As novas obras devem conter menção à autoria deste manual nos créditos e também não podem ser usadas com fins comerciais. Porém, as obras derivadas não precisam ser licenciadas sob os mesmos termos desta licença. 3 APRESENTAÇÃO Este manual tem como proposta contribuir para a ampliação do repertório das práticas didático-pedagógicas desenvolvidas em sala de aula. Oferece sugestões de atividades, orientações pedagógicas e propostas de projetos interdisciplinares que favoreçam a aquisição de conhecimentos dos alunos de maneira gradativa e complementar. O objetivo é favorecer o desenvolvimento, nos adolescentes e jovens, de competências que, em conjunto com outras disciplinas escolares, direcionem para a formação humana integral e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. Sua estrutura possibilita não somente servir de complementação ao Manual do Professor impresso, como também pode ser usado de forma livre e autônoma. O plano de desenvolvimento está organizado por bimestre. Para cada bimestre são apresentadas três sequências didáticas que vão abordar objetos de conhecimento e habilidades, explicitados na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com planejamento de aulas, atividades complementares ao Manual do Professor impresso, questões de acompanhamento de aprendizagem como instrumento de avaliação, gabarito e orientação das respostas com a habilidade trabalhada, além de uma ficha de acompanhamento das aprendizagens dos alunos. As atividades sugeridas nos planos de desenvolvimento são organizadas com uma proposta de trabalho regular: conversa inicial situando o tema a ser desenvolvido e diagnosticando o conhecimento que o aluno já detém, pesquisas, diálogos, vivências práticas e autoavaliação. Essas modalidades de organização do trabalho pedagógico fazem parte do processo de acompanhamento e avaliação do ensino e aprendizagem dos alunos, complementado pelas observações sobre cada um, com base na ficha de acompanhamento das aprendizagens. Lembre-se que essas sugestões de atividade podem – e devem – ser adaptadas, modificadas e reestruturadas de acordo com as características e necessidades da sua turma, do projeto político pedagógico da sua escola e da comunidade onde estão inseridos. O presente material digital não tem a pretensão de restringir e/ou limitar a sua criatividade pedagógica, e sim de enriquecer o seu trabalho, ao ampliar as possibilidades e variar as práticas a serem abordadas em suas aulas, de modo adicional ao Manual do Professor impresso. Trata-se de uma ferramenta que pode auxiliá-lo no aprofundamento de conceitos e na aplicação de avaliações no processo de ensino-aprendizagem. 4 PLANO DE DESENVOLVIMENTO BIMESTRAL 6.o E 7.o ANOS Este plano de desenvolvimento compreende o planejamento da aplicação do conteúdo curricular proposto pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para os 6.° e 7.° anos do Ensino Fundamental II. Embora o Manual do Professor impresso esteja organizado por unidades temáticas, este material trará os conteúdos distribuídos por bimestres de acordo com as sequências didáticas propostas. Mas nada impede que o professor organize de forma diferenciada. Oferecem-se também projetos integradores que abrangem o conteúdo curricular de dois ou mais componentes curriculares com o intuito de integrar os conhecimentos, de forma a favorecer o desenvolvimento de algumas competências propostas pela BNCC. UNIDADES TEMÁTICAS, OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES 6.o E 7.o ANOS Os quadros a seguir se referem ao trabalho desenvolvido nas sequências didáticas deste manual digital, apresentando as unidades temáticas, os objetos de conhecimento e as habilidades de cada bimestre. 1.o BIMESTRE Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades Brincadeiras e jogos Jogos eletrônicos (EF67EF01) Experimentar e fruir, na escola e fora dela, jogos eletrônicos diversos, valorizando e respeitando os sentidos e significados atribuídos a eles por diferentes grupos sociais e etários. (EF67EF02) Identificar as transformações nas características dos jogos eletrônicos em função dos avanços das tecnologias e nas respectivas exigências corporais colocadas por esses diferentes tipos de jogos. Esportes Esportes de marca Esportes de precisão (EF67EF03) Experimentar e fruir esportes de marca e precisão, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo. (EF67EF04) Praticar um ou mais esportes de marca e precisão, oferecidos pela escola, usando habilidades técnico-táticas básicas e respeitando regras. (EF67EF05) Planejar e utilizar estratégias para solucionar os desafios técnicos e táticos, tanto nos esportes de marca e precisão, como nas modalidades esportivas escolhidas para praticar de forma específica. (EF67EF06) Analisar as transformações na organização e na prática dos esportes em suas diferentes manifestações (profissional e comunitário/lazer). (EF67EF07) Propor e produzir alternativas para experimentação dos esportes não disponíveis e/ou acessíveis na comunidade e das demais práticas corporais tematizadas na escola. 5 2.o BIMESTRE Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades Esportes Esportes de invasão Esportes técnico-combinatórios (EF67EF03) Experimentar e fruir esportes de invasão e técnico-combinatórios, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo. (EF67EF04) Praticar um ou mais esportes de invasão e técnico-combinatórios oferecidos pela escola, usando habilidades técnico-táticas básicas e respeitando regras. (EF67EF05) Planejar e utilizar estratégias para solucionar os desafios técnicos e táticos, tanto nos esportes de invasão e técnico-combinatórios como nas modalidades esportivas escolhidas para praticar de forma específica. (EF67EF06) Analisar as transformações na organização e na prática dos esportes em suas diferentes manifestações (profissional e comunitário/lazer). Práticas corporais de aventura Práticas corporais de aventura urbanas (EF67EF18) Experimentar e fruir diferentes práticas corporais de aventura urbanas, valorizando a própria segurança e integridade física, bem como as dos demais. (EF67EF19) Identificar os riscos durante a realização de práticas corporais de aventura urbanas e planejar estratégias para sua superação. (EF67EF20) Executar práticas corporais de aventura urbanas, respeitando o patrimônio público e utilizando alternativas para a prática segura em diversos espaços. (EF67EF21) Identificar a origem das práticas corporais de aventura e as possibilidades de recriá-las, reconhecendo as características (instrumentos, equipamentos de segurança, indumentária, organização) e seus tipos de práticas. 3.o BIMESTRE Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades Ginásticas Ginástica de condicionamento físico (EF67EF08) Experimentar e fruir exercícios físicos que solicitem diferentes capacidades físicas, identificando seus tipos (força, velocidade, resistência, flexibilidade) e as sensações corporais provocadas pela sua prática. (EF67EF09) Construir, coletivamente, procedimentos e normas de convívio que viabilizem a participação de todos na prática de exercícios físicos, com o objetivo de promover a saúde. (EF67EF10) Diferenciar exercício físico de atividade física e propor alternativas para a prática de exercícios físicos dentro e fora do ambiente escolar. 6 Danças Danças urbanas (EF67EF11)Experimentar, fruir e recriar danças urbanas, identificando seus elementos constitutivos (ritmo, espaço, gestos). (EF67EF12) Planejar e utilizar estratégias para aprender elementos constitutivos das danças urbanas. (EF67EF13) Diferenciar as danças urbanas das demais manifestações da dança, valorizando e respeitando os sentidos e significados atribuídos a eles por diferentes grupos sociais. 4.o BIMESTRE Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades Lutas Lutas do Brasil (EF67EF14) Experimentar, fruir e recriar diferentes lutas do Brasil, valorizando a própria segurança e integridade física, bem como as dos demais. (EF67EF15) Planejar e utilizar estratégias básicas das lutas do Brasil, respeitando o colega como oponente. (EF67EF16) Identificar as características (códigos, rituais, elementos técnico- táticos, indumentária, materiais, instalações, instituições) das lutas do Brasil. (EF67EF17) Problematizar preconceitos e estereótipos relacionados ao universo das lutas e demais práticas corporais, propondo alternativas para superá-los, com base na solidariedade, na justiça, na equidade e no respeito. Práticas corporais de aventura Práticas corporais de aventura urbanas (EF67EF18) Experimentar e fruir diferentes práticas corporais de aventura urbanas, valorizando a própria segurança e integridade física, bem como as dos demais. (EF67EF19) Identificar os riscos durante a realização de práticas corporais de aventura urbanas e planejar estratégias para sua superação. (EF67EF20) Executar práticas corporais de aventura urbanas, respeitando o patrimônio público e utilizando alternativas para prática segura em diversos espaços. (EF67EF21) Identificar a origem das práticas corporais de aventura e as possibilidades de recriá-las, reconhecendo as características (instrumentos, equipamentos de segurança, indumentária, organização) e seus tipos de práticas. 7 PROJETO INTEGRADOR DO 6.o ANO A importância da ginástica na vida das pessoas O sedentarismo é algo recorrente no mundo atual. Por isso, neste projeto é apresentada a ginástica como objeto de conhecimento interdisciplinar que pode contribuir para a formação do cidadão responsável e ativo fisicamente. Sugere-se a aplicação deste projeto no 3.