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FLEXOGRAFIA Bloco Comunicação Ltda. São Paulo, Março de 2007 1ª edição FLEXOGRAFIA MANUAL PRÁTICO E U D E S S C A R P E T A Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam contribuindo para esse documento. Porém, quero destacar os seguintes: Em primeiro lugar agradeço a Deus sobre todas as coisas que orienta e permite que as coisas aconteçam. Muito obrigado. Agradeço à minha família, cujo esteio é muito importante para que as coisas andem e finalmente cheguem ao final com sucesso. Agradeço ao amigo Wilson Paduan que me auxiliou no capítulo sobre impressão, pré-impressão e tintas entre outras informações. Agradeço ao amigo José Carlos de Freitas, que foi grande incentivador e cotizador para que as coisas acontecessem. Agradeço ao Lopez, Paulo Sergio, Daniela, Vlamir, Dutra e Letícia, que ajudaram a preparar ima- gens e desenhos para o livro em seu tempo livre. Agradeço ao pessoal da Bloco de Comunicação (Marcos, Wilson e Carlos) em quem depositei confiança para a edição deste livro, pois sempre admirei o trabalho sério que fazem na revista EmbalagemMarca. Agradeço aos mestres Lorenzo Baer, Bruno Cialone, Sergio Vay e Bruno Mortara, cuja convivên- cia me é sempre enriquecedora. Agradeço às empresas que acreditaram no projeto e que, espero, ganhem também por aposta- rem em algo inédito na língua portuguesa. Agradeço aos dirigentes da Zaraplast, que permitiram essa contribuição sobre flexografia ao mercado. Isso mostra o diferencial de uma empresa que, por meio da qualidade de seus produtos, passou à vanguarda da flexografia em seu segmento no Brasil. Nunca pouparam esforços para implementar ações de melhoria como a aplicação das normas ISO e NBR de flexografia, além de acreditarem em meu trabalho. São meus mestres. Agradeço à Abflexo e à Abiea, que viabilizaram a divulgação e que apoiaram o projeto inédito no Brasil. Agradeço à ABTG e à Abigraf por também confiarem em meu trabalho junto à ISO/TC 130 Comitê Internacional de normalização para a indústria gráfica mundial. Sou grato ao SENAI-SP que tanto contribuiu para o meu crescimento como profissional e, acima de tudo, como pessoa. Agradeço aos meus companheiros de trabalho que pontuaram com excelentes contribuições e a todos aqueles que, no decorrer de muitos anos, me ajudaram e tiveram paciência comigo. Agradeço a minha esposa Miriam que é uma das maiores incentivadoras e que me motiva a mos- trar-lhe um trabalho bem feito. Agradeço sua paciência e agradeço por ser simplesmente “minha”. A todos meu MUITO OBRIGADO! Dedicatória Dedico este livro à minha mãe. Sabe, dedicar uma obra à mãe certamente parece lugar-comum. Mas não é. Minha mãe é um exemplo de dedicação e trabalho. Durante muito tempo, trabalhou duro junto com meu pai e minha irmã para que eu estudasse e cursasse o Senai de Artes Gráficas. E não foram apenas os dois anos de aprendizagem industrial, mas também os quatros anos que se seguiram de escola técnica no mesmo Senai Theobaldo de Nigris. Eram tempos difíceis, em que levávamos arroz com feijão e ovo (às vezes frito, às vezes omelete ou outra criação pra disfarçar) boa parte da semana. Nascida no interior de São Paulo, logo mudou-se com sua família para o interior do Paraná, onde seu pai comprou um pedaço de terra. Época muito difícil. Com o tempo conheceu meu pai e se casou. Depois de eu e minha irmã nascermos no norte do Paraná, vieram para São Paulo tentar a vida, como se diz. Mais épocas difíceis. Mas nunca desistiram e com o tempo conseguiram criar-nos com educação e preceitos éticos e morais que, penso eu, sejam o maior legado de todos. Hoje tenho minha mãe como exemplo, inspiração de persistência e determinação. Acredito real- mente que os pais são a base para o que os filhos serão no futuro. Pois no meu caso foi isso que aconteceu. Obrigado pai. Obrigado mãe. Prefácio O Professor Eudes Scarpeta entendeu que o desenvolvimento técnico sustentável da flexografia no Brasil dar-se-á somente com a superação de seu maior paradigma: “Investimento em capital humano”, através do estudo, pesquisa e difusão dessas informações valiosas aos profissionais do setor. O Mercado da Flexografia bem-informado e a cada dia mais promissor, agradece. O Profissional Eudes Scarpeta continua contribuindo na consolidação deste ideal de crescimento, liderando o projeto de normalização setorial junto à ISO (Comitê para Normalização da Flexografia, onde atua como Líder de Projeto Internacional), elevando à condição de “Empreendedor, Inovador e Pioneiro” o nosso país, o Mercado e todos nós, profissionais oriundos do meio. O Brasil, na berlinda da normalização, agradece. O Autor Eudes Scarpeta lança seu segundo livro técnico para a indústria gráfica e convertedora. Depois de uma visão abrangente, clara o objetiva sobre redução de setup (e custos) para offset, rotogra- vura e flexografia (Como diminuir o setup na impressão - Editora Scortecci - 2005), ele compila tudo o que aprendeu, vivenciou e praticou nos seus trabalhados em flexografia, uma obra bastante útil e necessária ao nosso segmento. Os leitores, ansiosos, agradecem. O Amigo Eudes Scarpeta me estende o gentil convite de prefaciar este livro, de compartilhar seu conhecimento, sua sabedoria e mais do que tudo isso, me honrar com a sua amizade. O admirador Aislan Baer, com sinceridade e votos de sucesso, agradece. Capítulo 1 – Introdução .......................................................... 13 Como surgiu a flexografia ........................................................ 14 Características da flexografia ................................................... 14 Chapa flexível, mas resistente .................................................. 15 Tinta líquida e de secagem rápida ........................................... 15 Sistema de entintagem ............................................................ 15 Impressoras para todas as necessidades ................................. 16 As variáveis a serem controladas na flexografia ....................... 18 Características do processo flexo ............................................. 19 Como identificar um impresso em flexografia .......................... 19 Características das impressoras .............................................. 20 Capítulo 2 – O design e a produção gráfica .................. 23 Que cuidados o designer da embalagem deve ter? .................. 28 A cor que eu vejo na tela do computador é a mesma que eu vou obter na impressão? ........................... 28 É possível aproximar a cor que vejo no monitor e o resultado impresso? ......................................... 28 Que tipos de textos são mais apropriados para flexografia? ..... 29 O corpo do texto afeta a impressão? ........................................ 29 Que cuidados se deve ter com textos negativos? ..................... 29 Qual a diferença entre fontes PostScript e TrueType? ............... 30 Por que as fontes PostScript são melhores em Macintosh que em PC? ....................................... 30 Imagem e ilustração não são a mesma coisa? ......................... 31 O que é resolução da imagem? Qual devo usar para imprimir em flexografia? .......................................... 31 Qual o melhor tipo de “formato” de imagem? .......................... 32 O que são ilustrações em vetor e bitmap? ............................... 33 Qual a melhor? ........................................................................ 34 O que é color trap e para que serve? ....................................... 34 O que é um arquivo em PDF/X? ............................................... 35 O que é o PDF/X-1a? ............................................................... 35 Quais são os itens de um checklist básico para orientar o trabalho do designer? ........................... 38 Capítulo 3– Pré-impressão de flexografia .................... 41 O que é pré-impressão? .......................................................... 42 Quais os equipamentos utilizados? .......................................... 42 Quais os softwares utilizados na pré-impressão? ..................... 43 Como a imagem é preparada para ser impressa? .................... 43 O que é retícula? ..................................................................... 43 O que é quadricromia? ............................................................. 44 Os pontos de retícula possuem formatos diferentes? ............... 44 Qual o melhor tipo de ponto para flexografia? .......................... 44 O que é ângulo de retícula? ..................................................... 46 Quais os melhores ângulos para flexografia? ........................... 46 O que é “Moiré”? ..................................................................... 47 Existe alguma retícula que não provoque o “Moiré”? ............... 47 O que é lineatura? ................................................................... 48 Em que influi a lineatura na reprodução da imagem? .............. 49 Qual a melhor lineatura para flexografia? ................................. 49 Que dizer da porcentagem de pontos? ..................................... 49 O que é “contraste de imagem”? ............................................. 50 O que é “ganho de pontos”? .................................................... 49 Por que ocorre o ganho de pontos? ......................................... 51 Como se calcula o ganho de pontos? ....................................... 52 O ganho de pontos é igual para cada máquina? ...................... 54 Como se corrige o ganho de pontos? ....................................... 55 Como são feitas as medidas para correção de ganho de pontos? ................................................. 55 O ganho de pontos é igual nas áreas claras, médias e escuras da imagem? ..................................... 