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Tema: Código de processo Penal, Civil e do Trabalho 
Alunos (as): 
Ângela Xavier Arantes 
Lorrany Antônia Oliveira de Souza Araújo 
 
Luciano Guerra Pessoa 
Paulo César De Medeiros Silva 
Nayanne Barros Dos Reis 
 
Teoria Geral do Processo 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
DECRETO-LEI Nº 3.689 DE 03 DE OUTUBRO DE 1941 
Data de assinatura: 03 de Outubro de 1941 
Ementa: CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. 
Situação: Não consta revogação expressa 
Chefe de Governo: Getúlio Vargas 
Origem: Executivo 
Data de Publicação: 13 de Outubro de 1941 
Fonte: D.O.U de 13/10/1941, pág. nº 19699 
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, 
ressalvados: 
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos 
crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal 
Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); 
III - os processos da competência da Justiça Militar; 
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17); 
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130) 
 
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Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, 
quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso. 
 Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos 
realizados sob a vigência da lei anterior. 
 Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem 
como o suplemento dos princípios gerais de direito. 
O Código de Processo Penal é uma das principais leis que regem o sistema penal brasileiro. 
Conjunto de atos cronologicamente concatenados (procedimentos), submetido a princípios e 
regras jurídicas destinadas a compor as lides de caráter penal. 
Aplicação do direito penal objetivo. – Estado possui o dever de punir (poder-dever de punir – 
jus puniendi). Em regra, o acordo sem intervenção estatal não existe, ressalvadas as transações 
penais que são realizadas nos Ministério Público. – O processo penal é instrumental à 
aplicação do direito penal: 
Ele estabelece as normas e procedimentos a serem seguidos durante a investigação, o 
processo e o julgamento de crimes. 
E conhecer e compreender esse código é fundamental para advogados, promotores, juízes e 
todos os profissionais que atuam no campo do Direito Penal. 
IMPORTÂNCIA DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
O Código de Processo Penal desempenha um papel crucial no sistema de justiça criminal 
brasileiro. 
Ele estabelece as regras que garantem o devido processo legal, a igualdade entre as partes e o 
respeito aos direitos fundamentais dos acusados. 
E sua aplicação adequada é essencial para a busca da justiça e a proteção dos direitos 
individuais. 
DIVISÃO DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
O Código de Processo Penal é dividido em vários livros e títulos, cada um abordando uma 
parte específica do processo penal. 
Essa divisão facilita a compreensão e o estudo das normas que regem a condução dos 
processos criminais. 
 
A seguir, veremos como o Código de Processo Penal está organizado: 
 
Livro I – Do Processo em Geral: 
Título I – Disposições Preliminares: Contém as disposições gerais e os princípios aplicáveis ao 
processo penal. 
Título II – Do Inquérito Policial: Trata das regras e procedimentos referentes à investigação 
preliminar, conduzida pela autoridade policial, com o objetivo de reunir elementos de prova 
para embasar a denúncia ou queixa. 
Título III – Da Ação Penal: Aborda os aspectos relacionados ao exercício da ação penal, ou seja, 
a possibilidade de iniciar um processo penal contra o acusado. 
 
