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Prática de Ensino - Integração Escola X Comunidade

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Prática de Ensino: Integração Escola X Comunidade 
Visão geral 
• Ampliar a sua visão sobre esse tema, por meio da observação e do estudo integrado entre uma unidade escolar 
e a comunidade em que ela está inserida. 
• Mostrar a importância da integração entre escola x comunidade, levando-o a refletir de forma crítica sobre sua 
futura atuação. 
• Vivenciar situações reais, a fim de compreender a realidade de uma escola e da comunidade ao redor, e 
identificar, entre outros aspectos importantes, suas características, necessidades e expectativas. 
• Investigar e propor um projeto de integração, aperfeiçoando a articulação entre a escola e a comunidade. 
• O processo de construção da sua identidade profissional será desenvolvido pela vivência e familiarização nos 
contextos educacionais da escola pública e/ou particular do ensino básico, e pela sua habilitação, como futuro 
educador, em programar suas futuras atividades. 
Objetivos específicos 
• Identificar características de uma instituição escolar no contexto da realidade socioeconômica e cultural da 
comunidade na qual se insere. 
• Caracterizar a instituição escolar nos aspectos relativos à sua infraestrutura física, humana e pedagógica. 
• Caracterizar a comunidade ao redor sob o aspecto socioeconômico e cultural, visando a conhecer a realidade 
em que vive o aluno. 
• Identificar as reais expectativas dos alunos e da comunidade em relação à escola e refletir sobre as 
possibilidades de integração; 
• Elaborar uma proposta de ação, por meio de um projeto de integração, articulando a escola e a comunidade a 
que serve, e integrando-a ao contexto sociocultural. 
Projeto de integração Atividades de avaliação 
1. Relatório de Caracterização da Escola e da Comunidade. 
2. Projeto de Integração entre a Escola e a Comunidade. 
Ingressar diretamente em uma unidade escolar – seu futuro ambiente de trabalho: 
Vivenciar situações reais 
Compreender melhor a realidade do seu futuro campo de atuação 
Familiarizar-se com o contexto educacional das escolas de Educação Básica 
Entender como programar suas futuras atividades 
Dar início a uma visão crítica sobre a ação pedagógica 
Dirigir seu olhar para as necessidades da escola e da comunidade, identificando, em ambas, características que 
permitam promover sua articulação 
 
TÓPICOS ABORDADOS 
1. Caracterização. 
2. Escola. 
3. Comunidade. 
4. Técnicas de coleta de dados 
5. Integração Escola x Comunidade. 
6. O papel do professor. 
 
 
 
1. CARACTERIZAÇÃO 
De acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2009, p. 398), “caracterização” – termo utilizado como 
conceito-chave nesta atividade − tem o sentido de “destacar as particularidades de algo, com o intuito de torná-lo 
conhecido”. 
Ao caracterizar a escola, devem-se destacar os elementos estruturais que possam ser utilizados, ou seja, deve-se 
identificar quais os elementos que, se explorados de forma adequada, podem promover a articulação da escola com a 
comunidade que a circunda. 
Lembrete 
Caracterizar uma escola envolve sua identificação, análise crítica do ambiente físico, gestão escolar, organização 
administrativa e pedagógica, outras atividades desenvolvidas pela escola e, principalmente, o levantamento das 
expectativas dos alunos em relação a ela. 
O mesmo conceito de caracterização também pode ser aplicado à comunidade, ou seja, deve-se procurar identificar 
suas particularidades e características a fim de levantar dados para promover a esperada articulação com uma escola. 
Lembrete 
Caracterizar a comunidade envolve: localização geográfica, equipamentos sociais, densidade demográfica, perfil 
econômico da população, uso do solo predominante e levantamento das expectativas da população em relação ao 
trabalho da escola. 
2. ESCOLA 
Para os fins desta atividade, escola trata-se de um “estabelecimento público ou privado destinado a ensino coletivo” 
(HOUAISS, 2009, p. 800) v inculado à Educação Básica, ou seja, escolas de Educação Infantil, de Ensino Fundamental 
e/ou de Ensino Médio. A escola deve ser devidamente reconhecida, registrada no Ministério da Educação e, ao se 
promover a sua caracterização, deve-se dar ênfase especial à sua estrutura física, organizacional e pedagógica. 