55 De que forma se dá a correção do ganho de pontos? .............. 55 O que é um densitômetro? ....................................................... 55 Por que ocorre a distorção ou aumento da imagem na flexografia? ........................................ 56 A distorção é igual para todos os clichês? ............................... 56 Quais elementos importantes de um finger print para flexografia? .............................................. 56 Capítulo 4 – Clichês para impressão flexo ..................... 63 O que são clichês? ................................................................... 64 De que são feitos? ................................................................... 64 Como escolher o tipo de fotopolímero e quais fatores são importantes? ............................................. 64 Que métodos de gravação e cópia existem? ............................ 65 Qual a altura correta do grafismo em relação ao piso? ............ 66 Como se faz e para que serve a exposição principal no sistema convencional? .......................................... 66 Como determinar a melhor exposição de verso e principal? .... 66 Para que serve a lavagem (gravação) da chapa e que cuidados se deve ter? ..................................... 68 Que cuidados com os clichês se deve ter na gravação química? ................................................ 68 Para que serve e por que são necessários a secagem e a estabilização do clichê? ................................... 68 O que acontece se não se esperar o tempo de estabilização e já se utilizar o clichê para imprimir? ................ 69 Como funciona o sistema de gravação a laser? ....................... 71 Resumo dos principais tipos de cópia e gravação .................... 72 Quais os controles que se deve fazer ao receber um clichê gravado? ................................................ 73 Índice Qual o melhor método para limpar o clichê durante a impressão? ................................................. 73 Como se deve limpar o clichê após a impressão? .................... 73 Qual o melhor método para armazenamento do clichê? ........... 73 Existem controles a serem feitos nos clichês de um modo geral? ............................................... 74 Qual a tendência dos sistemas de gravação de chapas no mercado mundial? .............................. 74 Capítulo 5 – Montagem de clichê e provas de impressão .............................................. 77 Quais os métodos de montagem de clichês ............................. 77 Qual é o melhor sistema de colagem utilizado hoje em dia? .... 79 O que é dupla-face? ................................................................ 80 Quais os tipos de dupla-face? .................................................. 81 O tipo de dupla-face influencia no resultado da impressão? .... 81 Densidade é o mesmo que compressibilidade? ........................ 81 Qual a principal característica que uma fita dupla-face deve ter? ........................................... 82 Qual é, então, o melhor tipo de dupla-face? ............................. 82 O que são “sleeves” ou camisas? ............................................ 82 Quais são os tipos de camisas mais comuns no mercado? ...... 83 Quais as vantagens e as desvantagens das camisas? ............. 83 Quais os cuidados na escolha das camisas? ............................ 84 O que são provas de flexografia? ............................................. 85 Quais os tipos de provas mais comuns e qual a melhor? ......... 86 O que é “print” e Cromalin® ..................................................... 86 O que é o catálogo Pantone®? ................................................. 86 O que é perfil ICC? ................................................................... 87 Capítulo 6 – Principais suportes para impressão ....... 91 Quais os principais suportes que podem ser impressos na flexografia? ....................................... 91 Quais as boas qualidades que os suportes devem possuir? ..... 92 Quais as principais aplicações do papel nos segmentos que a flexografia atende? ................................ 92 O que são plásticos? ................................................................ 92 O que são “filmes técnicos”? ................................................... 92 O que são co-extrusados? ....................................................... 93 O que são laminados? ............................................................. 93 O que são metalizados? ........................................................... 93 Por que utilizamos laminados e metalizados? .......................... 94 Quais as propriedades do alumínio e por que é tão útil em embalagens? .......................................... 95 Por que o poliéster é tão utilizado hoje em dia? ....................... 95 Quais as qualidades do polipropileno? ..................................... 96 O que é extrusão de materiais plásticos? ................................. 97 O que é tratamento corona? .................................................... 98 O que é a tensão superficial? ................................................... 99 O que pode afetar o tratamento corona? ................................ 101 Por que o tratamento corona tende a reduzir ao longo do tempo? ....................................... 101 O tratamento pode variar em função da tinta? ....................... 102 Resumo dos diferentes produtos e estruturas utilizadas ......... 103 Capítulo 7 – Tintas para impressão ................................ 109 Do que são feitas as tintas de flexografia? ............................. 109 O que são resinas? ................................................................ 109 Quais as resinas utilizadas na flexografia? ............................. 110 Qual a funçãodas resinas nas tintas ...................................... 110 O que são vernizes? ............................................................... 111 O que são solventes? ............................................................. 111 Que tipos de solventes são utilizados nas tintas flexo? .......... 112 Propriedades físicas dos principais solventes gráficos ........... 113 Qual o método correto para utilização dos solventes nas tintas? ....................................... 114 Quais os controles feitos nos solventes? ................................ 114 O que são e qual a função de pigmentos e corantes? ............ 114 Como se classificam os pigmentos e quais as suas origens? ... 115 Resistência à luz .................................................................... 117 O que é moagem? ................................................................. 117 O que são aditivos e quais os principais utilizados nas tintas flexo? ..................................... 119 O que é viscosidade? Como controlá-la? ............................... 119 O que é rendimento da tinta? ................................................. 120 Quais os principais controles a serem feitos nos filmes de tinta impressos? ..................................... 120 O que é tixotropia? ................................................................. 121 Qual seria uma formulação média para tintas de flexografia? ........................................... 122 Tintas à base de água e seu uso em flexografia .................... 122 É possível aplicarmos tintas base água na flexografia de banda larga para substratos plásticos? ............ 122 Que dificuldades podem surgir e quais cuidados os operadores devem ter com tintas base água? ................... 123 Podemos utilizar tintas à base de água para laminação? ....... 123 Como fazer para acertar a cor? .............................................. 124 Quais são os três princípios da cor? ...................................... 125 De que forma a densitometria pode ajudar no controle da cor? ............................................ 126 Capítulo 8 – Cilindros anilox ............................................... 129 Qual a função básica do anilox? ............................................. 130 Quais os tipos de anilox mais comuns? ................................. 130 Quais os principais tipos de laser para gravação de anilox e quais as diferenças entre eles? ............................ 131 Quais os itens de controle? .................................................... 132 Por que a lineatura do anilox deve ser alta? ........................... 132 O que é BCM? ........................................................................ 132 O BCM é mais importante do que a lineatura do anilox? ........ 133 Qual o ângulo da retícula do anilox? ...................................... 133 Por que se escolheu esse ângulo? ......................................... 133 Em que o volume de tinta influencia a impressão? ................ 134 Qual o cálculo para converter BCM/pol² em cm³/m²? ............. 134 Como escolher o anilox? ........................................................ 134 Que outros fatores devem-se levar em conta na escolha do anilox correto? ....................................... 135 Lineaturas e volumes recomendados para cada processo ..... 136 Quando utilizar rolo de borracha pelo sistema doctor roll? ..... 137 Há algum princípio básico na escolha do anilox? ................... 137 Quais os métodos de limpeza do cilindro anilox? ................... 138 Como se deve armazenar os cilindros anilox? ........................ 138 E que dizer do armazenamento das camisas anilox? ............. 139 As camisas anilox são tão boas quanto os cilindros anilox? ... 139 O anilox sleeve pode ser recondicionado? .............................. 140 Que tipo de anilox é mais recomendado para grandes chapados? .................................. 140 Como se afere o anilox? ........................................................ 