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Título IV – Da Competência: Define as regras de determinação da competência do juízo para 
julgar determinado processo criminal. 
Livro II – Do Processo em Espécie: 
Título I – Disposições Gerais: Estabelece as regras e os princípios aplicáveis ao 
desenvolvimento do processo penal em geral. 
Título II – Do Processo Relativo aos Crimes de Responsabilidade dos Funcionários Públicos: 
Regula o processo penal relacionado aos crimes praticados por funcionários públicos. 
Título III – Do Processo Comum: 
Capítulo I – Da Instrução Criminal: Discorre sobre as fases e procedimentos da instrução 
criminal, incluindo a produção de provas, interrogatórios, debates e julgamento. 
Capítulo II – Da Sentença: Define as características e requisitos da sentença penal, bem como 
os tipos de decisões que podem ser proferidas pelo juiz. 
Título IV – Do Processo e do Julgamento dos Crimes de Responsabilidade dos Funcionários 
Públicos Municipais: Regula o processo penal relacionado aos crimes praticados por 
funcionários públicos municipais. 
Livro III – Das Nulidades e dos Recursos em Geral: 
Título I – Das Nulidades: Estabelece as regras referentes às nulidades processuais e suas 
consequências. 
Título II – Dos Recursos em Geral: Trata das formas de impugnação das decisões judiciais, 
como recursos e habeas corpus. 
Livro IV – Dos Recursos Criminais: 
Título I – Do Recurso em Sentido Estrito: Regula o recurso interposto contra as decisões 
interlocutórias do juiz durante o processo penal. 
Título II – Da Apelação: Discorre sobre o recurso de apelação, que é interposto contra as 
sentenças condenatórias ou absolutórias. 
Título III – Do Protesto por Novo Júri: Aborda o procedimento do protesto por novo júri, que 
permite ao réu condenado por tribunal do júri solicitar a realização de um novo julgamento. 
Título IV – Do Recurso em Sentido Estrito no Processo de Competência do Tribunal do Júri: 
Regula o recurso interposto contra as decisões proferidas pelo Tribunal do Júri. 
Título V – Do Habeas Corpus e seu Processo: Estabelece as regras referentes ao habeas corpus, 
que é uma medida judicial utilizada para garantir a liberdade de locomoção de uma pessoa 
quando esta está sofrendo ameaça ou violação de seu direito de ir e vir. 
Título VI – Do Mandado de Segurança: Discorre sobre o mandado de segurança, que é uma 
ação judicial utilizada para proteger direitos líquidos e certos quando não há outro recurso 
previsto em lei para sua defesa. 
Título VII – Do Corpo de Delito: Regula o procedimento de realização do exame de corpo de 
delito, que tem por objetivo constatar a existência de uma infração penal e suas 
circunstâncias. 
Título VIII – Das Perícias em Geral: Estabelece as regras referentes à realização de perícias no 
processo penal, que são exames técnicos realizados por peritos para elucidar questões 
relacionadas ao crime. 
Título IX – Dos Interrogatórios: Define as regras e procedimentos relativos aos interrogatórios 
do acusado e das testemunhas. 
Título X – Das Buscas e Apreensões: Regula o procedimento de busca e apreensão, que 
permite a entrada e a busca em locais determinados com o objetivo de encontrar objetos ou 
provas relacionadas a um crime. 
Essa é apenas uma visão geral da divisão do Código de Processo Penal. 
Cada título e capítulo abrange uma série de normas e procedimentos específicos, visando 
garantir a observância do devido processo legal e os direitos das partes envolvidas. 
PRINCIPAIS ASPECTOS DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
 
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Inquérito Policial 
O inquérito policial é a fase inicial do processo penal, na qual são realizadas as investigações 
sobre a ocorrência de um crime. 
O Código de Processo Penal estabelece as diretrizes para a condução desse procedimento, 
como a coleta de provas, o interrogatório de testemunhas e a elaboração do relatório final. 
Denúncia e Acusação 
Após o encerramento do inquérito policial, o Ministério Público pode oferecer a denúncia, 
acusando formalmente o suspeito de ter cometido o crime. 
Assim, o Código de Processo Penal define as regras para a apresentação da denúncia, bem 
como os requisitos para sua admissibilidade. 
Processo e Julgamento 
Durante o processo penal, ocorrem asetapas de instrução, debates e julgamento. 
Assim, o Código de Processo Penal estabelece as regras para a produção de provas, a 
realização de audiências, os prazos processuais e a condução do julgamento. 
Recursos 
O Código de Processo Penal prevê a possibilidade de interposição de recursos pelas partes 
envolvidas no processo, visando à revisão de decisões judiciais. 
Esses recursos podem ser interpostos tanto pela acusação quanto pela defesa, buscando a 
revisão de aspectos processuais ou materiais. 
O PROCESSO PENAL É INSTRUMENTAL À APLICAÇÃO DO DIREITO PENAL: 
 
É o conjunto de medidas que serão tomadas pelo Estado desde a prática do fato criminoso até 
punição. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm 
Prof ª: Ana Maria Duarte, DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
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https://www.passeidireto.com/arquivo/72509445/apostila-processo-penal-
ii?q=conceito%20codigo%20de%20processo%20penal&tipo=1 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015. 
Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e 
as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil , 
observando-se as disposições deste Código. 
 Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, 
salvo as exceções previstas em lei. 
 Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. 
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos 
deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério 
Público, inclusive no curso do processo judicial. 
 Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, 
incluída a atividade satisfativa. 
 Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de 
acordo com a boa-fé. 
 Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em 
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
 Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de 
direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação 
de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
 Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às 
exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e 
observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. 
 Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente 
ouvida. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: 
I - à tutela provisória de urgência; 
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III ; 
III - à decisão prevista no art. 701 . 
 
