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PROCESSO CIVIL PROCEDIMENTO: • Sucessão de atos processuais. • Meio pelo qual a lei estampa os atos e fórmulas de ordem legal do processo. • Mero aspecto formal. PROCESSO: • Instrumento pelo qual a jurisdição opera. • Está presente em todas as atividades estatais (processo administrativo, legislativo) e não estatais. • Em um só processo pode haver mais de um procedimento. AUTOS: • Materialidade dos documentos nos quais se corporificam os atos do procedimento. TEORIAS DA NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO: ❖ Processo como contrato: As partes se submetem voluntariamente ao processo e aos seus resultados através de um verdadeiro NJ de direito privado (a litiscontestação). A sujeição das partes é o exato contraposto do poder estatal (jurisdição) que o juiz impõe inevitavelmente as pessoas independente da voluntária aceitação. ❖ Processo como quase contrato: Disse que se o processo não era um contrato e se delito também não era, só haveria de ser um quase contrato. Tal pensamento queria enquadrar o processo a todo custo nas categorias do direito privado, e além disso, já no próprio código napoleônico indicava-se uma outra fonte de obrigação, que o fundador omitiu: a lei. ❖ Processo como relação jurídica: No processo há uma relação entre as partes e o juiz que não se confunde com a relação jurídica de direito material controvertida. O grande mérito de õBulow foi a sistematização, não a intuição da existência da relação jurídica processual, ordenadora da conduta dos sujeitos do processo e suas ligações recíprocas. Observou também que a relação jurídica processual se distingue da material por 3 aspectos: ▫ Por seus sujeitos (autor, réu e estado- juiz) ▫ Por seu objeto (a prestação jurisdicional) ▫ Por seus pressupostos (os pressupostos processuais) ❖ Processo como situação jurídica: • Quando o direito assume uma condição dinâmica (o que se dá através do processo), opera-se nele uma mutação estrutural: aquilo que, numa visão estática, era um direito subjetivo, agora se degrada em meras possibilidades (de praticar atos para que o direito seja reconhecido), expectativas (de obter esse reconhecimento), perspectivas (de uma sentença desfavorável) e ônus (encargos de praticar certos atos, cedendo a imperativos ou impulsos do próprio interesse, para evitar a sentença desfavorável). Em resumo, onde havia o direito, há agora meras chances (possibilidades, expectativas, perspectivas e ônus). De todas as teorias acima expostas acerca da natureza jurídica do processo, é a da relação processual que nitidamente desfruta dos favores da doutrina. • O Processo também é uma relação jurídica assim como credor e devedor, mas o processo possui uma relação jurídica processual. O processo como procedimento em contraditório • Pensamento de Elio Fazzalari, repudiando a inserção jurídica processual no conceito de processo. Fala do “módulo processual” representado pelo procedimento realizado em contraditório e propõe que, no lugar daquela, se passe a considerar como elemento do processo essa abertura a participação que é constitucionalmente garantida. • Diz que o processo é realizado em contraditório. • Processo é o procedimento realizado mediante o desenvolvimento da relação entre seus sujeitos presente o contraditório. RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL E MATERIAL 3 aspectos distinguem a relação processual da material. • Por seus sujeitos • Por seu objeto • Por seus pressupostos Estes são os pontos que demonstram a autonomia da relação jurídica processual. RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL • O que concorre para dar identidade própria e distingui-la da relação material não é só a mera presença do estado-juiz, mas sobretudo sua presença na condição de sujeito exercente do poder (jurisdição). • As partes figuram na relação processual em situação de sujeição ao juiz. • Figura triangular: posições jurídicas que ligam autor e estado, estado e réu, réu e autor. • Relação jurídica processual tem uma configuração tríplice (Estado, autor e réu). • O Juiz não está no processo em nome próprio como pessoa física, mas na condição de órgão do estado. • O próprio estado personificado no juiz deve ser imparcial. OBJETO DA RELAÇÃO PROCESSUAL • O bem que constitui objeto das relações jurídicas substanciais é o bem da vida, ou seja, o próprio objeto dos interesses em conflito (uma importância em dinheiro, um imóvel etc.). O objeto da relação jurídica processual é o serviço jurisdicional que o estado tem o dever de prestar. Cpc art 461 parágrafo 5 PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS: • Demanda regularmente formulada CPC art 2º • Capacidade de quem a formula. • A vestidura do destinatário da demanda, ou seja, a qualidade de juiz. A doutrina mais autorizada sintetiza esses requisitos nessa fórmula: uma correta propositura da ação, feita perante uma autoridade jurisdicional, por uma entidade capaz de ser parte em juízo. A doutrina brasileira amplia os pressupostos: 1. Objetivos a) intrínsecos (regularidade procedimental, existência da citação). b) Extrínsecos (ausência de impedimento, como coisa julgada, litispendência, compromisso) 2. Subjetivos a) Referentes ao juiz (investidura, competência, imparcialidade) b) Referente as partes (capacidade de ser parte, capacidade de estar em juízo, capacidade postulatória). CARACTERÍSTICAS DA RELAÇÃO PROCESSUAL • Complexidade: A relação jurídica processual, apresenta-se como uma soma de uma série de posições jurídicas ativas e passivas, derivando daí seu caráter complexo. • Progressividade: (continuidade, dinamismo) esta relação se considera dinâmica por ser progressiva, realizada em atos sucessivos, se movimentando de acordo com os procedimentos legais previstos para alcançar o fim. • Unidade: Os atos processuais são relacionados para o fim desejado, qual seja, a sentença do juiz. Esta relação tem a propriedade de permanecer única até o seu fim, na jurisdição, mesmo que ocorram modificações subjetivas (das partes ou do juiz) ou objetivas (o pedido). • Estrutura tríplice: trata-se daquela característica, consistente na existência de 3 sujeitos (autor, réu e estado). • Natureza pública: Regulada pelo Direito Processual, braço do Direito Público, importa na participação do juiz, investido dos poderes estatais, com a obrigação de prolatar decisão final em sentença, não raro sendo decisões absolutas (não se trata aqui do duplo grau de jurisdição, e sim da relação do juiz para com as partes) e coercitivas.
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