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A MÚSICA: Um caminho para o desenvolvimento do deficiente intelectual
MELO, Leda Regina Camargo1
Resumo: O presente artigo é resultado do projeto de Implementação de Música no 
Contexto de Escola Especial com alunos deficientes intelectuais e altas 
especificidades, tendo como objetivo fazer uma abordagem sobre a influência da 
Música no processo educativo, mostrando a integração entre os aspectos sensíveis, 
afetivos, estéticos e cognitivos, assim como a promoção de interação e comunicação 
social que conferem caráter significativo à linguagem musical. Nossos alunos, na 
sua maioria, não têm acesso à Música como meio facilitador de aprendizagem e 
muitos trazem consigo dificuldades de aprendizagens apresentadas desde o início 
de suas vidas, cuja superação pode ser motivada através da sensibilização que a 
Música proporciona. Procurou-se desenvolver além da sensibilização musical, 
fatores como as funções mentais superiores: concentração, memória, coordenação 
motora, socialização, acuidade auditiva e disciplina. A música refletiu na 
aprendizagem dos alunos, pois consideramos que educar é oferecer oportunidades 
iguais aos diferentes, transmitir ao indivíduo informações e conhecimentos que os 
auxiliarão na construção e transformação do seu cotidiano.
Palavras-chave: Música. Linguagem Musical. Aprendizagem. Conhecimento. 
Transformação.
Abstract: The present article is resulted of the project of Implementation of Music in 
the Context of Special School with intellectual deficient pupils and high 
especificidades, having as objective to make a boarding on the influence of Music in 
the educative process, showing the integration between sensible, affective, aesthetic 
and cognitivos the aspects, thus as the promotion of interaction and social 
communication that confer significant character to the musical language. Our pupils, 
in its majority, do not have access to the half facilitador Music as of learning and 
many bring obtain difficulties of learnings presented since the beginning of its lives, 
whose overcoming can be motivated through the sensitization that Music provides. It 
was looked to develop beyond the musical sensitization, factors as the superior 
mental functions: concentration, memory, motor coordination, socialization, auditory 
acuidade and discipline. Music reflected in the learning of the pupils, therefore we 
consider that to educate it is to offer equal chances to the different ones, to transmit 
to the individual information and knowledge that will assist them in the construction 
and transformation of its daily one.
Key-word: Music. Musical language. Learning. Conhecimento. Transformation.
1 INTRODUÇÃO
A música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de 
expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da 
organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio. A música está 
presente em todas as culturas e nas mais diversas situações: festas e 
comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas e políticas e como 
1 Professora da Rede Pública do Estado do Paraná. Atua na Escola de Educação Especial ILECE.
1
facilitadora do processo de aprendizagem como instrumento para tornar a escola um 
lugar mais alegre e receptivo, e também ampliando o conhecimento musical do 
aluno, afinal a música é um bem cultural e seu conhecimento não deve ser privilégio 
de poucos. Faz parte da educação desde muito tempo, sendo que, já na Grécia 
antiga, era considerada como fundamental para a formação dos futuros cidadãos, ao 
lado da Matemática e da Filosofia (BERCHEM, 1992, p. 62).
A música está presente em diversas situações da vida humana. Existe 
música para adormecer, música para dançar, para chorar os mortos, para conclamar 
o povo a lutar, o que remonta sua função ritualística. Presente na vida diária de 
alguns povos, ainda hoje é tocada e dançada por todos, seguindo costumes que 
respeitam as festividades e os momentos próprios a cada manifestação musical. 
Nesses contextos, as crianças entram em contato com a cultura musical desde 
muito cedo e, assim, começam a aprender suas tradições musicais.
Ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as crianças também se 
apropriam do repertório da cultura corporal na qual estão inseridas. Neste sentido, 
as instituições de educação infantil devem oferecer um ambiente físico e social onde 
as crianças se sintam protegidas, acolhidas e, ao mesmo tempo, seguras para se 
arriscarem e vencerem desafios. Quanto mais rico e desafiador for esse ambiente, 
mais possibilitará às crianças a ampliação do conhecimento acerca de si mesmas, 
dos outros e do meio em que vivem.
