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Associação entre declínio cognitivo e qualidade de vida de idosos hipertensos

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Associação entre declínio cognitivo e qualidade de vida de idosos 
hipertensos
Association between cognitive decline and quality of life of hypertensive elderly individuals
Anety Souza Chaves1,2
Alcione Miranda dos Santos2,3
Maria Teresa Seabra Soares de Britto e Alves2,3
Natalino Salgado Filho4
1 Universidade Federal do Maranhão, Hospital Universitário Presidente Dutra, Serviço de Nefrologia. 
São Luís, MA, Brasil.
2 Universidade Federal do Maranhão, Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva. São Luís, MA, Brasil. 
3 Universidade Federal do Maranhão, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Saúde Pública. São 
Luís, MA, Brasil.
4 Universidade Federal do Maranhão, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Medicina I. São 
Luís, MA, Brasil.
Correspondência / Correspondence
Anety Souza Chaves 
E-mail: anety2004@hotmail.com 
Resumo
Objetivo: Analisar a associação entre o declínio cognitivo e a qualidade de vida de idosos 
hipertensos. Métodos: Pesquisa de abordagem quantitativa com delineamento analítico 
transversal, com 125 idosos hipertensos, de ambos os sexos, atendidos no Programa 
HIPERDIA, de São Luís-MA. Para a avaliação do declínio cognitivo, aplicou-se o 
Miniexame do Estado Mental (MEEM) e para avaliar a qualidade de vida, o Medical 
Outcomes Study 36 – Short-Form Health Survey (SF-36). A normalidade dos dados foi testada 
por meio do teste de Shapiro-Wilk, utilizando-se ainda o teste de Mann Whitney 
(qualidade de vida). Para testar a associação entre declínio cognitivo e qualidade de vida, 
usou-se o coeficiente de Spearman. Resultados: A prevalência de declínio cognitivo foi 
de 20,80%, com predominância em idosos com baixa escolaridade (45,83%). Idosos 
hipertensos com declínio cognitivo apresentaram pior qualidade de vida, comparados aos 
idosos hipertensos sem declínio cognitivo. Houve associação positiva da função cognitiva 
com a qualidade de vida nos domínios: capacidade funcional (r=0,222; p=0,01), dor (r=0,1871; 
p=0,04) e aspectos emocionais (r=0,3136; p=0,0005). Conclusão: Os resultados encontrados 
neste estudo sugerem que o declínio cognitivo afeta diretamente a qualidade de vida do 
idoso hipertenso, na medida em que limita a capacidade de realização de atividades do 
cotidiano, principalmente se associado a quadros dolorosos e alterações emocionais.
Abstract
Objective: To evaluate the association between cognitive decline and quality of life in 
hypertensive elderly persons. Methods: A quantitative, cross-sectional, analytical study 
involving 125 hypertensive elderly individuals of both genders attending the HIPERDIA 
Program in São Luís, in the state of Maranhao, was performed. The Mini Mental State 
Exam (MMSE) was used to evaluate cognitive decline and quality of life was assessed 
Palavras-chave: 
Envelhecimento; Idoso; 
Declínio cognitivo; Qualidade 
de vida.
http://dx.doi.org/10.1590/1809-9823.2015.14043
546 Rev. BRas. GeRiatR. GeRontol., Rio de JaneiRo, 2015; 18(3):545-556
using the Medical Outcomes Study 36 Short-Form Health Survey (SF-36). The normality 
of the data was verified by the Shapiro-Wilk test. The Mann-Whitney test was also 
applied (quality of life). The association between cognitive decline and quality of life 
was evaluated using Spearman’s coefficient. Results: The prevalence of cognitive decline 
was 20.8% and there was a predominance of elderly persons with a low educational level 
(45.83%). Hypertensive elderly individuals with cognitive decline had a poorer quality 
of life than those without cognitive decline. A positive association between cognitive 
function and quality of life was observed for the following domains: functional capacity 
(r=0.222; p=0.01), pain (r=0.1871; p=0.04), and emotional aspects (r=0.3136; p=0.0005). 
Conclusion: The results of this study suggest that cognitive decline directly affects the 
quality of life of the elderly by limiting the capacity to perform activities of daily living, 
especially if associated with painful medical conditions and emotional disturbances.
