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Disponível no site Nutrição Ativa www.nutricaoativa.com.br GISLAINE DOMINGUES CRN-3 12129 RELAÇÃO ENTRE MEDICAMENTOS E GANHO DE PESO EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE AUTISMO E OUTRAS SÍNDROMES RELACIONADAS Campo Grande - MS 2007 Disponível no site Nutrição Ativa www.nutricaoativa.com.br RESUMO Este estudo procurou evidenciar a relação entre medicamentos e o ganho de peso em indivíduos portadores de autismo e outras síndromes relacionadas. Realizou-se a pesquisa no período de abril de 2003 a junho de 2004. Sendo avaliadas trinta pessoas através de uma ficha clínica nutricional elaborada pela nutricionista voluntária. Para o diagnóstico nutricional, foram utilizados os indicadores antropométricos peso/idade avaliados pelo percentil, considerando o gráfico de crescimento do NCHS (1977), conhecido como Cartão da Criança. Fez- se o monitoramento dos dados através da curva de ganho/perda de peso. Paralelamente, verificou-se a medicação utilizada através dos dados obtidos. Evidenciou-se o maior ganho de peso, entre dois a dezoito quilos, dos alunos que fazem uso das medicações: risperidona, depakene e haloperidol, quando comparados com o menor ganho de peso, cerca de um a sete quilos, daqueles que não fazem uso destes medicamentos, devido ao efeito colateral. Dessa forma, o levantamento dos resultados finais colaborou para que as pessoas que utilizam estes medicamentos estejam cientes dos efeitos colaterais, recomendando que no início do tratamento adote-se uma dieta adequada e exercícios físicos regulares. PALAVRAS-CHAVE: Autismo. Medicação. Ganho de peso. INTRODUÇÃO O Autismo é uma síndrome (conjunto de sinais e sintomas) do desenvolvimento infantil que começou a ser estudado há quase 60 anos nos Estados Unidos pelo médico austríaco Leo Kanner, e que desde então vem sendo estudado incansavelmente, para se encontrar a causa, ainda não definida, e o tratamento mais adequado. Ocorre no mundo inteiro, nas mais diferentes classes sociais, econômicas e até o momento não há cura, é quatro vezes mais freqüentes em meninos do que em meninas, mas as meninas tendem a ser mais seriamente comprometidas quando afetadas. Segundo estimativa, atinge dois em cada dez mil nascidos e já se fala sobre o aumento desses números, devido à divulgação de informações nos meios de comunicação sobre instituições especializadas e há uma disponibilidade maior de profissionais de saúde mental na rede pública de saúde, onde muitos casos podem ser diagnosticados mais precocemente e outros saírem do anonimato Apesar do autismo ser bastante conhecido e comentado, inclusive em alguns filmes, esta síndrome ainda surpreende pela variedade de características que pode apresentar. Nas pessoas afetadas, mas não avaliadas, desenvolvem adequadamente a linguagem e o comportamento ou apresentam um desenvolvimento normal do nascimento até mais ou menos os três primeiros anos de vida e depois perdem todo o progresso que fizeram até ali, idade em que geralmente a Síndrome é diagnosticada. Mesmo depois da avaliação clínica, nota-se que geralmente ela não provoca alteração na aparência física, o que muitas vezes pode prejudicar os sintomas precoce. Há grande dificuldade no diagnóstico, pois normalmente começar a notar algumas diferenças na idade escolar, quando começa o contato social. Os exames para detectar o autismo são muito detalhados e abrangentes, e levam em conta vários outros fatores, como o contato visual e a capacidade da criança de apontar para objetos. Existem graus diferenciados de autismo ou autismo relacionado a outra síndromes, como a : Síndrome de Asperger, onde a inteligência parece não ter Disponível no site Nutrição Ativa www.nutricaoativa.com.br sido afetada, e a Síndrome de Rett, que atinge mais meninas. Somente o diagnóstico precoce, feito por profissionais capacitados e uma equipe multidisciplinar (médicos psiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos) é que permite dar