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UNIVERSIDADE LUEJI A´NKONDE Lunda-Norte Lunda-Sul Malange Faculdade de Economia Curso de Economia Título: PADRÃO DE LOCALIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS E ESPECIALIZAÇÃO DAS PROVÍNCIAS DE ANGOLA, A PARTIR DO EMPREGO FORMAL. Autores: Jó Nelson Monteiro Cláudio Corage Dundo, 2018 UNIVERSIDADE LUEJI A´NKONDE Lunda-Norte Lunda-Sul Malange Faculdade de Economia Curso de Economia Título: PADRÃO DE LOCALIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS E ESPECIALIZAÇÃO DAS PROVÍNCIAS DE ANGOLA, A PARTIR DO EMPREGO FORMAL. Trabalho de Fim de Curso para a obtenção do título de Licenciado em Economia. Autores: Jó Nelson Monteiro Cláudio Corage Orientador: Dr. Adriano João Neto Dundo, 2018 "É preciso sentir a necessidade da experiência, da observação, ou seja, a necessidade de sair de nós próprios para aceder à escola das coisas, se as queremos conhecer e compreender". Émile Durkheim i DEDICATÓRIA A presente monografia é dedicada especialmente as nossas famílias, colegas, amigos, professores e a todos que directa ou indirectamente ajudaram-nos neste percurso académico. ii AGRADECIMENTOS À Deus por nos dar saúde e força para superar as dificuldades, pois sem Ele nós não teríamos forças para essa longa jornada, porque Ele permitiu que tudo isso acontecesse, ao longo das nossas vidas. É o maior Mestre que alguém pode conhecer. A Universidade Lueji A´Nkonde, e à Faculdade de Economia pela oportunidade que nos concederam em frequentar o curso de Economia. Ao Professor Adriano João Neto, pela orientação, apoio e confiança, na elaboração desta monografia e à todos os Professores por nos proporcionarem o conhecimento, não apenas racional, mas como também a manifestação do carácter e afectividade da educação. Aos nossos pais, irmãos, esposas, filhos e à toda nossa família, pela educação e por tudo que colocaram a nossa disposição para que a presente monografia se tornasse uma realidade. Aos nossos amigos e colegas, pelo incentivo e pelo apoio constante e à todos que directa ou indirectamente fizeram parte da nossa formação, o nosso muito obrigado. iii LISTA DE ABREVIATURAS INE – Instituto Nacional de Estatística EUA – Estados Unidos de América iv LISTA DE QUADRO Quadro nº 2.1: Matriz de informação.................................................................30 v LISTA DE TABELAS Tabela nº 3.1: Análise de dados sobre a população empregada, segundo actividade económica principal por província......................................................................36 Tabela nº 3.2: Análise do quociente de localização.............................................38 Tabela nº 3.3: Análise do coeficiente de associação geográfica das actividades da economia de Angola em 2014.............................................................................40 vi LISTA DE GRÁFICOS Gráfico nº 3.1: Análise do coeficiente de localização para cada actividade económica de Angola em 2014...........................................................................39 Gráfico nº 3.2: Análise do índice de Hirschman-Herfindahl das actividades económicas de Angola em 2014.........................................................................41 Gráfico nº 3.3: Análise do índice de entropia das actividades económicas de Angola em 2014..................................................................................................42 Gráfico nº 3.4: Análise do índice de entropia normalizado das actividades económicas de Angola em 2014.........................................................................43 Gráfico nº 3.5: Análise do coeficiente de especialização das províncias de Angola em 2014...............................................................................................................44 Gráfico nº 3.6: Análise do índice bruto de diversificação de Roger...................45 Gráfico nº 3.7: Análise do índice entropia de especialização...............................46 Gráfico nº 3.8: Índice de entropia normalizado de especialização.......................47 vii RESUMO Esta monografia analisa o padrão de localização das actividades económicas e a especialização das dezoito províncias de Angola no ano 2014, a partir do emprego formal. Para isso, utilizou-se o método de análise regional através das medidas de localização e especialização. Os resultados apontam que, não houve um padrão de concentração de nenhuma actividade económica em Angola no período analisado, e não houve especialização de nenhuma província de Angola no referido período. E o coeficiente de associação geográfica mostra que a actividade industrial, construção, comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos, transporte, armazenagem e comunicação, actividades administrativas e dos serviços de apoio, administração pública e defesa, segurança social obrigatória e a educação apresentam associações significativas entre si, e as actividades da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, e as actividades não declaradas, não apresentam associações significativas com outras actividades económicas. Palavras-chave: Localização; Especialização; Actividades económicas; Emprego formal. viii ABSTRACT This monograph analyzes the pattern of location of economic activities and specialization in the eighteen provinces of Angola in the year 2014 from formal employment. For this, the method of regional analysis was used through the measures of localization and specialization. The results indicated that there was no pattern of concentration of any economic activity in Angola during the analyzed period, and there was no specialization of any province of Angolan in that period. And the coefficient of geographical association shows that industrial activity, construction, wholesale and retail trade, repair of motor vehicles and motorcycles, transport, storage and communication, administrative activities and support services, public administration and defense, compulsory social security and education have significant associations with each other, and the activities of agriculture, animal production, hunting, forestry and fishing, and undeclared activities, do not show significant associations with other economic activities. Keywords: Location; Specialization; Economic activities; Formal employment. ÍNDICE DEDICATÓRIA ..................................................................................................... i AGRADECIMENTOS .......................................................................................... ii LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................ iii LISTA DE QUADRO .......................................................................................... iv LISTA DE TABELAS .......................................................................................... v LISTA DE GRÁFICOS ....................................................................................... vi RESUMO ............................................................................................................ vii ABSTRACT .......................................................................................................viii INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1 Formulação do problema científico ...................................................................... 2 Hipótese ................................................................................................................. 2 Justificação da pesquisa ........................................................................................ 2 Objectivos .............................................................................................................. 3 Objectivo geral ................................................................................................... 3 Objectivos específicos ........................................................................................ 3 Delimitação da pesquisa ........................................................................................ 3 Constrangimentos .................................................................................................. 4 Estrutura do trabalho ............................................................................................. 4 CAPÍTULO 1- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................... 6 1.1- Estudo da Economia Regional .................................................. 6 1.2- Definição da Economia Regional ........................................... 11 1.3- Indicadores de localização ...................................................... 13 1.3.1- Quociente de localização (QLik) ................................... 13 1.3.2- Coeficiente de localização (CLK) ................................. 15 1.3.3- Coeficiente de associação geográfica ( Cagik) .............. 17 1.3.4 – Índice de Hirschman-Herfindahl (HHk) ...................... 18 1.3.5 – Índice de entropia (Ek) ................................................ 19 1.3.6- Coeficiente de redistribuição sectorial ( CRk) .............. 20 1.4- Indicadores de especialização ............................................... 21 1.4.1- Quociente de especialização (QEik) .............................. 21 1.4.2- Coeficiente de especialização (CEi) ............................. 