A principal função social e pedagógica da escola é a de assegurar o desenvolvimento das capacidades cognitivas, 
operativas, sociais e morais pelo seu empenho na dinamização do currículo, no desenvolvimento dos processos de 
pensar, na formação da cidadania participativa e na formação ética (LIBÂNEO, 2004, p. 137 ). 
Para Libâneo (2004, p. 34), “há uma dimensão cultural que caracteriza cada escola, para além das prescrições 
administrativas e das rotinas burocráticas”. Por isso, quando estudamos a organização de uma escola, dois aspectos 
são importantes: a dinâmica organizacional já existente na escola e a cultura da organização escolar, própria de cada 
escola. 
 Nesse aspecto, o professor deve estar atento a esse conhecimento a fim de saber tomar decisões coerentes, formular 
projetos pedagógicos, saber trabalhar em equipe, assumir responsabilidades e desenvolver o exercício do seu trabalho, 
não esquecendo que “a escola não é apenas um serviço, mas uma instituição” (MEIRIEU, 2005, p. 22). 
A escola é lugar de compartilhamento de valores e de aprender conhecimentos, desenvolver capacidades intelectuais, 
sociais, afetivas, éticas, estéticas, mas também lugar de formação de competências para a participação na vida social, 
econômica e cultural (LIBÂNEO, 2004, p. 139). 
Logo, faz-se necessário, nesta disciplina, focar no estudo de uma instituição escolar com sua identificação, análise crítica 
do seu ambiente físico, a forma de utilização de suas dependências, as características da gestão, a organização 
administrativa e pedagógica, saber as atividades desenvolvidas na escola e, principalmente, as expectativas dos alunos 
em relação a ela. 
3. COMUNIDADE 
Segundo o conceito adotado nesta atividade, comunidade corresponde à “população que vive num dado lugar ou 
região, ligada por interesses comuns” (HOUAISS, 2009, p. 509). 
Tanto o lugar enfocado quanto a população que ali reside são de interesse da pesquisa, pois compõem, juntamente 
com a escola, um só objeto de estudo, em que nada ocorre isoladamente, mas de modo integrado. 
Por comunidade se entende, portanto, “a população que reside no entorno escolar, no bairro onde se localiza a escola 
e em localidades circunvizinhas que a escola procura servir” (SUNG, 2003, p. 5). Assim, são fatores de vital importância 
as populações usuárias da escola (efetivas e potenciais), bem como o espaço físico que ela ocupa. 
Conforme Freire (1996), a formação dos professores devia insistir na constituição deste saber necessário que é o 
contorno ecológico, social e econômico em que vivemos. Além disso, o saber teórico desta influência teria que ser 
associado ao saber teórico-prático da realidade concreta em que os professores trabalham. 
Freire (1996) ainda aponta a importância de o professor estar atento e abrir-se à realidade dos seus alunos, com quem 
partilha a atividade pedagógica, ou seja, entender as condições materiais nas quais vivem seus educandos. Precisa, 
portanto, tornar-se, se não absolutamente íntimo de sua forma de ser, no mínimo, menos estranho e alheio a ela, a fim 
de diminuir a sua distância da realidade (às vezes hostil) em que vivem seus alunos. Melo (2012) também afirma que o 
papel do educador é conhecer o aluno, sua vida, sua prática social, as contradições da vida que levam em comunidade, 
suas necessidades etc. 
Nota-se, portanto, que a comunidade em torno da escola não se limita às pessoas que lá estudam e a seus familiares, 
mas se estende a todos aqueles que moram nos bairros próximos à escola (SILVA; MENIN, 2012). Assim, comunidade 
não deve ser confundida com comunidade escolar, cujo conceito engloba o conjunto de docentes e especialistas, o 
pessoal técnico-administrativoe de serviços, lotados e em exercício na instituição escolar, bem como os pais ou 
responsáveis pelos educandos e os próprios alunos matriculados na instituição e com frequência regular na instituição 
(BRASIL, 1998). 
