VIABILIDADE DO MÉTODO CONSTRUTIVO MODULAR EM CONCRETO ARMADO

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SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13 
2. CONSTRUÇÃO CIVIL ....................................................................................... 15 
2.1 CONTEXTO HISTÓRICO ................................................................................. 15 
2.2 CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL ................................................................... 16 
2.3 MÉTODO CONSTRUTIVO EM ALVENARIA CONVENCIONAL ....................... 17 
3. MÉTODOS CONSTRUTIVOS INDUSTRIALIZADOS ....................................... 21 
3.1 CONTEXTO HISTÓRICO ................................................................................. 21 
3.2 PRÉ FABRICADOS .......................................................................................... 22 
3.3 PRÉ MOLDADOS ............................................................................................. 23 
4. EFICIÊNCIA CONSTRUTIVA DOS SISTEMAS MODULARES .......................... 26 
4.1 PROCESSOS CONSTRUTIVOS...................................................................... 26 
4.2 RACIONALIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO .......................................................... 27 
4.3 VANTAGENS ................................................................................................... 27 
4.4 DESVANTAGENS ............................................................................................ 28 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 29 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 30 
 
 
 
 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
Desde os primórdios as construções desempenham papel fundamental para a 
humanidade, a necessidade de abrigo fez o homem evoluir constantemente e buscar 
aperfeiçoamento das técnicas e métodos de construir. Elementos que eram usados 
para determinados fins, passaram a compor outras partes das edificações, como é o 
caso da alvenaria, antes usada apenas como elemento estrutural, hoje, na maioria 
dos casos serve apenas como elemento de vedação. No presente, desafios como a 
alta demanda por moradias, a competitividade entre outros fatores forçou o setor 
buscar cada vez mais maneiras de evoluir, de inovar. 
Dos sistemas construtivos mais atuais, o método de construção modular tem 
mostrado elevado nível de produtividade e qualidade final, pelo fato de industrializar 
boa parte da obra, já que deixa de ser construída e passa a ser montada. Como numa 
linha de montagem, todos os processos podem ser sistematizados, o controle é total, 
isso proporciona um aproveitamento totalmente diferente do método convencional de 
construção. Porém, o fato de o setor da construção estar em constante mudança não 
significa que a disseminação de novos métodos construtivos sigam a mesma linha. 
São inúmeros fatores que impedem que novas técnicas sejam aceitas no mercado. 
Assim, considerando a constante busca por novas tecnologias e exigências do setor, 
quais benefícios o sistema construtivo modular em concreto armado trás para a 
construção civil? 
O objetivo geral deste trabalho foi discutir a utilização do método construtivo 
modular na construção civil, bem como apontar as principais diferenças em relação 
ao método convencional. Como objetivos específicos: 
• Estudar o referencial teórico sobre a construção civil atual com ênfase 
no método construtivo convencional. 
• Entender de forma objetiva os principais sistemas modulares de 
construção. 
• Demonstrar a eficácia do método construtivo modular em concreto 
armado frente ao método de construção convencional, apontando as principais 
diferenças entre os dois métodos. 
O tema foi abordado de forma sistemática com caráter exploratório, optando 
por revisão bibliográfica para realização do estudo, onde serão utilizados, livros, 
 
 
 
14 
artigos provenientes de sites como: UFMG, scielo, bibliotecadigital, abcic, dentre 
outros conteúdos difundidos nos últimos 30 anos que foram examinados e 
relacionados ao uso de alvenarias, estruturas modulares, pré fabricados e pré 
moldados. Os estudos são direcionados de modo a ampliar o conhecimento, iniciando 
pelo contexto histórico da construção civil, com ênfase em alvenaria convencional, em 
seguida a apresentação dos sistemas modulares pré fabricados e pré moldados, 
seguido pela demonstração da eficiência do método construtivo modular frente ao 
convencional. 
 
