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Flexografia Manual Prático

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FLEXOGRAFIA
Bloco Comunicação Ltda.
São Paulo, Março de 2007
1ª edição
FLEXOGRAFIA
MANUAL PRÁTICO
E U D E S S C A R P E T A
Agradecimentos
 Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. 
Outros não perceberam que estavam contribuindo para esse documento. Porém, quero destacar os 
seguintes:
 Em primeiro lugar agradeço a Deus sobre todas as coisas que orienta e permite que as coisas 
aconteçam. Muito obrigado.
 Agradeço à minha família, cujo esteio é muito importante para que as coisas andem e finalmente 
cheguem ao final com sucesso.
 Agradeço ao amigo Wilson Paduan que me auxiliou no capítulo sobre impressão, pré-impressão 
e tintas entre outras informações.
 Agradeço ao amigo José Carlos de Freitas, que foi grande incentivador e cotizador para que as 
coisas acontecessem.
 Agradeço ao Lopez, Paulo Sergio, Daniela, Vlamir, Dutra e Letícia, que ajudaram a preparar ima-
gens e desenhos para o livro em seu tempo livre.
 Agradeço ao pessoal da Bloco de Comunicação (Marcos, Wilson e Carlos) em quem depositei 
confiança para a edição deste livro, pois sempre admirei o trabalho sério que fazem na revista 
EmbalagemMarca.
 Agradeço aos mestres Lorenzo Baer, Bruno Cialone, Sergio Vay e Bruno Mortara, cuja convivên-
cia me é sempre enriquecedora.
 Agradeço às empresas que acreditaram no projeto e que, espero, ganhem também por aposta-
rem em algo inédito na língua portuguesa.
 Agradeço aos dirigentes da Zaraplast, que permitiram essa contribuição sobre flexografia ao 
mercado. Isso mostra o diferencial de uma empresa que, por meio da qualidade de seus produtos, 
passou à vanguarda da flexografia em seu segmento no Brasil. Nunca pouparam esforços para 
implementar ações de melhoria como a aplicação das normas ISO e NBR de flexografia, além de 
acreditarem em meu trabalho. São meus mestres.
 Agradeço à Abflexo e à Abiea, que viabilizaram a divulgação e que apoiaram o projeto inédito 
no Brasil. Agradeço à ABTG e à Abigraf por também confiarem em meu trabalho junto à ISO/TC 130 
Comitê Internacional de normalização para a indústria gráfica mundial. Sou grato ao SENAI-SP que 
tanto contribuiu para o meu crescimento como profissional e, acima de tudo, como pessoa. 
 Agradeço aos meus companheiros de trabalho que pontuaram com excelentes contribuições e a 
todos aqueles que, no decorrer de muitos anos, me ajudaram e tiveram paciência comigo.
 Agradeço a minha esposa Miriam que é uma das maiores incentivadoras e que me motiva a mos-
trar-lhe um trabalho bem feito. Agradeço sua paciência e agradeço por ser simplesmente “minha”.
 A todos meu MUITO OBRIGADO!
Dedicatória
Dedico este livro à minha mãe. Sabe, dedicar uma obra à mãe certamente parece lugar-comum. 
Mas não é. Minha mãe é um exemplo de dedicação e trabalho. Durante muito tempo, trabalhou 
duro junto com meu pai e minha irmã para que eu estudasse e cursasse o Senai de Artes Gráficas. 
E não foram apenas os dois anos de aprendizagem industrial, mas também os quatros anos que 
se seguiram de escola técnica no mesmo Senai Theobaldo de Nigris. Eram tempos difíceis, em que 
levávamos arroz com feijão e ovo (às vezes frito, às vezes omelete ou outra criação pra disfarçar) 
boa parte da semana. 
Nascida no interior de São Paulo, logo mudou-se com sua família para o interior do Paraná, onde 
seu pai comprou um pedaço de terra. Época muito difícil. Com o tempo conheceu meu pai e se 
casou. Depois de eu e minha irmã nascermos no norte do Paraná, vieram para São Paulo tentar a 
vida, como se diz. Mais épocas difíceis. Mas nunca desistiram e com o tempo conseguiram criar-nos 
com educação e preceitos éticos e morais que, penso eu, sejam o maior legado de todos.
Hoje tenho minha mãe como exemplo, inspiração de persistência e determinação. Acredito real-
mente que os pais são a base para o que os filhos serão no futuro. Pois no meu caso foi isso que 
aconteceu. Obrigado pai. Obrigado mãe. 
Prefácio
 O Professor Eudes Scarpeta entendeu que o desenvolvimento técnico sustentável da flexografia no 
Brasil dar-se-á somente com a superação de seu maior paradigma: “Investimento em capital humano”, 
através do estudo, pesquisa e difusão dessas informações valiosas aos profissionais do setor. O Mercado 
da Flexografia bem-informado e a cada dia mais promissor, agradece.
 O Profissional Eudes Scarpeta continua contribuindo na consolidação deste ideal de crescimento, 
liderando o projeto de normalização setorial junto à ISO (Comitê para Normalização da Flexografia, 
onde atua como Líder de Projeto Internacional), elevando à condição de “Empreendedor, Inovador e 
Pioneiro” o nosso país, o Mercado e todos nós, profissionais oriundos do meio. O Brasil, na berlinda da 
normalização, agradece.
 O Autor Eudes Scarpeta lança seu segundo livro técnico para a indústria gráfica e convertedora. 
Depois de uma visão abrangente, clara o objetiva sobre redução de setup (e custos) para offset, rotogra-
vura e flexografia (Como diminuir o setup na impressão - Editora Scortecci - 2005), ele compila tudo 
o que aprendeu, vivenciou e praticou nos seus trabalhados em flexografia, uma obra bastante útil e 
necessária ao nosso segmento. Os leitores, ansiosos, agradecem.
 O Amigo Eudes Scarpeta me estende o gentil convite de prefaciar este livro, de compartilhar seu 
conhecimento, sua sabedoria e mais do que tudo isso, me honrar com a sua amizade. O admirador 
Aislan Baer, com sinceridade e votos de sucesso, agradece.
Capítulo 1 – Introdução .......................................................... 13
 Como surgiu a flexografia ........................................................ 14
 Características da flexografia ................................................... 14
 Chapa flexível, mas resistente .................................................. 15
 Tinta líquida e de secagem rápida ........................................... 15
 Sistema de entintagem ............................................................ 15
 Impressoras para todas as necessidades ................................. 16
 As variáveis a serem controladas na flexografia ....................... 18
 Características do processo flexo ............................................. 19
 Como identificar um impresso em flexografia .......................... 19
 Características das impressoras .............................................. 20
Capítulo 2 – O design e a produção gráfica .................. 23
 Que cuidados o designer da embalagem deve ter? .................. 28
 A cor que eu vejo na tela do computador 
 é a mesma que eu vou obter na impressão? ........................... 28
 É possível aproximar a cor que vejo 
 no monitor e o resultado impresso? ......................................... 28
 Que tipos de textos são mais apropriados para flexografia? ..... 29
 O corpo do texto afeta a impressão? ........................................ 29
 Que cuidados se deve ter com textos negativos? ..................... 29
 Qual a diferença entre fontes PostScript e TrueType? ............... 30
 Por que as fontes PostScript são 
 melhores em Macintosh que em PC? ....................................... 30
 Imagem e ilustração não são a mesma coisa? ......................... 31
 O que é resolução da imagem? Qual devo 
 usar para imprimir em flexografia? .......................................... 31
 Qual o melhor tipo de “formato” de imagem? .......................... 32
 O que são ilustrações em vetor e bitmap? ............................... 33
 Qual a melhor? ........................................................................ 34
 O que é color trap e para que serve? ....................................... 34
 O que é um arquivo em PDF/X? ............................................... 35
 O que é o PDF/X-1a? ............................................................... 35
 Quais são os itens de um checklist 
 básico para orientar o trabalho do designer? ........................... 38
Capítulo 3– Pré-impressão de flexografia .................... 41
 O que é pré-impressão? .......................................................... 42
 Quais os equipamentos utilizados? .......................................... 42
 Quais os softwares utilizados na pré-impressão? ..................... 43
 Como a imagem é preparada para ser impressa? .................... 43
 O que é retícula? ..................................................................... 43
 O que é quadricromia? ............................................................. 44
 Os pontos de retícula possuem formatos diferentes? ............... 44
 Qual o melhor tipo de ponto para flexografia? .......................... 44
 O que é ângulo de retícula? ..................................................... 46
 Quais os melhores ângulos para flexografia? ........................... 46
 O que é “Moiré”? ..................................................................... 47
 Existe alguma retícula que não provoque o “Moiré”? ............... 47
 O que é lineatura? ................................................................... 48
 Em que influi a lineatura na reprodução da imagem? .............. 49
 Qual a melhor lineatura para flexografia? ................................. 49
 Que dizer da porcentagem de pontos? ..................................... 49
 O que é “contraste de imagem”? ............................................. 50
 O que é “ganho de pontos”? .................................................... 49
 Por que ocorre o ganho de pontos? ......................................... 51
 Como se calcula o ganho de pontos? ....................................... 52
 O ganho de pontos é igual para cada máquina? ...................... 54
 Como se corrige o ganho de pontos? ....................................... 55
 Como são feitas as medidas para 
 correção de ganho de pontos? ................................................. 55
 O ganho de pontos é igual nas áreas 
 claras, médias e escuras da imagem? ..................................... 55
 De que forma se dá a correção do ganho de pontos? .............. 55
 O que é um densitômetro? ....................................................... 55
 Por que ocorre a distorção ou 
 aumento da imagem na flexografia? ........................................ 56
 A distorção é igual para todos os clichês? ............................... 56
 Quais elementos importantes de 
 um finger print para flexografia? .............................................. 56
Capítulo 4 – Clichês para impressão flexo ..................... 63
 O que são clichês? ................................................................... 64
 De que são feitos? ................................................................... 64
 Como escolher o tipo de fotopolímero 
 e quais fatores são importantes? ............................................. 64
 Que métodos de gravação e cópia existem? ............................ 65
 Qual a altura correta do grafismo em relação ao piso? ............ 66
 Como se faz e para que serve a exposição 
 principal no sistema convencional? .......................................... 66
 Como determinar a melhor exposição de verso e principal? .... 66
 Para que serve a lavagem (gravação) 
 da chapa e que cuidados se deve ter? ..................................... 68
 Que cuidados com os clichês se 
 deve ter na gravação química? ................................................ 68
 Para que serve e por que são necessários 
 a secagem e a estabilização do clichê? ................................... 68
 O que acontece se não se esperar o tempo de 
 estabilização e já se utilizar o clichê para imprimir? ................ 69
 Como funciona o sistema de gravação a laser? ....................... 71
 Resumo dos principais tipos de cópia e gravação .................... 72
 Quais os controles que se deve fazer 
 ao receber um clichê gravado? ................................................ 73
Índice
 Qual o melhor método para limpar 
 o clichê durante a impressão? ................................................. 73
 Como se deve limpar o clichê após a impressão? .................... 73
 Qual o melhor método para armazenamento do clichê? ........... 73
 Existem controles a serem feitos 
 nos clichês de um modo geral? ............................................... 74
 Qual a tendência dos sistemas de 
 gravação de chapas no mercado mundial? .............................. 74
Capítulo 5 – Montagem de
clichê e provas de impressão .............................................. 77
 Quais os métodos de montagem de clichês ............................. 77
 Qual é o melhor sistema de colagem utilizado hoje em dia? .... 79
 O que é dupla-face? ................................................................ 80
 Quais os tipos de dupla-face? .................................................. 81
 O tipo de dupla-face influencia no resultado da impressão? .... 81
 Densidade é o mesmo que compressibilidade? ........................ 81
 Qual a principal característica 
 que uma fita dupla-face deve ter? ........................................... 82
 Qual é, então, o melhor tipo de dupla-face? ............................. 82
 O que são “sleeves” ou camisas? ............................................ 82
