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Análise das Demonstrações Contábeis W B A 0 19 7_ V 1. 1 2/233 Análise das Demonstrações Contábeis Autor: Pedro Cláudio da Silva Como citar este documento: DA SILVA, Pedro Cláudio. Análise das Demonstrações Contábeis. Valinhos: 2016. Sumário Apresentação da Disciplina 04 Unidade 1: Visão geral de análise das demonstrações financeiras 06 Assista a suas aulas 24 Unidade 2: Indicadores de Liquidez 32 Assista a suas aulas 48 Unidade 3: Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital 58 Assista a suas aulas 75 Unidade 4: Indicadores de Lucratividade/Rentabilidade 84 Assista a suas aulas 100 2/233 3/2333 Unidade 5: Modelos de Avaliação de Empresas 109 Assista a suas aulas 127 Unidade 6: Modelos de Insolvência 138 Assista a suas aulas 160 Unidade 7: Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais 173 Assista a suas aulas 190 Unidade 8: Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG) 202 Assista a suas aulas 221 Sumário Análise das Demonstrações Contábeis Autor: Pedro Cláudio da Silva Como citar este documento: DA SILVA, Pedro Cláudio. Análise das Demonstrações Contábeis. Valinhos: 2016. 4/233 Apresentação da Disciplina As empresas brasileiras, sobretudo as so- ciedades anônimas e empresas de grande porte, consolidam suas informações opera- cionais, econômicas e financeiras e elabo- ram suas demonstrações financeiras num padrão internacionalmente reconhecido (IFRS), objetivando fornecer aos interes- sados informações sobre seu desempenho num dado período comparativamente ao período imediatamente anterior. O desempenho das empresas está direta- mente relacionado ao ambiente econômico em que as mesmas estão inseridas e ao se- tor de atuação. Assim, a análise de desem- penho deve partir da compreensão de como o ambiente macroeconômico e setorial im- pacta os diversos aspectos e quesitos abor- dados no processo de análise. As demonstrações financeiras divulgadas pelas companhias de capital aberto são compostas pelo relatório da administração, balanço patrimonial, demonstração de re- sultado, demonstração dos fluxos de caixa, demonstração das mutações do patrimônio líquido e demonstração do valor adiciona- do, acompanhadas pelas notas explicativas, parecer do conselho fiscal e relatório dos auditores independentes. Esta disciplina discorre sobre as diferentes metodologias fundamentalistas de análise das demonstrações financeiras. As ferra- mentas que serão estudadas estão relacio- nadas aos indicadores de liquidez, lucrati- vidade, rentabilidade, endividamento, es- trutura de capital, modelo Dupont, modelos de previsão de falência e modelo dinâmico. 5/233 As referidas ferramentas possibilitam uma análise ampla e abrangente das demons- trações financeiras, possibilitando ao ana- lista obter informações, por meio de indica- dores, para subsidiar a tomada de decisão, conforme suas necessidades. 6/233 Unidade 1 Visão geral de análise das demonstrações financeiras Objetivos 1. Apresentar uma visão geral sobre o objetivo da administração financeira empresarial. 2. Apresentar uma visão geral sobre a importância do planejamento empre- sarial. 3. Apresentar uma visão geral sobre as metodologias de análise das demons- trações financeiras, sob o enfoque do tripé decisorial. Unidade 1 • Visão geral de análise das demonstrações financeiras7/233 Introdução Toda empresa que atua no mercado possui um propósito e para que seu propósito seja alcançado é preciso planejar. Contudo, para que o planejamento possa ser plenamente realizado, é necessário um ciclo de realização, acompanhamento e controle. Nessa diretriz, a análise das demonstrações financeiras contribui para fornecer informações sobre o desempenho realizado em um determinado período, contribuindo para a tomada de decisão, seja ela de continuidade ou de ajustes. 1. Visão geral sobre o objetivo da administração financeira em- presarial Para que se possa entender a importância das diferentes metodologias de análise das demonstrações financeiras, é necessário, primeiramente, compreender o conceito de finanças e sua aplicabilidade. Unidade 1 • Visão geral de análise das demonstrações financeiras8/233 Para Gitman: As finanças podem ser definidas como a arte e a ciência de gerenciamento de fundos. Virtualmente, todos os indivíduos e organizações ganham ou captam e gastam ou investem dinheiro. As finanças lidam com o processo, as instituições, os mercados e os instrumentos envolvidos na transferência de dinheiro entre indivíduos, negócios e governos (2001, p. 34). Bodie e Merton complementam o conceito definido por Gitman, afirmando: Finanças é o estudo de como as pessoas alocam recursos escassos ao longo do tempo. As duas características que distinguem as decisões financeiras de outras decisões de alocação de recursos, que são os custos e benefícios das decisões financeiras, são (1) a distribuição ao longo do tempo e (2) o fato de geralmente serem desconhecidas de antemão, ou por quem vai tomar as decisões ou por qualquer outra pessoa (2002, p. 32).. Unidade 1 • Visão geral de análise das demonstrações financeiras9/233 Lemes Júnior, Rigo e Cherobin (2002, p. 5) sintetizam o conceito afirmando que finanças é o es- tudo da arte e a ciência de administrar recursos financeiros para maximizar a riqueza. Se finanças segue essa consideração, Damodaran (2004) enfatiza que o objetivo das finanças aplicadas às empresas é maximizar seu o valor. Para saber mais De acordo com Assaf Neto (2014, p. 4), “as finanças das empresas, em seus primórdios, consideradas como parte do estudo das Ciências Econômicas, vêm descrevendo ao longo do tempo um processo con- sistente de evolução conceitual e técnica. Principalmente a partir dos anos 20 do século XX, já entendidas como uma área independente de estudo, as finanças das empresas são motivadas a evoluir de maneira a atender à crescente complexidade assumida pelos negócios e operações de mercado. Nos dias atuais, a área financeira passou de uma postura mais questionadora e reveladora dos fenômenos financeiros. São fundamentais no contexto moderno a identificação e o entendimento das causas de determinado com- portamento operacional, e não somente a mensuração dos valores registrados e dos efeitos produzidos pelos fatos financeiros”. Unidade 1 • Visão geral de análise das demonstrações financeiras10/233 De acordo com Assaf Neto (2003, p. 29), dentro do ambiente empresarial, a admi- nistração financeira volta-se basicamente para as seguintes funções: • Planejamento financeiro: procura evidenciar as necessidades de expan- são da empresa, assim como identifi- car eventuais desajustes futuros. Por meio do planejamento, ainda, é pos- sível ao administrador financeiro se- lecionar, com maior margem de segu- rança, os ativos mais rentáveis e con- dizentes com os negócios da empresa, de forma a estabelecer rentabilidade mais satisfatória sobre os investimen- tos. • Controle financeiro: dedica-se a acompanhar e avaliar todo o desem- penho financeiro da empresa. Análi- ses de desvios que venham a ocorrer entre os resultados previstos e rea- lizados, assim como propostas de medidas corretivas necessárias, são algumas das funções básicas da con- troladoria financeira. • Administração de ativos: deve per- seguir a melhor estrutura, em termos de risco e retorno, dos investimentos empresariais e proceder a um geren- ciamento eficiente de seus valores. A administração dos ativos acompanha também as defasagens que podem ocorrer entre entradas e saídas de di- nheiro de caixa, o que é geralmente associado à gestão do capitalde giro. • Administração de passivos: volta-se Unidade 1 • Visão geral de análise das demonstrações financeiras11/233 para a aquisição de fundos (finan- ciamento) e o gerenciamento de sua composição, procurando definir a es- trutura mais adequada em termos de liquidez, redução de seus custos e ris- co financeiro. 2. Planejamento empresarial Toda etapa de criação de valor para a em- presa inicia-se com um processo de plane- jamento. É comum empresas encerrarem suas atividades por falta de planejamento. A realização de um planejamento não é ga- rantia absoluta de sucesso, mas a falta de planejamento, invariavelmente, contribui para uma situação de insolvência. Nesse contexto, um planejamento econô- mico-financeiro deve ser resultado de um planejamento mais amplo, conhecido por planejamento estratégico. De acordo com Kluyver e Pearce II: Link Vídeo “Evolução das Finanças Corporativas”, por Alexandre Assaf Neto. Disponível em: <https:// www.youtube.com/watch?v=Yt_MYmfryis>. Acesso em: 30 out. 2016. Unidade 1 • Visão geral de análise das demonstrações financeiras12/233 O sucesso corporativo depende, em um grau considerável, da habilida- de da alta administração em elaborar e implantar estratégias eficazes. [...] Formular uma estratégia sólida requer tanto análise como síntese é uma atividade ao mesmo tempo racional e criativa. Saber aonde quer chegar e descobrir maneiras criativas e cuidadosamente analisadas para atingir tal objetivo são as marcas inconfundíveis de um desenvolvimento estratégico bem-sucedido. [...] Estratégia diz respeito a posicionar uma organização para a obtenção de vantagem competitiva. Envolve escolhas a respeito de que setores participar, quais produtos e serviços oferecer e como alocar recursos