 
 
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2. CONSTRUÇÃO CIVIL 
2.1 CONTEXTO HISTÓRICO 
Desde a antiguidade, as construções exercem papel único na história da 
humanidade, suprindo necessidades essenciais de abrigo, além de possibilitar 
interações entre indivíduos através da ligação entre lugares através de estradas, 
pontes, entre outros (FREIRE, 2006). 
Ao longo desse processo evolutivo, o homem se beneficiou de vários materiais 
e métodos construtivos que desde então mudam constantemente. Antes, as 
construções eram erguidas através de técnicas adquiridas que eram passadas de 
geração para geração, há mecanismos que são usados até os dias atuais. Para Freire 
(2006), com os avanços tecnológicos e as exigências cada vez maiores, a construção 
precisa ser reinventada continuamente. 
Para Hugon (2004), os processos construtivos evoluem ao longo dos anos de 
acordo com a sociedade, assim como os materiais utilizados nas construções que se 
alteram a depender da época em que serão empregados, mudam de acordo com o 
local que serão usados, variam conforme a estética, entre outras variáveis que são 
consideradas. 
Com isso, surge a necessidade de métodos mais rápidos e eficazes e que 
garantam a qualidade final da edificação. A construção se tornou mais mecanizada, 
mais complexa , exigindo que as áreas tecnológicas ganhem ênfase através do 
desenvolvimento de novas técnicas e aperfeiçoamento de equipamentos de modo a 
permitir uma forma de construir mais eficiente. Segundo Sabbatini (1989), a 
industrialização para a construção civil tem o mesmo sentido que evoluir, seja em 
técnicas ou materiais, é natural a progressão em qualquer setor. 
Para Ciribini (apud ROSSO, 1980), os métodos de produção baseados em 
processos repetitivos e mais precisos e que substituem ações de natureza artesanal 
são característicos da industrialização. 
 
 
 
 
16 
2.2 CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL 
Tido como um dos setores que mais movimentam a economia dos países 
desenvolvidos e em desenvolvimento, a construção civil também é o setor com maior 
impacto na redução do déficit habitacional, tornando-se assim parte vital para o 
crescimento de qualquer nação. Segundo Mascaró (1981), para que um país seja 
grande, precisa gerar emprego, movimentar a economia, fazer a moeda girar. A 
construção civil acompanha toda essa cadeia produtiva, para crescer, obras são 
necessárias, automaticamente mão de obra deve ser empregada, material precisa ser 
adquirido, sem contar a geração de empregos. 
Historicamente, o método de construção mais antigo já registrado no Brasil foi 
a taipa, técnica trazida pelos colonizadores que foi rapidamente popularizada nas 
construções da época, uma vantagem era a durabilidade, mais tarde o método deu 
lugar às construções de pau a pique, figura 1, esse modelo mantinha a durabilidade, 
resistência e ainda reduzia consideravelmente a espessura das paredes (ABCI, 1990). 
 
Figura 1- Método construtivo Pau a Pique 
 
Fonte: LOSCHIAVO (2018) 
 
 
 
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No período colonial em especifico, esses dois métodos construtivos ganharam 
mais força, nessa época as obras de grande porte eram relacionadas quase sempre 
à indústria de açúcar e às instalações portuárias, a construção de casas, igrejas, etc 
tinham menos força (VARGAS, 1998, p. 34). 
A popularização do setor da construção civil ocorreu em meados da década de 
90 quando houvelarga abertura de mercado, o que contribuiu para que empresas e 
construtores importassem novos equipamentos e tecnologias (SOUZA et al. (2004). 
Nos últimos anos o setor vem ganhando mais destaque e maior participação no 
Produto Interno Bruto do país devido à alta demanda por moradias, essa produtividade 
acelerada exige mudanças em relação ao desenvolvimento do setor, surge uma 
necessidade de alocar os poucos recursos disponíveis ao passo que há um 
impulsionamento na geração de empregos. Atualmente, mesmo com a alta demanda 
por moradias e construções eficientes, o país ainda é grande adepto da construção 
convencional, que apesar de ser o método com maior índice de desperdício, menos 
sustentável e com produtividade relativamente baixa, é bastante popular entre os 
profissionais (OLIVEIRA, 2012). 
2.3 MÉTODO CONSTRUTIVO EM ALVENARIA CONVENCIONAL 
Considerado como um dos métodos de construção mais antigos da 
humanidade com os primeiros relatos do uso datando por volta de 7.000 a. C. o 
sistema em alvenaria era aplicado em templos, casas, monumentos, além de muros, 
como é o caso da cidade de Jericó que possuía gigantescas muralhas com torres 
cilíndricas e construções erguidas em tijolo cru (ALBERTI, 1986 apud SANTIAGO, 
2001) 
Mais tarde, por volta de 5.000 a.C., de acordo com Oliveira (2011), o uso da 
pedra dominava os processos construtivos, os materiais com maior uso eram as 
pedras naturais, os tijolos crus reforçados com palha e argila. Esses materiais, 
principalmente as pedras, foram responsáveis por grandes construções, algumas 
resistem até os dias atuais, como é o caso da Grande Muralha da China, erguida com 
o uso de pedras empilhadas. 
 