141 Quais são os métodos para aferição? .................................... 141 Dicas e cuidados com camisas anilox .................................... 142 Capítulo 9 – Impressão de flexo – Banda larga ........ 145 Sistemas de entintagem ........................................................ 145 Sistema construtivo ............................................................... 146 A máquina impressora ........................................................... 147 Sistema de entrada (alimentação) e saída .............................. 147 Eixos e tubetes ...................................................................... 148 Troca de bobinas .................................................................... 149 Alinhadores ............................................................................ 150 Controle de tensão manual ou semi-automático .................... 152 Controle de tensão automático ............................................... 152 Roletes ................................................................................... 153 O grupo impressor ................................................................. 155 Sistema sem-engrenagens (gearless) .................................... 158 Cuidados com o sistema de entintagem ................................ 161 Cilindro entintador (doctor roll) ............................................... 162 As racles (facas) utilizadas na flexografia ............................... 163 O certo e o errado sobre as racles e sistemas de entintagem ............................................ 165 Capítulo 10 – Impressão flexo – Banda estreita e média ......................................................... 171 A máquina impressora ........................................................... 172 Sistema de entrada (alimentação) .......................................... 172 Grupo impressor .................................................................... 173 Sistema de entintagem .......................................................... 174 Impressoras com troca do grupo impressor ........................... 174 Secagem entre-cores, estufas e exaustão .............................. 175 Secagem ultra-violeta ............................................................ 175 Sistemas de cura U.V. ............................................................ 177 Electron beam ........................................................................ 180 Sistemas E.B. aplicados a impressoras flexo .......................... 182 Meio-corte dos rótulos ........................................................... 183 Capítulo 11 – Impressão flexo – Corrugados ............. 187 Algumas definições básicas na área de corrugados ............... 188 Tipos de papelão ondulado .................................................... 188 Terminologia .......................................................................... 189 Tipos de ondas ...................................................................... 189 Controle da qualidade do papelão ondulado ........................... 190 Desenvolvimento de embalagens e estruturas ....................... 190 A impressão ........................................................................... 191 Sistema de entrada (alimentação) .......................................... 192 Grupo impressor .................................................................... 193 Sistema de saída ................................................................... 196 Capítulo 12 – Problemas comuns na impressão e soluções práticas ................................... 201 Falhas de impressão .............................................................. 203 Variação de registro ............................................................... 204 Tinta U.V. não cura (seca)....................................................... 205 Cor lavada em relação ao padrão ........................................... 205 Falha na sobreposição de tintas (trapping da tinta) ................ 206 Variação da cor durante a impressão (color shifting) .............. 207 Variação do passo da fotocélula ............................................. 208 Decalque ................................................................................ 208 Manchas ou borrões no impresso .......................................... 209 Blocagem (blocking) .............................................................. 210 A tinta arranca as fibras do papel .......................................... 211 Moiré no impresso ................................................................. 212 Riscos no impresso ................................................................ 213 Entupimento da retícula ......................................................... 214 Ganho de ponto excessivo ..................................................... 215 Marcas de engrenagem ......................................................... 216 Fotografia (fantasma) ............................................................. 217 Chapado sem cobertura ou furando ....................................... 218 Mudança de contraste durante a produção ............................ 219 Pontos de retícula falham (missing dots) ................................ 220 A tinta perde (ou muda) a cor depois de impressa ................. 221 Variação de COF .................................................................... 222 Impressão sem brilho (fosca) – Blushing ................................ 223 Código de barras não lê ......................................................... 224 Glossário e termos técnicos em flexografia ................. 225 Capítulo 1 – Introdução – 11 Neste capítulo você vai ver: • Como Surgiu a Flexografia • Apresentação das Principais Características da Flexografia • Resumo das Propriedades das Chapas para Impressão • As tintas para Flexografia • Importância do Sistema de Entintagem • Diferentes tipos de Equipamentos para Diferentes Serviços • Variáveis a Serem Controladas no Processo Capítulo 1 – Introdução – 13 fle xo gra fia evo luiu muito nos úl ti mos anos. Mais e mais pro fis sio nais de ou tras áreas têm mu da do para fle xo. A qua- lidade de im pres são me lho rou e o cus to de fa bri ca ção não au men tou pro por cio nal men te, tor nan do as sim a fle xo gra fia for te con cor ren te da ro to gra vu ra em cer tos cam pos, es pe cial- men te no se g men to de embalagens fle xí veis. Ao pas so que há este subs tan cial de sen vol vi men to, ma te rial in for ma ti vo e cla- ro não está dis po ní vel no mer ca do. As sim, este li vro pro cu ra au xi liar aque les que es tão en tran do no mer ca do e não co nhe cem bem o que é fle xo gra fia. Ao mesmo tempo, será útil também para aque les que já pos suem ex pe riên cia, mas ca re cem de base teó ri ca. “Fle xo gra fia - Manual Prático” visa ajudar téc ni cos, ven de do res, de sig ners, ge ren tes, im pres so res, téc ni cos de pré-im pres são, cli che ris tas, pro fis sio nais da área de con tro le de qualidade e todos os en vol vi dos com esse pro ces so de trans for ma ção que é a fle xo gra fia a compreender esse excelente processo. Este Ma nual deve es tar na sala de im pres são, no la bo ra tó rio, na sala de ven- das, en fim, em todo lu gar que seja de fá cil aces so. A re co men da ção que se faz é que em pre sá rios, di re to res, ge ren tes e res pon sá veis por em pre sas em ge ral dis po ni bi li zem tantos exemplares quan to pos sí vel, a fim de qualificar seus profissionais e melhorar o desempenho da empresa. O Li vro é di vi di do em par tes, de modo a fa ci li tar a lo ca li za ção do as sun to de se ja do e o rá pi do aces so às cau sas e às so lu ções dos pro ble mas em fle xo- gra fia. As sim, o lei tor per ce be rá ser muito prá ti ca a for ma como foi es cri to e, prin ci pal men te, sua lin gua gem, de fá cil en ten di men to por ope ra do res e todos que o uti li za rem no seu dia-a-dia. Além dis so, há di cas de cui da dos que se deve ter no desempenho das funções ligadas ao processo de impressão, e um ape lo para a pos tu ra pro fis sio nal de quem lida di re ta men te na exe cu ção do pe di do. 1•Introdução In tr od u çã o 14 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta Como surgiu a flexografia De mo rou muito de pois da des co ber ta da vul ca ni za ção da bor ra cha em 1839 pelo nor te-ame ri ca no Char les Good year para a fle xo gra fia vir à exis tên cia. Por vol ta da dé ca da de 30 do sé cu lo 20 – isto é, qua se um sé cu lo de pois – a vul ca ni za ção já es ta va bem apri mo ra da, e a idéia de subs ti tuir os ti pos mó veis de chum bo, es ta nho e an ti mô nio por ti pos de bor ra cha vul ca ni za da foi uma fe liz con se qüên cia. A pri mei ra em pre sa a fa zer uso des te re cur so foi a Moss type Cor po ra tion, que de sen vol veu as cha pas. O prin cí pio de im pres são con sis tia na en tin ta- gem do cli chê de bor ra cha com uma tin ta à base de ani li na. O sis te ma de im pres são pas sou en tão a ser co nhe ci do como “Pro ces so Ani li na” ou “Im pres- são Ani li na”, pois não ti nha ou tro nome ain da. Em 1938, a em pre sa In ter na tio- nal Prin ting Ink Cor po ra tion, nos Es ta dos Uni dos, apri mo rou o re cur so para en tin ta gem do cli chê. Pas sa ram a usar um ci lin dro gra va do com inú me ras cé lu las que re ti nham a tin ta e a trans fe riam com uma do sa gem mais con tro- la da. Este ci lin dro gra va do no co bre e re co ber to com cro mo foi cha ma do de Ani lox e é ain da hoje vas ta men te usa do nas im pres so ras fle xo grá fi cas Na dé ca da de 1930 a FDA (Food and Drug Ad mi nis tra tion), ór gão do go ver- no ame ri ca no que con tro la ali men tos e re mé dios, de cla rou a ani li na tó xi ca. Des te modo o nome “Im pres são Ani li na” pas sou a ser con si de ra do como algo