 Quais são os tipos de camisas mais comuns no mercado? ...... 83
 Quais as vantagens e as desvantagens das camisas? ............. 83
 Quais os cuidados na escolha das camisas? ............................ 84
 O que são provas de flexografia? ............................................. 85
 Quais os tipos de provas mais comuns e qual a melhor? ......... 86
 O que é “print” e Cromalin® ..................................................... 86
 O que é o catálogo Pantone®? ................................................. 86
 O que é perfil ICC? ................................................................... 87
Capítulo 6 – Principais suportes para impressão ....... 91
 Quais os principais suportes que 
 podem ser impressos na flexografia? ....................................... 91
 Quais as boas qualidades que os suportes devem possuir? ..... 92
 Quais as principais aplicações do papel 
 nos segmentos que a flexografia atende? ................................ 92
 O que são plásticos? ................................................................ 92
 O que são “filmes técnicos”? ................................................... 92
 O que são co-extrusados? ....................................................... 93
 O que são laminados? ............................................................. 93
 O que são metalizados? ........................................................... 93
 Por que utilizamos laminados e metalizados? .......................... 94
 Quais as propriedades do alumínio e 
 por que é tão útil em embalagens? .......................................... 95
 Por que o poliéster é tão utilizado hoje em dia? ....................... 95
 Quais as qualidades do polipropileno? ..................................... 96
 O que é extrusão de materiais plásticos? ................................. 97
 O que é tratamento corona? .................................................... 98
 O que é a tensão superficial? ................................................... 99
 O que pode afetar o tratamento corona? ................................ 101
 Por que o tratamento corona 
 tende a reduzir ao longo do tempo? ....................................... 101
 O tratamento pode variar em função da tinta? ....................... 102
 Resumo dos diferentes produtos e estruturas utilizadas ......... 103
Capítulo 7 – Tintas para impressão ................................ 109
 Do que são feitas as tintas de flexografia? ............................. 109
 O que são resinas? ................................................................ 109
 Quais as resinas utilizadas na flexografia? ............................. 110
 Qual a funçãodas resinas nas tintas ...................................... 110
 O que são vernizes? ............................................................... 111
 O que são solventes? ............................................................. 111
 Que tipos de solventes são utilizados nas tintas flexo? .......... 112
 Propriedades físicas dos principais solventes gráficos ........... 113
 Qual o método correto para 
 utilização dos solventes nas tintas? ....................................... 114
 Quais os controles feitos nos solventes? ................................ 114
 O que são e qual a função de pigmentos e corantes? ............ 114
 Como se classificam os pigmentos e quais as suas origens? ... 115
 Resistência à luz .................................................................... 117
 O que é moagem? ................................................................. 117
 O que são aditivos e quais os 
 principais utilizados nas tintas flexo? ..................................... 119
 O que é viscosidade? Como controlá-la? ............................... 119
 O que é rendimento da tinta? ................................................. 120
 Quais os principais controles a serem
 feitos nos filmes de tinta impressos? ..................................... 120
 O que é tixotropia? ................................................................. 121
 Qual seria uma formulação 
 média para tintas de flexografia? ........................................... 122
 Tintas à base de água e seu uso em flexografia .................... 122
 É possível aplicarmos tintas base água na 
 flexografia de banda larga para substratos plásticos? ............ 122
 Que dificuldades podem surgir e quais cuidados 
 os operadores devem ter com tintas base água? ................... 123
 Podemos utilizar tintas à base de água para laminação? ....... 123
 Como fazer para acertar a cor? .............................................. 124
 Quais são os três princípios da cor? ...................................... 125
 De que forma a densitometria 
 pode ajudar no controle da cor? ............................................ 126
Capítulo 8 – Cilindros anilox ............................................... 129
 Qual a função básica do anilox? ............................................. 130
 Quais os tipos de anilox mais comuns? ................................. 130
 Quais os principais tipos de laser para gravação 
 de anilox e quais as diferenças entre eles? ............................ 131
 Quais os itens de controle? .................................................... 132
 Por que a lineatura do anilox deve ser alta? ........................... 132
 O que é BCM? ........................................................................ 132
 O BCM é mais importante do que a lineatura do anilox? ........ 133
 Qual o ângulo da retícula do anilox? ...................................... 133
 Por que se escolheu esse ângulo? ......................................... 133
 Em que o volume de tinta influencia a impressão? ................ 134
 Qual o cálculo para converter BCM/pol² em cm³/m²? ............. 134
 Como escolher o anilox? ........................................................ 134
 Que outros fatores devem-se levar em
 conta na escolha do anilox correto? ....................................... 135
 Lineaturas e volumes recomendados para cada processo ..... 136
 Quando utilizar rolo de borracha pelo sistema doctor roll? ..... 137
 Há algum princípio básico na escolha do anilox? ................... 137
 Quais os métodos de limpeza do cilindro anilox? ................... 138
 Como se deve armazenar os cilindros anilox? ........................ 138
 E que dizer do armazenamento das camisas anilox? ............. 139
 As camisas anilox são tão boas quanto os cilindros anilox? ... 139
 O anilox sleeve pode ser recondicionado? .............................. 140
 Que tipo de anilox é mais 
 recomendado para grandes chapados? .................................. 140
 Como se afere o anilox? ........................................................ 141
 Quais são os métodos para aferição? .................................... 141
 Dicas e cuidados com camisas anilox .................................... 142
Capítulo 9 – Impressão de flexo – Banda larga ........ 145
 Sistemas de entintagem ........................................................ 145
 Sistema construtivo ............................................................... 146
 A máquina impressora ........................................................... 147
 Sistema de entrada (alimentação) e saída .............................. 147
 Eixos e tubetes ...................................................................... 148
 Troca de bobinas .................................................................... 149
 Alinhadores ............................................................................ 150
 Controle de tensão manual ou semi-automático .................... 152
 Controle de tensão automático ............................................... 152
 Roletes ................................................................................... 153
 O grupo impressor ................................................................. 155
 Sistema sem-engrenagens (gearless) .................................... 158
 Cuidados com o sistema de entintagem ................................ 161
 Cilindro entintador (doctor roll) ............................................... 162
 As racles (facas) utilizadas na flexografia ............................... 163
 O certo e o errado sobre as 
 racles e sistemas de entintagem ............................................ 165
 
Capítulo 10 – Impressão flexo – 
Banda estreita e média ......................................................... 171
 A máquina impressora ........................................................... 172
 Sistema de entrada (alimentação) .......................................... 172
 Grupo impressor .................................................................... 173
 Sistema de entintagem .......................................................... 174
 Impressoras com troca do grupo impressor ........................... 174
 Secagem entre-cores, estufas e exaustão .............................. 175
 Secagem ultra-violeta ............................................................ 175
 Sistemas de cura U.V. ............................................................ 177
 Electron beam ........................................................................ 180
 Sistemas E.B. aplicados a impressoras flexo .......................... 182
 Meio-corte dos rótulos ........................................................... 183
Capítulo 11 – Impressão flexo – Corrugados ............. 187
 Algumas definições básicas na área de corrugados ............... 188
 Tipos de papelão ondulado .................................................... 188
 Terminologia .......................................................................... 189
 Tipos de ondas ...................................................................... 189
 Controle da qualidade do papelão ondulado ........................... 190
 Desenvolvimento de embalagens e estruturas ....................... 190
 A impressão ........................................................................... 191
 Sistema de entrada (alimentação) .......................................... 192
 Grupo impressor .................................................................... 193
 Sistema de saída ................................................................... 196
 
Capítulo 12 – Problemas comuns 
na impressão e soluções práticas ................................... 201
 Falhas de impressão .............................................................. 203
 Variação de registro ............................................................... 204
 Tinta U.V. não cura (seca)....................................................... 205
 Cor lavada em relação ao padrão ........................................... 205
 Falha na sobreposição de tintas (trapping da tinta) ................ 206
 Variação da cor durante a impressão (color shifting) .............. 207
 Variação do passo da fotocélula ............................................. 208
 Decalque ................................................................................ 208
 Manchas ou borrões no impresso .......................................... 209
 Blocagem (blocking) .............................................................. 210
 A tinta arranca as fibras do papel .......................................... 211
 Moiré no impresso ................................................................. 212
 Riscos no impresso ................................................................ 213
 Entupimento da retícula ......................................................... 214
 Ganho de ponto excessivo ..................................................... 215
 Marcas de engrenagem ......................................................... 216
 Fotografia (fantasma) ............................................................. 217
 Chapado sem cobertura ou furando ....................................... 218
 Mudança de contraste durante a produção ............................ 219
 Pontos de retícula falham (missing dots) ................................ 220
 A tinta perde (ou muda) a cor depois de impressa ................. 221
 Variação de COF .................................................................... 222
 Impressão sem brilho (fosca) – Blushing ................................ 223
 Código de barras não lê ......................................................... 224
 
Glossário e termos técnicos em flexografia ................. 225
 Capítulo 1 – Introdução – 11
Neste capítulo você vai ver:
• Como Surgiu a Flexografia
• Apresentação das Principais Características da Flexografia
• Resumo das Propriedades das Chapas para Impressão
• As tintas para Flexografia
• Importância do Sistema de Entintagem
• Diferentes tipos de Equipamentos para Diferentes Serviços
• Variáveis a Serem Controladas no Processo
 Capítulo 1 – Introdução – 13
fle xo gra fia evo luiu muito nos úl ti mos anos. Mais e mais 
pro fis sio nais de ou tras áreas têm mu da do para fle xo. A qua-
lidade de im pres são me lho rou e o cus to de fa bri ca ção não 
au men tou pro por cio nal men te, tor nan do as sim a fle xo gra fia 
for te con cor ren te da ro to gra vu ra em cer tos cam pos, es pe cial-
men te no se g men to de embalagens fle xí veis.
