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No capitalismo de livre mercado quem sempre ganha e o consumidor

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29/01/2020 Instituto Ludwig von Mises Brasil
https://www.mises.org.br/ArticlePrint.aspx?id=2664 1/4
Instituto Ludwig von Mises Brasil 
http://www.mises.org.br
No capitalismo de livre mercado, quem sempre
ganha é o consumidor
por Gary North, sexta-feira, 15 de março de 2019
Nota do editor
Neste Dia do Consumidor, nada mais adequado do que publicar aquele que talvez seja nosso melhor
(mais sucinto e direto) artigo sobre o assunto.
________________________________________________
Nos EUA, Walmart e Amazon estão se engalfinhando, desde 2017, em uma brutal guerra de preços.
A história em detalhes está aqui.
A partir de 2018, a Target entrou no páreo.
Ao redor do mundo, Uber, Lyft e Cabify estão em guerra não apenas contra o cartel dos táxis
(mantido e protegido pelo estado), mas também entre si.
O AirBnB está reduzindo os lucros das grandes redes hoteleiras.
Nos mercados que têm um setor aéreo mais livre, como na Europa, voar está cada vez mais barato.
No mercado de transportes terrestres, o efeito é ainda mais intenso.
E isso sem falar na contínua redução dos preços dos produtos tecnológicos e eletroeletrônicos, bem
como dos serviços fornecidos por eles. A Amazon, por exemplo, passou a concorrer com a Netflix na
área de streaming de filmes. Além das duas, há também HBO Go (que não necessita de TV a cabo) e
a Hulu. Todas tiraram clientes das TVs a cabo convencionais. E todas também sofrem a concorrência
de vários sites dos quais você pode fazer download de filmes.
A história do capitalismo de livre mercado é a história da competição de preços. Isso foi explicado, e
sempre de maneira muito clara, por Ludwig von Mises ao longo de toda a sua vida.
Para ser bem-sucedido
O que é o capitalismo de livre mercado? É aquele arranjo econômico em que não há
subsídios (ou empréstimos subsidiados com os impostos da população) governamentais para as
empresas favoritas do governo, não há protecionismo via obstrução de importações, não há barreiras
governamentais à entrada de concorrentes em qualquer setor do mercado (como ocorre em setores
https://www.infomoney.com.br/minhas-financas/consumo/noticia/7985623/dia-do-consumidor-tem-descontos-de-ate-80-em-smartphones-eletrodomesticos-vinhos-e-mais-produtos
https://www.recode.net/2017/3/30/14831602/amazon-walmart-cpg-grocery-price-war
https://portalnovarejo.com.br/2018/05/target-cresce-28-por-cento-internet-faz-frente-amazon-walmart/
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2516
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2929
https://olhardigital.com.br/noticia/hbo-go-esta-disponivel-para-qualquer-pessoa-mesmo-sem-tv-por-assinatura/72701
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1946
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2407
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2950
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2769
29/01/2020 Instituto Ludwig von Mises Brasil
https://www.mises.org.br/ArticlePrint.aspx?id=2664 2/4
regulados por agências reguladoras), ninguém é impedido de empreender em qualquer área da
economia, e não há altos tributos que impedem que novas empresas surjam e cresçam. Quanto mais
próximo uma economia está deste arranjo, mais genuinamente capitalista ela é.
Um capitalista bem-sucedido é aquele que não apenas sabe como atender aos desejos da massa, como
também está sempre tentando aumentar a satisfação dela. A maneira como esse capitalista aumenta
sua presença no mercado -- sua fatia de consumidores -- é por meio da concorrência de preços. Dado
que seu objetivo é sempre aumentar seu público consumidor, o que ele realmente tem de fazer é ir
atrás de pessoas que até então não estavam dispostas a, ou não tinham condições de, gastar dinheiro
naquilo que ele está tentando vender. Ao utilizar a concorrência de preços, ele adquire acesso a esse
grupo.
Isso é um ótimo negócio para todas aquelas pessoas que queriam comprar o produto, mas não tinham
condições. E aquelas que já pagavam para adquirir o produto poderão agora pagar menos. A
diferença entra o preço (mais alto) que elas pagavam antes e o preço (mais baixo) que irão pagar
agora sob as novas condições é chamada pelos economistas de "excedente do consumidor". É apenas
um dos maravilhosos benefícios do capitalismo de massas.
