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Medicação e Ganho de Peso em Portadores de Autismo

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GISLAINE DOMINGUES 
CRN-3 12129 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELAÇÃO ENTRE MEDICAMENTOS E GANHO DE PESO 
EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE AUTISMO E 
OUTRAS SÍNDROMES RELACIONADAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campo Grande - MS 
2007 
 
 
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RESUMO 
Este estudo procurou evidenciar a relação entre medicamentos e o ganho de 
peso em indivíduos portadores de autismo e outras síndromes relacionadas. 
Realizou-se a pesquisa no período de abril de 2003 a junho de 2004. Sendo 
avaliadas trinta pessoas através de uma ficha clínica nutricional elaborada pela 
nutricionista voluntária. Para o diagnóstico nutricional, foram utilizados os 
indicadores antropométricos peso/idade avaliados pelo percentil, considerando o 
gráfico de crescimento do NCHS (1977), conhecido como Cartão da Criança. Fez-
se o monitoramento dos dados através da curva de ganho/perda de peso. 
Paralelamente, verificou-se a medicação utilizada através dos dados obtidos. 
Evidenciou-se o maior ganho de peso, entre dois a dezoito quilos, dos alunos que 
fazem uso das medicações: risperidona, depakene e haloperidol, quando 
comparados com o menor ganho de peso, cerca de um a sete quilos, daqueles 
que não fazem uso destes medicamentos, devido ao efeito colateral. Dessa 
forma, o levantamento dos resultados finais colaborou para que as pessoas que 
utilizam estes medicamentos estejam cientes dos efeitos colaterais, 
recomendando que no início do tratamento adote-se uma dieta adequada e 
exercícios físicos regulares. 
PALAVRAS-CHAVE: Autismo. Medicação. Ganho de peso.
INTRODUÇÃO 
O Autismo é uma síndrome (conjunto de sinais e sintomas) do 
desenvolvimento infantil que começou a ser estudado há quase 60 anos nos 
Estados Unidos pelo médico austríaco Leo Kanner, e que desde então vem sendo 
estudado incansavelmente, para se encontrar a causa, ainda não definida, e o 
tratamento mais adequado. 
Ocorre no mundo inteiro, nas mais diferentes classes sociais, econômicas 
e até o momento não há cura, é quatro vezes mais freqüentes em meninos do 
que em meninas, mas as meninas tendem a ser mais seriamente comprometidas 
quando afetadas. Segundo estimativa, atinge dois em cada dez mil nascidos e já 
se fala sobre o aumento desses números, devido à divulgação de informações 
nos meios de comunicação sobre instituições especializadas e há uma 
disponibilidade maior de profissionais de saúde mental na rede pública de saúde, 
onde muitos casos podem ser diagnosticados mais precocemente e outros saírem 
do anonimato 
Apesar do autismo ser bastante conhecido e comentado, inclusive em 
alguns filmes, esta síndrome ainda surpreende pela variedade de características 
que pode apresentar. Nas pessoas afetadas, mas não avaliadas, desenvolvem 
adequadamente a linguagem e o comportamento ou apresentam um 
desenvolvimento normal do nascimento até mais ou menos os três primeiros anos 
de vida e depois perdem todo o progresso que fizeram até ali, idade em que 
geralmente a Síndrome é diagnosticada. Mesmo depois da avaliação clínica, 
nota-se que geralmente ela não provoca alteração na aparência física, o que 
muitas vezes pode prejudicar os sintomas precoce. 
Há grande dificuldade no diagnóstico, pois normalmente começar a notar 
algumas diferenças na idade escolar, quando começa o contato social. Os 
exames para detectar o autismo são muito detalhados e abrangentes, e levam em 
conta vários outros fatores, como o contato visual e a capacidade da criança de 
apontar para objetos. 
Existem graus diferenciados de autismo ou autismo relacionado a outra 
síndromes, como a : Síndrome de Asperger, onde a inteligência parece não ter 
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sido afetada, e a Síndrome de Rett, que atinge mais meninas. Somente o 
diagnóstico precoce, feito por profissionais capacitados e uma equipe 
multidisciplinar (médicos psiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos) é que permite 
dar início ao tratamento com intervenções medicamentosas, terapêuticas e 
educacionais adequadas em instituições especializadas para cada tipo ou graus 
de comprometimento, o que ainda não traz a cura, mas que visa a melhor 
adaptação possível do indivíduo autista na sociedade, pois por mais que alguns 
indivíduos tenham tido progressos consideráveis, as características autísticas 
permanecem por toda a vida. 
Um dos comportamentos característicos temos: o uso das pessoas como 
ferramentas; resiste a mudanças de rotina; não se mistura com outras crianças; 
apego não apropriado a objetos; não mantém contato visual; age como se fosse 
surdo; resiste ao aprendizado; não demonstra medo de perigos; risos e 
movimentos não apropriados; resiste ao contato físico; acentuada hiperatividade; 
gira objetos de maneira bizarra e peculiar; as vezes é agressivo e destrutivo e tem 
um modo e comportamento indiferente e arredio. 
Até o momento, não há nenhuma cura. Porém, tentativas para controle 
sintomático da síndrome, no qual são mais prescritos e utilizados os 
medicamentos: rispiridona, depakene e haloperidol nos pacientes com esta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OBJETIVO 
 
