Ebook - Inquérito Policial na Prática

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INQUÉRITO POLICIAL NA PRÁTICA 
 
ADRIANO MARCOS ALENCAR 
DELEGADO DE POLÍCIA JUDICIÁRIA CIVIL DO ESTADO DE MATO GROSSO 
 
1 - INQUÉRITO POLICIAL: CONCEITO, NATUREZA JURÍDICA, 
CARACTERÍSTICAS E PRAZOS. 
 
ANTES DE INICIARMOS NOSSO ESTUDO DO DIREITO PROCESSUAL PENAL, 
BUSCAREMOS COLOCAR OS SISTEMAS PROCESSUAIS ESTUDADOS PELA 
DOUTRINA, E QUAL SEJA A PEDRA ANGULAR DO SISTEMA, OU SEJA, COMO 
É TRATADA A GESTÃO DA PROVA, NA BUSCA DOS CONTORNOS FÁTICOS 
DAS INFRAÇÕES PENAIS, A SER BUSCADAS NO DEVIDO PROCESSO PENAL 
GARANTISTA; SOBRE A FORMA COM A QUAL SE OBTÉM O CONHECIMENTO 
JUNTO AO PROCESSO, ISTO É, QUEM, COMO, QUANDO E DE QUE MANEIRA 
ISSO TUDO SERÁ BUSCADO DO INQUÉRITO PARA O PROCESSO. 
ASSIM APRESENTAMOS OS 3 SISTEMAS PROCESSUAIS NO QUADRO A 
SEGUIR: 
 
 
 
SISTEMA INQUISITORIAL 
NÃO HÁ SEPARAÇÃO DAS 
FUNÇÕES DE ACUSAR, DEFENDER E 
JULGAR, QUE ESTÃO 
CONCENTRADAS EM UMA ÚNICA 
PESSOA. 
JUIZ INQUISIDOR, COM AMPLA 
INICIATIVA ACUSATÓRIA E 
PROBATÓRIA. 
PRINCÍPIO DA VERDADE REAL. 
 
 
 
SISTEMA ACUSATÓRIO 
ADOTADO NO BRASIL 
HÁ SEPARAÇÃO DAS FUNÇÕES DE 
ACUSAR, DEFENDER E JULGAR. 
PRINCÍPIO DA BUSCA DA 
VERDADE. 
A GESTÃO DA PROVA RECAI SOBRE 
AS PARTES. O JUIZ, DURANTE A 
INSTRUÇÃO PROCESSUAL, TEM 
CERTA INICIATIVA PROBATÓRIA 
(SUBSIDIARIAMENTE) 
SISTEMA ACUSATÓRIO MITIGADO, 
ADOTADO NO BRASIL 
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SISTEMA MISTO/ FRANCÊS 
HÁ UMA FASE INQUISITORIAL E 
UMA FASE ACUSATÓRIA. 
 
POR CERTO O INÍCIO DA PERSECUÇÃO PENAL SE DÁ COM A INVESTIGAÇÃO 
DA INFRAÇÃO PENAL APÓS O SEU COMETIMENTO, ATRAVÉS DE UM 
ÓRGÃO OFICIAL COM FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL, QUE NO ÂMBITO 
DOS ESTADOS É DE ATRIBUIÇÃO DA POLÍCIA CIVIL, E NO ÂMBITO DA 
UNIÃO É DE ATRIBUIÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL, SENDO QUE ALÉM DAS 
FUNÇÕES INVESTIGATIVAS DE APURAR AS INFRAÇÕES PENAIS TEMOS POR 
DEVER QUE EXERCER, COM EXCLUSIVIDADE, AS FUNÇÕES DE POLÍCIA 
JUDICIÁRIA; SENDO ASSIM AS POLÍCIAS INVESTIGATIVAS O LONGA 
MANUS DO PODER JUDICIÁRIO NAS QUESTÕES AFETAS A PERSECUÇÃO 
PENAL E POR VEZES NA AÇAO PENAL, DE QUANDO DO CUMPRIMENTO DE 
MANDADOS JUDICIAIS, A SABER, CUMPRIMENTO DE BUSCA E APREENSÃO, 
MANDADOS DE PRISÃO, INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA, INFILTRAÇÃO DE 
POLICIAIS, AÇÃO CONTROLADA, ENTRE OUTROS RECURSOS PARA SE 
BUSCAR OS NECESSÁRIOS INDÍCIOS DE AUTORIA E MATERIALIDADE, 
QUANDO NECESSÁRIA A PROVAR OS RESULTADOS DELIMITADOS NO TIPO 
PENAL. 
CRIMES A SABER MATERIAIS, FORMAIS (DE RESULTADO CORTADO, DE 
CONSUMAÇÃO ANTECIPADA) E DE MERA CONDUTA. 
IMPORTANTE CONSIGNAR QUE A DEFINIÇÃO DE MATERIALIDADE PARA O 
CRIME TEM RELAÇÃO COM O RESULTADO FÁTICO, QUE NOS CRIMES 
MATERIAIS É CONDIÇÃO PARA CONSUMAÇÃO, NOS FORMAIS MERO 
EXAURIMENTO E NOS DE MERA CONDUTA NÃO EXISTE PREVISÃO DE 
RESULTADO NO TIPO PENAL. TODAVIA A QUESTÃO DA MATERIALIDADE 
ANALISADA NO INQUÉRITO, NA DENÚNCIA E NA SENTENÇA TEM HAVER 
COM A EXISTÊNCIA DO FATO TÍPICO, OU SEJA, DA INFRAÇÃO PENAL 
APURADA EM CADA ETAPA. 
TAL FUNÇÃO DE INVESTIGAR QUE NOS TERMOS CONSTITUCIONAIS FOI 
DELIMITADA AS POLÍCIAS INVESTIGATIVAS (REPRESSIVAS), SEGUNDO O 
STF, A FUNÇÃO DE INVESTIGAR TAMBÉM SE ESTENDE A OUTROS ÓRGÃOS, 
ENTRE ELES O MINISTÉRIO PÚBLICO, TENDO TAL QUESTÃO SIDO 
BASTANTE DEBATIDA QUANDO DO PROJETO DA EC 37, SENDO ESTE O 
ENTENDIMENTO HODIERNO DE NOSSA SUPREMA CORTE. 
NO NOVO PROJETO DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL NAS JUSTIFICATIVAS 
ASSIM ESTA DELIMITADO: 
“FICA DEFINIDO QUE O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE DE POLÍCIA 
JUDICIÁRIA PELOS DELEGADOS NÃO EXCLUI A COMPETÊNCIA 
DE OUTRAS AUTORIDADES ADMINISTRATIVAS (ART. 18, § 2.º), 
TAIS COMO AS INVESTIGAÇÕES CRIMINAIS REALIZADAS 
PELO MINISTÉRIO PÚBLICO (AINDA QUE REALIZADA APENAS 
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DE FORMA SUPLETIVA) E AS SUJEITAS A INQUÉRITO POLICIAL 
MILITAR”. 
 
CADA ÓRGÃO TEM SEU PROCEDIMENTO, INSTRUMENTO DE TRABALHO, 
SENDO QUE INDEPENDENTE DA NOMENCLATURA, TEM COMO ESCOPO 
INVESTIGAR INFRAÇÕES PENAIS PARA OS QUAIS TEM ATRIBUIÇÃO, SENDO 
NA POLÍCIA CIVIL O INQUÉRITO POLICIAL, NA POLÍCIA MILITAR O 
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR, NO MINISTÉRIO PÚBLICO O 
PROCEDIMENTO DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL, QUE DIANTE DAS 
COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS E DAS ATRIBUIÇÕES QUE CADA 
ÓRGÃO SE ENCONTRA INVESTIDO, CADA QUAL COM SUA EXPERTISE 
BUSCARÁ CUMPRIR A FUNÇÃO QUE LHE FOI CONFIADA. 
PRESUME-SE QUE TAIS ÓRGÃOS DEVAM TRABALHAR COM 
INDEPENDÊNCIA E HARMONIA NO DESIDERATO DA SEGURANÇA PÚBLICA. 
AQUI CABE FAZER A COLOCAÇÃO QUE NOS TERMOS CONSTITUCIONAIS, 
DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL E SEGUNDO A LEI 12.830/13 QUE O 
PRESIDENTE DOS AUTOS DE INQUÉRITO POLICIAL É O DELEGADO DE 
POLÍCIA DE CARREIRA, A QUEM SE ATRIBUI INCLUSIVE A POSSIBILIDADE 
DE ACORDO DE COLABORAÇÃO PREMIADA NOS TERMOS DE DECISÃO DO 
STF QUE ADUZ: 
O DELEGADO DE POLÍCIA PODE FORMALIZAR ACORDOS DE 
COLABORAÇÃO PREMIADA, NA FASE DE INQUÉRITO 
POLICIAL, RESPEITADAS AS PRERROGATIVAS DO MINISTÉRIO 
PÚBLICO, O QUAL DEVERÁ SE MANIFESTAR, SEM CARÁTER 
VINCULANTE, PREVIAMENTE À DECISÃO JUDICIAL. OS §§ 2º E 6º 
DO ART. 4º DA LEI Nº 12.850/2013, QUE PREVEEM ESSA 
POSSIBILIDADE, SÃO CONSTITUCIONAIS E NÃO OFENDEM A 
TITULARIDADE DA AÇÃO PENAL PÚBLICA CONFERIDA AO 
MINISTÉRIO PÚBLICO PELA CONSTITUIÇÃO (ART. 129, I). STF. 
PLENÁRIO. ADI 5508/DF, REL. MIN. MARCO AURÉLIO, JULGADO 
EM 20/6/2018 (INFO 907). 
 