corporativos. Seu objetivo principal é criar valor para acionistas e outros stakeholders ao proporcionar valor para o cliente (2007, p. XI - 2). Todo planejamento deve ser iniciado com o estabelecimento da missão, visão e princípios/valo- res. Posteriormente, é necessária a realização de uma análise ambiental e setorial profunda e de longo prazo. O objetivo da realização de análise setorial e ambiental pelas empresas é conhecer suas forças e fraquezas, as ameaças e oportunidades. Unidade 1 • Visão geral de análise das demonstrações financeiras13/233 A partir da análise setorial e ambiental, são estabelecidas estratégias de longo, médio e curto prazo. As referidas estratégias são implementadas definindo, para cada uma delas, objetivos e metas de desempenho. Para Garrison, Noreen e Brewer (2013, p. 3), “o planejamento envolve estabelecer obje- tivos e especificar de que forma alcançá- -los”. Para saber mais Segundo Hitt, Ireland e Hoskisson (2008, p. 7-8), “globalização é a interdependência econômica cada vez maior entre os países e suas organizações, de acordo com o refletido no fluxo de bens e serviços, capital financeiro e conhecimento através das fronteiras dos países. A globalização é o produto de uma quantidade maior de empresas competindo uma com as outras em um número cada vez maior de economias globalizadas. Uma economia globalizada é aquela na qual bens, serviços, pessoas, habilidades e ideias cruzam livremente as fronteiras geográficas. Relativamente liberada das restrições artificiais tais como tarifas, a economia globalizada amplia e complica significativamente o ambiente competitivo de uma empresa”. Unidade 1 • Visão geral de análise das demonstrações financeiras14/233 3. Tripé decisorial Para que os objetivos de longo prazo pos- sam ser alcançados, é preciso que eles sejam desdobrados em objetivos de curto prazo. Estes, por sua vez, são consolidados na ela- boração do orçamento empresarial, cujas metas devem ser continuamente acompa- nhadas, objetivando corrigir tempestiva- mente eventuais desvios. Ao final de cada trimestre ou exercício, as demonstrações financeiras representam a realização desse planejamento de curto prazo. Para Garrison, Noreen e Brewer (2013, p. 3), “o controle envolve feedback para garantir que o planejamento seja adequadamente executado ou modificado à medida que as circunstâncias mudem”. Toda decisão econômico-financeira é toma- da levando em consideração três situações, conhecidas pelo chamado tripé decisorial. São elas: situação de liquidez, situação de endividamento/estrutura de capital e situ- ação econômica. O objetivo da análise de liquidez é compre- ender a situação sobre a capacidade que a empresa tem, num dado período, de honrar seus compromissos, sejam eles de curto e/ ou longo prazos. O objetivo de analisar a estrutura de capi- tal é compreender, num dado período, qual a estrutura de capital que a empresa possui naquele momento, bem como seu grau de endividamento. Unidade 1 • Visão geral de análise das demonstrações financeiras15/233 Quando se analisa a situação econômica, o objetivo é compreender qual a capacidade da empre- sa naquele momento de geração de riqueza, ou seja, qual a lucratividade e rentabilidade que ela está gerando. De acordo com Damodaran (2004), o processo de maximização na geração de valor para a empresa só é possível mediante a realização de investimentos que ofereçam retornos superiores ao retorno mínimo esperado. Para que isso aconteça, é imperativo escolher um mix de financiamentos que pos- sibilite a maximização do valor da empresa e case com os ativos financiados. Segundo Garrison, Noreen e Brewer (2013, p.3), “a tomada de decisões envolve selecionar uma ação dentre alternativas concorrentes”. De acordo com Weston e Brigham: Para que a administração maximize o valor de uma empresa, ela deve apro- veitar suas forças e corrigir suas fraquezas. A análise das demonstrações financeiras envolve a comparação do desempenho da empresa com o de outras empresas no mesmo setor. Isso a ajuda identificar deficiências e a tomar medidas que melhorem o desempenho (2000, p. 33). Unidade 1 • Visão geral de análise das demonstrações financeiras16/233 Os autores Brigham, Gapenski e Ehrhardt (2001, p. 97) possuem mesmo entendimen- to. 4. Companhia exemplo A Companhia Exemplo apresentou as se- guintes informações referentes aos exercí- cios de 20X0, 20X1 e 20X2: Link Vídeo – “Análise de Balanços: limitações e conflitos”, por Alexandre Assaf Neto. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=zJmVhD1CISw>. Acesso em: 30 set. 2016. Unidade 1 • Visão geral de análise das demonstrações financeiras17/233 Figura 1 – Demonstrações financeiras da Companhia Exemplo (R$ x mil) Fonte: elaborada pelo autor A rubrica disponibilidades é a consolidação das contas caixa e equivalentes de caixa mais aplicações financeiras. A rubrica ativo permanente foi segregada da rubrica ativo realizável a longo prazo e representa a consolidação das contas investimento, imobilizado, intangível e diferido. As referidas informações serão usadas posteriormente, nos exemplos que serão desenvolvidos. Unidade 1 • Visão geral de análise das demonstrações financeiras18/233 Para saber mais Com o advento da Lei nº11.638/2007, as terminologias disponibilidades e ativo permanente deixaram de ser utilizadas. As referidas terminologias estão sendo mantidas para facilitar o processo de cálculo dos indicadores. É importante enfatizar, também, que as contas que foram consolidadas na rubrica ativo permanente foram segregadas da rubrica ativo realizável a longo prazo. Unidade 1 • Visão geral de análise das demonstrações financeiras19/233 Glossário IFRS: International Financial Reporting Standards. CFO: Chief Financial Officer: Diretor Financeiro. Mix de financiamentos: estrutura de capital que maximiza a criação de valor para o ativo. Questãoreflexão ? para 20/233 Suponha que você seja o CFO de uma empresa que atua em um setor que sofreu queda significativa no volume de vendas em decorrência de uma situação macroeconômica desfavorável, sem expectativas de retomada de crescimento nos próximos cinco anos. Essa queda no volume de vendas impactou numa redução de 30% na receita da companhia, levando-a a uma situação de prejuízo econômico. Nesse contexto, o quê você faria no curto prazo para resolver o problema? 21/233 Considerações Finais As demonstrações financeiras de uma empresa e suas notas explicativas são revestidas de termos técnicos, o que dificulta a tomada de decisões pelos ges- tores não contadores. O papel do analista de balanços é justamente traduzir as demonstrações financeiras em relatórios com linguagem mais simples, de forma que qualquer usuário tenha condições de entender de forma rápida a situação econômico-financeira da empresa. Unidade 1 • Visão geral de análise das demonstrações financeiras22/233 Referências ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2003. ______. Finanças corporativas e valor. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014. BODIE, Z.; MERTON, R. C. Finanças. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. DAMODARAN, A. Finanças corporativas: teoria e prática. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. BRIGHAM, E.F.; GAPENSKI, L.C.; EHRHARDT, M.C. Administração financeira: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2014. GARRISON, R.H.; NOREEN, E.W.; BREWER, P.C. Contabilidade gerencial. 14. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. HITT, M. A.; IRELAND, R. D.; HOSKISSON, R. E. Administração estratégica. 2. ed. São Paulo: Thom- son Learning, 2008. KLUYVER, C.A.; PEARCE II, J. A. Estratégia: uma visão executiva. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. LEMES JÚNIOR, A.B.; RIGO, C.M.; CHEROBIN, A.P.M.S. Administração financeira: princípios, fun- damentos e práticas brasileiras. Rio de Janeiro: Campus, 2002. Unidade 1 • Visão geral de análise das demonstrações financeiras23/233 WESTON, J.F.; BRIGHAM, E.F. Fundamentos de administração financeira. 10. ed. São Paulo: Ma- kron Books, 2000. Referências 24/233 Assista a suas aulas Aula 1 - Tema: Visão geral de análise das de- monstrações financeiras. Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/9ac49968a59b4141fe9db179c423b8db>. Aula 1 - Tema: Visão geral de análise das de- monstrações financeiras. Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ f51aef508261b3cb544a85ef17649620>. 