Tendo como objetivo levantar o total de alunos atendidos na instituição no 
qual beneficia os Autistas de Mato Grosso do Sul, sexo, idade e peso 
apresentado em 2003 e 2004, classificação nutricional quanto ao peso, alteração 
de peso no período, diagnóstico clínico da síndrome e medicação utilizada por 
cada um destes alunos. 
Estes alunos foram separados e reagrupados de acordo com as seguintes 
características: alunos que ganham peso utilizando medicação e aqueles que 
ganham peso não utilizando a medicação. 
Evidenciando a relação entre medicamentos e o ganho de peso em indivíduos 
portadores de autismo e outras síndromes relacionadas em indivíduos de quatro 
a vinte anos de uma instituições filantrópicas de Campo Grande/MS nas quais 
estudam em período integral. 
Realizou-se a pesquisa no período de abril de 2003 a junho de 2004. Sendo 
avaliadas trinta pessoas através de uma ficha clínica nutricional elaborada pela 
nutricionista. Para o diagnóstico nutricional, foram utilizados os indicadores 
antropométricos peso/idade avaliados pelo percentil, considerando o gráfico de 
crescimento do NCHS (1977), conhecido como Cartão da Criança. Fez-se o 
monitoramento dos dados através da curva de ganho/perda de peso. 
Paralelamente, verificou-se a medicação utilizada através dos dados obtidos. 
Dos trinta alunos avaliados dezenove encontram-se eutróficas, sete abaixo do 
peso e quatro com sobrepeso. 
A má alimentação e a falta de equilíbrio energético que se observam em sete 
dos alunos avaliados, é motivo de especial preocupação, pois, a ingestão de 
micronutrientes está estreitamente relacionada com a ingestão de energia, sendo 
possível que as crianças cujo consumo de energia é menor, também sofram de 
deficiência de ferro e zinco. 
 
 
 
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MATÉRIAS E MÉTODOS 
 
Embora o autismo seja bem conhecido, tendo inclusive sido tema de 
vários filmes de sucesso, ele ainda surpreende pela diversidade de características 
que pode apresentar e pelo fato de, na maioria das vezes, a criança autista ter 
uma aparência totalmente normal. 
Para Baptista (2002) e a psiquiatria, o autismo é um T.I.D. - transtorno 
invansivo do desenvolvimento, essas são condições que se iniciam muito 
precocemente, caracterizadas pelo atraso e pelos desvio no desenvolvimento de 
habilidades sociais e de comunicação, dentre outras. Respostas comportamentais 
diferentes ao ambiente são típicas, incluindo maneirismos, resistências a 
mudanças e interesses e preocupações estranhos e sem justificativa. 
Dentrodos transtornos invasivos do desenvolvimento incluem: o 
transtorno autista, os transtornos de Rett e Asperger, o transtorno desintegrativo 
da infância e o transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação. 
São chamadas autistas as crianças que: têm inaptidão para estabelecer 
relações normais com os outros, um atraso na aquisição da linguagem, quando 
ela se desenvolve e uma incapacidade de lhe dar um valor de comunicação 
(LEBOYER,1995). 
De acordo com Mello (2001) há dezoito anos, quando surgiu a primeira 
associação para autistas no país, o autismo era conhecido por um grupo pequeno 
de pessoas, entre elas médicos, alguns profissionais da área de saúde 
(fonoaudiólogo, psicólogo e terapeuta ocupacional) e alguns pais que haviam sido 
surpreendidos com o diagnóstico de autismo para seus filhos. 
A cada dia vem aumentando o número de diagnósticos, e vêm sendo 
concluídos em idades cada vez mais precoces, dando a entender que, por trás da 
beleza que uma criança autista pode ter e do fato de ser um problema 
multifatorial, as suas questões fundamentais vêm sendo cada vez reconhecidas 
com mais facilidade por um número maior de pessoas. Provavelmente é isto que 
o autista passou mundialmente de um fenômeno aparentemente raro para um 
muito mais comum do que se pensava (MELLO, 2001). 
 