 
 
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Segundo Oliveira (2011), os tijolos cerâmicos tenham surgido a cerca de 10.000 
anos na região do Nilo, nessa época os tijolos eram moldados a mão e secos ao sol, 
mais tarde passariam a ser cozidos. 
Porém, apesar de conhecido e disseminado pelo mundo, o tijolo só recebeu 
destaque e melhoramento do seu uso apenas no Império Romano. De acordo om 
Petrucci (1975), os romanos foram os precursores do uso do tijolo como elemento 
estrutural, chegando a ser produzido em grande escala em processo semi industrial. 
O aprimoramento das técnicas de uso do tijolo fez com que os romanos os 
aplicassem em grandes obras, o assentamento era feito com argamassa de cal. Nos 
séculos seguintes os métodos construtivos pouco mudaram, foi apenas no século XI 
que algumas mudanças aconteceram, a exigência por construções mais ousadas, 
com arquitetura mais arrojada, fez com que a alvenaria sofresse modificações 
intensas e significativas (WARREN, 1999). 
A construção em alvenaria que temos hoje é fruto de intensos processos e 
transformações ao longo da história e corresponde a uma das formas mais arcaicas 
de construir já desenvolvidas pelo homem. De acordo com Accetti (1998), Apesar de 
ter sido empregada a séculos atrás na construção de moradias, templos e 
monumentos, foi a partir do século XX que a técnica passou a ser realmente estudada 
a fundo e passou a ser embasada em experimentos laboratoriais e receber princípios 
científicos em seu conceito. 
Conceitualmente, alvenaria pode ser entendida como agrupamento de peças 
aplicadas umas sobre as outras e interligadas por uma mistura especifica (TAUIL; 
NESE et al. 2010). 
Ainda de acordo com Tauil, Nese et al. (2010), esse grupamento funciona como 
elemento de vedação, isolando ambientes internos dos externos, de ações das 
intempéries, isolar acústica e termicamente, além de impedir infiltrações, resistir a 
ações de fogo, impactos diversos, bem como propiciar conforto e segurança ao 
ambiente, conforme figura 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 2 - Método construtivo Alvenaria Convencional 
 
Fonte: VILHENA (2018) 
 
Os componentes que integram o sistema de alvenaria podem ser 
compreendidos como elementos simples e distintos que compõem as paredes, são 
eles, unidades de blocos, argamassas, armaduras, além dos revestimentos. A junção 
desses elementos configuram como parte essencial da estrutura, (RAMALHO; 
CORRÊA, 2003). 
As armaduras, compostas por pilares, vigas, lajes, geralmente são de aço ou 
em alguns casos o uso de elementos de madeira, logo, todas as cargas geradas pela 
estrutura são distribuídas nessas elementos, os vão entre as armaduras são 
preenchidos com tijolos cerâmicos em sua maioria, já as instalações elétricas e 
hidráulicas são devidamente presas às paredes que são convenientemente revestidas 
com massa especifica em seguida são pintadas ou novamente revestidas com peças 
cerâmicas, a depender da exigência em projeto (MARTINS, 2009). 
As últimas décadas foram marcadas por mudanças bruscas, o crescimento 
acelerado e as exigências arquitetônicas as construções modernas demandam mais 
tecnologia, novas formas de levante, mais rápidas e mais eficientes, a alvenaria que 
a princípio exercia função estrutural nas edificações , passou a ter simples função de 
vedação. As edificações se tornaram mais altas, mais esbeltas, exigindo 
aprimoramentos no seu sistema estrutural, o uso do concreto e do aço passou a ter 
mais relevância do que a alvenaria comum. Isso fez com que o sistema em alvenaria 
 
 
 
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não obtivesse grandes avanços nas áreas tecnológicas, o que acarretou grandes 
problemas como o aumento do surgimento de várias patologias nas construções 
(SENNA, 2008). 
Dentro desse contexto de inovação a industrialização dos processos 
construtivos, que geralmente estão associados aos conceitos de organização e 
produção em série ganham maior destaque, em especial os pré fabricados e pré 
moldados por serem sistemas em evolução no país. 
 