Mesmo que as formas de organização social e o papel da música nas 
sociedades modernas tenham se transformado, algo de seu caráter ritual é 
preservado, assim como certa tradição do fazer e do ensinar por imitação é “por 
ouvido” em que se misturam intuição, conhecimento prático e transmissão oral. 
Essas questões devem ser consideradas ao pensarmos na aprendizagem, pois o 
contato intuitivo e espontâneo com a expressão musical desde os primeiros anos de 
vida é importante ponto de partida para o processo de musicalização.
Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos 
rítmicos, jogos de mãos etc., são atividades que despertam, estimulam e 
desenvolvem o gosto pela atividade musical, além de atenderem às necessidades 
de expressão que passam pelas esferas afetiva, estética e cognitiva. Aprender 
música significa integrar experiências que envolvem a vivência, a percepção e a 
reflexão, encaminhando-as para níveis cada vez mais elaborados.
O trabalho com música deve considerar, portanto, que ela é um meio de 
expressão e forma de conhecimento acessível aos bebês, às crianças e aos jovens. 
A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do 
equilíbrio, da auto-estima e autoconhecimento, além de poderoso meio de 
integração social.
2 A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM MUSICAL PARA AS CRIANÇAS
Desde o nascimento, a criança entra em contato com o universo sonoro que 
a cerca, por meio dos sons produzidos pelos seres vivos e pelos objetos. Desta 
forma, sua relação com a música é imediata, seja por meio do acalento da mãe ou 
de outras pessoas.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil 
(BRASIL, 1998, p. 51).
O ambiente sonoro, assim como a presença da música em diferentes e variadas 
situações do cotidiano, fazem com que os bebês e crianças iniciem seu processo de 
musicalização de forma intuitiva. Adultos cantam melodias curtas, cantigas de ninar, 
2
fazem brincadeiras cantadas, com rimas, parlendas etc., reconhecendo o fascínio que 
tais jogos exercem. Encantados com o que ouvem, os bebês tentam imitar e 
responder, criando momentos significativos no desenvolvimento afetivo e cognitivo, 
responsáveis pela criação de vínculos tanto com os adultos quanto com a música. Nas 
interações que estabelecem, eles constroem um repertório que lhes permite iniciar 
uma forma de comunicação por meio de dons. O balbucio e o ato de cantarolar dos 
bebês têm sido objetos de melódicas cantaroladas até os dois anos de idade, 
aproximadamente. Procuram imitar o que ouvem e também inventam linhas melódicas 
ou ruídos, explorando possibilidades vocais, da mesma forma como interagem com os 
objetos e brinquedos sonoros disponíveis, estabelecendo, desde então, um jogo 
caracterizado pelo exercício sensorial e motor com esses materiais.
Diversas são as formas de acompanhamento das músicas pelas crianças 
como palmas, sapateado, dança, volteios de cabeça. A partir dessa relação entre o 
gesto e o som que a criança, ouvindo, cantando, imitando, dançando, constrói seu 
conhecimento sobre a música.
Neste sentido, música é linguagem esegue o mesmo processo de 
desenvolvimento que adotamos quanto à linguagem falada, ou seja, devemos expor 
à criança a linguagem musical e dialogar com ela sobre o tema, partindo do seu 
conhecimento prévio da cultura musical.
A criança, de certa maneira, reproduz a própria história do desenvolvimento: 
ela cresce em seu conhecimento da música, descobrindo sons e ritmos, 
desenhando, experimentando o confeccionando instrumentos. A música pode 
contribuir bastante para que ela interaja com o mundo e seus semelhantes, 
expressando seus sentimentos e demonstrando como percebe sua sociedade. “A 
música é uma linguagem expressiva e as canções são vínculos de emoções e 
sentimentos e podem fazer com que a criança reconheça nelas seu próprio sentir” 
(ROSA, 1990, p. 19).
