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Trabalho de Direito Penal - Art 146 à 150 CP

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DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL 
1. CONSTRANGIMENTO ILEGAL (ART. 146, CP)
· Objetividade jurídica: proteger a liberdade pessoal (física ou psíquica)
· Tipo objetivo: consiste em constranger alguém. Coagir alguém a fazer ou deixar de fazer algo. Retirar a liberdade de autodeterminação.
· Tipo subjetivo: é o dolo, que consiste na vontade livre e consciente de constranger a vítima, mediante violência a não fazer o que a lei permite ou a fazer o que a lei não permite. Não se admite culpa.
· Sujeitos:
· Ativo: qualquer pessoa humana – crime comum. Se o autor for funcionário público e o fato for cometido no exercício da função pública, passa a ser crime de abuso de autoridade – arts. 2º e 3º, da lei nº 4898/1965.
· Passivo: qualquer pessoa dotada de capacidade de autodeterminação.
- excluem: crianças de tenra idade e doentes mentais, por exemplo.
- quando a vítima for idoso – pune pela lei nº 10.741/2003- estatuto do idoso – crime mais grave pena de 02 a 05 anos de prisão.
- Quando a vítima for presidente da república, do senado federal, da câmara dos deputados ou do supremo – crime mais grave – aplica a lei nº 7.170/1983 – crimes contra a segurança nacional.
- cobrança de dívida com constrangimento – art. 71, do código de defesa do consumidor.
· Consumação: no momento em que a vítima faz ou deixa de fazer algo, em decorrência da violência ou grave ameaça.
- É admissível a tentativa. 
· Aumento de pena: (§1º, Art. 146, CP) – 1) reunião de mais de três pessoas. 04 para cima envolvidos nos atos de execução do constrangimento; 2) emprego de armas. Arma própria – instrumento fabricado para ataque e defesa – revólver. Arma imprópria – instrumento fabricado para outro fim, mas que pode ser usado para ataque ou defesa – faca. Emprego precisa ser efetivo – ex. utilizado para intimidar a vítima.
· Concurso material obrigatório: (§2º, Art. 146, CP) - se o agente com violência constrange a vítima, vindo a feri-la, deve responder por dois crimes em concurso material – (a) constrangimento ilegal (simples ou agravado) e lesão corporal leve, grave ou gravíssima (art. 129 cp).
· Causas de exclusão do crime: (§3º, Art. 146, CP)
· 
 - causas específicas ou especiais de exclusão da ilicitude do crime de constrangimento ilegal.
- inciso I: intervenção médica ou cirúrgia, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida. 
- inciso II: coação exercida para impedir o suicídio. 
· Ação penal: pública incondicionada.
2. AMEAÇA (ART. 147, CP) 
· Objetividade jurídica: liberdade da pessoa humana. Alguns falam: liberdade da pessoa humana no tocante à paz de espírito, ao sôssego, à tranquilidade e ao sentimento de segurança.
· Tipo objetivo: ameaçar – intimidar, amedrontar alguém, mediante a promessa de causar-lhe mal injusto e grave. Não é qualquer mal – precisa ser injusto e grave.
· Tipo subjetivo: dolo - vontade de intimidar. Não é imprescindível que o agente queira cumprir o prometido, basta que tenha dolo de intimidar.
· Sujeitos: 
· Ativo: qualquer pessoa humana – crime comum. Se o autor for funcionário público e a ameaça for no exercício de suas funções – crime de abuso de autoridade- art. 3º da lei nº 4.898/1965.
· Passivo: qualquer pessoa humana. Precisa ser pessoa certa e determinada. Com capacidade de compreender o caráter intimidatório da e amaça. 
- Excluem-se: crianças de tenra idade, loucos, pessoas incapazes de entenderem a ameaça.
- Presidente da república, do senado, da câmara dos deputados e do Supremo – art. 28, da lei n° 7170/1983 – crimes contra a segurança nacional.
· Consumação: crime formal ou de consumação antecipada ou de resultado cortado. Basta a vítima tomar conhecimento da ameaça, pouco importando a real intenção ou a efetivação da medida.