Ao pas so que há este subs tan cial de sen vol vi men to, ma te rial in for ma ti vo e cla-
ro não está dis po ní vel no mer ca do. As sim, este li vro pro cu ra au xi liar aque les 
que es tão en tran do no mer ca do e não co nhe cem bem o que é fle xo gra fia. Ao 
mesmo tempo, será útil também para aque les que já pos suem ex pe riên cia, 
mas ca re cem de base teó ri ca.
“Fle xo gra fia - Manual Prático” visa ajudar téc ni cos, ven de do res, de sig ners, 
ge ren tes, im pres so res, téc ni cos de pré-im pres são, cli che ris tas, pro fis sio nais da 
área de con tro le de qualidade e todos os en vol vi dos com esse pro ces so de 
trans for ma ção que é a fle xo gra fia a compreender esse excelente processo.
Este Ma nual deve es tar na sala de im pres são, no la bo ra tó rio, na sala de ven-
das, en fim, em todo lu gar que seja de fá cil aces so. A re co men da ção que se faz 
é que em pre sá rios, di re to res, ge ren tes e res pon sá veis por em pre sas em ge ral 
dis po ni bi li zem tantos exemplares quan to pos sí vel, a fim de qualificar seus 
profissionais e melhorar o desempenho da empresa.
O Li vro é di vi di do em par tes, de modo a fa ci li tar a lo ca li za ção do as sun to 
de se ja do e o rá pi do aces so às cau sas e às so lu ções dos pro ble mas em fle xo-
gra fia. As sim, o lei tor per ce be rá ser muito prá ti ca a for ma como foi es cri to e, 
prin ci pal men te, sua lin gua gem, de fá cil en ten di men to por ope ra do res e todos 
que o uti li za rem no seu dia-a-dia. Além dis so, há di cas de cui da dos que se 
deve ter no desempenho das funções ligadas ao processo de impressão, e 
um ape lo para a pos tu ra pro fis sio nal de quem lida di re ta men te na exe cu ção 
do pe di do.
1•Introdução
In
tr
od
u
çã
o
14 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta
Como surgiu a flexografia
De mo rou muito de pois da des co ber ta da vul ca ni za ção da bor ra cha em 1839 
pelo nor te-ame ri ca no Char les Good year para a fle xo gra fia vir à exis tên cia. 
Por vol ta da dé ca da de 30 do sé cu lo 20 – isto é, qua se um sé cu lo de pois 
– a vul ca ni za ção já es ta va bem apri mo ra da, e a idéia de subs ti tuir os ti pos 
mó veis de chum bo, es ta nho e an ti mô nio por ti pos de bor ra cha vul ca ni za da 
foi uma fe liz con se qüên cia.
A pri mei ra em pre sa a fa zer uso des te re cur so foi a Moss type Cor po ra tion, 
que de sen vol veu as cha pas. O prin cí pio de im pres são con sis tia na en tin ta-
gem do cli chê de bor ra cha com uma tin ta à base de ani li na. O sis te ma de 
im pres são pas sou en tão a ser co nhe ci do como “Pro ces so Ani li na” ou “Im pres-
são Ani li na”, pois não ti nha ou tro nome ain da. Em 1938, a em pre sa In ter na tio-
nal Prin ting Ink Cor po ra tion, nos Es ta dos Uni dos, apri mo rou o re cur so para 
en tin ta gem do cli chê. Pas sa ram a usar um ci lin dro gra va do com inú me ras 
cé lu las que re ti nham a tin ta e a trans fe riam com uma do sa gem mais con tro-
la da. Este ci lin dro gra va do no co bre e re co ber to com cro mo foi cha ma do de 
Ani lox e é ain da hoje vas ta men te usa do nas im pres so ras fle xo grá fi cas
Na dé ca da de 1930 a FDA (Food and Drug Ad mi nis tra tion), ór gão do go ver-
no ame ri ca no que con tro la ali men tos e re mé dios, de cla rou a ani li na tó xi ca. 
Des te modo o nome “Im pres são Ani li na” pas sou a ser con si de ra do como 
algo ruim, si nô ni mo de ve ne no. Na dé ca da seguinte as grá fi cas americanas 
lí de res de ci di ram mu dar o nome des te pro ces so de im pres são, para que seus 
pro du tos pu des sem ser mais bem re ce bi dos pe las in dús trias ali men tí cias da 
épo ca. É in te res san te que já se usa vam mui tos outros ti pos de tin tas para a 
im pres são, mas o es tig ma da ani li na per sis tia. As grá fi cas abri ram a opor tu ni-
da de para su ges tões e re ce be ram cer ca de duas mil, vin das de to das par tes 
dos Es ta dos Uni dos. Em 21 de ou tu bro de 1952 foi anun cia da a es co lha: “Pro-
ces so Fle xo grá fi co” ou “Fle xo gra fia”.
Ca rac te rís ti cas da Fle xo gra fia
A fle xo gra fia pos sui a fa ci li da de de im pri mir so bre di ver sos ti pos de subs tra tos 
e de va riar o for ma to. Pode-se im pri mir des de eti que tas e sa co las plás ti cas até 
cai xas de pa pe lão on du la do. A oti mi za ção é maior, pois, di fe ren te men te de 
outros pro ces sos, como off set, a fle xo gra fia não pos sui in ter rup ção no pe rí me-
tro do cli chê co la do. As sim, pode-se apro vei tar melhor o subs tra to.
Charles Goodyear, o 
descobridor da vulcanização 
da borracha, processo que 
viabilizou o desenvolvimento 
da flexografia
Diversidade de substratos e 
variedade de formatos são 
características do processo 
de impressão flexográfica
In
trodu
ção
 Capítulo 1 – Introdução – 15
Cha pa fle xí vel, mas re sis ten te
A cha pa para im pres são pode va riar tan to na es pes su ra 
quan to na du re za. Ou tra pro prie da de da cha pa é o tipo 
de ma te rial uti li za do, que pode ser fo to po lí me ro, bor ra cha 
na tu ral ou mis ta, cada qual com uma fi na li da de es pe cí fi ca. Nor-
mal men te, para uma maior qualidade, o fo to po lí me ro traz me lho res 
re sul ta dos. A du re za pode va riar de 25 a 40 graus Sho re “A”, a unidade 
de medida de dureza de borrachas (quanto maior o valor, maiora dureza) 
para im pres são de cai xas de pa pe lão on du la do, pois a “ma ciez” do clichê se 
amol da melhor à su per fí cie ir re gu lar do ma te rial. Para im pres são em subs tra tos 
com su per fí cies re gu la res e para se ob ter melhor de fi ni ção de im pres são, uti li-
za-se du re za entre 55 e 60 graus Sho re “A”. As cha pas são co la das em ci lin dros 
ou camisas apro pria dos cha ma dos de “por ta-cli chês”. Os mé to dos para fi xa ção 
das cha pas po dem va riar, mas o mais uti li za do é a colagem com du pla-face, 
uma fita es pu ma da com ade si vo em am bos os la dos.
Tinta líquida e de secagem rápida
A tinta de flexografia é normalmente líquida e de secagem rápida, permitin-
do boa velocidade de impressão. As tintas podem ser à base de solventes 
como álcool, mistura de solventes e água ou mesmo de cura ultra-violeta. O 
emprego de cada tipo de tinta decorre do tipo de serviço, do substrato, do 
equipamento, do uso final do produto. São vários os controles feitos na tinta 
e estes são considerados no Capítulo 7.
Sistema de entintagem
O item mais importante do sistema de entintagem na flexografia é o cilindro 
anilox. Suas células gravadas dosam a tinta a ser depositada na superfície do 
clichê. Se houver pouca tinta a cor impressa poderá ser distorcida. Se houver 
excesso, acumulará tinta entre um ponto e outro causando manchas na ima-
gem impressa.
É importante ter sempre em mente que o controle da dosagem de tinta é fun-
damental na flexografia. A tecnologia moderna permite muita variedade no 
tipo e na profundidade de células, que são escolhidas em função do serviço a 
ser realizado.