O direito processual civil, inserido no direito público (ao lado do direito constitucional, do 
direito administrativo, do direito penal etc.) representa o conjunto de normas jurídicas que 
regulamentam a jurisdição, a ação e o processo, criando os mecanismos necessários para 
permitir a eliminação dos conflitos de interesses de natureza não penal e não especial. Assim, 
podemos concluir que o direito processual civil, inserido no direito público, não pode ser 
estudado de forma isolada, mas como mero compartimento da ciência jurídica, em primeiro 
plano se apoiando em regras constitucionais, sustentando alguns doutrinadores que tendência 
é a da criação do denominado direito processual constitucional; 
- Jurisdição, Ação e Processo; 
- Processo (forma geral); Procedimento (partes do processo); 
- O CPC é subsidiário do processo judiciário, Eleitoral, Penal, Trabalhista, Militar; 
- Para a propositura da ação é necessário que o autor tenha personalidade jurídica (que esteja 
investido da capacidade de ser parte, que é de direito). 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.105-2015?OpenDocument
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art311ii
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art701
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
 
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FONTES DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
 
- As fontes do CPC são a Lei, os Costumes, a Doutrina e a Jurisprudência; 
- A Lei é a fonte primária do Direito Processual; 
- A norma do CPC - fonte inferior - apenas é válida se em cortejo com a Constituição Federal; 
- A Lei nem sempre se apresenta de forma objetiva, moldando-se com perfeição ao caso 
concreto, exigindo do seu aplicador que proceda à interpretação, nas suas diversas espécies 
(gramatical, sistemática, lógica etc.); 
- Abaixo da CF/88, o CPC e toda legislação esparsa são fontes primárias do Direito Processual 
Civil; 
- Além da legislação infraconstitucional, os regimentos internos dos Tribunais e os Códigos de 
Organização Judiciária vigente em cada Estado da federação também são fontes do direito 
Processual Civil, podendo ser utilizado pelo aplicador do direito para a solução dos conflitos de 
interesses; 
 
FONTES SEGUNDARIAS DO CPC: 
 
• Os Costumes, a Doutrina e a Jurisprudência; 
• Súmula vinculante: objetiva contribuir para a redução de processos em curso na 
Justiça Nacional, sobretudo as ações previdenciárias e tributárias, posicionando a 
Jurisprudência como fonte primária do direito, valorizando os precedentes emanados 
do STF. 
 
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL CIVIL NO TEMPO 
 
• Como regra, a Lei Processual se aplica de imediato aos processos em curso, não 
podendo, contudo, alcançar atos processuais praticados antes da sua vigência; 
• Incide no processo pendente, atingindo atos processuais que serão praticados, 
respeitando os praticados sob a égide da Lei modificada ou revogada, que deu espaço 
à aplicação da Lei processual nova; 
• A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em 
curso, respeitando os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas 
sob a vigência da norma revogada; 
• Tempus Regit Actum (o tempo rege o ato). 
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL CIVIL NO ESPAÇO 
• Princípio da Territorialidade: o magistrado brasileiro, no exercício do poder 
jurisdicional que lhe foi conferido, deve aplicar a Lei nacional vigente, desprezando os 
textos internacionais, exceto nos casos que envolvem a intitulada Cooperação 
Internacional; 
• As decisões proferidas por magistrados nacionais só produzem efeitos nos limites 
geográficos da federação, não podendo refletir fora da jurisdição, exceto se houver 
permissão do país estrangeiro para que isso ocorra. 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1503907193/constituicao-federal-constituicao-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
 
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• Em complemento, a Resolução 9/2005 do STJ dispõe que a sentença estrangeira não 
pode ser homologada no Brasil quando ofenda a soberania nacional ou a ordem 
pública. 
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS INSERIDOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E NO NOVO CPC 
 