° bimestre, durante o trabalho com a ginástica. Justificativa O projeto “A importância da ginástica na vida das pessoas” conta com a participação dos professores de Educação Física, Ciências e Língua Portuguesa para a execução do mesmo. O cenário mundial atual aponta para uma sociedade sedentária, com o aumento da obesidade, em parte relacionada à falta de atividade física. No estilo moderno de vida, falta tempo para atividades físicas. A grande maioria das pessoas passa horas de seus dias trabalhando sentadas e ainda utilizam seus tempos livres optando por práticas na quais as atividades são de baixo gasto calórico, como: assistir televisão, jogar jogos on-line e em video game, usar redes sociais, etc. No Brasil, não é diferente. O sedentarismo é um dos grandes problemas sociais. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a população gasta bem menos calorias do que há cem anos. O estilo de vida atual é responsável, entre outros fatores, por 54% do risco de infarto e por 50% do risco de derrame cerebral, que são muitas das causas de morte no país. Portanto, é necessário conscientizar e incentivar a população para a importância de realizarem atividades físicas durante toda a sua vida (POMERLAU, 2000). Sendo a escola espaço de conhecimento, vê-se a importância de tratar essa temática com os alunos, primeiramente por serem também vítimas desse estilo de vida e, segundo, para compreenderem os benefícios das atividades físicas na vida das pessoas, sendo eles agentes de comunicação na comunidade a que pertencem. Objetivos • Investigar o nível de sedentarismo da comunidade local. • Estudar as possíveis doenças causadas pela falta de atividade física. • Compreender os efeitos das atividades físicas no organismo. • Diferenciar os tipos e funções das ginásticas. • Elaborar documento de conscientização da importância das práticas corporais na vida das pessoas. • Vivenciar práticas de ginásticas de condicionamento. • Organizar uma atividade de ginástica – caminhada com a comunidade. Competências e habilidades desenvolvidas Competências gerais 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. 8 Competências específicas da Educação Física 3. Refletir, criticamente, sobre as relações entre a realização das práticas corporais e os processos de saúde/doença, inclusive no contexto das atividades laborais. 4. Identificar a multiplicidade de padrões de desempenho, saúde, beleza e estética corporal, analisando, criticamente, os modelos disseminados na mídia e discutir posturas consumistas e preconceituosas. 8. Usufruir das práticas corporais de forma autônoma para potencializar o envolvimento em contextos de lazer, ampliar as redes de sociabilidade e a promoção da saúde. 9. Reconhecer o acesso às práticas corporais como direito do cidadão, propondo e produzindo alternativas para sua realização no contexto comunitário. Competência específica da Ciência da Natureza 7. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias. Competência específica da Língua Portuguesa 3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em diferentes campos de atuação e mídias, com compreensão, autonomia, fluência e criticidade, de modo a se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo. Habilidades relacionadas Educação Física (EF67EF08) Experimentar e fruir exercícios físicos que solicitem diferentes capacidades físicas, identificando seus tipos (força, velocidade, resistência, flexibilidade) e as sensações corporais provocadas pela sua prática. (EF67EF09) Construir, coletivamente, procedimentos e normas de convívio que viabilizem a participação de todos na prática de exercícios físicos, com o objetivo de promover a saúde. (EF67EF10) Diferenciar exercício físico de atividade física e propor alternativas para a prática de exercícios físicos dentro e fora do ambiente escolar. Língua Portuguesa (EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto produção e circulação – os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação –, ao modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à variedade linguística e/ ou semiótica apropriada a esse contexto, à construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero), utilizando estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesigne e avaliação de textos, para, com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e editando imagens, arquivos sonoros, fazendocortes, acréscimos, ajustes, acrescentando/alterando efeitos, ordenamentos etc. O que será desenvolvido Uma campanha sobre a importância da atividade física na vida das pessoas, com uma caminhada no entorno da escola e entrega de material de divulgação para a população local. Etapas do projeto O projeto será desenvolvido em 5 etapas: na primeira etapa, ocorrerá a apresentação do projeto e o desenvolvimento teórico relacionado à temática. Na segunda etapa, será feito o levantamento de dados na comunidade e análise estatística sobre atividades físicas. A terceira etapa consistirá na vivência das ginásticas pelos alunos. Na quarta etapa, os alunos organizarão uma campanha publicitária que envolve uma caminhada e materiais para a conscientização das pessoas sobre a importância da atividade física. A última etapa é de apresentação dos resultados com relatos dos alunos e análise dos pontos positivos e negativos. 9 Cronograma: aproximadamente 10 aulas. Materiais utilizados: multimídia, computador, impressora, sulfite, colchonetes, papel para cartaz, pincéis atômicos, bexigas, bandeirinhas, copos com água, frutas e barrinhas de cereal. Etapa 1 Inicia-se essa etapa com a apresentação do Projeto “A importância da ginástica na vida das pessoas” aos alunos e o que eles irão desenvolver. Deve-se explicar a eles que o projeto envolve as disciplinas de Língua Portuguesa, Ciências e Educação Física com a vivência das ginásticas. Converse sobre as funções da ginástica para a nossa sociedade. Escreva no quadro de giz alguns tipos de ginásticas e suas funções. Use o texto a seguir se necessário. Ginástica de competição: o atleta visa à vitória, com muito treinamento, em busca da perfeição dos movimentos corporais. Ginástica de condicionamento físico: praticada em academia com vistas à saúde (prevenção e diminuição de doenças), preparação física de atletas, estética, etc. Ginásticas fisioterapêuticas: para tratamento de pessoas doentes ou acidentadas. Ginástica de conscientização corporal: voltadas a melhorar a postura, a flexibilidade e os problemas físicos. Ginástica de demonstração: conhecida como GPT (Ginástica Para Todos) ou GG (Ginástica Geral), tem a finalidade de interação e vivência de elementos ginásticos para apresentação. Solicite que os alunos citem exemplos de ginásticas que eles conhecem, quais já praticaram ou viram alguém realizando. Veja alguns: Ginástica de competição: artística, rítmica, aeróbica, acrobática, trampolim, etc. Ginástica de condicionamento físico: step, aeróbica, jump, localizada, bike indoor, corrida, caminhada, trilhas, musculação, laboral, treinamento funcional, crossfit, pilates, etc. Ginástica de consciência corporal: alongamento, R.P.G. (Reeducação Postural Global), ioga, tai chi chuan, biodança, antiginástica, etc. Para ampliar o trabalho, consulte a Sequência didática 1, do 3.º bimestre: “Ginástica: uma das maneiras de ser ter qualidade de vida”, deste material digital. Etapa 2 Elabore junto com os alunos um questionário de pesquisa sobre a prática da atividade física na vida das pessoas para ser realizado na comunidade local. A seguir algumas questões que podem fazer parte do questionário: • Qual é o seu nome? • Qual é a sua idade? • Você é portador de alguma doença crônica como diabetes, colesterol, obesidade, pressão alta, problemas cardíacos ou respiratórios, etc.? • Você tem uma alimentação balanceada? O que costuma comer? • Qual é o lazer que pratica? • Você realiza alguma prática corporal? Qual ou quais? Se não pratica, justifique o motivo. Se já praticou e parou explique o porquê. 10 • Qual é o tempo que utiliza para realizar as práticas corporais? (dias e horas) • Outras questões que acreditar ser importante. Depois, peça aos alunos que entrevistem pessoas da comunidade local. Dê um prazo de alguns dias para essa atividade. Com os questionários respondidos em mãos, em uma roda de conversa, discutam sobre as respostas das entrevistas realizadas, computando os dados em tabelas ou gráficos. Apresente aos alunos o resultado da Pesquisa Nacional de Saúde – 2013 do IBGE e gráficos diversos do Ministério do Esporte sobre o assunto para comparações e discussões, acessíveis nos endereços a seguir: • BRASIL. Pesquisa Nacional de Saúde – 2013: acesso e utilização dos serviços de saúde, acidentes e violências: Brasil, grandes regiões e unidades da federação / IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. Rio de Janeiro: IBGE, 2015. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv94074.