ruim, si nô ni mo de ve ne no. Na dé ca da seguinte as grá fi cas americanas lí de res de ci di ram mu dar o nome des te pro ces so de im pres são, para que seus pro du tos pu des sem ser mais bem re ce bi dos pe las in dús trias ali men tí cias da épo ca. É in te res san te que já se usa vam mui tos outros ti pos de tin tas para a im pres são, mas o es tig ma da ani li na per sis tia. As grá fi cas abri ram a opor tu ni- da de para su ges tões e re ce be ram cer ca de duas mil, vin das de to das par tes dos Es ta dos Uni dos. Em 21 de ou tu bro de 1952 foi anun cia da a es co lha: “Pro- ces so Fle xo grá fi co” ou “Fle xo gra fia”. Ca rac te rís ti cas da Fle xo gra fia A fle xo gra fia pos sui a fa ci li da de de im pri mir so bre di ver sos ti pos de subs tra tos e de va riar o for ma to. Pode-se im pri mir des de eti que tas e sa co las plás ti cas até cai xas de pa pe lão on du la do. A oti mi za ção é maior, pois, di fe ren te men te de outros pro ces sos, como off set, a fle xo gra fia não pos sui in ter rup ção no pe rí me- tro do cli chê co la do. As sim, pode-se apro vei tar melhor o subs tra to. Charles Goodyear, o descobridor da vulcanização da borracha, processo que viabilizou o desenvolvimento da flexografia Diversidade de substratos e variedade de formatos são características do processo de impressão flexográfica In trodu ção Capítulo 1 – Introdução – 15 Cha pa fle xí vel, mas re sis ten te A cha pa para im pres são pode va riar tan to na es pes su ra quan to na du re za. Ou tra pro prie da de da cha pa é o tipo de ma te rial uti li za do, que pode ser fo to po lí me ro, bor ra cha na tu ral ou mis ta, cada qual com uma fi na li da de es pe cí fi ca. Nor- mal men te, para uma maior qualidade, o fo to po lí me ro traz me lho res re sul ta dos. A du re za pode va riar de 25 a 40 graus Sho re “A”, a unidade de medida de dureza de borrachas (quanto maior o valor, maiora dureza) para im pres são de cai xas de pa pe lão on du la do, pois a “ma ciez” do clichê se amol da melhor à su per fí cie ir re gu lar do ma te rial. Para im pres são em subs tra tos com su per fí cies re gu la res e para se ob ter melhor de fi ni ção de im pres são, uti li- za-se du re za entre 55 e 60 graus Sho re “A”. As cha pas são co la das em ci lin dros ou camisas apro pria dos cha ma dos de “por ta-cli chês”. Os mé to dos para fi xa ção das cha pas po dem va riar, mas o mais uti li za do é a colagem com du pla-face, uma fita es pu ma da com ade si vo em am bos os la dos. Tinta líquida e de secagem rápida A tinta de flexografia é normalmente líquida e de secagem rápida, permitin- do boa velocidade de impressão. As tintas podem ser à base de solventes como álcool, mistura de solventes e água ou mesmo de cura ultra-violeta. O emprego de cada tipo de tinta decorre do tipo de serviço, do substrato, do equipamento, do uso final do produto. São vários os controles feitos na tinta e estes são considerados no Capítulo 7. Sistema de entintagem O item mais importante do sistema de entintagem na flexografia é o cilindro anilox. Suas células gravadas dosam a tinta a ser depositada na superfície do clichê. Se houver pouca tinta a cor impressa poderá ser distorcida. Se houver excesso, acumulará tinta entre um ponto e outro causando manchas na ima- gem impressa. É importante ter sempre em mente que o controle da dosagem de tinta é fun- damental na flexografia. A tecnologia moderna permite muita variedade no tipo e na profundidade de células, que são escolhidas em função do serviço a ser realizado. As chapas podem variar na composição, na espessura e na dureza O excesso de tinta pode gerar defeitos na impressão, como se observa na imagem da direita Os cilindros anilox são a parte mais importante do sistema de entintagem em flexografia STU DIO AG In tr od u çã o 16 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta Impressoras para todas as necessidades Os equipamentos para impressão podem ser organizados em três grandes categorias, conforme o tipo de material a ser impresso: 1) Etiquetas e rótulos (banda estreita e banda média), 2) Embalagens em geral (banda larga) e 3) Corrugados (Papelão Ondulado). Os equipamentos para impressão de etiquetas e rótulos são relativamente pequenos e requerem apenas um operador. São diversos os tipos de etique- tas: de supermercado, para roupas, rótulos etc. Impressora típica de banda estreita Rótulos auto- adesivos são amplamente impressos em flexografia FO TO : N IL P E TE R In trodu ção Capítulo 1 – Introdução – 17 As embalagens são um grande grupo: sacolas de supermercado, sacolas de papel, papel de presente, sacos de padaria, papel de embrulho, embalagens de biscoitos, sorvetes, farinhas, laminados, longa vida, pet food etc. Impressora Flexopower para banda larga O grupo de corrugados – isto é, as caixas de papelão ondulado – é mais rústico que os dois anteriores. Para imprimi-las, normalmente se utiliza tinta à base de água e impressão em duas ou mais cores. O equipamento é alimen- tado com placas de papelão, diferentemente dos dois processos anteriores, cujo substrato sempre entra na forma de bobina. Grande parte das caixas de papelão ondulado são impressas em flexo Impressora Martin para corrugados Embalagens flexíveis são um grande mercado de impressão em banda larga In tr od u çã o 18 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta As variáveis a serem controladas na flexografia Muitas são as variáveis que interferem nos resultados da impressão em fle- xografia. A chapa, a tinta, o anilox, a máquina, o substrato e a própria mão- de-obra, para se citar apenas os principais. Naturalmente os outros proces- sos de impressão também possuem variáveis semelhantes, mas na flexografia estes são agravados por causa das características do processo. Por ser em alto relevo e feito de borracha flexível, o clichê obriga a um contro- le cuidadoso por parte dos profissionais em flexografia. No ato da impressão o clichê entra em contato direto com o substrato e tende a deformar-se. Além disso, ao ser colado no cilindro porta-clichê, a imagem gravada na chapa de fotopolímero se deforma. Tudo isso aumenta o ganho de pontos, causando um aumento da tonalidade na imagem impressa. Por ser a tinta líquida, sua dosagem deve ser feita com o mínimo necessário, visto que ela pode escorrer ou entupir a imagem gravada no clichê. Além disso, deve-se controlar a viscosidade, velocidade de secagem e tonalidade. O cilindro anilox é fator muito importante relacionado com a tinta, visto ser o principal agente de entintagem. As folgas mecânicas, imprecisões, erros de projeto e tantos outros fatores transformam o próprio equipamento de impressão em outra grande variável. Cada impressora é única, com suas qualidades e seus defeitos. Na flexografia, grande parte da qualidade do impresso depende da sensibi- lidade, da experiência e dos cuidados do impressor. Dele dependerá a entin- tagem do clichê, bem como a pressão e o encosto micrométrico do clichê no substrato. O impressor também decidirá que tipo de anilox usar, o balancea- mento dos solventes na tinta, o padrão de cor, qual o melhor dupla-face etc. Portanto, não é exagero afirmar que o investimento em treinamento técnico especializado é um dos melhores que a empresa faz. O clichê no momento da impressão tende a deformar Variáveis flexo Clichê Tinta Dupla-face Operador ImpressoraMeios Material Meio ambiente S TU D IO A G In trodu ção Capítulo 1 – Introdução – 19 Características do processo flexo A evo lu ção da Fle xo gra fia sig ni fi cou nos úl ti mos anos uma qualidade qua se igual (em alguns ca sos) à da ro to gra vu ra. No en tan to a me lho ria da qualida- de também co brou seu tri bu to. Os cli chês tor na ram-se mais ca ros, sur gi ram no vos ti pos de du pla-fa ces, má qui nas mais so fis ti ca das, tin tas mais pig men ta- das e com qualidade melhor, ani lox com gra va ção a la ser, con tro les au to má ti- cos de vis co si da de e tan tas ou tras me lho rias. Então, o que faz da flexografia um processo competitivo? Vamos ver as principais características. Re su mo das Ca rac te rís ti cas do Pro ces so • Cli chê fle xí vel com gra va ção em alto re le vo. • Tin ta lí qui da de se ca gem rá pi da por eva po ra ção dos sol ven tes ou por cura UV. • O cli chê de fo to po lí me ro pode du rar per to de 1 mi lhão de có pias boas. • Im pri me so bre qual quer tipo de su por te fle xí vel (papéis diversos, alumínio e vários tipos de plásticos) e também pa pe lão on du la do. • Mer ca do da Fle xo gra fia: Em ba la gens flexíveis em ge ral com filmes técnicos e laminados, sa co las, ró tu los e eti que tas, embalagens de pa pe lão on du la do etc.). Como iden ti fi car um im pres so em fle xo gra fia A fle xo gra fia dis pu ta o mesmo mer ca do de atua ção da ro to gra vu ra e por esta ra zão alguns con fun dem os dois pro ces sos. Mas a fle xo gra fia pos sui um in con fun dí vel squash (borrões nas bordas de traços e textos) ca rac te rís ti co do pro ces so. • Ob ser ve as bor das de tra ços fi nos e tex tos, se ti ver o squash, é fle xo gra fia (ver exemplo abaixo). O squash é uma das características que marcam a impressão flexo In tr od u çã o 20 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta • A maio ria das cai xas de pa pe lão on du la do é fei ta em fle xo gra fia. A ex ce ção é fei ta às cai xas cuja “capa” que re ves te as on das do pa pe lão é im pres sa em off set para uma melhor definição de imagem (ex: cai xas de ele tro do més ti cos). • Gran de par te dos ró tu los en con tra dos hoje são fei tos em fle xo gra fia (in clu si- ve as pe que nas eti que tas de pre ços usa das em su per mer ca dos). Ca rac te rís ti cas das im pres so ras As má qui nas im pres so ras pos suem con fi gu ra ções di fe ren tes em fun ção do tipo de ser vi ço a ser rea li za doe da lar gu ra do su por te a ser im pres so. As sim uma clas si fi ca ção mais ge né ri ca é: 1. Ban da Lar ga: embalagens de snacks, sa co las pro mo cio nais, bis coi tos, sa cos de ar roz/fei jão, ra ção ani mal (pet food); 2. Ban da Es trei ta e Média: Ró tu los auto-ade si vos, eti que tas; 3. Cor ru ga do: Cai xas de pa pe lão on du la do. As sim te mos: 1. Sis te ma sa té li te ou tambor central: Pos sui um ci lin dro contra-pres- são (também cha ma do de tam bor cen tral ) que é co mum a todos os gru pos im pres so res . É mais usa do em ban da lar ga. Pos sui a van ta gem de dei xar o su por te a ser im pres so to tal men te pre- so du ran te a im pres são de to das as co res. Isso fa ci li ta o re gis tro das co res e di mi nui a di la ta ção do su por te. Essa es tru tu ra é in di ca da para im pres são de plás ti cos, es pe- cial men te po lie ti le no e po li pro pi le no. In trodu ção Capítulo 1 – Introdução – 21 2. Sis te ma con ven cio nal ou Stack: Nes te caso há um cilindro contra-pres são para cada gru po im pres sor . Há ca sos em que é uti li za do em li nha com a ex tru são para im pri mir sa co las de su per mer ca do. Não é re co men da do para su por- tes que po dem es ti car de mais, tais como polietilenos, pois o material é muito tensionado e as cores podem sair de regis- tro. Equipamento indicado para papel. 