início ao tratamento com intervenções medicamentosas, terapêuticas e educacionais adequadas em instituições especializadas para cada tipo ou graus de comprometimento, o que ainda não traz a cura, mas que visa a melhor adaptação possível do indivíduo autista na sociedade, pois por mais que alguns indivíduos tenham tido progressos consideráveis, as características autísticas permanecem por toda a vida. Um dos comportamentos característicos temos: o uso das pessoas como ferramentas; resiste a mudanças de rotina; não se mistura com outras crianças; apego não apropriado a objetos; não mantém contato visual; age como se fosse surdo; resiste ao aprendizado; não demonstra medo de perigos; risos e movimentos não apropriados; resiste ao contato físico; acentuada hiperatividade; gira objetos de maneira bizarra e peculiar; as vezes é agressivo e destrutivo e tem um modo e comportamento indiferente e arredio. Até o momento, não há nenhuma cura. Porém, tentativas para controle sintomático da síndrome, no qual são mais prescritos e utilizados os medicamentos: rispiridona, depakene e haloperidol nos pacientes com esta Disponível no site Nutrição Ativa www.nutricaoativa.com.br OBJETIVO Tendo como objetivo levantar o total de alunos atendidos na instituição no qual beneficia os Autistas de Mato Grosso do Sul, sexo, idade e peso apresentado em 2003 e 2004, classificação nutricional quanto ao peso, alteração de peso no período, diagnóstico clínico da síndrome e medicação utilizada por cada um destes alunos. Estes alunos foram separados e reagrupados de acordo com as seguintes características: alunos que ganham peso utilizando medicação e aqueles que ganham peso não utilizando a medicação. Evidenciando a relação entre medicamentos e o ganho de peso em indivíduos portadores de autismo e outras síndromes relacionadas em indivíduos de quatro a vinte anos de uma instituições filantrópicas de Campo Grande/MS nas quais estudam em período integral. Realizou-se a pesquisa no período de abril de 2003 a junho de 2004. Sendo avaliadas trinta pessoas através de uma ficha clínica nutricional elaborada pela nutricionista. Para o diagnóstico nutricional, foram utilizados os indicadores antropométricos peso/idade avaliados pelo percentil, considerando o gráfico de crescimento do NCHS (1977), conhecido como Cartão da Criança. Fez-se o monitoramento dos dados através da curva de ganho/perda de peso. Paralelamente, verificou-se a medicação utilizada através dos dados obtidos. Dos trinta alunos avaliados dezenove encontram-se eutróficas, sete abaixo do peso e quatro com sobrepeso. A má alimentação e a falta de equilíbrio energético que se observam em sete dos alunos avaliados, é motivo de especial preocupação, pois, a ingestão de micronutrientes está estreitamente relacionada com a ingestão de energia, sendo possível que as crianças cujo consumo de energia é menor, também sofram de deficiência de ferro e zinco. Disponível no site Nutrição Ativa www.nutricaoativa.com.br MATÉRIAS E MÉTODOS Embora o autismo seja bem conhecido, tendo inclusive sido tema de vários filmes de sucesso, ele ainda surpreende pela diversidade de características que pode apresentar e pelo fato de, na maioria das vezes, a criança autista ter uma aparência totalmente normal. Para Baptista (2002) e a psiquiatria, o autismo é um T.I.D. - transtorno invansivo do desenvolvimento, essas são condições que se iniciam muito precocemente, caracterizadas pelo atraso e pelos desvio no desenvolvimento de habilidades sociais e de comunicação, dentre outras. Respostas comportamentais diferentes ao ambiente são típicas, incluindo maneirismos, resistências a mudanças e interesses e preocupações estranhos e sem justificativa. Dentrodos transtornos invasivos do desenvolvimento incluem: o transtorno autista, os transtornos de Rett e Asperger, o transtorno desintegrativo da infância e o transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação. São chamadas autistas as crianças que: têm inaptidão para estabelecer relações