INTRODUÇ ÃO
O crescimento da população idosa é um 
fenômeno mundial com consequências diretas 
nos sistemas de saúde pública. No Brasil, esse 
fenômeno está fortemente atrelado a importantes 
processos, como a diminuição significativa da 
taxa de fecundidade e natalidade, o aumento 
progressivo da expectativa de vida, o avanço 
tecnológico, o acesso a serviços de saúde, as 
mudanças culturais, dentre outros.1
O envelhecimento humano, assim como as 
demais etapas de desenvolvimento da vida, é 
um processo de transformação do organismo 
que se reflete nas suas estruturas físicas, nas 
manifestações da cognição, bem como na 
percepção subjetiva dessas transformações.2
A velhice engloba mudanças que tendem a 
gerar alterações no cotidiano, sem, necessaria-
mente, representar ameaça à autonomia da pessoa 
idosa. No entanto, quando esse processo vem 
acompanhado de condições de caráter crônico e 
progressivo, que envolvem comprometimentos 
dos sistemas vascular, nervoso, entre outros, 
as perdas cerebrais são de maior magnitude, 
podendo causar diversas perdas funcionais ao 
idoso. Nesse contexto, as funções cognitivas dos 
idosos sofrem alterações que podem interferir 
em sua rotina diária de atividades.3 
A cognição envolve aquisição, 
processamento e aplicação da informação 
na vida cotidiana, orientando a seleção, o 
desempenho, a análise e o aprendizado de 
todas as atividades humanas, sendo a base 
para o estabelecimento da autodeterminação e 
autonomia do idoso.4 Logo, a preservação da 
capacidade cognitiva indicará as condições que 
um indivíduo deverá ter para resguardar sua 
integridade física, psicológica e social.5
Estudos de prevalência de declínio cognitivo 
em idosos brasileiros apresentam estimativas 
distintas, considerando a influência do contexto 
sociocultural e econômico diferenciado, variando 
de 7,1% a 73,1%.6,7 Em estudos internacionais, 
essa estimativa varia entre 6,3% e 46%.8,9
O risco de desenvolvimento de declínio 
cognitivo pode ser associado a fatores intrínsecos 
e extrínsecos ao indivíduo, sendo a escolaridade 
um de seus determinantes mais evidenciados 
em estudos sobre fatores associados ao declínio 
cognitivo.6-8,10,11 Outros fatores também são 
destacados nos estudos, como o sexo, estado 
civil, tabagismo e etilismo.12 
Dessa maneira, a disfunção cognitiva é 
determinada por uma associação complexa de 
fatores, que incluem condições individuais e 
sociais e que poderão interferir diretamente em 
aspectos da qualidade de vida do idoso.
A qualidade de vida pode ser definida como 
a percepção individual da pessoa acerca de sua 
posição na vida, de acordo com o contexto 
cultural e seu sistema de valores, considerando 
seus objetivos, expectativas, padrões e 
preocupações.13 
Key words: Aging; Elderly; 
Cognitive Decline; Quality 
of life.
Declínio cognitivo e qualidade de vida de idosos 547
O enfrentamento das limitações físicas e 
doenças e a dimensão das expectativas em 
relação aos aspectos da saúde diferem entre 
as pessoas. Os conceitos individuais podem 
influenciar de maneira determinante a percepção 
e a valoração que a pessoa faz de seu estado de 
saúde e de sua satisfação com a vida.2 Logo, a 
qualidade de vida na velhice pode ser entendida 
como a percepção que o idoso tem acerca de seu 
cotidiano, resultante da avaliação das ações que 
consegue desenvolver de forma independente e 
saudável até aquele momento.
A hipertensão arterial também é destacada 
em vários estudos como fator de risco para o 
comprometimento da função cognitiva e para o 
declínio da qualidade de vida do idoso.14,15 Apesar 
de a associação entre hipertensão arterial e 
declínio cognitivo ainda ser pouco compreendida 
e muitos resultados serem controversos,16,17 
estudos apontam que indivíduos com hipertensão 
arterial têm mais chances de apresentar um 
declínio da capacidade cognitiva.18,19
A maioria dos estudos14,15,18,19 indica quea Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) está 
relacionada ao declínio das funções cognitivas, 
sendo que os níveis elevados de pressão arterial 
são um dos fatores de risco para o acidente 
vascular encefálico, levando ao desenvolvimento 
da demência vascular. Dessa maneira, 
fisiologicamente, os infartos múltiplos podem 
ocasionar demência, dependendo do volume de 
cérebro afetado; infartos locais e bilateralidade; 
lesões de substância branca, que consistem em 
áreas de desmielinização e estreitamento da luz 
do vaso, os quais estão associados a ambas, HAS 
e disfunção cognitiva.18 Por outro lado, o controle 
da hipertensão arterial por meio de medicamento 
anti-hipertensivo também teria influência, 
segundo algumas investigações, no surgimento/
evolução ou na prevenção do declínio cognitivo, 
devido ao efeito deletério sobre a substância 
branca cerebral e na função cerebrovascular.10,20 
Atualmente, há poucas pesquisas que 
direcionam a atenção para a relação existente 
entre declínio cognitivo e qualidade de vida de 
idosos hipertensos. Em estudo randomizado, 
realizado por Innocenti et al.,21 com 2.791 idosos 
hipertensos, os resultados mostraram que quanto 
maior o nível de função cognitiva, maior os níveis 
de bem-estar, autocontrole e estado de saúde 
atual, refletindo na qualidade de vida do idoso. 