Um dos resultados mais importantes de seu aprendizado será o conhecimento da realidade em que vivem os alunos da 
escola objeto de estudo, principalmente em termos socioeconômicos e culturais. Somente conhecendo a realidade 
escolar e a comunidade em que ela se insere será possível idealizar projetos de interação entre ambas, objetivo final da 
atividade proposta nesta disciplina. 
Logo, faz-se necessário, nesta disciplina, focar também no estudo da comunidade ao redor da escola, estudando a sua 
localização, os equipamentos sociais presentes ao redor dela, sua densidade demográfica, o perfil econômico da 
população, o uso predominante do solo e, principalmente, as expectativas da população em relação ao trabalho da 
escola. 
Para o levantamento das expectativas dos alunos e da comunidade, conteúdo fundamental para esta disciplina, você 
poderá aplicar questionários ou entrevistas, a fim de levantar informações pertinentes para sua pesquisa sobre as reais 
necessidades dos alunos e comunidade e, com isso, propor, num segundo momento, um projeto de integração entre 
eles. 
4. TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS 
4.1 Pesquisa de Campo 
Mas por onde começar? Como transformar a pesquisa em pesquisa científica? 
Em sentido amplo, “pesquisar” significa realizar empreendimentos para descobrir, para conhecer algo. A pesquisa 
constitui um ato dinâmico de questionamento, indagação e aprofundamento. Consiste na tentativa de desvelamento 
de determinados objetos (Revelar, esclarecer). É a busca de uma resposta significativa a uma dúvida ou problema 
(BARROS; LEHFELD, 2007, p. 81). 
A pesquisa, para ser caracterizada como “científica”, precisa obedecer a alguns critérios e técnicas para a obtenção de 
dados pertinentes ao conhecimento e para a compreensão do problema levantado da realidade. 
O interessante é verificar que, por meio da pesquisa científica, pode-se chegar a um conhecimento novo, reformular 
novos problemas, construir teorias científicas, ampliar o conhecimento já adquirido, gerar maior precisão teórica sobre 
os diferentes fenômenos presentes ao nosso redor, bem como contribuir para a formação de uma postura crítica e 
científica do pesquisador. 
Segundo Barros e Lehfeld (2007, p. 82), “a pesquisa científica consiste na observação dos fatos tal como ocorrem 
espontaneamente, na coleta de dados e no registro de variáveis presumivelmente relevantes para análises posteriores”. 
Para isso, existem diferentes técnicas de investigação científica, que dizem respeito ao método da pesquisa (como 
fazer?) e à coleta de dados de um determinado fenômeno. 
Em Prática de Ensino: Observação e Projeto você teve a oportunidade de colocar em prática a observação. Vale 
relembrar que a observação científica é uma técnica de coleta de dados que diz respeito ao método científico que utiliza 
os sentidos para conseguir informações dos aspectos da realidade e obriga o investigador a um contato direto com a 
realidade estudada (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). Você também aprendeu sobre os diferentes tipos de observação, 
bem como suas vantagens e limitações em comparação às outras técnicas. 
Segundo Libâneo (2004), “a principal qualidade do observador é saber prestar atenção. O bom observador é aquele que 
sabe ver, identificar e descrever diversos tipos de interações e situações” (LIBÂNEO, 2004, p. 297). 
Em pesquisas de campo, além da observação como um elemento básico para qualquer pesquisa desse tipo, é comum 
o uso de questionários e entrevistas. O pesquisador deve escolher qual será seu instrumento de pesquisa de acordo 
com o tipo de informação que ele busca obter. 
4.2 Questionário e entrevista 
O questionário é um dos instrumentos utilizados para levantar informações do que se deseja. Pode apresentar 
perguntas fechadas ou abertas e, ainda, a combinação dos dois tipos. As perguntas fechadas são aquelas que 
apresentam alternativas de respostas f ixas. Já as perguntas abertas são as que levam o informante a responder 
livremente sobre o assunto (BARROS; LEHFELD, 2007). 
Da mesma forma que a técnica da observação, o questionário também apresenta algumas vantagens e limitações. 
Conforme Barros e Lehfeld (2007, p. 107), algumas vantagens são: 
• Possibilita ao pesquisador abranger maior número de pessoas e de informações em curto espaço de tempo. 