normais com os outros, um atraso na aquisição da linguagem, quando ela se desenvolve e uma incapacidade de lhe dar um valor de comunicação (LEBOYER,1995). De acordo com Mello (2001) há dezoito anos, quando surgiu a primeira associação para autistas no país, o autismo era conhecido por um grupo pequeno de pessoas, entre elas médicos, alguns profissionais da área de saúde (fonoaudiólogo, psicólogo e terapeuta ocupacional) e alguns pais que haviam sido surpreendidos com o diagnóstico de autismo para seus filhos. A cada dia vem aumentando o número de diagnósticos, e vêm sendo concluídos em idades cada vez mais precoces, dando a entender que, por trás da beleza que uma criança autista pode ter e do fato de ser um problema multifatorial, as suas questões fundamentais vêm sendo cada vez reconhecidas com mais facilidade por um número maior de pessoas. Provavelmente é isto que o autista passou mundialmente de um fenômeno aparentemente raro para um muito mais comum do que se pensava (MELLO, 2001). Disponível no site Nutrição Ativa www.nutricaoativa.com.br Durante 52 anos de pesquisa, de 1943 até 1995, as atitudes dos pesquisadores e dos clínicos não ficaram estáticas (LEBOYER,1995). De acordo com Baptista (2002) as taxas de prevalência obtidas, a partir de estudos epidemiológicos, constatam que ocorre em aproximadamente de 2 a 3 crianças e em até 16 crianças em cada 10 mil. No Brasil calcula-se que exista, aproximadamente, 600 mil pessoas são diagnosticadas com esta síndrome do autismo, se consideramos a forma típica da síndrome, dados fornecidos pela Associação Brasileira de autismo em 1997. A prevalência é quatro vezes maior em meninos do que em meninas e há alguma evidência de que as meninas serem mais severamente lesadas. Conclui- se, portanto, que os transtornos autísticos são relativamente raros na população geral se comparados a outros transtornos, como a síndrome de Down, o que acarreta uma diminuição na oferta de centros de atendimentos. Estudos epidemiológicos têm apontado que 70% dos indivíduos com autismo apresentam deficiência mental. Somente 30% apresentam um perfil cognitivo por uma discrepância entre as áreas verbal e não-verbal em testes padronizados (BAPTISTA, 2002). O cromosso X-Frágil contribui com 5% a 16% dos casos de autismo. Nesta doença a incidência de epilepsia é maior. A incidência de distúrbios do metabolismo em autismo é bastante conhecida, principalmente a fenilcetonúria. Distúrbios do metabolismo das purinas e do ácido láctico também estão associados ao autismo (GAUDERER, 1997). O autismo intriga e angustia as famílias nas quais se impõe, pois a pessoa autista, geralmente, tem uma aparência harmoniosa e ao mesmo tempo um perfil irregular de desenvolvimento, com bom funcionamento em algumas áreas enquanto outras se encontram bastantes comprometidas (MELLO, 2001). Quanto maior a nossa ignorância profissional, maior será a nossa prepotência e onipotência. Esta postura permitirá furtarmos-nos de sensações de insegurança, medo e ansiedade, frente àquilo que não sabemos (ROCHA, 1991). Segundo Mello (2001), o retardo mental se diferencia do austista porque, enquanto no primeiro a criança apresenta um desenvolvimento uniforme Disponível no site Nutrição Ativa www.nutricaoativa.com.br defasado, no autismo o perfil de desenvolvimento é irregular e pode ser desafiadoramente irregular, deixando os pais, e muitas vezes também alguns profissionais, perplexos. Uma família que recebe um diagnóstico médico de autismo passa a saber que aquele quadro ambíguo, aquele “algo errado” que percebeu junto a tantas integridades em seu filho ou filha, é um sério comprometimento individual. Algumas famílias se agarram à fé, outras à ciência, outras tentam fugir da realidade a qualquer custo, e a quase todas passam por todas essas formas de enfrentar a situação (MELLO, 2001). Para Baptista (2002) o autismo pode ocorrer em qualquer tipo de cultura, raça e nível socioeconômico, não existe associação comprovada a respeito da causa do