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MERITÍSSIMO JUÍZO DA 2ª VARA CRIMINAL DO ESTADO xxxx MATEUS, já devidamente qualificado nos autos da ação penal que lhe move o ministério Público. Vem, por meio de seu advogado infra - assinado, apresentar com fulcro; 1 – FUNDAMENTO JURÍDICO DA PEÇA Com Fulcro nos artigos 396 e 396 – A, ambos do Código de Processo Penal e artigo 5º, LV, da Constituição Federal da República Federativa Do Brasil alegando o seguinte: RESPOSTA A ACUSAÇÃO “Pelos fatos e fundamentos a seguir exposto” 2 - FATOS Matheus está sendo imputado pelo Ministério Público pela prática do crime previsto no artigo 217-A c/c artigo 234-A, todos do Código Penal. Alega o Parquet que o Réu praticou, em tese, os referidos crimes contra Maísa, de 19 anos, tratando-se de conjunção carnal que resultou na gravidez da mesma. Ainda na acusação, o Ministério Público alega que a suposta vítima seria incapaz por tratar-se de pessoa portadora de desenvolvimento mental incompleto. Narra o Ministério Público, em sua inicial, que o Réu, no mês de agosto de 2016, em dia não determinado, dirigiu-se à casa da vítima para assistir, pela televisão a uma partida de futebol. Nesse intento, aproveitando-se na situação momentânea, realizou conjunção carnal com a vítima, alegando o D. Promotor de Justiça, que a referida conjunção carnal ali praticada se dera sem o devido consentimento da vítima, embora o Réu não empregado violência. Diz o Ministério Público que a vítima é incapaz, portanto, não teria condições de discernir, muito menos de consentir tal prática. 3 – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA 3.1 – Da absolvição sumária por erro do tipo (artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal) – D A ABS OLVIÇÃO SU MÁR I A P OR E RR O D E TIPO – AR TI GO 20 do Trata -se de erro de tipo que se caracteriza por excluir o dolo e, portanto, a própria tipicidade da conduta, pois o Réu namorava a vítima há algum tempo e a mesma nunca demonstrou qualquer comportamento que o fizesse suspeitar de que a suposta vítima tivesse ou fosse portadora do desenvolvimento mental incompleto. Cumpre salientar, que o Réu ao se enquadrar no inciso terceiro do artigo 397 do Código de Processo Penal, é de pleno direito que o indigitado seja absolvido sumariamente pelo simples fato, de que a narrativa apresentada pelo Parquet em sua denúncia, não constitui crime. 3. 2- PRELIMINAR Resta salientar que com fulcro no artigo 225 do Código Penal a Ação que se refere o Ministério Público é condicionada à representação da vítima, contudo a mesma não se manifestou em representar criminalmente em desfavor do suposto Autor do fato. Isto posto, requer a Vossa Excelência a inépcia da inicial. 3. 3 – DO MÉRITO Sabe-se que em determinados crimes, para a propositura da ação penal em face do Réu faz-se necessário o preenchimento de certos requisitos. No caso em comento, trata-se de crime de ação penal condicionada à representação, de modo que, para que haja a ação plenamente válida faz-se necessário, obrigatoriamente que o ofendido deva representar. Erra o MP ao apontar o crime como o previsto no art. 217-A do CP, tendo em vista que a suposta vítima não é pessoa incapaz, portanto, não sendo cabível a aplicação do referido tipo penal. Ademais, mesmo se houvesse o entendimento de que o caso concreto tratou-se de estupro, far-se-ia necessário a representação da vítima, o que não houve, agindo o Douto Parquet por conta própria, e em total desacordo com as normas processuais vigentes. Diante do exposto, não merece prosperar a acusação do Ministério Público, tendo em vista que não se trata de crime previsto no art. 217-A do CP ou, caso haja entendimento pela ocorrência, no caso em tela, de tipo penal distinto previsto no art. 213 caput do CP, igualmente não merece prosperar tal intento, tendo em vista que não houve representação da ofendida, sendo este requisito obrigatório, na forma do art. 564, III, a do CPP e 225, caput, do CPB, sendo relevante ressaltar que suposta a vítima não tem o interesse no prosseguimento da ação penal em epígrafe, tendo, inclusive, manifestado expressamente nos autos tal desejo, no entanto, ainda assim, o Insigne Promotor de Justiça, por conta própria, deu prosseguimento ao feito. Além disso, sabe-se claramente que a suposta vítima apontada pelo Ministério Público não padece de incapacidade, muito pelo contrário, pois, sabe-se que a suposta vítima não apresenta nenhum tipo de incapacidade mental absoluta e nem relativa, não sendo plausível nem sustentável apontar-lhe como portadora de tal enfermidade. Sabe-se que a pretensa vítima é perfeitamente sã, podendo, inclusive, ser averiguado em seu depoimento em juízo. . Por derradeiro, é cediço que a suposta vítima já mantinha relações amorosas com o réu há algum tempo, sendo fato conhecido por diversas pessoas, quais sejam, a avó materna do suposto réu, Olinda e sua mãe, Aida, que residem com o acusado e sabiam do relacionamento e da plena capacidade da vítima. 3. 4 – DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (artigo 397, III, do Código de Processo Penal) 1 - Houve consentimento da vítima; 2 - Vítima com capacidade de consentir; 3 - A vítima mantinha relacionamento com o Réu com o consentimento da família; 4 - Portanto não houve estupro muito menos de vulnerável; e 5 - Não houve crime. 4 - DO PEDIDO Ante o exposto, requer-se: a) a defesa pleiteia o reconhecimento da inépcia da denuncia por falta de representação da ofendida, na forma do art. 564, III, “a”, do Código de Processo Penal; b) a nulidade do processo movido face do réu, ante a ausência de suporte mínimo probatório, na forma do art. 564, III “b” do Código de Processo Penal; c) absolvição sumária do agente por atipicidade na forma do artigo 397, III do Código de Processo Penal. d) intimação das testemunhas ao final arroladas para que sejam ouvidas na audiência de instrução e julgamento; e) caso Vossa Excelência não entenda que é caso de absolvição peço que prove com prova pericial que a vítima é incapaz. Termos em que, pede deferimento Local, 28 de novembro de 2016 ADVOGADO OAB nº ROL DE TESTEMUNHAS 1) Olinda, qualificação completa 2) Alda, qualificação completa
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