22 1.4.3- Índice bruto de diversificação de Rogers (IBDRi) ....... 23 1.4.4- Índice de entropia de especialização ( Ei ) .................... 25 1.4.5- Coeficiente de reestruturação (Cri) ............................... 26 CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO ................................ 28 2.1 - População, amostra e variáveis .............................................. 28 2.2 - Fontes dos dados e tipos de abordagens ................................ 28 2.3 - Procedimentos metodológicos ............................................... 29 2.3.1 - Técnicas de Análise utilizadas ..................................... 30 2.3.2 - Níveis metodológicos utilizados ................................. 31 2.4 - Fase de análise de dados, apresentação e interpretação dos resultados, conclusões e recomendações. ........................................................ 33 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE DE DADOS, APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ........................................................ 34 3.1 - Análise de dados sobre a população empregada, segundo actividade económica principal por província ................................................ 34 3.2 - Quociente de localização (QLik) ............................................ 37 3.3 - Coeficiente de localização (CLk) ........................................... 39 3.4 - Coeficiente de associação geográfica (Cagik) ........................ 40 3.5 - Índice de Hirschman-Herfindahl (HHk) ................................ 41 3.6 - Índice de entropia (Ek) ........................................................... 42 3.7 - Índice de entropia normalizado (E´K) .................................... 43 3.8 - Coeficiente de especialização (CEi) ..................................... 44 3.9 - Índice bruto de diversificação de Rogers (IBDRi) ............... 45 3.10 - Índice de entropia de especialização (Ei) ........................... 46 3.11 - Índice de entropia normalizado de especialização ( E´i) .... 47 CONCLUSÕES ................................................................................................... 48 RECOMENDAÇÕES ......................................................................................... 49 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 50 1 INTRODUÇÃO Tendo em conta os dados apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística com sigla INE (2016), sobre a distribuição das actividades económicas por províncias de acordo com a população empregada, o emprego na manufactura tem estado sempre a subir desde 2004, sendo um facto absolutamente extraordinário para qualquer economia. Entre 2002 e 2016, segundo o relatório INE (2016), o emprego nas indústrias transformadoras do país aumentou 144,4%, uma variação média anual de 7,7%, sendo que neste sector, em 2014 a província de Luanda com 47.365 empregos, representando assim o maior número de empregos. Outro facto extraordinário relaciona-se com as actividades de Geologia e Minas (onde está a extracção de diamantes), cujo volume de emprego em 2016 foi de 86.127 trabalhadores, cuja comparação com 2014 proporciona uma variação percentual de 165,1% equivalente a uma cadência média anual de 8,5% e uma possibilidade de duplicação até 2024. Mas o caso mais verdadeiramente excepcional respeita à energia e água, cujo volume total de emprego em 2016 foi de 206.418 trabalhadores, equivalente a uma variação percentual, desde 2014, de 2.522,5% (uma estonteante taxa média anual de 31,3% e uma possibilidade de duplicação já em 2019). Estes factos suscitaram o interesse em analisar o padrão de localização das actividades económicas e especialização das dezoito províncias de Angola a partir do emprego formal, uma vez que a estratégia de desenvolvimento que busque reduzir as desigualdades territoriais precisa estimular as actividades económicas de uma região. Logo, dadas as elevadas desigualdades e especificidades regionais, essa estratégia necessita de uma base de conhecimento das características de uma região, de sua estrutura produtiva, das tendências evolutivas e de suas especialidades (Silva e Andraz, 2004). Esta análise foi feita através da utilização de medidas de localização das actividades económicas e especialização regional. Essas medidas são úteis para o conhecimento dos padrões do crescimento económico das diferentes províncias de Angola. 2 Formulação do problema científico De acordo com Haddad (1989), a teoria económica regional fornece elementos analíticos básicos para orientar o estudo das questões regionais. Os estudos regionais desenvolveram diversas técnicas de análise das características regionais, e algumas delas são os métodos de análise regional. Dentro do conjunto dos métodos de análise regional se encontram os indicadores ou medidas de localização e especialização, que servem para identificar padrões de comportamento das actividades produtivas no espaço económico, bem como padrõesdiferenciais de estruturas produtivas entre as várias regiões. No entanto, são de natureza descritiva e de escopo um tanto quanto limitado, embora se justifiquem em estudos de carácter exploratório. Partindo deste contexto, o problema da pesquisa é: qual é o padrão de localização das actividades económicas e especialização das províncias de Angola, a partir do emprego formal? Hipótese Tendo em conta a questão de partida, pode-se afirmar que há um padrão de dispersão das actividades económicas e diversificação das dezoito províncias de Angola, a partir do emprego formal. Justificação da pesquisa A realização desta pesquisa justifica-se por permitir um conhecimento mais abrangente das características de localização das actividades económicas e especialização das províncias de Angola, a partir do emprego formal. Um estudo abrangente fornece base para um aprofundamento em determinada actividade de interesse. Além disso, o estudo permite uma análise mais recente sobre esses 3 indicadores, possibilitando uma visão mais actualizada dessas características locacionais. Objectivos Objectivo geral: No âmbito desta investigação e tendo em conta ao problema idendificado, objectivo principal desta monografia consiste em avaliar o padrão de localização das actividades económicas e especialização das dezoito (18) províncias de Angola, a partir do emprego formal. Objectivos específicos: Definir o conceito de Economia Regional; Definir os conceitos de indicadores de localização das actividades económicas e especialização regional; Apresentar a distribuição das actividades económicas por províncias de acordo população empregada; Apresentar e interpretar os resultados determinados pelos indicadores de localização das actividades económicas e especialização das províncias de Angola, a partir do emprego formal. Delimitação da pesquisa A presente monografia cinge-se em avaliar o padrão de localização das actividades económicas e especialização das dezoito (18) províncias de Angola, a partir do emprego formal no ano de 2014. 4 Constrangimentos Optou-se pela escolha da variável emprego formal por actividades económicas e por províncias devido a dificuldade em colectar os dados referentes ao valor adicionado e do valor da produção sectorial para o período em referência. Além disso, ao utilizar como variável a mão-de-obra sectorial, pressupõe-se que os sectores mais dinâmicos empregam mais mão-de-obra no decorrer do tempo. Apesar dessa restrição, a variável emprego ou mão-de-obra ocupada ainda demanda menos ajustes, principalmente de actualização monetária, se comparada com as outras. Por outro lado, a ocupação da mão-de-obra reflete-se na geração e distribuição da renda regional, o que estimula o consumo e, consequentemente, a dinâmica da província. A utilização única do período 2014, deve-se ao facto de se ter dificuldades em obter dados sobre a distribuição do número da população empregada, por actividades económicas e por províncias de Angola em outros períodos. Estrutura do trabalho Para além da introdução, conclusões e recomendações, esta monografia compreende três capítulos. O primeiro capítulo trata da Fundamentação Teórica. Nele começa-se por apresentar o estudo de Economia Regional. Em seguida define-se o conceito Economia Regional e, finalmente apresenta-se os indicadores de localização e especialização. O segundo capítulo se refere à Metodologia de Investigação. Nele, define-se a população, amostra e as variáveis. Fontes dos dados e tipos de abordagens utilizada para a elaboração deste trabalho, os procedimentos metodológicos, as técnicas de análise utilizadas, os níveis metodológicos e a fase de apresentação e interpretação dos resultados, conclusões e recomendações. 5 O terceiro capítulo trata da Análise de dados, Apresentação e Interpretação dos Resultados. Nele, consta a análise de dados referentes às variáveis consideradas nesta monografia mediante a determinação dos indicadores de localização das actividades económicas e especialização regional. 6 CAPÍTULO 1- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo, vamos abordar o estudo de Economia Regional, definir Economia Regional, os métodos de análise regional, os indicadores de localização (quociente de localização, coeficiente de localização, coeficiente de associação geográfica, índice de Hirschman-Herfindahl, índice de entropia, índice de entropia normalizado e coeficiente de redistribuição sectorial) e os indicadores de especialização (quociente de especialização, coeficiente de especialização, índice bruto de diversificação de Rogers, índice de entropia de especialização, índice de entropia normalizado de especialização e coeficiente de reestruturação). 