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018. • BRASIL. Ministério do Esporte. A prática de esporte no Brasil. Disponível em: <http://www.esporte.gov.br/diesporte/2.html>. Acesso em: 4 out. 2018. Depois das apresentações dos resultados da entrevista, converse com os alunos sobre o efeito das atividades físicas no organismo e no emocional, se necessário, solicite uma pesquisa. O texto a seguir pode servir de subsídio para o trabalho com essa temática. Benefícios das atividades físicas Musculoesquelético: auxilia na melhora da força e do tônus muscular, da flexibilidade, do fortalecimento dos ossos e das articulações. Cardiorrespiratório: esse efeito ocorre no coração e na circulação, definido como aptidão cardiovascular. O termo cardiorrespiratório se dá a partir da compreensão da importância da captação de oxigênio e seu transporte pelo corpo. Já o termo aeróbico indica a captação, o transporte e a utilização de oxigênio que são melhoradas a partir de atividades aeróbicas. O exercício aeróbico é aquele no qual a pessoa trabalha seus músculos de maneira rítmica e com oxigênio, ou seja, a geração de energia pelos músculos é feita com utilização de oxigênio. Estimula também o sistema metabólico e vascular. Prevenção e controle de doenças: a prática de atividades físicas auxilia na perda de peso e da porcentagem de gordura corporal, na redução da pressão arterial em repouso, na melhora do diabetes, na diminuição do colesterol total e aumento do HDL-colesterol (o “colesterol bom”); ajuda na regulação das substâncias relacionadas ao sistema nervoso, na melhora do fluxo de sangue para o cérebro, na capacidade de lidar com problemas e com o estresse, na recuperação da autoestima. Há redução da ansiedade e do estresse, ajudando no tratamento da depressão, pois há liberação de serotonina (hormônio que dá uma sensação de bem-estar). Convívio social do indivíduo: momento de se relacionar com outras pessoas. Para aprofundar mais sobre o efeito das atividades físicas, seguem algumas sugestões de leitura: • CAETANO, Gilson José. Saúde é o que interessa! O resto não tem pressa! In: CAETANO, Gilson José. et al. Educação Física. Curitiba: SEED-PR, 2006. p. 127. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/livro_didatico/edfisica.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018. 11 • GUASTI, Mauro José. Os segredos do corpo! In: CAETANO, Gilson José. et al. Educação Física. Curitiba: SEED-PR, 2006. p. 142. Etapa 3 Explique aos alunos o que é IMC e realize o teste com eles. Para isso, será necessário que todos se pesem e meçam suas alturas. Você pode levar para a sala de aula uma balança e uma trena ou solicitar que cada um faça as medições em casa e traga os dados anotados no caderno. Não se esqueça de avisar que as medições devem ser feitas com os pés descalços. A fórmula usada para o cálculo do IMC é o peso em kg dividido pela altura em metros ao quadrado. É representado pela seguinte equação: IMC = Massa(Altura x Altura) Depois que os alunos fizerem o cálculo do IMC, apresente a eles o quadro a seguir para conferirem os dados obtidos. Nesse momento, é importante reforçar a importância do respeito às diferenças, pois pode haver na turma alunos acima do IMC recomendado. Acima de 40,00 Obesidade Grau III Sinal vermelho! Nessas faixas de IMC o risco de doenças associadas está entre grave e muito grave. Não perca tempo! Busque ajuda profissional já!35,0 – 39.9 Obesidade Grau II Sinal vermelho! Nessas faixas de IMC o risco de doenças associadas está entre grave e muito grave. Não perca tempo! Busque ajuda profissional já! 30,0 – 34,9 Obesidade Grau I Sinal de alerta! Chegou a hora de se cuidar, mesmo que seus exames sejam normais. Vamos dar início a mudanças hoje! Cuide de sua alimentação. Você precisa iniciar um acompanhamento com nutricionista e/ou endocrinologista. 25,0 – 29,9 Sobrepeso/ pré-obesidade Atenção! Você está com sobrepeso. Embora ainda não seja obeso, algumas pessoas já podem apresentar doenças associadas, como diabetes e hipertensão nessa faixa de IMC. Reveja e melhore seus hábitos! 18,6 – 24,9 Peso normal Parabéns, você está com peso normal, mas é importante que você mantenha hábitos saudáveis de vida para que continue assim. Abaixo de 18,5 Abaixo do peso Isso pode ser apenas uma característica pessoal, mas pode, também, ser sinal de desnutrição. Fonte: ABESO (Associação Brasileira para o estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica). Disponível em: <http://www.abeso. org.br/atitude-saudavel/imc>. Acesso em: 4 out. 2018. Após a conferência dos dados, proponha a vivência de atividades físicas aos alunos. Explique que para escolher uma atividade física é importante sentir prazer em realizá-la, pois o objetivo é a prática constante. Por isso, é necessário que se procure práticas corporais (ginástica, jogo, esporte, dança, luta, aventura, etc.) regulares ou mesmo de lazer que lhe causem bem-estar, alegria, autoestima, entre outras sensações. Sempre é bom lembrar que a prática de atividades físicas não deve ser meramente por questões estéticas. No caso de prevenção e controle de doenças, a escolha deve ser de acordo com a necessidade do organismo, muitas vezes, não sendo a mais prazerosa, mas a necessária. É importante um atestado médico com as restrições para cada tipo de doença. Também é importante pensar nas atividades mais adequadas levando em consideração: a idade da pessoa, as condições físicas em que se encontram, as habilidades específicas necessárias para a realização da atividade física, ser iniciante, etc. 12 Para aprofundar essa temática, consulte: • CAETANO, Gilson José. Ginástica: um modelo antigo com roupagem nova? Ou uma nova maneira de aprisionar os corpos? In: CAETANO, Gilson José. et al. Educação Física. Curitiba: SEED-PR, 2006. p. 111. Disponível em: <http://www.educadores. diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/livro_didatico/edfisica.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018. Recomendações importantes para a prática da atividade física: • Usar roupas e calçados adequados. • Se a atividade for em local descoberto, usar boné ou chapéu e protetor solar. • Ingestão de grandes quantidades de líquidos, antes, durante e após a realização da atividade física. • Praticar atividades apenas quando estiver se sentindo bem. • Iniciar as atividades lenta e gradualmente. • Alimentar-se adequadamente. • Respeitar seus limites pessoais. • Informar qualquer sintoma desconfortável. Proporcione aos alunos a vivência de algumas práticas de ginástica de condicionamento físico possíveis de serem realizadas na escola: caminhadas, corridas, aeróbica, localizada, crossfit, treinamento funcional, etc., observando as capacidades físicas (força, velocidade, resistência, agilidade, equilíbrio, flexibilidade e coordenação motora) que podem ser desenvolvidas. Sugestão de leitura para o trabalho com o tema: • MORGADO, Bruno. O que são capacidades físicas? Como treinar? Disponível em: <https://www.buscarsaude.com.br/o-que-sao-capacidades-fisicas-como-treinar/>. Acesso em: 5 out. 2018. Etapa 4 Organize com os alunos e a escola uma campanha sobre a importância da atividade física na vida das pessoas, com uma caminhada no bairro e entrega de material de divulgação para a população local. Para isso, é necessário a produção de materiais publicitários, como banner, fôlderes, folhetos, cartazes, etc., solicite o auxílio do professor de Língua Portuguesa. Escolha, juntamente com os alunos, o nome da campanha e decidam o percurso da caminhada. Depois, converse com a diretoria para verificar a melhor data para que ocorra o evento, quem poderá participar e verificar também a possibilidade de acompanhamento da Guarda Municipal, guardas de trânsito, professores, pais e outras pessoas que possam auxiliar no dia do evento. É necessário também ter como suporte: kit de primeiros socorros, frutas diversas, água para consumo, entre outros. Ver a possibilidade de pessoas da área da saúde auxiliar no evento. Decidido a data, o percurso e o nome do evento, façam os materiais de divulgação: convites, cartazes, etc. Lembre-se que é necessário acrescentar nesses materiais a importância do uso de roupas adequadas, protetor solar, bonés, etc. 13 Produzam fôlderes com textos verbais e ilustrações para conscientização da importância das atividades físicas na vida das pessoas. Esse material pode ser elaborado em programa de computador e reproduzido para a distribuição às pessoas. Façam uma estimativa da quantidade de deverá ser reproduzida. Para o dia do evento, pode se usar bandeirinhas e balões coloridos para decorar o local de encontro das pessoas que irão participar da caminhada. Distribua as tarefas entre os alunos e outros itens que achar necessário. No dia combinado, realizem a caminhada com a distribuição dos materiais de divulgação sobre a importância da atividade física. Não se esqueça de fotografar e/ou filmar o evento. Etapa 5 Reúna os alunos para conversarem sobre o evento, visualizarem as fotografias e/ou vídeos e levantarem os pontos negativos e positivos. Deixe que eles falem sobre suas impressões e opiniões. Proposta de avaliação A avaliação se dará durante todo o processo. Observe a participação e o interesse de cada aluno na atividade proposta. Realize rodas de conversas para saber a opinião deles nas atividades, quanto a sua participação e a dos colegas. Verifique se os alunos: • analisaram o nível de sedentarismo da comunidade local. • compreenderam os efeitos das atividades físicas no organismo prevenindo e diminuindo o risco de doenças. • foram capazes de diferenciar os tipos e funções das ginásticas. • entenderam a importância de praticarem atividades físicas. • perceberam a necessidade de conscientizar as pessoas sobre a importância das práticas corporais. • vivenciaram as práticas de ginásticas de condicionamento propostas em aula, identificando as capacidades físicas presente nelas. • organizaram a caminhada com a comunidade local com responsabilidade, determinação e protagonismo. Referências complementares NOVAES, Jefferson; GIL, Ana; RODRIGUES, Gabriel. Condicionamento físico e treino funcional: revisando alguns conceitos e posicionamentos. Revista Uniandrade, v. 15, n. 2, 2014. Disponível em: <https://www.uniandrade.br/revistauniandrade/index.php/revistauniandrade/article/view/136>. Acesso em: 5 out. 2018. FARIAS, Edson dos Santos. et al. Efeito da atividade física programada sobre a aptidão física em escolares adolescentes. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, Santa Catarina, v. 12, n. 2, 2010, p. 98-105. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcdh/v12n2/ a03v12n2.pdf>. Acesso em: 5 out. 2018. 14 PROJETO INTEGRADOR DO 7.o ANO Hip-hop: uma manifestação cultural Neste projeto é apresentado o hip-hop como objeto de conhecimento interdisciplinar que pode contribuir para a formação do cidadão ético, responsável e pluricultural. O projeto propõe o acesso do aluno a diferentes linguagens – oral, escrita, visual, artística, corporal –, com vistas a uma maior compreensão do movimento cultural hip-hop. Justificativa O projeto “Hip-hop: uma manifestação cultural” conta com a participação dos professores de Artes, Educação Física e Língua Portuguesa para a execução do mesmo. Sendo a dança uma das formas de expressão, de comunicação, de manifestação cultural presente na sociedade, não de formaisolada, mas inserida em grupos sociais distintos com as mais diversas intencionalidades, precisa ser estudada, contextualizada e vivenciada na escola. O trato da dança na escola deve ir muito além de reproduzir passos de uma coreografia pronta e acabada, criada ou trazida pelo professor. Ela deve ser pesquisada, analisada, criada, vivenciada pelos alunos para se tornar conhecimento. Está diretamente inserida como componente curricular nas disciplinas de Educação Física e Artes. Algumas das habilidades de Educação Física, presente no documento da BNCC, remetem-se ao trabalho com danças urbanas nos anos finais do Ensino Fundamental, por estar presente na vida de muitos adolescentes e jovens dessa faixa etária. Percebendo esse movimento como um dos elementos da cultura, é que este projeto foi criado, para que os alunos compreendam em qual grupo social o movimento está inserido e quais elementos que integram essa cultura. O hip-hop será tomado como uma manifestação cultural que abriga diversas práticas culturais, corporais e artísticas, sendo a sua dimensão estética um marcador social. De acordo com Souza (2010): “Se o Hip-hop é uma manifestação cultural que exerce certa influência na formação de jovens moradores das periferias de grandes centros, pode, portanto, ser levada para dentro dos muros da escola.” (p. 9). Objetivos • Conhecer e vivenciar alguns dos elementos artísticos, corporais e sociais do hip-hop: break (dança), grafite, disc jokey – DJ (música). • Perceber a diferença da dança break e o hip-hop dance. • Elaborar desenhos em grafite, compreendendo essa arte como forma de expressão de sentimentos, de comunicação, permeada pela crítica social. • Analisar e produzir (compor) textos de música rap coletivamente. 15 Competências e habilidades desenvolvidas Competências gerais 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico- cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artísticas, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. Competências específicas de Educação Física 2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo. 5. Identificar as formas de produção dos preconceitos, compreender seus efeitos e combater posicionamentos discriminatórios em relação às práticas corporais e aos seus participantes. 7. Reconhecer as práticas corporais como elementos constitutivos da identidade cultural dos povos e grupos. 8. Usufruir das práticas corporais de forma autônoma para potencializar o envolvimento em contextos de lazer, ampliar as redes de sociabilidade e a promoção da saúde. 9. Reconhecer o acesso às práticas corporais como direito do cidadão, propondo e produzindo alternativas para sua realização no contexto comunitário. 10. Experimentar, desfrutar, apreciar danças valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo. Competência específica de Arte 1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades. Competência específica de Língua Portuguesa 3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em diferentes campos de atuação e mídias, com compreensão, autonomia, fluência e criticidade, de modo a se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo. 16 Habilidades desenvolvidas Educação Física (EF67EF11) Experimentar, fruir e recriar danças urbanas, identificando seus elementos constitutivos (ritmo, espaço, gestos). (EF67EF12) Planejar e utilizar estratégias para aprender elementos constitutivos das danças urbanas. (EF67EF13) Diferenciar as danças urbanas das demais manifestações da dança, valorizando e respeitando os sentidos e significados atribuídos a eles por diferentes grupos sociais. Arte (EF69AR07) Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais. (EF69AR11) Experimentar e analisar os fatores de movimento (tempo, peso, fluência e espaço) como elementos que, combinados, geram as ações corporais e o movimento dançado. (EF69AR13) Investigar danças coletivas e outras práticas de dança de diferentes matrizes estéticas e culturais como referência para a criação e a composição de danças autorais, individualmente e em grupo. (EF69AR14) Analisar e experimentar diferentes elementos (figurino, iluminação, cenário, trilha sonora etc.) e espaços (convencionais e não convencionais) para composição cênica e apresentação coreográfica. (EF69AR15) Discutir as experiências pessoais e coletivas em dança vivenciadas na escola e em outros contextos, problematizando estereótipo. (EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação, relacionando as práticas musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética. (EF69AR18) Reconhecer e apreciar o papel de músicos e grupos de música brasileiros e estrangeiros que contribuíram para o desenvolvimento de formas e gêneros musicais. (EF69AR19) Identificar e analisar diferentes estilos musicais, contextualizando-os no tempo e no espaço, de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética musical. (EF69AR20) Explorar e analisar elementos constitutivos da música (altura, intensidade, timbre, melodia, ritmo etc.), por meio de canções e práticas diversas de composição/criação, execução e apreciação musicais. (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética. Língua Portuguesa (EF69LP21) Posicionar-se em relação a conteúdos veiculados em práticas não institucionalizadas de participação social, sobretudo àquelas vinculadas a manifestações artísticas, produções culturais, intervenções urbanas e práticas próprias das culturas juvenis que pretendam denunciar, expor uma problemática ou “convocar” para uma reflexão/ação, relacionando esse texto/produção com seu contexto de produção e relacionando as partes e semioses presentes para a construção de sentidos. 17 O que será desenvolvido Organização do Dia Cultural do Hip-hop, no qual ocorrerá apresentações de danças, exposições de trabalhos e saraude rap para os pais, responsáveis e toda comunidade escolar. Etapas do projeto O projeto será desenvolvido em 7 etapas: na primeira etapa, ocorrerá a apresentação do projeto e o desenvolvimento teórico relacionado à temática. Na segunda etapa, será realizada a vivência com o grafite, com a produção em papel dos alunos. Na terceira etapa, ocorrerá a vivência do grafite, dessa vez em ambiente aberto. Essa etapa é opcional, pois depende de autorização para o uso do espaço. Na quarta etapa, os alunos vivenciarão o rap, com a composição de uma letra de canção. Essa produção será apresentada no Dia Cultural do Hip-hop. A quinta etapa é a vivência da dança break e produção das apresentações musicais para o Dia Cultural do Hip-hop. Na sexta etapa, será a organização do evento, com produção de convites e outros materiais, a organização das apresentações das danças e o Dia Cultural do Hip-hop. A última etapa é de apresentação dos resultados com relatos dos alunos e análise dos pontos positivos e negativos do evento. Cronograma: aproximadamente 15 aulas. Materiais utilizados: multimídia, aparelho de som, músicas de rap, músicas de hip-hop, lápis coloridos, lápis preto, papel Kraft, papel sulfite e tintas sprays. Etapa 1 Inicia-se essa etapa com a apresentação do Projeto “Hip-hop: uma manifestação cultural” aos alunos e o que eles irão desenvolver. Deve-se explicar a eles que o projeto envolve as disciplinas de Língua Portuguesa, Artes e Educação Física com a explicação e vivência das danças urbanas. Converse com os alunos sobre os elementos artísticos, corporais e sociais que formam o hip-hop. Segue breve texto explicativo: Rap: pilar da cultura hip-hop, tem como ponto forte a voz que comunica as expressões do grupo social inseridas em textos no formato de música. Atrelado à música está o DJ – disc jokey, com suas pick up’s. Break: dança. Atrelado a ela está o b-boy que é o dançarino de break. Grafite: arte plástica (desenho e pintura) realizada pelos grafiteiros. MC – Mestre de