25/233 1. Quais são as ferramentas contábeis que compõem as denominadas demonstrações financeiras? a) Relatório da administração, balanço patrimonial, demonstração de resultado, demonstra- ção dos fluxos de caixa, demonstração das mutações do patrimônio líquido e demonstração do valor adicionado. b) Relatório da administração, balanço patrimonial, demonstração de resultado, demonstra- ção dos fluxos de caixa e demonstração das mutações do patrimônio líquido. c) Relatório da administração, balanço patrimonial, demonstração de resultado, demonstra- ção dos fluxos de caixa, demonstração das mutações do patrimônio líquido e demonstração do valor adicionado, acompanhadas pelas notas explicativas, parecer do conselho fiscal e relatório dos auditores independentes. d) Balanço patrimonial, demonstração de resultado, demonstração dos fluxos de caixa, de- monstração das mutações do patrimônio líquido e demonstração do valor adicionado. e) Balanço patrimonial, demonstração de resultado, demonstração dos fluxos de caixa e de- monstração das mutações do patrimônio líquido, acompanhadas pelas notas explicativas, parecer do conselho fiscal e relatório dos auditores independentes. Questão 1 26/233 2. De acordo com Lemes Júnior, Rigo e Cherobin, qual o conceito de finanças? a) Finanças é o estudo da arte e a ciência de administrar recursos financeiros para evitar preju- ízo. b) As finanças podem ser definidas como a arte e a ciência de gerenciamento de fundos. c) Finanças é o estudo de como as pessoas alocam recursos escassos ao longo do tempo. d) Finanças é o estudo de como as pessoas alocam recursos excedentes no curto prazo. e) Finanças é o estudo da arte e a ciência de administrar recursos financeiros para maximizar a riqueza. Questão 2 27/233 3. Qual é o objetivo das finanças aplicadas às empresas? a) Criar condições de competitividade. b) Maximizar o seu valor. c) Obter recursos excedentes para quitar suas dívidas. d) Realizar operações financeiras de longo prazo para investimentos. e) Não ter prejuízo econômico. Questão 3 28/233 4. Qual a importância da análise setorial e ambiental no processo de planejamento? a) Conhecer os concorrentes. b) Conhecer as forças e fraquezas da empresa concorrente, suas ameaças e oportunidades. c) Realizar a análise econômico-financeira com base na metodologia do tripé decisorial. d) Conhecer as forças e fraquezas da empresa, ameaças e oportunidades existentes no merca- do. e) Não é importante realizar esse tipo de análise. Questão 4 29/233 5. Quais as situações que são levadas em consideração numa tomada de decisão? a) Situação de liquidez, situação de endividamento/estrutura de capital e situação econômica. b) Situação societária, situação de endividamento/estrutura de capital e situação econômica. c) Situação de liquidez, situação fiscal e situação econômica. d) Situação de liquidez, situação de endividamento/estrutura de capital e situação operacio- nal. e) Situação de capacidade técnica, situação de endividamento/estrutura de capital e situação econômica. Questão 5 30/233 Gabarito 1. Resposta: C. As ferramentas que compõem as demons- trações financeiras são determinadas pela Lei das SAs, alterada pela Lei 11.638/07 e Instrução CVM. 2. Resposta: E. Lemes Júnior, Rigo e Cherobin (2002, p. 5) sintetizam o conceito, dizendo que finanças é o estudo da arte e a ciência de adminis- trar recursos financeiros para maximizar a riqueza. 3. Resposta: B. Damodaran (2004) enfatiza que o objetivo das finanças aplicadas às empresas é maxi- mizar seu o valor. 4. Resposta: D. O objetivo da realização de análise setorial e ambiental pelas empresas é conhecer suas forças e fraquezas, as ameaças e oportuni- dades. 5. Resposta: A. Toda decisão econômico-financeira é toma- da levando em consideração três situações, conhecidas pelo chamado tripé decisorial. São elas: situação de liquidez, situação de 31/233 Gabarito endividamento/estrutura de capital e situa- ção econômica. 32/233 Unidade 2 Indicadores de Liquidez Objetivos 1. Apresentar uma visão geral sobre o processo e tipos de análise e interpre- tação dos indicadores. 2. Apresentar uma visão geral sobre a importância dos indicadores de liqui- dez no processo de análise das de- monstrações financeiras. 3. Aprender a calcular e interpretar os índices de liquidez. Unidade 2 • Indicadores de Liquidez33/233 Introdução No Tema 1, foi visto que, para o planejamen- to ser plenamente realizado, é necessário um ciclo de realização, acompanhamento e controle. Foi visto também que toda decisão econômico-financeira é tomada levando em consideração três situações, conheci- das pelo chamado tripé decisorial. São elas: situação de liquidez, situação de endivida- mento/estrutura de capital e situação eco- nômica. O objetivo da análise de liquidez é compre- ender a situação sobre a capacidade que a empresa tem, num dado período, de honrar seus compromissos, sejam esses de curto e/ ou longoprazos. Das três situações que compõem o tripé decisorial, a situação de liquidez é a mais sensível, pois uma situação de liquidez des- favorável pode levar as empresas a um pro- cesso de liquidação e ao consequente en- cerramento de suas atividades. 1. Visão geral sobre o processo e tipos de análise e interpretação dos indicadores As informações contidas nas demonstra- ções financeiras são extremamente impor- tantes para diversos grupos (stakeholders) que regularmente necessitam construir me- didas relativas da eficiência operacional da empresa. As análises de índices envolvem métodos de cálculo e interpretação visan- do analisar e acompanhar o desempenho da empresa. A análise não inclui somente o cálculo do índice; o mais importante é a in- Unidade 2 • Indicadores de Liquidez34/233 terpretação do valor desse índice. Basicamente, existem três tipos de análises dos índices, quais sejam: • Análise de corte transversal: a análi- se de corte transversal envolve a com- paração de índices financeiros de di- ferentes empresas na mesma data. A comparação de médias setoriais tam- bém é um procedimento comum; • Análise de séries temporais: a análise de séries temporais avalia o desempe- nho com o passar do tempo. Compa- ra o desempenho corrente com o de- sempenho passado. • Análise combinada: a visão combina- da analisa, ao mesmo tempo, o desem- penho corrente e passado da empresa (análise de séries temporais), com o desempenho de outras empresas e/ou setor (análise em corte transversal). A visão combinada permite avaliar a tendência de comportamento de um índice em relação à tendência obser- vada em outras empresas e/ou setor. Unidade 2 • Indicadores de Liquidez35/233 2. Indicadores de liquidez Os indicadores de liquidez evidenciam o grau de solvência da empresa em decorrên- cia da existência ou não de solidez finan- ceira que garanta o pagamento dos com- promissos assumidos com terceiros. Esses quocientes mostram a proporção existente entre as aplicações efetuadas no Ativo Cir- culante e no Ativo Realizável a Longo Pra- zo (LP) em relação aos Capitais de Terceiros (Passivo Circulante e Passivo não Circulan- te). Para saber mais De acordo com Assaf Neto (2003, p. 98) “apesar da existência de alguns critérios sofisticados, o uso de índices constitui-se na técnica mais comu- mente empregada [na análise de demonstrações financeiras]. No entanto, algumas precauções de- vem ser tomadas. Inicialmente, aponta-se que um simples índice, isolado de outros complementares ou que ilustram a causa de seu comportamento, não fornece elementos suficientes para uma con- clusão satisfatória. [...] Ressalta-se também que, mesmo que se tenha mensurado um conjunto de índices complementares, é necessário efetuar uma comparação temporal e setorial”. Unidade 2 • Indicadores de Liquidez36/233 A Figura 2 destaca quais são os indicado- res que compõem os índices de liquidez, cuja capacidade de pagamento pode ser avaliada considerando o longo prazo, o cur- to prazo ou o prazo imediato. Figura 2 – Indicadores de liquidez Fonte: elaborada pelo autor Para saber mais Liquidez é a capacidade de transformar ativos em dinheiro. Quanto mais rápido isso acontecer melhor será o retorno. 2.1 Índice de liquidez geral O índice de liquidez geral evidencia se os recursos financeiros aplicados no ativo cir- culante e no ativo realizável a longo prazo são suficientes para cobrir as obrigações totais, isto é, quanto a empresa tem de ati- vo circulante mais realizável a longo prazo para cada real de obrigação total. Link Cálculo a partir do Balanço Patrimonial a liquidez: corrente, geral, imediata e seca. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=HHAere5p6nQ>. Acesso: 30 out. 2016. Unidade 2 • Indicadores de Liquidez37/233 Figura 3 – Fórmula do índice de liquidez geral Fórmula = Ativo Circulante + Realizável LP Passivo Circulante + Passivo Não Circulante Fonte: elaborada pelo autor • Interpretação: quanto maior este quociente, melhor. • Exemplo: com base nas informa- ções da Companhia Exemplo, o re- sultado do índice de liquidez geral de cada exercício foi: • 20X0 = 1,22, ou seja, para cada R$1,00 de obrigações de curto e longo prazo em 20X0 a Companhia Exemplo tinha R$1,22 de direitos de curto e longo prazo; • 20X1 = 1,21, ou seja, para cada R$1,00 de obrigações de curto e longo prazo em 20X1 a Companhia Exemplo tinha R$1,21 de direitos de curto e longo prazo; • 20X2 = 1,15, ou seja, para cada R$1,00 de obrigações de curto e longo prazo em 20X2 a Companhia Exemplo tinha R$1,15 de direitos de curto e longo prazo. • Interpretação: analisando a evolução do indicador nos três exercícios, per- cebe-se que houve uma pequena re- dução. Contudo, apesar da redução, o índice de liquidez geral da Companhia continua muito bom. Mesmo tendo uma característica de longo prazo, o indicador é maior que 1. Unidade 2 • Indicadores de Liquidez38/233 2.2. Índice de liquidez corrente (ou comum) O índice de liquidez corrente (ou comum) revela a capacidade financeira da empresa para cumprir seus compromissos de curto prazo, isto é, quanto a empresa tem de ativo circulante para cada real de passivo circu- lante. Para saber mais A BM&FBovespa disponibiliza alguns indicadores das Companhias abertas que negociam ações nessa Bolsa de Valores. Disponível em: <www. bmfbovespa.com.br>. Acesso em: 30 nov. 2016. Figura 4 – Fórmula do índice de liquidez corrente Fonte: elaborada pelo autor • Interpretação: quanto maior este quociente, melhor. • Exemplo: com base nas informações da Companhia Exemplo, o resulta- do do índice de liquidez correntes de cada exercício foi: • 20X0 = 2,39, ou seja, para cada R$1,00 de obrigações de curto pra- zo em 20X0 a Companhia Exemplo tinha R$2,39 de direitos de curto prazo; • 20X1 = 2,59, ou seja, para cada R$1,00 de obrigações de curto pra- Unidade 2 • Indicadores de Liquidez39/233 zo em 20X1 a Companhia Exemplo tinha R$2,59 de direitos de curto prazo; • 20X2 = 1,88, ou seja, para cada R$1,00 de obrigações de curto prazo em 20X2 a Companhia Exemplo tinha R$1,88 de direitos de curto prazo. • Interpretação: analisando a evolução do indicador nos três exercícios, per- cebe-se que houve uma melhora, de 20X0 para 20X1 e uma redução, de 20X1 para 20X2. Contudo, apesar da redução, o índice de liquidez corrente da Companhia continua muito bom, pois é maior que 1. 