autismo. Como o transtorno é associado, em muitos caso, com doenças orgânicas (retardo mental, convulsões) e genéticas (Síndrome do X frágil), é muito provável que sua causa seja de origem biológica, o que se opõe às teorias iniciais, que atribuem o autismo ao modo de a mãe tratar a criança. O autismo, ou transtorno autista, é o transtorno invasivo do desenvolvimento mais conhecido e comumente diagnosticados pela primeira vez na infância, ao quais podem estar presentes desde o nascimento, mas eventualmente são diagnosticados apenas na vida adulta (BAPTISTA, 2002). Autismo é hoje considerado como uma síndrome comportamental com etiologias múltiplas e curso de um distúrbio de desenvolvimento (SCHWARTZMAN, 1995). As pessoas portadoras do Transtornos Invasivo do Desenvolvimento expandem a consciência e estruturam o ego de uma maneira diferente do padrão mais comum da espécie humana. O papel adequado da cultura seria o de ajudar estas pessoas a descobrir que são diferentes, mas que são independentes, que possam conquistar a sua dependência. Isto precisaria ser feito deste as identificações primárias. Métodos de educação apropriados somados a uma sociedade esclarecida seriam a ajuda essencial para que o processo de desenvolvimento do ser autista não precisasse ser tão doloroso para ele e para suas famílias (ARAÚJO, 2000). Disponível no site Nutrição Ativa www.nutricaoativa.com.br No T.I.D., abrange categorias como: Autismo infantil, Autismo atípico, Síndrome de Rett, outros transtornos desintegrativos da infância, Trantornos de hiperatividade associado a retardo mental e movimentos estereotipados, Síndrome de Asperger, outros transtornos invasivos do desenvolvimento e Transtorno invasivo do desenvolvimento não-especificado (SCHWARTZMAN, 1995). Conforme Baptista (2002), existem quatro outros transtornos classificados como invasivos do desenvolvimento por apresentarem significativas semelhanças, porém têm características próprias que os distinguem uns dos outros, os quais são: MÉTODOS: 1º passo: Após visitas voluntárias e sistemáticas na instituição, observando e orientando o cardápio oferecido aos trinta alunos, foi elaborado e implantado em 2003 a Ficha Clínica Nutricional, com o objetivo de registrar dados relativos: sexo, peso, altura, idade, classificação quanto ao peso/altura/idade, diagnóstico médico e tratamento medicamentoso. 2º passo: Preenchimento da Ficha pela nutricionista voluntária da instituição com regularidade média de trinta dias, procedendo o acompanhamento nutricional e registrando as medidas e peso em balança antopométrica física, e altura em escala métrica em sala de atendimento individual. Para obtenção da estatura dos alunos, a fita métrica foi fixada em paredes, sem cantoneiras e em contato com pisos regulares. Foram posicionadas em pé, eretas, imóveis, com os braços estendidos ao longo do corpo e com a cabeça mantida no plano Frankfort. A nuca, ombros, nádegas e calcanhares permanecem encostados no centro da fita métrica, com os joelhos unidos. A aferição da estatura foi feita em centímetros, com instrumentos apresentando variações da escala em milímitros por serem mais precisos. No caso das meninas, os cabelos estavam soltos e sem adornos. Para obtenção do peso, foi utilizado balança atropométrica marca “welmy”, com capacidade máxima de 140 quilos e divisão de 100 gramas. Foram pesadas individualmente, com o mínimo de roupa possível, descalças e antes de terem realizado a refeição mais próxima.Sendo aferido o equipamento em Disponível no site Nutrição Ativa www.nutricaoativa.com.br intervalo de duas pesagens, sendo mantidos imóveis, de modo que o peso ficou igualmente distribuídos sobre a balança. Os indicadores antropométricos peso/idade (PI) e altura/idade (AI) foram adotados para diagnosticar o estado nutricional através do percentil, considerando o Padrão de Referência do National Center of Haelth Statistcs – NCHS (1977), recomendando pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 1995), cujas classificações