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Durante 52 anos de pesquisa, de 1943 até 1995, as atitudes dos 
pesquisadores e dos clínicos não ficaram estáticas (LEBOYER,1995). 
De acordo com Baptista (2002) as taxas de prevalência obtidas, a partir 
de estudos epidemiológicos, constatam que ocorre em aproximadamente de 2 a 3 
crianças e em até 16 crianças em cada 10 mil. No Brasil calcula-se que exista, 
aproximadamente, 600 mil pessoas são diagnosticadas com esta síndrome do 
autismo, se consideramos a forma típica da síndrome, dados fornecidos pela 
Associação Brasileira de autismo em 1997. 
A prevalência é quatro vezes maior em meninos do que em meninas e há 
alguma evidência de que as meninas serem mais severamente lesadas. Conclui-
se, portanto, que os transtornos autísticos são relativamente raros na população 
geral se comparados a outros transtornos, como a síndrome de Down, o que 
acarreta uma diminuição na oferta de centros de atendimentos. 
Estudos epidemiológicos têm apontado que 70% dos indivíduos com 
autismo apresentam deficiência mental. Somente 30% apresentam um perfil 
cognitivo por uma discrepância entre as áreas verbal e não-verbal em testes 
padronizados (BAPTISTA, 2002). 
O cromosso X-Frágil contribui com 5% a 16% dos casos de autismo. 
Nesta doença a incidência de epilepsia é maior. 
A incidência de distúrbios do metabolismo em autismo é bastante 
conhecida, principalmente a fenilcetonúria. Distúrbios do metabolismo das purinas 
e do ácido láctico também estão associados ao autismo (GAUDERER, 1997). 
O autismo intriga e angustia as famílias nas quais se impõe, pois a 
pessoa autista, geralmente, tem uma aparência harmoniosa e ao mesmo tempo 
um perfil irregular de desenvolvimento, com bom funcionamento em algumas 
áreas enquanto outras se encontram bastantes comprometidas (MELLO, 2001). 
Quanto maior a nossa ignorância profissional, maior será a nossa 
prepotência e onipotência. Esta postura permitirá furtarmos-nos de sensações de 
insegurança, medo e ansiedade, frente àquilo que não sabemos (ROCHA, 1991). 
Segundo Mello (2001), o retardo mental se diferencia do austista porque, 
enquanto no primeiro a criança apresenta um desenvolvimento uniforme 
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defasado, no autismo o perfil de desenvolvimento é irregular e pode ser 
desafiadoramente irregular, deixando os pais, e muitas vezes também alguns 
profissionais, perplexos. 
Uma família que recebe um diagnóstico médico de autismo passa a saber 
que aquele quadro ambíguo, aquele “algo errado” que percebeu junto a tantas 
integridades em seu filho ou filha, é um sério comprometimento individual. 
Algumas famílias se agarram à fé, outras à ciência, outras tentam fugir da 
realidade a qualquer custo, e a quase todas passam por todas essas formas de 
enfrentar a situação (MELLO, 2001). 
Para Baptista (2002) o autismo pode ocorrer em qualquer tipo de cultura, 
raça e nível socioeconômico, não existe associação comprovada a respeito da 
causa do autismo. 
Como o transtorno é associado, em muitos caso, com doenças orgânicas (retardo 
mental, convulsões) e genéticas (Síndrome do X frágil), é muito provável que sua 
causa seja de origem biológica, o que se opõe às teorias iniciais, que atribuem o 
autismo ao modo de a mãe tratar a criança. 
O autismo, ou transtorno autista, é o transtorno invasivo do 
desenvolvimento mais conhecido e comumente diagnosticados pela primeira vez 
na infância, ao quais podem estar presentes desde o nascimento, mas 
eventualmente são diagnosticados apenas na vida adulta (BAPTISTA, 2002). 
Autismo é hoje considerado como uma síndrome comportamental com 
etiologias múltiplas e curso de um distúrbio de desenvolvimento 
(SCHWARTZMAN, 1995). 
As pessoas portadoras do Transtornos Invasivo do Desenvolvimento 
expandem a consciência e estruturam o ego de uma maneira diferente do padrão 
mais comum da espécie humana. 
O papel adequado da cultura seria o de ajudar estas pessoas a descobrir 
que são diferentes, mas que são independentes, que possam conquistar a sua 
dependência. Isto precisaria ser feito deste as identificações primárias. Métodos 
de educação apropriados somados a uma sociedade esclarecida seriam a ajuda 
essencial para que o processo de desenvolvimento do ser autista não precisasse 
ser tão doloroso para ele e para suas famílias (ARAÚJO, 2000). 
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No T.I.D., abrange categorias como: Autismo infantil, Autismo atípico, 
Síndrome de Rett, outros transtornos desintegrativos da infância, Trantornos de 
hiperatividade associado a retardo mental e movimentos estereotipados, 
Síndrome de Asperger, outros transtornos invasivos do desenvolvimento e 
Transtorno invasivo do desenvolvimento não-especificado (SCHWARTZMAN, 
1995). 
Conforme Baptista (2002), existem quatro outros transtornos classificados 
como invasivos do desenvolvimento por apresentarem significativas semelhanças, 
porém têm características próprias que os distinguem uns dos outros, os quais 
são: 
 