Na escola, a educação musical favorece o desenvolvimento estético e 
artístico, bem como promove senso musical, formando um educando capaz de 
usufruir a música, de analisá-la e, principalmente, de compreendê-la. Está certo o 
Referencial Curricular Nacional (BRASIL, 1998, p. 52) quando afirma que:
[...] aos poucos, a criança começa a contar com maior precisão de entonação, a 
reproduzir ritmos simples orientados por um pulso regular. Os batimentos rítmicos 
corporais (palmas, batidas nas pernas, pés etc.) são observados e reproduzidos com 
cuidado e, evidentemente, a maior ou menor complexidade das estruturas rítmicas 
dependerá do nível de desenvolvimento de cada criança ou grupo.
O educador pode trabalhar a música em todas as áreas de conhecimento, 
pois beneficiará a linguagem motora, o raciocínio, a memorização e a atenção. O 
simples ato de cantar proporcionará isso à criança.
[...] as crianças integram a música às demais brincadeiras e jogos, cantam enquanto 
brincam, acompanham com sons os movimentos de seus carrinhos, dançam e 
dramatizam situações sonoras diversas, conferindo ‘personalidade’ e significados 
simbólicos aos objetos sonoros ou instrumentos musicais à sua produção musical. O 
brincar permeia a relação que se estabelece com os materiais: mais do que sons 
podem representar personagens, como animais, carros, máquinas, super-heróis etc. 
(BRASIL, 1998, p. 52).
No campo intelectual, os resultados positivos que demonstram a eficiência 
da música no desenvolvimento das crianças, são significativos. Pois representam o 
aumento da capacidade de aprendizagem nas crianças, que segundo pesquisas, é 
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superior em até 60%, quando estimuladas pelo convívio musical, propiciando-lhes 
maiores conquistas futuras no âmbito das relações sociais, econômicas, pessoais e 
interpessoais. A musicoterapia tem sido a solução para inúmeros casos de 
deficiência física e mental.
Gonçalves (1999, p. 68), afirma que educar na música é trabalhar o belo e 
estimular as sensibilidades, que são atributos essenciais das artes. A música, a mais 
individual e a mais coletiva nesse meio, detém grande força e poder para realizar no 
homem as transformações idealizadas pelos organismos que estruturam os passos 
dessa busca. Juntar a música aos demais componentes dessa estrutura é 
possibilitar que as experiências e vivências destinadas à formação do indivíduo, 
como o reconhecimento dos valores morais, o desenvolvimento da sensibilidade, da 
personalidade e das faculdades criadoras, e processem com eficiência superior, 
mas, sobretudo, com prazer, satisfação e interesse, ingredientes pouco aproveitados 
pelos educandos na busca de sua formação.
A escola deverá permitir a seus estudantes não memorizar um número infinito de 
informações, mas ordenar os conhecimentos científicos, aplicá-los em problemas 
práticos e refletir sobre as consequências de tais aplicações de modo responsável. 
Mas os estudantes só poderão realizar esse aprendizado se os professores lhe derem 
o exemplo. Aquele que se enclausura voluntariamente em sua especialidade não 
pode exigir de seus alunos que tenham uma visão de conjunto. Aquele que não 
explica e não debate em público as possíveis consequências de certos processos 
científicos e técnicos não poderá transmitir aos estudantes o modelo de um 
comportamento responsável (BERCHEM, 1992, p. 41).
Ainda segundo Gonçalves (1999, p. 68), o uso de músicas em algumas 
atividades nos recintos escolares dá, às vezes, a impressão de que esteja sendo 
utilizada no processo educativo. No entanto, consumir música, como estimula a 
mídia, não significa que as infinitas possibilidades educacionais, advindas de 
trabalho musical bem estruturado, estejam sendo aproveitadas em prol do 
desenvolvimento humano. Dispor do elemento musical com força transformadora, 
significa apropriar-se dele, conhecê-lo por inteiro, compreender suas múltiplas 
facetas, seu jogo, seus processos e, sobretudo, fazer com que esse conhecimento 
seja revertido para o desenvolvimento humano.
Para que a aprendizagem da música possa ser fundamental na formação de 
cidadãos, é necessário que todos tenham a oportunidade de participar ativamente 
como ouvintes, intérpretes e compositores, dentro e fora da sala de aula. É de suma 
importância que o professor utilize a música em suas atividades pedagógicas, 
oportunize aos alunos o cantar, o ouvir, o dançar e, assim, possibilite o 
enriquecimento do ensino, promovendo interação, socialização e valorização de 
talentos a despontar.