As chapas podem variar 
na composição, na 
espessura e na dureza
O excesso de tinta pode gerar 
defeitos na impressão, como se 
observa na imagem da direita
Os cilindros anilox são a parte 
mais importante do sistema de 
entintagem em flexografia
STU
DIO 
AG
In
tr
od
u
çã
o
16 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta
Impressoras para
todas as necessidades
Os equipamentos para impressão podem ser organizados em três grandes 
categorias, conforme o tipo de material a ser impresso: 
1) Etiquetas e rótulos (banda estreita e banda média),
2) Embalagens em geral (banda larga) e
3) Corrugados (Papelão Ondulado). 
 
Os equipamentos para impressão de etiquetas e rótulos são relativamente 
pequenos e requerem apenas um operador. São diversos os tipos de etique-
tas: de supermercado, para roupas, rótulos etc. 
Impressora 
típica de 
banda estreita
Rótulos auto-
adesivos são 
amplamente 
impressos em 
flexografia
FO
TO
: 
N
IL
P
E
TE
R
In
trodu
ção
 Capítulo 1 – Introdução – 17
As embalagens são um grande grupo: sacolas de supermercado, sacolas de 
papel, papel de presente, sacos de padaria, papel de embrulho, embalagens de 
biscoitos, sorvetes, farinhas, laminados, longa vida, pet food etc. 
Impressora 
Flexopower 
para banda 
larga
O grupo de corrugados – isto é, as caixas de papelão ondulado – é mais 
rústico que os dois anteriores. Para imprimi-las, normalmente se utiliza tinta à 
base de água e impressão em duas ou mais cores. O equipamento é alimen-
tado com placas de papelão, diferentemente dos dois processos anteriores, 
cujo substrato sempre entra na forma de bobina.
Grande parte 
das caixas de 
papelão ondulado são 
impressas em flexo
Impressora Martin 
para corrugados
Embalagens flexíveis são 
um grande mercado de 
impressão em banda larga
In
tr
od
u
çã
o
18 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta
As variáveis a serem 
controladas na flexografia
Muitas são as variáveis que interferem nos resultados da impressão em fle-
xografia. A chapa, a tinta, o anilox, a máquina, o substrato e a própria mão-
de-obra, para se citar apenas os principais. Naturalmente os outros proces-
sos de impressão também possuem variáveis semelhantes, mas na flexografia 
estes são agravados por causa das características do processo.
Por ser em alto relevo e feito de borracha flexível, o clichê obriga a um contro-
le cuidadoso por parte dos profissionais em flexografia. No ato da impressão 
o clichê entra em contato direto com o substrato e tende a deformar-se. Além 
disso, ao ser colado no cilindro porta-clichê, a imagem gravada na chapa de 
fotopolímero se deforma. Tudo isso aumenta o ganho de pontos, causando 
um aumento da tonalidade na imagem impressa. 
Por ser a tinta líquida, sua dosagem deve ser feita com o mínimo necessário, 
visto que ela pode escorrer ou entupir a imagem gravada no clichê. Além 
disso, deve-se controlar a viscosidade, velocidade de secagem e tonalidade. 
O cilindro anilox é fator muito importante relacionado com a tinta, visto ser 
o principal agente de entintagem.
As folgas mecânicas, imprecisões, erros de projeto e tantos outros fatores 
transformam o próprio equipamento de impressão em outra grande variável. 
Cada impressora é única, com suas qualidades e seus defeitos. 
Na flexografia, grande parte da qualidade do impresso depende da sensibi-
lidade, da experiência e dos cuidados do impressor. Dele dependerá a entin-
tagem do clichê, bem como a pressão e o encosto micrométrico do clichê no 
substrato. O impressor também decidirá que tipo de anilox usar, o balancea-
mento dos solventes na tinta, o padrão de cor, qual o melhor dupla-face etc. 
Portanto, não é exagero afirmar que o investimento em treinamento técnico 
especializado é um dos melhores que a empresa faz.
O clichê no momento da 
impressão tende a deformar
Variáveis
flexo
Clichê
Tinta
Dupla-face
Operador
ImpressoraMeios
Material
Meio 
ambiente
S
TU
D
IO
 A
G
In
trodu
ção
 Capítulo 1 – Introdução – 19
Características do processo flexo
A evo lu ção da Fle xo gra fia sig ni fi cou nos úl ti mos anos uma qualidade qua se 
igual (em alguns ca sos) à da ro to gra vu ra. No en tan to a me lho ria da qualida-
de também co brou seu tri bu to. Os cli chês tor na ram-se mais ca ros, sur gi ram 
no vos ti pos de du pla-fa ces, má qui nas mais so fis ti ca das, tin tas mais pig men ta-
das e com qualidade melhor, ani lox com gra va ção a la ser, con tro les au to má ti-
cos de vis co si da de e tan tas ou tras me lho rias. Então, o que faz da flexografia 
um processo competitivo? Vamos ver as principais características.
Re su mo das Ca rac te rís ti cas do Pro ces so
• Cli chê fle xí vel com gra va ção em alto re le vo.
• Tin ta lí qui da de se ca gem rá pi da por eva po ra ção dos 
 sol ven tes ou por cura UV.
• O cli chê de fo to po lí me ro pode du rar per to de 
 1 mi lhão de có pias boas.
• Im pri me so bre qual quer tipo de su por te fle xí vel 
 (papéis diversos, alumínio e vários tipos 
 de plásticos) e também pa pe lão on du la do.
• Mer ca do da Fle xo gra fia: Em ba la gens flexíveis em 
 ge ral com filmes técnicos e laminados, sa co las, 
 ró tu los e eti que tas, embalagens de pa pe lão on du la do etc.).
Como iden ti fi car um 
im pres so em fle xo gra fia
A fle xo gra fia dis pu ta o mesmo mer ca do de atua ção da ro to gra vu ra e por 
esta ra zão alguns con fun dem os dois pro ces sos. Mas a fle xo gra fia pos sui um 
in con fun dí vel squash (borrões nas bordas de traços e textos) ca rac te rís ti co do 
pro ces so.
• Ob ser ve as bor das de tra ços fi nos e tex tos, se ti ver o squash, é fle xo gra fia 
(ver exemplo abaixo).
O squash é uma das 
características que marcam 
a impressão flexo
In
tr
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o
20 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta
• A maio ria das cai xas de pa pe lão on du la do é fei ta em fle xo gra fia. A ex ce ção é 
fei ta às cai xas cuja “capa” que re ves te as on das do pa pe lão é im pres sa em off set 
para uma melhor definição de imagem (ex: cai xas de ele tro do més ti cos).
• Gran de par te dos ró tu los en con tra dos hoje são fei tos em fle xo gra fia (in clu si-
ve as pe que nas eti que tas de pre ços usa das em su per mer ca dos).
Ca rac te rís ti cas das im pres so ras
As má qui nas im pres so ras pos suem con fi gu ra ções di fe ren tes em fun ção do 
tipo de ser vi ço a ser rea li za doe da lar gu ra do su por te a ser im pres so. As sim 
uma clas si fi ca ção mais ge né ri ca é:
1. Ban da Lar ga: embalagens de snacks, sa co las pro mo cio nais, bis coi tos, sa cos 
de ar roz/fei jão, ra ção ani mal (pet food);
2. Ban da Es trei ta e Média: Ró tu los auto-ade si vos, eti que tas;
3. Cor ru ga do: Cai xas de pa pe lão on du la do.
As sim te mos:
1. Sis te ma sa té li te ou tambor central: Pos sui um ci lin dro contra-pres-
são (também cha ma do de tam bor cen tral ) que é co mum a todos 
os gru pos im pres so res . É mais usa do em ban da lar ga. Pos sui a 
van ta gem de dei xar o su por te a ser im pres so to tal men te pre-
so du ran te a im pres são de to das as co res. Isso fa ci li ta o 
re gis tro das co res e di mi nui a di la ta ção do su por te. Essa 
es tru tu ra é in di ca da para im pres são de plás ti cos, es pe-
cial men te po lie ti le no e po li pro pi le no.





In
trodu
ção
 Capítulo 1 – Introdução – 21
2. Sis te ma con ven cio nal ou Stack: Nes te caso há um cilindro 
contra-pres são  para cada gru po im pres sor . Há ca sos 
em que é uti li za do em li nha com a ex tru são para im pri mir 
sa co las de su per mer ca do. Não é re co men da do para su por-
tes que po dem es ti car de mais, tais como polietilenos, pois o 
material é muito tensionado e as cores podem sair de regis-
tro. Equipamento indicado para papel.
3. Sis te ma Mo du lar: É se me lhan te ao an te rior, no 
sentido de que cada gru po im pres sor  pos sui 
também um cilindro contra-pres são . A dife-
rença está no posicionamento desses grupos. 
Enquanto no sistema stack eles ficam um sobre 
o outro, nas máquinas modulares os grupos vêm 
em seqüência. No Brasil é muito usual na in dús-
tria de ban da es trei ta que faz ró tu los e eti que tas 
auto-ade si vas.




 Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 23
Neste capítulo você vai ver:
• Como funciona a produção gráfica
• Quais os cuidados que o designer deve ter ao criar uma arte para flexografia
• Qual a diferença entre fontes True Type e PostScrip
• Qual a diferença entre imagens em Bitmap e Vetor
• Resolução de imagem
• Cuidados com trap
• Importante informações sobre PDF
 Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 25
or produção gráfica entende-se o processo de criação de um 
produto (uma revista, uma embalagem, um folheto, um anún-
cio impresso). Esse processo passa por várias etapas antes de 
finalmente chegar às mãos do consumidor final. 
Em geral são agências especializadas que criam as peças para 
reprodução gráfica. Isso quer dizer as artes a serem impressas. As gráficas já 
possuem os projetos prontos de embalagens padronizados bastando apenas 
adaptar ao processo de envasamento (no caso de embalagens) do cliente. Às 
vezes a própria indústria de transformação (indústrias gráficas e de embala-
gens) propõe melhorias e/ou inovações nos produtos (estruturas de embala-
gens) do cliente. 