MÉTODOS: 
1º passo: Após visitas voluntárias e sistemáticas na instituição, 
observando e orientando o cardápio oferecido aos trinta alunos, foi elaborado e 
implantado em 2003 a Ficha Clínica Nutricional, com o objetivo de registrar dados 
relativos: sexo, peso, altura, idade, classificação quanto ao peso/altura/idade, 
diagnóstico médico e tratamento medicamentoso. 
2º passo: Preenchimento da Ficha pela nutricionista voluntária da 
instituição com regularidade média de trinta dias, procedendo o acompanhamento 
nutricional e registrando as medidas e peso em balança antopométrica física, e 
altura em escala métrica em sala de atendimento individual. Para obtenção da 
estatura dos alunos, a fita métrica foi fixada em paredes, sem cantoneiras e em 
contato com pisos regulares. Foram posicionadas em pé, eretas, imóveis, com os 
braços estendidos ao longo do corpo e com a cabeça mantida no plano Frankfort. 
A nuca, ombros, nádegas e calcanhares permanecem encostados no centro da 
fita métrica, com os joelhos unidos. A aferição da estatura foi feita em 
centímetros, com instrumentos apresentando variações da escala em milímitros 
por serem mais precisos. No caso das meninas, os cabelos estavam soltos e sem 
adornos. 
Para obtenção do peso, foi utilizado balança atropométrica marca 
“welmy”, com capacidade máxima de 140 quilos e divisão de 100 gramas. Foram 
pesadas individualmente, com o mínimo de roupa possível, descalças e antes de 
terem realizado a refeição mais próxima.Sendo aferido o equipamento em 
 
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intervalo de duas pesagens, sendo mantidos imóveis, de modo que o peso ficou 
igualmente distribuídos sobre a balança. Os indicadores antropométricos 
peso/idade (PI) e altura/idade (AI) foram adotados para diagnosticar o estado 
nutricional através do percentil, considerando o Padrão de Referência do National 
Center of Haelth Statistcs – NCHS (1977), recomendando pela Organização 
Mundial de Saúde (OMS, 1995), cujas classificações são: < p3 = desnutrição 
severa, < p10 = desnutrição moderada, p50 = normalidade (eutrófico), > p95 = 
sobrepeso (obeso). 
Os demais dados foram obtidos através de entrevista com 
acompanhantes dos alunos, geralmente as mães. 
3º passo: Cerca de dois meses após a implantação da ficha clínica 
quando percebeu-se as alterações de peso apresentadas pelos alunos, foi 
elaborado também o documento com orientações nutricionais para pacientes 
acima do peso e o documento com orientações nutricionais para pacientes 
abaixo do peso (apêndices dois e três), estes documentos foram entregues, lidos 
e explicados às mães dos alunos em atendimento individual. 
 Foram avaliados antropométricamente e registrados em fichas clínicas 
durante quatorze meses, sendo de abril 2003 à junho de 2004, os trinta alunos 
atendidos na instituição, com faixa etária de quatro a vinte e um anos, que 
permanecem em período integral. 
 
