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Profª Maria Neuza FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL II 3º período de Engenharia civil CAPÍTULO 18 TEMPERATURA, CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA TERMOLOGIA é a parte da Física que estuda os fenômenos relacionados com o calor e a temperatura. Imagem: Gérald Tapp / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported Imagem: Fir0002, flagstaffotos.com.au / GNU Free Documentation License / http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Fire02.jpg TEMPERATURA Grandeza física escalar que mede o grau de agitação molecular de um corpo. CT E • Temperatura é uma das sete grandezas físicas do SI; • Não há um limite superior para a temperatura; • Há um limite inferior denominado zero absoluto na escala Kelvin; O ZERO ABSOLUTO O Lord Kelvin (1848) verificou, experimentalmente, que a pressão de um gás diminuía 1/273,16 do valor inicial, quando resfriado a volume constante de 0 °C para – 1 °C. Como a pressão do gás está relacionada com o choque de suas partículas com as paredes do recipiente, quando a pressão fosse nula, as moléculas estariam em repouso, a agitação térmica seria nula e a sua temperatura também. Conclui-se, então, que isso aconteceria se transformássemos o gás até – 273°C . A escala Kelvin é a escala científica do SI. CALOR Calor é energia térmica em trânsito entre corpos de diferentes temperaturas. O calor flui sempre do corpo de maior temperatura para o de menor temperatura. A B TA > TB Calor TA = TB A BCalor Equilíbrio Térmico ◼ Cada corpo possui energia térmica e essa energia é transferida do corpo de maior temperatura, no caso acima A, para o corpo de menor temperatura (corpo B); ◼ A transferência da energia térmica cessa no momento em que os dois corpos atingirem a mesma temperatura: o EQUILÍBRIO TÉRMICO. Em resumo: “Todo corpo possui uma propriedade chamada temperatura. Quando dois corpos estão em equilíbrio térmico, suas temperaturas são iguais e vice-versa.” (Halliday e Resnick, 2009, p.184). Este enunciado caracteriza a Lei Zero da Termodinâmica Medindo Temperatura • Para a criação de um modo científico de medir temperatura, toma-se como fenômeno reprodutível o ponto triplo da água, ou seja, a coexistência de água+gelo+vapor d’água em equilíbrio. Fenômeno este que ocorre para apenas um conjunto de valores de pressão e temperatura. • Por acordo internacional, associa-se ao ponto triplo da água o valor de 273,16K como a medida-padrão de temperatura para calibração de termômetros. Outras escalas termométricas Esta escala foi utilizada principalmente pelos países que foram colonizados pelos britânicos, mas seu uso atualmente se restringe a poucos países de língua inglesa, como os Estados Unidos e Belize. A Escala Fahrenheit foi construída, em 1708, pelo físico alemão Daniel Gabriel Fahrenheit; Adotou-se o valor 0 (zero) para a mistura: água, gelo picado e sal; e o valor 100 para a temperatura do corpo humano; Dividiu-se o intervalo entre esses pontos fixos em 100 partes iguais e cada parte recebe o nome de grau Fahrenheit, cujo símbolo é °F. A partir desses pontos fixos escolhidos, Fahrenheit mediu com seu termômetro o ponto de fusão do gelo, sob pressão de 1 atmosfera, e obteve o valor 32 °F e para o ponto de vapor da água, também sob pressão de 1 atmosfera, o valor 212 °F. A ESCALA FAHRENHEIT ESCALA CELSIUS A Escala Celsius construída em 1742, pelo físico e astrônomo sueco Anders Celsius, que adotou para o ponto de fusão de gelo o valor 0 (zero) e para o ponto de ebulição da água o valor 100 (cem). Dividiu-se o intervalo obtido entre os pontos fixos em cem partes iguais, em que cada parte corresponde a uma unidade da escala e foi denominada de grau Celsius, cujo símbolo é o °C. Como o intervalo entre os pontos fixos dessa escala foi dividido em cem partes iguais, ela recebeu o nome de centesimal e, atualmente, a Escala Celsius é a mais utilizada em todo o mundo. O intervalo dividido em 100 partes iguais pelo sueco (Celsius) é, na escala de Fahrenheit, dividido em 180 partes iguais. Desse modo, cada parte da escala de Fahrenheit equivale a 1,8 partes da escala de Celsius. Relação entre as escalas DILATAÇÃO E CONTRAÇÃO TÉRMICA EFEITOS DA VARIAÇÃO DE TEMPERATURA • Todos os corpos se dilatam ou se contraem com o aumento ou a redução da temperatura; • O quanto um corpo se dilata ou se contrai depende do estado físico do corpo e do material de que ele é feito. Dilatação dos sólidos Com a variação na temperatura de um sólido, as partículas que o constituem vibram, menos ou mais, em torno de sua posição de