Sempre haverá um mercado específico para produtos prestigiosos, sofisticados e caros. Relógios
Rolex são um exemplo. Eu jamais compraria um. Estou muito bem servido por um relógio digital da
Casio. Não preciso de mais do que isso. No próprio Walmart, consigo relógios digitais por US$ 15, e
são excelentes em termos de marcar a hora. É isso o que me interessa. Tudo o que quero de um
relógio é que ele me mostre que horas são. Não ligo para prestígio. Mas há quem ligue. E tais pessoas
são servidas por mercados específicos.
Não faço a mais mínima ideia de como os fabricantes que vendem produtos para a Amazon e para o
Walmart conseguirão manter uma margem de lucro sobre cada produto vendido. Também não sei
como a Uber, a Lyft e a Cabify -- com sua guerra de preços cada vez mais acirrada entre si mesmas e
contra os táxis -- conseguem se manter no mercado. Mas isso não é problema meu. Isso não tem
qualquer relevância para mim. Sou um mero consumidor. Na condição de consumidor, estou olhando
apenas para meus próprios interesses. Quando varejistas que atendem às massas estão concorrendo
ferozmente entre si e forçam seus fornecedores (indústrias) a reduzir os preços, isso é ótima notícia
para mim.
O que muitos ainda não entenderam sobre o capitalismo
Por isso, é um total equívoco imaginar que o capitalismo funciona primordialmente para beneficiar os
produtores. Isso é uma total incompreensão sobre os princípios deste sistema. 
O capitalismo -- ao menos o genuíno -- opera em benefício do consumidor. E há um motivo simples
para ser assim. Os consumidores possuem aquilo que os produtores querem: dinheiro. O dinheiro é a
mercadoria de mais fácil comercialização em uma economia. Por isso, todos estão atrás do dinheiro.
Quem tem dinheiro consegue trocá-lo pelos bens e serviços que quer. Quem tem dinheiro sempre será
servido. Quem tem dinheiro está no assento do motorista em uma economia capitalista. E quem tem o
grosso do dinheiro em uma economia de mercado? A massa dos consumidores.
Produtores e empreendedores estão no mercado para ganhar acesso ao dinheiro dos consumidores. Os
bens e serviços que eles produzem não podem ser utilizados como dinheiro. Não importa quão
popular seja um produto específico, ele nunca será tão popular quanto dinheiro. 
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2640
29/01/2020 Instituto Ludwig von Mises Brasil
https://www.mises.org.br/ArticlePrint.aspx?id=2664 3/4
Consequentemente, produtores e empreendedores têm de vender esses bens e serviços aos
consumidores para conseguir dinheiro; eles não podem ir ao mercado e simplesmente tentar trocar,
como num escambo, seus bens e serviços por outros bens e serviços. Para conseguir o que querem,
eles têm de ter dinheiro. Para conseguir dinheiro, eles têm de vender para muitos consumidores. Eles
ganharão dinheiro no volume, e não nos preços altos.
Guerra de preços entre empresas sempre beneficia dezenas de milhões de consumidores.
Consumidores não têm de negociar descontos com fabricantes ou implorar por preços menores; eles
deixam esse serviço por conta das empresas. Na prática, eles terceirizam essa atividade, deixando que
as empresas em concorrência façam essa negociação por eles. 
Na condição de vendedores de bens e provedores de serviços, Amazon, Walmart, Hulu, HBO, Uber,
Cabify, Lyft, Netflix, AirBnB e todas as grandes redes varejistas têm de agir em prol dos
consumidores. E é assim porque elas estão visando às massas. Elas querem vender para as massas.
Elas querem o dinheiro das massas. Sua estratégia é fazer com que mais pessoas comprem seus bens
e serviços.
O homem mais rico do mundo hoje é Jeff Bezos. Ele criou a Amazon. Se Sam Walton ainda estivesse
vivo, ele seria a pessoa mais rica do mundo, pelo menos se não considerarmos Vladimir Putin. Bezos
seria então o terceiro. Esses dois homens incrivelmentericos se tornaram ricos porque
compreenderam como funciona a concorrência de preços.