• Facilita a tabulação e o tratamento dos dados obtidos. 
• Economiza tempo e recursos tanto financeiros como humanos na sua aplicação. 
(BARROS; LEHFELD, 2007, p. 107). 
Uma das limitações, conforme os autores, é exatamente “a necessidade de elaborar questionários específicos para cada 
segmento da população, a fim de obter maior compreensão das perguntas, além de não se poder aplicá-los para pessoas 
analfabetas” (BARROS; LEHFELD, 2007, p. 107). 
Outra técnica utilizada para levantar dados para uma pesquisa é a entrevista, ou seja, uma ação que envolve uma 
conversa entre duas ou mais pessoas, com um objetivo determinado. 
Segundo Libâneo (2004), existem três tipos de entrevistas: dirigida (quando existe um roteiro prévio de questões); não 
dirigida (quando não há um roteiro prévio e a conserva flui livremente) e, por fim, a mista (quando se utilizam ambos 
os procedimentos). 
 Para Barros e Lehfeld (2007, p. 109), as principais vantagens da entrevista são: 
• O pesquisador consegue maior flexibilidade. 
• A entrevista pode ser aplicada em qualquer segmento da população, isto é, o entrevistador pode formular e 
reformular as questões para melhor entendimento do entrevistado. 
• O entrevistador tem oportunidade de observar atitudes e ainda há a possibilidade de obter dados relevantes e 
mais precisos sobre o objeto de estudo. 
(BARROS, LEHFELD, 2007, p. 109) 
Para os mesmos autores, uma das limitações quanto ao uso das entrevistas é o tempo que o pesquisador despenderá 
para coletar todas as informações necessárias. 
4.3 Integração Escola X Comunidade 
A partir de 1988, com a promulgação da atual Constituição da República Federativa do Brasil, propostas de participação 
da comunidade na escola se intensificaram, especialmente devido à insatisfação quanto ao quadro caótico vislumbrado 
pela educação, especialmente no que se referia ao ensino público brasileiro. Sob certa pressão da sociedade civil, as 
administrações públicas do setor educacional voltaram suas atenções para a escola, que passou a ocupar o centro das 
preocupações educacionais (SUNG, 2003). 
As propostas de reforma do setor pautaram-se, em grande parte, no discurso sobre a importância de ampliar a 
participação da comunidade na vida escolar. A partir dessas iniciativas, a participação da comunidade na escola ganhou 
sustentação legal, amparada pela Constituição e pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 
9.394/1996), ficando os estabelecimentos de ensino com “a incumbência de articular-se com as famílias e a 
comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola” (BRASIL, 1996). 
A partir de então, vários dispositivos legais e institucionais começaram a surgir, convocando a sociedade a participar da 
vida escolar. Essas propostas de integração da comunidade à escola, no Brasil, foram inovadoras, e o país passou a se 
rearticular e a dar um novo significado à educação. O mesmo discurso de democratização da escola, que já era comum 
nos meios chamados progressistas da sociedade, encontrou eco nos setores sociais tidos como conservadores, que 
passaram também a defender a participação da comunidade no meio escolar. 
Contudo, para Assumpção (2005), existe até uma busca de interações mais efetivas em algumas instituições escolares, 
mas essa relação escola-comunidade está muito impregnada no discurso e pouco na prática. Ainda nesse aspecto, 
Moran (2013)também confirma que temos hoje, no Brasil, muitas iniciativas de escolas abertas para a comunidade que 
procuram as competências no bairro, mas ainda são projetos pontuais. A maior parte das escolas permanece distante 
da inserção da comunidade. 
 A abertura da escola implica numa reorganização do tempo e espaço da instituição escolar e mudança de atitude das 
pessoas envolvidas. Não adianta abrir os portões nos finais de semana, mas no dia a dia continuar com os mesmos 
mecanismos de exclusão da comunidade, tanto no currículo quanto nas vivências cotid ianas na escola (ALMEIDA, 2005). 