são: < p3 = desnutrição severa, < p10 = desnutrição moderada, p50 = normalidade (eutrófico), > p95 = sobrepeso (obeso). Os demais dados foram obtidos através de entrevista com acompanhantes dos alunos, geralmente as mães. 3º passo: Cerca de dois meses após a implantação da ficha clínica quando percebeu-se as alterações de peso apresentadas pelos alunos, foi elaborado também o documento com orientações nutricionais para pacientes acima do peso e o documento com orientações nutricionais para pacientes abaixo do peso (apêndices dois e três), estes documentos foram entregues, lidos e explicados às mães dos alunos em atendimento individual. Foram avaliados antropométricamente e registrados em fichas clínicas durante quatorze meses, sendo de abril 2003 à junho de 2004, os trinta alunos atendidos na instituição, com faixa etária de quatro a vinte e um anos, que permanecem em período integral. Disponível no site Nutrição Ativa www.nutricaoativa.com.br RESULTADOS Os dados registrados foram tabulados e apresentados nos gráficos a seguir, sendo classificados conforme o estado nutricional e o ganho e perda de peso dos trinta alunos avaliados, no ano de 2004. O diagnóstico médico encontrado foram: quinze alunos Autistas, quatro com Autismo infantil, dois com Síndrome de Rett, três com Síndrome Asperger, dois com Síndrome de West, um Hiperativo, dois Autismo atípico, um com Transtorno Desintegrativo Infantil . De sete alunos; dois desnutridos moderados e cinco desnutridos severos são autistas, meninos e estão sem medicação, contrastando os quatro alunos obesos, sendo três meninos e uma menina, no qual os três ingere risperidona e a menina haloperidol. O Gráfico 1 - Avaliação do Estado Nutricional, dos trinta alunos classificados conforme o NCHS: Eutrófico (E); Desnutrido Moderado (D.M.); Desnutrido Severo (D.S.) e Obeso (O). 19 2 5 4 0 5 10 15 20 E. D. M. D.S. O. Número de alunos Disponível no site Nutrição Ativa www.nutricaoativa.com.br Entre os trinta alunos, selecionamos vinte e dois que apresentaram ganho de peso no período registrado e utilizam diariamente medicação que apresenta como efeito colateral e ganho de peso: 9 alunos utilizam risperidona (Risp.) com uma média de 7,4Kg ganho, sendo de 3 à 18 quilos, dois utilizam depakene (Dep.) com uma média de 2Kg ganho, sendo de 2 à 3,1 quilos e um faz uso de haloperidol (Hal.), no qual ganhou 7,2 quilos. Os onze alunos que não fazem uso de nenhuma medicação e os que utilizam medicação que não promovem o ganho de peso estão classificados como Sem Medicação (S.M.), ganhando entre 1,2 a 7,8 quilos. Verificamos que o maior ganho de peso é dos alunos que utilizam a medicação risperidona. Conforme Martins; Moreira (2003) o mais preescrito é o risperidona (princípio ativo), que no qual o risperidal é um antipsicótico, que aumenta o apetite e aumenta o peso, sonolência, tontura, ansiedade, fraqueza, obstipação. Gráfico 2 - Ganho Médio de Peso em quilos, conforme medicação utilizada, realizando uma média de peso entre zero e até oito quilos ganho. 2,16 7,4 2 7,2 0 2 4 6 8 S.M. Risp. Dep. Hal. Ganho médio de peso (Kg) Disponível no site Nutrição Ativa www.nutricaoativa.com.br Dos trinta alunos avaliados, oito perderam peso entre 2003 e 2004, sendo que cinco foram identificados sem nenhuma medicação, obtendo uma média de perda de um quilo por mês e três alunos entre os oito, no qual um utiliza depakene e dois utilizam rispiridona, sabe-se que um dos efeitos colaterais destes medicamentos é o ganho de peso. O aluno que faz uso do depakene apresentou oscilação de período de ganho e perda de peso de 1,6Kg; um dos alunos que utilizam rispiridona apresentou quadro de osteoporose parando com a medicação e contribuindo com a perda de 5,5 Kg de peso, o outro seguiu as orientações da nutricionista, promovendo uma mudança de hábitos alimentares com a dieta balanceada e exercícios físicos regulares, diminuindo 6,1 Kg, resultando em uma média de 5,8Kg de perda de peso entre os alunos que fazem uso da