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Sociedade de Consumo - Resumo

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Sociedade, cultura e consumo 
Profissionais de jornalismo, marketing e estudiosos sobre o comportamento das pessoas intitulam a sociedade contemporânea como a sociedade de consumo, por meio das características que a atual população mundial se diferencia das anteriores. O conhecimento, tecnologia e o consumo desenfreado são algumas das características que definem esta comunidade. 
O ato de consumir por necessidade ou desejos se mistura nesta sociedade em que é difícil diferenciar o que é necessário e o que é desimportante, é uma atividade que estampa a identidade da sociedade em que vivemos. Dessa maneira, o que cada ser humano usa e consome objetos de poder aquisitivo alto como artifícios do seu status social e satisfação pessoal, logo, este fator situacional da sociedade pode ser considerado como linhas classificatórias de classes sociais, e o consumo individual ou de um determinado grupo pode ser definido através do histórico social e econômico em que estão inseridos. 
Cultura de consumo, sociedade de consumidores, e cultura de consumidores e consumismo são alguns outros conceitos que são sinônimos entre eles e o termo sociedade de consumo, que apesar de algumas diferenças, têm as suas semelhanças. O consumo em algumas sociedades possuem diferenças e limites que são impostos por questões de tradição e religião, com é o caso da Índia, que fatores como tipos de alimentos permitidos, compra e uso de produtos, além da interferência dos pais na escolha do parceiro (a), distanciam os indivíduos da cultura de consumo na sociedade. 
É muito importante saber separar o conceito de cultura e sociedade, pois, para alguns autores como Frederic Jameson, a sociedade pós-moderna é constituída através da cultura de consumo, desse modo, o estilo de vida, identidade e reprodução social, autonomia da esfera social são os elementos do consumo. Logo, o materialismo e a perda de status social são características negativas que também fazem parte do mesmo. Em contrapartida, temos autores como Daniel Miller, que pesquisou o fenômeno consumo por motivos como: o que fazem as pessoas consumirem tais bens, em certos momentos e maneiras? Qual é o impacto e importância que a cultura material tem nas relações sociais e na vida do indivíduo? Resumidamente, esses autores apuram o consumo dentro das experiências humanas e como podemos entender processos sociais e culturais das diversas sociedades. 
Existe uma dificuldade em conceituar exatamente o que é uma sociedade de consumo. Entretanto, a atividade de consumir de maneira supérflua e abundante é ligeiramente ligada a sociedade de consumo como suas características principais. A associação dessa atividade com o consumo está relacionada a assuntos como o materialismo, falta de identidade, individualismo, entre outros. Porém, o consumo e maneira supérflua e abundante não pertence apenas a sociedade contemporânea, e nem daqueles que possuem muito, pois, também já fizeram parte de sociedades passadas. Portanto, é essencial diferenciar a crítica moral às desigualdades e coerções causadas pelo capitalismo e socialismo, que acabaram a possibilidade de vida mais orgânica das sociedades pré-industriais. 
Sendo assim, a partir da década de 1980, o consumo começou a reproduzir interesse sociológico com um tema si, diferente de como era tratado anteriormente, onde era discutido através da crítica moral. O interesse disseminou-se por meio de duas suposições teóricas entre os cientistas sociais. A primeira trata-se da afirmação de que o consumo é o centro no método de reprodução social de qualquer sociedade, significa que qualquer ação de consumo como comer e se vestir é totalmente cultural. A segunda suposição é estabelecida pela designação da sociedade contemporânea com a sociedade de consumo. Nesse sentido, apenas a atual sociedade é considerada a de consumo, mesmo que as anteriores também tenham como aspectos a cultura material e consumo nos seus históricos. Assim, admitimos que o consumo está ocupando uma colocação acima e além de qualquer reprodução social e necessidades de bens materiais. Admitimos, também, que ele alcançou uma dimensão e espaço que nos permitem criticar questões da natureza da realidade presente na sociedade moderna contemporânea em que vivemos. 
Origens históricas da sociedade de consumo 
Por meio de diversas contradições, as origens históricas da sociedade moderna se dividem em duas categorias: uma se refere à quando e o outro a o que mudou. Quer dizer, quando foi que o primeiro sinal de uma mudança estava acontecendo na quantidade de itens da cultura material estava disponível na sociedade europeia? Quais foram as mudanças que esses novos itens da cultura material trouxe para a sociedade e o que eles se compõem? 
A divisão quando surgiu em meados de 1980, quando historiadores ofereceram novos estudos aos antigos dados históricos que apontam a forte influência da revolução industrial na criação da sociedade contemporânea. Por meio deste argumento, o revisionismo proposto pelos historiadores é considerado genérico pelo argumento de que uma Revolução do Consumo e Comercial progrediu a Revolução Industrial e foi o elemento primordial da modernização ocidental e da modernidade. Esses novos estudos afrontam a historiografia tradicional com perguntas que não possuem respostas semelhantes à historiografia. Por exemplo: como a industrialização aconteceu em bases capitalistas sem possuir sem uma demanda prévia para a produção? Para quem iriam vender? 
Outro ponto importante para atentar-se é que as grandes invenções tecnológicas que se referem à Revolução Industrial aconteceram posteriormente da explosão do consumo. As relevantes invenções mecânicas da indústria dos tecidos, carro-chefe da industrialização, surgiram apenas em meados de 1780. O mesmo fenômeno ocorreu com a indústria de brinquedos, cuja as inovações tecnológicas só impactaram depois dela estar totalmente estabelecida. 
O debate na visão econômica entre os produtivistas e os que afirmam que houve uma revolução de consumo e comercial que deu continuidade a Revolução Industrial assume que, as pessoas possuem uma insaciabilidade, ou que existe uma tendência natural para o consumo, que acarreta no consumo de mais produtos e bens de acordo com o aumento da renda. 
Daniel Miller, no seu artigo “Consumo como vanguarda da história: uma polêmica como introdução”, relata que o desinteresse em relação ao consumo, encobre uma união alegada pelos cientistas sociais neste século no sentido de não atrapalharem a “grande narrativa” a ideologia e moralidade da Revolução Industrial e produção. Como o próprio subtítulo do artigo diz, a intenção de Miller é causar polêmica diretamente com os economistas. Ele analisa mitos relacionados ao consumo e ao consumismo moderno, e afirma que na visão econômica marxista e não-marxista não existe oposição entre ambos. Em virtude desse consenso de não abordar o consumo e somente falar sobre a produção, fazendo com a economia possua um lado revolucionário (marxista) e outro lado a mesmo tempo conservador (keynesiana).

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