Cerimônias: juntamente com o DJ, se expressa por meio da fala que geralmente é realizada com poesia rítmica. Faça uma breve explanação sobre a história e origem do movimento hip-hop. Explique que esse movimento surgiu no final da década de 1960, nos Estados Unidos. Exerceu forte influência na formação de jovens no contexto da época. Essa cultura se espalhou pelo mundo e seus adeptos valorizam a ancestralidade de povos oprimidos e lutam por seus valores culturais. O texto a seguir serve de subsídio para o trabalho com o tema. 18 O movimento hip-hop [...] O movimento hip-hop é originário das periferias urbanas dos Estados Unidos da América, quando nos meados dos anos 70 as equipes de bailes propuseram que os jovens negros e hispanos agrupados em gangues no bairro do Bronx, em Nova Iorque, resolvessem suas disputas através da dança. A violência das gangues não acabou, mas muitos jovens trocaram o enfrentamento físico pela disputa na dança. É um movimento essencialmente da juventude, juventude enquanto uma transição entre aquilo que é e o que deverá ser. O movimento também tem um forte entrelaçamento com o movimento negro, mas não se confundindo com este. Hip-hop quer dizer, literalmente, saltar mexendo os quadris. [...] É possível perceber, portanto, dentro do movimento a presença de 4 grandes áreas da expressão humana: a escrita, a musical, a corporal e a plástica. Essas expressões convergem na existência de um vocabulário próprio: rap, b-boy, b-girl, break, DJ, MC, aliado (simpatizante ou apoiador do movimento), bate-cabeça (estilo de rap), pick up (toca-discos), quebrada (lugar de encontro), etc. [...] LAITANO, Gisele Santos. Os territórios, os lugares e a subjetividade: construindo a geograficidade pela escrita no movimento hip-hop, no bairro Restinga, em Porto Alegre/RS. Espaço e cultura, Rio de Janeiro, n. 17-18, jan./dez. 2004, p. 33-40. Disponível em: <http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/espacoecultura/article/ view/7846/5659>. Acesso em: 5 out. 2018. (Adaptado). Consulte também: • COSTA, Mauricio Priess da. Entre bases e “oitos” manifestações corporais do hip-hop em Curitiba. 2011. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, 2011. Disponível em: <https://www.acervodigital.ufpr.br/ bitstream/handle/1884/32517/R%20-%20D%20-%20MAURICIO%20PRIESS%20 DA%20COSTA.pdf?sequence=1>. Acesso em: 5 out. 2018. • SOUZA, Ivan Candido de. Hip-hop e Educação Física escolar: possibilidades de novas tematizações. 2010. Dissertação (Mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2010. Disponível em: <https://www.usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_ diss/2011/132.pdf>. Acesso em: 5 out. 2018. • VITORINO, Sônia Maria Batista. Hip-hop na escola. Disponível em: <http://www. diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2428-6.pdf>. Acesso em: 5 out. 2018. Depois da conversa inicial, apresente alguns vídeos da cultura hip-hop. Seguem algumas sugestões: • Hip-hop dança de rua espetacular. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=JQaYwRTfYRQ>. Acesso em: 5 out. 2018. • Documentação apresenta filme sobre a história e cultura do grafite. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=G4wAHoS1jJE>. Acesso em: 5 out. 2018. Etapa 2 Solicite que os alunos pesquisem imagens do grafite para socializarem e conversarem sobre essa arte comum no movimento hip-hop. Depois, selecione, entre as imagens pesquisadas, uma que tenha letras para eles grafitarem. Se não houver nenhuma, segue um exemplo que poderá ser usado. 19 S. I / P xh er e Solicite que cada aluno tente desenhar a letra da inicial do seu nome na forma de grafite, usando papel branco e lápis preto. Depois, criem uma assinatura própria grafitada. Das imagens pesquisadas, solicite que analisem as diferentes técnicas: Grafite 3D, Grafite artístico, Grafite com spray, Máscara, Bomber, WildStyle. Troque ideias com os alunos sobre alguns temas que podem ser abordados como denúncia ou crítica social. Cada aluno selecionará um dos temas propostos e representará a temática por meio de desenho em grafite, usando uma das técnicas escolhidas e possível de ser realizada com os materiais que você tem na escola (lápis coloridos, lápis preto, papel Kraft, papel sulfite, tintas sprays, etc.). Solicite que usem os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento, etc.) na elaboração da produção artística. Observação: todos os materiais produzidos pelos alunos devem ser guardados em local próprio, para serem expostos no dia combinado. Etapa 3 (opcional) Esta atividade é opcional, pois depende de fatores externos para a sua realização. Investigue se há na escola ou na comunidade algum local (muro, parede, porta, etc.) com autorização para a realização de uma pintura de grafite. Se encontrar um local, organize a produção artística dos alunos, providenciando tintas spray de várias cores. Solicite que os alunos escolham um dos desenhos produzidos anteriormente para ser reproduzido no local escolhido. Lembre os alunos que a atividade será realizada em conjunto. Se for necessário, elaborem um molde a partir do desenho, com chapas de raio X. Organize a atividade, designando tarefas para cada um. Selecione alguns alunos para fotografarem o trabalho. Etapa 4 Converse com os alunos sobre os cantores de rap, muitos deles conhecidos como MC. Os Mestres de Cerimônia, na verdade, surgiram com a função de alegrar as festas com citações rimadas e críticas aos problemas sociais, fazendo ouvir a voz do oprimido. Pergunte a eles quais são os mais famosos MCs que conhecem, que fazem sucesso na mídia. Explique que nem todas as músicas de rap são do hip-hop, segundo Vitorino “Algumas letras de rap estão longe de ser um rap do hip-hop. Isso porque o hip-hop possui objetivos e características distintas. Nesse movimento, o rap tem o compromisso de apresentar mensagens positivas e denunciar osproblemas sociais” (S/ANO). 20 Depois, dessa conversa inicial, solicite que busquem letras de rap que façam críticas sociais, por exemplo, Gabriel, o Pensador, Racionais MC’s, Apocalipse 16, MV Bill, Dinastia Negra Absoluta, Detentos do RAP, Planet Hemp, Sabotage, etc. Separe as letras que são de hip-hop e as que não são. Escolha uma para conversarem sobre a mensagem que o compositor quis transmitir. Coloque o áudio da canção para todos cantarem, percebendo o ritmo do rap. Forme grupos e solicite que cada grupo escolha um tema social relevante para compor um rap. Depois, cada grupo apresentará seu rap respeitando os elementos constitutivos da música: altura, intensidade, timbre, melodia e ritmo. Se possível, faça a filmagem das apresentações para serem colocadas na exposição. Etapa 5 Inicie a conversa esclarecendo aos alunos que o break é a dança que caracteriza a cultura hip-hop, muitas vezes, sendo conhecida como a dança hip-hop. Questione se os alunos sabem a diferença entre hip-hop dance e o break. Esclareça que o hip-hop dance é a dança praticada em academias com a finalidade de apresentações dos grupos em palcos e o break é a dança realizada na rua em forma de disputas “batalhas” entre os dançarinos (b-boys) ou as dançarinas (b-girls) para ver quem realiza melhor os movimentos corporais. São realizadas em roda com praticantes e expectadores. Você pode aprofundar o assunto consultando: • COSTA, Mauricio Priess da. Entre bases e “oitos” manifestações corporais do hip-hop em Curitiba. 2011. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, 2011. Disponível em: <https://www.acervodigital.ufpr.br/ bitstream/handle/1884/32517/R%20-%20D%20-%20MAURICIO%20PRIESS%20 DA%20COSTA.pdf?sequence=1>. Acesso em: 8 out. 2018. Para que os alunos tenham um pouco de contado com a dança, possibilite que eles assistam a vídeos de apresentações de break. Seguem algumas sugestões: • Conheça a dança Break. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=uDEFEr6au04>. Acesso em: 8 out. 2018. • Magic Breakdance – dança de rua de Diadema – São Paulo. Disponível em: <https:// www.youtube.com/watch?v=lyT2-1DOtdo>. Acesso em: 8 out. 2018. • Break no asfalto (Dança de rua). Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=gx3B7DH7zKA>. Acesso em: 8 out. 2018. Se tiver algum aluno que saiba dançar, solicite que demonstre e ensine alguns passos para os colegas. Outra opção é convidar algum grupo de hip-hop para realizarem a dança e repassarem alguns movimentos para os alunos. Você pode também solicitar que tentem executar alguns movimentos partindo da observação dos vídeos assistidos. Forme grupos de acordo com o interesse pela dança break ou hip-hop dance. Cada grupo criará uma apresentação da dança escolhida, conforme as suas características. Break: cada elemento do grupo deverá criar um movimento, em seguida, em círculo de um em um, deverá apresentar seu movimento corporal. A pessoa entra no círculo, apresenta seu movimento anterior e um novo, o seguinte deve procurar fazer outro totalmente diferente, sempre aprimorando. Hip-hop dance: essa dança está atrelada à música, ou seja, os movimentos corporais devem estar ligados ao ritmo. Portanto, o grupo deve escolher uma música para desenvolver a coreografia. Depois, podem criar movimentos corporais adequados do hip-hop e colocá-los na composição, podendo ser reproduzidos por todos ou movimentos em duplas ou individuais, enfim vai do gosto e da criatividade do grupo. 