2.3. Índice de liquidez seca O índice de liquidez seca revela a capacida- de financeira líquida da empresa para cum- prir os compromissos de curto prazo, ex- cluindo os estoques do ativo circulante, por tratar-se de uma fonte de incerteza. Figura 5 – Fórmula do índice de liquidez seca Fonte: elaborada pelo autor • Interpretação: quanto maior este quociente, melhor. • Exemplo: com base nas informações da Companhia Exemplo, o resultado do índice de liquidez seca de cada exercício foi: Unidade 2 • Indicadores de Liquidez40/233 • 20X0 = 1,97, ou seja, para cada R$1,00 de obrigações de curto pra- zo em 20X0 a Companhia Exemplo tinha R$1,97 de direitos de curto prazo, excluindo estoques; • 20X1 = 2,14, ou seja, para cada R$1,00 de obrigações de curto pra- zo em 20X1 a Companhia Exemplo tinha R$2,14 de direitos de curto prazo, excluindo estoques; • 20X2 = 1,60, ou seja, para cada R$1,00 de obrigações de curto pra- zo em 20X2 a Companhia Exemplo tinha R$1,60 de direitos de curto prazo, excluindo estoques. • Interpretação: analisando a evolução do indicador nos três exercícios, per- cebe-se que houve uma melhora, de 20X0 para 20X1 e uma redução, de 20X1 para 20X2. Contudo, apesar da redução,o índice de liquidez seca da Companhia continua muito bom, pois é maior que 1, apesar da exclusão dos estoques. 2.4 Índice de liquidez imediata O índice de liquidez imediata revela a ca- pacidade de liquidez imediata da empre- sa para saldar seus compromissos de curto prazo, isto é, quanto a empresa possui de dinheiro em caixa e equivalentes de caixa mais aplicações financeiras, para cada real do Passivo Circulante. Unidade 2 • Indicadores de Liquidez41/233 Figura 6 – Fórmula do índice de liquidez imediata Fonte: elaborada pelo autor • Interpretação: quanto maior este quociente, melhor. • Exemplo: com base nas informações da Companhia Exemplo, o resultado do índice de liquidez imediata de cada exercício foi: • 20X0 = 0,73, ou seja, para cada R$1,00 de obrigações de curto pra- zo em 20X0 a Companhia Exemplo tinha R$0,73 de disponibilidades; • 20X1 = 0,86, ou seja, para cada R$1,00 de obrigações de curto pra- zo em 20X1 a Companhia Exemplo tinha R$0,86 de disponibilidades; • 20X2 = 0,83, ou seja, para cada R$1,00 de obrigações de curto pra- zo em 20X2 a Companhia Exemplo tinha R$0,83 de disponibilidades. • Interpretação: analisando a evolu- ção do indicador nos três exercícios, percebe-se que houve uma melhora, de 20X0 para 20X1 e uma redução, de 20X1 para 20X2. Contudo, o valor de 20X2 foi superior ao registrado em 20X0. Apesar de o indicador ser infe- rior a 1, o índice da Companhia é mui- to bom, pois esse indicador tende a ser baixo mesmo. Unidade 2 • Indicadores de Liquidez42/233 Link Conceitos e aplicação de medidas de liquidez. NEIVA, J.J.R. Tipificação financeira de empresas inadimplentes: financiamentos de projetos de investimento concedidos pelo BRDE. Disponível em: <www.ppgcontabilidade.ufpr.br/wp- content/uploads/2015/05/D009.pdf>. Acesso em: 30 out. 2016. Para saber mais Esses índices de liquidez evidenciam a situação financeira da empresa, portanto a capacidade de a empresa pagar suas dívidas. Verifique o texto “Petrobras e Oi têm maior isco de liquidez de empresa no país”. Disponível em: <http:// www.valor.com.br/empresas/4546333/ moody%253Fs-petrobras-e-oi-tem-maior- risco-de-liquidez-de-empresa-no-pais>. Acesso em: 30 out. 2016. Unidade 2 • Indicadores de Liquidez43/233 Glossário Disponibilidades: recursos financeiros disponíveis, compreendendo a somatória das contas cai- xa e equivalentes de caixa mais aplicações financeiras. Passivo não circulante: representa as exigibilidades de longo prazo. Solvência: solvency – capacidade de se honrarem obrigações financeiras em base contínua. Questão reflexão ? para 44/233 A Companhia Tema 2 apresentou as seguintes informações, de- monstradas na Figura 7. Com base nas informações apresentadas, calcule os indicadores de liquidez (índice de liquidez geral, índice de liquidez corrente, índice de liquidez seca e índice de liquidez imediata) dos três exercícios e faça uma breve análise sobre os resultados calculados. Questão reflexão ? para 45/233 Figura 7 – Demonstrações financeiras da Companhia Tema 2 Fonte: elaborada pelo autor Questão reflexão ? para 46/233 Para saber mais As demonstrações financeiras das companhias abertas encontram-se disponíveis nos sites das próprias companhias, no site da CVM e para as companhias que negociam ações na Bolsa de Va- lores de São Paulo, no site da MBF&Bovespa. Dis- ponível em: <www.cvm.gov.br>. Acesso em: 30 nov. 2016. 47/233 Considerações Finais Os indicadores de liquidez evidenciam o grau de solvência da empresa em decorrência da existência ou não de solidez financeira que garanta o pagamento dos compromissos assumidos com terceiros. Esses quocien- tes mostram a proporção existente entre as aplicações efetuadas no ati- vo circulante e no ativo realizável a longo prazo em relação aos capitais de terceiros (passivo circulante e passivo não circulante). Unidade 2 • Indicadores de Liquidez48/233 Referências ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2003. GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 49/233 Assista a suas aulas Aula 2 - Tema: Indicadores de liquidez. Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ 34c248d87d395cae4a62988e806e17f3>. Aula 2 - Tema: Indicadores de liquidez. Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ e5f32be6e75c6c642b44183705218736>. 50/233 A Companhia VL2 apresentou as seguintes informações: Com base nas informações acima, calcule, para os exercícios 20X2, 20X1 e 20X0, respectivamente: Questões 51/233 1. Índice de liquidez geral: Questão 1 a) 2,48; 2,62; 1,70. b) 4,46; 4,64; 2,22. c) 3,76; 4,14; 2,06. d) 1,94; 2,76; 1,01. e) 1,48; 1,64; 1,06. 52/233 Questão 2 2. Índice de liquidez comum: a) 1,48; 1,64; 1,06. b) 1,94; 2,76; 1,01. c) 3,76; 4,14; 2,06. d) 2,48; 2,62; 1,70. e) 4,46; 4,64; 2,22. 53/233 3. Índice de liquidez seca: Questão 3 a) 4,46; 4,64; 2,22. b) 3,76; 4,14; 2,06. c) 2,48; 2,62; 1,70. d) 1,48; 1,64; 1,06. e) 1,94; 2,76; 1,01. 54/233 4. Índice de liquidez imediata: Questão 4 a) 4,46; 4,64; 2,22. b) 3,76; 4,14; 2,06. c) 2,48; 2,62; 1,70. d) 1,94; 2,76; 1,01. e) 1,48; 1,64; 1,06. 55/233 5. Outras quatro empresas apresentaram os seguintes indicadores de liquidez imediata, para o exercício de 20X2: Questão 5 • Empresa 1: 0,10; • Empresa 2: 0,50; • Empresa 3: 1,00; • Empresa 4: 1,50. Com base nas informações acima e, considerando o resultado encontrado da empresa VL2, responda: qual Companhia apresentou melhor resultado? a) Empresa 1 b) Empresa 2 c) Empresa VL2 d) Empresa 3 e) Empresa 4 56/233 Gabarito 1. Resposta: A. 2. Resposta: E. 3. Resposta: B. 57/233 Gabarito 4. Resposta: D. 5. Resposta: C. Todas as outras Companhias apresentaram indicadores inferiores ao registrado pela Companhia VL2. 58/233 Unidade 3 Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital Objetivos Aprender a calcular e interpretar os indicadores de endividamento/estrutura de capital: 1. Participação de capital de terceiros. 2. Composição do endividamento. 3. Endividamento de curto prazo. 4. Endividamento de longo prazo. 5. Endividamento total. 6. Imobilização do patrimônio líquido. 7. Imobilização de recursos não correntes. Unidade 3 • Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital59/233 Introdução No Tema 2, foram estudados os índices de liquidez, cujo objetivo foi compreender a situação sobre a capacidade que a empre- sa tem, num dado período, de honrar seus compromissos, sejam eles de curto e/ou longo prazos. Neste tema, será estudada a situação de endividamento/estrutura de capital das empresas. O objetivo de analisar a estrutura de capital é compreender, num dado perío- do, qual a estrutura de capital que a empre- sa possui naquele momento, bem como seu grau de endividamento. 