• Os princípios, sendo verdades universais tomadas como ponto de partida para o 
desenvolvimento de qualquer sistema de conhecimento, conferindo-lhe validade, 
gerando um estado de certeza indispensável à sua estruturação; 
• Os princípios inseridos na Constituição Federal e na Lei Processual são normas jurídicas 
qualificadas, embora assentadas de forma genérica, servindo como norte para a 
criação de norma jurídicas para a aplicação do direito processual ao casoconcreto; 
• Os princípios servem para preservar a higidez do sistema jurídico; 
• O magistrado não pode aplicar a norma jurídica inserida na Lei Processual em 
desacordo com os princípios; 
• Os princípios Constitucionais são normas qualificadas, embora disciplinado as relações 
jurídicas in abstrato; a norma processual deve ser moldada e aplicada em observância 
a esses princípios, porque situada em grau inferior de hierarquia, se comparado 
àqueles; 
 
✓ PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL, com vedação de que o processo seja julgado por juiz ou 
tribunal de exceção; 
✓ PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, evitando que os atos praticados sejam 
praticados em desacordo com as previsões legais, e que as partes sejam surpreendidas 
pela prática de ato não especificado em Lei; 
✓ PRINCÍPIO DA ISONOMIA, garantindo que as mesmas regras que se aplicam ao autor 
também se destinem ao réu; 
✓ PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA, garantindo que as partes 
possam produzir as provas previstas e não vedadas pelo ordenamento jurídico, 
podendo contrapor-se a fatos e documentos traduzidos ao processo pela parte 
contrária; 
✓ PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS, exigindo do magistrado que 
prolate decisão fundamentada; 
✓ PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DO PROCESSO E DOS ATOS PROCESSUAIS, garantindo a 
todas as pessoas o acesso às informações do processo, podendo manuseá-lo e assistir 
a qualquer audiência, independentemente da sua natureza, exceto nas situações 
relacionadas ao segredo de justiça. 
REFERÊNCIAS 
http://2.bp.blogspot.com/smPtsHs_8/T1dfJO_2I3I/AAAAAAAAFc8/DquvHGLSI_U/s1600/proc+civil.jpg 
Misael Montenegro Filho, Curso de Direito Processual Civil, 12ª edição, AGEN (Grupo Editora 
Nacional), p. 5-47. 
 
Direito Processual do Trabalho 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1503907193/constituicao-federal-constituicao-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1503907193/constituicao-federal-constituicao-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://2.bp.blogspot.com/smPtsHs_8/T1dfJO_2I3I/AAAAAAAAFc8/DquvHGLSI_U/s1600/proc+civil.jpg
 
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Conjunto de princípios, normas e instituições que regem a atividade da Justiça do Trabalho , 
com o objetivo de dar efetividade à legislação trabalhista e social, assegurar o acesso do 
trabalhador à Justiça e dirimir, com justiça, o conflito trabalhista. Da definição que adotamos, 
destacamos: 
a) o conjunto nos dá a ideia de um todo, composto de várias partes, formando um sistema, 
cujo núcleo é constituído pelos princípios; 
b) como ciência autônoma, o Direito Processual do Trabalho apresenta seus princípios 
peculiares que lhe dão sentido e razão de ser. Os princípios são as diretrizes básicas, 
positivadas, ou não, que norteiam a aplicação do Direito Processual do Trabalho; 
c) as normas são condutas processuais que dizem o que deve ser e o que não deve ser 
positivado no sistema jurídico pela Lei, pelo costume, pela jurisprudência ou pelos próprios 
princípios (caráter normativo dos princípios); 
d) as instituições são entidades reconhecidas pelo Direito encarregadas de aplicar e 
materializar o cumprimento do Direito Processual do Trabalho. Constituem os órgãos que 
aplicam o Direito do Trabalho, como os Tribunais e os Juízes do Trabalho; 
e) o Direito Processual do Trabalho, como Direito Instrumental, existe para dar efetividade ao 
Direito Material do Trabalho e também para facilitar o acesso do trabalhador ao Judiciário. 
Além disso, o Direito Processual do Trabalho tem por objetivo solucionar, com justiça, o 
conflito trabalhista, tanto o individual (empregado e empregador, ou prestador de serviços e 
tomador), como o conflito coletivo (do grupo, da categoria, e das classes profissional e 
econômica). Desde o surgimento dos primeiros órgãos de solução dos conflitos trabalhistas, na 
Itália e na França, houve preocupação em propiciar ao trabalhador facilidade na defesa de seus 
direitos, sem a burocracia da Justiça Comum. 
A legislação processual trabalhista visa a impulsionar o cumprimento da legislação trabalhista, 
e também o da legislação social que não se ocupa só do trabalho subordinado, mas do 
trabalhador, ainda que não tenha um vínculo de emprego, porém, que vive de seu próprio 
trabalho. 
Nesse sentido, foi a dilatação da competência material da Justiça do Trabalho dada pela EC n. 
45/04 para abranger as controvérsias oriundas e decorrentes da relação de trabalho. 
Assim como o Direito do Trabalho visa à proteção do trabalhador e à melhoria de sua condição 
social (art. 7o , caput, da CF), o Direito Processual do Trabalho tem sua razão de existência em 
propiciar o acesso dos trabalhadores à Justiça, tendo em vista garantir os valores sociais do 
trabalho, a composição justa do conflito trabalhista, bem como resguardar a dignidade da 
pessoa humana do trabalhador. 
O Direito Processual do Trabalho tem os seguintes objetivos: 
a) assegurar o acesso do trabalhador à Justiça do Trabalho; 
 