21 De acordo com Costa, existe demasiada preocupação nas sequências de passos, nas trocas de formação (locais dos bailarinos em relação uns aos outros no limite estabelecido pelo palco), nas tônicas de expressões corporais que mudam o tempo todo. Na verdade, no street dance o processo coreográfico é mais lento. Demora-se mais para internalizar cada coreografia. Todavia depois de dominada é também uma experiência única de comunicação e cumplicidade. O grupo age quase que como um organismo único, cada parte sabendo exatamente o que tem que fazer e como. O entrosamento é tamanho que até mesmo quando as coisas dão errado cada bailarino sabe o que tem que fazer, corrigindo o mais rápido possível a própria falta ou falta do companheiro. A tensão e o companheirismo tornam-se quase palpáveis em cima de um palco e os movimentos são sempre complementares a todo o resto do grupo. (COSTA, 2011, p. 14-15) Explique aos alunos que a dança deverá conter os fatores de movimento (tempo, peso, fluência e espaço) como elementos que, combinados, geram as ações corporais e o movimento dançado. Organize a apresentação das danças. Se possível, filme e construa um acervo para ficar de exposição e consulta na escola. Não se esqueça de que para a apresentação, cada grupo deverá se preocupar também com os diferentes elementos (figurino, iluminação, cenário, trilha sonora, etc.) e espaços (convencionais e não convencionais) para composição cênica e apresentação coreográfica. Etapa 6 Organize com os alunos as apresentações, que serão para toda a comunidade escolar, pais e responsáveis. Vejam a melhor data, façam os convites, encontrem os espaços adequados, organizem os materiais que serão necessários (cavaletes, murais, aparelho de som, músicas, indumentária, etc.), observem em que momento se darão as apresentações de danças, dos raps e outros itens que acharem necessário. Designe alguns alunos juntamente com você para realizarem o registro das atividades por meio de fotografias. Na data combinada, os alunos farão as apresentações. Etapa 7 Organize uma roda de conversa para avaliar as apresentações: pontos positivos, pontos negativos, o que poderia ser modificado, etc. Apresente as filmagens e vídeos. Proposta de avaliação A avaliação se dará durante todo o processo. Observe a participação e o interesse de cada aluno na atividade proposta. Realize rodas de conversas para saber a opinião dos alunos nas atividades, quanto a sua participação e a dos colegas. Observe se durante as aulas (conversas e produções) os alunos: • reconheceram quais são os elementos artísticos, corporais e sociais do hip-hop. • perceberam a diferença da dança break e o hip-hop dance. • compreenderam que o grafite é uma arte capaz de expressar sentimentos, comunicar e manifestar críticas a sociedade. • perceberam que o rap é a música da cultura hip-hop que objetiva protestar contra problemas sociais, analisando e produzindo textos de música rap. 22 Referências complementares COREÓGRAFO explica estilos de street dance e danças urbanas do Got talento Brazil. Disponível em: <http://tv.r7.com/record-play/got-talent/videos/coreografo-explica-estilos-de-street-dance-e-dancas- urbanas-do-got-talent-brasil-17102015>. Acesso em: 20 set. 2018. HIP-HOP sua origem [a história da cultura]. Zona Suburbana, Mauá, 24 ago. 2013. Disponível em: <http://www.zonasuburbana.com.br/hip-hop-sua-origem-a-historia-da-cultura/>. Acesso em: 8 out. 2018. KASEONE; MC WHO. Hip-hop: cultura de rua. São Paulo: Literarua, 2011. SOUZA, Ivan Candido de. Hip-hop e Educação Física escolar: possibilidades de novas tematizações. 2010. Dissertação (Mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2010. Disponível em: <https://www.usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/132_souza.php>. Acesso em: 8 out. 2018. SUGESTÕES PARA LEITURA E PESQUISA DEVIDE, Fabiano Pries. Educação Física, qualidade de vida e saúde: campos de intersecção e reflexões sobre a intervenção. Movimento, Porto Alegre, v. 8, n. 2, p. 77-84, maio/ago. 2002. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/view/2644>. Acesso em: 2 out. 2018. DICIONÁRIO da atividade física. Disponível em: <https://www.cdof.com.br/dicionario.htm>. Acesso em: 24 set. 2018. LOPES, Margarete Cristina de Souza Matos; MATOS, Daniel Corrêa de; SILVA, José Edmilson da. Dicionário de Educação Física, Desporto e Saúde. Rio de Janeiro: Rubio, 2005. OLIVEIRA, Maria Cláudia Santos Lopes de;CAMILO, Adriana Almeida; ASSUNÇÃO, Cristina Valadares. Tribos urbanas como contexto de desenvolvimento de adolescentes: relação com pares e negociação de diferenças. Pepsic, Ribeirão Preto, v. 11, n. 1, jun. 2003. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud. org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2003000100007>. Acesso em: 2 out. 2018. OLIVETTI, Jonas Casola; JUNIOR, Luiz Gonçalves. Qualidade de vida, vida de qualidade e educação física escolar. COLÓQUIO DE PESQUISA QUALITATIVA EM MOTRICIDADE HUMANA: Motricidade, Educação e Experiência, São Carlos, 4, 5 e 6 out. 2012. Anais... Disponível em: <http://www.ufscar. br/~defmh/spqmh/pdf/2012/olivetti2012.pdf>. Acesso em: 2 out. 2018. TAHARA, Alexander Klein; DARIDO, Suraya Cristina. Práticas corporais de aventura em aulas de Educação Física na escola. Conexões Educação Física, Esporte e Saúde, Campinas, v. 14, n. 2, 2016. Disponível em: <https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/ view/8646059>. Acesso em: 24 set. 2018. 23 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS As sequências didáticas são apresentações do trabalho pedagógico organizadas com base em sugestões de atividades para um determinado período e poderão ser adaptadas, reconstruídas ou reformuladas de acordo com as necessidades de desenvolvimento das habilidades dos alunos. Para este material foi considerado o trabalho desenvolvido no Manual do Professor impresso. O manual apresenta três sequências didáticas por bimestre, com o planejamento aula a aula, abordando a organização dos alunos, do espaço e do tempo, as diferentes formas de acompanhar as aprendizagens do aluno e questões que auxiliem na avaliação do desenvolvimento das habilidades relacionadas nas sequências didáticas. 1.o BIMESTRE SEQUÊNCIA DIDÁTICA 1: JOGOS ELETRÔNICOS ‒ UM RIVAL OU UM ALIADO PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR? Unidade temática Objeto de conhecimento Habilidades Brincadeiras e jogos Jogos eletrônicos (EF67EF01) Experimentar e fruir, na escola e fora dela, jogos eletrônicos diversos, valorizando e respeitando os sentidos e significados atribuídos a eles por diferentes grupos sociais e etários. (EF67EF02) Identificar as transformações nas características dos jogos eletrônicos em função dos avanços das tecnologias e nas respectivas exigências corporais colocadas por esses diferentes tipos de jogos. Tempo estimado: 7 aulas. Recursos necessários: multimídia (datashow, computador, video game, jogos para video games, etc.), quadra ou espaço para prática de atividades físicas. Planejamento Etapa 1 (2 aulas) Inicie a aula perguntando aos alunos o que eles conhecem sobre jogos eletrônicos e por que essa temática é abordada em Educação Física. Deixe que falem o que sabem e pergunte sobre alguns termos que estão presentes no universo de jogos eletrônicos e proponha uma pesquisa para defini-los. Termos que poderão surgir: video games; gamer; ciberatletas; e-sports; exergames. Após, inicie um diálogo sobre esses termos. Como subsídio ao trabalho, seguem algumas indicações. • ARAÚJO, Bruno. Atletas de games ganham R$ 3 mil por mês e jogam até 14 horas por dia. G1, São Paulo, 3 abr. 2014. Disponível em: <https://tinyurl.com/orogbd9l>. Acesso em: 3 set. 2018. 24 • ASSIS, Talita da Silva de; SHOLL-FRANCO, Alfred. Exergames: jogos eletrônicos e exercícios? Ciências & Cognição, Rio de Janeiro, jul. 2011. Disponível em: <http:// www.cienciasecognicao.org/portal/wp-content/uploads/2011/09/2011_noticias_07_ exergame.pdf>. Acesso em: 3 out. 2018. • FURTADO, Tatiana. De nerds a ciberatletas: o crescimento exponencial do e-sports. O Globo, 23 abr. 2017. • RODRIGUES, Leila Pereira Fraga. Jogos eletrônicos: uma possibilidade educativa nas aulas de Educação Física. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/ portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014/2014_unespar-paranavai_edfis_ pdp_leila_pereira_fraga_rodrigues.pdf>. Acesso em: 3 set. 2018. • SILVEIRA, Guilherme Carvalho Franco da; TORRES, Livia Maria Zahra Barud. Educação Física Escolar: um olhar sobre os jogos eletrônicos. Disponível em: <http://www. cbce.org.br/docs/cd/resumos/157.pdf>. Acesso em: 3 set. 2018. • VÍDEO. Jogos eletrônicos interativos incentivam crianças a praticar atividade física. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?time_continue=17&v=U7alLBA_ KBk>. Acesso em: 3 set. 2018. Proponha uma discussão com os alunos sobre questões relevantes a respeito dos jogos eletrônicos. Sugestão de tema para a discussão: • A forte presença da mídia eletrônica (televisão, celulares, computadores, video games, internet, etc.) em nossa sociedade. • A evolução dos jogos eletrônicos (arcade – fliperama, consoles de video game, jogos de computador). • A indústria dos jogos eletrônicos – uma das mais rentáveis economias do momento. • Jogos eletrônicos: violência e vício versus espaço de aprendizagem. • Video game versus atividade física. • Jogos eletrônicos – uma possibilidade de ganhar dinheiro (profissionalismo). Etapa 2 (3 aulas) Proponha aos alunos a vivência de práticas com jogos eletrônicos, para isso você poderá reproduzir alguns jogos de video game por meio da prática corporal. Leve-os para um espaço aberto, podendo ser a quadra. O game explorado será o Age of Empires que significa Era dos Impérios. Converse com os alunos sobre o jogo e explique como será a adaptação dele para a prática corporal. Por ser um jogo de estratégia, exige concentração e trabalho em equipe. Forme dois grupos, em que cada um escolherá um colega para encher bexigas, que deverá optar por uma cor de bexiga de acordo com a estratégia do grupo. Cada bexiga cheia equivale a um jogador, mas cada cor de bexiga tem uma função diferente: as de cores rosa, laranjas e vermelhas adicionam defensores ao jogo, que ficam no seu próprio campo aguardando o ataque do outro time; as de cores azuis, verdes e amarelas adicionam atacantes que devem ir ao campo do adversário para disputar a sorte (pedra, papel ou tesoura; par ou ímpar) com o defensor adversário, quem ganhar a disputa fica com a bexiga; as de cor branca permitem adicionar um ajudante, 25 com a função de auxiliar no enchimento de bexigas. Após um determinado período de tempo (até o final da aula), vence o grupo que tiver o maior número de bexigas no seu campo (Império). Como subsídio ao trabalho, acesse: • NOVAIS, Iara Tedeschi. Adaptação de jogos eletrônicos para aulas de Educação Física. 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Educação Física)– Instituto de Biociências, Universidade Estatual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Rio Claro, 2012. Disponível em:<https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/120212/ novais_it_tcc_rcla.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 1 out. 2018. Outra maneira de vivenciar os jogos eletrônicos é por meio dos exergames. Para tal, se faz necessário adquirir aparelhos de video games como Nintendo Wii ou Xbox 360, que poderá ser emprestado pelos alunos e comunidade ou ser adquirido pela escola. Os jogos podem ser os de esportes e danças. Você poderá realizar as duas versões de um mesmo jogo: a virtual e a real. Escolha juntamente com os alunos um esporte para ser vivenciado por meio de jogo eletrônico e por meio da prática do esporte. Por exemplo, se for escolhido o esporte Atletismo, primeiramente os alunos irão vivenciar as modalidades de correr, saltar, arremessar e lançar por meio do video game Xbox (virtual) e, após, irão realizar as mesmas modalidades no ambiente real. Você pode aprofundar os conhecimentos sobre esse assunto acessando: • CAMUCI, Guilherme Correa; MATTHIESEN, Sara Quenzer; GINCIENE Guy. O jogo de video game relacionado ao atletismo e suas possibilidades pedagógicas. Motrivivência, Florianópolis, v. 29, n. 50, p. 62-76, maio de 2017. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/2175- 8042.2017v29n50p62/33996>. Acesso em: 1 out. 2018. Como última sugestão, coloque o game Just Dance, que é um jogo de ritmo ede dança. Solicite que a turma escolha as músicas para reproduzirem os movimentos de acordo com os passos indicados no jogo. Etapa 3 (1 aula) Depois da experiência realizada, converse com os alunos sobre os resultados, questionando-os: quais dos jogos gostaram mais, qual cansou mais, qual foi o mais motivante, que sentimentos surgiram, o que acharam da presença de jogos eletrônicos nas aulas de Educação Física, entre outros pontos que julgar necessário comentar. Questões auxiliares na avaliação do desenvolvimento das atividades • Os alunos experimentaram e fruíram, na escola e fora dela, jogos eletrônicos diversos, valorizando e respeitando os sentidos e os significados atribuídos a eles por diferentes grupos sociais e etários? • Os alunos identificaram as transformações nas características dos jogos eletrônicos em função dos avanços das tecnologias e nas respectivas exigências corporais colocadas por esses diferentes tipos de jogos? SEQUÊNCIA DIDÁTICA 2: VIVENCIANDO OS ESPORTES DE 26 MARCA E DE PRECISÃO Unidade temática Objetos de conhecimento Habilidades Esportes Esportes de marca Esportes de precisão (EF67EF03) Experimentar e fruir esportes de marca e precisão, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo. (EF67EF04) Praticar um ou mais esportes de marca e precisão, oferecidos pela escola, usando habilidades técnico-táticas básicas e respeitando regras. (EF67EF05) Planejar e utilizar estratégias para solucionar os desafios técnicos e táticos, tanto nos esportes de marca e precisão, como nas modalidades esportivas escolhidas para praticar de forma específica. Tempo estimado: 8 aulas. Recursos necessários: multimídia (datashow, computador, etc.), quadra ou espaço para prática de atividades físicas. Planejamento Etapa 1 (2 aulas) Inicie a aula questionando os alunos a respeito dos esportes que eles conhecem, praticam ou apreciam. Anote as respostas no quadro. Explique que existem várias maneiras de se classificar os esportes, uma delas é por meio das exigências motrizes semelhantes: marca; precisão; técnico-combinatório; rede/quadra dividida ou parede de rebote; campo e taco; invasão ou territorial; combate. Explique cada uma delas e solicite que os alunos registrem no caderno. Para maiores informações, você poderá consultar a BNCC, p. 213, 214 e 215. Depois, juntamente com os alunos, classifiquem os esportes que foram anotados no quadro. Divida a turma em 5 grupos e solicite que cada um escolha um esporte de acordo com a classificação, sendo que três equipes ficarão com esportes de marca – atletismo –, cada qual com uma das modalidades, e duas equipes ficarão com esportes de precisão. Depois, peça que cada grupo pesquise sobre o tema escolhido e anotem as informações. Deve constar na pesquisa a definição do esporte, como foi criado, como se realiza, quais as principais regras e outras curiosidades. Organize um momento para a apresentação da pesquisa e solicite que os grupos utilizem os recursos que considerarem necessários (cartazes, multimídia, etc.). Etapa 2 (5 aulas) A turma toda será convidada a vivenciar os esportes pesquisados e apresentados pelos grupos. Cada grupo fica responsável pelos materiais, espaço físico, explicação e acompanhamento durante a prática do seu esporte. Fique atento a alguns detalhes que podem ser alvo de discussão assim que terminadas as práticas: se todos vivenciaram o esporte, se houve discriminação durante as práticas, se estiveram presentes atitudes agressivas, tanto verbais como corporais, entre outros. Após todos realizarem as apresentações e práticas, solicite que cada grupo faça uma pequena avaliação escrita sobre o que foi mais relevante no trabalho que realizaram e o comportamento da turma durante a prática do esporte. Realize com os alunos as práticas de esportes de marca (Atletismo – Corridas de velocidade; 27 Atletismo – Corridas com obstáculos; atletismo – salto em altura) e de esportes de precisão (Futegolfe; Bocha e Dodgeball/Caçador), sugeridas no Manual do Professor impresso e que não tenham sido abordadas na atividade anterior de pesquisa. Etapa 3 (1 aula) Proponha uma discussão com os alunos das questões surgidas durante todo o processo, bem como as presentes no meio esportivo: discriminação por cor, etnia, gênero, orientação sexual, os menos habilidosos; vencer a qualquer custo; agressões verbais e até físicas surgidas durante as práticas; cooperação; prazer em jogar; desconhecimento de alguns esportes vivenciados por serem pouco divulgados pela mídia, por não serem realizados nos espaços da comunidade e outras questões relevantes. Você pode aprofundar seus conhecimentos sobre esse assunto acessando o artigo: • OLIVEIRA, José Eduardo Costa de. Esporte e discriminação. EFDeportes.com, Buenos Aires, ano 16, n. 157, jun. 2011. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd157/ esporte-e-discriminacao.htm>. Acesso em: 1 out. 2018. Questões auxiliares na avaliação do desenvolvimento das habilidades • Os alunos experimentaram os esportes de marca e precisão propostos, vivenciando-os com prazer, enfrentando desafios corporais necessários à prática dessas atividades? • Os alunos trocaram ideias, dando opiniões, dialogando sobre a discriminação e a violência nos esportes? SEQUÊNCIA DIDÁTICA 3: O ESPORTE PARA TODA VIDA Unidade temática Objeto de conhecimento Habilidades Esportes Todas as modalidades esportivas (EF67EF06) Analisar as transformações na organização e na prática dos esportes em suas diferentes manifestações (profissional e comunitário/lazer). Tempo estimado: 3 aulas. Recursos necessários: multimídia e materiais adaptados para as atividades propostas. Planejamento Etapa 1 (1 aula) Inicie a aula questionando os alunos sobre em quais locais os esportes se fazem presente, onde eles podem ver pessoas praticando-os, onde eles podem fruí-los, onde as pessoas podem assisti-los, entre outros questionamentos. Faça a mediação das respostas, trazendo informações que os alunos ainda não têm. Fale sobre a presença dos esportes e de outras práticas corporais (ginástica, dança, jogos, lutas, etc.) no cotidiano das pessoas e quais as intenções dessas práticas na saúde, na qualidade de vida, no lazer e nas profissões. Explique que o esporte pode se tornar lazer quando praticado na comunidade, com os amigos, muitas vezes com regras adaptadas, com vistas ao prazer e a alegria e não visando resultados. Além disso, pode se tornar uma fonte de lazer enquanto espetáculo, ao ser apreciado numa praça, num estádio, numa arena, num ginásio, no mar, nos rios, por meio de rádio, TV, internet ou outro meio de informação e interação. 