A prática participativa deve ir além do discurso e da implantação de mecanismos de participação institucional de âmbito 
geral. Não se pode perder de v ista as particularidades de cada escola e os aspectos que, juntos, a torn am única, 
diferenciada das demais. Assim, a prática participativa envolve um caminhar próprio e particular de cada escola e de 
cada comunidade que a circunda. O desafio é conhecer e reconhecer esses aspectos, de modo que propicie uma 
integração que seja benéfica para ambas as partes – escola e comunidade – , e isso é possível com o conhecimento 
intrínseco de cada uma delas. 
Logo, existe uma necessidade de descobrir formas inovadoras de convivência com a comunidade, para que esse convívio 
qualificado realmente aconteça. A escola não pode concentrar todos os seus esforços só na melhoria do ensino e das 
atividades didáticas. Ela precisa de gestão eficiente, de envolvimento com a comunidade, dos pais, das competências 
da cidade e de integração aos vários órgãos governamentais na vida escolar (MORAN, 2013). 
Segundo Melo (2012, p. 7), “a participação da comunidade na escola tem como premissa fundamental que a educação 
das novas gerações não pode ser tarefa unicamente da escola”. Para o autor, a educação é muito mais que aprendizado 
de conhecimentos; ela leva em conta outras questões, como a vida familiar, a situação econômica e, no caso, a 
participação da comunidade na escola, resultando na melhoria da qualidade da educação. 
Para Bezerra et al. (2010), essa relação deve ser pautada pelo diálogo, pela participação e pela confiança. Para os 
autores, todos os participantes do processo educativo têm capacidade para elaborar propostas de melhoria na 
educação, propostas que partam das necessidades reais da comunidade. Para isso, “a escola deve oportunizar ‘situações 
de encontro’, a fim de conhecer os recursos da comunidade e os aspectos da sua realidade, visando à melhoria do 
ensino – aprendizagem” (BEZERRA et al., 2010, p. 282). 
Vale salientar, todavia, que essa relação deve ser construída pela escola, pois é provável que a comunidade não tenha 
essas iniciativas (SILVA; MENIN, 2011). 
Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) – Temas Transversais, “a relação da escola com a comunidade é 
uma rica contribuição, principalmente, pelo v ínculo que estabelece com a realidade” e os problemas da comunidade 
onde vivem seus alunos (BRASIL, 1998). O documento ainda cita que é essencial: 
[...] mostrar a importância da participação da comunidade na escola, de forma que o conhecimento apreendido gere 
maior compreensão, integração e inserção do mundo; a prática escolar comprometida com a interdependência 
escola-sociedade tem como objetivo situar as pessoas como participantes da sociedade – cidadãos – desde o 
primeiro dia de sua escolaridade (BRASIL, 1998, p. 10). 
Silva e Menin (2011) ainda apontam que a escola pode ser marcada por diversos elementos da comunidade em que 
está inserida, tais como: associação de pais, associação de bairro, igrejas e iniciativas de instituições municipais próximas 
à escola, entre outros. Entretanto, a escola também pode ser influenciada por muitos problemas da comunidade ao 
redor, como tráfico de drogas, banditismo, vandalismo, diversas formas de violência, precárias condições de 
saneamento básico e até mesmo por problemas ambientais ligados ao descaso do poder público ou, ainda, a acidentes 
da natureza, como enchentes. 
Além desses aspectos, o que se observa geralmente é uma escola cheia de vícios, em que a preocupação maior está no 
cumprimento do programa, mesmo que este não tenha apresentado nenhuma relação com o mundo do aluno, e, 
portanto, não estimule o avançar no conhecimento. Também se observa a escola agindo de forma isolada, sem qualquer 
tentativa de relação com a comunidade ao seu redor e vice-versa (ASSUMPÇÃO, 2005). 
A escola não é um órgão isolado do contexto global de que faz parte e deve estar presente no processo de organização 
de modo que as ações a serem desenvolvidas estejam voltadas para as necessidades comunitárias (HORA, 1994). Silva 
e Menin (2012) também destacam que essa integração se faz necessária para que a comunidade, e todos os seus 
membros, sintam-se responsáveis pela escola, pela educação dos alunos e, principalmente, pela realidade local, no 
sentido de corresponsabilidade. 