1.1- Estudo da Economia Regional Souza (1981) destaca que o elemento espaço não aparecia na análise económica regional tradicional e não havia motivos para estudos espaciais devido a alguns factores, seguidamente mencionados: As análises se fundamentavam em um mundo estático e sem dimensões, em que o factor tempo é a variável essencial; Estava em voga a suposição da perfeita mobilidade dos factores de produção, dos bens e serviços e das pessoas, a qual conduzia ao equilíbrio e à inexistência de desigualdades regionais; As políticas económicas dos governos centrais estavam concentradas nos grandes problemas nacionais, como o pleno emprego e a inflação; e As indústrias tinham sua localização imposta pela localização das fontes de matérias-primas. Segundo Almeida (2013), a partir dos anos 40-50, os estudos relativos ao desenvolvimento regional começaram a ganhar força e a se afirmar como campo de conhecimento específico. Alguns factores contribuíram para isso, dentre eles (Almeida, 2013): 7 A crise de 1929; O destaque atribuído ao problema da desigualdade socioeconómica entre países e regiões; A localização das firmas ficou mais orientada ao mercado consumidor, ou, em certos casos, em pontos intermediários; A existência de custos de transporte significativo; A industrialização e a urbanização das regiões ocorreram de maneira desigual no espaço; e O crescimento explosivo das cidades e das migrações rurais/urbanas. Esses acontecimentos fizeram cair por terra o postulado neoclássico do equilíbrio geral dos mercados e demonstraram que o desenvolvimento não se espalhava espontaneamente de uma região para a outra, como vinha defendido a teoria económica (Souza, 1981; Almeida, 2013). De acordo com Cavalcante (2007), a retomada do interesse pelas questões associadas à Economia Regional no período recente tem contribuído para um crescente esforço de formalização de modelos préexistentes. Para o referido autor, até o ano de 1970 a produção teórica relacionada à Economia Regional estava assentada sobre duas grandes correntes, teorias clássicas de localização e teorias de desenvolvimeto regional com ênfase nos factores de aglomeração. A corrente das teorias clássicas de localização é um conjunto de trabalhos que evoluiu de Von Thünen (1826) a Isard (1956). Buscava definir as questões que afectavam a decisão de localização dos agentes económicos e as decisões de localização do ponto de vista da firma que, levando em conta o custo de transporte, procurava determinar a sua localização óptima (Cavalcante, 2007; Monasterio e Cavalcante, 2011; Almeida, 2013). A segunda corrente, chamada de teorias de desenvolvimento regional com ênfase nos factores de aglomeração, passou a destacar algum tipo de mecanismo dinâmico de externalidades provenientes da aglomeração industrial. Marshall foi 8 o primeiro autor a ter explicado a aglomeração de actividades como um factor de localização de novas actividades. Nesse grupo também estão Perroux(1955), Myrdal (1957) e Hirschman (1958). A ideia desses autores influenciou as políticas baseadas no conceito de aglomeração e foi extensivamente usada em diversos países, especificamente naqueles mercados marcados por níveis de desigualdades regionais (Cavalcante, 2007; Monasterio e Cavalcante, 2011). A partir da década de 1970, inicia-se a incorporação de modelos e abordagens que pudessem dar conta dos novos padrões de acumulação baseados na automação integrada flexível e dos movimentos de aberturas comerciais e desregulamentação económica. Essa nova modelagem ficou sendo chamada de produção recente em desenvolvimento regional. As abordagens mais recentes procuram tratar as relações entre empresas considerando não apenas as relações puramente mercantis, mas também aquelas sociais e tecnológicas que se estabelecem entre empresas (Cavalcante, 2007). Segundo Cavalcante (2007), dentro da nova modelagem também foram identificadas duas correntes de pensamento, de um lado a corrente que emprega métodos menos formais e que procura, de alguma maneira, incorporar os fenómenos de reestruturação produtiva e aceleração da divisão internacional e de outro lado, a corrente ligado à chamada “nova geografia económica”, que busca abordar os conceitos de aglomeração e custos de transportes através de modelos matemáticos. Dentro da primeira corrente do grupo da produção recente, estavam Storper, Amaral Filho e Boisier, a partir dos quais se difundiram os conceitos de distritos industriais e cluster. Na segunda corrente, estavam autores como Krugman, Fujita e Venables, que desenvolveram modelos como o efeito de mercado interno e centro-periferia. 9 Segundo Filho (2001) e Almeida (2013), a Economia Regional, ao longo dos anos 80, passou por uma nova transição conceitual. Alguns factores contribuíram para isso: O esgotamento do modelo fordista de produção, no final dos anos 70; O grande dinamismo económico verificado em regiões da Europa que vinham adoptando uma política pública regional inovadora em relação às pequenas e médias empresas; A crise e o declínio de muitas regiões tradicionalmente industriais; A emergência de regiões portadoras de novos paradigmas industriais; e fenômeno associado à globalização e à abertura das economias nacionais. Todos esses factores contribuíram, dentro da produção recente em desenvolvimento regional, para o desenvolvimento endógeno, local ou de dentro para fora, cuja base conceitual foi de Romer e Lucas. Segundo Almeida (2013), esses factos chamaram a atenção dos estudiosos da área e suscitaram novas interpretações sobre estratégias de desenvolvimento regional. Ideias endogenistas começaram então a ganhar força e os factores socioculturais, bem como os autores locais e as aptidões naturais e potenciais, passaram a ser mais valorizados. Para Barquero (2002), localidades e territórios dispõem de recursos económicos, humanos, institucionais e culturais, bem como de economias de escala não aproveitadas, que formam seu potencial de desenvolvimento, e essa é a base da teoria do desenvolvimento local. Essa teoria preconizava que não existia um modelo único de desenvolvimento que serviria para todas as regiões. Na verdade, dadas as particularidades, limitações e aptidões das regiões, a nova teoria propunha a identificação das características 10 individuais do local para, baseada nesse conhecimento, definir qual a melhor política de desenvolvimento a ser implementada (Almeida, 2013). Nesse processo, os agentes locais têm um papel activo na transformação local e no seu desenvolvimento, bem como as pequenas e médias empresas, que, ao se instalarem em regiões, possibilitam o desenvolvimento regional, no sentido de buscar melhores perspectivas de crescimento económico, aprimoramento técnico, redução de custos, geração de emprego e renda. Assim, as pequenas e médias empresas melhoram suas chances de competir e obter vantagens no mercado regional/nacional que antes só estavam ao alcance das grandes empresas (Campos; Callefi e Souza, 2005). O ponto comum das correntes da produção recente era que o desenvolvimento passava a ser estruturado a partir dos próprios autores locais, e não mais por meio do planeamento centralizado ou das forças puras do mercado e que podia ser definido como um modelo endógeno construído “de baixo para cima”. O desenvolvimento regional endógeno usou como estratégias de desenvolvimento conceitos de distrito industrial, milieu innovateur (ambiente inovador), e o cluster (Filho, 2001). Almeida (2013) afirma que, pode-se inferir que no início dos anos 90, houve uma inversão de paradigmas dentro do campo teórico da Economia Regional. O modelo de cima para baixo, que vê na industrialização e na acção centralizadora do Estado a força motriz do processo de desenvolvimento, é substituído pelo modelo de baixo para cima, segundo o qual as políticas e estratégias de desenvolvimento regional devem partir das potencialidades socioeconómicas originais da região e contar com a participação dos autores locais ao invés de serem conduzidas, formuladas e implementadas exclusivamente por um poder central. Ao longo de todas as mudanças conceituais e de paradigmas da ciência regional, sempre se utilizou de métodos e análises para tentar captar as características e 11 padrões das economias. Esses métodos são chamados de métodos de análise regional e compõem-se, dentre outros, das medidas de localização e especialização. De acordo com Suzigan (2003) a elaboração de indicadores ou medidas de concentração (localização) e especialização regional de actividades económicas tem sido um importante objecto de estudo, desde os trabalhos dos pioneiros da Economia Regional. Estes indicadores permitem verificar a distribuição espacial, identificar especializações regionais e mapear movimentos de deslocamento regional das actividades económicas, sejam decorrentes de processos de concentração ou de descentralização económica. Neste sentido, estes indicadores tornaram-se bastante difundidos nos estudos e análises da Economia Regional. No período recente, com interesse despertado pelo debate sobre a aglomeração de empresas e a formação de sistemas locais de produção e de inovação, estes indicadores passaram a ser utilizados também com o objectivo específico de identificação e delimitação destes sistemas. A partir da evolução da ciência regional e das mudanças de paradigmas, entram em cena os métodos de análises regional, objectos principais do estudo desta monografia. 