NÃO OLVIDANDO DAS DISCUSSÕES ACERCA DO INQUÉRITO POLICIAL NO 
ÂMBITO INTERNO DAS POLÍCIAS, BEM COMO NO TOCANTE AOS OUTROS 
ÓRGÃOS DE PERSECUÇÃO PENAL, TEMOS QUE ESTE IMPORTANTE MEIO DE 
SE APURAR OS CRIMES DEVA BUSCAR A MODERNIZAÇÃO, INCLUSIVE 
TECNOLÓGICA, NECESSÁRIA AO ENFRENTAMENTO DA CRIMINALIDADE, 
QUE INCLUSIVE MIGRA PARA O MEIO ELETRÔNICO, FICANDO OUTRAS 
DISCUSSÕES PARA O CAMPO DE POSSÍVEIS MUDANÇAS 
CONSTITUCIONAIS, POR CERTO COM O CUMPRIMENTO DA REGRA DO 
CONCURSO PÚBLICO, QUE AO NOSSO ENTENDER CUMPRE RESGUARDAR 
OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA IMPESSOALIDADE, MORALIDADE E 
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EFICIÊNCIA, NA MEDIDA EM QUE SELECIONA OS MELHORES EM CADA 
CERTAME. 
 
CONCEITO: É UM PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PERSECUTÓRIO 
(FASE INICIAL) QUE CONSISTE NUN CONJUNTO DE DILIGÊNCIAS 
POLICIAIS REALIZADAS PELA POLÍCIA JUDICIÁRIA PARA APURAÇÃO DA 
INFRAÇÃO PENAL E DE SUA AUTORIA, A FIM DE POSSIBILITAR QUE O 
TITULAR DA AÇÃO PENAL (PROMOTOR DE JUSTIÇA CRIMINAL) POSSA 
INGRESSAR EM JUÍZO. 
 
 
INFELIZMENTE NÃO EXISTE UM SABER CONSOLIDADO E NORMATIZADO 
SOBRE A INVESTIGAÇÃO CRIMINAL, ATÉ MESMO POR SER ATO 
DISCRICIONÁRIO, SENDO QUE A QUASE TOTALIDADE DO QUE É 
MATERIALMENTE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL ESTA TÃO SOMENTE NA 
MENTE DAS PESSOAS QUE DESENVOLVEM TAL ATIVIDADE, NAS 
PALAVRAS DO PROFESSOR DENILSON FEITOSA. 
NO ENTANTO, FAZEMOS A RESSALVA, QUE OS CURSOS DE FORMAÇÃO 
POLICIAL TÊM MATÉRIAS ESPECÍFICAS NA BUSCA DE PREPARAR OS 
POLICIAIS PARA UMA FORMAÇÃO GERAL AO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE 
POLICIAL, SENDO POR CERTO QUE TAL FORMAÇÃO DEVA SE RESTRINGIR 
A ATIVIDADE POLICIAL NA FORMAÇÃO DAS ACADEMIAS POLICIAIS, ATÉ 
MESMO COMO UMA ESTRATÉGIA DE SEGURANÇAPÚBLICA AO NOSSO 
ENTENDER. 
NESSA FASE INCIAL DA INVESTIGAÇÃO POLICIAL TEMOS OS ATORES QUE 
IRÃO INTERAGIR, CADA UM COM SUA ATRIBUIÇÃO, LABORAR SEJA NO 
INTERESSE DA SEGURANÇA PÚBLICA (DELEGADO E SUA EQUIPE), OU NA 
DEFESA DOS SUSPEITOS/INDICIADOS/RÉUS QUANDO SUJEITOS A 
INVESTIGAÇAÕ DE INFRAÇÕES PENAIS NA FASE DE INQUÉRITO POLICIAL, 
MINISTÉRIO PÚBLICO COMO TITULAR DA AÇÃO PENAL (AINDA CUSTOS 
LEGIS OU ATÉ MESMO NO CONTROLE DA ATIVIDADE POLICIAL) E O 
MAGISTRADO TANTO NA FASE DE INQUÉRITO POLICIAL QUANTO NA 
AÇÃO PENAL ANALISANDO AS MEDIDAS QUE DEMANDÃO ORDEM 
JUDICIAL, MANDADOS, COMO DECIDINDO AO FINAL POR SENTENÇA 
CRIMINAL, PELA CONDENAÇÃO OU ABSOLVIÇÃO. 
AQUI IMPORTANTE DESTACAR A IMPORTÂNCIA DA ADVOCACIA 
DEFENSIVA, QUE DIANTE DAS DELAÇÕES PREMIADAS QUE FICARAM 
MUITO CONHECIDAS POR CONTA DA OPERAÇÃO LAVAJATO, ABREM 
MUITAS OPORTUNIDADES AOS ADVOGADOS CRIMINALISTAS. CHEGA-SE 
AO PONTO, NOS TERMOS DO ART. 4 § 4º DA LEI 12.850/13 DE O MINISTÉRIO 
PÚBLICO COMO BENEFÍCIO AO DELATOR DEIXAR DE OFERECER 
DENÚNCIA NA FASE DE INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR, ANTERIOR 
INCLUSIVE AO INÍCIO DA AÇÃO PENAL: 
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§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério Público poderá deixar de 
oferecer denúncia se o colaborador: 
I - não for o líder da organização criminosa; 
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo. 
 
O PROJETO DE REFORMA DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ADUZ NO 
ART. 13 DO PROJETO DE LEI Nº 156/09: 
 
É FACULTADO À VÍTIMA, OU SEU REPRESENTANTE LEGAL, E AO 
INVESTIGADO IDENTIFICAR FONTES DE PROVA EM FAVOR DE 
SUA DEFESA, PODENDO INCLUSIVE INDICAR PESSOAS A 
SEREM ENTREVISTADAS, NOS TERMOS DO ART. 26 DESTE 
CÓDIGO. 
 
TAL MEDIDA HOJE JÁ É POSSÍVEL CONFORME ART. 7º DO ESTATUTO DA 
OAB. CERTO É QUE O ADVOGADO ESTA CAPACITADO PARA INICIAR A 
DEFESA DO CLIENTE CONSTITUÍDO, SENDO QUE NESTE PONTO PENSO, 
SALVO MELHOR JUÍZO, QUE O PROFISSIONAL ASSIM COMO O FAZ EM JUÍZO 
QUANDO BUSCA MANIFESTAÇÃO DO MAGISTRADO, QUE BUSQUE 
PROVOCAR A AUTORIDADE POLICIAL POR ESCRITO. 
MESMO QUE O ADVOGADO BUSQUE PROVOCAR A AUTORIDADE POLICIAL 
POR ESCRITO, NÃO SE PODERÁ FALAR EM CERCEAMENTO DE DEFESA NA 
FASE DE INQUÉRITO POLICIAL DIANTE DE POSSÍVEL NEGATIVA DO 
DELEGADO EM ATENDER A REPRESENTAÇÃO, NO ENTANTO A BOA 
PRATICA PODERÁ CRIAR BOAS ROTINAS E ATÉ MESMO MUDAR A 
LEGISLAÇÃO DIANTE DAS PROVOCAÇÕES QUE POSSAM SER LEVADAS AO 
JUDICIÁRIO, TANTO POR PARTE DAS AUTORIDADES POLICIAIS QUANTO 
DOS ADVOGADOS, COMO TEMOS OBSERVADO NAS ALTERAÇÕES 
LEGISLATIVAS E ENTENDIMENTOS JURISPRUDENCIAIS DE NOSSAS 
CORTES SUPERIORES. 
APLICANDO-SE POR EXEMPLO A SÚMULA VINCULANTE 14 DO STF, 
PODENDO DIANTE DE UM CERCEAMENTO DE ACESSO AOS AUTOS DE IP, O 
ADVOGADO SE VALER, POR EXEMPLO, DE MANDADO DE SEGURANÇA 
CRIMINAL PARA GARANTIR DIREITO LÍQUIDO E CERTO PARA SE TER 
ACESSO AOS AUTOS DO INQUÉRITO POLICIAL, OU ATÉ MESMO 
RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL AO STF, DESDE QUE ESGOTADAS AS 
VIAS ADMINISTRATIVAS, O QUE NO CASO DA POLÍCIA CIVIL COM DECISÃO 
DO RESPECTIVO CHEFE DE POLÍCIA (DELEGADO GERAL). 
A PREVISÃO DE ACESSO AOS AUTOS NA SÚMULA VINCULANTE 14 ERA 
MAIS RESTRITA, TANTO QUE LÁ ESTA EXPRESSO QUE O ACESSO SERÁ “EM 
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PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO REALIZADO POR ÓRGÃO COM 
COMPETÊNCIA DE POLÍCIA JUDICIÁRIA”. NO ENTANTO A ALTERAÇÃO 
NO ESTATUTO DA OAB NO ART. 7º XIV ALARGOU ESTE ACESSO PARA 
“EXAMINAR, EM QUALQUER INSTITUIÇÃO RESPONSÁVEL POR 
CONDUZIR INVESTIGAÇÃO”. 
ASSIM A ALTERAÇÃO PROMOVIDA TEVE COMO OBJETIVO DEIXAR 
EXPRESSO QUE OS ADVOGADOS POSSUEM DIREITO DE EXAMINAR OS 
AUTOS DOS PROCEDIMENTOS DE INVESTIGAÇÃO EM QUALQUER 
INSTITUIÇÃO (E NÃO APENAS NA POLÍCIA). TAMBÉM NOS CABE TRAZER 
A EXCEÇÃO PARA O BOM ADVOGADO TER CONHECIMENTO DA PRATICA 
PROFISSIONAL, SENDO QUE SERÁ NECESSÁRIO QUE O ADVOGADO 
APRESENTE PROCURAÇÃO CASO OS AUTOS ESTEJAM SUJEITOS A 
SIGILO (ART. 7º, § 10, DO ESTATUTO DA OAB). 
A NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE, QUE ENTRA EM VIGOR APÓS 
DECORRIDOS 120 (CENTO E VINTE) DIAS DE SUA PUBLICAÇÃO OFICIAL 
(BRASÍLIA, 5 DE SETEMBRO DE 2019) ADUZ QUANTO AO CERCEAMENTO DO 
DIREITO DOS ADVOGADOS EM SEU ART. 32 DA LEI 13.869/19: 
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de 
investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a 
qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou 
administrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o 
acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização 
de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e 
 