Trabalho realizado com um grupo de idosos 
de um município do Rio Grande do Sul observou 
que os que não apresentavam declínio cognitivo 
tinham melhores médias nas dimensões da 
qualidade de vida, como capacidade funcional, 
aspecto físico, estado geral da saúde, vitalidade, aspectos 
emocionais e saúde mental. Com relação à dimensão 
dor e aspectos sociais, os idosos com declínio 
cognitivo apresentaram as menores médias.22
Estudo investigativo sobre a influência do 
declínio cognitivo na qualidade de vida de 
129 idosos acometidos de acidente vascular 
encefálico (AVE) mostrou que o prejuízo 
nas funções cognitivas, as incapacidades nas 
atividades de vida diária e os distúrbios globais 
na saúde funcional estavam significativamente 
associados com pior qualidade de vida entre 
os mesmos.23 Esses resultados corroboram 
outro estudo realizado com idosos de grupos 
de convivência de Porto Alegre-RS, no qual 
os dados mostraram associações importantes 
entre variáveis cognitivas e as dimensões física e 
psicológica da qualidade de vida.24
Assim, considerando as consequências que 
a hipertensão arterial, associada às alterações 
cognitivas, pode acarretar em dimensões próprias 
da vida do indivíduo, entendendo ser cada vez 
mais necessária a investigação de aspectos 
epidemiológicos relacionados a essa disfunção, no 
intuito de prevenir sequelas que afetem de modo 
decisivo a qualidade de suas atividades cotidiana, 
este estudo objetivou analisar a associação entre 
o declínio cognitivo e a qualidade de vida de 
idosos hipertensos integrantes do Programa 
HIPERDIA do Ministério da Saúde.
MÉTODOS
Este estudo é parte do Projeto de Pesquisa 
“Atenção à Saúde de Pacientes Hipertensos 
em Unidades Básicas de Saúde do Município 
de São Luís-MA”. Trata-se de um estudo 
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transversal, realizado no período de fevereiro 
a dezembro de 2010, no qual foram avaliados 
pacientes hipertensos cadastrados no programa 
HIPERDIA (Sistema de Cadastramento 
e Acompanhamento de Hipertensos e 
Diabéticos do Ministério da Saúde) e em 
acompanhamento nas Unidades Básicas de Saúde 
(UBS) dos bairros da Cohab e do São Francisco, 
no município de São Luís-MA.
A amostra mínima necessária foi calculada 
considerando a população de 365 idosos 
hipertensos, cadastrados no HIPERDIA, no ano 
de 2010, com prevalência de déficit cognitivo de 
12%, margem de erro de 5% e nível de confiança 
igual a 95%. O número total de idosos da amostra 
foi estimado em 113 indivíduos. Considerando a 
possibilidade de perdas, acrescentou-se 10% a 
essa estimativa, totalizando então 125 idosos. 
Com base na listagem dos idosos atendidos 
nas UBS selecionadas foi realizada amostragem 
aleatória simples por sorteio, sem reposição. Os 
idosos sorteados foram localizados pelos seus 
respectivos Agentes Comunitários de Saúde 
(ACS) da Estratégia de Saúde da Família (ESF), 
e ao comparecerem às UBS, foram esclarecidos 
acerca do estudo e convidados a participar.
Considerando a perspectiva de vida da 
população e a análise comparativa com estudos 
internacionais, optou-se por adotar uma amostra 
composta por idosos na faixa etária de 65 
anos ou mais, de ambos os sexos, cadastrados 
no Programa HIPERDIA e atendidos nas 
UBS selecionadas. Os seguintes critérios de 
exclusão foram adotados: pacientes acamados 
ou em terapia renal substitutiva ou portadores 
de doenças crônicas consumptivas, tais como 
câncer, insuficiência cardíaca grave e síndrome 
da imunodeficiência adquirida. As informações 
sobre os critérios de exclusão foram obtidas por 
meio de autorrelato.
A coleta de dados ocorreu no período de 
fevereiro a dezembro de 2010. Primeiramente, 
os idosos responderam ao questionário que 
continha informações sociodemográficas (sexo, 
idade, situação conjugal, classe econômica, 
escolaridade), antropométricas (índice de massa 
corpórea), clínicas (presença de diabetes, tempo 
de diagnóstico da hipertensão arterial) e de estilo 
de vida (consumo de álcool e cigarro e prática de 
atividade física).