O processo de criação começa na agência que idealiza, dentro de especifi-
cações do cliente, opções de design para que o departamento de marketing 
escolha. A partir de então passa por uma série de departamentos dentro da 
empresa para que o projeto seja bem-sucedido (produção, departamento legal, 
Desenvolvimento, etc). Daí passa-se à finalização das artes. As artes prontas 
são enviadas à gráfica e convertedores de embalagens. Esses adaptam a arte 
às características do processo de impressão e fazem uma “prova” (impressão 
digital, normalmente em ink jet e em papel offset normal ou fotográfico) e 
devolvem para o cliente conferir dizeres, dimensões etc. Se estiver tudo ok, a 
gráfica ou convertedor solicitará um visto de aprovação nessa “prova”. Note 
que, embora a “prova” possa ser colorida, o objetivo não é fazer a aprovação 
de cores, pois as cores que sairão na impressora são diferentes das impres-
soras ink jet tradicionais. Além disso, a prova digital normalmente não é feita 
com os pontos de retícula utilizados na impressão e isso por si só já fará muita 
diferença no resultado final. Isso, aliás, precisa ficar bem claro ao cliente.
2•O design e a 
produção gráfica
26 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta
D
es
ig
n
Dessa forma, o projeto de um produto envolverá Marketing, Produção, 
Qualidade Assegurada, Desenvolvimento, o Consumidor, Fornecedores, Supply 
Chain e Distribuição. Há ainda a preocupação com o impacto do produto 
(especialmente no caso das embalagens plásticas) com o meio-ambiente.
Marketing: faz e/ou orienta a criação do design do produto gráfico 
em conjunto com o estúdio. Gerencia em parceria com o desenvolvi-
mento, os prazos de produção em conformidade com os prazos de 
lançamento do produto.
Desenvolvimento: Estuda e desenvolve junto com o convertedor 
(gráfica) uma embalagem, por exemplo, compatível com o produto. 
Verifica o custo/benefício do processo de impressão, tipo de material e 
dificuldades de reprodução do que o marketing e a agência criaram.
Produção: Avaliação do protótipo do produto em linha de produ-
ção. É importante que uma embalagem, por exemplo, tenha um bom 
desempenho nas máquinas de envase. Em outras palavras, deve-se 
antecipar problemas.
Consumidor: É claro que nenhum projeto poderá ser bem-sucedido se não 
incluir o consumidor. Aquele que, por adquirir o produto, dará sua aprovação. 
Assim, o departamento de marketing junto com o estúdio testará o gosto do 
consumidor final. Além disso, estão envolvidos aspectos legais como o Código 
de Defesa do Consumidor.
Design e 
Projeto Gráfico
Consumidor
Marketing
Meio Ambiente
Desenvolvimento
Supply Chain
Distribuição
Produção
Safety Clearance
Fornecedor
 Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 27
D
esign
Fornecedores: As gráficas ou convertedores de embalagens precisam ser 
desenvolvidos, quer dizer, testados e até mesmo auditados muitas vezes. No 
caso de embalagens alimentícias e farmacêuticas, por exemplo, o rigoroso 
critério com BPF (Boas Práticas de Fabricação) e HACCP (Análise de Perigo e 
Pontos Críticos de Controle) precisarão ser os pontos fortes do fornecedor. 
Também deve ser verificada a “capabilidade” do processo, ou seja, se os forne-
cedores têm condição técnica e espaço para produzir o volume necessário ou 
se poderão de um momento para o outro suportar pedidos extras de última 
hora. É claro que tudo isso envolve também a negociação de preços.
Safety Clearence: ou produto limpo e seguro. Ainda é comum muitas empre-
sas utilizarem, sem saber, insumos com risco de intoxicação. Um exemplo são 
as tintas que podem conter pigmentos inorgânicos com metais pesados como 
o chumbo e que podem ser empregados desde uma revista infantil até uma 
embalagem alimentícia. O mesmo risco pode acontecer com outras matérias 
primas. Para assegurar que a embalagem é “limpa e segura” deve-se solicitar 
amostra para análise dos insumos ou pelo menos um laudo do fornecedor 
assegurando que não se utilizam produtos tóxicos no processo.
Supply Chain (Cadeia de Abastecimento): é o processo integrado que per-
mite a obtenção de recursos (insumos) básicos, e os transforma agregando 
valores para que possa ser entregue em forma de produtos ou de serviços a 
clientes que estão dispostos a pagar por este valor agregado. O supply chain 
também pode providenciar a escolha dos fornecedores.
• Logística: providenciará a melhor forma de distribuição dos produtos: como 
entregar (paletes, pacotes, caixas etc). Também providenciará os melhores 
meios de transporte e armazenamento.
• Departamento Legal: Nenhuma embalagem ou produto poderá chegar ao 
consumidor final com textos, imagens ou gráficos abusivos, com linguagem 
enganadora ou que violem os Direitos do Consumidor, ou ainda omitindo 
informações importantes. É onde entra o Departamento Legal que, à luz das 
leis, códigos etc, dará aval ao projeto.
28 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta
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Que cuidados o designer 
da embalagem deve ter?
Muitas são as precauções que os criadores de design de embalagensdevem 
ter. Como vimos, cada processo possui suas características que devem ser res-
peitadas. A flexografia, por exemplo, possui características ímpares, e um pouco 
de conhecimento facilitará a criação de artes próprias para reprodução.
Vamos considerar os principais cuidados que a flexografia requer. São eles: cor, 
textos e imagens/ilustrações.
A cor que eu vejo na tela do 
computador é exatamente a mesma 
que eu vou obter na impressão? 
Não. O que você vê é a cor formada por RGB (red, green e blue), ou seja, o 
monitor se utiliza de luz colorida para formar todas as cores que você vê, 
processo chamado de síntese aditiva. Na impressão o que formará a cor serão 
tintas com pigmentos que refletirão a luz (síntese subtrativa). 
LUZ AZUL 
VIOLETA
LUZ 
VERMELHA
LUZ VERDE
MAGENTA
AMARELO CIANO
BRANCO
Síntese aditiva: 
como as cores são 
formadas no monitor
AMARELO
CIANO
Síntese subtrativa: 
como as cores são 
formadas na impressão
MAGENTA
VERMELHO
PRETO
AZUL
VIOLETAVERDE
É possível aproximar a cor que vejo 
no monitor e o resultado impresso?
É possível sim. Porém, será necessário a calibração entre a impressora para 
provas digitais (tipo ink jet, por exemplo) e a impressão. Normalmente isso é 
feito dentro da empresa convertedora ou gráfica. Os estúdios, devido à distân-
cia e também por trabalhar com diversos convertedores, não possuem essa 
calibração. Hoje em dia há um grande movimento do WYSIWYG que é a abre-
viação da expressão em inglês What You See Is What You Get, que pode ser 
traduzido para “O que você vê é o que você tem”, no sentido de que a imagem 
que se vê na tela do computador já está com a aparência do trabalho final. 
 Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 29
D
esign
TABELA DE TEXTOS PARA FLEXOGRAFIA
CARACTERÍSTICAS EVITAR INDICADOS
Fonte SERIFAS e Cursivas
Itálicos
LAPIDÁRIAS (sem serifas)
Textos negativos
Corpo 12 Corpo 10 
 Corpo 8 Corpo 6
Corpo 12 Corpo 10 
Corpo 8 Corpo 6
Textos positivos
Corpo 12 Corpo 10 
 Corpo 8 Corpo 6
Corpo 12 Corpo 10 
Corpo 8 Corpo 6
TEXTOS
Fonte  Conjunto das letras do alfabeto, números e sinais desenhados de modo característico. 
Corpo  Tamanho do texto, normalmente dado em pontos (pts).
Ponto  Unidade de medida da letra. Um ponto equivale a 0,325 mm. 
Itálico  Inclinação que se dá a vários tipos de fontes.
Serifa  Traços que fazem o acabamento de uma letra.
N
Serifa
Que tipos de textos são mais 
apropriados para flexografia?
Quase todas as embalagens possuem textos, mas às vezes, não se tomam cui-
dados simples para garantir a legibilidade das informações. Não é qualquer tipo, 
caractere ou fonte que pode ser usado sem atenção especial. Tipos com serifas 
(Garamond, Bodoni, Times) e fontes cursivas (Brush Script, Mistral, Park Avenue, 
Zapf Chancery) não são recomendáveis para flexo. Em geral, estes tipos pos-
suem um grau de dificuldade na impressão por acumular tinta mais facilmente e 
também por falhar, quando se trata de cursivas. As fontes recomendáveis são as 
lapidárias ou sem serifas como a Arial, por exemplo.
O corpo do texto afeta a impressão?
Textos com corpo muito pequeno são difíceis de reproduzir, porém em muitas 
embalagens, e especialmente em rótulos e etiquetas, o seu uso é inevitável. Se 
não der para evitar textos com corpo menores que 8 pontos, então não tenha 
dúvidas, utilize fontes lapidárias (sem serifas e não cursivas). O itálico também 
deve ser evitado, pois tende a afinar as linhas do texto.
Que cuidados se deve 
ter com textos negativos?
São basicamente dois: evitar fontes serifadas ou cursivas e tamanhos pequenos. 
Abaixo de corpo 8, por exemplo, haverá problemas. Textos com corpos peque-
nos e com serifas tendem a entupir na impressão e a perder legibilidade.
30 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta
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Qual a diferença entre fontes 
PostScript e TrueType?
PostScript é uma tecnologia que realmente fez a evolução da escrita em todos 
os produtos gráficos. Sem a PostScript, os desenhos feitos em computadores 
não iriam muito longe. Antes dessas fontes os designers não tinham controle 
sobre o que sairia como fontes no resultado final para impressão. 
Por outro lado a vantagem das fontes TrueType é que são baratas e por isso 
são populares. Além disso, são fáceis de manejar e gerenciar. Porém, podem 
causar muita dor de cabeça ao Bureau ou gráfica.
