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PROJETO DE PESQUISA dani aguilera

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FACULDADE NOVOESTE 
DANIELI AGUILERA RAMALHO
AUTISMO NA EDUCAÇÃO E OS DESAFIOS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Campo Grande – MS
2019
DANIELI AGUILERA RAMALHO
AUTISMO NA EDUCAÇÃO E OS DESAFIOS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Projeto apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Educação Inclusiva e Especial, como requisito para obtenção do título de Especialista em Educação Inclusiva e Especial
Orientador: Profa. Perpétua Aparecida Albuquerque Dutra / Mestre.
Campo Grande – MS
2019
SUMÁRIO
Tema e título do projeto......................................................................................3
Justificativa..........................................................................................................5Problema.............................................................................................................6Formulação da Hipótese.....................................................................................7
Objetivo Geral.....................................................................................................8
Objetivos Específicos.........................................................................................8
Referencial teórico..............................................................................................9
Metodologia.......................................................................................................12
Cronograma.......................................................................................................13Referências bibliográficas..................................................................................14
TEMA E O TÍTULO DO PROJETO
Alfabetizar é muito mais do que apenas decodificar palavras, frases e textos, é preciso reconhecer e interpretar o que estão sendo lido, entendendo de forma mais profunda as palavras ali escritas.
Em uma escola, cada indivíduo é único e singular, portanto, a alfabetização ocorre de maneiras diferentes. Essa forma diferente de aprender também engloba as pessoas com deficiência, pois, cada uma apresentam suas necessidades de acordo com as características decorrentes de sua deficiência, aprendendo os conteúdos de forma peculiar. De acordo com Mello (2004, p.12) “as diferentes deficiências geram necessidades e formas educativas especiais próprias, o que não é diferente em relação às síndromes”. 
Dessa forma, o autismo, objeto do estudo, tem como característica desvios qualitativos na comunicação, na utilização da imaginação e na interação social, o que necessita de acompanhamento especializados dependendo do grau da síndrome. 
Desde muito pequenos já pode se notar diferenças em seu comportamento e na forma como constrói o conhecimento, principalmente na interação com o outro ou com objetos e na maneira como se comunica. Porém, se destacam por apresentar altas habilidades em determinadas áreas, principalmente musical, memória e física, que muitas vezes superam sua idade cronológica. 
Portanto, o estudo em questão visa abordar as práticas inclusivas para o aluno autista no período de alfabetização, momento este importante na vida de qualquer indivíduo. 
A escolha da temática surgiu pela oportunidade de entender melhor como os alunos autistas dos anos iniciais do ensino fundamental se desenvolvem e buscar práticas educativas que auxiliam sua construção de conhecimento durante o processo de alfabetização.
A ideia central é buscar na literatura formas de alfabetizar o aluno autista, levando em consideração suas habilidades, respeitando seus limites e vontades, buscando melhorias em sua comunicação e na interação social, favorecendo não somente o aluno autista, mas todos aqueles que estão em processo de alfabetização. 
O processo de alfabetização para o autista de acordo com o Ministério da Educação – MEC deve contribuir “com as dificuldades de comunicação com o mundo externo. Portanto, as atividades propostas devem expandir o conhecimento de mundo, procurando contextualizar o que se pretende ensinar com a realidade do aluno” (BRASIL, s/d, p.3), incorporando elementos novos a sua aprendizagem. 
Para ensinar o aluno autista é preciso uma metodologia especifica a suas características peculiares, que irão se diferenciar de aluno para aluno. Algumas práticas educativas se tornam essenciais nesse processo, buscando ferramentas e métodos que auxiliem em seu processo de alfabetização e de construção de conhecimento. 
JUSTIFICATIVA
O estudo é justificado pelo fato da elevação do número de alunos autistas matriculados em escolas regulares e pela necessidade de conhecer melhor suas características e a forma adequado de se trabalhar com este aluno para proporcionar seu pleno desenvolvimento e interação social, pois, como professora dos anos iniciais do Ensino Fundamental e por ter um aluno autista em sala de aula, percebe-se as dificuldades desse aluno durante o processo de alfabetização e a importância de práticas inclusivas para a construção de seu conhecimento. 
Acredita-se que, todos os professores precisam conhecer melhor cada deficiência ou transtorno, principalmente quando há em sala de aula alunos que necessitam de atendimento especializado, pois, é dever do professor ensinar todos os seus alunos, independente das dificuldades ou características que apesentem, proporcionando seu pleno desenvolvimento.
Outro ponto que levou a escolha da temática, diz respeito as mudanças em torno da forma como o autismo era caracterizado com a criação do DSM-V e da legislação referente aos Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD).