 AINDA NO TOCANTE AO TEMA INVESTIGAÇAO DEFENSIVA, NOS TERMOS 
EXPLICITADOS PELO PROFESSOR AURY LOPES JR ADUZ QUANTO AO 
PROVIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DA OAB: 
“O CONSELHO FEDERAL DA OAB NÃO CRIOU QUALQUER 
PRERROGATIVA LEGAL PARA A ADVOCACIA POR MEIO DE 
PROVIMENTO NEM INOVOU SOB QUALQUER ASPECTO A ORDEM 
JURÍDICA. O QUE SE FEZ, ACLARE-SE, FOI ESTABELECER 
CONCEITOS, BALIZAS E PARÂMETROS PARA A ADVOCACIA 
EXERCER A SUA FUNÇÃO INVESTIGATIVA, VEZ QUE ESTA NÃO 
SE ENCONTRA PROIBIDA EM QUALQUER NORMA BRASILEIRA 
(COMO DITO, DECORRE DA AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO 
PREVISTOS NO ARTIGO 5º, LV DA CF). DISCIPLINAR O QUE SE 
PODE FAZER, A PARTIR DAS FERRAMENTAS LEGAIS E PREVISÕES 
CONSTITUCIONAIS JÁ POSTAS, É EXERCÍCIO DO PODER 
REGULAMENTADOR CONFERIDO NO ARTIGO 54, V, DO 
ESTATUTO DA ADVOCACIA E DA OAB (LEI FEDERAL 8.906/1994) ”. 
 
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O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, 
CONSIDERANDO O DECIDIDO NOS AUTOS DA PROPOSIÇÃO N. 
49.0000.2017.009603-0/COP 
Art. 1° Compreende-se por investigação defensiva o complexo de atividades 
de natureza investigatória desenvolvido pelo advogado, com ou sem 
assistência de consultor técnico ou outros profissionais legalmente 
habilitados, em qualquer fase da persecução penal, procedimento ou grau de 
jurisdição, visando à obtenção de elementos de prova destinados à 
constituição de acervo probatório lícito, para a tutela de direitos de seu 
constituinte. 
Art. 2º A investigação defensiva pode ser desenvolvida na etapa da 
investigação preliminar, no decorrer da instrução processual em juízo, na fase 
recursal em qualquer grau, durante a execução penal e, ainda, como medida 
preparatória para a propositura da revisão criminal ou em seu decorrer. 
Art. 3° A investigação defensiva, sem prejuízo de outras finalidades, orienta-
se, especialmente, para a produção de prova para emprego em: 
I – pedido de instauração ou trancamento de inquérito; 
II – rejeição ou recebimento de denúncia ou queixa; 
III – resposta a acusação; 
IV – pedido de medidas cautelares; 
V – defesa em ação penal pública ou privada; 
VI – razões de recurso; 
VII – revisão criminal; 
VIII – habeas corpus; 
IX – proposta de acordo de colaboração premiada; 
X – proposta de acordo de leniência; 
XI – outras medidas destinadas a assegurar os direitos individuais em 
procedimentos de natureza criminal. 
Parágrafo único. A atividade de investigação defensiva do advogado inclui a 
realização de diligências investigatórias visando à obtençãode elementos 
destinados à produção de prova para o oferecimento de queixa, principal ou 
subsidiária. 
Art. 4º Poderá o advogado, na condução da investigação defensiva, promover 
diretamente todas as diligências investigatórias necessárias ao esclarecimento 
do fato, em especial a colheita de depoimentos, pesquisa e obtenção de 
dados e informações disponíveis em órgãos públicos ou privados, 
determinar a elaboração de laudos e exames periciais, e realizar 
reconstituições, ressalvadas as hipóteses de reserva de jurisdição. 
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AO NOSSO ENTENDER A PARTICIPAÇÃO DOS ADVOGADOS NA FASE DE 
INQUÉRITO POLICIAL COLABORA PARA O APRIMORAMENTO DA 
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL, QUALIFICANDO A ATUAÇÃO E 
PROCEDIMENTOS ADOTADOS NESTA FASE IMPORTANTE DA PERSECUÇÃO 
PENAL, QUE A CADA DIA PASSA A TER MAIS RELEVÂNCIA. TEMOS QUE 
ADAPTAR, CONSTRUIR O INÍCIO DO CONTRADITÓRIO NA FASE DE 
INQUÉRITO POLICIAL, POR EXEMPLO NAS PROVAS PERÍCIAIS ONDE SE TEM 
O CONTRADITÓRIO DIFERIDO, TRAZENDO ESTE PARA FASE DE INQUÉRITO 
POLICIAL, NÃO SE DESCUIDANDO DA APLICAÇÃO DO CONTRADITÓRIO EM 
ELEMENTOS DE INFORMAÇÕES DUVIDOSOS, QUE A DEFESA POSSA 
AJUDAR NO ESCLARECIMENTOS DOS FATOS QUANDO NECESSÁRIO, ATÉ 
MESMO PARA SE EVITAR INCORRER, EM TESE, NO ART. 27 DA NOVA LEI 
DE ABUSO DE AUTORIDADE: 
ART. 27. REQUISITAR INSTAURAÇÃO OU INSTAURAR 
PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO DE INFRAÇÃO PENAL OU 
ADMINISTRATIVA, EM DESFAVOR DE ALGUÉM, À FALTA DE 
QUALQUER INDÍCIO DA PRÁTICA DE CRIME, DE ILÍCITO 
FUNCIONAL OU DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA: 
PENA - DETENÇÃO, DE 6 (SEIS) MESES A 2 (DOIS) ANOS, E MULTA. 
PARÁGRAFO ÚNICO. NÃO HÁ CRIME QUANDO SE TRATAR DE 
SINDICÂNCIA OU INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR SUMÁRIA, 
DEVIDAMENTE JUSTIFICADA. 
 
ALÉM DAS OPORTUNIDADES DE DEFESA, AINDA GOSTARÍAMOS DE 
RESSALTAR QUE OS ADVOGADOS AINDA TÊM COMO 
POSSIBILIDADE/OPORTUNIDADE DE ATUAR COMO ASSISTENTES DE 
ACUSAÇÃO EM PROL DAS VÍTIMAS DE CRIMES, E TANTAS OUTRAS 
OPORTUNIDADES QUE POSSAM SURGIR DIANTE DAS DELAÇÕES 
PREMIADAS NA FASE DE INQUÉRITO POLICIAL, COMO PUDEMOS 
ACOMPANHAR NA OPERAÇÃO LAVA JATO, QUE SE TORNOU REFERÊNCIA 
NA ATUAÇÃO DA ADVOCACIA DEFENSIVA AO NOSSO ENTENDER. 
O APRIMORAMEMTO DO INQUÉRITO POLICIAL SE FAZ NECESSÁRIO, 
ATUALIZANDO-SE O CONHECIMENTO, METODOLOGIAS E USO DAS 
MODERNAS TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS; COMO, POR EXEMPLO, NO 
ESTADO DE MATO GROSSO TIVEMOS A OPORTUNIDADE DE UTILIZAR DE 
FORMA PIONEIRA O SISTEMA DE ÁUDIO VISUAL NA COMARCA DE 
PRIMAVERA DO LESTE/MT, O MESMO UTILIZADO PELO PODER JUDICIÁRIO 
NAS AUDIÊNCIAS, O QUE VALORIZA SOBREMANEIRA OS ELEMENTOS DE 
INFORMAÇÕES COLHIDOS NESTA FASE, EVITANDO-SE 
QUESTIONAMENTOS DE DUVIDOSA LEGALIDADE, QUE INFELIZMENTE SÃO 
PRATICAS LEVIANAS DE PÉSSIMOS PROFISSIONAIS, A EXEMPLO DE 
PROFISSIONAIS QUE EXTRAPOLAM O EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA 
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ADVOCACIA AO COMETER DELITOS, PRINCIPALMENTE QUANDO SÃO 
CONTRATADOS POR ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS. 
 
O INQUÉRITO POLICIAL TEM AS SEGUINTES CARACTERÍSTICAS MAIS 
IMPORTANTES E COBRADAS EM PROVAS DE CONCURSO PÚBLICOS E 
PROVAS DA OAB 
 
 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DO IP 
 
MACETE: DOSEI OI 
DISPENSÁVEL 
OFICIAL 
SIGILOSO 
ESCRITO 
INQUISITORIAL (COMO REGRA, 
NÃO HÁ CONTRADITÓRIO OU 
AMPLA DEFESA) 
OFICIOSO 
INDISPONÍVEL (O DELEGADO NÃO 
PODERÁ ARQUIVÁ-LO) 
 
 
 
PRAZOS DO INQUÉRITO POLICIAL 
 
PRAZO CONCLUSÃO PRESO SOLTO 
JUSTIÇA ESTADUAL 10 30 
JUSTIÇA FEDERAL 15+15 30 
LEI DE DROGAS 30+30 90+90 
ECONOMIA POPULAR 10 10 
PRISÃO TEMPORÁRIA 
EM CRIMES 
HEDIONDOS 
30+30 NÃO SE APLICA 
JUSTIÇA MILITAR 20 40+20 
 