PostScript foi desenvolvida pela Adobe (empresa de software que publica o 
Photoshop, um dos mais conhecidos e utilizados softwares gráficos). PostScript 
difere de outros códigos para textos porque trata os itens de uma página 
(textos, imagens e gráficos) como um objeto geométrico. Quando imprime em 
uma impressora PostScript, são enviados para o sistema em forma de coman-
do de textos. Estes textos contêm informações exatamente como estão na 
página (arte). O texto é recebido, entendido e traduzido por um interpretador 
PostScript na sua impressora. 
Por causa dessa simplicidade de comandos de textos e consistência do inter-
pretador de PostScript, qualquer impressora imprimirá sempre do mesmo jeito 
a informação. Enviando sempre a mesma informação Postscript para cinqüenta 
impressoras, você obterá sempre o mesmo resultado de impressão. A infor-
mação PostScript é importante principalmente quando se dará saída em filmes 
(fotolitos) em uma imagesetter ou CTP (Computer to Plate). Quando se utilizam 
fontes TrueType os resultados podem ser inexatos e inconsistentes (falta do 
texto, espaço entre as letras, repaginação, troca de letras ou fontes). 
Por que as fontes PostScript são 
melhores em Macintosh que em PC?
Os interpretadores PostScript são comuns em impressoras laser em ambiente 
Macintosh, mas são menos comuns em PCs com ambiente Windows®. É evi-
dente que isso tem melhorado nos últimos anos e muito se faz hoje com um 
PC, mas ainda há problemas. A razão é que o PC não foi criado como uma 
máquina gráfica como o Macintosh, mas sim como equipamento matemático. 
No entanto, se você já operou um Mac sabe muito bem a diferença entre os 
dois. A manipulação de imagens gráficas fica muito mais simples nesses equi-
pamentos. 
Ao contrário das fontes TrueType, as de PostScript permitem um desenho con-
sistente de todo o layout sempre. O que você vê na tela do computador é o 
que você verá impresso não importando qual a impressora digital, imagesetter 
ou CTP. Até mesmo algumas empresas gráficas não aceitam artes com fontes 
TrueType por que terão muitas vezes que refazer o arquivo enviado pelo cliente 
para “dar saída” na separação de cores. 
PostScript trata os itens 
de uma página como 
um objeto geométrico
Em cima, exemplo de texto 
em PostScript.
Em baixo, em True Type.
 Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 31
D
esign
Muitos não compreendem por que uma imagem ou ilustração que na tela do 
seu computador parece perfeita, mas quando é utilizada em uma arte para 
impressão, fica “pobre”, ou, como se diz, fica sem resolução. O problema não 
está no processo de impressão. Como vimos, o que se vê no monitor não é 
necessariamente o que se obterá no produto impresso, não importando muito 
qual o processo utilizado (digital, offset, rotogravura ou flexografia). 
Imagem e ilustração 
não são a mesma coisa?
No jargão gráfico normalmente as imagens se referem a fotografias. Já as ilus-
trações são desenhos feitos em softwares especializados, como Corel Draw e 
Illustrator ou algum desenho feito à mão e escaneado.
O que é resolução de imagem? 
Qual devo usar para imprimir 
em flexografia?
O design gráfico não necessita mais resolução do que a capaci-
dade de resolução da impressora ou do processo de impressão. 
Note que muitas vezes vemos imagens, fotos em sites na inter-
net que parecem perfeitas e quando tentamos reproduzir em 
impressora ink jet, por exemplo, ficam sem definição. 
IMAGENS E ILUSTRAÇÕES
Exemplo 
de imagem 
fotográfica
Exemplo de 
ilustração
32 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta
D
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Isso acontece porque a resolução do monitor é baixa quandocomparada à 
resolução da impressora. Isso significa que se uma imagem que está sendo 
impressa em uma impressora laser de 600 dpi também será necessário uma 
resolução de imagem de 600dpi para uma reprodução 100%. Uma imagesetter, 
por exemplo, pode ter uma resolução muito maior chegando a 2.400 dpi. É claro 
que dependendo da configuração, ela pode descartar imagens acima de 1.200 
dpi. Isso significa que imagens com essa resolução são impressas tão bem quan-
to uma imagem de 3.600 dpi. Sabendo disso, não é necessário guardar imagens 
com resoluções tão altas se forem para impressão. Apenas ocuparão espaço 
precioso em seu computador ou rede além do fato que quanto mais “pesada” a 
imagem mais difícil de manusear em programas de edição de imagens. 
Imagens em bitmap 
mostrando o resultado 
de diferentes resoluções
72 dpi 150 dpi 300 dpi
Qual é o melhor tipo de 
“formato” de imagem?
Quase todas as imagens digitais que são utilizadas no computador estão no 
formato RGB (red, green e blue) diferentes das que serão impressas na flexo-
grafia que são cyan, magenta, amarelo e preto ou CMYK (cyan, magenta, yellow 
e black. O preto é representado pelo “K” para não confundir com o azul caso 
fosse utilizada a letra “B”).
Alguns tipos de imagens, como as em JPG usam um tipo de compressão que 
afeta a qualidade da imagem. Durante a edição ou tratamento da imagem, 
cada subseqüente exportação de um JPG (mantendo-se o esse formato) irá 
degradando a qualidade.
Quando preparamos imagens para impressão em flexografia ou outros pro-
cessos de impressão o ideal é salvar a imagem como CMYK e extensão TIFF. 
Esse formato que é a abreviação em inglês de Tagged Image File Format é 
amplamente usado pelos profissionais gráficos e designers, pois o TIFF pode 
ser comprimido, alterado e exportado sem alterar a qualidade de imagem e 
pode ainda guardar informações de cores. 
 Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 33
D
esign
O que são ilustrações 
em vetor e bitmap? 
O designer gráfico terá duas opções para trabalhar sua criação como arquivo 
digital: Vetor ou Bitmap. Na tela do computador elas parecem idênticas, mas, 
em uma inspeção mais acurada perceberemos muitas diferenças entre elas. 
Vetor
As artes em Vetor são preparadas em programas de 
ilustração como o Adobe Illustrator ou Freehand, 
que são baseados em código PostScrip. O 
design gráfico “plota” pontos na sua pranche-
ta digital marcando pontos. Daí ele conecta 
esses pontos fazendo linhas retas ou curvas. 
As formas são então preenchidas com cores, 
gradientes (para fazer degradês) ou mesmo 
outros padrões. Se o designer utilizar softwares 
como o Illustrator ou Freehand, então provavel-
mente a figura que criou será uma imagem em Vetor. A grande coisa sobre as 
imagens em vetor é que podem facilmente ser editadas por clicar nos pontos 
e movê-los criando outros contornos. Não importando se a imagem é grande 
ou pequena ou se você reduzirá ou ampliará, a imagem sairá perfeita, sem 
distorções. No entanto, como as imagens em vetor utilizam código PostScript 
pode ocorrer que essas imagens não saiam perfeitas em impressoras digitais 
que não possuem o código.
Bitmap 
As artes em Bitmap escaneadas ou criadas 
em programas de edição de imagens como o 
Photoshop são outra opção diferente das ima-
gens em vetor. Uma imagem de 72 dots-per-inch (dpi) 
pode parecer bonita no monitor, mas não é boa sufi-
ciente para a impressão gráfica. Uma foto com resolução 
de 300 dpi é o que se indica para imprimir em tamanho 
natural ou 100%. Porém se aumentar em 300% todos os 
pixels da imagem também aparecerão, deixando-a com 
visual desagradável e com baixa resolução. 
Quando se amplia uma 
imagem em bitmap os 
pixels aparecem
Um objeto vetorial 
pode ser ampliado sem 
perda de qualidade
34 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta
D
es
ig
n
Qual a melhor?
O ideal é que o designer gráfico procure criar imagens em vetor sempre que 
possível, pois são mais fáceis de manipular. No entanto se for uma fotografia, 
então não haverá escolha, pois essas imagens são sempre bitmaps. Mas não 
tem problema se você sempre procurar trabalhar com o máximo de resolução 
para garantir a perfeita reprodutibilidade da imagem impressa nos diferentes 
sistemas de impressão.
O que é color trap e para que serve?
Depois dos filmes produzidos, as cores impressas precisam ser alinhadas 
(registradas) com precisão. Se as cores não estão alinhadas corretamente na 
página, espaços em branco podem aparecer entre as cores que estão jun-
tas. Este problema é chamado de “fora de registro” e pode deixar o visual da 
impressão muito ruim. Isso acontece porque, dependendo do tipo de impres-
sora, ou mesmo do tipo de processo de impressão, vários fatores (máquina, 
cilindros, camisas, material, entre outros) podem fazer com que as cores não 
se encaixem. Assim, para prevenir possíveis variações o operador experiente 
utilizará um recurso chamado de color trap.
Por exemplo, o círculo cyan está registrado com o magenta de fundo. Daí 
separam-se os filmes/clichês em dois: um para o cyan e outro para o magenta. 
Porém, se não houver um recurso de trapping, qualquer variação mostrará o 
desencaixe. 
Original Filme/clichê 
do cian
Filme/clichê 
do magenta
Note na figura que, sem o trap, quando aparece a variação, cria-se uma área 
branca, e onde se aplicou o recurso de trap não há o círculo, embora haja a 
mesma variação. É claro que são necessários cuidados para utilizar o recurso, 
especialmente levando em consideração as cores. 
Variação 
sem trap
Variação 
com trap
 Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 35
D
esign
Outra forma de se evitar (ou esconder a possível variação de registro) é quan-
do em embalagens há mais de duas cores. Daí deve-se engrossar as linhas de 
contorno que esconderão o problema, caso ocorra na impressão (veja figura 
abaixo).
O que e um arquivo em PDF/X?
PDF/X é um subconjunto de especificações que é a sigla do inglês “Portable 
Document Format” (PDF) foi desenvolvido pelo comitê técnico de artes gráficas 
(Committee for Graphic Arts Technologies Standards - CGATS) e está sendo 
padronizado como norma internacional ISO pelo ISO/TC 130. 