Trabalhar com o aluno autista apesar dos desafios se tornam gratificante quando os resultados positivos são visíveis. Busca-se respostas ao problema da pesquisa, bem como, agregar maiores conhecimentos a respeito da temática, com a possibilidade de mudanças nas práticas adotadas atualmente em sala de aula.
PROBLEMA
A Educação Inclusiva é uma realidade vivenciada nas escolas. Esta realidade surgiu por meio de muitas lutas para proporcionar a igualdade de direitos aos cidadãos. Uma escola inclusiva é aquela que cria possibilidades de acesso, permanência e aprendizado ao aluno com deficiência, bem como, proporciona a interação com seus pares. 
O aluno autista se beneficia desse processo quando é realizado de forma adequada, com profissionais que saibam trabalhar com suas especificidades, utilizando-as para a construção de seu conhecimento e para explorar ainda mais suas habilidades naturais.
Neste contexto, surge a seguinte questão: Quais os desafios na inclusão do aluno autista e como deve ocorrer a alfabetização para este aluno?
O desenvolvimento da pesquisa ampliará os conhecimentos teóricos em torno do objeto de estudo, bem como, entender de forma mais especifica a importância da inclusão do aluno com deficiência ou transtorno em escolas regulares, especialmente o aluno com autismo.
FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES
O atendimento educacional para o aluno autista sofreu profundas mudanças na última década, decorrentes de sua inserção como necessidades educacionais especiais, que precisam de atendimento especializados e das novas orientações da American Psychiatric Association – APA, de 2013, que passou a adotar uma nova nomenclatura e novas especificações sobre o autismo, enquadrado agora no grupo de Transtornos do Espectro Autista (TEA) e não mais nos Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD).
O aluno autista se beneficia do processo de inclusão escolar quando é realizado de forma adequada, com profissionais que saibam trabalhar com suas especificidades, utilizando-as para a construção de seu conhecimento e para explorar ainda mais suas habilidades naturais.
As práticas educativas para o aluno autista devem ser diferenciadas e ao mesmo tempo inclusiva, explorando suas habilidades em que exista uma interação com os demais alunos, com o objetivo de uma maior participação e integração. Neste contexto, o professor necessita a todo o tempo estar mais atualizado e buscar ferramentase estratégias adequadas a especificidades do aluno, pois, como foi visto, seu aprendizado ocorre de uma maneira particular e é neste ponto que se deve descobrir a forma correta em que possa construir seu próprio conhecimento. 
Os professores precisam conhecer melhor cada deficiência ou transtorno, principalmente quando há em sala de aula alunos que necessitam de atendimento especializado, como o caso do aluno autista, pois, é dever do professor ensinar todos os seus alunos, independente das dificuldades ou características que possuam, proporcionando seu pleno desenvolvimento. Trabalhar com o aluno autista apesar dos desafios se tornam gratificante quando os resultados positivos são visíveis. 
 OBJETIVOS
 Objetivo geral
Investigar como ocorre a inclusão do aluno com autismo na educção regular e os desafios durante o processo de alfabetização, buscando ferramentas e métodos que auxiliem nesse processo e na construção de seu conhecimento e interação social.
 Objetivos específicos
· Conhecer o autismo, suas formas e características;
· Expor a importância da Educação Inclusiva para o aluno autista e como ocorre a construção de conhecimento para estes alunos;
· Conhecer estratégias e práticas educativas possíveis de serem utilizadas na alfabetização do aluno autista.
REVISÃO DE LITERATURA
A presença de alunos com deficiência ou com transtornos em classes comuns tem gerado muitas incertezas em anseios nos professores, onde boa parte busca conhecimentos para construir com o aprendizado desses alunos e proporcionar a construção de uma escola verdadeiramente inclusiva. 
A palavra autista vem do grego – autos, que significa “em si mesmo”. Ainda não há um consenso comum sobre sua definição e nas melhores estratégia a serem adotadas por se tratar de um transtorno que engloba uma gama de características, até os dias atuais percebe-se que sua definição vem sendo modificada e ainda está em constante investigação e debates.
Sabe-se que, os alunos com autismo apresentam condutas típicas que dificulta seu aprendizado e desenvolvimento, pois, “o grau de severidade desses comportamentos vai depender de variáveis tais como sua frequência, sua intensidade e sua duração” (BRASIL, 2002, p.8), onde há diferentes tipos de classificação que o caracteriza.
Como características comportamentais, apresentam distúrbios do relacionamento, da fala e linguagem, no ritmo de desenvolvimento, na motilidade e na percepção (SANTOS, 2008). 
Conforme as novas orientações da American Psychiatric Association – APA, de 2013, o DSM-IV-TR sofreu alterações em sua nomenclatura, onde o autismo, Transtorno de Asperger e Transtorno Global do Desenvolvimento-Sem Outra Especificação (TID-SOE), passou a fazer parte dos Transtornos do Espectro do Autismo (TEA), sendo subdivididos em TEA tipo I (casos típicos de espectro autista) e TEA tipo II (casos atípicos). Essa nomenclatura atual trata-se da DSM-V. Conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais, traduzido por Nascimento (2014):