 
A IMPORTÂNCIA DOS PRAZOS PARA OS ATORES DA PERSECUÇÃO PENAL 
VAI DEPENDER DO REFERENCIAL, E TEM IMPORTÂNCIA MAIOR PARA A 
DEFESA EM SE TRATANDO DE RÉUS PRESOS, JÁ QUE O EXCESSO DE 
PRAZO PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL PODE REDUNDAR 
NA ORDEM DE SOLTURA POR ILEGALIDADE VIA AÇÃO 
CONSTITUCIONAL DE HABEAS CORPUS, EM RAZÃO DA VIOLAÇÃO 
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EXPRESSA DO ART. 46 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. SEM FALAR NOS 
PRAZOS DA INSTRUÇÃO CRIMINAL, A SER ANALISADO NO CASO 
CONCRETO, TAMBÉM PODENDO SE BUSCAR A LIBERDADE DO 
CUSTODIADO POR ILEGALIDADE VIA AÇÃO CONSTITUCIONAL DE 
HABEAS CORPUS. 
DIANTE DA POSSIBILIDADE HODIERNA, ATÉ ULTERIOR MUDANÇA DE 
POSICIONAMENTO DO STF, DE QUE A PRISÃO APÓS CONDENAÇÃO EM 2ª 
INSTÂNCIA NÃO VIOLA O PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA, CADA 
VEZ MAIS A DEFESA DEVA BUSCAR NO INÍCIO DA PERSECUÇAO PENAL 
ACOMPANHAR OS ELEMENTOS DE INFORMAÇÕES QUE FORAM 
PRODUZIDOS, QUE PODERÃO SER PROVAS EM DESFAVOR DO 
INDICIADO/DENUNCIADO/RÉU, DO CONTRADITÓRIO DIFERIDO DAS 
PROVAS PERICIAIS E TANTAS OUTRAS PROVAS QUE DEMANDAM 
AUTORIZAÇAO JUDICIAL NA FASE DE INQUÉRITO POLICIAL QUE O BOM 
ADVOGADO POSSA VERIFICAR A LEGALIDADE, COMO POR EXEMPLO AS 
DESCRITAS NO ART. 3º DA LEI 12.850/13: 
Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem prejuízo 
de outros já previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova: 
I - colaboração premiada; 
II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos; 
III - ação controlada; 
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados 
cadastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e a 
informações eleitorais ou comerciais; 
V - interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos 
da legislação específica; 
VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da 
legislação específica; 
VII - infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do 
art. 11; 
VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais 
e municipais na busca de provas e informações de interesse da 
investigação ou da instrução criminal. 
 
2 - O INQUÉRITO POLICIAL E OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO 
CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA 
EM NOSSA PRIMEIRA AULA COLOCAMOS AS CARACTERÍSTICAS DO IP, 
SENDO UMA DELAS A INQUISITORIEDADE, QUE VEM A SER A 
IMPOSSIBILIDADE, A PRIORI, EM SEDE DO INQUÉRITO POLICIAL DE 
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TERMOS OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITÓRIO E AMPLA 
DEFESA, QUE SÃO CARACTERÍSTICAS IMANENTES DO DEVIDO PROCESSO 
PENAL NOS TERMOS DO ART. 5 INCISO LV QUE ADUZ: 
”AOS LITIGANTES, EM PROCESSO JUDICIAL OU 
ADMINISTRATIVO, E AOS ACUSADOS EM GERAL SÃO 
ASSEGURADOS O CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA, COM OS 
MEIOS E RECURSOS A ELA INERENTES”. 
 
BEM COMO NA FASE DE INQUÉRITO POLICIAL FALAMOS EM “ATOS DE 
INVESTIGAÇÃO” QUE SÃO OS ELEMENTOS DE INFORMAÇÕES PRODUZIDOS 
NESTA FASE, JÁ QUE TECNICAMENTE FALANDO AS PROVAS SÃO 
PRODUZIDAS DIANTE DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA, E NA AÇÃO 
PENAL FALAMOS EM “ATOS DE PROVA”. IMPENDE RESSALTAR QUE O 
INQUÉRITO POLICIAL NÃO É PROCESSO, E SIM PROCEDIMENTO 
ADMINISTRATIVO INQUISITORIAL. 
AO NOSSO JUÍZO, APESAR DESTA DISTINÇÃO FEITA PELA DOUTRINA, NÃO 
SE IMPEDE O CONTRADITÓRIO NA FASE DE INQUÉRITO POLICIAL, 
APENAS O ASSEGURA COMO DIREITO E GARANTIA NOS PROCESSOSJUDICIAIS E ADMINISTRATIVOS, SENDO QUE TIVEMOS OPORTUNIDADE NO 
EXERCÍCIO PROFISSIONAL, NA FASE DE INQUÉRITO POLICIAL, SE 
VALENDO DO ART. 7º INCISO XXI DO ESTATUDO DA ADVOCIA E DO CÓDIGO 
DE PROCESSO CIVIL, PARA ASSEGURAR NUM PROCESSO DE PORTE DE 
ARMA DE USO RESTRITO UMA PERÍCIA PARTICULAR, POR UM 
PROFISSIONAL CONHECIDO NO ESTADO DE MATO GROSSO, QUE A PERÍCIA 
PARTICULAR PUDESSE CONSTESTAR O LAUDO PERICIAL OFICIAL NOS 
TERMOS LEGAIS, BUSCANDO NA FASE DE INQUÉRITO POLICIAL 
ASSEGURAR O CONTRADITÓRIO ANTECIPADO, JÁ QUE A PERÍCIA É UMA 
PROVA NA FUTURA AÇAO PENAL, DE CONTRADITÓRIO DIFERIDO, O QUE 
PELO PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA BUSCAMOS ESTAR INOVANDO A PRATICA 
POLICIAL, APERFEIÇOANDO A PERSECUÇAO E QUIÇA SENDO MEDIDA 
LEGAL A SER ADOTADA EM FUTURO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, COMO 
MEDIDA APTA A EVITAR INSTAURAR INQUÉRITO POLICIAL À FALTA DE 
QUALQUER INDÍCIO DA PRÁTICA DE CRIME, DE ILÍCITO FUNCIONAL 
OU DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA NOS TERMOS LEGAIS DA NOVA LEI 
DE ABUSO DE AUTORIDADE, QUE ENTRARÁ EM VIGÊNCIA. 
O PROCESSO PENAL GARANTISTA POSSUI DIVERSOS PRINCÍPIOS DE 
ÍNDOLE CONSTITUCIONAL QUE SE APLICAM DESDE O INÍCIO DA 
PERSECUÇÃO PENAL, JÁ NA FASE INVESTIGATIVA, COMO POR EXEMPLO 
(ENTRE OUTROS): 
1. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
2. PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 
3. PRINCÍPIO DA INOCÊNCIA OU DA NÃO CULPABILIDADE 
Presunção de inocência 
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A existência de inquéritos policiais ou de ações penais sem trânsito em julgado 
não podem ser considerados como maus antecedentes para fins de dosimetria da 
pena. STF. Plenário. RE 591054/SC, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 
17/12/2014 (repercussão geral) (Info 772). 
 
A execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em grau de 
apelação, ainda que sujeito a recurso especial ou extraordinário, não ofende 
o princípio constitucional da presunção de inocência (art. 5º, LVII, da 
CF/88) e não viola o texto do art. 283 do CPP. 
STF. Plenário. ADC 43 e 44 MC/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. 
Min. Edson Fachin, julgados em 05/10/2016 (Info 842). 
 
4. PRINCÍPIO DA NÃO AUTO INCRIMINAÇÃO (NEMO TENETUR SE 
DETEGERE) 
 
BEM COMO TEMOS OUTROS QUE NÃO SE APLICAM NA FASE INICIAL DA 
INVESTIGAÇÃO, MESMO COM PREVISÃO CONSTITUCIONAL NÃO SE 
COLOCAM DIANTE DO PRINCÍPIO INQUISITIVO DO INQUÉRITO POLICIAL, 
ELES ENCONTRAM APLICAÇÃO QUANDO DA AÇÃO PENAL, OU SEJA, EM 
FASE DE PROCESSO: 
1. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO 
2. PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA 
 
ESTA ANÁLISE DE PROCESSO E PROCEDIMENTO NOS LEVA 
NECESSARIAMENTE A ANÁLISE DE VÍCIOS OU IRREGULARIDADES NESTA 
FASE, JÁ QUE NÃO FALAMOS A PRIORI DE NULIDADES NA FASE DE 
INQUÉRITO POLICIAL, NOS TERMOS JURISPRUDÊNCIAIS: 
É INCABÍVEL A ANULAÇÃO DE PROCESSO PENAL EM RAZÃO 
DE SUPOSTA IRREGULARIDADE VERIFICADA EM INQUÉRITO 
POLICIAL 
A SUSPEIÇÃO DE AUTORIDADE POLICIAL NÃO É MOTIVO DE 
NULIDADE DO PROCESSO, POIS O INQUÉRITO É MERA PEÇA 
INFORMATIVA, DE QUE SE SERVE O MINISTÉRIO PÚBLICO PARA 
O INÍCIO DA AÇÃO PENAL. ASSIM, É INVIÁVEL A ANULAÇÃO DO 
PROCESSO PENAL POR ALEGADA IRREGULARIDADE NO 
INQUÉRITO, POIS, SEGUNDO JURISPRUDÊNCIA FIRMADA NO 
STF, AS NULIDADES PROCESSUAIS ESTÃO RELACIONADAS 
APENAS A DEFEITOS DE ORDEM JURÍDICA PELOS QUAIS SÃO 
AFETADOS OS ATOS PRATICADOS AO LONGO DA AÇÃO PENAL 
CONDENATÓRIA. STF. 2ª TURMA. RHC 131450/DF, REL. MIN. 
CÁRMEN LÚCIA, JULGADO EM 3/5/2016 (INFO 824). 
 