3. Sis te ma Mo du lar: É se me lhan te ao an te rior, no sentido de que cada gru po im pres sor pos sui também um cilindro contra-pres são . A dife- rença está no posicionamento desses grupos. Enquanto no sistema stack eles ficam um sobre o outro, nas máquinas modulares os grupos vêm em seqüência. No Brasil é muito usual na in dús- tria de ban da es trei ta que faz ró tu los e eti que tas auto-ade si vas. Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 23 Neste capítulo você vai ver: • Como funciona a produção gráfica • Quais os cuidados que o designer deve ter ao criar uma arte para flexografia • Qual a diferença entre fontes True Type e PostScrip • Qual a diferença entre imagens em Bitmap e Vetor • Resolução de imagem • Cuidados com trap • Importante informações sobre PDF Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 25 or produção gráfica entende-se o processo de criação de um produto (uma revista, uma embalagem, um folheto, um anún- cio impresso). Esse processo passa por várias etapas antes de finalmente chegar às mãos do consumidor final. Em geral são agências especializadas que criam as peças para reprodução gráfica. Isso quer dizer as artes a serem impressas. As gráficas já possuem os projetos prontos de embalagens padronizados bastando apenas adaptar ao processo de envasamento (no caso de embalagens) do cliente. Às vezes a própria indústria de transformação (indústrias gráficas e de embala- gens) propõe melhorias e/ou inovações nos produtos (estruturas de embala- gens) do cliente. O processo de criação começa na agência que idealiza, dentro de especifi- cações do cliente, opções de design para que o departamento de marketing escolha. A partir de então passa por uma série de departamentos dentro da empresa para que o projeto seja bem-sucedido (produção, departamento legal, Desenvolvimento, etc). Daí passa-se à finalização das artes. As artes prontas são enviadas à gráfica e convertedores de embalagens. Esses adaptam a arte às características do processo de impressão e fazem uma “prova” (impressão digital, normalmente em ink jet e em papel offset normal ou fotográfico) e devolvem para o cliente conferir dizeres, dimensões etc. Se estiver tudo ok, a gráfica ou convertedor solicitará um visto de aprovação nessa “prova”. Note que, embora a “prova” possa ser colorida, o objetivo não é fazer a aprovação de cores, pois as cores que sairão na impressora são diferentes das impres- soras ink jet tradicionais. Além disso, a prova digital normalmente não é feita com os pontos de retícula utilizados na impressão e isso por si só já fará muita diferença no resultado final. Isso, aliás, precisa ficar bem claro ao cliente. 2•O design e a produção gráfica 26 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta D es ig n Dessa forma, o projeto de um produto envolverá Marketing, Produção, Qualidade Assegurada, Desenvolvimento, o Consumidor, Fornecedores, Supply Chain e Distribuição. Há ainda a preocupação com o impacto do produto (especialmente no caso das embalagens plásticas) com o meio-ambiente. Marketing: faz e/ou orienta a criação do design do produto gráfico em conjunto com o estúdio. Gerencia em parceria com o desenvolvi- mento, os prazos de produção em conformidade com os prazos de lançamento do produto. Desenvolvimento: Estuda e desenvolve junto com o convertedor (gráfica) uma embalagem, por exemplo, compatível com o produto. Verifica o custo/benefício do processo de impressão, tipo de material e dificuldades de reprodução do que o marketing e a agência criaram. Produção: Avaliação do protótipo do produto em linha de produ- ção. É importante que uma embalagem, por exemplo, tenha um bom desempenho nas máquinas de envase. Em outras palavras, deve-se antecipar problemas. Consumidor: É claro que nenhum projeto poderá ser bem-sucedido se não incluir o consumidor. Aquele que, por adquirir o produto, dará sua aprovação. Assim, o departamento de marketing junto com o estúdio testará o gosto do consumidor final. Além disso, estão envolvidos aspectos legais como o Código de Defesa do Consumidor. Design e Projeto Gráfico Consumidor Marketing Meio Ambiente Desenvolvimento Supply Chain Distribuição Produção Safety Clearance Fornecedor Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 27 D esign Fornecedores: As gráficas ou convertedores de embalagens precisam ser desenvolvidos, quer dizer, testados e até mesmo auditados muitas vezes. No caso de embalagens alimentícias e farmacêuticas, por exemplo, o rigoroso critério com BPF (Boas Práticas de Fabricação) e HACCP (Análise de Perigo e Pontos Críticos de Controle) precisarão ser os pontos fortes do fornecedor. Também deve ser verificada a “capabilidade” do processo, ou seja, se os forne- cedores têm condição técnica e espaço para produzir o volume necessário ou se poderão de um momento para o outro suportar pedidos extras de última hora. É claro que tudo isso envolve também a negociação de preços. Safety Clearence: ou produto limpo e seguro. Ainda é comum muitas empre- sas utilizarem, sem saber, insumos com risco de intoxicação. Um exemplo são as tintas que podem conter pigmentos inorgânicos com metais pesados como o chumbo e que podem ser empregados desde uma revista infantil até uma embalagem alimentícia. O mesmo risco pode acontecer com outras matérias primas. Para assegurar que a embalagem é “limpa e segura” deve-se solicitar amostra para análise dos insumos ou pelo menos um laudo do fornecedor assegurando que não se utilizam produtos tóxicos no processo. Supply Chain (Cadeia de Abastecimento): é o processo integrado que per- mite a obtenção de recursos (insumos) básicos, e os transforma agregando valores para que possa ser entregue em forma de produtos ou de serviços a clientes que estão dispostos a pagar por este valor agregado. O supply chain também pode providenciar a escolha dos fornecedores. • Logística: providenciará a melhor forma de distribuição dos produtos: como entregar (paletes, pacotes, caixas etc). Também providenciará os melhores meios de transporte e armazenamento. • Departamento Legal: Nenhuma embalagem ou produto poderá chegar ao consumidor final com textos, imagens ou gráficos abusivos, com linguagem enganadora ou que violem os Direitos do Consumidor, ou ainda omitindo informações importantes. É onde entra o Departamento Legal que, à luz das leis, códigos etc, dará aval ao projeto. 28 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta D es ig n Que cuidados o designer da embalagem deve ter? Muitas são as precauções que os criadores de design de embalagensdevem ter. Como vimos, cada processo possui suas características que devem ser res- peitadas. A flexografia, por exemplo, possui características ímpares, e um pouco de conhecimento facilitará a criação de artes próprias para reprodução. Vamos considerar os principais cuidados que a flexografia requer. São eles: cor, textos e imagens/ilustrações. A cor que eu vejo na tela do computador é exatamente a mesma que eu vou obter na impressão? Não. O que você vê é a cor formada por RGB (red, green e blue), ou seja, o monitor se utiliza de luz colorida para formar todas as cores que você vê, processo chamado de síntese aditiva. Na impressão o que formará a cor serão tintas com pigmentos que refletirão a luz (síntese subtrativa). LUZ AZUL VIOLETA LUZ VERMELHA LUZ VERDE MAGENTA AMARELO CIANO BRANCO Síntese aditiva: como as cores são formadas no monitor AMARELO CIANO Síntese subtrativa: como as cores são formadas na impressão MAGENTA VERMELHO PRETO AZUL VIOLETAVERDE É possível aproximar a cor que vejo no monitor e o resultado impresso? É possível sim. Porém, será necessário a calibração entre a impressora para provas digitais (tipo ink jet, por exemplo) e a impressão. Normalmente isso é feito dentro da empresa convertedora ou gráfica. Os estúdios, devido à distân- cia e também por trabalhar com diversos convertedores, não possuem essa calibração. Hoje em dia há um grande movimento do WYSIWYG que é a abre- viação da expressão em inglês What You See Is What You Get, que pode ser traduzido para “O que você vê é o que você tem”, no sentido de que a imagem que se vê na tela do computador já está com a aparência do trabalho final. Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 29 D esign TABELA DE TEXTOS PARA FLEXOGRAFIA CARACTERÍSTICAS EVITAR INDICADOS Fonte SERIFAS e Cursivas Itálicos LAPIDÁRIAS (sem serifas) Textos negativos Corpo 12 Corpo 10 Corpo 8 Corpo 6 Corpo 12 Corpo 10 Corpo 8 Corpo 6 Textos positivos Corpo 12 Corpo 10 Corpo 8 Corpo 6 Corpo 12 Corpo 10 Corpo 8 Corpo 6 TEXTOS Fonte Conjunto das letras do alfabeto, números e sinais desenhados de modo característico. Corpo Tamanho do texto, normalmente dado em pontos (pts). Ponto Unidade de medida da letra. Um ponto equivale a 0,325 mm. Itálico Inclinação que se dá a vários tipos de fontes. Serifa Traços que fazem o acabamento de uma letra. N Serifa Que tipos de textos são mais apropriados para flexografia? Quase todas as embalagens possuem textos, mas às vezes, não se tomam cui- dados simples para garantir a legibilidade das informações. Não é qualquer tipo, caractere ou fonte que pode ser usado sem atenção especial. Tipos com serifas (Garamond, Bodoni, Times) e fontes cursivas (Brush Script, Mistral, Park Avenue, Zapf Chancery) não são recomendáveis para flexo. Em geral, estes tipos pos- suem um grau de dificuldade na impressão por acumular tinta mais facilmente e também por falhar, quando se trata de cursivas. As fontes recomendáveis são as lapidárias ou sem serifas como a Arial, por exemplo. O corpo do texto afeta a impressão? Textos com corpo muito pequeno são difíceis de reproduzir, porém em muitas embalagens, e especialmente em rótulos e etiquetas, o seu uso é inevitável. Se não der para evitar textos com corpo menores que 8 pontos, então não tenha dúvidas, utilize fontes lapidárias (sem serifas e não cursivas). O itálico também deve ser evitado, pois tende a afinar as linhas do texto. Que cuidados se deve ter com textos negativos? São basicamente dois: evitar fontes serifadas ou cursivas e tamanhos pequenos. Abaixo de corpo 8, por exemplo, haverá problemas. Textos com corpos peque- nos e com serifas tendem a entupir na impressão e a perder legibilidade. 30 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta D es ig n Qual a diferença entre fontes PostScript e TrueType? PostScript é uma tecnologia que realmente fez a evolução da escrita em todos os produtos gráficos. Sem a PostScript, os desenhos feitos em computadores não iriam muito longe. Antes dessas fontes os designers não tinham controle sobre o que sairia como fontes no resultado final para impressão. Por outro lado a vantagem das fontes TrueType é que são baratas e por isso são populares. Além disso, são fáceis de manejar e gerenciar. Porém, podem causar muita dor de cabeça ao Bureau ou gráfica. PostScript foi desenvolvida pela Adobe (empresa de software que publica o Photoshop, um dos mais conhecidos e utilizados softwares gráficos). PostScript difere de outros códigos para textos porque trata os itens de uma página (textos, imagens e gráficos) como um objeto geométrico. Quando imprime em uma impressora PostScript, são enviados para o sistema em forma de coman- do de textos. Estes textos contêm informações exatamente como estão na página (arte). O texto é recebido, entendido e traduzido por um interpretador PostScript na sua impressora. Por causa dessa simplicidade de comandos de textos e consistência do inter- pretador de PostScript, qualquer impressora imprimirá sempre do mesmo jeito a informação. Enviando sempre a mesma informação Postscript para cinqüenta impressoras, você obterá sempre o mesmo resultado de impressão. A infor- mação PostScript é importante principalmente quando se dará saída em filmes (fotolitos) em uma imagesetter ou CTP (Computer to Plate). Quando se utilizam fontes TrueType os resultados podem ser inexatos e inconsistentes (falta do texto, espaço entre as letras, repaginação, troca de letras ou fontes). Por que as fontes PostScript são melhores em Macintosh que em PC? Os interpretadores PostScript são comuns em impressoras laser em ambiente Macintosh, mas são menos comuns em PCs com ambiente Windows®. É evi- dente que isso tem melhorado nos últimos anos e muito se faz hoje com um PC, mas ainda há problemas. A razão é que o PC não foi criado como uma máquina gráfica como o Macintosh, mas sim como equipamento matemático. No entanto, se você já operou um Mac sabe muito bem a diferença entre os dois. A manipulação de imagens gráficas fica muito mais simples nesses equi- pamentos. Ao contrário das fontes TrueType, as de PostScript permitem um desenho con- sistente de todo o layout sempre. O que você vê na tela do computador é o que você verá impresso não importando qual a impressora digital, imagesetter ou CTP. Até mesmo algumas empresas gráficas não aceitam artes com fontes TrueType por que terão muitas vezes que refazer o arquivo enviado pelo cliente para “dar saída” na separação de cores. PostScript trata os itens de uma página como um objeto geométrico Em cima, exemplo de texto em PostScript. Em baixo, em True Type. Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 31 D esign Muitos não compreendem por que uma imagem ou ilustração que na tela do seu computador parece perfeita, mas quando é utilizada em uma arte para impressão, fica “pobre”, ou, como se diz, fica sem resolução. O problema não está no processo de impressão. Como vimos, o que se vê no monitor não é necessariamente o que se obterá no produto impresso, não importando muito qual o processo utilizado (digital, offset, rotogravura ou flexografia). Imagem e ilustração não são a mesma coisa? No jargão gráfico normalmente as imagens se referem a fotografias. Já as ilus- trações são desenhos feitos em softwares especializados, como Corel Draw e Illustrator ou algum desenho feito à mão e escaneado. O que é resolução de imagem? Qual devo usar para imprimir em flexografia? O design gráfico não necessita mais resolução do que a capaci- dade de resolução da impressora ou do processo de impressão. Note que muitas vezes vemos imagens, fotos em sites na inter- net que parecem perfeitas e quando tentamos reproduzir em impressora ink jet, por exemplo, ficam sem definição. IMAGENS E ILUSTRAÇÕES Exemplo de imagem fotográfica Exemplo de ilustração 32 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta D es ig n Isso acontece porque a resolução do monitor é baixa quandocomparada à resolução da impressora. Isso significa que se uma imagem que está sendo impressa em uma impressora laser de 600 dpi também será necessário uma resolução de imagem de 600dpi para uma reprodução 100%. Uma imagesetter, por exemplo, pode ter uma resolução muito maior chegando a 2.400 dpi. É claro que dependendo da configuração, ela pode descartar imagens acima de 1.200 dpi. Isso significa que imagens com essa resolução são impressas tão bem quan- to uma imagem de 3.600 dpi. Sabendo disso, não é necessário guardar imagens com resoluções tão altas se forem para impressão. Apenas ocuparão espaço precioso em seu computador ou rede além do fato que quanto mais “pesada” a imagem mais difícil de manusear em programas de edição de imagens. Imagens em bitmap mostrando o resultado de diferentes resoluções 72 dpi 150 dpi 300 dpi Qual é o melhor tipo de “formato” de imagem? Quase todas as imagens digitais que são utilizadas no computador estão no formato RGB (red, green e blue) diferentes das que serão impressas na flexo- grafia que são cyan, magenta, amarelo e preto ou CMYK (cyan, magenta, yellow e black. O preto é representado pelo “K” para não confundir com o azul caso fosse utilizada a letra “B”). Alguns tipos de imagens, como as em JPG usam um tipo de compressão que afeta a qualidade da imagem. Durante a edição ou tratamento da imagem, cada subseqüente exportação de um JPG (mantendo-se o esse formato) irá degradando a qualidade. Quando preparamos imagens para impressão em flexografia ou outros pro- cessos de impressão o ideal é salvar a imagem como CMYK e extensão TIFF. Esse formato que é a abreviação em inglês de Tagged Image File Format é amplamente usado pelos profissionais gráficos e designers, pois o TIFF pode ser comprimido, alterado e exportado sem alterar a qualidade de imagem e pode ainda guardar informações de cores. Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 33 D esign O que são ilustrações em vetor e bitmap? O designer gráfico terá duas opções para trabalhar sua criação como arquivo digital: Vetor ou Bitmap. Na tela do computador elas parecem idênticas, mas, em uma inspeção mais acurada perceberemos muitas diferenças entre elas. Vetor As artes em Vetor são preparadas em programas de ilustração como o Adobe Illustrator ou Freehand, que são baseados em código PostScrip. O design gráfico “plota” pontos na sua pranche- ta digital marcando pontos. Daí ele conecta esses pontos fazendo linhas retas ou curvas. As formas são então preenchidas com cores, gradientes (para fazer degradês) ou mesmo outros padrões. Se o designer utilizar softwares como o Illustrator ou Freehand, então provavel- mente a figura que criou será uma imagem em Vetor. A grande coisa sobre as imagens em vetor é que podem facilmente ser editadas por clicar nos pontos e movê-los criando outros contornos. Não importando se a imagem é grande ou pequena ou se você reduzirá ou ampliará, a imagem sairá perfeita, sem distorções. No entanto, como as imagens em vetor utilizam código PostScript pode ocorrer que essas imagens não saiam perfeitas em impressoras digitais que não possuem o código. Bitmap As artes em Bitmap escaneadas ou criadas em programas de edição de imagens como o Photoshop são outra opção diferente das ima- gens em vetor. Uma imagem de 72 dots-per-inch (dpi) pode parecer bonita no monitor, mas não é boa sufi- ciente para a impressão gráfica. Uma foto com resolução de 300 dpi é o que se indica para imprimir em tamanho natural ou 100%. Porém se aumentar em 300% todos os pixels da imagem também aparecerão, deixando-a com visual desagradável e com baixa resolução. Quando se amplia uma imagem em bitmap os pixels aparecem Um objeto vetorial pode ser ampliado sem perda de qualidade 34 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta D es ig n Qual a melhor? O ideal é que o designer gráfico procure criar imagens em vetor sempre que