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Custo de um orçamento técnico de informática O cálculo da mão-de-obra a ser gasta em um serviço começa sempre pela avaliação de quanto tempo (em horas) se gastará em determinado serviço. A multiplicação da quantidade de horas pelo valor do homem-hora (ou hora-técnica) será o valor da mão-de-obra em nosso cálculo de custo. A grande questão é saber o valor do homem-hora em cada empresa. De nada adianta perguntar para os amigos quanto eles estão cobrando ou fazer um chute na base do “eu-acho- que”. É preciso calcular o quanto custa a hora-técnica em cada empresa, em cada ocasião, para não cometer erros grosseiros, afinal é preciso chegar a um custo que seja o mais justo possível, tanto para o profissional quanto para seus clientes. Seja para um fornecimento de serviços, produtos ou qualquer outro trabalho feito sob encomenda, em termo simplificados o valor deste fornecimento é calculado pela seguinte fórmula: Despesa com material - Valor de todos os componentes que serão aplicados única e exclusivamente naquele serviço. Por exemplo, para levantar uma parede, a despesa com material será o que se gastará com tijolos, cimento, areia e cal. Este material será gasto naquele serviço apenas, se a obra não existisse não haveria esta despesa. Despesa com serviços - Valor da mão-de-obra aplicada direta e tão somente neste serviço, porem existem algumas considerações a serem feitas. O valor do serviço (também chamado de mão-de-obra) será o resultado da multiplicação do tempo gasto pelo custo da hora técnica (ou homem-hora). Exemplo: um engenheiro cobra R$ 100 pela sua hora-técnica, se o serviço exigir 10 horas de trabalho então o valor da despesa com serviços será de R$ 1.000. Despesa com terceiros - Chamadas também, abreviadamente, de “servex” (abreviação de “serviços externos”). Consiste nos valores pagos a fornecedores externos, seja com material, mão-de-obra ou ambos. Por exemplo, um gesseiro fornece as peças de gesso e a sua mão-de- obra, e cobra um valor fixo ou uma quantia por m². C.E.V. - Toda despesa percentual que incide sobre o custo. O CEV é chamado, na literatura técnica internacional, de “mark-up”. Exemplo: impostos, taxas, comissões, lucro. Muita gente confunde CEV com lucro, mas o certo é dizer que o lucro faz parte do CEV, na forma de margem de contribuição (ou lucro bruto) juntamente com outras despesas percentuais. Mapa de Localização de Custos (sistema RKW) Do explicado acima, mesmo que resumidamente, pode-se deduzir que para calcular o valor de um serviço é preciso saber o preço da hora-técnica. E aí entra a nossa pergunta inicial, como é que se calcula o valor desta hora técnica? O processo de cálculo é simples, basta fazer o levantamento de alguns valores e fazer algumas contas e ponderações, usando o método denominado RKW. Existem outros sistemas similares como o método ABC (Custeio Baseado nas Atividades) e o Target Cost (Custo-alvo), mas no final das contas todos precisam ser adaptados às empresas de prestação de serviços, que é o que faremos aqui. O sistema RKW é uma técnica criada originalmente na Alemanha, e consiste no rateio ponderado dos custos de produção por todas as horas trabalhadas nos setores produtivos da empresa. No RKW é feita alocação dos custos e despesas dos diversos departamentos da empresa para depois fazer várias séries de rateio de forma que, ao final, todos os custos e despesas estejam recaindo exclusivamente sobre os produtos da mesma que, em nosso caso, serão as horas-técnicas. O princípio básico do RKW é dividir os custos fixos da empresa em dois grandes grupos: administração e produção. Os custos da administração serão rateados, isto é, adicionados aos custos do setor produtivo. Isto porque só podemos cobrar do cliente o tempo gasto diretamente em seu serviço, sendo que os gastos com a administração são cobrados de maneira indireta, ou seja, diluídos nos custos de produção. Para fazer