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NO ENTANTO, APESAR DESTA REGRA GERAL, A JURISPRUDÊNCIA DOS 
TRIBUNAIS APONTA NULIDADES EM ELEMENTOS DE INFORMAÇÕES 
ORIUNDOS DE DILIGÊNCIAS POLICIAIS, COMO ESTAS A SEGUIR: 
EXTRAÇÃO SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL DE DADOS 
E DE CONVERSAS REGISTRADAS NO WHATSAPP 
 SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, SÃO NULAS AS PROVAS 
OBTIDAS PELA POLÍCIA POR MEIO DA EXTRAÇÃO DE DADOS E 
DE CONVERSAS REGISTRADAS NO WHATSAPP PRESENTES NO 
CELULAR DO SUPOSTO AUTOR DE FATO DELITUOSO, AINDA QUE 
O APARELHO TENHA SIDO APREENDIDO NO MOMENTO DA 
PRISÃO EM FLAGRANTE. STJ. 6ª TURMA. RHC 51.531-RO, REL. MIN. 
NEFI CORDEIRO, JULGADO EM 19/4/2016 (INFO 583). 
 
MESMO SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, POLÍCIA PODE 
ACESSAR CONVERSAS DO WHATSAPP DA VÍTIMA MORTA, 
CUJO CELULAR FOI ENTREGUE PELA SUA ESPOSA 
NÃO HÁ ILEGALIDADE NA PERÍCIA DE APARELHO DE TELEFONIA 
CELULAR PELA POLÍCIA, SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, 
NA HIPÓTESE EM QUE SEU PROPRIETÁRIO - A VÍTIMA - FOI 
MORTO, TENDO O REFERIDO TELEFONE SIDO ENTREGUE À 
AUTORIDADE POLICIAL POR SUA ESPOSA. STJ. 6ª TURMA. RHC 
86.076-MT, REL. MIN. SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, REL. ACD. MIN. 
ROGERIO SCHIETTI CRUZ, JULGADO EM 19/10/2017 (INFO 617). 
 
É NULA DECISÃO JUDICIAL QUE AUTORIZA O 
ESPELHAMENTO DO WHATSAPP PARA QUE A POLÍCIA 
ACOMPANHE AS CONVERSAS DO SUSPEITO PELO WHATSAPP 
WEB 
É NULA DECISÃO JUDICIAL QUE AUTORIZA O ESPELHAMENTO 
DO WHATSAPP VIA CÓDIGO QR PARA ACESSO NO WHATSAPP 
WEB. TAMBÉM SÃO NULAS TODAS AS PROVAS E ATOS QUE DELA 
DIRETAMENTE DEPENDAM OU SEJAM CONSEQUÊNCIA, 
RESSALVADAS EVENTUAIS FONTES INDEPENDENTES. NÃO É 
POSSÍVEL APLICAR A ANALOGIA ENTRE O INSTITUTO DA 
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA E O ESPELHAMENTO, POR 
MEIO DO WHATSAPP WEB, DAS CONVERSAS REALIZADAS 
PELO APLICATIVO WHATSAPP. STJ. 6ª TURMA. RHC 99.735-SC, 
REL. MIN. LAURITA VAZ, JULGADO EM 27/11/2018 (INFO 640). 
 
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OBRIGAR O SUSPEITO A COLOCAR SEU CELULAR EM “VIVA 
VOZ” NO MOMENTO DE UMA LIGAÇÃO É CONSIDERADO 
PROVA ILÍCITA, ASSIM COMO AS QUE DERIVAREM DELA 
SEM CONSENTIMENTO DO RÉU OU PRÉVIA AUTORIZAÇÃO 
JUDICIAL, É ILÍCITA A PROVA, COLHIDA DE FORMA 
COERCITIVA PELA POLÍCIA, DE CONVERSA TRAVADA PELO 
INVESTIGADO COM TERCEIRA PESSOA EM TELEFONE 
CELULAR, POR MEIO DO RECURSO "VIVA-VOZ", QUE 
CONDUZIU AO FLAGRANTE DO CRIME DE TRÁFICO ILÍCITO DE 
ENTORPECENTES. STJ. 5ª TURMA. RESP 1.630.097-RJ, REL. MIN. 
JOEL ILAN PACIORNIK, JULGADO EM 18/4/2017 (INFO 603). 
 
MERA INTUIÇÃO DE QUE ESTÁ HAVENDO TRÁFICO DE 
DROGAS NA CASA NÃO AUTORIZA O INGRESSO SEM 
MANDADO JUDICIAL OU CONSENTIMENTO DO MORADOR 
O INGRESSO REGULAR DA POLÍCIA NO DOMICÍLIO, SEM 
AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, EM CASO DE FLAGRANTE DELITO, 
PARA QUE SEJA VÁLIDO, NECESSITA QUE HAJA FUNDADAS 
RAZÕES (JUSTA CAUSA) QUE SINALIZEM A OCORRÊNCIA DE 
CRIME NO INTERIOR DA RESIDÊNCIA. A MERA INTUIÇÃO 
ACERCA DE EVENTUAL TRAFICÂNCIA PRATICADA PELO 
AGENTE, EMBORA PUDESSE AUTORIZAR ABORDAGEM POLICIAL 
EM VIA PÚBLICA PARA AVERIGUAÇÃO, NÃO CONFIGURA, POR SI 
SÓ, JUSTA CAUSA A AUTORIZAR O INGRESSO EM SEU DOMICÍLIO, 
SEM O SEU CONSENTIMENTO E SEM DETERMINAÇÃO JUDICIAL. 
STJ. 6ª TURMA. RESP 1.574.681-RS, REL. MIN. ROGÉRIO SCHIETTI 
CRUZ, JULGADO EM 20/4/2017 (INFO 606) 
 
EXISTEM DIFERENÇAS NAS OITIVAS A SER REALIZADAS: DECLARAÇÕES, 
DEPOIMENTOS E INTERROGATÓRIO, NOS TERMOS DO CÓDIGO DE 
PROCESSO PENAL. 
 
3 - FINALIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL 
A FINALIDADE PRECÍPUA DO INQUÉRITO POLICIAL É APURAR FATOS QUE 
CONSTITUAM INFRAÇAO PENAL E SUA RESPECTIVA AUTORIA PARA 
SERVIR DE BASE PARA À PROPOSITURA DA AÇÃO PENAL. 
INSTAURAR INQUÉRITO POLICIAL DIANTE DE INDÍCIO DA PRÁTICA DE 
CRIME, DE ILÍCITO FUNCIONAL OU DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA 
NOS TERMOS LEGAIS DA NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE, QUEENTRARÁ EM VIGÊNCIA, QUE PREVÊ COMO CRIME A FALTA DE CUIDADO 
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E ZELO DAS AUTORIDADES QUE PRESIDEM PROCEDIMENTOS 
INVESTIGATÓRIOS NOS TERMOS DO ART. 27 DA LEI 13.869/19: 
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de 
infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer 
indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
ESTA FINALIDADE FICA MAIS EVIDENTE QUANDO BUSCAMOS ANALISAR 
OS DADOS LANÇADOS NO ANUÁRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO PELO CNMP, 
SENDO QUE A GRANDE MAIORIA DAS AÇÕES PENAIS SÃO INICIADAS COM 
BASE EM INQUÉRITOS POLICIAIS. NÃO DEIXANDO TAMBÉM DE 
CONSIGNAR QUE O PRÓPRIO MINISTÉRIO PÚBLICO POSSUI 
PROCEDIMENTO SEMELHANTE, TODAVIA COM NOMENCLATURA 
DIFERENTE, PIC (PROCEDIMENTO DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL), BEM 
COMO A POLÍCIA MILITAR POSSUI O IPM (INQUÉRITO POLICIAL MILITAR); 
SENDO QUE TODOS POSSUEM A MESMA FINALIDADE, TODAVIA COM SUAS 
PECULIARIDADES E COMPETÊNCIAS DELIMITADAS NA CONSITITUIÇÃO E 
LEGISLAÇAO INFRACONSTITUCIONAL. 
É BOM CONSIGNAR QUE NESTA FASE INICIAL DA PERSECUÇÃO PENAL OS 
DELEGADOS, PROMOTORES E OFICIAIS POSSUEM ATRIBUIÇÃO, SENDO A 
ATUAÇÃO DELIMITADA NA CIRCUNSCRIÇÃO/COMARCA. 
A POLÍCIA CIVIL ATUA PERANTE A JUSTIÇA ESTADUAL, E 
EXCEPCIONALMENTE PERANTE A JUSTIÇA FEDERAL, QUANDO POR 
EXEMPLO APURA CRIMES ELEITORIAIS ONDE NÃO TENHA UNIDADE DA 
POLÍCIA FEDERAL, E QUEM PRESIDE O INQUÉRITO POLICIAL É A 
AUTORIDADE POLICIAL, DELEGADO DE CARREIRA NOS TERMOS DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. SEGUEM JURISPRUDÊNCIAS SOBRE O TEMA: 
INDICIAMENTO É ATRIBUIÇÃO EXCLUSIVA DA AUTORIDADE 
POLICIAL 
STJ. 5ª TURMA. RHC 47.984-SP, REL. MIN. JORGE MUSSI, JULGADO 
EM 4/11/2014 (INFO 552). STF. 2ª TURMA. HC 115015/SP, REL. MIN. 
TEORI ZAVASCKI, JULGADO EM 27/8/2013 (INFO 717). 
 
POSSIBILIDADE DE ACORDO DE COLABORAÇÃO PREMIADA 
SER CELEBRADO POR DELEGADO DE POLÍCIA 
O DELEGADO DE POLÍCIA PODE FORMALIZAR ACORDOS DE 
COLABORAÇÃO PREMIADA, NA FASE DE INQUÉRITO POLICIAL, 
RESPEITADAS AS PRERROGATIVAS DO MINISTÉRIO PÚBLICO, O 
QUAL DEVERÁ SE MANIFESTAR, SEM CARÁTER VINCULANTE, 
PREVIAMENTE À DECISÃO JUDICIAL. OS §§ 2º E 6º DO ART. 4º DA 
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LEI Nº 12.850/2013, QUE PREVEEM ESSA POSSIBILIDADE, SÃO 
CONSTITUCIONAIS E NÃO OFENDEM A TITULARIDADE DA AÇÃO 
PENAL PÚBLICA CONFERIDA AO MINISTÉRIO PÚBLICO PELA 
CONSTITUIÇÃO (ART. 129, I). STF. PLENÁRIO. ADI 5508/DF, REL. 
MIN. MARCO AURÉLIO, JULGADO EM 20/6/2018 (INFO 907). 
 