possível, pois são mais fáceis de manipular. No entanto se for uma fotografia, então não haverá escolha, pois essas imagens são sempre bitmaps. Mas não tem problema se você sempre procurar trabalhar com o máximo de resolução para garantir a perfeita reprodutibilidade da imagem impressa nos diferentes sistemas de impressão. O que é color trap e para que serve? Depois dos filmes produzidos, as cores impressas precisam ser alinhadas (registradas) com precisão. Se as cores não estão alinhadas corretamente na página, espaços em branco podem aparecer entre as cores que estão jun- tas. Este problema é chamado de “fora de registro” e pode deixar o visual da impressão muito ruim. Isso acontece porque, dependendo do tipo de impres- sora, ou mesmo do tipo de processo de impressão, vários fatores (máquina, cilindros, camisas, material, entre outros) podem fazer com que as cores não se encaixem. Assim, para prevenir possíveis variações o operador experiente utilizará um recurso chamado de color trap. Por exemplo, o círculo cyan está registrado com o magenta de fundo. Daí separam-se os filmes/clichês em dois: um para o cyan e outro para o magenta. Porém, se não houver um recurso de trapping, qualquer variação mostrará o desencaixe. Original Filme/clichê do cian Filme/clichê do magenta Note na figura que, sem o trap, quando aparece a variação, cria-se uma área branca, e onde se aplicou o recurso de trap não há o círculo, embora haja a mesma variação. É claro que são necessários cuidados para utilizar o recurso, especialmente levando em consideração as cores. Variação sem trap Variação com trap Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 35 D esign Outra forma de se evitar (ou esconder a possível variação de registro) é quan- do em embalagens há mais de duas cores. Daí deve-se engrossar as linhas de contorno que esconderão o problema, caso ocorra na impressão (veja figura abaixo). O que e um arquivo em PDF/X? PDF/X é um subconjunto de especificações que é a sigla do inglês “Portable Document Format” (PDF) foi desenvolvido pelo comitê técnico de artes gráficas (Committee for Graphic Arts Technologies Standards - CGATS) e está sendo padronizado como norma internacional ISO pelo ISO/TC 130. O formato é baseado no PDF da empresa Adobe (a mesma que criou o Photoshop) e serve para envio/troca de documentos digitais com anotações ou não, de trabalhos prontos para a impressão inclusive com informações de cores, texto etc. O que é o PDF/X-1a? PDF/X-1a restringe o conteúdo em um original no formato PDF que não sirva diretamente à finalidade da saída de alta qualidade da produção da cópia para impressão, tal como anotações, ações de Java, e multimídia inseridos. O PDF/X-1a elimina também os erros mais comuns na preparação e envio digital das artes. De acordo com um estudo da GATF (Graphic Arts Technology Foundation) conduzido em janeiro 2002, os erros mais comuns em arquivos PDF eram os seguintes: • Fontes de textos não incluídas. • Erros de cores. • Perda de imagens. • Características de overprint e trapping. Já quando se prepara um documento em PDF/X-1a o arquivo garantirá que esses erros não aconteçam porque ao imprimir em PDF o software (Acrobat Distiller®) tem como padrão confirmar que: • Todas as fontes e imagens devem estar incluídas. • Todos os elementos são codificados como CMYK. • O arquivo também deve indicar os trappings. • Outros itens importantes. Linhas grossas ajudam a esconder o “fora de registro” D es ig n Arte digitalizada Foto da câmera digital Arte gerada no computador PROVAS Retoque e correção de cores Necessidades do cliente OK ? Corrigir OK ? Corrigir Lay-out do projeto Conceito do projeto OK ? Cria a prova final e a printer que será aprovada pelo cliente Informações para a separação de cores e demais informações Montagem do trabalho PROVAS OK ? Melhoria do projeto NÃOSIM SIM NÃO SIM PROVAS NÃO Retoque e correção de cores Arte digitalizada Foto da câmera digital Arte gerada no computador NÃO 36 –FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta DESIGN PRÉ-IMPRESSÃO WORKFLOW FLEXOGRAFIA D esign Fazer os filmes e clichês ou deixar os arquivos digitais prontos Montar os clichês Prova de clichês montados OK ? Ajustes de impressão OK ? Imprimir o serviço completo Aprovação do cliente NÃO SIM Correção da imagem OK ? PROVAS Preparação das tintas NÃO SIM Corrigir o problema SIM SIM NÃO Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 37 PRÉ-IMPRESSÃO IMPRESSÃO WORKFLOW FLEXOGRAFIA 38 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta D es ig n Quais são os itens de um checklist básico para orientar o trabalho do designer? Para evitar erros de projeto, o profissional de design pode seguir um checklist com diversas informações importantes. Preparei um com itens que devem ser lembrados. Alguns são considerados em capítulos específicos do livro. Outros você mesmo poderá colocar conforme as características do seu trabalho. Conforme vimos também, se você utilizar o PDF/X-1a terá seu trabalho facili- tado, pois ele conferirá todos os itens que são necessários para a reprodução gráfica de alta qualidade. GERAL Imprimir seu documento (arte) em sua própria impressora e olhar de longe se o resultado do layout é o que você está esperando. Se não for, voltar e refazer de forma que atinja o resultado que você quer e, principalmente, que seja legível. Salvar seu documento para futuras edições. Salvar em estágios diferentes e, claro, na versão final. Ler o texto e corrigir possíveis erros. Marque este item se você tiver tomado todos os cuidados solici- tados pelo seu cliente quando lhe encomendou esse trabalho. Você considerou o tipo de material em que será impresso o seu trabalho (papel, plástico, alumínio)? Tem certeza de que tudo o que usou no trabalho é apropriado para impressão em flexografia? LAYOUT Conferiu todas as medidas da embalagem incluindo o passo da foto-célula e os critérios para inserção de código de barras? Lembre-se: quando a impressão é em flexografia, o posicionamento do código de barras possui menor distorção no sentido longitudinal da impressão. Os elementos que serão “san- grados” quer dizer, cortados na borda da arte atravessam 5mm além da marca de corte? Nenhum elemento importante do projeto termina dentro de 5mm da borda da corte? CORES Todas as cores foram criadas ou convertidas como CMYK? Todas as cores juntas (CMYK) no total somam no máximo 270%. FONTES Todas as fontes estão presentes no documento? As fontes são legíveis e foram evitadas cursivas e serifadas? IMAGENS Todos os arquivos de imagens estão presentes. Todas as imagens foram salvas como TIFF? Nenhuma imagem foi salva como GIF ou JPEG para não permitir a degradação da cor ou resolução através da compressão? Nenhuma imagem ou ilustra- ção possui linhas finas menores que 0,25 pontos que são de difícil reprodução em flexografia? As imagens fotográficas foram salvas com pelo menos 300 dpi (dots per inch) no tamanho original? Ilustrações a traço (tipo bico de pena) foram escaneadas com reso- lução entre 800 e 1200 ppi (pixels per inch). Meios tons (imagens reticula- das) que foram escaneadas foram devidamente feitas de tal forma que não causem “moiré” no resultado final de impressão.CHECKLIST Capítulo 3 – Pré-impressão – 39 Neste capítulo você vai ver: • O que é a pré-impressão • Por que é importante • Quais equipamentos e softwares mais utilizados • Como escolher retículas, pontos, ângulos e lineatura para flexografia • Ganho de pontos e como controlar • Densitometria e distorção de clichês Capítulo 3 – Pré-impressão – 41 a reprodução gráfica é fundamental o uso de retículas. Toda imagem que possui variação tonal (observe a imagem abaixo) necessitará ser decomposta em pequenos pontos que chama- mos de retícula. Esses pontos variam em freqüência ou tama- nho, produzindo com isso uma imagem de graduação tonal. 3•Pré-impressão de flexografia 42 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta Pr é- im pr es sã o O que é pré-impressão? Costuma-se designar pré-impressão (prepress) todas as operações que são necessárias para a preparação da imagem, gravação dos clichês e verificação da qualidade do mesmo por meio de provas digitais ou analógicas. A pré-impressão serve para preparar todo o processo que envolve a confecção da imagem, filmes, provas digitais ou analógicas e clichês. No entanto, é mais comum que a pré-impressão seja entendida como sendo apenas a área que possui os computadores, scanners, imagesetter etc. Quais os equipamentos utilizados? Uma configuração típica de pré-impressão possui computadores (normalmen- te a preferência é pela linha Macintosh), Scanner, imagesetter e uma processa- dora de filmes. Imagesetter Avantra 44 Scanner Epson Perfection 4990 Photo Computador Apple Macitonsh G5 Capítulo 3 – Pré-impressão – 43 Pré-im pressão Quais os softwares utilizados na pré-impressão? São quatro os principais softwares para editoração eletrônica: 1) Editores de Textos (Microsoft Word, Word Perfect, Word pro), 2) Tratamento de ima- gens (Photoshop, PhotoPaint, etc), 3) Ilustrações (Corel Draw, Illustrator) e 4) Paginação (Art Pro, In Design, etc). Na prática os editores de textos são pre- teridos pelos softwares de paginação e o software da Esko-Graphics. Outro software utilizado especificamente para a flexografia é o FlexoCal que corrige os possíveis ganhos de pontos antes da gravação do clichê. Há, no entanto, sofwares especializados para a área de embalagens que facilitam a montagem do layout, corrigem ganho de pontos e preparam a imagem para dar saída, quer dizer, para cópia digital ou simplesmente para fazer os fotolitos. Softwares especialistas para correção de imagem em flexografia Softwares especialistas para correção de imagem em flexografia Como a imagem é preparada para ser impressa? Toda imagem necessita de uma prévia preparação de cores. No caso da ima- gem