1.2- Definição da Economia Regional Um dos campos de estudo da Economia Regional é a preocupação de saber a localização de determinada actividade económica em relação a outras actividades económicas, destacando aspectos como proximidade e ou concentração (Isard, 1960). A Economia Regional desenvolveu-se mais voltada para a inter-relação de agentes e factores dentro de uma determinada região, com o objectivo de avaliar todas as características dessa região. 12 De acordo com Isard (1960) a Economia Regional pode ser dividida em duas abordagens, que são nomeadamente locacional e regional. A abordagem locacional está relacionada às decisões dos agentes económicos sobre a localização de uma unidade económica, visando a eficiência económica. É uma abordagem com tendência microeconómica. A abordagem regional trata de agrupamentos ou aglomerações das actividades económica, sociais, políticas e administrativas inter-relacionadas e próximas, dentro das áreas geográficas. É uma abordagem com um viés da macroeconomia. Dubey (1977), define a Economia Regional como sendo o estudo da diferenciação espacial, e inter-relação de áreas em um universo onde os recursos estão distribuídos desigualmente e são imperfeitamente movéis, o que cria problemas sociais. A Economia Regional é um ramo da economiaque estuda as relações que se estabelecem entre os agentes económicos atendendo ao espaço em que se encontram e como esse espaço afecta a forma como se relacionam (geral@knoow.net, 2017). A Economia Regional é o ramo da economia que se dedica a estudar as disparidades e o desenvolvimento entre determinadas regiões. O estudo da Economia Regional está ligado a vários outros ramos da Economia, dependendo da região estudada (Wikipedia, 2018). Segundo Guimarães (1970), a importância de estudos em Economia Regional está ligada às necessidades de aprendizado das especificidades das regiões e à necessidade de aprendê-las enquanto bases produtivas ou dinâmicas. A negação desses estudos, por sua vez, é tanto mais forte quanto menor a visibilidade e menos justificável a existência dessa unidade e sua respectiva importância social e, particularmente, económica. Sendo assim, tal ciência tem como tarefa principal uma definição de região e regionalização. mailto:geral@knoow.net https://pt.wikipedia.org/wiki/Economia 13 1.3- Indicadores de localização De acordo com Haddad (1989), os indicadores de localização referem-se o quão concentrados estão os sectores . Este autor divide os métodos de análise regional em medidas de localização e especialização. As medidas de localização compõem os seguintes indicadores: quociente de localização, coeficiente de localização, coeficiente de associação geográfica, índice de Hirschman-Herfindahl, índice de entropia, índice de entropia normalizado e coeficiente de redistribuição sectorial. Estes são de natureza sectorial e focam na localização das actividades entre as regiões, procurando identificar padrões de concentração ou dispersão espacial da variável base escolhida. As medidas de especialização são formadas pelo: quociente de especialização, coeficiente de especialização, índice bruto de diversificação de Rogers, indice de entropia de especialização, índice de entropia de especialização normalizado e coeficiente de reestruturação, e se concentram na análise da estrutura produtiva de cada região visando investigar o grau de especialização e o processo de diversificação das economias regionais. 1.3.1- Quociente de localização (QLik) Este indicador de localização, tem sido muito empregado em estudos de Economia e desenvolvimento regional. Foi desenvolvido por Hildebrand e Mace na década de 1950. Usaram primeiramente, em seu estudo, os Estados Unidos de América (EUA) como referência (nação) e os 12 estados como objecto (regiões), depois os 11 estados ocidentais dos EUA como referência e os municípios (Califória Meridional e Los Angeles) como objecto, e, finalmente, a Califórnia Meridional como referência e os municípios de Los Angeles como objecto. Conseguiram analisar a extensão do mercado para cada produto de exportação dessas regiões (North, 1977). 14 Para Filho, Fagundes e Schumacher (2011), o quociente de localização é uma medida de especialização regional relativa que tem por objectivo comparar determinadas actividades particulares a partir de um agregado básico. Segundo Vidigal, Campos e Rocha (2009), trata-se de um índice utilizado para determinar o grau de especialização de uma região ou município em uma actividade específica. De acordo com Haddad (1989), o QLik compara a participação percentual da variável base de uma região em um sector particular com a participação percentual da mesma região no total do emprego nacional ou da província. Nesta monografia, o quociente de localização indicará a localização e a importância do emprego em uma actividade económica de todas as províncias de Angola, com a participação de todas as actividades económicas no total do país. De acordo com Haddad (1989), o quociente de localização é obtido por meio da equação: QLik = Xik Xk ⋅ X Xi , QLik ≥ 0 (1) em que: XiK representa o número de emprego no sector de actividade (k) da província (i); Xk representa o número de emprego no sector de actividade (k) de todas as províncias; Xi indica o número de emprego em todas as actividades da província (i); X indica o número de emprego em todas as actividades de todas as províncias. De acordo com North (1977) apud Hildebrand e Mace (1950), o quociente de localização é uma fracção em que o numerador representa o emprego de uma dada actividade em uma região relativa ao total do emprego de todas as actividades da 15 região, e o denominador representa o emprego de uma dada actividade do país relativo ao total do emprego das actividades do país. Para Vidigal, Campos e Rocha (2009), interpreta-se o quociente de localização da seguinte forma: QLik = 1, a localização da província i na actividade k é idêntica à localização na unidade territórial de referência nessa actividade; QLik < 1, a localização da província i na actividade k é inferior à localização na unidade territórial de referência nessa actividade; QLik > 1, a localização da província i na actividade k é superior à localização na unidade territórial de referência nessa actividade. Segundo Suzigan (2009), a verificação de um quociente de localização elevado em determinada actividade económica numa região (ou município, ou país) indica a localização da estrutura de produção local naquela actividade económica. Da mesma forma, Lima (2006) afirma que se o quociente de localização for superior a 1 demonstrará a importância do país no contexto regional em relação a actividade, ou seja, o país é relativamente mais importante em termos da actividade em questão do que em termos gerais de todas as actividades. 1.3.2- Coeficiente de localização (CLK) De acordo com Costa, Dentinho e Nijkamp (2011), o coeficiente de localização da actividade económica k (CLk) indica o grau de semelhança ou de desvio entre o padrão de localização dessa actividade e o padrão de localização do agregado de referência. Obtém-se, dessa forma, uma medida da proximidade ou da divergência dos dois padrões de localização, a qual permite avaliar o nível de concentração relativa de uma dada actividade no espaço em análise. Mede o grau de desvio da repartição espacial da actividade k relativamente à repartição espacial do agregado de referência, pelo que quanto mais elevado for o valor do coeficiente 16 de localização, tanto mais a actividade k evidencia um padrão de localização específico e, nesse sentido, diz-se que está relativamente concentrado. O coeficiente de localização é uma medida relativa e sintética de localização, sendo definido para uma dada actividade k e tendo em conta o conjunto das unidades territoriais retidas na análise. Obtém-se a partir do cálculo da semi-soma do módulo dos desvios entre a distribuição espacial da actividade k e a distribuição espacial do agregado de referência. O coeficiente de localização (CLk) é medido pela equação (Costa, 2011): CLk = 1 2 ∑ | Xik Xk − Xi X | (2) I i=1 com CLk ∈ [0,1[ Os limites de variação do coeficiente de localização situam-se entre zero e um. O coeficiente de localização é interpretado como segue: CLk = 0, ocorre quando o padrão de localização da actividade k é exactamente igual ao do modelo de referência, o que indica que a actividade k não evidencia qualquer padrão de localização específico em relação ao modelo de referência e, nesse sentido, existe ausência de concentração relativa desta actividade no espaço em análise. O que significa, que a actividade k está distribuído regionalmente da mesma forma que o conjunto de todas as actividades. CLk = 1, ocorre, por exemplo, quando a actividade em questão se encontra localizada numa única unidade territorial a qual possui uma expressão reduzida no agregado de referência. 