O formato é baseado no PDF da empresa Adobe (a mesma que criou o 
Photoshop) e serve para envio/troca de documentos digitais com anotações 
ou não, de trabalhos prontos para a impressão inclusive com informações de 
cores, texto etc.
O que é o PDF/X-1a?
PDF/X-1a restringe o conteúdo em um original no formato PDF que não sirva 
diretamente à finalidade da saída de alta qualidade da produção da cópia para 
impressão, tal como anotações, ações de Java, e multimídia inseridos.
O PDF/X-1a elimina também os erros mais comuns na preparação e envio 
digital das artes. De acordo com um estudo da GATF (Graphic Arts Technology 
Foundation) conduzido em janeiro 2002, os erros mais comuns em arquivos 
PDF eram os seguintes:
• Fontes de textos não incluídas.
• Erros de cores.
• Perda de imagens.
• Características de overprint e trapping.
Já quando se prepara um documento em PDF/X-1a o arquivo garantirá que 
esses erros não aconteçam porque ao imprimir em PDF o software (Acrobat 
Distiller®) tem como padrão confirmar que:
• Todas as fontes e imagens devem estar incluídas.
• Todos os elementos são codificados como CMYK.
• O arquivo também deve indicar os trappings.
• Outros itens importantes.
Linhas grossas 
ajudam a esconder 
o “fora de registro”
D
es
ig
n
Arte
digitalizada
Foto da 
câmera 
digital
Arte
gerada no 
computador
PROVAS
Retoque e 
correção 
de cores
Necessidades
do cliente
OK
?
Corrigir OK
?
Corrigir
Lay-out 
do projeto
Conceito 
do projeto
OK
?
Cria a prova 
final e a 
printer que 
será aprovada 
pelo cliente
Informações 
para a 
separação 
de cores 
e demais 
informações
Montagem 
do trabalho PROVAS
OK
?
Melhoria 
do projeto
NÃOSIM
SIM
NÃO
SIM
PROVAS
NÃO
Retoque e 
correção 
de cores
Arte
digitalizada
Foto da 
câmera 
digital
Arte
gerada no 
computador
NÃO
36 –FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta
DESIGN PRÉ-IMPRESSÃO
WORKFLOW FLEXOGRAFIA
D
esign
Fazer os 
filmes e 
clichês ou 
deixar os 
arquivos 
digitais 
prontos
Montar os 
clichês
Prova de 
clichês 
montados
OK
?
Ajustes de 
impressão
OK
?
Imprimir 
o serviço 
completo
Aprovação
do cliente
NÃO
SIM
Correção 
da imagem
OK
?
PROVAS
Preparação 
das tintas
NÃO
SIM
Corrigir o 
problema
SIM SIM
NÃO
 Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 37
PRÉ-IMPRESSÃO IMPRESSÃO
WORKFLOW FLEXOGRAFIA
38 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta
D
es
ig
n
Quais são os itens de 
um checklist básico para 
orientar o trabalho do designer?
Para evitar erros de projeto, o profissional de design pode seguir um checklist 
com diversas informações importantes. Preparei um com itens que devem ser 
lembrados. Alguns são considerados em capítulos específicos do livro. Outros 
você mesmo poderá colocar conforme as características do seu trabalho. 
Conforme vimos também, se você utilizar o PDF/X-1a terá seu trabalho facili-
tado, pois ele conferirá todos os itens que são necessários para a reprodução 
gráfica de alta qualidade.
GERAL
 Imprimir seu documento (arte) 
em sua própria impressora e olhar 
de longe se o resultado do layout é 
o que você está esperando. Se não 
for, voltar e refazer de forma que 
atinja o resultado que você quer e, 
principalmente, que seja legível.
 Salvar seu documento para 
futuras edições. Salvar em estágios 
diferentes e, claro, na versão final.
 Ler o texto e corrigir possíveis 
erros.
 Marque este item se você tiver 
tomado todos os cuidados solici-
tados pelo seu cliente quando lhe 
encomendou esse trabalho.
 Você considerou o tipo de 
material em que será impresso 
o seu trabalho (papel, plástico, 
alumínio)?
 Tem certeza de que tudo o que 
usou no trabalho é apropriado para 
impressão em flexografia?
LAYOUT
 Conferiu todas as medidas 
da embalagem incluindo o passo 
da foto-célula e os critérios para 
inserção de código de barras? 
Lembre-se: quando a impressão é 
em flexografia, o posicionamento 
do código de barras possui menor 
distorção no sentido longitudinal da 
impressão.
 Os elementos que serão “san-
grados” quer dizer, cortados na 
borda da arte atravessam 5mm 
além da marca de corte?
 Nenhum elemento importante 
do projeto termina dentro de 5mm 
da borda da corte?
CORES
 Todas as cores foram criadas 
ou convertidas como CMYK?
 Todas as cores juntas (CMYK) 
no total somam no máximo 270%. 
FONTES
 Todas as fontes estão presentes 
no documento?
 As fontes são legíveis e foram 
evitadas cursivas e serifadas?
IMAGENS
 Todos os arquivos de imagens 
estão presentes.
 Todas as imagens foram salvas 
como TIFF? Nenhuma imagem foi 
salva como GIF ou JPEG para não 
permitir a degradação da cor ou 
resolução através da compressão?
 Nenhuma imagem ou ilustra-
ção possui linhas finas menores 
que 0,25 pontos que são de difícil 
reprodução em flexografia?
 As imagens fotográficas foram 
salvas com pelo menos 300 dpi 
(dots per inch) no tamanho original?
 Ilustrações a traço (tipo bico de 
pena) foram escaneadas com reso-
lução entre 800 e 1200 ppi (pixels 
per inch).
 Meios tons (imagens reticula-
das) que foram escaneadas foram 
devidamente feitas de tal forma que 
não causem “moiré” no resultado 
final de impressão.CHECKLIST
 Capítulo 3 – Pré-impressão – 39
Neste capítulo você vai ver:
• O que é a pré-impressão
• Por que é importante 
• Quais equipamentos e softwares mais utilizados
• Como escolher retículas, pontos, ângulos e lineatura para flexografia
• Ganho de pontos e como controlar
• Densitometria e distorção de clichês
 Capítulo 3 – Pré-impressão – 41
a reprodução gráfica é fundamental o uso de retículas. Toda 
imagem que possui variação tonal (observe a imagem abaixo) 
necessitará ser decomposta em pequenos pontos que chama-
mos de retícula. Esses pontos variam em freqüência ou tama-
nho, produzindo com isso uma imagem de graduação tonal. 
3•Pré-impressão 
de flexografia
42 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta
Pr
é-
im
pr
es
sã
o
O que é pré-impressão?
Costuma-se designar pré-impressão (prepress) todas as operações que são 
necessárias para a preparação da imagem, gravação dos clichês e verificação 
da qualidade do mesmo por meio de provas digitais ou analógicas. 
A pré-impressão serve para preparar todo o processo que envolve a confecção 
da imagem, filmes, provas digitais ou analógicas e clichês. No entanto, é mais 
comum que a pré-impressão seja entendida como sendo apenas a área que 
possui os computadores, scanners, imagesetter etc.
Quais os equipamentos utilizados?
Uma configuração típica de pré-impressão possui computadores (normalmen-
te a preferência é pela linha Macintosh), Scanner, imagesetter e uma processa-
dora de filmes.
Imagesetter Avantra 44
Scanner Epson 
Perfection 4990 Photo
Computador Apple 
Macitonsh G5
 Capítulo 3 – Pré-impressão – 43
Pré-im
pressão
Quais os softwares 
utilizados na pré-impressão? 
São quatro os principais softwares para editoração eletrônica: 1) Editores 
de Textos (Microsoft Word, Word Perfect, Word pro), 2) Tratamento de ima-
gens (Photoshop, PhotoPaint, etc), 3) Ilustrações (Corel Draw, Illustrator) e 4) 
Paginação (Art Pro, In Design, etc). Na prática os editores de textos são pre-
teridos pelos softwares de paginação e o software da Esko-Graphics. Outro 
software utilizado especificamente para a flexografia é o FlexoCal que corrige 
os possíveis ganhos de pontos antes da gravação do clichê. Há, no entanto, 
sofwares especializados para a área de embalagens que facilitam a montagem 
do layout, corrigem ganho de pontos e preparam a imagem para dar saída, 
quer dizer, para cópia digital ou simplesmente para fazer os fotolitos.
Softwares 
especialistas 
para correção 
de imagem 
em flexografia
Softwares 
especialistas 
para correção 
de imagem 
em flexografia
Como a imagem é preparada 
para ser impressa?
Toda imagem necessita de uma prévia preparação de cores. No caso da ima-
gem fotográfica é necessário reticulá-la, ou seja, decompô-la em milhões de 
elementos que chamamos de pontos de retícula. No caso de traços e linhas 
isso não é necessário.
O que é retícula?
São os milhões de elementos que compõem a imagem. A retícula é necessária 
para que possamos visualizar uma imagem fotográfica na impressão. São os 
pontos da retícula maiores e menores que dão a ilusão de áreas claras e escu-
ras de uma imagem. Em áreas claras os pontos são menores. Em áreas escuras 
os pontos são maiores.
Pontos de meio-tom (como também são chamadas as retículas) são normal-
mente quantificados pela porcentagem da área que cobrem. Isto é necessário 
para permitir o depósito de diferentes quantidades de tinta que reproduzem as 
variações tonais da imagem original.
Software da Esko-Graphics
Imagens fotográficas 
possuem variações de tons
44 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta
Pr
é-
im
pr
es
sã
o
O olho humano, a certa distância, tem uma ilusão de variação de tonalidade, 
pois não pode perceber os milhões de elementos (pontos) que compões a retí-
cula. Faça o seguinte teste com a figura abaixo: primeiro olhe de perto e depois 
a coloque a uns três metros de distância. Notou que à distância a imagem 
suaviza? Na realidade o olho humano tende a agrupar os pequenos pontos da 
retícula dando a ilusão de uma fotografia.