1. Indicadores de endividamen- to/estrutura de capital Os indicadores de endividamento/estrutura de capital servem para evidenciar o grau de endividamento da empresa em decorrência das origens dos capitais investidos. Para saber mais Verifique a relação entre os indicadores de estrutu- ra de capital e o EBITDA de empresas no BM&FBO- VESPA. Disponível em: <http://www.congres- sousp.fipecafi.org/anais/artigos152015/65.pdf>. Acesso em: 30 out. 2016. Unidade 3 • Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital60/233 1.1. Participação de capital de terceiros Revela qual a proporção existente entre ca- pital de terceiros e capital próprio, isto é, quanto a empresa utiliza de capital de ter- ceiros para cada real de capital próprio. Figura 8 – Fórmula do indicador participação de capital de terceiros Fonte: elaborada pelo autor • Interpretação: quanto menor este quociente, melhor. • Exemplo: com base nas informações da Companhia Exemplo, o resultado do índice de participação de capital de terceiros de cada exercício foi: • 20X0 = 1,68, ou seja, para cada R$1,00 de capital próprio em 20X0 a Companhia Exemplo tinha R$1,68 de capital de terceiros; • 20X1 = 1,66, ou seja, para cada R$1,00 de capital próprio em 20X1 a Companhia Exemplo tinha R$1,66 de capital de terceiros; • 20X2 = 1,71, ou seja, para cada R$1,00 de capital próprio em 20X2 a Companhia Exemplo tinha R$1,71 de capital de terceiros. • Interpretação: analisando a evolu- ção do indicador nos três exercícios, percebe-se que houve uma pequena redução de 20X0 para 20X1, mas vol- tando a aumentar em 20X2. Unidade 3 • Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital61/233 1.2 Composição do endivida- mento Esse indicador mostra qual a proporção existente entre as obrigações de curto prazo e as obrigações totais, isto é, quanto a em- presa terá de pagar a curto prazo para cada real do total de obrigações existentes. Figura 9 – Fórmula do índice composição do endividamento Fonte: elaborada pelo autor • Interpretação: quanto menor este quociente, melhor. • Exemplo: com base nas informações da Companhia Exemplo, o resultado do índice composição do endivida- mento de cada exercício foi: • 20X0 = 0,41, ou seja, para cada R$1,00 de obrigações totais em 20X0 a Companhia Exemplo tinha R$0,41 de obrigações com venci- mento no curto prazo; • 20X1 = 0,37, ou seja, para cada R$1,00 de obrigações totais em 20X1 a Companhia Exemplo tinha R$0,37 de obrigações com venci- mento no curto prazo; • 20X2 = 0,50, ou seja, para cada R$1,00 de obrigações totais em 20X2 a Companhia Exemplo tinha R$0,50 de obrigações com venci- mento no curto prazo. Unidade 3 • Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital62/233 • Interpretação: analisando a evolução do indicador nos três exercícios, per- cebe-se que houve uma melhora, de 20X0 para 20X1, mas voltando a subir novamente em 20X2. 1.3 Endividamento a curto pra- zo Medida que mostra a parcela dos ativos to- tais financiado com os passivos circulantes. A finalidade deste indicador é medir a es- trutura de financiamento da empresa. Figura 10 – Fórmula do índice endividamento a curto prazo Fonte: elaborada pelo autor • Interpretação: quanto menor este quociente, melhor. • Exemplo: com base nas informações da Companhia Exemplo, o resultado do índice endividamento a curto pra- zo de cada exercício foi: • 20X0 = 0,26, ou seja, para cada R$1,00 de ativo total em 20X0 a Companhia Exemplo tinha R$0,26 de obrigações de curto prazo; • 20X1 = 0,23, ou seja, para cada R$1,00 de ativo total em 20X1 a Unidade 3 • Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital63/233 Companhia Exemplo tinha R$0,23 de obrigações de curto prazo; • 20X2 = 0,32, ou seja, para cada R$1,00 de ativo total em 20X2 a Companhia Exemplo tinha R$0,32 de obrigações de curto prazo. • Interpretação: analisando a evolução do indicador nos três exercícios, per- cebe-se que houve uma melhora, de 20X0 para 20X1, mas voltou a aumen- tar em 20X2. 1.4 Endividamento a longo pra- zo Indica a parcela dos ativos totais financiado com recursos de terceiros a longo prazo. Figura 11 – Fórmula do índice endividamento a longo prazo Fonte: elaborada pelo autor • Interpretação: quanto maior este quociente, melhor. • Exemplo: com base nas informações da Companhia Exemplo, o resultado do índice endividamento a longo pra- zo de cada exercício foi: • 20X0 = 0,37, ou seja, para cada R$1,00 de ativos totais em 20X0 a Companhia Exemplo tinha R$0,37 de exigibilidades de longo prazo; • 20X1 = 0,39, ou seja, para cada R$1,00 de ativos totais em 20X1 a Unidade 3 • Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital64/233 Companhia Exemplo tinha R$0,39 de exigibilidades de longo prazo; • 20X2 = 0,31, ou seja, para cada R$1,00 de ativos totais em 20X2 a Companhia Exemplo tinha R$0,31 de exigibilidades de longo prazo. • Interpretação: analisando a evolução do indicador nos três exercícios, per- cebe-se que houve um crescimento, de 20X0 para 20X1, mas reduzindo, de 20X1 para 20X2. 1.5 Endividamento total Indica a parcela do ativo total financiado com capitais de terceiros a curto e longo prazos. Figura 12 – Fórmula do indicador endividamento total Fonte: elaborada pelo autor • Interpretação: quanto menor este quociente, melhor. • Exemplo: com base nas informações da Companhia Exemplo, o resultado do índice de participação de capital de terceiros de cada exercício foi: • 20X0 = 0,63. Para cada R$1,00 de ativo total em 20X0 a Companhia Exemplo tinha R$0,63 de capital de terceiros, ou seja, cerca de 63% do ativo total eram financiados por re- cursos de terceiros; Unidade 3 • Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital65/233 • 20X1 = 0,62. Para cada R$1,00 de ativo total em 20X1 a Companhia Exemplo tinha R$0,62 de capital de terceiros, ou seja, cerca de 62% do ativo total eram financiados por re- cursos de terceiros; • 20X2 = 0,63. Para cada R$1,00 de ativo total em 20X0 a Companhia Exemplo tinha R$0,63 de capital de terceiros, ou seja, cerca de 63% do ativo total eram financiados por re- cursos de terceiros. • Interpretação: analisando a evolução do indicador nos três exercícios, per- cebe-se que praticamente não houve variação no período analisado. Para saber mais O índice de endividamento total é um dos três índices mais requeridos em processos licitatórios, para aferir a situação financeira das empresas licitantes. Link Índices de liquidez ou endividamento para fins de análise do balanço. Disponível em: <www. portaldelicitacao.com.br>. Acesso em: 2 dez. 2016. Unidade 3 • Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital66/233 1.6 Imobilização do patrimônio líquido Esse indicador revela qual a parcela do pa- trimônio líquido foi utilizada para financiar a Link Índices de endividamento financeiro: Endividamento financeiro sobre ativo total, participação de instituições de crédito no endividamento da empresa, endividamento bancário. ALBRECHT, C. Análise avançada da classificação de indicadores contábeis- financeiros e de mercado aplicados para avaliação de ações. Disponível em: <http:// www.lume.ufrgs.br/handle/10183/60715>. Acesso em: 30 out. 2016. compra do ativo permanente, isto é, quanto a empresa imobilizou no ativo permanente para cada real do patrimônio líquido. Figura 13 – Fórmula do índice imobilização do patrimônio líquido Fonte: elaborada pelo autor • Interpretação: quanto menor esse quociente, melhor. • Exemplo: com base nas informações da Companhia Exemplo, o resultado do índice imobilização do patrimônio líquido de cada exercício foi: • 20X0 = 0,64. Para cada R$1,00 de capital próprio em 20X0 a Compa- nhia Exemplo tinha R$0,64 de ativo permanente, ou seja, cerca de 64% Unidade 3 • Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital67/233 do ativo permanente são financia- dos pelo capital próprio da compa- nhia; • 20X1 = 0,66. Para cada R$1,00 de capital próprio em 20X0 a Compa- nhia Exemplo tinha R$0,66 de ativo permanente, ou seja, cerca de 66% do ativo permanentesão financia- dos pelo capital próprio da compa- nhia; • 20X2 = 0,75. Para cada R$1,00 de capital próprio em 20X0 a Compa- nhia Exemplo tinha R$0,75 de ativo permanente, ou seja, cerca de 75% do ativo permanente são financia- dos pelo capital próprio da compa- nhia. • Interpretação: analisando a evolu- ção do indicador nos três exercícios, percebe-se que houve uma evolução no indicador, saindo de 0,64 em 20X0 para 0,75 em 20X2. 