INDICIAMENTO ENVOLVENDO AUTORIDADES COM FORO 
POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO 
EM REGRA, A AUTORIDADE COM FORO POR PRERROGATIVA DE 
FUNÇÃO PODE SER INDICIADA. EXISTEM DUAS EXCEÇÕES 
PREVISTAS EM LEI DE AUTORIDADES QUE NÃO PODEM SER 
INDICIADAS: A) MAGISTRADOS (ART. 33, PARÁGRAFO ÚNICO, 
DA LC 35/79); B) MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO (ART. 18, 
PARÁGRAFO ÚNICO, DA LC 75/93 E ART. 41, PARÁGRAFO 
ÚNICO, DA LEI Nº 8.625/93). EXCETUADAS AS HIPÓTESES LEGAIS, 
É PLENAMENTE POSSÍVEL O INDICIAMENTO DE AUTORIDADES 
COM FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO. NO ENTANTO, 
PARA ISSO, É INDISPENSÁVEL QUE A AUTORIDADE POLICIAL 
OBTENHA UMA AUTORIZAÇÃO DO TRIBUNAL COMPETENTE 
PARA JULGAR ESTA AUTORIDADE. EX: EM UM INQUÉRITO 
CRIMINAL QUE TRAMITA NO STJ PARA APURAR CRIME 
PRATICADO POR GOVERNADOR DE ESTADO, O DELEGADO DE 
POLÍCIA CONSTATA QUE JÁ EXISTEM ELEMENTOS SUFICIENTES 
PARA REALIZAR O INDICIAMENTO DO INVESTIGADO. DIANTE 
DISSO, A AUTORIDADE POLICIAL DEVERÁ REQUERER AO 
MINISTRO RELATOR DO INQUÉRITO NO STJ AUTORIZAÇÃO 
PARA REALIZAR O INDICIAMENTO DO REFERIDO 
GOVERNADOR. CHAMO ATENÇÃO PARA O FATO DE QUE NÃO É 
O MINISTRO RELATOR QUEM IRÁ FAZER O INDICIAMENTO. ESTE 
ATO É PRIVATIVO DA AUTORIDADE POLICIAL. O MINISTRO 
RELATOR IRÁ APENAS AUTORIZAR QUE O DELEGADO REALIZE 
O INDICIAMENTO. STF. DECISÃO MONOCRÁTICA. HC 133835 MC, 
REL. MIN. CELSO DE MELLO, JULGADO EM 18/04/2016 (INFO 825). 
 
NÃO CUSTA CONSIGNAR QUE O INQUÉRITO POLICIAL ENCERRA COM O 
RELATÓRIO POLICIAL, COM AS SEGUINTES CARACTERÍSTICAS: 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO 
A autoridade policial não deve esboçar 
qualquer juízo de valor, ressalvados os 
crimes de tóxicos, onde o Delegado 
deverá justificar as razões que a levaram à 
classificação do delito (art. 52, I, Lei 
11.343/06) 
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A autoridade policial sempre irá indicar o 
tipo penal em que acha incurso o 
investigado. Isso se chama de juízo de 
subsunção precária, visto que o juízo de 
subsunção próprio cabe ao MP, quando 
da denúncia. 
 
 
4 - ACESSO AOS AUTOS DO INQUÉRITO 
A DISCUSSÃO AQUI A SER TRAVADA DIZ RESPEITO A SV 14 DO STF, O 
SIGILO IMPOSTO PELA LEI 12.850/13 CONFORMADAS COM O ESTATUTO DA 
OAB (LEI Nº 8.906/94). 
PRIMEIRAMENTE ADUZ A SV 14 DO STF, O ART. 23 DA LEI 12.850/13 E O ART. 
7º INCISO XIV DO ESTATUTO DA OAB: 
Súmula Vinculante 14 
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos 
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório 
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito 
ao exercício do direito de defesa. 
Art. 23 DA LEI 12.850/13 
O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade judicial 
competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências 
investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, 
amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do 
direito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, 
ressalvados os referentes às diligências em andamento. 
Art. 7º São direitos do advogado: 
(...) 
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XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir 
investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações 
de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à 
autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou 
digital; 
 
DIRETO AO PONTO NO TOCANTE A SV 14 DO STF TEMOS QUE ESTA 
DELIMITADO O DIREITO DO ADVOGADO, “DEFENSOR DO 
REPRESENTADO”, OU SEJA, ADVOGADO CONSTITUÍDO COM 
PROCURAÇÃO PARA TER ACESSO AOS AUTOS DOS PROCEDIMENTOS “JÁ 
DOCUMENTADOS”, BEM COMO DEFENSOR PÚBLICO DESIGNADO, DE 
PROCEDIMENTOS AFETOS A POLÍCIA JUDICIÁRIA. DE CERTA FORMA A 
SV 14 DO STF RESTRINGE QUANDO DELIMITA OS PROCEDIMENTOS AFETOS 
AOS ÓRGÃOS DA POLÍCIA CIVIL. 
NO TOCANTE A LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, O ART. 23 ADUZ QUE 
PARA GARANTIA DA CELERIDADE E DA EFICÁCIA DAS DILIGÊNCIAS 
INVESTIGATÓRIAS O SIGILO DA INVESTIGAÇÃO PODERÁ SER 
DECRETADO PELA AUTORIDADE JUDICIAL, ASSIM O ADVOGADO TERÁ 
AMPLO ACESSO AOS ELEMENTOS DE PROVA QUE DIGAM RESPEITO AO 
EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEFESA, DESDE QUE DEVIDAMENTE 
PRECEDIDO DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, RESSALVADOS OS 
REFERENTES ÀS DILIGÊNCIAS EM ANDAMENTO. ASSIM PARA QUE O 
ADVOGADO POSSA TER ACESSO AOS AUTOS DEVERÁ BUSCAR 
AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, SENDO ESTE ACESSO MAIS DIFICULTOSO, ATÉ 
MESMO DIANTE DA NECESSIDADE DE REFERIDAAUTORIZAÇÃO JUDICIAL, 
REFERENTE AOS ELEMENTOS DE PROVA JÁ DOCUMENTADOS, NO 
INTERESSE DO CLIENTE (REPRESENTADO), E ASSIM COMO NA SV 14 DO 
STF, DESDE QUE JÁ DOCUMENTADOS. 
ALÉM DESTA QUESTÃO DO SIGILO DAS INVESTIGAÇÕES, A LEI AINDA 
TRATA DO SIGILO NAS TRATATIVAS DE DELAÇÃO PREMIADA, QUE 
SOMENTE É LEVANTADA NOS TERMOS DO ART. 7º § 3º QUE AFIRMA QUE O 
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ACORDO DE COLABORAÇÃO PREMIADA DEIXA DE SER SIGILOSO ASSIM 
QUE RECEBIDA A DENÚNCIA, OBSERVADO O DISPOSTO NO ART. 5º. 
QUANTO AO ART. 7º XIV DO ESTATUTO DA OAB, EM REGRA, ESTE ADUZ 
QUE O ADVOGADO PODE TER ACESSO AOS AUTOS DA INVESTIGAÇÃO 
MESMO QUE NÃO TENHA PROCURAÇÃO DO INVESTIGADO; NO ENTANTO, 
COMO EXCEÇÃO, SERÁ NECESSÁRIO QUE O ADVOGADO APRESENTE 
PROCURAÇÃO CASO OS AUTOS ESTEJAM SUJEITOS A SIGILO (ART. 7º, § 10, 
DO ESTATUTO DA OAB) E COMO REFERIDO NA LEI 12.850/13 PARA QUE O 
ADVOGADO DEVIDAMENTE PRECEDIDO DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL 
POSSA TER ACESSO AOS AUTOS DA INVESTIGAÇÃO SOB SIGILO 
DECRETADO PELO MAGISTRADO, RESSALVADAS ÀS DILIGÊNCIAS EM 
ANDAMENTO. 
COM ESSA ALTERAÇÃO DO ART. 7º XIV DO ESTATUTO DA OAB, A SÚMULA 
VINCULANTE CONTINUA VÁLIDA, CONTUDO, DEPOIS DA ALTERAÇÃO 
PROMOVIDA PELA LEI Nº 13.245/2016, A INTERPRETAÇÃO DO ENUNCIADO 
DEVE SER AMPLIADA PARA ABRANGER O ACESSO A QUALQUER 
PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO REALIZADO POR QUALQUER 
INSTITUIÇÃO. ASSIM, A SÚMULA NÃO MAIS ESTÁ RESTRITA AOS AUTOS 
DE "PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO REALIZADO POR ÓRGÃO COM 
COMPETÊNCIA DE POLÍCIA JUDICIÁRIA", COMO PREVÊ A LITERALIDADE 
DO SEU TEXTO. 
ASSIM DELIMITADOS OS PARÂMETROS LEGAIS: 
É necessária procuração para que o advogado tenha acesso aos autos da 
investigação? 
• Regra: Não. Em regra, o advogado pode ter acesso aos autos da investigação 
mesmo que não tenha procuração do investigado. 
• Exceção: será necessário que o advogado apresente procuração caso os autos 
estejam sujeitos a sigilo (art. 7º, § 10, do Estatuto da OAB). 
 
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EM RELAÇÃO AO ACESSO DO ADVOGADO AOS PROCEDIMENTOS, 
SEPARAMOS ALGUMAS JURISPRUDÊNCIAS RELACIONADAS AO TEMA/; 
Compartilhamento no inquérito civil das provas colhidas em 
investigação criminal mesmo que acobertadas pelo sigilo 
É possível compartilhar as provas colhidas em sede de investigação criminal 
para serem utilizadas, como prova emprestada, em inquérito civil público e 
em outras ações decorrentes do fato investigado. Esse empréstimo é permitido 
mesmo que as provas tenham sido obtidas por meio do afastamento 
("quebra") judicial dos sigilos financeiro, fiscal e telefônico. STF. 1ª Turma. 
Inq 3305 AgR/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto 
Barroso, julgado em 23/2/2016 (Info 815). 
 