risperidona. Conforme Botega (2002), o ganho peso é um dos efeitos adversos, e recomenda a prescrição de dieta hipocalórica e atividades físicas diárias. Gráfico 3 - Perda Média de Peso em quilos, em uma escala de zero a seis quilos de perda, segundo medicação utilizada dos alunos que perderam peso, fazendo uso de medicação com efeito colateral, os que não utilizam medicação nenhuma e os que utilizam medicação sem efeito de ganho ou perda de peso. 1 ,1 5 ,8 1 , 6 0 0 1 2 3 4 5 6 S . M . R i s p . D e p . H a l . P e r d a m é d i a d e p e s o ( K g ) Disponível no site Nutrição Ativa www.nutricaoativa.com.br CONCLUSÃO Há mais de quatro décadas médicos e cientistas de vários países dedicam-se aos estudo do autismo infantil, que antes eram classificados de forma genérica como retardo mental ou esquizofrenia, lembrando que esta síndrome tem como patologia um distúrbio de desenvolvimento do sistema nervoso central, podendo ser ativado por agentes externos (traumáticos, infecciosos, tóxicos, como excesso de mercúrio) ou internos (desordem genética, como X frágil). Os dados obtidos evidenciam o ganho de peso dos alunos que fazem uso da medicação risperidona, depakene e haloperidol, acompanhados no período 2003 a 2004 através das fichas Clínica Nutricional de acompanhamento mensal individual. Os alunos atendidos na instituição que utilizam a medicação risperidona, depakene ou haloperidol apresentaram acentuados ganho de peso, de dois a dezoito quilos, quando comparados ao grupo controle de mesma faixa etária e que não utilizam a medicação, e que apresentaram ganho de peso de um a sete quilos no período. A mãe de um aluno, conseguiu diminuir 6,1 quilos neste período de estudo, seguindo as orientações da nutricionista, adotando as recomendações de mudança qualitativa de hábitos alimentares, com uma dieta balanceada e exercícios físicos regulares, obtendo desta forma diminuição de peso dentro dos limites eutróficos, mesmo fazendo uso da medicação risperidona. Como considerações gerais e diante dos resultados sugere-se que o excesso de peso aumenta os riscos de diabetes, hipertensão e colesterol elevado, aumentando o risco de doenças e complicações cardiovasculares. Como a utilização crônica das medicações risperidona, depakene e haloperidol favorece o ganho acentuado de peso, é orientado que no início do tratamento, adote uma alimentação balanceada e exercícios físicos regulares. Conforme Botega (2002) o ganho peso é um dos efeitos adversos dos medicamentos utilizados, porém é recomendado a prescrição de dieta hipocalórica e atividades físicas diárias. Disponível no site Nutrição Ativa www.nutricaoativa.com.br A verdade é que ainda sabemos pouco sobre o autismo e sua cura ainda está distante, porém uma coisa é certa, quanto mais cedo a criança for estimulada, maiores as chances de independência. Disponível no site Nutrição Ativa www.nutricaoativa.com.br REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAPTISTA, C. R. & ROSA C. Autismo e Educação. Reflexões e propostas de intervenções. Porto Alegre – RS. Ed. Artmed, 2002 LEBOYER, Marion. Autismo Infantil – fatos e Modelos. 2ª edição, Campinas- SP,Ed. Papirus, 1995. MELLO, Maria S. Autismo, Guia Prático. 2ª edição, Brasília, 2001. GAUDERER, C. Autismo e outros atrasos do desenvolvimento – Guia Prático para pais e profissionais. 2ª edição, Rio de Janeiro – R.J., Ed. Revinter, 1997. ROCHA, Pedro Paulo. A saga do autismo. Rio de Janeiro – RJ. Ed. Lelu, 1991. SCHWARTZMAN, ,J. S. & JÚNIOR, F. B. Autismo Infantil. São Paulo - SP. Ed. Memnon, 1995. ARAÚJO, Ceres Alves. O processo de individuação no autismo. São Paulo- SP, Ed. Memnon, 2000. National Center for Health Statistic. Growth curves for children birth - 18 years. Hyatsville (MD); 1977 MARTINS, C. ; MOREIRA, S. Interações Droga X Nutriente. Curitiba-PR, Ed. NutroClínica, 2003. BOTEGA, N. J. Prática psiquiátrica no hospital geral: Interconsulta e Emergência. São Paulo – S.P. Ed. Artmed,2002.
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