 
 
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RESULTADOS 
Os dados registrados foram tabulados e apresentados nos gráficos a 
seguir, sendo classificados conforme o estado nutricional e o ganho e perda de 
peso dos trinta alunos avaliados, no ano de 2004. O diagnóstico médico 
encontrado foram: quinze alunos Autistas, quatro com Autismo infantil, dois com 
Síndrome de Rett, três com Síndrome Asperger, dois com Síndrome de West, 
um Hiperativo, dois Autismo atípico, um com Transtorno Desintegrativo Infantil . 
De sete alunos; dois desnutridos moderados e cinco desnutridos severos 
são autistas, meninos e estão sem medicação, contrastando os quatro alunos 
obesos, sendo três meninos e uma menina, no qual os três ingere risperidona e a 
menina haloperidol. 
O Gráfico 1 - Avaliação do Estado Nutricional, dos trinta alunos 
classificados conforme o NCHS: Eutrófico (E); Desnutrido Moderado (D.M.); 
Desnutrido Severo (D.S.) e Obeso (O). 
 
 
 
19
2
5
4
0
5
10
15
20
E. D. M. D.S. O.
Número de alunos
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Entre os trinta alunos, selecionamos vinte e dois que apresentaram ganho 
de peso no período registrado e utilizam diariamente medicação que apresenta 
como efeito colateral e ganho de peso: 9 alunos utilizam risperidona (Risp.) com 
uma média de 7,4Kg ganho, sendo de 3 à 18 quilos, dois utilizam depakene 
(Dep.) com uma média de 2Kg ganho, sendo de 2 à 3,1 quilos e um faz uso de 
haloperidol (Hal.), no qual ganhou 7,2 quilos. Os onze alunos que não fazem uso 
de nenhuma medicação e os que utilizam medicação que não promovem o ganho 
de peso estão classificados como Sem Medicação (S.M.), ganhando entre 1,2 a 
7,8 quilos. Verificamos que o maior ganho de peso é dos alunos que utilizam a 
medicação risperidona. 
Conforme Martins; Moreira (2003) o mais preescrito é o risperidona 
(princípio ativo), que no qual o risperidal é um antipsicótico, que aumenta o 
apetite e aumenta o peso, sonolência, tontura, ansiedade, fraqueza, obstipação. 
 
Gráfico 2 - Ganho Médio de Peso em quilos, conforme medicação 
utilizada, realizando uma média de peso entre zero e até oito quilos ganho. 
 
2,16
7,4
2
7,2
0 2 4 6 8
S.M.
Risp.
Dep.
Hal.
Ganho médio de peso (Kg)
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Dos trinta alunos avaliados, oito perderam peso entre 2003 e 2004, sendo 
que cinco foram identificados sem nenhuma medicação, obtendo uma média de 
perda de um quilo por mês e três alunos entre os oito, no qual um utiliza 
depakene e dois utilizam rispiridona, sabe-se que um dos efeitos colaterais destes 
medicamentos é o ganho de peso. O aluno que faz uso do depakene apresentou 
oscilação de período de ganho e perda de peso de 1,6Kg; um dos alunos que 
utilizam rispiridona apresentou quadro de osteoporose parando com a medicação 
e contribuindo com a perda de 5,5 Kg de peso, o outro seguiu as orientações da 
nutricionista, promovendo uma mudança de hábitos alimentares com a dieta 
balanceada e exercícios físicos regulares, diminuindo 6,1 Kg, resultando em uma 
média de 5,8Kg de perda de peso entre os alunos que fazem uso da risperidona. 
 