A escolaridade foi avaliada em anos de 
frequência à escola e categorizada em: menos 
de quatro anos de estudo, de quatro a sete 
anos de estudo e mais de sete anos de estudo, 
segundo classificação adotada no Miniexame 
do Estado Mental (MEEM).25 A situação 
conjugal foi avaliada de acordo com a presença 
de companheiro e categorizada em: casado/
união estável, solteiro/separado/viúvo e outros. 
A classe econômica foi definida com base no 
Critério de Classificação Econômica Brasil 
(CCEB),26 e categorizada em classes AB, C e DE.
Com relação à ocupação, considerou-se 
atividade profissional o trabalho ou atividade 
especializada realizada dentro da sociedade, 
geralmente exercida por profissional competente 
para tal fim. A avaliação do Índice de Massa 
Córporea (IMC) foi feita com informações 
referentes ao peso (em quilogramas) verificado 
em balança portátil digital (Plena®) e estatura 
(em metros), medida em estadiômetro 
(Alturexata®). O resultado final é obtido a partir 
da razão entre o peso corporal e o quadrado 
da estatura, cujos valores são categorizados 
em: normal (18,6<IMC<24,9), com sobrepeso 
(25<IMC<29,9) e com obesidade (IMC≥30).27
Foi considerado tabagista o paciente 
que na entrevista declarou ser fumante, 
independentemente da quantidade diária 
de cigarros consumidos. Da mesma forma, 
etilista o paciente que referiu consumir álcool, 
independentemente do tipo, quantidade e 
frequência. Neste estudo considerou-se exercício 
físico atividades como: caminhada, corrida, 
ginástica, musculação, entre outras. Logo, foi 
visto como ativo o idoso praticante de atividade 
física de duas a mais vezes por semana e 
sedentário, o idoso não praticante de nenhuma 
atividade física. 
A pressão arterial sistólica e diastólica 
(PAS e PAD) foi aferida com a utilização de 
esfigmomanômetro digital (Omron® HEM-
Declínio cognitivo e qualidade de vida de idosos 549
705, Japan), mantendo o paciente sentado, em 
repouso de no mínimo cinco minutos, com o 
membro superior à altura do coração, palma da 
mão voltada para cima e cotovelo ligeiramente 
fletido. Foram realizadas três aferições de pressão 
arterial, com intervalo mínimo de 10 minutos 
cada, a fim de obter-se a média. Foi considerado 
hipertenso o idoso com nível pressórico >140/90 
mmHg, conforme proposto pelo Ministério da 
Saúde e adotado pelo programa HIPERDIA.28 
O tempo apresentado de hipertensão arterial 
foi considerado a partir do diagnóstico da 
doença, categorizado em: menor que cinco anos, 
entre cinco e 10 anos e maior que 10 anos. Foi 
considerado diabético o paciente que no ato da 
entrevistareferiu ter a doença.
Após entrevista inicial, os pacientes passaram 
por teste psicométrico para avaliação do declínio 
cognitivo, sendo adotado o questionário MEEM. 
Quando identificada alteração da função 
cognitiva, os pacientes foram encaminhados ao 
Hospital Universitário da Universidade Federal 
do Maranhão (HU-UFMA).
Desenvolvido por Folstein et al.,29 o MEEM 
avalia, por escore, a função cognitiva como 
um todo, sendo formado por várias questões 
agrupadas em sete categorias: orientação de 
tempo (5 pontos), orientação de local (5 pontos), 
registro de três palavras (3 pontos), atenção e 
cálculo (5 pontos), lembrança de três palavras 
(3 pontos), linguagem (8 pontos) e capacidade 
construtiva visual (1 ponto). O escore total pode 
variar de 0 a 30 pontos e o instrumento pode ser 
aplicado entre cinco e 10 minutos.
Os pontos de corte adotados para identificar 
declínio cognitivo foram: menor ou igual a 18 
pontos para analfabetos; menor ou igual a 21 
pontos para um a três anos de escolaridade; 
menor ou igual a 24 pontos para quatro a sete 
anos de escolaridade e menor ou igual a 26 
pontos para mais de sete anos de escolaridade.25
Foi utilizado o questionário genérico SF-36 
(Medical Outcomes Study 36 – Short-Form Health 
Survey) para avaliar aspectos da qualidade de 
vida dos participantes. Traduzido e validado no 
Brasil por Ciconelli,30 o SF-36 é um questionário 
multidimensional formado por 36 itens, 
distribuídos em oito dimensões: capacidade 
funcional (10 itens), aspectos físicos (quatro 
itens), dor (dois itens), estado geral de saúde (cinco 
itens), vitalidade (quatro itens), aspectos sociais 
(dois itens), aspectos emocionais (três itens), 
saúde mental (cinco itens), e mais uma questão 
de avaliação comparativa entre as condições de 
saúde atual e as de um ano atrás. O valor total de 
cada dimensão varia de 0 a 100 pontos, em que 
o maior escore indica melhor estado de saúde 
ou qualidade de vida, e os escores menores, pior 
situação ou qualidade de vida prejudicada.