17 Em suma, quanto mais elevado o valor do coeficiente de localização, tanto mais o padrão de distribuiçãoespacial da actividade k se afasta do conjunto das actividades e, nesse sentido, a actividade k está relativamente concentrada no espaço. Isto quer dizer que, a actividade k apresenta um padrão de concentração regional mais intenso do que o conjunto de todas as actividades. Assim, os resultados mais próximos a zero demonstram uma dispersão significativa das actividades económicas. Ao contrário, os valores próximos a um demonstram uma concentração significativa. É bastante utilizado para fazer comparações de concentrações entre regiões nas actividades. Haverá que ter presente que se trata de uma medida de concentração relativa, pelo que não se pode retirar de um valor elevado do coeficiente de localização a ideia de que a actividade em análise se encontra presente apenas em algumas unidades espaciais ou, de um valor baixo do coeficiente de localização, a ideia de que essa actividade se encontra dispersa no território. Note-se que o valor do coeficiente de localização virá atenuado se as unidades espaciais que têm maior peso na actividade k tiverem, uma grande importância relativa no espaço de referência. Conjugando análise do coeficiente de localização de uma actividade k com a do quociente de localização podemos, a partir do primeiro, obter indicações sobre o seu nível de concentração relativa em termos globais e, a partir do segundo, identificar os seus pólos de localização relativa. 1.3.3- Coeficiente de associação geográfica ( Cagik) De acordo com Furtado (1963), o coeficiente de associação geográfica mostra a associação geográfica entre duas actividades (K e L), comparando as distribuições percentuais da mão-de-obra entre as províncias. O coeficiente de associação geográfica é determinado através da seguinte expressão: 18 Cagik = 1 2 ∑ | Sector K Sector L ( Xik Xi ) − ( Xik Xi ) | (3) I i=1 O coeficiente de associação geográfica (Cagik) é interpretado como segue, segundo Furtado (1987) : Se 0 ≤ Cagik ≤ 0,34 há associação significativa; Se 0,35 ≤ Cagik ≤ 0,68 há associação média; Se 0,69 ≤ Cagik ≥ 1,04 há fraca associação. 1.3.4 – Índice de Hirschman-Herfindahl (HHk) De acordo com Mccann (2001), o índice de Hirschman-Herfindahl (HHk) indica o quanto a actividade económica está concetrado especialmente. Ele é bastante semelhante ao coeficiente de localização, mas os afastamento das regiões em relação à estrutura produtiva do país são elevados ao quadrado. Dessa forma, o índice de Hirschman-Herfindahl, que varia entre 1/K e 2, é mais sensível a tais afastamento do que o coeficiente de localização. O índice de Hirschman- Herfindahl é calculado a partir da agregação, para o conjunto das unidades territoriais consideradas na análise, do quadrado do contributo de cada unidade territorial i para a actividade k. O seu limite inferior, que depende de número total de unidades territoriais consideradas na análise, corresponde a uma situação de concentração espacial miníma da actividade, isto é, a actividade encontra-se igualmente distribuído pelo conjunto das I unidades territoriais consideradas. O limite superior do índice corresponde à situação de máxima concentração espacial, a qual se obtém quando a actividade k está presente numa única das I unidades territoriais em estudo. 19 Observa-se que, ao elevar ao quadrado o contributo de cada unidade territorial i para a actividade k, se associa a cada unidade territorial uma ponderação (xik/xk) que corresponde ao seu peso relativo na actividade em questão. O índice de Hirschman-Herfindahl (HHk) é determinado através da seguinte expressão: HHk = ∑ ( Xik Xk ) 2 I i=1 , IHHk ∈ [ 1 𝐼 , 1] (4) 1.3.5 – Índice de entropia (Ek) De acordo com Costa, Dentinho e Nijkamp (2011), o índice de entropia é determinado através da seguinte expressão: Ek = − ∑ ( Xik Xk ) log ( Xik Xk ) , 𝐸𝑘 ∈ [0, 𝑙𝑜𝑔𝐼] I i=1 (5) Na medida em que a actividade k pode não estar presente em determindas unidades territoriais, se Xik Xk = 0 tem-se, por convenção que Xik Xk 𝑙𝑜𝑔 ( Xik Xk ) = 0. O limite inferior do intervalo de variação do índice ocorre quando a actividade económica está localizada numa única unidade territorial, exprimindo a situação de máxima concentração. O limite superior corresponde à situação em que todas as unidades territoriais têm o mesmo peso na actividade k, ou seja, a actividade encontra-se uniformemente distribuída no espaço. Neste índice, a importância relativa de cada unidade territorial na actividade é ponderada pelo respectivo logarítimo, pelo que o índice de entropia é menos 20 sensível à presença de unidades territoriais com forte representação na actividade do que o índice de Hirschman-Herfindahl. É possível normalizar os valores do índice de entropia a fim de obter um indicador que seja crescente com nível de concentração e cujo o intervalo de variação se situe entre o zero e um. Para o efeito dever-se-á utilizar a seguinte transformação ( Dentinho, 2011): Ek ′ = log 𝐼 − Ek log 𝐼 (6) Esta transformação tem ainda vantagem de tornar equivalente o significado do limite inferior e superior dos índices de entropia e Hirschman-Herfindahl, já que ambos são agora crescentes com o nível de concentração espacial da actividade k. 1.3.6- Coeficiente de redistribuição sectorial ( CRk) Relaciona a distribuição percentual da variável base em mesma actividade em dois períodos de tempo. Examina se está prevalecendo para a modalidade algum padrão de concentração ou dispersão espacial ao longo do tempo (Haddad, 1989 e Lima, 2006). De acordo com Haddad (1989), o coeficiente de redistribuição é cálculado através da seguinte expressão : CRk = 1 2 ∑ |( Xik Xk − Xi X ) t+1 − ( Xik Xk − Xi X ) t | I i=1 , CRk ∈ [0,1[ (7) Segundo Lima et al. (2006), o CRk é interpretado da seguinte forma: 21 CRk = 0, os valores próximos de 0 indicam que não terão ocorrido mudanças significativas no padrão espacial de localização da modalidade; CRk = 1, os valores próximos de 1 indicam uma redistribuição significativa. 1.4- Indicadores de especialização As medidas destes indicadores voltam-se para medir o quão especializadas as unidades territoriais, ou seja, o quão as distintas unidades territoriais são de algum critério de referência. As medidas de especialização são formadas pelo: quociente de especialização, coeficiente de especialização, índice bruto de diversificação de Rogers, índice de entropia de especialização, índice de entropia de especialização normalizado e coeficiente de reestruturação, e se concentram na análise da estrutura produtiva de cada região visando investigar o grau de especialização e o processo de diversificação das economias regionais. 1.4.1- Quociente de especialização (QEik) De acordo com Costa, Dentinho e Nijkamp (2011), o quociente de especialização enquanto indicador relativo de especialização da unidade territorial i na actividade k, o quociente de especialização é definido na equação: QEik = Xik Xi ⋅ X Xk , QEik ≥ 0 (8) Este indicador compara a importância relativa da actividade k na unidade territorial i com a que a mesma actividade detém no espaço de referência. Avalia- 22 se dessa forma em que medida a unidade territorial i é especializada na actividade k relativamente ao espaço de referência. O valor de referência na interpretação deste indicador é um. Nesse caso, a importância relativa da actividade k na unidade territorial i é igual à que a actividade k tem no espaço de referência. Se o quociente de especialização for superior a um, a actividade k tem maior importância a nível da unidade territorial do que no espaço de referência e, nesse sentido, a unidadeterritorial i é relativamente especialiazada na actividade k. A actividade k constitui um pólo de especialização relativa da unidade territorial i. Se o quociente de especialização é menor do que um, a unidade territorial i não é relativamente especializada na actividade k, dado este ter menor importância relativa nessa unidade territorial do que no espaço de referência. 1.4.2- Coeficiente de especialização (CEi) De acordo com Costa, Dentinho e Nijkamp (2011), o coeficiente de especialização é uma medida relativa e sintética de especialização de uma unidade territorial i. Relativa, porque se obtém comparando a distribuição da actividade da variável na unidade territorial i com a distribuição da actividade da variável no espaço de referência. Sintética, porque considera o conjunto das actividades, informando se uma unidade territorial é especializada relativamente ao espaço de referência. Ou seja, coeficiente de especialização é uma medida regional. As medidas regionais concentram-se na estrutura produtiva de cada província, fornecendo informações sobre o nível de especialização da economia num período. Através do coeficiente de especialização, compara a economia de uma província com a economia do País como um todo. O coeficiente de especialização é calculado de acordo com a equação: 23 CEi = 1 2 ∑ | Xik Xi − Xk X | k k=1 , CEi ∈ [0,1[ (9) O limite inferior do coeficiente de especialização obtém-se quando Xik Xi = Xk X , ∀ 𝑘. Neste caso, a unidade territorial i e o espaço de referência têm idênticos perfis de especialização, pelo que existe ausência de especialização relativa daquela unidade territorial. Quanto maior o valor do coeficiente de especialização (mais próximo de 1), mais a unidade territorial i tem uma estrutura produtiva especializada relativamente à do espaço de referência, na medida em que o perfil de especialização da unidade territorial i se afasta muito do que o espaço de referência evidencia. Ou seja, para resultados iguais a zero, a província tem composição idêntica à do país. Em contrapartida, coeficientes iguais ou próximos a 1 demonstram um elevado grau de especialização ligado a uma determinada actividade, ou uma estrutura de mão-de-obra totalmente diversa da estrutura de mão-de-obra regional. Note-se que, precisamente porque se trata de uma medida relativa de especialização, um valor baixo do coeficiente de especialização não implica diversificação da estrutura produtiva regional mas, antes, proximidade entre os perfis de especialização da unidade territorial i e do espaço de referência. 