 
 
 
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3. MÉTODOS CONSTRUTIVOS INDUSTRIALIZADOS 
A demanda cada vez mais intensa por obras sustentáveis, faz com que o 
mercado da construção civil busque inovações constantes e métodos mais eficazes 
no âmbito econômico e racional dos sistemas construtivos. A evolução das 
construções e de todas as atividades relacionadas à construção civil vem sofrendo 
bastante influência dos processos de informações, comunicações e principalmente 
industrialização e automação globais (VAN ACKER, 2002). 
Segundo Sabbatini (1989), essa busca incessante por desempenhos mais 
eficazes em qualidade, valor da obra e prazo de execução faz a sociedade investir de 
maneira continuada nos vários seguimentos do setor, que apesar dos avanços ainda 
é considerado, entre os setores industriais, o que menos evoluído. 
Ainda de acordo com Sabbatini (1989), o processo de industrialização da 
construção compreende uma série de fatores, dentre eles o desenvolvimento 
tecnológico, investimento de capital, métodos organizacionais, todos com intuito de 
melhorar a produtividade. 
3.1 CONTEXTO HISTÓRICO 
O desenvolvimento de novas técnicas construtivas esteve sempre ligada à 
manuseio e aplicação dos materiais de construção, que na maioria dos casos sempre 
surgia onde o material era abundante. Fato é que as técnicas mais antigas como o 
uso da pedra e madeira surgiram particularmente em regiões de montanhas e florestas 
respectivamente (RAPOPORT, 1984). 
O homem ajuntou uma gama de conhecimentos ao longo das eras, ao passo 
que as civilizações evoluíam novos conceitos eram agregados e surgiam novas 
formas de usar determinado material, mantendo assim um desenvolvimento constante 
nas tecnologias construtivas desde o estudo preliminar, escolha do material até a 
execução da obra (GRASSELLI, 2004). Nos dias atuais o uso de materiais locais está 
ligado, principalmente, a uma questão sustentável, situação contraria ao que 
acontecia antigamente devido à falta de transporte adequado e troca de informações 
entre os lugares. 
De acordo com Vasconsellos (2002), não existe uma época acertada de 
quando os primeiros elementos pré moldados começaram a ser usados. Assim como 
 
 
 
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o concreto armado, que originalmente era montadofora do local de instalação, as 
estruturas modulares de concreto tiveram a mesma origem. 
Ao final da Segunda Guerra Mundial, o mundo estava em ruinas, havia 
escarces de material e uma grande necessidade de reconstrução de igrejas, hospitais, 
escolas, pontes, dentre outros. A solução foi utilização dos elementos pré fabricados, 
devido a racionalização das etapas e principalmente velocidade construtiva, esse 
método passou a ser bastante difundido no mundo todo (ORDONÉZ, 1974). 
No Brasil, como não houve devastação pela guerra, a evolução desses 
sistemas ocorreu de forma lenta. Aliado ao fato do setor oscilar entre os altos e baixos 
da economia faz do Brasil um país que possui técnicas bastante avançadas em certas 
regiões, enquanto outras ainda usem técnicas rudimentares (VASCONCELOS, 2002). 
De acordo com Baptista (2009), o Brasil poderia ser bem mais avançado em 
sistemas construtivos se houvesse um melhor direcionamento político para áreas de 
pesquisasse aprimoramento de técnicas. 
3.2 PRÉ FABRICADOS 
 De acordo com a Norma da ABNT- NBR 9062 Projeto e execução de 
estruturas de concreto Pré-fabricado: “elemento pré-fabricado: é o elemento pré-
moldado, executado industrialmente, mesmo em instalações temporárias em 
canteiros de obra, sob condições rigorosas de controle de qualidade.” 
Para Vasconcelos (2002), os elementos feitos em usinas com recursos voltados 
diretamente para áreas de controle e qualidade da mão de obra, bem como ensaios 
em laboratórios e fiscalização rigorosa do processo de produção recebem 
classificação de pré fabricados. 
De acordo com Ferreira (2003), os sistemas pré-fabricados surgiram na Europa 
com a proposta para uma fabricação antecipada de componentes padronizados, dos 
quais poderiam ser associados com diversos produtos de outros fabricantes que 
forneciam uma base compatível e padronizada entre os elementos modulares. 
No Brasil, a primeira obra de grande porte utilizando elementos pré fabricados 
é datada do ano de 1926, o hipódromo da gávea, no Rio de Janeiro, dentre os 
elementos pré fabricados, as estacas de concreto que cercam a área ganham 
destaque (VASCONCELOS, 2002). 
 
