AD1 CIÊNCIA POLÍTICA - 2019.2 UFF/CEDERJ

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – PÓLO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS 
PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB 
BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
 
 Ciência Política – AD1 
Seguindo os ensinamentos de Max Weber, Ricardo Corrêa Coelho[1] (2010:17) definiu o poder 
como a “capacidade que um indivíduo, ou grupo de indivíduos, tem de influenciar o 
comportamento de outras pessoas”. Além disso, Coelho sinalizou que o poder supõe quatro 
elementos: sujeito, objeto, meio e fim. A partir desta definição, podemos compreender, de um lado, 
os tipos de poder e a tipologia clássica das formas de governo, elaborados por Aristóteles, e, de 
outro lado, a descrição da tipologia moderna das formas de poder, elaborada por Norberto Bobbio, 
que também se baseou na obra de Weber para construir sua tipologia. 
Considerando a importância de Weber na área das Ciências Sociais, sua definição sobre o Estado 
é a seguinte: 
"Para nossa consideração, cabe, portanto, constatar o puramente conceitual: que o Estado moderno 
é uma associação de dominação institucional, que dentro de determinado território pretendeu com 
êxito monopolizar a coação física legítima como meio da dominação e reuniu para este fim, nas 
mãos de seus dirigentes, os meios materiais de organização, depois de desapropriar todos os 
funcionários estamentais autônomos que antes dispunham, por direito próprio, destes meios e de 
colocar-se, ele próprio, em seu lugar, representado por seus dirigentes supremos." 
(WEBER, Max. Economia e Sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva, v. 2. Brasília: 
Editora Universidade de Brasília, 2012. p. 529) 
Após ler o material didático da disciplina, da página 13 a 26, elabore um texto a fim de explicar: 
 - Quais são os tipos de poder existentes para Aristóteles e como são definidos. 
- Quais são as formas de governo para Aristóteles e o que as caracteriza. 
- Quais poderes constituem a tipologia moderna das formas de poder, segundo Norberto Bobbio, e 
como podem ser definidos. 
- Qual a relação entre Estado e poder político. 
 
 
 
 
 
 
 ATIVIDADE A DISTÂNCIA 1 – CIÊNCIA POLÍTICA 
 Prof.: Cristiano Monteiro 
 
Nome: 
Matrícula: 
Polo: Nova Iguaçu 
 
 Segundo Ricardo C. Coelho, Aristóteles formulou o que se considera os tipos de poderes clássico 
considerando apenas três dos quatro elementos do poder – sujeito, objeto e fim –, deixando de lado 
o meio. Essa tipologia clássica das formas de poder, era definida com base no interesse daquele no 
qual o poder era exercido: o poder paterno, no qual o poder é exercido pelo pai sobre o filho no 
interesse do filho; o poder despótico, que é o poder exercido pelo senhor sobre o escravo no 
interesse do senhor e por fim, o poder político, aquele exercido pelos governantes sobre os 
governados no interesse de ambos. 
 Nos tipos de poderes, o mais complexo seria o poder político pelo fato de se basear no interesse 
de ambas as partes, tanto do sujeito quanto do objeto. E devido a esta complexidade, Aristóteles 
definiu três categorias de formas de governo: o governo de um só, o governo de muitos e o governo 
de poucos. E em todas elas, existem a possibilidade de serem exercidos bons e maus governos. Para 
Aristóteles o bom governo tem sempre o intuito de satisfazer o interesse de todos, tanto dos 
governantes quanto do povo. Como boas formas de governo de cada categoria, temos a monarquia 
(um só indivíduo), a aristocracia (minoria) e a Politeia - cidade Estado (maioria). Ele também 
classificou as formas degeneradas destes governos, que seriam os maus governos, que seria quando 
as formas de governo são degeneradas e deturpadas por aqueles que exercem o poder, visando 
apenas os próprios interesses: como a tirania (um só indivíduo), a oligarquia (minoria) e a 
democracia (maioria). Porém, a democracia naquele tempo era definida como o respeito ao 
interesse da maioria em detrimento do interesse da minoria. 
 Norberto Bobbio, com base em Weber, formulou as formas de poder modernas. Nelas, Bobbio 
levou em consideração os meios utilizados para o exercício do poder, definindo três tipos de 
poderes: o econômico, o ideológico e o político. No poder econômico o sujeito se aproveita dos 
bens que possui e que são considerados necessários e escassos, para influenciar e induzir os que 
não possuem, a terem determinados comportamentos e atitudes. No poder ideológico o sujeito 
 
 
utiliza-se da influência que ideias criadas e emitidas em determinadas maneiras e circunstâncias 
por alguém que possui certa autoridade e é difundida por determinados meios, tem sobre os seus 
subordinados. E o poder político é fundamentado na “posse dos instrumentos através dos quais se 
exerce a força física, isto é, através das armas de qualquer espécie e grau. ” (BOBBIO, 1984, p. 8 
apud COELHO, 2010, p.19). 
 Como dito, o uso da força é o meio pelo qual se exerce o poder político. Porém para que o uso da 
força seja de fato o exercício do poder político, é necessário que neste uso seja introduzido as 
noções fundamentais de legitimidade e de monopólio. Esse exercício de monopólio do uso da força 
sobre a sociedade pelo Estado, é o que caracteriza o poder político. Esse exercício de poder político 
é, de certa forma, permitido pela sociedade, como se a mesma desse esta permissão para que a força 
bruta seja regulada e que fora disso, tenha as devidas sanções. 
 
Fonte: C672c Coelho, Ricardo Corrêa 
Ciência política / Ricardo Corrêa Coelho. – Florianópolis: Departamento de Ciências da 
Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2010. 
159p.: il.