1.7 Imobilização de recursos não correntes Revela qual a proporção existente entre o ativo permanente e os recursos não cor- rentes, isto é, quanto a empresa investiu no ativo permanente para cada um real de pa- trimônio líquido mais exigível a longo prazo. Unidade 3 • Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital68/233 Figura 14 – Fórmula do índice imobilização de recursos não correntes Fonte: elaborada pelo autor • Interpretação: quanto menor este quociente, melhor. • Exemplo: com base nas informações da Companhia Exemplo, o resultado do índice imobilização de recursos não correntes de cada exercício foi: • 20X0 = 0,32. Para cada R$1,00 de recursos não correntes em 20X0 a Companhia Exemplo tinha R$0,32 ativo permanente, ou seja, cerca de 32% dos ativo permanentes são fi- nanciados pelos recursos não cor- rentes da companhia; • 20X1 = 0,32. Para cada R$1,00 de recursos não correntes em 20X0 a Companhia Exemplo tinha R$0,32 ativo permanente, ou seja, cerca de 32% dos ativos permanente são fi- nanciados pelos recursos não cor- rentes da companhia; • 20X2 = 0,40. Para cada R$1,00 de recursos não correntes em 20X0 a Companhia Exemplo tinha R$0,40 ativo permanente, ou seja, cerca de 40% dos ativos permanente são fi- nanciados pelos recursos não cor- rentes da companhia. Unidade 3 • Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital69/233 • Interpretação: analisando a evolução do indicador nos três exercícios, per- cebe-se que houve uma evolução no indicador, saindo de 0,32 em 20X0 para 0,40 em 20X2. Unidade 3 • Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital70/233 Glossário Ativo permanente: somatória das contas investimento, imobilizado, intangível e diferido. Capital de terceiros: somatória das contas passivo circulante e passivo não circulante. Recursos não correntes: somatória das contas passivo não circulante e patrimônio líquido. Questão reflexão ? para 71/233 A Companhia Tema 3 apresentou as seguintes informações, de- monstradas na Figura 15. Com base nas informações apresentadas, calcule os indicadores de endividamento/estrutura de capital, dos três exercícios, e faça uma breve análise sobre os resultados calculados. Questão reflexão ? para 72/233 Figura 15 – Demonstrações Financeiras da Companhia Tema 3 Fonte: elaborada pelo autor 73/233 Considerações Finais Os indicadores de endividamento/estrutura de capital servem para eviden- ciar o grau de endividamento da empresa em decorrência das origens dos capitais investidos. São eles: • Participação de capital de terceiros; • Composição do endividamento; • Endividamento a curto prazo; • Endividamento a longo prazo; • Endividamento total; • Imobilização do patrimônio líquido; • Imobilização de recursos não correntes. Unidade 3 • Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital74/233 Referências ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2003. GITMAN, L.J. Princípios de administração financeira. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. MARION, J.C. Análise das demonstrações contábeis. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MATARAZZO, D.C. Análise financeira de balanços. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 75/233 Assista a suas aulas Aula 3 - Tema: Indicadores de endividamento/ estrutura de capital. Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ 45214384664d542ab22721df19a9bb95>. Aula 3 - Tema: Indicadores de endividamento/ estrutura de capital. Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/152e7531bec810b89c66f31caf29d56e>. 76/233 A Companhia VL3 apresentou as seguintes informações: Com base nas informações acima, calcule, para os exercícios 20X2, 20X1 e 20X0, respectivamente, e identifique a alternativa correta. Questões 77/233 1. Participação de capital de terceiros: a) 0,49; 0,53; 0,80. b) 0,17; 0,20; 0,44. c) 0,07; 0,09; 0,20. d) 0,14; 0,16; 0,30. e) 0,75; 0,68; 0,70. Questão 1 78/233 2. Composição do endividamento: a) 0,14; 0,16; 0,30. b) 0,17; 0,20; 0,40. c) 0,07; 0,09; 0,20. d) 0,49; 0,53; 0,77. e) 0,75; 0,68; 0,70. Questão 2 79/233 3. Endividamento total: a) 0,75; 0,68; 0,70. b) 0,17; 0,20; 0,40. c) 0,07; 0,09; 0,20. d) 0,49; 0,53; 0,80. e) 0,14; 0,16; 0,30. Questão 3 80/233 4. Imobilização do patrimônio líquido: a) 0,07; 0,09; 0,20. b) 0,17; 0,20; 0,40. c) 0,75; 0,68; 0,69. d) 0,49; 0,53; 0,80. e) 0,14; 0,16; 0,30. Questão 4 81/233 5. Imobilização de recursos não correntes: a) 0,69; 0,62; 0,63. b) 0,17; 0,20; 0,40. c) 0,75; 0,68; 0,70. d) 0,49; 0,53; 0,80. e) 0,14; 0,16; 0,30. Questão 5 82/233 Gabarito 1. Resposta: B. 2. Resposta: D. 3. Resposta: E. 83/233 Gabarito 4. Resposta: C. 5. Resposta: A. 84/233 Unidade 4 Indicadores de Lucratividade/Rentabilidade Objetivos Aprender a calcular e interpretar os indicadores de lucratividade/rentabilidade: 1. Lucratividade das vendas (ou margem líquida). 2. Rentabilidade do ativo (ROA ou ROI). 3. Rentabilidade do patrimônio líquido (ROE). Unidade 4 • Indicadores de Lucratividade/Rentabilidade85/233 Introdução No Tema 3, foi estudada a situação de en- dividamento/estrutura de capital das em- presas. O objetivo de analisar a estrutura de capital foi compreender, num dado período, qual a estrutura de capital que a empresa possui naquele momento, bem como seu grau de endividamento. Neste tema, será estudada a situação de lucratividade/rentabilidade das empresas, cujo objetivo é compreender, num dado pe- ríodo, qual a capacidade da empresa naque- le momento de geração de riqueza, ou seja, qual a lucratividade e rentabilidade que ela está gerando. 1. Indicadores de lucratividade e de rentabilidade Os indicadores de lucratividade/rentabi- lidade servem para medir a capacidade econômica da empresa, isto é, evidenciam o grau de êxito econômico obtido pelo ca- pital investido na empresa. A rentabilidade do capital investido na empresa é conheci- da através do confronto entre as contas ou grupos de contas da demonstração do re- sultado do exercício ou conjugando-as com grupos de contas do balanço patrimonial. Unidade 4 • Indicadores de Lucratividade/Rentabilidade86/233 Figura 16 – Indicadores de lucratividade/rentabilidade Fonte: elaborada pelo autor 1.1 Lucratividade das vendas (ou margem líquida) Revela a margem de lucratividade obtida pela empresa em função do seu faturamento, isto é, quanto a empresa obteve de lucro líquido para cada real vendido. A interpretação desse quo- ciente deve ser direcionada a verificar a margem de lucro da empresa em relação às vendas. Unidade 4 • Indicadores de Lucratividade/Rentabilidade87/233 Figura 17 – Fórmula do indicador lucratividade das vendas (ou margem líquida). Fonte: elaborada pelo autor • Interpretação: quanto maior este quociente, melhor. • Exemplo: com base nas informações da Companhia Exemplo, o resultado do índice lucratividade das vendas de cada exercício foi: • 20X0 = 7,98% ou seja, nesse ano, o lucro líquido da companhia foi de 7,98% quando comparado à sua receita líquida;• 20X1 = 6,59% ou seja, nesse ano, o lucro líquido da companhia foi de 6,59% quando comparado à sua receita líquida; • 20X2 = 3,25% ou seja, nesse ano, o lucro líquido da companhia foi de 3,25% quando comparado à sua receita líquida. • Interpretação: analisando a evolução do indicador nos três exercícios, per- cebe-se que houve uma redução de sua lucratividade de 20X0 para 20X1 e de 20X1 para 20X2. Unidade 4 • Indicadores de Lucratividade/Rentabilidade88/233 Para saber mais A terminologia usada atualmente na estrutura da demonstração de resultado para a receita líquida de vendas é receita de venda de bens e/ ou serviços (conta 3.01 da estrutura usada pela CVM, primeira linha da DRE analítica). Disponível em: <www.bmfbovespa.com.br>. Acesso em: 30 nov. 2016. 1.2 Rentabilidade do ativo (ROA ou ROI) Rentabilidade do ativo (ROI – Return On In- vestment ou ROA – Return On Asset) eviden- cia o potencial de geração de lucros por parte da empresa, isto é, quanto a empresa obteve de lucro líquido para cada real de in- vestimentos totais. Sua interpretação deve ser direcionada para verificar o tempo ne- cessário para que haja retorno dos capitais totais (próprios e de terceiros) investidos na empresa. Figura 18 – Fórmula do índice Retorno do Ativo Fonte: elaborada pelo autor • Interpretação: quanto maior esse quociente, melhor. • Exemplo: com base nas informações da Companhia Exemplo, o resulta- do do índice retorno do ativo de cada exercício foi: Unidade 4 • Indicadores de Lucratividade/Rentabilidade89/233 • 20X0 = 7,09% ou seja, nesse ano, o lucro líquido da companhia foi de 7,09% quando comparado ao ativo total; • 20X1 = 5,05% ou seja, nesse ano, o lucro líquido da companhia foi de 5,05% quando comparado ao ativo total; • 20X2 = 1,77% ou seja, nesse ano, o lucro líquido da companhia foi de 1,77% quando comparado ao ativo total. • Interpretação: analisando a evolução do indicador nos três exercícios, per- cebe-se que houve uma redução de 20X0 para 20X1 e de 20X1 para 20X2. 1.3 Rentabilidade do patrimô- nio líquido (ROE) A rentabilidade do patrimônio líquido (ROE – Return On Equity) revela qual foi a taxa de rentabilidade obtida pelo Capital Próprio in- vestido na empresa, isto é, quanto a empre- sa ganhou de lucro líquido para cada real de capital próprio investido. Para saber mais A terminologia usada atualmente na estrutura da demonstração de resultado para lucro líquido é Lucro/Prejuízo do Período (conta 3.11 da DRE analítica – estrutura usada pela CVM). Unidade 4 • Indicadores de Lucratividade/Rentabilidade90/233 Figura 19 – Fórmula do índice rentabilidade do patrimônio líquido Fonte: elaborada pelo autor • Interpretação: quanto maior este quociente, melhor. • Exemplo: com base nas informações da Companhia Exemplo, o resultado do índice rentabilidade do patrimônio líquido de cada exercício foi: • 20X0 = 19,04% ou seja, nesse ano, o lucro líquido da companhia foi de 19,04% quando comparado ao pa- trimônio líquido; • 20X1 = 13,41% ou seja, nesse ano, o lucro líquido da companhia foi de 13,41% quando comparado ao pa- trimônio líquido; • 20X2 = 4,78% ou seja, nesse ano, o lucro líquido da companhia foi de 4,78% quando comparado ao pa- trimônio líquido. • Interpretação: analisando a evolução do indicador nos três exercícios, per- cebe-se que houve uma redução de 20X0 para 20X1 e de 20X1 para 20X2. Unidade 4 • Indicadores de Lucratividade/Rentabilidade91/233 2. Outros indicadores importan- tes Além dos três indicadores estudados, é im- portante também conhecer outros três, quais sejam: Payback, margem EBITDA e giro do ativo. Link Aplicação dos indicadores até então estudados. AMORIM, D. P. L. Análise financeira de hospitais: O caso da Santa Casa de Misericórdia de Itaguara. Disponível em: <http://www.fucamp. edu.br/editora/index.php/ragc/article/ viewFile/743/551>. Acesso em: 30 nov. 2016. 