- É admissível a tentativa.
· Circunstâncias: não há causa de aumento, nem diminuição de pena.
· Ação penal: condicionada a representação. 
3. SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO (ART. 148, CP)
· Objetividade jurídica: liberdade de locomoção da pessoa humana. Direito de vir, ver e permanecer, de toda e qualquer pessoa humana.
- art. 5º, caput, constituição federal.
· Tipo objetivo: privar alguém de sua liberdade (física e não intelectual), mediante sequestro (retirar a liberdade de alguém) ou cárcere privado (prisão promovida por particular). A pena é de reclusão, de um a três anos. A privação da liberdade de alguém, mediante sequestro ou cárcere privado, exige permanência, isto é, deve perdurar no tempo por lapso razoável. Tanto assim que o crime é permanente, aquele cuja consumação se prolonga no tempo. Uma conduta instantânea de impedir que alguém faça alguma coisa que a lei lhe autoriza concretiza, segurando- a por alguns minutos, configura o delito de constrangimento ilegal.
· Tipo subjetivo: trata-se de crime doloso, que exige a vontade livre e consciente de privar a liberdade da vítima. Não há previsão de nenhum elemento subjetivo, o que, aliás, é a distinção do crime de extorsão mediante sequestro.
· Sujeitos: 
· Ativo: crime comum – qualquer pessoa humana. 
- Funcionário público e no exercício da função pública – crime de abuso de autoridade - arts. 3º e 4º, da lei nº 4.898/1965.
· Passivo: crime comum – qualquer pessoa humana. 
- Funcionário público e no exercício da função pública – crime de abuso de autoridade - arts. 3º e 4º, da lei nº 4.898/1965.
· Consumação: consuma-se com a privação de liberdade. O sequestro e cárcere privado é crime permanente, cuja consumação se prolonga no tempo. Enquanto houver a privação de liberdade, independentemente do tempo de duração, o crime estará se consumando, o que torna possível a prisão em flagrante, além de ser relevante para a contagem do prazo prescricional e para a questão da lei penal no tempo.
- É admissível a tentativa.
· Qualificadoras: §§ 1º e 2º, do art. 148, cp.
- inciso I, §1º - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 anos de idade.
- inciso II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital.
- inciso III - se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias.
- inciso IV - se o crime é praticado contra menor de 18 anos de idade.
- inciso V - se o crime é praticado com fins libidinosos.
- §2º - se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral. Resultado.
- maus tratos - conduta ofensiva do agente que ofende a moral, o corpo e a saúde da vítima, sem produzir lesão corporal.
- natureza da detenção – diz respeito aos aspecto físico da privação de liberdade. ex. prender a vítima em local frio e úmido, sem luz, etc.,
· Ação penal: pública incondicionada.
· exige-se, além do dolo, um especial fim de agir, representado pelas expressões: “com o fim de retê-lo no local de trabalho”.
· Sujeitos:
· Ativo: pode ser qualquer pessoa revestida na condição de empregador ou preposto.
· Passivo: qualquer pessoa vinculada a uma relação de trabalho.
· Consumação: Consuma-se o crime quando o agente reduz a vítima a condição semelhante a de escravo, por um determinado tempo, isto é, quando a vítima se torna totalmente submissa ao poder de outrem.
- É admissível a tentativa, em que ocorrerá quando se verifica a pratica de atos de execução porém sem se chegar a condição humilhante da vítima.
· Aumento de pena: A pena será aumentada de metade se o crime é cometido contra criança ou adolescente por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem (§ 2, I e II).
· Ação penal: Pública Incondicionada.
4. TRÁFICO DE PESSOAS (ART. 149-A, CP)
· Objetividade jurídica: liberdade pessoal da vítima para não ser submetida a qualquer das finalidades previstas no tipo penal.
· Tipo objetivo: consiste no fato de o sujeito “agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de: I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; III - submetê-la a qualquertipo de servidão; IV - adoção ilegal; ou V - exploração sexual” (CP, art. 149-A, caput). São três os elementos que integram o delito: (1) as condutas de agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa; (2) mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso; (3) com qualquer das finalidades descritas no tipo penal.