É necessário que o Ministério Público requeira ao TJ autorização para 
investigar a autoridade com foro privativo naquele Tribunal? 
NÃO. Não há necessidade de prévia autorização do Judiciário para a 
instauração de inquérito ou procedimento investigatório criminal contra 
investigado com foro por prerrogativa de função. Isso porque não existe 
norma exigindo essa autorização, seja na Constituição Federal, seja na 
legislação infraconstitucional. Logo, não há razão jurídica para condicionar a 
investigação de autoridade com foro por prerrogativa de função a prévia 
autorização judicial. STJ. 5ª Turma. REsp 1563962/RN, Rel. Min. Reynaldo 
Soares da Fonseca, julgado em 08/11/2016. 
 Investigação envolvendo autoridades com foro privativo no STF: é 
necessária prévia autorização judicial (STF Inq 2411 QO). 
 Investigação envolvendo autoridades com foro privativo em outros 
tribunais: não é necessária prévia autorização judicial (REsp 
1563962/RN). 
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Indiciamento envolvendo autoridades com foro por prerrogativa de 
função 
Em regra, a autoridade com foro por prerrogativa de função pode ser 
indiciada. Existem duas exceções previstas em lei de autoridades que não 
podem ser indiciadas: a) Magistrados (art. 33, parágrafo único, da LC 
35/79); b) Membros do Ministério Público (art. 18, parágrafo único, da 
LC 75/93 e art. 41, parágrafo único, da Lei nº 8.625/93). Excetuadas as 
hipóteses legais, é plenamente possível o indiciamento de autoridades com 
foro por prerrogativa de função. No entanto, para isso, é indispensável que a 
autoridade policial obtenha uma autorização do Tribunal competente para 
julgar esta autoridade. Exemplo: em um inquérito criminal que tramita no STJ 
para apurar crime praticado por Governador de Estado, o Delegado de Polícia 
constata que já existem elementos suficientes para realizar o indiciamento do 
investigado. Diante disso, a autoridade policial deverá requerer ao 
Ministro Relator do inquérito no STJ autorização para realizar o 
indiciamento do referido Governador. Chamo atenção para o fato de que 
não é o Ministro Relator quem irá fazer o indiciamento. Este ato é 
privativo da autoridade policial. O Ministro Relator irá apenas autorizar 
que o Delegado realize o indiciamento. STF. Decisão monocrática. HC 
133835 MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 18/04/2016 (Info 825). 
 
5 - FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL 
O INQUÉRITO POLICIAL PARA SER INICIADO DEMANDA A ANÁLISE DA 
INFRAÇÃO PENAL COMETIDA (TIPICIDADE FORMAL), DE COMO CHEGA A 
AUTORIDADE POLICIAL A NOTITIA CRIMINIS (FLAGRANTE OU NÃO), DA 
COMPETÊNCIA NOS TERMOS DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (JUSTIÇA 
ESTADUAL OU FEDERAL), ENTRE OUTROS FATORES QUE BUSCAREMOS 
ANALISAR NO CONTEXTO DA LEGISLAÇÃO APLICADA, NÃO ESGOTANDO 
O ASSUNTO, MAS COM UM NORTE PARA O APRENDIZADO E QUESTÕES DE 
PROVAS SOBRE O TEMA. 
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INICIALMENTE TRATAREMOS SOBRE A NOTITIA CRIMINIS NO QUADRO A 
SEGUIR: 
NOTITIA CRIMINIS (CONHECIMENTO DO CRIME PELA POLÍCIA) 
ESPONTÂNEA MEDIANTE ATIVIDADE 
ROTINEIRA DA POLÍCIA 
PROVOCADA QUANDO, POR EXEMPLO, O 
OFENDIDO NOTICIA À POLÍCIA O 
COMETIMENTO DO CRIME 
DE COGNIÇÃO COERCITIVA COM A PRISÃO EM FLAGRANTE 
INQUALIFICADA DENÚNCIA ANÔNIMA 
A RESPEITO DA NOTÍCIA INQUALIFICADA SEGUE JURISPRUDÊNCIA 
APLICADA AO CASO: 
Denúncia anônima 
As notícias anônimas ("denúncias anônimas") não autorizam, por si sós, a 
propositura de ação penal ou mesmo, na fase de investigação preliminar, o 
emprego de métodos invasivos de investigação, como interceptação 
telefônica ou busca e apreensão. Entretanto, elas podem constituir fonte de 
informação e de provas que não podem ser simplesmente descartadas pelos 
órgãos do Poder Judiciário. Procedimento a ser adotado pela autoridade 
policial em caso de “denúncia anônima”: 1) Realizar investigações 
preliminares para confirmar a credibilidade da “denúncia”; 2) Sendo 
confirmado que a “denúncia anônima” possui aparência mínima de 
procedência, instaura-se inquérito policial; 3) Instaurado o inquérito, a 
autoridade policial deverá buscar outros meios de prova que não a 
interceptação telefônica (esta é a ultima ratio). Se houver indícios concretos 
contra os investigados, mas a interceptação se revelar imprescindível para 
provar o crime, poderá ser requerida a quebrado sigilo telefônico ao 
magistrado. STF. 1ª Turma. HC 106152/MS, Rel. Min. Rosa Weber, julgado 
em 29/3/2016 (Info 819). 
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QUANDO TRATAMOS DA NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO COERCITIVA 
FALAMOS DA PRISÃO EM FLAGRANTE ASSIM TRATADA NO ART. 302 DO 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: 
Art. 302. Considera-se em FLAGRANTE DELITO quem: 
I - está cometendo a infração penal (Flagrante Próprio) 
II - acaba de cometê-la (Flagrante Próprio) 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer 
pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração (Flagrante 
Impróprio/Irreal/Quase-Flagrante) 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis 
que façam presumir ser ele autor da infração (Flagrante Presumido/Ficto) 
APÓS O CONHECIMENTO DA INFRAÇÃO PENAL COMETIDA VAMOS 
ANALISAR O QUANTUM DE PENA DO FATO TÍPICO, EM TESE, 
COMETIDO PARA DETERMINARMOS QUAL O PROCEDIMENTO (COMUM 
OU ESPECIAL) E SE COMUM (ORDINÁRIO, SUMÁRIO OU SUMARÍSSIMO) 
SENDO QUE CADA QUAL TEM CARACTERÍSTICAS E PROCEDIMENTOS 
ESPECÍFICOS A SER ADOTADO: 
 
ORDINÁRIO 
(PROCEDIMENTO 
ADMINISTRATIVO DE 
INQUÉRITO POLICIAL) 
CRIME CUJA SANÇÃO MÁXIMA 
COMINADA FOR IGUAL OU 
SUPERIOR A 4 (QUATRO) ANOS DE 
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE; 
SENDO QUE NESTES CASOS O 
CRIME É INAFIANÇÁVEL PELA 
AUTORIDADE POLICIAL EM SEDE 
DE DELEGACIA, PODENDO SER 
AFIANÇADO PELO MAGISTRADO 
SE FOR A HIPÓTESE LEGAL. 
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SUMÁRIO 
(PROCEDIMENTO 
ADMINISTRATIVO DE 
INQUÉRITO POLICIAL) 
 
Art. 322 DO CPP: A autoridade 
policial somente poderá conceder 
fiança nos casos de infração cuja pena 
privativa de liberdade máxima não 
seja superior a 4 (quatro) anos. 
CRIME CUJA SANÇÃO MÁXIMA 
COMINADA SEJA INFERIOR A 4 
(QUATRO) ANOS DE PENA 
PRIVATIVA DE LIBERDADE; SENDO 
QUE NESTES CASOS O CRIME É 
AFIANÇÁVEL PELA AUTORIDADE 
POLICIAL EM SEDE DE 
DELEGACIA, BEM COMO DIANTE 
DA NEGATIVA DE FIANÇA PELA 
AUTORIDADE POLICIAL POSSA 
SER AFIANÇADO PELO 
MAGISTRADO, SE FOR A 
HIPÓTESE LEGAL. 
SUMARÍSSIMO 
(A PRIORI TERMO 
CIRCUNSTANCIADO DE 
OCORRÊNCIA, EXCETO 
HIPÓTESES DE NÃO 
ENCONTRADO O ACUSADO PARA 
SER CITADO, COMPLEXIDADE 
OU CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO, 
SENDO ADOTADO NESTES CASOS 
O PROCEDIMENTO SUMÁRIO) 
CONTRAVENÇÕES PENAIS E OS 
CRIMES A QUE A LEI COMINE 
PENA MÁXIMA NÃO SUPERIOR A 2 
(DOIS) ANOS. 
 
OBS. CONTRAVENÇÃO 
INDEPENDENTEMENTE DA 
QUANTUM DA PENA. 
 
BEM COMO ANALISAR A INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL 
CONFORME O TIPO DE AÇÃO PENAL 
AÇÃO PENAL PÚBLICA 
INCONDICIONADA 
NOS CRIMES DE AÇÃO PÚBLICA O 
INQUÉRITO POLICIAL DEVERÁ SER 
INICIADO PELA AUTORIDADE 
POLICIAL: DE OFÍCIO; MEDIANTE 
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REQUISIÇÃO DA AUTORIDADE 
JUDICIÁRIA OU DO MINISTÉRIO 
PÚBLICO, OU A REQUERIMENTO DO 
OFENDIDO OU DE QUEM TIVER 
QUALIDADE PARA REPRESENTÁ-
LO. 
AÇÃO PENAL PÚBLICA 
CONDICIONADA A 
REPRESENTAÇÃO 
O INQUÉRITO, NOS CRIMES EM QUE 
A AÇÃO PÚBLICA DEPENDER DE 
REPRESENTAÇÃO, NÃO PODERÁ 
SEM ELA SER INICIADO. 
AÇÃO PENAL PRIVADA NOS CRIMES DE AÇÃO PRIVADA, 
A AUTORIDADE POLICIAL 
SOMENTE PODERÁ PROCEDER A 
INQUÉRITO A REQUERIMENTO 
DE QUEM TENHA QUALIDADE 
PARA INTENTÁ-LA. 
 