O que é quadricromia?
Uma imagem fotográfica colorida é decomposta em quatro cores básicas: 
Amarelo, magenta, cyan e preto. Daí o termo quadricromia. Quando se usam 
duas cores: bicromia; três cores: tricromia e assim por diante. Acima de quatro 
cores usa-se normalmente o termo policromia.
Os pontos de retícula possuem 
formatos diferentes?
Sim. Os pontos mais comuns em produtos impressos em geral são as retículas 
geométrica e estocástica e de ponto quadrado, redondo e elíptico.
Qual o melhor tipo de 
ponto para flexografia? 
O melhor tipo de ponto para a flexografia é o redondo. A vantagem é que nasáreas de 50 % de imagem não há o encontro dos pontos e isso facilita a impres-
são não permitindo o entupimento da retícula pela tinta. O mesmo não ocorre 
com pontos quadrados e elípticos cujos vértices se encontram prematuramente 
facilitando assim o entupimento da retícula.
 Capítulo 3 – Pré-impressão – 45
Pré-im
pressão
TIPO
DE
PONTO
ILUSTRAÇÃO COMENTÁRIOS
P
o
nt
o
 Q
ua
d
ra
d
o
 
Constituída por pontos exata-
mente quadrados. Esta forma 
de ponto oferece uma boa 
combinação de rendimento 
tonal e definição de deta-
lhes, tendo a porcentagem do 
ponto facilmente determinada. 
Contudo, devido à união simul-
tânea dos quatro vértices do 
ponto há um maior entupimen-
to da retícula no clichê flexo. 
Deve-se evitar esse tipo de 
ponto na flexo.
P
o
nt
o
 E
líp
ti
co
Ponto de difícil reprodução 
visto que as elipses (cantos 
dos pontos) no sentido se 
tocam em baixas porcenta-
gens. Isso cria um acúmulo de 
tinta entre os pontos que torna 
a impressão propensa a bor-
rões e entupimento na impres-
são. Não é recomendado para 
flexografia.
P
o
nt
o
 R
ed
o
nd
o
 
Esta retícula compensa par-
cialmente o acúmulo direcio-
nal da tinta e o conseqüente 
aumento dos tons. Não ofere-
ce riqueza de detalhes, mas é 
o ponto que melhor se adapta 
à flexografia, pois ameniza o 
problema de acúmulo de tinta 
entre os pontos de retícula 
durante a impressão.
P
o
nt
o
 g
eo
m
ét
ri
co
o
u 
d
e 
lin
ha
s
Composto de linhas que 
aumentam ou diminuem a lar-
gura. Em áreas claras, linhas 
mais finas. Em áreas mais 
escuras, linhas mais grossas. 
Utilizado por algumas empre-
sas, este ponto dificulta a aná-
lise visual da imagem e facilita 
o entupimento da retícula do 
clichê. Não é recomendado 
para flexografia.
46 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta
Pr
é-
im
pr
es
sã
o
O que é ângulo de retícula? 
Em processo que envolva duas ou mais cores sobrepostas de retículas é neces-
sário que estas mantenham uma distância de pelo menos 30º uma da outra. 
Observe na imagem abaixo como cada cor se comporta. Caso não se respeite 
o ângulo, ocorrerá o “moiré” (lê-se moarê).
Quais os melhores 
ângulos para flexografia?
Diferente de outros processos de impressão, a flexografia utiliza ângulos pró-
prios pesquisados para obter o melhor resultado de impressão. 
Assim uma típica seleção para flexografia é:
Ângulos recomendados à flexografia
Cyan – 7,5º / Preto – 37,5º / Magenta – 67,5º / Amarelo – 82,5º
Angulação padrão do processo flexográfico Angulação padrão do processo offset
Y = 82,5º
M = 67,5º
K = 37,5º
C = 7,5º
Y = 90º K = 75º
M = 45º
C = 15º
82,5º
7,5º
37,5º
67,5º
 Capítulo 3 – Pré-impressão – 47
Pré-im
pressão
O que é “Moiré”?
O “moiré” é um efeito xadrez que ocorre na imagem quando os ângulos da 
retícula estão em menos de 30º. A única exceção é o amarelo que permite uma 
inclinação de 15º (por ser uma cor clara, o moiré não é perceptível).
Existe alguma retícula que 
não provoque o “Moiré”?
Existe sim. Chama-se retícula “estocástica” ou “FM Screen” (retícula de freqüên-
cia modulada). Nesse caso o que varia na imagem não é o tamanho do ponto, 
mas sim a freqüência (quantidade) dos pontos. Em áreas escuras há maior 
concentração, em áreas claras menor concentração. O problema de seu uso na 
flexografia é que facilita o entupimento da retícula na impressão. Uma alter-
nativa é o uso de retícula híbrida, quer dizer, em áreas de 3% à 10% utiliza-se 
estocástica. Acima disso, retícula convencional.
Imagem sem moiré Imagem com moiré
Retícula
convencional
Retícula
estocástica
48 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta
Pr
é-
im
pr
es
sã
o
O que é lineatura?
Pode-se definir lineatura como: “a quantidade de linhas de pontos existente em 
um centímetro ou polegada linear”. 
Existem retículas de diversas lineaturas e sua escolha dependerá do tipo de 
suporte a ser impresso (papel, papelão, plásticos, alumínio etc), e das caracte-
rísticas de reprodução do processo em que serão confeccionados os clichês. 
Veja abaixo exemplos de utilização de lineaturas:
1 cm
80 l/cm: Apresenta riqueza de detalhes finos para trabalhos de reprodução artística 
em papel brilhante e liso. Aplicado aos processos de impressão offset e rotogravura.
60 l/cm: Apresenta também resultados bons nos detalhes e 
pode ser empregado em papel mais poroso. Para offset e roto.
48 a 52 l/cm: Alguns trabalhos em flexografia já são realizados 
nesta lineatura. Porém, exige bom controle do processo.
36 l/cm: Muito utilizado em flexografia, pois não entope a retícula 
com facilidade. Por outro lado perde muito nos detalhes da imagem.
25 l/cm: também é utilizado na flexografia para serviços grosseiros que não requerem qualidade.
 Capítulo 3 – Pré-impressão – 49
Pré-im
pressão
Em que influi a lineatura 
na reprodução da imagem?
A lineatura é diretamente responsável pela definição da imagem. Lineaturas 
mais altas resultam em maior definição; lineaturas mais baixas têm menor defi-
nição. No entanto é preciso ter cautela visto que na flexografia lineaturas mais 
altas podem significar maior entupimento e dificuldades de impressão.
Dica Importante na escolha da lineatura: É possível fazer bons 
trabalhos de quadricromia com lineaturas mais baixas. A vantagem, 
nesse caso é o ganho de velocidade na impressão e poucas paradas 
de máquina para limpeza do clichê durante a operação.
0% 5% 10% 20% 30% 40%
50% 60% 70% 80% 90% 100%
Qual a melhor lineatura 
para flexografia?
Isso depende do segmento, tipo de serviço, máquina, anilox e outros fatores. 
No entanto, há um parâmetro médio utilizado no mercado brasileiro, conforme 
segue:
 Papelão ondulado: 25 a 34 linhas/cm = lineaturas mais baixas para máquinas 
com menos recursos e lineaturas mais altas para máquinas mais sofisticadas. 
 Banda Larga (Embalagens flexíveis): 36 a 42 linhas/cm. 
 Banda Estreita (Etiquetas e rótulos): 46 a 60 linhas/cm. 
Geralmente utilizam-se lineaturas mais altas para impressão com tinta U.V. É 
evidente que esses parâmetros podem variar bastante conforme os recursos 
de máquinas, tintas, clichês etc.
Que dizer da porcentagem de pontos?
Porcentagem de pontos é a quantidade de área impressa em relação às áreas 
não impressas de uma imagem. A porcentagem varia entre 1% a 99% onde 
100% é considerado um fundo chapado.
50 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta
Pr
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sã
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O que é “contraste de imagem”?
O conceito de contraste é interessante, pois nem todos os profissionais da área 
se acostumaram a enxergar a imagem com variações tonais diferentes entre as 
áreas claras, médias e escuras de uma fotografia.
Em linguagem simples podemos dizer que contraste é a diferença entre as 
áreas claras, médias e escuras de uma imagem.
TIPO IMAGEM COMENTÁRIOS
B
ai
xo
 C
o
nt
ra
st
e
 
O baixo contraste se caracteriza 
pelo “achatamento” da imagem, 
quer dizer, as áreas claras (míni-
mas) subiram e as áreas escuras 
(máximas) baixaram. Esse proble-
ma é comum nas imagens flexo. 
Geralmente no momento do retoque 
no arquivo digital, o operador tende 
a subir as mínimas, pois essas áreas 
são difíceis de gravar.
C
o
nt
ra
st
e 
no
rm
al
 
No contraste ideal, as áreas claras, 
intermediárias e escuras estão equi-
libradas permitindo a boa visualiza-
ção da imagem com suas nuances 
depois de impressa. Naturalmente 
algumas imagens já são criadas com 
deficiências de contraste. Nesses 
casos é necessário observar o que o 
cliente final deseja.
A
lt
o
 C
o
nt
ra
st
e
 
Quando o contraste é alto, as áreas 
de máxima ficam muito altas e as 
áreas de mínima (claras) ficam muito 
baixa. Acontece então o que na flexo 
chamamos de “furar” a imagem, quer 
dizer, não há pontos para imprimir. 
O resultado depois de impresso é 
desagradável à vista. Já nas áreas 
escuras os pontos se “juntam” e 
chapam. Em ambos os casos se per-
dem os detalhes da imagem.
 Capítulo 3 – Pré-impressão – 51
Pré-im
pressão
O que é “ganho de pontos”?
O ganho de pontos pode ser entendido como aumento

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