Os críticos do capitalismo, que são muitos, simplesmente não entendem que capitalismo significa
concorrência de preços, e que o mercado de consumo em massa criado pela concorrência de preços
representou o maior benefício econômico para a humanidade nos últimos 200 anos.
[N. do E.: sim, os preços das coisas estão sempre aumentando, principalmente no Brasil. Mas isso se
deve às distorções criadas pelo governo, como a inflação da oferta monetária. Ainda assim, o custo
real das coisas -- isto é, a quantidade de horas de trabalho necessária para se conseguir comprar um
bem básico -- só faz cair].
As pessoas que criticam essas empresas que se esforçam para reduzir seus custos -- como a Amazon,
a Walmart e a Uber -- sempre as atacam "em nome dos trabalhadores". Elas sempre vêm a público
denunciar os baixos salários pagos aos empregados. Mas a função do capitalismo é melhorar a vida
dos consumidores, e não dos produtores, empreendedores e dos empregados. 
Produtores, empreendedores e empregados só irão se dar bem em uma economia de mercado se
souberem satisfazer os consumidores. Eles só terão lucros se souberam agradar aos consumidores.
Quanto aos empregados, sempre vale ressaltar que eles também são consumidores.
Consequentemente, na condição de consumidores, empregados também são beneficiados. Agora, se
eles não são bem pagos em termos salariais, então é porque os consumidores não querem pagar bem
para eles. Consumidores sempre estão interessados apenas em conseguir as melhores barganhas para
si próprios, e não os melhores negócios para os produtores, empreendedores e empregados do setor
industrial, atacadista e varejista. Quem determina a sobrevivência de empregos, salários e lucros são
os consumidores, e não os capitalistas. Os críticos do capitalismo jamais entenderam isso.
Tais críticos são guiados essencialmente pela inveja, e sempre quiseram atacar e destruir capitalistas e
empreendedores. Eles odeiam empreendedores. Só que, ao atacar empreendedores e exigir que o
governo confisque grandes fatias de seu lucro, eles estão apenas reduzindo os benefícios que
acabariam sendo ofertados aos consumidores (ver aqui e aqui).
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2669
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2663
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2635
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2640
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2977
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2411
29/01/2020 Instituto Ludwig von Mises Brasil
https://www.mises.org.br/ArticlePrint.aspx?id=2664 4/4
Mas eles não ligam. Eles são motivados pela inveja. Eles querem dar uma lição nos ricos. Eles
preferem destruir um rico, e com isso sofrer preços mais altos em decorrência desta redução na
concorrência, a permitir que o empreendedor continue rico, e com isso se beneficiar de preços
menores.
É por isso que a inveja é um pecado horrendo, e os críticos do capitalismo são conduzidos por ela. O
indivíduo invejoso jamais poderá ser apaziguado pelo rico. Somente a destruição do rico irá satisfazer
o crítico motivado pela inveja.
Conclusão
Para mim, na condição de consumidor, só me resta recostar e apreciar toda a guerra de preços feita
por empreendedores que querem o meu dinheiro. 
E com um adendo magistral: eu não compro muito no Walmart, mas compro muito na Amazon. Não
uso muito a Lyft (nem Cabify), mas uso bastante a Uber. Não tenho TV a Cabo, mas tenho Netflix.
Se a concorrência de preços do Walmart obrigar a Amazon a reduzir seus preços, se a concorrência
de preços da Lyft (e da Cabify) forçar a Uber a reduzir seus preços (ou a não aumentá-los), e se a
concorrência de outros serviços de streaming obrigar a Netflix e manter seus preços baixos, isso será
um grande benefício para mim.
Isso é o capitalismo em ação.
_______________________________________________
Leia também:
O grande beneficiado pelo capitalismo foi o cidadão comum, e não os ricos e poderosos
A discussão do CEO da Uber com o motorista mostra que, no livre mercado, quem manda é o
consumidor
Comprovando a natureza benevolente do capitalismo: ele promove a vida humana e o bem-
estar de todos
Em economias capitalistas, trabalhadores são disputados e têm aumentos salariais constantes
Empresas grandes, ineficientes e anti-éticas só prosperam em mercados protegidos e regulados
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2646
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2640
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2966
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2903
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2652

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