2.1 Payback (tempo de retorno do investimento) O indicador payback mede tempo. A inter- pretação do indicador de rentabilidade do patrimônio líquido deve ser direcionada para verificar qual o tempo necessário para se obter o retorno do capital próprio in- vestido na empresa, ou seja, quantos anos serão necessários para que os proprietários obtenham de volta o valor do capital que in- vestiram na empresa. Figura 20 – Fórmula do índice payback Fonte: elaborada pelo autor Unidade 4 • Indicadores de Lucratividade/Rentabilidade92/233 • Interpretação: quanto menor este quociente, melhor. • Exemplo: com base nas informações da Companhia Exemplo, o resultado do ín- dice payback de cada exercício foi: • 20X0 = 5,25 ou seja, nesse ano, o tempo de retorno do capital pró- prio foi de 5,25 anos; • 20X1 = 7,46 ou seja, nesse ano, o tempo de retorno do capital pró- prio foi de 7,46 anos; • 20X2 = 20,92 ou seja, nesse ano, o tempo de retorno do capital pró- prio foi de 20,92 anos. • Interpretação: analisando a evolução do indicador nos três exercícios, per- cebe-se que houve um aumento sig- nificativo no tempo de retorno do ca- pital próprio, de 20X0 para 20X2. Link Payback simples e descontado. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=iOqlFHAWIys>. Acesso em: 30 nov. 2016. 2.2 Margem EBITDA O termo EBITDA vem do Inglês, Earning Be- fore Interest, Taxes, Depreciation/Depletion and Amortization, ficando em nosso idioma algo como Lucro antes dos Juros, Impos- tos (sobre lucros), depreciações/exaustões e amortizações (LAJIDA). O EBITDA repre- senta o lucro especificamente gerado pelos Unidade 4 • Indicadores de Lucratividade/Rentabilidade93/233 ativos operacionais, portanto, excluindo-se as despesas e receitas financeiras, e antes de considerar as despesas de depreciação, amortização e exaustão, bem como a inci- dência dos impostos sobre o lucro (IRPJ e CSLL no caso do Brasil). Em essência, o EBITDA revela a genuína ca- pacidade operacional de geração de cai- xa de uma empresa, ou seja, sua eficiência financeira determinada pelas estratégias operacionais adotadas. Quanto MAIOR esse índice, mais eficiente se apresenta a for- mação de caixa proveniente das operações (ativos), e melhor ainda a capacidade de pa- gamento aos proprietários de capital e in- vestimentos demonstrada pela empresa. Figura 21 – Fórmula do EBITDA Fonte: elaborada pelo autor Figura 22 – Fórmula da Margem EBITDA Fonte: elaborada pelo autor 2.3 Giro do ativo O giro do ativo demonstra quanto a empre- sa vendeu para cada R$ 1,00 de investimen- to total, ou seja, quantas vezes o ativo total da empresa girou ou se renovou (transfor- mou-se em dinheiro) em determinado perí- odo em função das vendas realizadas. Unidade 4 • Indicadores de Lucratividade/Rentabilidade94/233 Figura 23 – Fórmula do índice giro do ativo Fonte: elaborada pelo autor • Interpretação: quanto maior este quociente, melhor. • Exemplo: com base nas informações da Companhia Exemplo, o resultado do índice giro do ativo de cada exer- cício foi: • 20X0 = 0,89 ou seja, nesse ano, para cada R$1,00 de ativo total a empresa obteve R$0,89 de receita; • 20X1 = 0,77 ou seja, nesse ano, para cada R$1,00 de ativo total a empresa obteve R$0,77 de receita; • 20X2 = 0,54 ou seja, nesse ano, para cada R$1,00 de ativo total a empresa obteve R$0,54 de receita. • Interpretação: analisando a evolução do indicador nos três exercícios, per- cebe-se que houve uma redução, de 20X0 para 20X1 e de 20X1 para 20X2. Unidade 4 • Indicadores de Lucratividade/Rentabilidade95/233 Glossário ROA – Return on Asset: termo em inglês usado para definir o indicador retorno do ativo. ROE – Return on Equit: termo em inglês usadopara definir o indicador retorno sobre o patrimônio líquido. EBITDA – Earning Before Interest, Taxes, Depreciation/Depletion and Amortization: termo em inglês que define o lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações. Questão reflexão ? para 96/233 A Companhia Tema 4 apresentou as seguintes informações, de- monstradas na Figura 24. Com base nas informações apresentadas, calcule os indicadores de endividamento/estrutura de capital, dos três exercícios e faça uma breve análise sobre os resultados calculados. Questão reflexão ? para 97/233 Figura 24 – Demonstrações Financeiras da Companhia Tema 4 Fonte: elaborada pelo autor 98/233 Considerações Finais Os indicadores de lucratividade/rentabilidade servem para medir a capacida- de econômica da empresa, isto é, evidenciam o grau de êxito econômico obti- do pelo capital investido na empresa. São eles: • lucratividade das vendas; • rentabilidade do ativo; • rentabilidade do patrimônio líquido. Unidade 4 • Indicadores de Lucratividade/Rentabilidade99/233 Referências ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2003. GITMAN, L.J. Princípios de administração financeira. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. MARION, J.C. Análise das demonstrações contábeis. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MATARAZZO, D.C. Análise financeira de balanços. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 100/233 Assista a suas aulas Aula 4 - Tema: Indicadores de lucratividade/ rentabilidade. Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ 2f45dfe43f4a0f0034d1617291f3bcd7>. Aula 4 - Tema: Indicadores de lucratividade/ rentabilidade. Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/8234bf8936284cc042d80cb209aae0d6>. 101/233 A Companhia VL4 apresentou as seguintes informações: Com base nas informações acima, calcule, para os exercícios 20X2, 20X1 e 20X0, respectivamente, e assinale a alternativa correta: Questões 102/233 1. Lucratividade das vendas: a) 0,79%; 1,41%; 1,71%. b) 0,76%; 2,11%; 2,81%. c) 0,89%; 2,52%; 4,04%. d) 112,36; 39,68; 24,75. e) 0,96; 1,49; 1,65. Questão 1 103/233 2. Rentabilidade do ativo: a) 0,79%; 1,41%; 1,71%. b) 0,76%; 2,11%; 2,81%. c) 0,89%; 2,52%; 4,04%. d) 112,36; 39,68; 24,75. e) 0,96; 1,49; 1,65. Questão 2 104/233 3. Rentabilidade do patrimônio líquido: a) 0,79%; 1,41%; 1,71%. b) 0,76%; 2,11%; 2,81%. c) 0,89%; 2,52%; 4,04%. d) 112,36; 39,68; 24,75. e) 0,96; 1,49; 1,65. Questão 3 105/233 4. Payback: a) 0,79%; 1,41%; 1,71%. b) 0,76%; 2,11%; 2,81%. c) 0,89%; 2,52%; 4,04%. d) 112,36; 39,68; 24,75. e) 0,96; 1,49; 1,65. Questão 4 106/233 5. Giro do ativo: a) 0,79%; 1,41%; 1,71%. b) 0,76%; 2,11%; 2,81%. c) 0,89%; 2,52%; 4,04%. d) 112,36; 39,68; 24,75. e) 0,96; 1,49; 1,65. Questão 5 107/233 Gabarito 1. Resposta: A. 2. Resposta: B. 3. Resposta: C. 108/233 Gabarito 4. Resposta: D. 5. Resposta: E. 109/233 Unidade 5 Modelos de Avaliação de Empresas Objetivos Aprender a calcular e interpretar os modelos de avaliação de empresas: 1. Modelo de avaliação de Matarazzo. 2. Sistema de análise DuPont. Unidade 5 • Modelos de Avaliação de Empresas110/233 Introdução Nos temas anteriores, foi visto que toda decisão econômico-financeira é tomada levando em consideração três situações, conhecidas pelo chamado tripé decisorial: situação de liquidez, situação de endivida- mento/estrutura de capital e situação eco- nômica. O objetivo da análise de liquidez é compreender a situação sobre a capacidade que a empresa tem, num dado período, de honrar seus compromissos, sejam estes de curto e/ou longo prazos. O objetivo de analisar a estrutura de capi- tal é compreender, num dado período, qual a estrutura de capital que a empresa pos- sui naquele momento, bem como seu grau de endividamento. O objetivo de analisar a situação de lucratividade/rentabilidade é compreender, num dado período, qual a ca- pacidade da empresa naquele momento de geração de riqueza, ou seja, qual a lucrativi- dade e rentabilidade que ela está gerando. Contudo, a análise individualizada dos indi- cadores, apesar de relevante, traz uma di- ficuldade maior quando se pretende fazer uma análise global da empresa consideran- do, simultaneamente, a situação de liqui- dez, de endividamento/estrutura de capital e de lucratividade/rentabilidade. Para re- solver esse problema, foram desenvolvidos modelos de avaliação. De acordo com Matarazzo (2007, p. 187), “a análise de balanços através de índices só adquire consistência e objetividade quan- do os índices são comparados com padrões, pois, do contrário, as conclusões se sujeitam à opinião e, não raro, ao humor do analista Unidade 5 • Modelos de Avaliação de Empresas111/233 de balanços”. Através de técnicas estatísticas (medida separatriz), é possível a construção de in- dicadores padrão, que servem de parâme- tro de comparação do desempenho eco- nômico-financeiro da empresa, objeto de análise, com o desempenho de um grande número de empresas do mesmo segmento. Esses padrões são importantes para toda a análise que se venha a fazer das empresas, permitindo que se estabeleçam qualifica- ções (favorável, insuficiente etc.), nos vários índices extraídos das demonstrações finan- ceiras. Para saber mais As medidas separatrizes são números reais que dividem a sequência ordenada de dados em partes que contêm a mesma quantidade de elementos da série. São medidas separatrizes: a mediana, os quartis, os quintis, os decis e os percentis. Os elementos que separam a sequência ordenada em 4 partes, cada uma contendo 25% dos elementos, são os quartis. O primeiro quartil, indicado por Q1, separa a sequência ordenada, deixando 25% de seus valores à esquerda e 75% à direita. O segundo quartil, Q2, corresponde à mediana. O terceiro quartil, Q3, separa a sequência ordenada, deixando 75% de seus valores à esquerda e 25% de seus valores à direita. A mesma lógica se aplica aos quintis, decis e percentis. Unidade 5 • Modelos de Avaliação de Empresas112/233 1. Modelo de avaliação de empresas de matarazzo Matarazzo (2007) propõe uma forma de atribuir notas a cada um dos indicadores e, posteriormente, ponderar essas notas para que seja possível extrair uma única que re- presente a situação global da empresa. Nes- se procedimento, esse autor atribui notas aos indicadores de endividamento, liquidez e rentabilidade/lucratividade, conforme Fi- gura 25 a seguir: Link Vídeoaula: Quartil como medida separatriz. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=C4kn26gYwI0>. Acesso em: 30 nov. 2016. Unidade 5 • Modelos de Avaliação de Empresas113/233 Figura 25 – Indicadores e respectivos pesos/grupos Indicador Peso Índices Grupo En di vi da m en to Participação de Capitais de Terceiros 0,6 0,4 Composição do Endividamento 0,1 Imobilização do Patrimônio Líquido 0,2 Imobilização de Recursos Não Correntes 0,1 Li qu id ez Liquidez Geral 0,3 0,2 Liquidez Corrente 0,5 Liquidez Seca 0,2 Re nt ab ili da de Lu cr at iv id ad e Giro do Ativo 0,2 0,4Margem Líquida 0,1 Rentabilidade do Ativo 0,1 Rentabilidade do Patrimônio Líquido 0,6 Fonte: elaborada pelo autor Unidade 5 • Modelos de Avaliação de Empresas114/233 Como exemplo, supondo-se que a empresa MF tenha obtido os seguintes resultados para os índices de endividamento, liquidez e rentabilidade/lucratividade para o exercício de 20X9, de- monstradosna Figura 26: Figura 26 – Índices no exercício de 20X9 Indicador 20X9 En di vi da m en to Participação de Capitais de Terceiros 1,83 Composição do Endividamento 0,54 Imobilização do Patrimônio Líquido 1,21 Imobilização de Recursos Não Correntes 0,66 Li qu id ez Liquidez Geral 0,88 Liquidez Corrente 1,61 Liquidez Seca 0,87 Re nt ab ili da de Lu cr at iv id ad e Giro do Ativo 1,11 Margem Líquida 3,77% Rentabilidade do Ativo 4,19% Rentabilidade do Patrimônio Líquido 13,48% Fonte: elaborada pelo autor Unidade 5 • Modelos de Avaliação de Empresas115/233 A partir dos valores dos índices da empresa MF acima, atribuíram-se notas de 0 a 10 com base numa tabela de índices padrão, e multiplica-se o peso pela nota de cada índice. O mesmo proce- dimento também deve ser feito para o grupo de índices, conforme Figura 27, abaixo: Figura 27 – Aplicações sobre índices e grupos Indicador Índices Grupo Peso Valor 20X9 Nota Peso × Nota Nota Peso Nota × Peso En di vi da m en to Part. Cap. Terceiros 0,6 1,83 4 2,4 4,2 0,4 1,68 Comp. Endividamento 0,1 0,54 10 1 Imobilização P. Líquido 0,2 1,21 2 0,4 Imob. Rec. Não Correntes 0,1 0,66 4 0,4 Li qu id ez Liquidez Geral 0,3 0,88 2 0,6 5,1 0,2 1,02Liquidez Corrente 0,5 1,61 7 3,5 Liquidez Seca 0,2 0,87 5 1 Unidade 5 • Modelos de Avaliação de Empresas116/233 Indicador Índices Grupo Peso Valor 20X9 Nota Peso × Nota Nota Peso Nota × Peso Re nt ab ili da de Lu cr at iv id ad e Giro do Ativo 0,2 1,11 5 1 5,7 0,4 2,28 Margem Líquida 0,1 3,77% 6 0,6 Rentabilidade Ativo 0,1 4,19% 5 0,5 Rentabilidade P. Líquido 0,6 13,48% 6 3,6 Nota Global - - - - - - 4,98 Fonte: elaborada pelo autor As notas de cada indicador da tabela anterior foram obtidas a partir da tabela de índices padrão de 556 empresas do ramo de produtos elétricos e eletrônicos, conforme demonstra a Figura 28, abaixo: Unidade 5 • Modelos de Avaliação de Empresas117/233 Figura 28 – Indicadores – decis Indicador Decis 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º En di vi da m en to Part. Cap. Terceiros 0,43 0,66 0,85 1,09 1,36 1,66 2,18 2,76 4,20 C. Endividamento 0,71 0,82 0,92 0,96 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 Imob. P. Líquido 0,25 0,34 0,43 0,55 0,62 0,73 0,86 1,01 1,35 I. R. N. Correntes 0,21 0,28 0,37 0,43 0,54 0,61 0,70 0,83 1,14 Li qu id ez Liquidez Geral 0,84 0,98 1,06 1,14 1,24 1,34 1,47 1,76 2,24 Liquidez Corrente 0,95 1,06 1,16 1,25 1,34 1,45 1,62 1,87 2,35 Liquidez Seca 0,47 0,60 0,70 0,79 0,88 0,96 1,05 1,22 1,60 Re nt ab ili da de Lu cr at iv id ad e Giro do Ativo 0,64 0,86 0,92 1,06 1,26 1,35 1,48 1,69 2,10 Margem Líquida -5,3% 0,0% 1,1% 2,1% 3,2% 4,5% 6,6% 9,5% 14,5% Rentabilidade Ativo -5,6% 0,0% 1,3% 2,7% 4,2% 6,1% 8,5% 11,4% 17,7% Rent. P. Líquido -17% 1,0% 5,0% 9,0% 13,0% 17,8% 24,6% 35,0% 56,2% Fonte: elaborada pelo autor Unidade 5 • Modelos de Avaliação de Empresas118/233 Assim, uma liquidez geral de 0,88 deve ser avaliada com nota 1, pois está mais próxima do 1º decil. Por outro lado, um índice de participação de capitais de terceiros de 1,83 deve ser avaliado com nota 4, pois está mais próximo do 6º decil da figura acima. Como os índices de endividamento são do tipo quanto menor, melhor, o procedimento de atribuição de notas deve ser invertido. O último procedimento do modelo de avaliação de Matarazzo consiste em atribuir conceitos às notas, conforme escala a seguir: Figura 29 – Escala de avaliação conceitual Nota 0 ├┤1 1 ┤2 2 ┤4 4 ┤6 6 ┤8 8 ┤9 9 ┤10 Conceito Péssimo Deficiente Fraco Razoável Satisfatório Bom Ótimo Fonte: elaborada pelo autor De acordo com essa escala, a empresa MF obteve as seguintes notas, demonstradas na Figura 30: Figura 30 – Notas da empresa MF Categoria Nota Conceito Endividamento 4,2 Razoável Liquidez 5,1 Razoável Rentabilidade 5,7 Razoável Global 4,98 Razoável Fonte: elaborada pelo autor Unidade 5 • Modelos de Avaliação de Empresas119/233 Para saber mais Verifique o artigo referente à aplicação da proposta de Matarazzo (2003). TEIXEIRA, A. J. C.; DALMACIO, F.Z.; RANGEL, L.L. Estudo empírico no setor de metalurgia e siderurgia sobrea relevância dos indicadores contábeis para estimativa de retorno das ações negociadas na Bovespa. Disponível em: <http://www. fucape.br/simposio/3/artigos/flavia%20 dalmacio,%20aridelmo%20teixera%20e%20 luciene%20rangel.pdf>. Acesso: 30 nov. 2016. 2. Sistema de análise Dupont O sistema de análise DuPont é assim cha- mado devido à DuPont Corporation, que originalmente popularizou seu uso. Ele é usado por administradores financeiros para dissecar as demonstrações financeiras da empresa e avaliar sua condição financeira. O sistema Dupont funde a demonstração financeira e o balanço patrimonial em duas medidas de resumo de lucratividade: ROA e ROE. A vantagem considerável do sistema Du- Pont é que ele permite à empresa dividir sua taxa de retorno sobre o patrimônio líquido em três componentes: um componente de lucro sobre vendas (margem líquida), um componente de eficiência de uso dos ativos Unidade 5 • Modelos de Avaliação de Empresas120/233 (giro do ativo total) e um componente uso da alavancagem (multiplicador de alavancagem fi- nanceira). O rendimento total para os proprietários pode, por conseguinte, ser analisado nessas três dimensões. A primeira parte da fórmula do modelo DuPont leva em consideração os indicadores de margem líquida e do giro do ativo para a determinação da rentabilidade do ativo (ROA), considerados ele- mentos-chave para o sucesso de qualquer empreendimento. A margem líquida mede a lucratividade sobre as vendas enquanto o giro do ativo mostra o quão eficientemente a empresa utilizou seus ativos na geração de receitas (produtividade). A relação entre margem líquida e giro do ativo é determinante na rentabilidade do ativo, ou seja, quanto mais eficiente for a empresa em termos de produtividade (medida pelo giro do ativo), maior será o retorno do ativo. Unidade 5 • Modelos de Avaliação de Empresas121/233 A segunda parte da fórmula do modelo Du- Pont leva em consideração os indicadores rentabilidade do ativo e multiplicador de alavancagem financeira para determinação da rentabilidade do patrimônio líquido. Desse modo, o modelo estabelece uma cor- relação entre eficiência operacional, estru- tura de capital e rentabilidade, com o ob- jetivo maior de maximizar o retorno para o acionista. Link ANGOTTI, M. Análise DuPont como ferramenta de apoio às decisões de investimento em ações. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital. ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/ BUOS-8E5L9E/angotti__marcello. pdf?sequence=1>. Acesso em: 30 nov. 2016. Unidade 5 • Modelos de Avaliação de Empresas122/233 Glossário Medidas separatrizes: são números reais que dividem a sequência ordenada de dados em partes que contêm a mesma quantidade de elementos da série. Mediana: mediana de um conjunto de dados é o valor ao qual metade dos dados é igual ou infe- rior e metade dos dados é igual ou superior. É o valor que ocupa a posição central em um ROL de dados. MAF – multiplicador de alavancagem financeira: indicador que mensura a relação entre o ativo total e o patrimônio líquido. Questão reflexão ? para 123/233 A Companhia Tema 5 apresentou as seguintes informações, demonstradas na Figura 31. Figura 31 – Demonstrações Financeiras da Companhia Tema 5 Fonte: elaborada pelo autor Questão reflexão ? para 124/233 1. Com base nas informações apresentadas no item “MODELO DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS DE MATARAZZO” e Figuras 28 a 32, calcule o resultado da Companhia pelo método de Matarazzo, in- dicadores
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