 
 
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Segundo El Debs (2000), o fato de o setor da construção civil sempre ter sido 
considerado uma indústria atrasada quando associado aos demais ramos por 
apresentar produtividade inferior, altos níveis de desperdício e péssimo controle de 
qualidade. A aplicação de elementos pré fabricados no setor denota a preocupação 
cada vez maior da necessidade de mudanças. Esse método construtivo objetiva numa 
maior racionalização, redução do desperdício além de tornar todo o processo mais 
produtivo, devido ao fato de haver um controle de qualidade mais eficaz, e rápido, por 
se tratar de obra enxuta, limpa. 
Segundo Van Acker (2002), estruturas pré fabricadas em concreto trata-se de 
um processo industrializado bastante promissor, mas ele ressalta que esse sistema 
pode gerar alguns imprevistos, visto que a maioria dos profissionais usam peças pré 
definidas por fábrica, que são alteradas no canteiro para se adequar à construção. 
Ainda de acordo com Van Acker (2002), para que a funcionalidade estrutural desses 
elementos seja total, é necessário respeitar as particularidades de cada elemento, 
adequando-se a cada restrição que possa surgir. 
Em termos técnicos, o processo de produção dos pré fabricados exige uso de 
equipamentos controlados por softwares específicos para que as adições no concreto 
sejam precisas, isso garante uma qualidade superior ao concreto empregado,(VAN 
ACKER, 2002). 
 
3.3 PRÉ MOLDADOS 
De acordo com a Norma da ABNT- NBR 9062 Projeto e execução de estruturas 
de concreto Pré-moldado 
 
Elemento pré-moldado: é o elemento que é executado fora do local de 
utilização definitiva na estrutura, com controle de qualidade menos rigorosos, 
devem ser inspecionados individualmente ou por lotes, através de inspetores 
do próprio construtor, da fiscalização do proprietário ou de organizações 
especializadas, dispensando-se a existência de laboratório e demais 
instalações congêneres próprias (ABNT- NBR 9062). 
 
 
 
 
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Para Freire (2006), a procura por técnicas mais baratas e que permitam uma 
retirada maior de lucro, além da grande competitividade entre as empresas fez com 
que a indústria da construção evoluísse, se industrializasse, nesse novo panorama os 
métodos construtivos se tornaram mais racionalizados e eficientes. 
Franco, (1992) ressaltou que a racionalização na construção e a 
industrialização caminham juntas. Quando medidas racionalizadas são aplicadas em 
uma obra, consequentemente os processos tornam-se mais organizados e há uma 
facilitação nas aplicações das técnicas e métodos de trabalho. 
A construção modular se destaca dentre as demais por se enquadrar em 
praticamente todos os quesitos, além de limpo, é um método construtivo eficiente, 
pelo fato de não permitir desperdícios, o fato de exigir mão de obra capacitada faz 
com que a obra tenha um padrão diferenciado de qualidade e controle. Segundo Van 
Acker (2002), cada tipo de peça pré moldada apresenta um tipo de padronização 
diferente, as dimensões, detalhes e geometrias da cada parte possuem padrão que 
se enquadram de acordo com cada projeto. 
Segundo Talbot e Francis (2012), o primeiro registro da utilização do método 
construtivo modular se deu quando o engenheiro inglês John Alexander Brodie usou 
placas pré moldadas em concreto, desenvolvidas por ele, em várias obras. 
Sabbatini et al. (1994) deram ênfase ao sistema de pré moldados e apontam 
que a produtividade de uma obra pode aumentar significativamente quando o sistema 
é empregado. Os componentes pré-moldados podem ser obtidos de duas vertentes, 
industrial ou pode ser fabricado no local de uso. 
O uso de pré moldados na indústria da construção oferece vantagens 
significativas como alta eficiência estrutural pelo fato de permitir vão maiores bem 
como suporte de cargas maiores. Van Acker (2002), ressalta que além da flexibilidade 
estrutural esse método oferece uma maior vida útil à edificação. 
Segundo Van Acker (2002), para que todas as vantagens da utilização do 
concreto pré-moldado sejam aproveitadas ao máximo, é importante que a estrutura 
tenha os itens diferenciais associados ao uso do método, como grandes vãos, 
arquitetura simplista, dentre outros. 
A execução deve respeitar rigorosamente o disposto em projeto afim de evitar 
erros e possivelmente perda das peças empregadas. Para isso as restrições do 
 