O transtorno do espectro autista caracteriza-se por déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, incluindo déficits na reciprocidade social, em comportamentos não verbais de comunicação usados para interação social e em habilidades para desenvolver, manter e compreender relacionamentos. Além dos déficits na comunicação social, o diagnóstico do transtorno do espectro autista requer a presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades (NASCIMENTO, 2014, p.72). 
O aluno autista em seu processo de ensino e aprendizagem apresenta uma contrução de conhecimento diferenciado, onde de acordo com Gauderer (1997, p.108) “deve-se aproveitar ao máximo as situações do dia-a-dia, transformando-as em oportunidades de ensino de forma a encorajar a criança a usar na prática os conhecimentos adquiridos”. Seu ritmo de aprendizado deve ser respeitado, dividindo a atividade em etapas, sendo pequenas e de forma devagar construir a atividade toda. 
Portanto, é importante, que o ensino da criança autista seja contínuo, relacionado a torna-lo mais independente possível, envolvendo várias tentativas, mesmo que seu aprendizado seja lento. 
Conforme Santos (2008):
É preciso atender prontamente toda vez que a criança autista solicitar e tentar o diálogo, a interação. Quando ocorrer de chamar uma criança autista e ela não atender, é necessário ir até ela, pegar sua mão e levá-la para fazer o que foi solicitado. Toda vez que a criança conseguir realizar uma tarefa, ou falar uma palavra, ou enfim, mostrar progresso, é prudente reforçar com elogios. Quando se deseja que a criança olhe para o professor, segura-se delicadamente o rosto dela, direcionando-o para o rosto do professor. Pode-se falar com a criança, mesmo que seu olhar esteja distante, tendo como meta um desenvolvimento de uma relação baseada em controle, segurança, confiança e amor. O conteúdo do programa de uma criança autista deve estar de acordo com seu potencial, de acordo com sua idade e de acordo com o seu interesse. Se a criança estiver executando uma atividade nova de maneira inadequada, é importante a intervenção rápida do professor, mesmo que para isso seja necessário segurar a mão da criança ou até mesmo dizer-lhe a resposta. (SANTOS, 2008, p.31-32).
O autista processa as informações em imagens, apresenta dificuldades na mudança de rotina, “decorrentes da falta da habilidade de percepção, de compreensão e de comunicação. Portanto, precisam de ambientes estruturados e organizados para aprender” (BRASIL, s/d, p.2). Portanto, é preciso formas especificas para levar o aprendizado ao aluno com autismo, considerando suas habilidades e suas especificidades, podendo proporcionar uma aprendizagem significativa. 
Dentre as estratégias propostas por Juhlin (2008, apud MOREIRA E DIAS, 2010, p. 2) “encontram-se os recursos visuais, pois a utilização de materiais concretos facilita o entendimento do indivíduo autista, uma vez que ela enfrenta dificuldade de trabalhar com situações abstratas”. Porém, o trabalho deve ser focado nas características do aluno e em suas dificuldades mais acentuadas, respeitando sempre seus limites. 
Em seu processo de alfabetização, o aluno autista precisa superar suas dificuldades de comunicação. Dessa forma, é contribuir para que o aluno conheça o mundo, pois, conforme o MEC (2004, p.15), “pessoas com autismo têm dificuldades em estabelecer relações entre eventos e, conseqüentemente, estabelecer generalizações”. Se torna fundamental incorporar elementos novos ao seu contexto de aprendizagem, que estabeleça relação com a sociedade, possibilitando avanços em termos de abstração e generalização de sua realidade. 
Mesmo sendo fundamental a interação social no processo de inclusão do aluno autista, é preciso estabelecer limites, pois, conforme Moreira e Dias (2010), como apresentam uma percepção diferente do mundo, há dificuldades na compreensão de regras de convívio em grupo, dessa forma, durante o processo de alfabetização terão melhores resultados se a aprendizagem ocorrer de forma individual.
Neste contexto, é imprescindível que se respeite seu ritmo de aprendizagem e suas especificidades, pois, mesmo que apresentem dificuldades no processo de alfabetização, também são capazes de aprender conforme os demais.
METODOLOGIA
A pesquisa utilizada para desenvolver o trabalho será a revisão bibliográfica, por meio de coleta de dados em livros, artigos de periódicos, monografias, teses, dissertações, entre outros.
Uma leitura exploratória será realizada para identificar os artigos de interesse para o tema e colaborar com o desenvolvimento de ideias no trabalho. Outra leitura mais específica também se tornou necessária para aprofundar alguns assuntos essenciais. O registro bibliográfico será feito durante as leituras. 
Após, de forma crítica e reflexiva, buscará abordar como ocorre a inclusão do aluno autista nos anos iniciais do Ensino Fundamental, refletindo sobre seu processo de alfabetização e sobreas práticas inclusivas que o professor poderá estar empregado para o pleno desenvolvimento e interação social desse aluno.
Até o momento, foram realizadas visitas à bibliotecas locais do município de Campo Grande–MS, com o objetivo de buscar informações em livros e demais materiais para agregar maiores conhecimento. Porém, a maior parte da pesquisa será realizado via internet. 
O material consiste em artigos científicos pesquisados em base de dados como, Scielo, Domínio Público, Google books e acadêmico, Portal de Periódicos Caps, Biblioteca Nacional Digital, entre outros, publicados em data posterior ao ano de 2000 até os dias atuais. Por relevância ao tema, também serão utilizados documentos do Ministério da Educação, que podem ser de datas anteriores ao ano de 2000. 
CRONOGRAMA
	DESCRIÇÃO DAS ETAPAS
	2019
	