28 É importante também abordar o esporte enquanto profissão, na qual os atletas treinam horas de seus dias com vistas à performance, à perfeição de movimentos e à busca dos melhores resultados em competições, torneios e campeonatos. Igualmente, as práticas corporais atuam nesse sentido e, com relação à saúde, trazem benefícios para todo o corpo. Etapa 2 (1 aula) Projete os vídeos indicados a seguir, produzidos pelo MEC – TVEscola, para professores, mas adequados para alunos dessa faixa etária. São um conjunto de vivências e informações que poderão enriquecer ainda mais a visão deles a respeito dos esportes enquanto lazer, saúde e profissão. • Esporte na escola: esporte e lazer Disponível em: <https://tvescola.org.br/tve/video/esporte-e-lazer>. Acesso em: 4 set. 2018. • Esporte na escola: o esporte ao longo da vida Disponível em: <https://tvescola.org.br/tve/video/o-esporte-ao-longo-da-vida>. Acesso em: 4 set. 2018. • Esporte na escola: os profissionais Disponível em: <https://tvescola.org.br/tve/video/os-profissionais>. Acesso em: 4 set. 2018. Conversem sobre os vídeos e proponha que realizem as práticas neles visualizadas, como cesta fugitiva, caminhada, corrida de revezamento e rede humana. Etapa 3 (1 aula) Inicie a etapa conversando com os alunos sobre a necessidade de espaçospúblicos de qualidade para a realização de práticas corporais. Sugira a elaboração de fôlderes, que ressalte o esporte enquanto fator de saúde, lazer e qualidade de vida para ser praticado ao longo da vida. Para tal, deverão pesquisar na comunidade onde e quando as pessoas podem realizar práticas esportivas (em espaços públicos e privados). Os folhetos deverão conter ilustrações, textos, informações dos benefícios, locais e horários para a prática. Se necessário, solicite a ajuda do professor de Língua Portuguesa para essa produção. Decida junto com os alunos quem será o interlocutor, ou seja, para quem entregarão os fôlderes produzidos (para as pessoas com quem eles moram, para professores da escola, para o pessoal da comunidade, etc.). Questões auxiliares na avaliação do desenvolvimento das atividades • Os alunos perceberam a diferença na organização e na prática dos esportes em suas diferentes manifestações (profissional e comunitário/lazer)? • Quais foram os esportes ou as práticas trabalhados preferidos da turma? 29 2.o BIMESTRE SEQUÊNCIA DIDÁTICA 1: ESPORTES DE INVASÃO TRADICIONAIS Unidade temática Objeto de conhecimento Habilidades Esportes Esportes de invasão (EF67EF03) Experimentar e fruir esportes de invasão valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo. (EF67EF04) Praticar um ou mais esportes de invasão oferecidos pela escola, usando habilidades técnico- táticas básicas e respeitando regras. (EF67EF05) Planejar e utilizar estratégias para solucionar os desafios técnicos e táticos, tanto nos esportes de invasão como nas modalidades esportivas escolhidas para praticar de forma específica. (EF67EF07) Propor e produzir alternativas para experimentação dos esportes não disponíveis e/ ou acessíveis na comunidade e das demais práticas corporais tematizadas na escola. Tempo estimado: 8 aulas. Recursos necessários: quadra poliesportiva. Planejamento Etapa 1 (2 aulas) Solicite que os alunos observem durante uma semana a programação de diferentes emissoras televisivas e anotem o nome dos esportes, a emissora e o horário da transmissão e também de programas voltados aos esportes e quais as modalidades mais comentadas. Proponha uma pesquisa de campo, que pode ser realizada como tarefa de casa, em que os alunos visitem a comunidade local para identificarem as modalidades esportivas oferecidas, tanto as públicas como as privadas. Diante dos resultados apresentados pelos alunos, elabore uma lista com o nome das modalidades esportivas presentes em cada situação e a quantidade de vezes que apareceram. Logo após, construa com os alunos dois gráficos com os resultados. No primeiro gráfico, os alunos farão uma análise de quais são os esportes mais divulgados pela mídia televisiva e no segundo, quais os esportes mais praticados na comunidade. Essa atividade pode ser desenvolvida com o auxílio do professor de Matemática. Converse com os alunos sobre a preferência por alguns esportes e não por outros; sobre a presença de esportes masculinos e femininos; sobre os esportes que têm mais patrocinadores; em que modalidade esportiva aparecem mais atletas nas propagandas e outras questões que achar importantes. Solicite que os alunos consultem o link a seguir: <https://top10mais.org/esportes-mais- praticados-no-brasil/>, acesso em 1 out. 2018, e comparem os resultados com os gráficos construídos para ver se há semelhanças. Acesse também a página do Ministério do Esporte, que mostra a pesquisa sobre a prática de esporte no Brasil, disponível em: <http://www.esporte.gov.br/diesporte/2.html>, acesso em: 1 out. 2018, e selecione alguns gráficos para serem comparados aos elaborados pelos alunos. Sugestão: 30 • Idade do abandono das práticas de esporte. • Abandono por esporte. • Modalidades: primeiro esporte praticado pelo entrevistado. • Esportes mais praticados em 2013. • Esporte: local que costuma praticar seu esporte preferido. • Motivações-esportes: motivações para a prática de esportes em 2013. Etapa 2 (3 aulas) A proposta agora é a fruição e a vivência dos esportes de invasão, que apareceram nas pesquisas e nos gráficos trabalhados anteriormente. Apresente o gráfico: “Esportes mais praticados em 2013” e solicite que os alunos analisem os dados. Chame a atenção deles para as práticas corporais que aparecem, explique que não são somente esportes como o título anuncia, há também algumas práticas de ginásticas, de lutas, de danças e corporais de aventura. Solicite que encontrem os esportes de invasão para serem realizados no decorrer das próximas aulas: futebol, futsal, handebol e basquetebol. Veja o gráfico e apresente-o aos alunos. ESPORTES MAIS PRATICADOS EM 2013 Fonte: BRASIL. Ministério do Esporte. A prática de esporte no Brasil. Disponível em: <http://www.esporte.gov.br/diesporte/2. html>. Acesso em: 4 out. 2018. 31 Na vivência dos esportes de invasão, procure partir dos conhecimentos que o aluno já possui e amplie-os com regras mais elaboradas, com habilidades técnico-táticas básicas. Não se esqueça de que todos, independentemente de gênero, raça, cor, biótipo, orientação sexual ou sendo de inclusão (Lei n.° 13.146, de 6/7/2015), devem experimentar as modalidades trabalhadas. Portanto, não se deve dividir a turma, de modo que fiquem meninos praticando um esporte e as meninas outro; adaptar regras para alunos de inclusão, as equipes devem ser organizadas com critérios diferenciados para não formarem “panelinhas”, por exemplo: cor de cabelo, mês de nascimento, distribuição aleatória de coletes, etc. Para consultar regras, acesse os sites das confederações de cada esporte: • Futebol CBF. Regras de futebol 2017/2018. Disponível em: <https://conteudo.cbf.com. br/cdn/201712/20171221124545_0.pdf>. Acesso em: 17 set. 2018. • Futsal CBFS. Livro Nacional de Regras 2018. Disponível em: <http://www.cbfs.com. br/2015/futsal/regras/livro_nacional_de_regras_2018.pdf>. Acesso em: 17 set. 2018. • Basquetebol CBB. Regras oficiais de basquetebol 2017. Disponível em: <http://sge.esumula. com.br/Arquivos/LIVRO_DE_REGRAS.pdf>. Acesso em: 17 set. 2018. • Handebol CBHb. Regras de jogo. Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/ Anexos/002336_Regras%20Oficiais%20-%20Handebol%20-%20CBHb%20-%20 julho%20-%202016.pdf>. Acesso em 17 set. 2018. As modalidades devem ser realizadas de maneira a valorizar o coletivo e o protagonismo, ou seja, não enaltecer a competição, mas sim o prazer em jogar, a cooperação e o enfrentamento de desafios corporais. Etapa 3 (2 aulas) Dialogue com os alunos sobre a presença de inúmeros esportes existentes no mundo, muitos praticados no Brasil, outros nem tanto. Alguns que fazem parte das Olimpíadas de Verão, outros das Olimpíadas de Inverno. Os jogos vão sendo adaptados às diferentes realidades, aparecendo, assim, novas formas de jogar e que, a partir da sistematização de regras e criação de federações e confederações, são oficializados como esportes. Depois, proponha aos alunos a vivência de alguns jogos e esportes de invasão não muito conhecidos que estão indicados no Manual do Professor impresso: flag football, ultimate frisbee. Etapa 4 (1 aula) Organize a turma em grupos e solicite que conversem e apresentem propostas possíveis de serem realizadas na escola ou/e na comunidade local para ampliarem ou adquirirem espaço para a realização de práticas esportivas em seus tempos livres. Questões auxiliares na avaliação do desenvolvimento das atividades • Os alunos experimentaram os esportes de invasão valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo? • Os alunos praticaram os esportes de invasão oferecidos pela escola, usando habilidades técnico-táticas básicas e respeitando regras? • Os alunos utilizaram estratégias para solucionar os desafios técnicos e táticos nos esportes de invasão? • Os alunos elaboraram alternativas viáveis para vivenciarem os esportes na comunidade? 32 SEQUÊNCIA DIDÁTICA 2: GINÁSTICA ARTÍSTICA E GINÁSTICA RÍTMICA ‒ ESPORTE OU
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