AÇÃO DE PREVENÇÃO PENAL Aplica medida de segurança 
AÇÃO PENAL EX OFFICIO Processo judicial judicialiforme e HC 
de Ofício 
 
AÇÃO PENAL PÚBLICA 
SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA 
 
Havendo inércia do MP, outro órgão 
oficial poderia promover a ação penal. 
Ex. no DL 201, se o MPE for inerte, o 
MPF pode iniciar a persecução penal. 
AÇÃO PENAL INDIRETA MP assume a ação penal privada 
subsidiária. 
 
AÇÃO PENAL SECUNDÁRIA 
 
Primariamente o crime é processado 
mediante ação privada e, 
secundariamente, por ação penal 
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pública. Ex. S714/STF (crimes contra a 
honra de funcionário público) 
 
AÇÃO PENAL ADESIVA 
 
-MP propõe ação privada, quando 
vislumbrar interesse público -Conexão 
entre delitos de ação penal pública e 
ação privada. 
AÇÃO PENAL POPULAR HC e crimes de responsabilidade. 
 
SÚMULAS SOBRE AÇÃO PENAL 
STF 
Súmula 594-STF: Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, 
independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal. 
Súmula 704 - STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do 
devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu 
ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. 
Súmula 714-STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e 
do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação 
penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas 
funções. 
 
Súmula Vinculante 35 - STF: A homologação da transação penal prevista no 
artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas 
cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a 
continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou 
requisição de inquérito policial. 
STJ 
Súmula 234-STJ: A participação de membro do Ministério Público na fase 
investigatória criminal NÃO ACARRETA O SEU IMPEDIMENTO OU 
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SUSPEIÇÃO para o oferecimento da denúncia. Súmula 542-STJ: A ação penal 
relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a 
mulher é pública incondicionada. 
 
6 - GARANTIAS E INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO 
O SUSPEITO/INDICIADO/RÉU CONSERVA TODOS SEUS DIREITOS 
CONSTITUCIONAIS E LEGAIS ENQUANTO SUJEITO DE DIREITOS, APESAR 
DE PODER ESTAR SENDO SUBMETIDO A INVESTIGAÇÃO CRIMINAL OU ATÉ 
MESMO AÇÃO PENAL, SENDO QUE SÓ PODEMOS FALAR EM CULPADO COM 
O TRÂNSITO EM JULGADO DA AÇÃO PENAL, NO ENTANTO OS EFEITOS DA 
EXECUÇÃO PENAL SEGUNDO DECISÃO DO STF DE FEV/2016 ATÉ OS DIAS 
ATUAIS PERMITE EXECUÇÃO PROVISÓRIA DE ACÓRDÃO PENAL 
CONDENATÓRIO PROFERIDO EM GRAU RECURSAL: 
Em regime de repercussão geral, fica reafirmada a jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal no sentido de que a execução provisória de acórdão penal 
condenatório proferido em grau recursal, ainda que sujeito a recurso especial 
ou extraordinário, não compromete o princípio constitucional da presunção 
de inocência afirmado pelo artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal. 
STF. Plenário virtual. ARE 964246 RG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado 
em 10/11/2016 (repercussão geral). 
 
ASSIM MESMO DIANTE DE PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS COMO 
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA, PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA 
HUMANA, DEVIDO PROCESSO LEGAL E TANTOS OUTROS ENUMERAMOS OS 
INCISOS DO ART. 5º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL APLICÁVEIS A FASE DE 
INQUÉRITO POLICIAL, DEVENDO OS POLICIAIS CUMPRIREM TAIS 
REGRAS/PRINCÍPIOS, PARA SE EVITAR QUESTIONAMENTOSINCLUSIVES 
NA NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE, SEGUEM OS PRINCIPAIS INCISOS 
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DO ART. 5º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL PARA NOSSAS CONSIDERAÇÕES 
RELACIONADAS AO INÍCIO DA PERSECUÇÃO PENAL: 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou 
degradante; 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar 
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, 
ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, 
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal; 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia 
cominação legal; 
 XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, 
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou 
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos 
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado 
Democrático; 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação 
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, 
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do 
patrimônio transferido; 
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 XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as 
seguintes: 
 a) privação ou restrição da liberdade; 
 b) perda de bens; 
 c) multa; 
 d) prestação social alternativa; 
 e) suspensão ou interdição de direitos; 
 XLVII - não haverá penas: 
 a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; 
 b) de caráter perpétuo; 
 c) de trabalhos forçados; 
 d) de banimento; 
 e) cruéis; 
 XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com 
a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; 
 XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer 
com seus filhos durante o período de amamentação; 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de 
crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado 
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da 
lei; 
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 LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de 
opinião; 
 LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente; 
 LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal; 
 LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados 
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes; 
 LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
 LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de 
sentença penal condenatória; 
 LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, 
salvo nas hipóteses previstas em lei; 
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for 
intentada no prazo legal; 
 LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a 
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 
 LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
 LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão 
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à 
pessoa por ele indicada; 
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LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de 
advogado; 
 LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão 
ou por seu interrogatório policial; 
 LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 
 LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir 
a liberdade provisória, com ou sem fiança; 
 LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do 
depositário infiel; 
 LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por 
ilegalidade ou abuso de poder; 
 
ART. 21 CPP: 
A INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO DEPENDERÁ SEMPRE DE 
DESPACHO NOS AUTOS E SOMENTE SERÁ PERMITIDA QUANDO O 
INTERESSE DA SOCIEDADE OU A CONVENIÊNCIA DA INVESTIGAÇÃO O 
EXIGIR. 
PARÁGRAFO ÚNICO. A INCOMUNICABILIDADE, QUE NÃO EXCEDERÁ DE 3 
DIAS, SERÁ DECRETADA POR DESPACHO FUNDAMENTADO DO JUIZ, A 
REQUERIMENTO DA AUTORIDADE POLICIAL, OU DO ÓRGÃO DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO, RESPEITADO, EM QUALQUER HIPÓTESE, O 
DISPOSTO NO ARTIGO 89, INCISO III, DO ESTATUTO DA ORDEM DOS 
ADVOGADOS DO BRASIL 
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A CF/88 NÃO PERMITE A INCOMUNICABILIDADE DO PRESO NEM 
MESMO NO ESTADO DE DEFESA (ART. 136, §3º, IV)! 
 
ART. 26 DO CPP: 
A AÇÃO PENAL, NAS CONTRAVENÇÕES, SERÁ INICIADA COM O AUTO DE 
PRISÃO EM FLAGRANTE OU POR MEIO DE PORTARIA EXPEDIDA PELA 
AUTORIDADE JUDICIÁRIA OU POLICIAL 
PROCESSO JUDICIALIFORME. ARTIGO NÃO RECEPCIONADO PELA 
CF/88. 
 
7 - ATRIBUIÇÃO PARA A PRESIDÊNCIA DO INQUÉRITO POLICIAL 
TRATADO NO ITEM 1. 
NO ENTANTO, COMPLEMENTANDO: 
Promotores e juízes não podem ser identificados criminalmente, porque não podem ser 
indiciados LOMP (art. 41, III) e LOMAN (art. 33). 
 
9 - ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL 
MOTIVO DO ARQUIVAMENTO É POSSÍVEL DESARQUIVAR? 
1) Insuficiência de provas SIM (Súmula 524-STF) 
Súmula 524 STF  Arquivado o 
inquérito policial, por despacho do juiz, 
a requerimento do promotor de justiça, 
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não pode a ação penal ser iniciada, sem 
novas provas. 
 
2) Ausência de pressuposto processual 
ou de condição da ação pena 
SIM 
3) Falta de justa causa para a ação 
penal (não há indícios de autoria ouprova da materialidade) 
SIM 
4) Atipicidade (fato narrado não é 
crime) 
NÃO 
OBS. “GENTE FINA” 
FATO INEXISTENTE E NEGATIVA 
DE AUTORIA VINCULAM 
5) Existência manifesta de causa 
excludente de ilicitude 
STJ: NÃO (RESP 791471/RJ) 
 
STF: SIM (HC 125101/SP) 
6) Existência manifesta de causa 
excludente de culpabilidade* 
NÃO (Posição da doutrina) 
7) Existência manifesta de causa 
extintiva da punibilidade 
NÃO (STJ HC 307.562/RS) (STF Pet 
3943) Exceção: certidão de óbito falsa 
*Tabela retirada do site www.dizereodireito.com.br 
 
TIPOS DE ARQUIVAMENTO 
 
ARQUIVAMENTO INDIRETO 
MP deixa de oferecer a denúncia por 
entender que o juízo perante o qual 
oficia é incompetente. 
 Se o arquivamento partir diretamente 
do Procurador Geral da República ou 
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ARQUIVAMENTO ORIGINÁRIO do PGJ, O TRIBUNAL NÃO PODERÁ 
INVOCAR O ART. 28 do CPP. Caberá, 
porém, no âmbito federal, recurso 
administrativo à Câmara de 
Coordenação e Revisão. 
 
ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO OU 
TÁCITO 
MP oferece a denúncia em face de 
apenas um ou alguns dos crimes nele 
narrados ou dos acusados, deixando de 
oferecer, sem motivo justificado, pelos 
outros. STF: O sistema processual 
penal brasileiro não prevê a figura do 
arquivamento implícito de inquérito 
policial.