 
 
25 
método, tais como finalidade, transporte estados limites, devem ser analisadas ainda 
na fase de projeto (VAN ACKER, 2002). 
Segundo Sabbatini (1998), para que haja uma real industrialização dos 
canteiros de obra é necessário que que as formas de projetar acompanhem essa 
evolução. Apesar de serem componentes aparentemente simples e padronizados os 
sistemas modulares necessitam de coordenação eficiente durante a produção e 
aplicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
4. EFICIÊNCIA CONSTRUTIVA DOS SISTEMAS MODULARES 
4.1 PROCESSOS CONSTRUTIVOS 
Para Santos (2009), para que o setor da construção civil se torne totalmente 
industrializado é necessário diminuir a quantidade de operações nas construções, 
assim como tornar mais simples os projetos dos elementos, também padronizar 
componentes e coordenar os materiais usados. 
De acordo com Santos (2009), os processos construtivos são classificados de 
acordo com o nível de industrialização. Esse determinado pela porcentagem de obra 
pré fabricada e o volume da obra inteira. Os métodos ainda podem ser subdivididos 
em tradicionais, racionalizados ou industrializados. 
Para Santos (2009), o método tradicional é aquele que emprega mão de obra 
a caráter artesanal, com intenso uso de mão de obra e quase nenhuma mecanização, 
esse tipo de obra tem altos índices de desperdício de materiais,tempo e mão de obra. 
O método racionalizado envolve o uso de técnicas organizacionais, porém sem 
alterações radicais em relação ao tradicional, o que difere esse do anterior são os 
princípios empregados no planejamento e controle da obra afim de diminuir o 
desperdício e consequentemente aumentar a produtividade (SANTOS, 2009). 
Santos (2009), define como método industrializado aquele com alto uso de 
equipamentos industrializados, elementos produzidos com técnicas industriais além 
de ter seu transporte e montagem totalmente mecanizados. 
Como já visto anteriormente, apesar do setor da construção ser considerado 
tecnologicamente obsoleto, há um grande número de empresas que estão investindo 
cada vez mais no desenvolvimento de inovações no intuito de aumentar a 
produtividade sem comprometer a qualidade do produto final, além de propiciar um 
melhor aproveitamento da mão de obra, promovendo a dignificação dos operários, 
com a implantação de condições seguras na realização das atividades (FRANCKLIN 
JÚNIOR e AMARAL, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
27 
4.2 RACIONALIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO 
De acordo com Franco (1992), essa nova mentalidade com foco na 
racionalização dos processos construtivos fez com que os métodos modulares saísse 
da ideia de uso isolado e partisse pra aplicação em larga escala, o que acabou se 
tornando uma questão de permanência das grandes empresas no mercado mundial. 
Para Franco (1992), o Brasil foi obrigado a se adaptar de maneira rápida a essa nova 
modalidade construtiva seguindo todas as exigências da indústria em termos de 
qualidade e eficiência buscadas pelo consumidor. 
Um dos pontos altos do uso de estruturas modulares é, de acordo com Rosso 
(1080), é o fato de a racionalização imposta por esse método ir na direção contraria 
dos altos índices de desperdícios de materiais nas obras, além de direcionar o capital 
de forma mais eficiente. 
Para Franco (1992), a racionalização no setor da construção significa impor 
alterações profundas objetivando um melhor direcionamento dos recursos disponíveis 
em todas as etapas da obra. O uso de elementos pré-fabricados em canteiros de obra 
refletem diretamente numa economia significativa, bem como maior eficiência e 
desempenho construtivos além de promover a sustentabilidade por ser descrita como 
obra limpa, geram menos resíduos. 
A agilidade executiva somada a redução no prazo de construção fazem do 
sistema modular um dos métodos mais eficientes e vantajosos atualmente, desde que 
se tenha um capital de investimento relativamente alto no início da obra. O fator 
qualidade também soma pontos importantes para que se opte pelo uso dos sistemas 
modulares, qualidade essa assegurada pela mão de obra especializada, uso de 
matéria prima de primeira qualidade bem como todo o processo industrializado de 
fabricação (ABCIC, 1986; CPCI, 2007; FEBE, 2009). 
4.3 VANTAGENS 
As vantagens frente ao método construtivo convencional se tornam mais 
evidentes quando os processos são analisados. O uso de pré moldados e pré 
fabricados reduz consideravelmente os índices de geração de resíduos nas 
construções além de possuir um rígido controle de qualidade durante todo o processo 
 