	Maio
	Junho
	Julho
	Agosto
	Revisão bibliográfica
	X
	X
	
	
	Coleta de Dados
	
	X
	
	
	Analise dos dados
	
	X
	
	
	Organização do roteiro/partes
	
	X
	
	
	Análise dos dados e elaboração
da síntese
	
	
	X
	
	Primeira redação e correção
	
	
	X
	
	Entrega do relatório final
	
	
	
	X
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação a Distância. Alfabetização para Pessoas com autismo: guia do professor. s/d. Disponível em:<http://www.nec.fct.unesp.br/Admin/Utils/RIVED/Guia/GUIA%20DO%20PROFESSOR%20OA1%20EDUCACAO%20ESPECIAL.pdf>. Acesso: em 29 de maio de 2019.
_______. Ministério da Educação e Cultura. Projeto Escola Viva - Garantindo o acesso e permanência de todos os alunos na escola: Alunos com necessidades educacionais especiais. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial 2002.
_______. Saberes e Práticas da Inclusão: Dificuldades Acentuadas de Aprendizagem: autismo/ coordenação geral – MONTE, Francisca R. F. do, SANTOS, Ide B. dos - reimpressão. Brasília: MEC, SEESP, 2004.
GAUDERER, Christian. Autismo e outros atrasos do desenvolvimento. Guia Prático para Pais e Profissionais. 2 ed. Rio de Janeiro: Revinter, 1997.
MELLO, Ana Maria S. Rosa de. Autismo: Guia Prático. 4 ed. São Paulo: AMA; Brasília: CORDE, 2004.
MOREIRA, Valéria Cristina Soares; Dias Vera Lúcia Catoto. A inclusão a educação e a possiblidade de alfabetização de crianças autistas. XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba. 2010. 
NASCIMENTO. M. I. C. et. al. Manual diagnóstico e estatístico de transtorno mentais. DSM—V-TR./ [American Psychiatnc Association, traduç . Maria Inês Corrêa Nascimento ... et al.]; revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli. [et al.]. - . e. Porto Alegre: Artmed, 2014. xliv, 948 p.
SANTOS, Ana Maria Tarcitano dos. Autismo: Desafios na Alfabetização e no convívio escolar. Centro de Referência em Distúrbio de Aprendizagem – CRDA. São Paulo. 2008.

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