Para Moran (2013, p. 68), “a escola pode incluir a comunidade ao seu redor, criar pontes para as situações reais de 
aprendizagem existentes, vivenciadas na prática. Pode oferecer espaços de atualização para famílias e comunidade”. 
Ainda para o autor, 
[...] uma escola fechada com muros altos e grades são um exemplo de insucesso pedagógico. Se está situada em 
uma região carente, tem de dialogar com as pessoas, os grupos, a comunidade. Se for mais rica que o ambiente que 
a rodeia, deve abrir-se com mais razão ainda, oferecer seus serviços, mostrar que o bairro ganha com essa 
integração (MORAN, 2013, p. 69). 
Dessa forma, pensar em projetos educacionais que busquem a integração entre a escola e a comunidade ao redor e 
vice-versa fortalece os vínculos entre elementos naturalmente indissociáveis e aprimora a qualidade do ensino. A escola 
precisa caminhar junto com a comunidade, pois “qualquer escola pode ser uma escola que se articule efetivamente 
com os pais, com a comunidade, que incorpore seus saberes, que preste serviço e aprenda com ela” (MORAN, 2013, p. 
26). 
Ainda refletindo sobre a relação entre escola e comunidade, Silva e Menin (2011) apontam que: 
[...] a escola deve possibilitar situações para que a comunidade tenha voz e participação na vida escolar para que, 
assim, seja possível identificar os problemas, os recursos e as especificidades daquela populaç ão. Por outro lado, a 
não integração entre a escola e a comunidade pode gerar um sentimento de não pertencimento e indiferença dos 
membros da comunidade em relação à escola (SILVA; MENIN, 2011, p. 9484). 
Por isso, é de fundamental importância não apenas o envolvimento dos pais, mas também de pessoas que moram na 
comunidade local e que se interessam pelo êxito da instituição, podendo compartilhar e participar do contexto 
educacional. 
Para Libâneo (2004, p. 138), “a participação da comunidade possibilita à população o conhecimento e a avaliação dos 
serviços oferecidos e a intervenção organizada na vida da escola”. Nesse aspecto, quando a comunidade está presente 
na escola e vice-versa, a escola deixa de ser um lugar fechado e isolado, separado da sociedade e cheia de problemas. 
Por outro lado, a comunidade passa a sentir-se responsável pelas decisões num âmbito mais amplo e que afetam a 
comunidade. 
5. O PAPEL DO PROFESSOR 
A inserção da comunidade na escola exige do professor práticas que venham a romper com o isolamento da escola em 
seus modelos pedagógicos (HORA, 1994). Essa mudança na educação, dentre outros, depende de uma ação educativa 
sólida do professor, caminhando para uma educação de qualidade. 
Nesse contexto, na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9.394/1996), no Artigo 13, inciso VI, 
define o papel do professor nessa integração, declarando que os “docentes incumbir-se-ão de colaborar com as 
atividades de articulação da escola com a família e a comunidade” (BRASIL, 1996). A integração com a comunidade 
fortalece a escola, rompecom o isolamento dos professores em sua luta pela melhoria da aprendizagem, aperfeiçoa a 
qualidade do ensino e dá aos alunos um exemplo de prática de cidadania. 
 Diante de tanto apelo e necessidade de uma real integração entre escola e comunidade, o professor precisa refletir 
constantemente em sua prática, a fim de favorecer a participação da comunidade nas decisões e necessidades da escola 
e a elaboração de projetos de integração, visando ao desenvolvimento de ambas (ALMEIDA, 2005). 
Conforme Freire (1996), ensinar exige uma reflexão crítica sobre a prática e compreender que a educação é uma forma 
de intervenção no mundo. O professor deve vincular a sua relação com o aluno à prática social, ou seja, ter como 
parâmetros a própria prática cotidiana, possibilitando aos alunos o contato com a sua realidade social, por meio de uma 
participação e do convívio com a comunidade ao redor da escola (MELO, 2012). 
Além do seu papel específico de docência na disciplina, o professor também tem algumas responsabilidades, e dentre 
elas, participar das atividades que envolvem a comunidade, cívicas, culturais ou recreativas (LIBÂNEO, 2001). 
