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SEMINARIO NORMA 15575

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SEMINARIO NORMA 15575
5 – SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 
5.5 – DESEMPENHO ESTRUTURAL EM SITUAÇÕES DE INCÊNDIO 
Em situação de incêndio, há necessidade de se minimizar os riscos de colapso estrutural da edificação. Os materiais empregados na estrutura e nas compartimentações devem estar em acordo com o TRRF – Tempo Requerido de Resistência ao Fogo, conforme a norma NBR 14432.
São considerados os critérios abaixo para classificação da resistência ao fogo de componentes e elementos da construção (pilares, paredes, portas, portas corta-fogo, lajes de piso, etc.): 
Estanqueidade: permite avaliar se as chamas e os gases quentes desenvolvidos no interior do ambiente em combustão são liberados por fissuras ou aberturas no elemento construtivo, podendo expor as pessoas e os objetos que se encontram na face não exposta ao fogo aos efeitos do incêndio; 
Isolamento térmico: permite avaliar se o calor transmitido por radiação e condução através da superfície do elemento construtivo pode ameaçar a segurança das pessoas e dos objetos que se encontram na face não exposta ao fogo. Considera-se que o isolamento térmico deixa de ser atendido quando a temperatura da face não exposta ao fogo atinge 140°C + Tambiente na média, ou 180°C + Tambiente em qualquer ponto de medida;
Estabilidade: permite avaliar se o elemento ou sistema construtivo não perde seu caráter funcional, ou seja, se não apresenta ruína durante o tempo de ensaio. Vale ressaltar que, no caso de componentes com função estrutural, o ensaio é realizado com atuação da carga vertical de serviço a que o elemento estará submetido na obra real.
Em função desses critérios os elementos construtivos são classificados em:
Estável ao fogo: atende ao critério de estabilidade citado
Pára-chamas: atende ao critério de estabilidade e isolamento térmico citado 
Corta-fogo: atende aos três critérios anteriores.
5.5.1 - RESISTÊNCIA AO FOGO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS E DE COMPARTIMENTAÇÃO
Os sistemas estruturais e os elementos de vedação vertical que integram as edificações habitacionais devem atender à NBR 14432 para controlar os riscos de propagação de incêndio e preservar a estabilidade estrutural da edificação.
As paredes estruturais devem apresentar resistência ao fogo por um período mínimo de 30 minutos, assegurando condições de estabilidade, estanqueidade e isolação térmica, no caso de edificações habitacionais de até cinco pavimentos.
As paredes de geminação (paredes entre unidades) de casas térreas e de sobrados, bem como as paredes entre unidades habitacionais e que fazem divisa com as áreas comuns nos edifícios multifamiliares, são elementos de compartimentação horizontal e devem apresentar resistência ao fogo por um período mínimo de 30 minutos, considerando os critérios de avaliação relativos à estabilidade, estanqueidade e isolação térmica, no caso de edifícios até cinco pavimentos.
No caso de unidade habitacional unifamiliar isolada e de até dois pavimentos, é requerida resistência ao fogo de 30 minutos para as paredes internas e de fachada somente nas áreas correspondentes a cozinhas e ambientes fechados que abriguem equipamentos de gás.
5.5.2 - RESISTÊNCIA AOFOGO DE SISTEMAS DE COBERTURA
A resistência ao fogo da estrutura do sistema de cobertura deve atender aos requisitos da NBR 14432, considerando um valor mínimo de 30 minutos. No caso de unidade habitacional unifamiliar de até dois pavimentos devem ser atendidas as seguintes condições: 
A) edificações isoladas ou geminadas: na cozinha e ambiente fechado que abrigue equipamento de gás, o valor da resistência ao fogo mínima da cobertura é de 30 minutos; 
B) edificações geminadas: caso nos demais ambientes a cobertura não atenda esta condição, deve ser previsto um septo vertical entre unidades habitacionais com resistência ao fogo mínima de 30 minutos, ultrapassando a superfície superior da cobertura.
5.5.3 - RESISTÊNCIA AOFOGO DE ENTREPISOS
 Em situação de incêndio, os entrepisos e os elementos estruturais associados devem apresentar adequada resistência ao fogo, visando controlar os riscos de propagação do incêndio / fumaça e de comprometimento da estabilidade estrutural da edificação como um todo ou de parte dela.
Os entrepisos e suas estruturas devem atender aos critérios de resistência ao fogo conforme definido a seguir, destacando-se que os tempos requeridos referem-se à categoria corta-fogo: onde são considerados os critérios de isolamento térmico, estanqueidade e estabilidade:
A) Unidades habitacionais assobradadas, isoladas ou geminadas: 30 minutos; 
B)Edificações multifamiliares até 12 m de altura: 30 minutos; 
C) Edificações multifamiliares com altura acima de 12 m e até 23 m: 60 minutos; 
D) Edificações multifamiliares com altura acima de 23 m e até 30 m: 90 minutos;
E) Edificações multifamiliares com altura acima de 30 m e até 120 m: 120 minutos;
F) Edificações multifamiliares com altura acima de 120 m: 180 minutos;
G) Subsolos: no mínimo igual ao dos pisos elevados da edificação e não menos que 60 minutos para alturas descendentes até 10 m e não menos que 90 minutos para alturas descendentes superiores a 10 m.