Conforme Botega (2002), o ganho peso é um dos efeitos adversos, e 
recomenda a prescrição de dieta hipocalórica e atividades físicas diárias. 
 
 
 
Gráfico 3 - Perda Média de Peso em quilos, em uma escala de zero a 
seis quilos de perda, segundo medicação utilizada dos alunos que perderam 
peso, fazendo uso de medicação com efeito colateral, os que não utilizam 
medicação nenhuma e os que utilizam medicação sem efeito de ganho ou perda 
de peso. 
1 ,1
5 ,8
1 , 6
0
0 1 2 3 4 5 6
S . M .
R i s p .
D e p .
H a l .
P e r d a m é d i a d e p e s o ( K g )
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CONCLUSÃO 
Há mais de quatro décadas médicos e cientistas de vários países 
dedicam-se aos estudo do autismo infantil, que antes eram classificados de forma 
genérica como retardo mental ou esquizofrenia, lembrando que esta síndrome 
tem como patologia um distúrbio de desenvolvimento do sistema nervoso central, 
podendo ser ativado por agentes externos (traumáticos, infecciosos, tóxicos, 
como excesso de mercúrio) ou internos (desordem genética, como X frágil). 
Os dados obtidos evidenciam o ganho de peso dos alunos que fazem uso 
da medicação risperidona, depakene e haloperidol, acompanhados no período 
2003 a 2004 através das fichas Clínica Nutricional de acompanhamento mensal 
individual. 
Os alunos atendidos na instituição que utilizam a medicação risperidona, 
depakene ou haloperidol apresentaram acentuados ganho de peso, de dois a 
dezoito quilos, quando comparados ao grupo controle de mesma faixa etária e 
que não utilizam a medicação, e que apresentaram ganho de peso de um a sete 
quilos no período. 
A mãe de um aluno, conseguiu diminuir 6,1 quilos neste período de 
estudo, seguindo as orientações da nutricionista, adotando as recomendações de 
mudança qualitativa de hábitos alimentares, com uma dieta balanceada e 
exercícios físicos regulares, obtendo desta forma diminuição de peso dentro dos 
limites eutróficos, mesmo fazendo uso da medicação risperidona. 
 Como considerações gerais e diante dos resultados sugere-se que o 
excesso de peso aumenta os riscos de diabetes, hipertensão e colesterol elevado, 
aumentando o risco de doenças e complicações cardiovasculares. Como a 
utilização crônica das medicações risperidona, depakene e haloperidol favorece o 
ganho acentuado de peso, é orientado que no início do tratamento, adote uma 
alimentação balanceada e exercícios físicos regulares. 
Conforme Botega (2002) o ganho peso é um dos efeitos adversos dos 
medicamentos utilizados, porém é recomendado a prescrição de dieta 
hipocalórica e atividades físicas diárias. 
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A verdade é que ainda sabemos pouco sobre o autismo e sua cura ainda 
está distante, porém uma coisa é certa, quanto mais cedo a criança for 
estimulada, maiores as chances de independência. 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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intervenções. Porto Alegre – RS. Ed. Artmed, 2002 
 
LEBOYER, Marion. Autismo Infantil – fatos e Modelos. 2ª edição, Campinas- 
SP,Ed. Papirus, 1995. 
 
MELLO, Maria S. Autismo, Guia Prático. 2ª edição, Brasília, 2001. 
 
GAUDERER, C. Autismo e outros atrasos do desenvolvimento – Guia Prático 
para pais e profissionais. 2ª edição, Rio de Janeiro – R.J., Ed. Revinter, 1997. 
 
ROCHA, Pedro Paulo. A saga do autismo. Rio de Janeiro – RJ. Ed. Lelu, 1991. 
 
SCHWARTZMAN, ,J. S. & JÚNIOR, F. B. Autismo Infantil. São Paulo - SP. Ed. 
Memnon, 1995. 
 
ARAÚJO, Ceres Alves. O processo de individuação no autismo. São Paulo- 
SP, Ed. Memnon, 2000. 
 
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MARTINS, C. ; MOREIRA, S. Interações Droga X Nutriente. Curitiba-PR, Ed. 
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BOTEGA, N. J. Prática psiquiátrica no hospital geral: Interconsulta e 
Emergência. São Paulo – S.P. Ed. Artmed,2002.

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