Para a análise estatística, utilizou-se o 
programa Stata 10.0 (Stata Corporation, 2003). As 
variáveis qualitativas foram apresentadas por meio 
de frequências e porcentagens e as quantitativas, 
por média e desvio-padrão (média±dp) ou 
mediana e amplitude interquartílica (IQR). Para 
testar a normalidade das variáveis quantitativas, 
fez-se uso do teste de Shapiro Wilk. 
A consistência interna do instrumento 
SF-36 foi verificada pelo índice alfa de 
Cronbach. Para comparar os escores das 
dimensões do SF-36 entre idosos com declínio 
e sem declínio cognitivo, utilizou-se o teste de 
Mann Whitney. A associação entre os escores 
do MEEM e das dimensões da qualidade de 
vida foi avaliada pelo coeficiente de correlação 
de Spearman, visto que tais escores não 
apresentaram distribuição normal. O nível de 
significância adotado foi de 5%.
Este estudo obteve aprovação do Comitê de 
Ética em Pesquisa do Hospital Universitário da 
Universidade Federal do Maranhão – UFMA, 
sob o protocolo nº 3.128/2009. Todos os idosos 
que concordaram em participar do estudo 
assinaram o Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido (TCLE).
RESULTADOS
Da amostra estudada (n=125), obteve-se uma 
prevalência de 20,80% de declínio cognitivo. 
A média de idade foi de 72,72±5,71 anos, 
sendo 86 (68,80%) do sexo feminino. Quanto à 
550 Rev. BRas. GeRiatR. GeRontol., Rio de JaneiRo, 2015; 18(3):545-556
situação conjugal, 76 (60,80%) eram casados ou 
mantinham união estável. Observou-se ainda 
que a maioria (58,40%) era sedentária, sendo 
que 41 (32,80%) eram fumantes e 18 (14,40%) 
consumiam álcool. A maioria (95,97%) fazia uso 
de anti-hipertensivo (tabela 1). 
Em relação aos anos de estudo, 49 (42,61%) 
tinham mais de sete anos de estudo e 32 
(27,83%), menos de quatro anos. Quanto ao 
IMC, observou-se que 77 (61,60%) estavam com 
excesso de peso. A presença de diabetes mellitus 
foi observada em 52 (41,60%) idosos (tabela 1). 
Tabela 1. Características sociodemográficas, clínicas e de estilo de vida em idosos hipertensos. São 
Luís, MA, 2013.
Variável Total (%)
Sexo
Masculino 39 (31,20)
Feminino 86 (68,80)
Anos de estudo
<4 anos 32 (25,60)
4 a 7 anos 44 (35,20)
>7 anos 49 (39,20)
Classe econômica
A,B 19 (15,20)
C 61 (48,80)
D,E 45 (36,00)
Situação conjugal
Casado/união estável 76 (60,80)
Solteiro/separado/viúvo 11 (8,80)
Outros 38 (30,40)
Etilismo 
Sim 18 (14,40)
Não 107 (85,60)
Sedentarismo
Sim 73 (58,40)
Não 52 (41,60)
Tabagismo
Sim 41 (32,80)
Não 84 (67,20)
Índice de massa corpórea
Normal 48 (38,40)
Sobrepeso 54 (43,20)
Obesidade 23 (18,40)
Tempo de hipertensão arterial
Menor que cinco anos 60 (48,78)
Declínio cognitivo e qualidade de vida de idosos 551
No que se refere à escolaridade dos idosos 
que apresentaram declínio cognitivo, a maioria 
(45,83%) cursou menos de quatro anos de 
estudo (tabela 2).
Avaliada a consistência interna do SF-36, o 
maior valor do coeficiente alfa foi obtido nas 
dimensões aspectos emocionais e capacidade funcional 
(0,88) e o menor valor, na dimensão dor e estado 
geral de saúde (0,63). 
Na tabela 3 são apresentados os escores 
medianos das dimensões do SF-36, sendo os 
maiores valores apresentados nas dimensões 
aspectos emocionais: 100 (0-100), capacidade funcional: 
80 (55-85) e saúde mental: 80 (64-92). A dimensão 
dor apresentou o menor escore mediano: 72 (51-90).
Tabela 2. Prevalência de declínio cognitivo de acordo com os anos de estudos dos idosos hipertensos. 
São Luís, MA, 2013.
Escolaridade
 (anos)
Com Declínio Cognitivo Sem Declínio Cognitivo Total
<4 anos 11 (45,83%) 21 (20,79%) 32 (25,60%)
 4 a 7 anos 7 (29,17%) 37 (36,63%) 44 (35,20%)
>7 anos 6 (25,00%) 43 (42,57%) 49 (39,20%)
Tabela 3. Escores medianos e intervalo interquartílico das dimensões do SF-36. São Luís, MA, 2013.