 
 
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o que garante ao material uma maior durabilidade, que é assegurada pelas Normas 
Técnicas Brasileiras (EL DEBS, 2007). 
De acordo com El Debs (2007), pesar do baixo custo da mão de obra 
empregada para montagem a execução da obra tem prazo reduzido 
significativamente, o que a torna uma opção rápida, de baixo custo além de eficiente. 
De acordo com o autor, outro fator a ser considerado é a diminuição dos custos e 
perdas de materiais, já que durante o processo de fabricação das peças são utilizadas 
formas reutilizáveis, o que torna uma opção totalmente sustentável. 
O fato da produção ser externa há um melhoramento do canteiro de obras, 
menos colaboradores, redução de cronograma, maior organização do canteiro, além 
de potencializar a redução de materiais empregados na obra (EL DEBS, 2007). 
4.4 DESVANTAGENS 
De acordo com El Debs (2007), as desvantagens apresentadas por esse 
método construtivo está intrinsicamente relacionada ao preço das estruturas pré 
fabricadas , é um tanto elevado, além disso há a necessidade de projeto modular. 
Outra desvantagem é com relação às limitações na arquitetura, são obras geralmente 
engessadas, quanto ao transporte, o fato das peças serem previamente produzidas 
os tamanhos devem ser de acordo com o transporte dos elementos. 
 
 
 
 
 
 
 
29 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A crescente demanda do mercado da construção civil tem levado as empresas 
do ramo a buscarem cada vez mais formas de agilizar o processo, meios de facilitar o 
trabalho para ambos os nichos. Nesse mercado competitivo, optar por métodos 
construtivos mais eficazes e que possibilitem a redução do trabalho tornou-se 
prioridade. 
O uso de sistemas modulares em concreto, em destaque os métodos que 
utilizam pré fabricados e pré moldados em concreto tem se tornado uma das opções 
com melhor custo benefício, isso devido ao fato desse método fazer uso de peças de 
concreto seguindo um padrão de produção, utilizando menos mão de obra, com 
menos desperdício o que consequentemente a torna uma opção construtiva 
ambientalmente sustentável. 
Porém, certas relevâncias que devem ser levadas em consideração quanto ao 
uso de pré fabricados e pré moldados. No Brasil por exemplo, infelizmente há uma 
deficiência visível na disseminação desse método, prova disso é a falta de opções dos 
produtos e ausência de normativas eficazes. 
Logo, haja visto que o uso dos sistemas modulares em concreto pré fabricado 
e pré moldado representem uma solução economicamente viável, antes do início de 
qualquer obra é necessário que haja estudo de viabilidade para definição do melhor 
método construtivo de acordo com as necessidades e objetivos do empreendimento, 
além do fator crucial, verba disponível para execução da obra. 
 
 
 
 
 
 
30 
REFERÊNCIAS 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9062 – Projeto 
E execução de estruturas de concreto pré-moldado. Rio de Janeiro: ABNT, 2001. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA. Manual 
Técnico de Alvenaria. T. edição. São Paulo: ed. Projeto Editores Associados Ltda., 
1998. 275p. 
 
ACCETTI, K. N.. Contribuições ao Projeto Estrutural de Edifícios em Alvenaria. 
Tese de Mestrado, Escola de Engenharia de São Carlos da USP, São Carlos, SP, 
Brasil, 1998. Disponível em: < 
http://www.set.eesc.usp.br/static/media/producao/1998ME_KristianeMattarAccetti.pdf
>. Acesso em 20 de set. 2018. 
 
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