Almeida (2005), em seu livro Como se Faz Escola Aberta, citando um discurso de um dos professores entrevistados, 
coloca que: 
[...] alguns professores acham que inovar é apenas passar o mesmo conteúdo de um modo diferente, envolvendo 
as mesmas práticas já ultrapassadas. Esquecem-se de que a grande inovação se dá de dentro para fora, começando 
primeiramente pela postura diante dos alunos, passando pela sensibilidade para saber quais as necessidades 
daquele grupo (ALMEIDA, 2005, p. 78). 
Libâneo (2009) também recomenda aos professores e a toda equipe de dirigentes que tenham conhecimento e 
sensibilidade em relação às necessidades sociais e demandas da comunidade local e do próprio funcionamento da 
escola, de modo a ter clareza sobre as mudanças a serem esperadas nos alunos em relação ao seu desenvolvimento e 
aprendizagem. 
Por isso, o desafio do professor é que o seu saber não se resuma apenas ao conhecimento técnico científico e à 
transmissão desse conteúdo, mas ao conhecimento dos educandos com os quais divide sua prática pedagógica e das 
necessidades da comunidade ao seu redor, a fim de se aperfeiçoar e se familiarizar, cada vez mais, com a escola e sua 
comunidade, sabendo promover uma integração coerente e significativa entre elas. 
6. PROJETO 
Vamos imaginar a seguinte situação: 
→ Você é professor (a) de uma escola, mas percebe que a integração com a comunidade é falha, ou até mesmo 
inexistente. 
→ Começa a observar mais atentamente a realidade da escola e da comunidade por ela servida e não gosta do 
que vê. 
Com base em suas observações e levantamento de dados, chega às seguintes conclusões: 
• A escola caminha sozinha, sem o apoio dos governantes e da comunidade local, os pais não se envolvem o 
suficiente no acompanhamento dos seus filhos, as estruturas físicas, como a quadra, a cantina, a biblioteca e 
outras salas da escola, estão precárias e faltando material e, por fim, a comunidade ao redor vive como se a 
escola não existisse naquela região. 
Com tudo isso em mente, você pensa em elaborar um projeto de integração entre essa escola com a comunidade, a fim 
de convocar familiares e moradores da região para uma ação conjunta e participativa em benefício de ambas. 
❑ Mas por onde começar? Como planejar essa iniciativa? 
 
 
Como já estudamos em Prática de Ensino: 
Observação e Projeto (PEOP), planejar é uma tarefa que sempre estamos fazendo, mesmo sem perceber. Pode ser um 
planejamento de maneira espontânea ou sistemática, para fins a curto, médio ou longo prazo, ou ainda pode envolver 
desde ações mais simples até as mais complexas, buscando alcançar com sucesso os objetivos traçados inicialmente. 
Da mesma forma, o professor também deve planejar a sua prática pedagógica, a fim de garantir aos alunos e 
comunidade uma prática realmente efetiva, alcançando a todos e, principalmente, uma educação de qualidade. 
Dentre as várias formas de o professor organizar seu trabalho está o uso de projetos em sua rotina. 
Logo, elaborar projetos sólidos e competentes permite ao aluno se desenvolver não apenas na dimensão do conteúdo, 
mas também na dimensão ético-política e social, buscando a transformação do mundo ao seu redor. 
Lembre-se de que existem diferentes significados para o termo projeto. Para esta disciplina, focaremos em um projeto 
acadêmico no âmbito da educação. Também é importante ressaltar que a forma com que cada projeto é apresentado 
varia conforme as características e as exigências para cada tipo de projeto. 
Trata-se de um termo que deriva do latim projectu, que significa lançar para diante. Em português, caracteriza-se como 
um dos possíveis resultados de um processo de planejamento, que leva à concretização de ideias. Em outras palavras, 
reflete um trabalho de elaboração mental, apresentado de modo escrito. 
 Como já foi estudado em Prática de Ensino: Observação e Projeto (PEOP), um projeto tem por finalidade demonstrar o 
que se pretende fazer, como fazê-lo e aonde se quer chegar. É importante salientar que uma boa apresentação é 
fundamental, pois é delineado o seu perfil como aluno e futuro profissional, além do caminho que irá seguir em seu 
trabalho, possibilitando uma boa impressão a respeito de você. 