Dimensões SF-36 Mediana (IQR)
Capacidade funcional 80 (85-55)
Aspectos físicos 75 (100-25)
Dor 72 (90-51)
Estado geral de saúde 75 (90-60)
Vitalidade 75 (85-60)
Aspectos sociais 75 (100-62,5)
Aspectos emocionais 100 (100-0)
Saúde mental 80 (92-64)
IQR= amplitude interquartil.
Ao comparar os escores medianos do SF-36 
entre idosos com declínio e sem declínio cognitivo, 
verificou-se diferença estatisticamente significante 
nas dimensões: capacidade funcional: 60 (45-85) versus 
80 (60-90), com p=0,02 e aspectos emocionais: 17 (0-
100) versus 100 (0-100), com p=0,01 (tabela 4).
Foi encontrada associação positiva entre 
função cognitiva e qualidade de vida dos idosos 
hipertensos nas dimensões capacidade funcional 
(r=0,222; p=0,01), dor (r=0,1871; p=0,04) e 
aspectos emocionais (r=0,3136; p=0,0005) (tabela 5). 
552 Rev. BRas. GeRiatR. GeRontol., Rio de JaneiRo, 2015; 18(3):545-556
Tabela 4. Comparação das dimensões do SF-36 entre idosos com declínio e sem declínio cognitivo. 
São Luís, MA, 2013.
Dimensões do SF-36 Mediana (IQR)
Com Declínio Cognitivo Sem Declínio Cognitivo valor p
Capacidade funcional 60,0 (85-45) 80,0 (90-60) 0,02*
Aspectos físicos 62,5 (100-0) 100,0 (100-25) 0,07
Dor 67,0 (90-56) 78,0 (90-51) 0,49
Estado geral da saúde 80,0 (85-55) 75,0 (90-60) 0,96
Vitalidade 62,5 (85-50) 75,0 (85-60) 0,28
Aspectos sociais 75,0 (100-50) 87,5 (100-62,5) 0,16
Aspectos emocionais 17,0 (100-0) 100,0 (100-0) 0,01*
Saúde mental 76,0 (84-64) 80,0 (92-64) 0,40
IQR= amplitude interquartil; *p-valor<0,05.
Tabela 5. Correlação entre o escore do MEEM e as dimensões do SF-36. São Luís, MA, 2013.
Dimensões do SF-36 Coeficiente** valor p
Capacidade funcional 0,2222 0,0156*
Aspectos físicos 0,1433 0,1217
Dor 0,1871 0,0425*
Estado geral de saúde 0,1110 0,2316
Vitalidade 0,0819 0,3780
Aspectos sociais 0,1251 0,1771
Aspectos emocionais 0,3136 0,0005*
Saúde mental 0,1555 0,0927
*p-valor<0,05; **Coeficiente de Spearman.
DISCUSSÃO
Dados da amostra total demonstram a 
predominância de idosos com mais de sete anos 
de estudos. No entanto, ao analisá-los, segundo 
a presençade declínio cognitivo, observa-se a 
inversão dos resultados, podendo-se constatar 
que a maioria dos idosos com declínio cognitivo 
apresentou menos de quatro anos de estudo, 
confirmando a relação dos escores do teste de 
rastreio cognitivo (MEEM) com a escolaridade.
Esses achados corroboram os estudos de 
Herrera et al.6 e Gurian et al.,7 nos quais os 
idosos que tiveram os escores mais baixos foram 
associados a fatores como baixa escolaridade. 
Por outro lado, não se observou associação da 
variável educação com a pontuação do MEEM 
em estudo realizado por Innocenti et al.21
Diante desse resultado, é importante 
ressaltar que a variável educação é complexa e 
individual, uma vez que a capacidade cerebral 
Declínio cognitivo e qualidade de vida de idosos 553
de um indivíduo é determinada, na maioria 
das vezes, pelo desenvolvimento do Sistema 
Nervoso Central (SNC) e pelo quão susceptível à 
influência de riscos ambientais mais comumente 
associados ao baixo nível educacional, como 
nutrição inadequada, escassa estimulação 
neuropsicomotora, maior exposição a condições 
precárias de vida, podendo refletir na vida adulta 
e contribuir para o declínio intelectual no idoso.7
Outro dado importante deste estudo é que 
a maioria dos idosos faz uso de medicação 
para o controle da hipertensão arterial. 
Estudos que investigaram o impacto do 
tratamento anti-hipertensivo na relação 
entre hipertensão e cognição apresentaram 
conclusões controversas.10,16,17 Pressupõe-se que a 
hipertensão não tratada poderia ser um preditor 
para o declínio cognitivo, sendo o uso de anti 
hipertensivos um protetor da função cognitiva. 