1.4.3- Índice bruto de diversificação de Rogers (IBDRi) De acordo com Costa, Dentinho e Nijkamp (2011), para calcular este indicador, deve observar-se o seguinte procedimento: Calcular a contribuição relativa de cada actividade económica para o valor total da variável na unidade territorial i: fik = Xik Xi , ∀ 𝑘; 24 Ordenar a distribuição de frequência relativa (fik), por ordem decrescente: fi1º > fi2º > ... > fikº´ sendo que os índices 1º, ... , kº, ... , Kº referenciam a ordem. Assim fi1º refere o contributo relativo da actividade com maior peso na unidade territorial i, fi2º o contributo relativo da segunda actividade económica mais importante, etc; Calcular de seguida os valores acumulados parciais; Fik´ = ∑ fik´ , sendo k´= 1º,2º,…,kº,…,Kº. k k′=1 Ou seja, Fi1º = fi1º´ Fi2º = fi1º + fi2º , ... , Fikº = fi1º + fi2º + … + fikº Finalmente, somar todos os valores parciais acumulados, obtendo-se o valor do índice bruto de diversificação de Rogers, para a unidade territorial i. Ou seja, IBDRi = ∑ Fik´ , k0 k´̇ =1 IBDRi ∈ [ K + 1 2 , K] (10) Desenvolvendo a expressão (10), obtém-se a equação (11): IBDRi = Kfi1º + (K – 1) fi2º + … + fikº) (11) Este indicador atribui maior ponderação as actividades que têm maior importância relativa deste indicador na estrutura produtiva da unidade territorial i. Os limites de variação deste indicador dependem do número total das actividades (K) consideradas na análise. O limite inferior ocorre quando existe igual distribuição da variável x pelas diferentes actividades, correspondendo à situação de máxima diversificação ou de mínima especialização da unidade territorial i. O 25 limite superior obtém-se quando apenas uma única actividade económica está presente na unidade territorial i, exprimindo a situação de máxima especialização. 1.4.4- Índice de entropia de especialização ( Ei ) De acordo com Costa, Dentinho e Nijkamp (2011), o índice de entropiade especialização, para uma dada unidade territorial i, é definido através da expressão matemática seguinte: Ei = − ∑ ( Xik Xi ) log ( Xik Xi ) , 𝐸𝑖 ∈ [0, 𝑙𝑜𝑔𝐾] (12) k k=1 Por convenção ( Xik Xi ) log ( Xik Xi ) = 0, quando a actividade económica k não se encontra representada nessa unidade espacial. Os limites deste indicador correspondem a duas situações extremas, a máxima especialização (limite inferior) e a máxima diversificação (limite superior). O valor mínimo da entropia ocorre quando, na unidade espacial i, o valor assumido pela variável x depende apenas do contributo de uma única actividade, caso em que essa unidade espacial evidencia a máxima especialização. Quando as actividades económicas se encontram uniformemente distribuídas, a unidade espacial i evidencia a máxima diversificação da sua estrutura produtiva, obtendo- se então o valor máximo deste indicador. Consequentemente, quanto mais baixo o valor da entropia, mais a unidade espacial i se caracteriza por possuir uma estrutura produtiva especializada, acontecendo o contrário quando o valor do indicador é elevado. 26 No cálculo deste indicador pondera-se a importância relativa de cada actividade económica k, isto é, fik, pelo logarítimo dessa mesma importância relativa. Daí que este indicador seja menos sensível do que índice de Rogers à presença, numa dada unidade espacial, de actividade económica com uma forte sobrerepresentação, pois a ponderação intervém sob forma logarítmica. Observa-se que este indicador, tal como índice de Rogers mede o grau de especialização/diversificação da estrutura produtiva de cada unidade espacial, nada indicando sobre os aspectos relativos à composição dessas mesmas estruturas. Consequentemente, se duas unidades espaciais apresentarem o mesmo valor do índice, não se poderá daí inferir que tenham o mesmo perfil de especialização, mas apenas que possuem o mesmo nível de especialização ou diversificação das suas estruturas produtivas. Pode-se normalizar o valor do indicador de entropia usando uma transformação análoga à apresentada na equação abaixo apresentada: Ei ′ = log 𝐾 − Ei log 𝐾 (13) O índice de entropia normalizado varia entre 0 e 1 e, tal como índice de Rogers, associa a situação de mínima especialização ao limite inferior e a de máxima especialização ao limite superior de intervalo de variação. 1.4.5- Coeficiente de reestruturação (Cri) Segundo Lima (2006), o coeficiente de reestruturação (Cri) relaciona a estrutura das actividades económicas das províncias entre dois períodos, ou seja, analisa o conjunto de todas as actividades nos espaços entre dois períodos. O objectivo desta medida é verificar o grau de mudanças na estrutura produtiva de cada espaço ao longo de um período. 27 O coeficiente de reestruturação é calculado de acordo com a equação seguinte: Cri = 1 2 ∑ [( Xik Xi − Xk X ) t+1 − ( Xik Xi − Xk X ) t ] , Cri = ∈ [0,1[ (14) K k=1 Conforme Haddad (1989), esta medida é interpretada da seguinte forma: Cri = 0, indica que não ocorreram modificações na estrutura das actividades do espaço analisado; Cri =1, demonstra uma reestruturação bem substancial na composição do espaço analisado. 28 CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO Apresentar-se-á neste capítulo a metodologia, onde será descrito um perfil genérico referencial que possa dar idéia das bases fundamentais para a análise. 2.1 - População, amostra e variáveis. Neste estudo, foi utilizado como população, o número de mão-de-obra economicamente activa em Angola e a amostra foi constituida pelo número de empregados segundo a actividade económica principal por províncias de Angola. A variável dependente usada foi o padrão de localização das actividades económicas e especialização das províncias e a variável independente foi o número de emprego, segundo actividade económica principal por província. 2.2 - Fontes dos dados e tipos de abordagens. A base estatística teve como fonte os dados do Instituto Nacional de Estatística através do Censo Geral da População referente ao ano de 2014 e também do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola, através do Relatório Económico de Angola do ano 2016. O recenseamento geral da população e habitação, o Censo-2014 foi realizado pelo INE e apresenta informações sobre o volume de emprego e o número de actividades económicas. A principal vantagem do Censo-2014 é a elevada desagregação geográfica dos dados, que permite obter os dados de forma bastante detalhada. No entanto, o Censo-2014 também apresenta alguns problemas, sendo o principal a inclusão somente de relações contractuais formalizadas por meio da carteira assinada, o que pode distorcer os resultados e dificultar as análises. Esta base de dados e informações, mesmo com alguns problemas, possibilita a elaboração dos indicadores de localização geográfica de actividade económia e de 29 especialização regional que, por sua vez, são instrumentos essenciais para identificar, delimitar e caracterizar sistemas locais de produção. A presente monografia fez recurso a abordagem qualitativa e quantitativa, sendo caracterizada como exploratória. Os instrumentos de análise, tais como modelos matemáticos e aplicações no caso das províncias de Angola para os diferentes indicadores e segundo os respectivos modelos, foram desenvolvidos através dos Gráficos, bem como das Tabelas dos dados primários. 2.3 - Procedimentos metodológicos. Na parte analítica do trabalho, o instrumental apresentado referente à análise de localização, fundamenta-se no livro de Walter Isard (1960) – ‘’Methods of Regional Analysis’’, sobre industrial Location analysis and related measures; e, em Stanislaw Czamanski (1964) – ‘’Regional Science Techniques in Pratice’’ sobre The Industrial Basis: Contribution of Location Analysis. Como referência prática, foi muito útil o trabalho de Celsius Antonio Lodder (1971), sobre ‘’Padrões de localização e desenvolvimento regional’’ (R.B.E. vol. 28, n.º 1). Os primeiros indicadores que foram levantados têm referência nas medidas de localização e de especialização, os quais foram obtidos após o preenchimento dos valores numa tabela de distribuição entre as actividades económicas (colunas) e as províncias (linhas). Cada célula da tabela contém um valor absoluto e os correspondentes totais, tanto no sentido vertical (distribuição espacial de cada actividade económica) como no sentido horizontal (estrutura de actividade económica em cada província). O enfoque analítico para o padrão do comportamento de localização foi dado pelo exame das linhas, e, para a especialização, as colunas. Desta forma, tivemos na posição vertical, a distribuição espacial de cada actividade económica pelas províncias do país, e, horizontalmente, a estrutura de actividades económica por cada província, o que vai corresponder aos enfoques 30 analíticos que se deseja dar. Na análise das colunas, tem-se o comportamento locacional padrão e, na análise das linhas, a estrutura regional das actividades económica, conforme o Quadro 2.1. Assim, do Quadro 2.1, obtém-se outras Tabelas e Gráficos de informação básica. Quadro nº 2.1- Matriz de informação Fonte: Elaboração própria a partir do livro, "Compêndio de Economia Regional, 2011". 