3 A MÚSICA COMO RECURSO PEDAGÓGICO
A música tem papel fundamental no desenvolvimento e formação do ser 
humano. Estudiosos como Piaget (1983) e Jean Jacques Rousseau (1995), 
ressaltam a importância da música na construção do conhecimento.
O pedagogo e educador Snyders (1992, p. 128) vê a música na sala de aula 
como uma atividade criativa e integradora do currículo escolar, ou seja, a música ou 
o texto musical podem revelar muitas perspectivas sob as quais um tema pode ser 
trabalhado na escola, e o ideal é que o professor desenvolva uma ação 
interdisciplinar.
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Cada vez mais, as escolas utilizam a música como um recurso pedagógico 
para alfabetizar seus alunos. A música atrai e envolve os alunos, serve de 
motivação, eleva a auto-estima, estimula áreas do cérebro, desenvolve a 
sensibilidade, a criatividade, a capacidade de concentração, o raciocínio lógico, a 
socialização e a expressão corporal. Snyders (1992, p. 128) ressalta que, para 
qualquer faixa etária, as atividades musicais devem ser de caráter lúdico envolvendo 
as vivências dos alunos.
Desta forma nós os educadores, devemos valorizar a música na sala de aula 
e formarmos um sujeito crítico em relação à realidade do seu cotidiano, no qual 
estamos inseridos, visando um processo de construção significativa da prática 
docente.
Considerando a importância da música no desenvolvimento da criança, este 
trabalho se propôs a implementação da música no contexto de escola especial, no 
município de Londrina – Paraná, com alunos deficientes intelectuais e altas 
especificidades, tendo como objetivo fazer uma abordagem sobre a influência da 
Música no processo educativo, mostrando a integração entre os aspectos sensíveis, 
afetivos, estéticos e cognitivos, assim como a promoção de interação e comunicação 
social que conferem caráter significativo à linguagem musical.
Participaram deste trabalho sete alunos deficientes intelectuais, do sexo 
masculino, com idade cronológica em torno de 6 anos, que frequentavam um 
Programa de Educação Infantil, no período matutino da Escola de Educação 
Especial – ILECE. 
Como objetivo de desenvolver nos nossos alunos dentro do contexto da 
Educação Especial a espontaneidade musical, de acordo com seu potencial, 
busquei trabalhar dentro de uma proposta sócio-cultural com uma turma de 7 alunos 
de diferentes características, com idade cronológicaem torno de 6 anos durante o 
ano letivo de 2009, obedecendo o amparo legal das aulas de Educação Musical; 2 
vezes por semana durante 1 hora/aula, no espaço da sala de aula do Setor Musical 
com todos os recursos necessários (piano, violão, instrumentos musicais, aparelhos 
musicais, fantoches...) em uma sala onde o espaço físico foi idealizado com 
espelhos e colchonetes para sensibilizar a criança aos sons musicais oportunizando 
de forma significativa o gosto pela música.
Dentro da minha proposta busquei desenvolver no aluno um intenso desejo 
de trazer a criança diferente, do isolacionismo e anonimato para o alegre convívio 
social com seus companheiros de classe, onde estes se comunicaram através de 
canções ouvidas e criadas espontaneamente de acordo com as diferentes situações 
desenvolvidas durante a implementação do Projeto.
Com base nos estudos e concepções sobre o desenvolvimento de Vygotsky 
(1989), foi possível acompanhar e organizar a ação educativa, bem como, 
acompanhar o processo de aprendizagem dos alunos.
As etapas de realização do trabalho, partiram, inicialmente, para uma 
investigação intensa a respeito da zona de desenvolvimento atual do educando, o 
que trouxe uma visão clara a respeito da bagagem trazida pelos alunos no início do 
ano letivo, oportunizando-se assim também uma análise comparativa entre as 
respostas fornecidas por alunos especiais.