Em estudo realizado por Di Nucci et al.,10 não 
foram detectadas alterações significativas na 
cognição em idosos hipertensos que fazem 
uso regular da medicação anti-hipertensiva. 
No entanto, são necessárias investigações com 
delineamentos mais bem estruturados. 
Com relação aos parâmetros do SF-36, 
os valores do coeficiente alfa encontrados 
nesta pesquisa sugerem que o instrumento 
em avaliação e a homogeneidade entre as 
perguntas e todas as correlações entre os itens 
avaliados fornecem informações confiáveis. 
Sua interpretação é dada, de forma que, quanto 
mais próximo de 1, o alfa de Cronbach torna 
o instrumento de avaliação mais confiável, 
corroborando os resultados desta pesquisa.31 
No presente estudo verificou-se que idosos 
hipertensos com declínio cognitivo apresentaram 
comprometimento maior em sua qualidade de 
vida, na dimensão capacidade funcional, comparados 
aos idosos sem declínio cognitivo, o que reduz 
o desempenho na realização de atividades 
produtivas e de vida diária.
A dimensão capacidade funcional avalia a presença 
e extensão de limitações relacionadas à capacidade 
física. O comprometimento da capacidade 
funcional tem implicações importantes para 
todo o contexto de vida do idoso, incluindo a 
família, a comunidade e o próprio sistema de 
saúde, podendo ocasionar maior vulnerabilidade 
e dependência, contribuindo para a diminuição 
do bem-estar e da qualidade de vida. Logo, a 
incapacidade funcional do idoso é representada 
pela dificuldade no desempenho de atividades 
do cotidiano ou mesmo pela impossibilidade de 
desempenhá-las.32 
A função cognitiva é determinante para a 
manutenção de uma vida independente, sendo a 
sua perda considerada um marcador de declínio 
e fragilidade física e funcional, interferindo na 
realização de atividades cotidianas do idoso.24 
Portanto, o prejuízo encontrado na dimensão 
capacidade funcional pode ser justificado pelo 
grau de habilidades cognitivas que as atividades 
do cotidiano laboral e doméstico demandam, 
requerendo o uso de raciocínio, orientação 
espacial e temporal, memória e capacidade de 
comunicação, sendo essas atividades limitadas 
quando tais habilidades estão em declínio.33 
Esse achado foi encontrado também em 
investigação realizada com idosos do Rio Grande 
do Sul, que apresentaram declínio cognitivo, na 
qual a dimensão capacidade funcional registrou 
baixas médias em todas as distribuições.33 
Da mesma forma, em pesquisa tipo inquérito 
domiciliar realizada em Uberaba-MG com 
2.898 idosos, o grupo com declínio cognitivo 
apresentou maior proporção de incapacidades 
funcionais.11 É importante ressaltar que a amostra 
estudada é composta por idosos hipertensos, e, 
em sua maioria, sedentários, o que predispõe 
uma limitação maior na capacidade funcional 
do idoso, considerando o grau e severidade da 
condição cardiovascular, o efeito da terapia e as 
prováveis complicações no cérebro, coração e 
rins. A mudança de estilo de vida, com a adoção 
de hábitos como a atividade física, é primordial 
para o controle e prevenção da evolução da 
hipertensão, do declínio da cognição, melhorando 
a qualidade de vida. A prática da atividade física 
é uma estratégia eficaz no aumento dos escores 
de qualidade de vida, por melhorar a capacidade 
554 Rev. BRas. GeRiatR. GeRontol., Rio de JaneiRo, 2015; 18(3):545-556
funcional, dor e até mesmo aumentar a disposição 
dos idosos para as tarefas do cotidiano.34
Os resultados mostraram ainda que idosos 
hipertensos com declínio cognitivo apresentam 
comprometimento maior na dimensão emocional 
de sua qualidade de vida comparados aos idosos 
hipertensos sem declínio cognitivo.