fotográfica é necessário reticulá-la, ou seja, decompô-la em milhões de elementos que chamamos de pontos de retícula. No caso de traços e linhas isso não é necessário. O que é retícula? São os milhões de elementos que compõem a imagem. A retícula é necessária para que possamos visualizar uma imagem fotográfica na impressão. São os pontos da retícula maiores e menores que dão a ilusão de áreas claras e escu- ras de uma imagem. Em áreas claras os pontos são menores. Em áreas escuras os pontos são maiores. Pontos de meio-tom (como também são chamadas as retículas) são normal- mente quantificados pela porcentagem da área que cobrem. Isto é necessário para permitir o depósito de diferentes quantidades de tinta que reproduzem as variações tonais da imagem original. Software da Esko-Graphics Imagens fotográficas possuem variações de tons 44 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta Pr é- im pr es sã o O olho humano, a certa distância, tem uma ilusão de variação de tonalidade, pois não pode perceber os milhões de elementos (pontos) que compões a retí- cula. Faça o seguinte teste com a figura abaixo: primeiro olhe de perto e depois a coloque a uns três metros de distância. Notou que à distância a imagem suaviza? Na realidade o olho humano tende a agrupar os pequenos pontos da retícula dando a ilusão de uma fotografia. O que é quadricromia? Uma imagem fotográfica colorida é decomposta em quatro cores básicas: Amarelo, magenta, cyan e preto. Daí o termo quadricromia. Quando se usam duas cores: bicromia; três cores: tricromia e assim por diante. Acima de quatro cores usa-se normalmente o termo policromia. Os pontos de retícula possuem formatos diferentes? Sim. Os pontos mais comuns em produtos impressos em geral são as retículas geométrica e estocástica e de ponto quadrado, redondo e elíptico. Qual o melhor tipo de ponto para flexografia? O melhor tipo de ponto para a flexografia é o redondo. A vantagem é que nasáreas de 50 % de imagem não há o encontro dos pontos e isso facilita a impres- são não permitindo o entupimento da retícula pela tinta. O mesmo não ocorre com pontos quadrados e elípticos cujos vértices se encontram prematuramente facilitando assim o entupimento da retícula. Capítulo 3 – Pré-impressão – 45 Pré-im pressão TIPO DE PONTO ILUSTRAÇÃO COMENTÁRIOS P o nt o Q ua d ra d o Constituída por pontos exata- mente quadrados. Esta forma de ponto oferece uma boa combinação de rendimento tonal e definição de deta- lhes, tendo a porcentagem do ponto facilmente determinada. Contudo, devido à união simul- tânea dos quatro vértices do ponto há um maior entupimen- to da retícula no clichê flexo. Deve-se evitar esse tipo de ponto na flexo. P o nt o E líp ti co Ponto de difícil reprodução visto que as elipses (cantos dos pontos) no sentido se tocam em baixas porcenta- gens. Isso cria um acúmulo de tinta entre os pontos que torna a impressão propensa a bor- rões e entupimento na impres- são. Não é recomendado para flexografia. P o nt o R ed o nd o Esta retícula compensa par- cialmente o acúmulo direcio- nal da tinta e o conseqüente aumento dos tons. Não ofere- ce riqueza de detalhes, mas é o ponto que melhor se adapta à flexografia, pois ameniza o problema de acúmulo de tinta entre os pontos de retícula durante a impressão. P o nt o g eo m ét ri co o u d e lin ha s Composto de linhas que aumentam ou diminuem a lar- gura. Em áreas claras, linhas mais finas. Em áreas mais escuras, linhas mais grossas. Utilizado por algumas empre- sas, este ponto dificulta a aná- lise visual da imagem e facilita o entupimento da retícula do clichê. Não é recomendado para flexografia. 46 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta Pr é- im pr es sã o O que é ângulo de retícula? Em processo que envolva duas ou mais cores sobrepostas de retículas é neces- sário que estas mantenham uma distância de pelo menos 30º uma da outra. Observe na imagem abaixo como cada cor se comporta. Caso não se respeite o ângulo, ocorrerá o “moiré” (lê-se moarê). Quais os melhores ângulos para flexografia? Diferente de outros processos de impressão, a flexografia utiliza ângulos pró- prios pesquisados para obter o melhor resultado de impressão. Assim uma típica seleção para flexografia é: Ângulos recomendados à flexografia Cyan – 7,5º / Preto – 37,5º / Magenta – 67,5º / Amarelo – 82,5º Angulação padrão do processo flexográfico Angulação padrão do processo offset Y = 82,5º M = 67,5º K = 37,5º C = 7,5º Y = 90º K = 75º M = 45º C = 15º 82,5º 7,5º 37,5º 67,5º Capítulo 3 – Pré-impressão – 47 Pré-im pressão O que é “Moiré”? O “moiré” é um efeito xadrez que ocorre na imagem quando os ângulos da retícula estão em menos de 30º. A única exceção é o amarelo que permite uma inclinação de 15º (por ser uma cor clara, o moiré não é perceptível). Existe alguma retícula que não provoque o “Moiré”? Existe sim. Chama-se retícula “estocástica” ou “FM Screen” (retícula de freqüên- cia modulada). Nesse caso o que varia na imagem não é o tamanho do ponto, mas sim a freqüência (quantidade) dos pontos. Em áreas escuras há maior concentração, em áreas claras menor concentração. O problema de seu uso na flexografia é que facilita o entupimento da retícula na impressão. Uma alter- nativa é o uso de retícula híbrida, quer dizer, em áreas de 3% à 10% utiliza-se estocástica. Acima disso, retícula convencional. Imagem sem moiré Imagem com moiré Retícula convencional Retícula estocástica 48 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta Pr é- im pr es sã o O que é lineatura? Pode-se definir lineatura como: “a quantidade de linhas de pontos existente em um centímetro ou polegada linear”. Existem retículas de diversas lineaturas e sua escolha dependerá do tipo de suporte a ser impresso (papel, papelão, plásticos, alumínio etc), e das caracte- rísticas de reprodução do processo em que serão confeccionados os clichês. Veja abaixo exemplos de utilização de lineaturas: 1 cm 80 l/cm: Apresenta riqueza de detalhes finos para trabalhos de reprodução artística em papel brilhante e liso. Aplicado aos processos de impressão offset e rotogravura. 60 l/cm: Apresenta também resultados bons nos detalhes e pode ser empregado em papel mais poroso. Para offset e roto. 48 a 52 l/cm: Alguns trabalhos em flexografia já são realizados nesta lineatura. Porém, exige bom controle do processo. 36 l/cm: Muito utilizado em flexografia, pois não entope a retícula com facilidade. Por outro lado perde muito nos detalhes da imagem. 25 l/cm: também é utilizado na flexografia para serviços grosseiros que não requerem qualidade. Capítulo 3 – Pré-impressão – 49 Pré-im pressão Em que influi a lineatura na reprodução da imagem? A lineatura é diretamente responsável pela definição da imagem. Lineaturas mais altas resultam em maior definição; lineaturas mais baixas têm menor defi- nição. No entanto é preciso ter cautela visto que na flexografia lineaturas mais altas podem significar maior entupimento e dificuldades de impressão. Dica Importante na escolha da lineatura: É possível fazer bons trabalhos de quadricromia com lineaturas mais baixas. A vantagem, nesse caso é o ganho de velocidade na impressão e poucas paradas de máquina para limpeza do clichê durante a operação. 0% 5% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Qual a melhor lineatura para flexografia? Isso depende do segmento, tipo de serviço, máquina, anilox e outros fatores. No entanto, há um parâmetro médio utilizado no mercado brasileiro, conforme segue: Papelão ondulado: 25 a 34 linhas/cm = lineaturas mais baixas para máquinas com menos recursos e lineaturas mais altas para máquinas mais sofisticadas. Banda Larga (Embalagens flexíveis): 36 a 42 linhas/cm. Banda Estreita (Etiquetas e rótulos): 46 a 60 linhas/cm. Geralmente utilizam-se lineaturas mais altas para impressão com tinta U.V. É evidente que esses parâmetros podem variar bastante conforme os recursos de máquinas, tintas, clichês etc. Que dizer da porcentagem de pontos? Porcentagem de pontos é a quantidade de área impressa em relação às áreas não impressas de uma imagem. A porcentagem varia entre 1% a 99% onde 100% é considerado um fundo chapado. 50 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta Pr é- im pr es sã o O que é “contraste de imagem”? O conceito de contraste é interessante, pois nem todos os profissionais da área se acostumaram a enxergar a imagem com variações tonais diferentes entre as áreas claras, médias e escuras de uma fotografia. Em linguagem simples podemos dizer que contraste é a diferença entre as áreas claras, médias e escuras de uma imagem. TIPO IMAGEM COMENTÁRIOS B ai xo C o nt ra st e O baixo contraste se caracteriza pelo “achatamento” da imagem, quer dizer, as áreas claras (míni- mas) subiram e as áreas escuras (máximas) baixaram. Esse proble- ma é comum nas imagens flexo. Geralmente no momento do retoque no arquivo digital, o operador tende a subir as mínimas, pois essas áreas são difíceis de gravar. C o nt ra st e no rm al No contraste ideal, as áreas claras, intermediárias e escuras estão equi- libradas permitindo a boa visualiza- ção da imagem com suas nuances depois de impressa. Naturalmente algumas imagens já são criadas com deficiências de contraste. Nesses casos é necessário observar o que o cliente final deseja. A lt o C o nt ra st e Quando o contraste é alto, as áreas de máxima ficam muito altas e as áreas de mínima (claras) ficam muito baixa. Acontece então o que na flexo chamamos de “furar” a imagem, quer dizer, não há pontos para imprimir. O resultado depois de impresso é desagradável à vista. Já nas áreas escuras os pontos se “juntam” e chapam. Em ambos os casos se per- dem os detalhes da imagem. Capítulo 3 – Pré-impressão – 51 Pré-im pressão O que é “ganho de pontos”? O ganho de pontos pode ser entendido como aumento
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