Num segundo momento, os trabalhos centraram-se na zona de 
desenvolvimento proximal dos alunos. Crianças com características singulares e 
específicas, apresentando comportamentos anti-sociais e alienados, passado a ser 
estimulados por meio do recurso estratégico de música.
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Fazendo-se uso de instrumentos de percussão, de corda, de sopro, as 
crianças foram motivadas a interagirem umas com as outras através das atividades 
de bandinha rítmica, canto, dança livre e dramatização.
Crianças mais experientes, com um cognitivo melhor, portadoras de uma 
bagagem familiar que lhes possibilitou um grau mais elevado de maturação, 
exerceram um papel significativo na socialização e desenvolvimento de outras que 
apresentavam defasagem evolutiva nos aspectos cognitivos, sociais e emocionais.
4 RESULTADOS
As respostas à aprendizagem revelaram-se, a partir desse momento, 
bastante significativas e reveladoras, na medida em que pudemos observar a 
mudança comportamental dos alunos. Apresentamos a seguir alguns casos 
observados que contribuíram com nosso trabalho.
E.C.P.E. no início do ano letivo, mostrava-se arredio, alienado, apático, com 
ecolalia, totalmente indiferente as brincadeiras e alaridos ruidosos próprios das 
crianças da sua idade que se movimentavam diariamente ao seu redor. Com o 
passar dos dias, entretanto, através de postura educacional assumida na sala de 
aula pelo professor, ou seja, através do compromisso do educador de desenvolver 
na sala de aula um comportamento voltado para uma “ação intencionalmente 
planejada”, como sugere Vytosky, o aluno começa a sair do seu universo 
isolacionista para se integrar ao mundo real que o cerca, onde os desafios do 
“desconhecido” e do “inusitado” o conduzem inevitavelmente ao mundo 
maravilhoso das “descobertas”.
G.B.; G.F.T.; J.P.S.C.; T.N. e M.O. são também exemplos dos resultados 
positivos proporcionados pelas salutares relações interativas desenvolvidas no setor 
de Música. Sensíveis ao apelo irresistível das crianças que correm para o piano, 
para as cordas do violão ou para os outros instrumentos da bandinha, começam 
agora a imitar-lhes os gestos, as posições e atitudes. Tentam reproduzir por si 
mesmas os sons da melodia e as letras das canções. Querem dançar... gostam de 
dramatizar, cantar... querem se socializar.
Chegamos por fim à etapa final da nossa pesquisa e somos agora capazes de 
olhar para a estrada percorrida e avaliar os resultados. Estamos contentes. 
Sentimos que aprendemos muito através desses gratificantes momentos de convívio 
com as crianças. Crescemos. Entretanto, a nossa recompensa maior reside na 
sensibilização musical apresentada pelas crianças nas aulas de música, fugindo de 
suas salas e se dirigindo ao setor de Música, sempre pedindo mais e tendo imenso 
prazer em ali permanecer ao som dos mais variados ritmos, melodia e harmonia, 
mostrando-se tocados e sensibilizados pela Música.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim como não há forma de dissociar a criança de seu contexto 
sociocultural, de igual forma não há como dissociar a música do contexto escolar 
dentro de um processo de ensino-aprendizagem que, de fato, vise ao 
desenvolvimento pleno do educando por meio de uma metodologia inovadora, 
dinâmica, multicultural e mediadora. 
Na escola, constatou-se que o setor de Música tornou-se um espaço 
atrativo, dinâmico, encantador, propiciando muitas oportunidades para que os alunos 
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construam e aprimorem seus conhecimentos, sendo a música uma ferramenta 
imprescindível no processo ensino-aprendizagem.
Ao concluir este artigo ficou evidente que a Música proporcionou um grande 
prazer aos alunos, possibilitando-lhes a manifestação de seus sentimentos, 
movimentos e comunicação expressiva. Os alunos foram atraídos pela música a 
qual lhes deu prazer e excitação, atraindo-os para o mundo escolar dando-lhes 
motivação para aprender.
6 REFERÊNCIAS
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JEANDOT, Nicole. Explorando o universo da música. São Paulo: Scipione, 1990.
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