este rateio precisamos criar o chamado Mapa de Localização de Custos (MLC) que nada mais é do que uma tabela onde se lista todas as despesas fixas da empresa. Estas despesas serão divididas entre os setores produtivos, chegando-se ao valor da hora-técnica dividindo-se o custo fixo pelo total de horas- técnicas disponíveis: Vejamos como seria o Mapa de Localização de Custos para uma pequena empresa de prestação de serviços. A esmagadora deste tipo de empresa no Brasil é pequena, onde um profissional trabalha sozinho ou com um ou dois ajudantes, numa loja alugada. Numa situação destas, para fazer o mapa de custos começa-se pelo cálculo das despesas com pessoal. Supondo-se um exemplo, teremos então os seguintes valores em Reais: • Salário do profissional 3.000 • Encargos trabalhistas 2.400 • Total pessoal produtivo 5.400 Calculemos agora as despesas mensais decorrentes do exercício da profissão daquele profissional, seja ele um técnico em informática, um engenheiro, arquiteto ou qualquer outro profissional liberal: • Aluguel 600 • Luz 100 • Água 40 • Telefone e internet 200 • Imposto Predial 40 • Ferramentas e softwares (média mensal) 50 • Vigilante noturno 50 • Material de escritório (tinta, xerox, etc.) 100 Total de despesas profissionais R$ 1.180 Calculemos agora as despesas administrativas: • Contador 240 • Motoboy 50 • Sindicato 30 Total de despesas administrativas R$ 320 Somando tudo temos: • Total com pessoal 5.400 • Total de despesas profissionais 1.180 • Total de despesas administrativas 320 Total geral (custo fixo mensal) R$ 6.900 Portanto, esta oficina (ateliê, escritório...) teria que faturar no mínimo este valor, a ser cobrado nas horas-técnicas, para pagar o profissional e todas suas despesas profissionais fixas. Note que este valor nada tem a ver com o lucro do negócio ou com despesas com componentes, quer dizer, esta é apenas a despesa profissional do técnico, isto é, a infraestrutura que ele precisa para exercer sua profissão. É por isto que colocamos o item “salário” do profissional. Mesmo que ele seja o dono e também o que vai fazer o serviço, é preciso avaliar o quanto seria o salário de um profissional equivalente para fazer o levantamento dos custos fixos. A média histórica de horas trabalhadas no mês é de 150 horas, isto é, descontando-se os sábados, domingos, feriados, férias, dias parados por falta de serviço, pausa para café, etc. Neste caso, o custo da hora-técnica de nossa oficina seria de: Portanto, este é o valor de custo da hora-técnica a ser usado no cálculo do preço dos serviços feitos por este profissional, no item mão-de-obra, para fazer um orçamento para seu cliente. Exemplo bem hipotético de cálculo de preço Suponhamos que um técnico de informática será contratado para trocar a placa mãe de um determinado computador. O técnico vai empregar, como material direto, a placa-mãe e os cabos. Sua mão-de-obra será avaliada pelo tempo dispendido. Só que, para fazer aquele reparo, será preciso levar um eletricista até sala, para analisar os quadros de energia e sua distribuição. Para tanto, será preciso contratar um eletricista que vai fazer toda a análise para que dê o aval de que o equipamento não retornará a falhar por falhas de transmissão de energia. O valor pago para este eletricista entrará no cálculo como serviço de terceiros. Mas não dá na mesma? Afinal, se adicionarmos o valor do eletricista na fórmula do custo, o resultado não será o mesmo? Certamente que sim. Ocorre que, conceitualmente, é preciso separar as despesas e também existe uma outra questão: ao separamos o servex dos custos diretos podemos trabalhar com margens diferenciadas. Vamos supor que teremos os seguintes custos envolvidos: R$ 100 de material, R$ 100 de mão-de-obra, o eletricista cobrou R$ 500, Custo total de R$ 700, Calculamos um CEV de 30%, pois foram 10% de impostos mais 20%de lucro. Portanto, o preço deste serviço foi de:
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