equilíbrio. Dilatação linear dos sólidos A variação no comprimento de uma barra DL, submetida a uma variação de temperatura ∆t, é: Aplicações cotidianas do fenômeno de dilatação/contração dos sólidos E D U A R D O S A N T A L IE S T R A /C ID E D U A R D O S A N T A L IE S T R A /C ID As lâminas bimetálicas dos termostatos 1 Dilatação linear dos sólidos . . . os trilhos de trem devem ter vãos para permitir que o metal se dilate quando o dia está muito quente ou quando as rodas do trem geram aquecimento por atrito. Sem esses espaços, os trilhos consecutivos se comprimiriam mutuamente, deformando-se ou até mesmo soltando-se dos dormentes. Devido à exposição ao sol, os fios de telefone ou da rede elétrica se expandem e formam curvas mais pronunciadas do que em períodos mais frios. O comprimentodo fio será tanto maior quanto mais sua temperatura aumentar. Dilatações e contrações em mais de uma dimensão A dilatação de alguns corpos, como azulejos e blocos de concreto, é mais perceptível em duas dimensões. 2 Dilatação superficial dos sólidos L U A N A F IS C H E R /F O L H A IM A G E M F E R N A N D O F A V O R E T T O /C R IA R IM A G E M • Dilatação superficial Variação da área da superfície de um corpo em função da variação da temperatura: •Coeficiente de dilatação superficial β: Expressão geral da dilatação (ou contração) superficial de um sólido: A dilatação afeta todas as dimensões de um corpo Em alguns corpos, é mais fácil perceber que a dilatação e a contração dos sólidos é volumétrica. •A variação no volume é proporcional à variação de temperatura (Dt) e ao volume inicial (V0) do corpo: •A constante de proporcionalidade é o coeficiente de dilatação volumétrica: A dilatação afeta todas as dimensões de um corpo •A variação no volume é proporcional à variação de temperatura (∆t) e ao volume inicial (V0) do corpo: •A constante de proporcionalidade é o coeficiente de dilatação volumétrica: •Volume final do corpo que sofreu a dilatação: • Por que não convém construir uma casa grudada à do vizinho? R -P /K IN O ABSORÇÃO DE CALOR POR SÓLIDOS E LÍQUIDOS calor sensível Quantidade de energia térmica recebida ou cedida por um corpo, para exclusivamente variar sua temperatura. SQ m.c. T= D calor sensível Quantidade de energia térmica recebida ou cedida por um corpo, para exclusivamente variar sua temperatura. SQ m.c. T= Dc CALOR ESPECíFICO Indica a energia necessária para uma unidade de massa variar sua temperatura em uma unidade. Característica da substância Tabela alguns valores de calor específico Substância Calor Específico (cal/g.oC) água 1,000 álcool 0,580 alumínio 0,219 chumbo 0,031 cobre 0,093 ferro 0,110 gelo 0,550 mercúrio 0,033 prata 0,056 vidro 0,200 vapor d'água 0,480 Calor Latente Ao aquecer um bloco de gelo a 0 ºC, verificaremos que ele funde, isto é, se transforma em líquido, mas sua temperatura não se modifica após atingir a temperatura de fusão. Calor latente é a quantidade de energia térmica recebida ou cedida por um corpo, para exclusivamente mudar de estado físico. EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DA CALORIMETRIA . . Q m c t= D t Q C D =C =m·c Capacidade térmica • Suponhamos que ao fornecer certa quantidade de calor Q a um corpo de massa m, sua temperatura varie Dt. • Definimos Capacidade TérmicaC de um corpo como sendo a quantidade de calor necessária por unidade de variação da temperatura do corpo: Q C t = D TROCAS DE CALOR • Se vários corpos, no interior de um recipiente isolado termicamente, trocam calor, os de maior temperatura cedem calor aos de menor temperatura, até que se estabeleça o equilíbrio térmico. • E de acordo com o princípio de conservação temos: 1 2 3 ... 0nQ Q Q Q+ + + + = Princípio fundamental nas trocas de calor recebida cedidaQ Q 0 + = recebida cedidaQ Q= Exemplo 1: Uma barra de cobre de massa igual a 200 g e a uma temperatura de 230°C é mergulhada dentro de um recipiente que contém 200 g de água, inicialmente a 20°C. Sabendo que a temperatura do equilíbrio térmico é de 25°C, determine a capacidade térmica do recipiente que contém a água em cal/°C. DADOS: Calor específico do cobre = 0,03 cal/g°C Calor específico da água = 1 cal/g°C Resposta: C = 46 cal/°C Exemplo 2: Em um calorímetro de capacidade térmica desprezível, foram misturados 200 g de água, inicialmente a 20 °C, e 400 g de ouro, inicialmente a 80°C. Sabendo que os calores específicos da água e do ouro são, respectivamente, 1 cal/g°C e 0,03 cal/g°C. Determine a temperatura final aproximada da mistura. Resposta: 23,4 °C Próximo tópico: Calor e Trabalho...
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