2.3.1 - Técnicas de Análise utilizadas. A partir das informações do Quadro 2.1, a técnica de análise utilizada foi decomposta em uma série de índices, indicadores e coeficientes, tais como: a) Padrões de localização das actividades económicas Quociente de localização (QLik); Coeficiente de localização (CLk); Coeficiente de associação geográfica (Cagik); Índice de Hirschmann-Herfindahl (HHk); i k Actividade económica (K) Província (i) Xik ∑ 𝑥𝑖𝑘 𝑖 ∑ 𝑥𝑖𝑘 𝑘 X 31 Índice de entropia (Ek); Índice de entropia normalizado (Ek’). Estas medidas reflectiram o comportamento de actividades no espaço, cuja análise descreveu a modalidade da localização das actividades, grau de concentração ou dispersão territorial e associação geográfica entre actividades no período de 2014. b) Estrutura regional ( padrões de especialização) Quociente de especilalização (QEik); Coeficiente de especialização (CEi); Índice bruto de diversificação de Rogers (IBDRi); Índice de entropia de especialização (Ei); Índice de entropia normalizado de especialização (Ei’). Estas medidas reflectiram o comportamento de cada unidade territorial em relação a um dado modelo de referência, tanto em termos globais como para cada uma actividade económica consideradas na análise. 2.3.2 - Níveis metodológicos utilizados. Nesta monografia, a análise dos indicadores e coeficientes relacionados apresentou dois níveis, em termos de magnitude: a) Nível nacional. Neste nível foi retratado o comportamento da actividade económica da província com relação ao país no ano 2014. Este retrato foi relevado da seguinte forma: Indicação de quais actividades económicas a nível das dez actividades (agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca; indústria; construção; comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automovéis e motociclos; transporte, armazenagem e comunicação; actividades administrativas e outros serviços de apoio; administração pública e defesa, segurança social obrigatória; educação; outras 32 actividades e serviço e não declarados), são consideradas actividades básicas para as províncias em 2014, levando-se em consideração a variável de pessoal ocupado. Indicação de quais actividades económica do país que em 2014 apresentaram-se básicas, considerando como variável, o número de emprego formal. Neste caso, as actividades económicas consideradas básicas são aquelas onde a distribuição da variável considerada é mais que proporcional na província do que esta mesma distribuição no país. Indicação de quais actividades económicas apresentaram mais concentração relativamente à distribuição da variável considerada à nível de Angola em 2014. Indicação de quais actividades nas províncias, segundo a variável de emprego que mais participaram na formação da respectiva variável e actividade económica a nível de Angola em 2014. b) Nível provincial. Nesta parte, foi retratada a estrutura da actividade à nível províncial em relação ao comportamento das actividades do país no ano 2014. A metodologia decorrente constitui-se das seguintes indicações: Indicação de quais actividades económicas, à nível das províncias foram consideradas básicas no ano 2014, segundo a estrutura ocupacional do país. Uma actividade económica será básica para uma determinada província quando a distribuição da variável-base (pessoal ocupado) da actividade na província for mais que proporcional que participação do pessoal ocupado em todas as actividades naquela mesma província. Indicação de quais actividadeseconómica e quais províncias que apresentaram concentração relativa, segundo a participação do pessoal ocupado na distribuição do país, em 2014. Indicação sobre a modalidade de localização de actividades económica e quais os relacionamentos em termos espaciais, em 2014. 33 Indicação das províncias que mais contribuiram no crescimento global e seus respectivos totais de crescimento, referente no ano 2014, segundo a distribuição espacial da ocupação no país. 2.4 - Fase de análise de dados, apresentação e interpretação dos resultados, conclusões e recomendações. Baseando-se nos procedimentos metodológicos, procedeu-se a apresentação dos dados e resultados e, interpretação dos respectivos indicadores e coeficientes isoladamente, escalonando-se as características dominantes e predominâncias preteridas por cada resultado. Em seguida interpretou-se por província, onde deu-se um significado ao conjunto dos diferentes resultados. Na parte das conclusões, foi verificada a hipótese tendo em conta os resultados obtidos, isto é, conclusões dos resultados apresentados pela análise regional e conclusões dos resultados apresentados pela análise provincial. Finalmente, fez-se as recomendações, onde apresentou-se as sugestões de mudanças de padrões de localização e especialização para as províncias de Angola, a partir do emprego formal. 34 CAPÍTULO 3 – ANÁLISE DE DADOS, APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS Neste Capítulo, são apresentados e interpretados os resultados obtidos através dos dados obtidos do INE (2016). Os dados são analisados através de indicadores de localização das actividades económicas e especialização regional, tais como: os quocientes de localização, o índice Hirschman-Herfindahl, os coeficientes de localização e especialização, o índice bruto de diversificação de Rogers, os índices de entropia e entropia normalizados. 3.1 - Análise de dados sobre a população empregada, segundo actividade económica principal por província. Os dados que são apresentados neste trabalho foram obtidos no INE (2016). Pode- se observar que as actividades económicas mais significativos em número de trabalhadores para as dezoito províncias de Angola são: agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca; não declarados, administração pública e defesa, segurança social obrigatória, comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos; outras actividades e serviços. De acordo com os dados definitivos publicados pelo INE (2016), do Censo Geral 2014 e como indica a Tabela nº 3.1, o emprego total para o ano 2014 em Angola foi de 5.442.686, a província de Luanda é a que concentra mais emprego, representando 25,6% do emprego no país, seguido pelas províncias de Benguela com 10,5%; Huila com 9,10%, Cuanza Sul com 9,5% e a província do Huambo com 7,10%. A província da Lunda Sul é a que concentra menos o emprego no país, representando 1,1%. De acordo com Relatório do INE (2014), as actividades económicas principais analisadas no país foram: agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca; indústria; construção, comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos 35 automóveis e motociclos, transporte, armazenagem e comunicação, actividades administrativas e dos serviços de apoio, administração pública e defesa, segurança social obrigatória, educação, outras actvidades e serviços e dos não declarados. De acordo com a publicação dos resultados definitivos do Censo Geral 2014, verificou-se que as actividades da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca eram as actividades económicas mais representadas no país com 44,2%, isto é, concentrando-se sobretudo na província de Cuanza Sul com 14,10%. As actividades económicas dos não declarados com 23,5%, são concentrados na província de Luanda com 44,8%; administração pública e defesa, segurança social obrigatória com 6,4%, concentrando-se na província de Luanda com 34,7%; comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos com 6%, concentrando-se na província de Luanda com 41,2%. A actividade económica menos representada no país é a da indústria com 1,8%, concentrando- se também na província de Luanda com 48,3%. 36 Tabela nº 3.1- População empregada, segundo actividade económica principal por província. Províncias Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca Indústria Construção Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos Transportes, armazenagem e Comunicação Actividades administrativas e dos serviços de apoio Administração pública e defesa; segurança social obrigatória Educação Outras actividades e serviços Não declarados Total Cabinda 16.628 8.775 7.399 6.371 4.391 6.663 12.292 3.641 8.776 38.167 113.103 Zaire 76.389 4.417 7.545 7.678 4.184 6.390 9.107 3.776 4.298 17.146 140.930 Uíge 203.542 3.050 7.688 11.186 4.781 3.828 22.890 6.614 5.515 40.224 309.318 Luanda 40.198 47.365 91.788 135.487 81.653 113.034 121.165 33.836 155.621 573.044 1.393.191 Cuanza Norte 62.958 1.517 4.681 2.495 1.813 2.380 11.167 2.383 2.859 14.522 106.775 Cuanza Sul 359.409 4.163 11.797 18.314 7.899 7.781 14.579 7.351 10.262 73.539 515.094 Malange 164.620 2.109 7.635 7.548 3.542 3.736 12.218 4.766 6.794 35.640 248.608 Lunda Norte 71.400 3.713 2.436 6.497 1.967 2.174 7.215 1.208 4.287 35.177 136.074 Benguela 274.164 7.372 21.966 49.262 19.327 16.382 26.594 16.428 26.337 115.192 573.024 Huambo 262.451 3.446 14.049 22.887 9.635 7.793 20.143 8.014 13.261 73.526 435.205 Bie 204.907 1.344 7.716 11.130 3.308 2.778 10.949 5.422 5.552 47.922 301.028 Moxico 74.492 714 2.914 2.931 1.209 1.466 10.564 1.887 2.605 18.632 117.414 Cuando Cubango 58.622 893 3.920 2.630 1.069 1.783 12.335 2.801 3.294 16.071 103.418 Namibe 35.974 1.603 5.744 9.995 3.614 5.467 11.494 4.386 6.917 27.469 112.663 Huila 348.231 3.849 13.994 24.444 8.303 9.030 22.571 8.992 14.847 89.576 543.837 Cunene 97.536 789 5.074 3.807 2.130 3.376 9.837 3.832 4.677 22.570 153.628 Lunda Sul 17.484 1.524 2.295 3.210 1.679 1.921 7.057 1.602 2.676 22.104 61.552 Bengo 34.086 1.514 3.944 2.897 1.972 2.947 7.029 1.657 2.797 18.981 77.824 Total 2.403.091 98.157 222.585 328.769 162.476 198.929 349.206 118.596 281.375 1.279.502 5.442.686 Fonte: INE-CENSO, 2014. 