· Tipo subjetivo: dolo, consistente na vontade dirigida à prática de qualquer das condutas previstas no tipo penal, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso. 
· Sujeitos:
· Ativo: Qualquer pessoa pode praticar a infração penal prevista no art. 149-A, sendo, portanto, considerado um delito comum, que não exige qualquer qualidade especial do sujeito ativo.
· Passivo: Qualquer pessoa.
· Consumação: por se tratar de um crime formal, ou seja, não depende de resultado naturalístico, consuma-se no momento em que o agente emprega grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso para agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, com a finalidade de: (I) - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; (II) - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; (III) - submetê-la a qualquer tipo de servidão; (IV) - adoção ilegal; ou (V) - exploração sexual”. Assim, não se exige que a vítima seja submetida a qualquer das finalidades específicas previstas no tipo penal, basta que a conduta do agente seja voltada a uma dessas finalidades (elemento subjetivo específico).
- É admissível a tentativa, por se tratar de crime plurissubsistente (costuma se realizar por meio de vários atos), permitindo o fracionamento do iter criminis.
· Circunstâncias:
· Aumento de pena: O § 1º, do art. 149-A, do Código Penal, elenca as causas de aumento de pena aplicáveis ao crime do crime de pessoas, aumentando a pena de um terço até metade se: (I) -cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las; (II) - cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência; (III) - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou, (IV) - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional.
· Diminuição de pena: Nos termos do § 2º, do art. 149-A, do Código Penal, “a pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar organização criminosa”. Trata-se de apenas uma causa de diminuição de pena que para tanto se exige, cumulativamente: (I) - Agente primário; e, (II) - Agente não integrante de organização criminosa.
· Ação penal: Pública Incondicionada.
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
1. VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO (ART. 150, CP)
· Objetividade jurídica: inviolabilidade da casa da pessoa. O bem jurídico protegido é a privacidade doméstica.
· Tipo objetivo: Entrar ou permanecer clandestinamente, astuciosamente, contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito.
· Tipo subjetivo: É o dolo, baseado na vontade livre e consciente de entrar ou permanecer em residência alheia, sem a permissão do morador.
· Sujeitos:
· Ativo: qualquer pessoa, até mesmo o dono do imóvel ou espaço, se este estiver alugado legalmente. O dono do imóvel, se invadir a residência de seu inquilino, pratica o crime de violação de domicílio; se a intenção for invadir para despejá-lo, ele pratica tanto a violação quanto o exercício arbitrário das próprias razões, em concurso material.
· Passivo: quem de direito. Em geral, o proprietário da casa, ou aquele que estiver na posse legítima.
· Consumação: ocorre pela entrada ou permanência do indivíduo caso seja solicitada a sua saída. Para alguns doutrinadores defendem que para caracterizar o crime a área da casa deve estar delimitada.
- É admissível a tentativa.
· Circunstâncias: 
· Qualificadoras: É a prevista no §1º, sendo a pena de detenção de 6 meses a 2 anos, além da pena correspondente a violência, se o crime for cometido: a) Durante a noite; b) Ou em lugar ermo; c) Com emprego de violência; d) Com emprego de arma; e) Por duas ou mais pessoas.
· Aumento de Pena: Está prevista no §2º: Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
· Exclusão da ilicitude: estão previstas no §3º, sendo o fato típico, mas não ilícito, em face da presença de causas excludentes de ilicitude, não havendo, portanto que se falar em crime de violação de domicílio. Não constituindo crime, os casos em que o agente entra ou permanece no domicílio alheio para: (I) - Durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou diligencia; e, (II) - A qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser.
- A Constituição Federal permite a violação de domicilio com o consentimento do morador; flagrante de delito; desastre; para prestar socorro, em qualquer horário e para cumprir ordem judicial somente durante o dia.
· Ação penal: Pública Incondicionada.

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