5.6 - EXIGÊNCIAS PARA DIFICULTAR INFLAMAÇÃOGENERALIZADA E LIMITAR A FUMAÇA
 A inflamação generalizada é preponderantemente determinada pela natureza dos materiais presentes nas superfícies dos elementos construtivos. Estes podem sustentar a combustão e propagar o fogo. Os materiais de revestimento, acabamento e isolamento termoacústico empregados na face interna dos sistemas ou elementos que compõem a edificação devem ter as características de reação ao fogo controladas, incluindo-se a incombustibilidade, propagação superficial de chamas e geração de fumaça.
De acordo com as características de reação ao fogo, determinadas pelos ensaios detalhados nas normas NBR 9442, ISO 1182 e ASTM E 662, os materiais são classificados conforme a tabela 18.
Para determinados materiais e configurações construtivas, os métodos de ensaios da Tabela 18 não são apropriados, devendo ser substituídos por aqueles indicados na Tabela 19.
5.6.1 - REAÇÃO AO FOGO - FACES INTERNAS E MIOLO DE PAREDES
Com base nas Tabelas 18 e 19 anteriores, as superfícies internas das vedações verticais externas (fachadas) e todas as superfícies das vedações verticais internas devem classificar-se como:
A) I, II A ou III A, quando estiverem associadas a espaços de cozinha; 
B) I, II A, III A ou IV A, quando estiverem associadas a outros locais internos da habitação, exceto cozinhas;
C) I ou II A, quando estiverem associadas a locais de uso comum da edificação;
D) I ou II A, quando estiverem associadas ao interior das escadas, porém com Dm inferior a 100.
 Obs.: os materiais empregados no meio das paredes (miolo), sejam externas ou internas, devem ser classificados como I, II A ou III A.
5.6.2 - REAÇÃO AO FOGO – FACHADAS
Com base nas Tabelas 18 e 19 anteriores, as superfícies externas das fachadas devem classificar-se como I ou II B.
5.6.3 - REAÇÃO AO FOGO - FACES INTERNAS DE COBERTURAS
Com base nas Tabelas 18 e 19 anteriores, a superfície inferior das coberturas e subcoberturas, superfícies inferior e superior de forros falsos, superfícies inferior e superior de materiais isolantes térmicos, absorventes acústicos e outros incorporados ao sistema de cobertura do lado interno da edificação devem classificar-se como I, II A ou III A. No caso de cozinhas, a classificação deve ser I ou II A.
5.6.4 - REAÇÃO AOFOGO - FACES EXTERNAS DE COBERTURAS
A face externa do sistema de cobertura deve classificar-se como I, II ou III, conforme a Tabela 18 anterior, independentemente das subclasses A ou B estabelecidas em função da geração de fumaça.
Quando o sistema de cobertura não puder ser avaliado pela NBR 9442 (ocorre afastamento do corpo de prova em relação à chama-piloto, escorrimento de material etc), a avaliação pode ser feita conforme Método 1 da Norma ENV 1187. A valiação deve considerar os detalhes construtivos do telhado analisado quanto à declividade, recobrimentos mínimos das diferentes camadas, detalhes de junção entre camadas e defixação aos suportes de apoio.
 5.6.5 - REAÇÃO AOFOGO - FACE INFERIOR DO SISTEMA DE PISO
 O sistema de piso compreende todas as suas camadas, incluindo eventuais partes de isolação térmica, impermeabilização, atenuação acústica e outras. No caso da presença de forro, este deverá atender às exigências indicadas no item 5.6.3 anterior.
5.6.6 - REAÇÃO AO FOGO - FACE SUPERIOR DO SISTEMA DE PISO
A face superior do sistema de piso, composto pela camada de acabamento incluindo todas as camadas subsequentes que podem interferir no comportamento de reação ao fogo, deve classificar-se como I, II A ou IV A em todas as áreas de edificação, com exceção do interior das escadas onde deve classificar-se como I ou II A, com Dm ≤ 100. Essas classificações constam da Tabela20.
5.6.7 - REAÇÃO AOFOGO - PRUMADAS ATRAVESSANDO PAVIMENTOS
Para evitar a propagação de incêndio entre pavimentos, as prumadas de instalações elétricas, hidrossanitárias e outras no interior de shafts devem ser fabricadas com material não propagante de chamas. A verificação da não propagação de chamas deve ser realizada de acordo com a norma ISO 1182.

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