37 3.2 - Quociente de localização (QLik) A Tabela nº 3.2, mostra o valor do quociente de localização para cada actividade económica das dezoito províncias de Angola para o ano 2014. Com aplicação dos métodos de análise regional, por meio dos indicadores de localização, percebe-se que os resultados do quociente de localização mostram que as províncias de Cabinda, Lunda Norte e Zaíre se concentram na actividade económica da indústria; as províncias do Uíge, Cuanza Sul, Malange, Huambo, Bié, Huíla, Moxico e Cunene nas actividades da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca; Luanda na actividade administrativa e serviços de apoio; as províncias de Cuanza Norte, Cuando Cubango; Lunda Sul e Bengo nas actividades de administração pública e defesa, segurança social obrigatória; Benguela na actividade do comércio por grosso e retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos e por fim a província de Namibe concentrava-se na actividade da educação. 38 Tabela nº 3.2 – Análise do Quociente de localização Fonte: Elaboração própria com base nos dados do INE-CENSO, 2014 Províncias Quociente de localização Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca Indústria Construção Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos Transportes, armazenagem e Comunicação Actividades administrativas e dosserviços de apoio Administraçã o pública e defesa; segurança social obrigatória Educação Outras actividades e serviços Não declarados Cabinda 0,333 4,302 1,600 0,933 1,301 1,612 1,694 1,477 1,501 1,435 Zaire 1,228 1,738 1,309 0,902 0,995 1,241 1,007 1,230 0,590 0,518 Uíge 1,490 0,547 0,608 0,599 0,518 0,339 1,153 0,981 0,345 0,553 Luanda 0,065 1,885 1,611 1,610 1,963 2,220 1,355 1,115 2,161 1,750 Cuanza Norte 1,335 0,788 1,072 0,387 0,569 0,610 1,630 1,024 0,518 0,579 Cuanza Sul 1,580 0,448 0,560 0,589 0,514 0,413 0,441 0,655 0,385 0,607 Malange 1,500 0,470 0,751 0,503 0,477 0,411 0,766 0,880 0,529 0,610 Lunda Norte 1,188 1,513 0,438 0,790 0,484 0,437 0,826 0,407 0,609 1,100 Benguela 1,084 0,713 0,937 1,423 1,130 0,782 0,723 1,316 0,889 0,855 Huambo 1,366 0,439 0,789 0,871 0,742 0,490 0,721 0,845 0,589 0,719 Bie 1,542 0,248 0,627 0,612 0,368 0,252 0,567 0,827 0,357 0,677 Moxico 1,437 0,337 0,607 0,413 0,345 0,342 1,402 0,738 0,429 0,675 Cuando Cubango 1,284 0,479 0,927 0,421 0,346 0,472 1,859 1,243 0,616 0,661 Namibe 0,723 0,789 1,247 1,469 1,075 1,328 1,590 1,787 1,188 1,037 Huila 1,450 0,392 0,629 0,744 0,511 0,454 0,647 0,759 0,528 0,701 Cunene 1,438 0,285 0,808 0,410 0,464 0,601 0,998 1,145 0,589 0,625 Lunda Sul 0,643 1,373 0,912 0,863 0,914 0,854 1,787 1,194 0,841 1,528 Bengo 0,992 1,079 1,239 0,616 0,849 1,036 1,408 0,977 0,695 1,037 39 3.3 - Coeficiente de localização (CLk) Da inspeção visual do Gráfico nº 3.1, observa-se que em 2014, todas as actividades económicas apresetam coeficiente de localização muito próximo de 0, indicando uma dispersão significativa das actividades. Mas, podemos também, observar que a actividade da educação, relativamente as demais actividades apresentou um coeficiente de localização de 0,106 indicando, deste modo o menor valor do coeficiente de localização, sendo assim a actividade económica com maior dispersão. Gráfico nº 3.1 – Análise do coeficiente de localização para cada actividade económica de Angola em 2014. Fonte: Elaboração própria com base nos dados do INE-CENSO, 2014. 0,263 0,332 0,187 0,210 0,268 0,338 0,179 0,106 0,311 0,211 40 3.4 - Coeficiente de associação geográfica (Cagik) Pela Tabela nº 3.3, observa-se que no ano de 2014, as actividades económicas da indústria, construção comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos, transporte, armazenagem e comunicação; actividades administrativas e dos serviços de apoio; administração pública e defesa, segurança social obrigatória e educação, apresentam associações siginificativas entre si, ou seja, os padrões de localização dessas actividades foram associados geograficamente. Já as actividades económicas de agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca; e as actividades não declaradas não apresentam associações significativas com nenhuma outra actividade, indicando assim a fraca associação. Tabela nº 3.3 - Análise do coeficiente de associação geográfica das actividades da economia de Angola em 2014. Fonte: Elaboração própria com base nos dados do INE-CENSO, 2014. Sectores Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca Indústria Construção Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos Transportes, armazenagem e Comunicação Actividades administrativa s e dos serviços de apoio Administraçã o pública e defesa; segurança social obrigatória Educação Outras actividades e serviços Não declarados Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 0 4,404 4,224 4,138 4,363 4,311 3,905 4,362 4,220 2,724 Indústria 0 0,180 0,267 0,042 0,093 0,499 0,042 0,185 1,681 Construção 0 0,087 0,138 0,087 0,319 0,138 0,004 1,501 Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos 0 0,225 0,174 0,233 0,225 0,082 1,414 Transportes, armazenagem e Comunicação 0 0,051 0,458 0,000 0,023 1,639 Actividades administrativas e dos serviços de apoio 0 0,406 0,051 0,091 1,588 Administração pública e defesa; segurança social obrigatória 0 0,457 0,315 1,181 Educação 0 0,143 1,639 Outras actividades e serviços 0 1,496 Não declarados 0 Fraca associação Média associação Associação significativ a 0 Total associaçã o 41 3.5 - Índice de Hirschman-Herfindahl (HHk) O Gráfico nº 3.2, mostra o valor do índice de Hirschman-Herfindahl para cada actividade económica de Angola em 2014. Da inspeção visual deste gráfico, observa-se que os valores do índice de Hirschman-Herfindahl para todas as actividades estam muito próximo do limite inferior indicando, deste modo a existência de miníma concentração espacial das actividades, isto é, as actividades encontram-se distribuídas igualmente pelo conjunto das províncias. Mas podemos também observar que, as actividades administrativas e dos serviços de apoio, são as que apresentam o ponto mais alto do índice, e a actividade da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, o menor valor do índice. Gráfico nº 3.2 - Análise do índice de Hirschman-Herfindahl das actividades económicas de Angola em 2014. Fonte: Elaboração própria com base nos dados do INE-CENSO, 2014. 0,094 0,257 0,199 0,211 0,280 0,340 0,150 0,128 0,325 0,227 42 3.6 - Índice de entropia (Ek) O Gráfico nº 3.3, mostra o valor do índice de entropia para cada actividade da economia angolana em 2014. Observa-se que os valores deste índice para todas actividades estão muito próximo do limite superior, indicando a situação de miníma concentração, ou seja, todas as províncias têm o mesmo peso nas actividades. Pode-se ainda observar, que as actividades da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, educação, e administração pública, e defesa, segurança social obrigatória, apresentam um Ek igual a 1, indicando a situação de que todas as províncias têm o mesmo peso nessas actividades, ou seja, essas actividades encontram-se uniformemente distribuídas nas dezoito províncias do país. Gráfico nº 3.3 - Análise do índice de entropia das actividades económicas de Angola em 2014. Fonte: Elaboração própria com base nos dados do INE-CENSO, 2014. 1,000 0,882 0,969 0,916 0,842 0,787 1,000 1,000 0,799 0,928 43 3.7 - Índice de entropia normalizado (E´K) Após o processo de normalização do índice, pode-se observar pelo Gráfico nº 3.4, que os valores do índice para todas actividades estão muito próximos de 0, indicando a situação de mínima concentração, ou seja todas as províncias têm quase o mesmo peso nessas actividades económicas. Gráfico nº 3.4- Análise do índice de entropia normalizado das actividades económicas de Angola em 2014. Fonte: Elaboração própria com base nos dados do INE-CENSO, 2014. 0,203 0,297 0,228 0,270 0,329 0,373 0,203 0,203 0,363 0,260 44 3.8 - Coeficiente de especialização (CEi) A partir do Gráfico nº 3.5, observa-se que todas as províncias têm um coeficiente de especialização, muito próximo de 0, indicando a ausência de especialização para todas as províncias do país. Mas, podemos observar que a província de Luanda apresenta o maior valor do coeficiente de especialização e a província do Bengo o menor valor do coeficiente de especialização. Gráfico nº 3.5- Análise do coeficiente de especialização das províncias de Angola em 2014. Fonte: Elaboração própria com base nos dados do INE-CENSO, 2014. 0,299 0,141 0,226 0,413 0,192 0,256 0,221 0,116 0,073 0,162 0,239 0,219 0,186 0,126 0,199 0,197 0,185 0,047 45 3.9 - Índice bruto de diversificação de Rogers (IBDRi) O Gráfico nº
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