A dimensão emocional avalia as limitações no 
tipo e na quantidade do trabalho e das atividades 
de vida diária em consequência de problemas 
emocionais. Vivências que envolvem fatores 
psicológicos refletem a percepção subjetiva do 
indivíduo e sua avaliação da situação funcionando 
como elementos importantes na adesão de 
comportamentos saudáveis, na percepção de 
suporte social, nas estratégias de enfrentamento 
de situações limitantes ou desfavoráveis e no 
ajustamento pessoal.3
No que se refere a essa dimensão, é fato 
conhecido que com a chegada da velhice, os 
idosos ficam mais expostos a eventos adversos, 
de ordem intrínseca, como as alterações em 
todos os órgãos e sistemas do corpo humano, 
o aumento da ocorrência de doenças crônicas e 
incapacidades funcionais; e de ordem extrínseca, 
como a aposentadoria, com consequente mudança 
ou perda nas funções sociais, causando muitas 
vezes a sensação de improdutividade, acarretando 
prejuízos ao padrão de vida anteriormente 
vivenciado. Quando a faixa etária avançada vem 
associada ao comprometimento cognitivo, essas 
alterações apresentam maior proporção, com 
impacto significativo nas atividades cotidianas33 
e os indivíduos tendem a apresentar uma 
instabilidade emocional, com conduta social 
inadequada e apatia, e progressiva dificuldade de 
lidar com questões envolvendo as emoções.35 
Tais observações podem ser confirmadas 
em estudo realizado por Beckert et al.,24 em 
que os resultados mostram que quanto melhor 
o controle emocional, melhor o desempenho 
cognitivo em algumas tarefas.
Outro achado deste estudo foi a associação 
entre dor e alterações cognitivas. A dimensão dor 
encontra relevância, pois representa a medida de 
intensidade da dor sentida e seu efeito no trabalho 
habitual e nas atividades diárias. Neste estudo, 
os idosos hipertensos com declínio cognitivo 
apresentaram comprometimento maior na 
dimensão dor de sua qualidade de vida comparados 
aos idosos hipertensos sem declínio cognitivo. 
Esse resultado corrobora a investigação realizada 
por Leite et al.,22 na qual o quesito dor registrou 
as piores médias em idosos que apresentavam 
disfunção na capacidade cognitiva. 
Nos idosos, a dor é altamente prevalente e 
causa incapacidades e inabilidades prolongadas, 
podendo ser vista como uma doença, e não 
somente um sintoma, resultando em diversas 
consequências importantes que afetam a 
qualidade de vida.36
A dor, além de ser um fator limitante de 
funções, aumenta o risco de estresse emocional, 
podendo levar, em casos mais acentuados, ao 
isolamento social. A dor influencia nas atividades 
cotidianas, nos altos níveis de inabilidade 
funcional, na maior fragilidade e em níveis 
aumentadosde comorbidades nesses pacientes.37
As estruturas neurais relacionadas ao 
processo da dor também são utilizadas para o 
processamento das funções cognitivas, podendo 
interferir na atividade cognitiva e justificar a 
presente associação. Além disso, a porcentagem 
de idosos sedentários e com sobrepeso neste 
estudo foi elevada, o que predispõe a vivência de 
quadros dolorosos relacionados a problemas de 
mobilidade, como dores articulares e na coluna.36
Devem ser consideradas algumas limitações da 
presente pesquisa, pois sendo um estudo de corte 
transversal, não foi possível fazer afirmações 
sobre relações causais. Pôde-se apenas realizar 
comparações e testar associações e, assim, 
levantar possíveis fatores de risco. Além disso, 
tais instrumentos apresentam limitações, como, 
por exemplo, a forte influência da escolaridade no 
MEEM e a avaliação subjetiva no SF-36. 
Outra limitação que deve ser apontada é 
que neste estudo não foi analisada a quantidade 
Declínio cognitivo e qualidade de vida de idosos 555
de medicamentos utilizados pelo idoso. Além 
disso, a amostra foi composta apenas por 
idosos hipertensos. Nesse sentido, novos 
trabalhos deverão ser realizados com amostra 
mais diferenciada, a fim de investigar melhor 
a relação entre qualidade de vida e o declínio 
cognitivo em idosos.
CONCLUSÃO
Neste estudo, que buscou analisar a associação 
entre o declínio cognitivo e a qualidade de 
vida de idosos hipertensos, identificou-se uma 
amostra na sua maioria composta por mulheres, 
com baixo nível de escolaridade, sedentários e 
com sobrepeso. 
Com relação aos aspectos relacionados à 
associação do declínio cognitivo com a qualidade 
de vida dos idosos hipertensos, os resultados 
encontrados nesta pesquisa sugerem que o 
declínio da capacidade cognitiva afeta diretamente 
a qualidade de vida dessa população, na medida 
em que limita a capacidade de desempenhar as 
funções necessárias à manutenção das atividades 
de sua vida diária, podendo influenciar na 
intensidade de quadros dolorosos e no risco de 
estresse emocional.
Esses resultados sinalizam a necessidade 
de realização do diagnóstico cognitivo de 
idosos hipertensos, favorecendo estratégias de 
enfrentamento mais adequadas e eficazes, no 
sentido de promover um envelhecimento mais 
saudável. A avaliação da capacidade cognitiva 
desses idosos possibilita intervir com ações 
específicas que contribuam para postergar as 
incapacidades, bem como para reabilitar as 
incapacidades detectadas, resultando em redução 
da dependência e, consequentemente, melhora 
na qualidade de vida dos idosos.
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