6.1 Projeto de Integração 
Com base nos dados levantados no relatório de caracterização da escola e da comunidade, especialmente em relação 
às necessidades e expectativas de ambas, você deverá verificar uma possível relação de integração e apoio entre elas. 
A partir disso, procure elaborar uma proposta de ação que possibilite o atendimento e, ao menos, uma das expectativas 
ou necessidades observadas, buscando uma aproximação entre a escola e a comunidade, de modo que haja uma 
ampliação da visibilidade da escola no local. 
Observação 
Vale ressaltar que o grupo deverá propor uma nova ideia de integração entre a escola e a comunidade em questão, 
tendo como base os dados levantados na primeira atividade. Não poderá ser apresentado um projeto já existente na 
escola e/ou comunidade sobre esse tema. 
Essa atividade servirá como uma das suas avaliações nesta disciplina, culminando na elaboração de um Projeto de 
Integração entre a Escola e a Comunidade. 
Além disso, lembre-se de que um bom projeto é aquele em que os agentes se sentem realmente responsáveis. Em 
outras palavras, embora o projeto não precise ser aplicado, (ou seja, basta que seja apenas escrito), é importante que 
você procure pensar sobre como envolver os alunos da escola no projeto do modo mais direto possível, pois eles são o 
maior elo entre a escola e a comunidade, o que faz com que representem, portanto, seu mais importante instrumento 
de trabalho no que concerne à promoção tão esperada da integração entre essas duas esferas da sociedade. 
Lembrete 
Para fins da avaliação neste semestre, vale repetir, basta elaborar o projeto no papel, na teoria, sem a necessidade de 
aplicá-lo de fato. 
7. VISÃO GERAL DAS ATIVIDADES 
Agora que você já tem o conhecimento teórico da disciplina, vamos relembrar, de forma resumida, a sequência de 
atividades que você deverá desenvolver: 
• Inicialmente, você deverá identificar uma escola que sirva de base para a sua pesquisa. É importante ressaltar 
que a direção da escola precisa aceitar que você desenvolva as atividades necessárias naquele ambiente, o que 
pode envolver algumas conversações informais ou formais. Assim, faça contato com a escola o quanto antes 
para pedir autorização, pois há o risco de você não ser aceito (a) e ter que buscar outra escola para realizar as 
atividades solicitadas. Portanto, não perca tempo! 
Observação 
Não é necessário nenhum documento formal comprovando a sua inserção na escola. Entretanto, se a direção da escola 
solicitar uma documentação da Universidade, você encontrará uma cartade apresentação, anexa, no final do Manual 
de Orientação das Atividades, no AVA. 
• Uma vez identificada a escola, você deverá dar início a uma caracterização dessa unidade escolar, buscando 
identificar suas necessidades e expectativas que possam ser supridas, totalmente ou em parte, pela 
comunidade em que a escola se insere. Da mesma forma, no mesmo relatório, deverá caracterizar a 
comunidade por ela servida, buscando identificar suas necessidades e expectativas que, ev entualmente, 
possam ser supridas, totalmente ou em parte, pelo seu envolvimento na unidade escolar ali localizada; 
• Com base nos dados do relatório das caracterizações, você deverá propor um projeto de integração entre a 
escola e a comunidade para dar maior visibilidade à escola na comunidade em que ela se insere e/ou vice-versa. 
Lembrete 
As principais atividades vinculadas a esta disciplina são: 
1) o relatório de caracterização, tanto da escola quanto da comunidade por ela servida, buscando identificar as 
necessidades e expectativas de cada uma delas que possam ser supridas, no todo ou em parte. 
2) um projeto de integração entre a escola e a comunidade caracterizadas anteriormente. 
Todas as explicações detalhadas das atividades obrigatórias a serem elaboradas estão disponíveis no Manual de 
Orientação das atividades da disciplina Prática de Ensino: Integração Escola X Comunidade, no Ambiente Virtual de 
Aprendizagem (AVA). 
Fique atento (a) aos avisos no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) para verificar os procedimentos e períodos 
de entrega.