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b) impulsionar o cumprimento da legislação trabalhista e social; 
c) dirimir, com justiça, o conflito trabalhista. 
Ainda há acirradas discussões na doutrina sobre possuir, ou não, o Direito Processual do 
Trabalho princípios próprios, vale dizer: se o Direito Processual do Trabalho é ou não uma 
ciência autônoma do Direito Processual. 
Na doutrina, autores há que sustentam a autonomia do Direito Processual do Trabalho em 
face do Direito Processual Civil, também chamados dualistas. Outros sustentam que o Direito 
Processual do Trabalho não tem autonomia em face do Direito Processual Civil, sendo um 
simples desdobramento deste, também chamado monista. Outros autores defendem 
autonomia relativa do Direito Processual do trabalho diante do Direito Processual Civil em 
razão da possibilidade de aplicação subsidiária do Processo Civil ao Processo do Trabalho. Há 
quem sustente que os princípios do Direito Processual do Trabalho são os mesmos do Direito 
Material do Trabalho, máxime o princípio protetor. 
Alguns princípios do Direito Material do Trabalho, tais como primazia da realidade, 
razoabilidade, boa-fé, sejam aplicáveis também ao Direito Processual do Trabalho, a nosso 
ver, os Princípios do Direito Material do Trabalho não são os mesmos do Processo, uma vez 
que o processo tem caráter instrumental e os princípios constitucionais da isonomia e 
imparcialidade, aplicáveis ao Processo do Trabalho, impedem que o Direito Processual do 
Trabalho tenha a mesma intensidade de proteção do trabalhador própria do Direito Material 
do Trabalho. 
O acesso à justiça impulsiona que o processo produza resultados justos, solução integral da 
lide, e materialização das decisões. Nesse sentido, dispõe o art. 4o , do Código de Processo 
Civil, de aplicação subsidiária do processo do trabalho (arts. 15 do CPC e 769, da CLT): “As 
partes têm direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a 
atividade satisfativa.” Conforme o referido dispositivo, são diretos fundamentais das partes no 
processo: a) solução integral do mérito: constitui direito fundamental da parte no processo, 
que todos os pedidos e requerimentos formulados sejam apreciados, tanto os do autor como 
os do réu, e que, sempre que possível, o Magistrado julgue o mérito da causa, evitando ao 
máximo a extinção do processo sem resolução do mérito. A decisão prematura de extinção do 
processo sem resolução de mérito, quando possível a compreensão da controvérsia, é 
frustrante para quem busca seu direito no Judiciário, provoca gasto desnecessário de dinheiro 
público na tramitação do processo e não resolve o conflito; b) atividade satisfativa: quanto à 
atividade satisfativa, como direito fundamental processual da parte, o projeto merece muitos 
elogios. A atividade satisfativa, que se manifesta, pelo cumprimento das decisões, que se dá, 
como regra geral, na faseexecutiva, é tão importante, ou mais, que as demais fases 
processuais, pois o direito reconhecido na decisão, só se materializa, quando o processo é 
capaz de entregar “o bem da vida” ao credor, que lhe pertence por direito. 
Mauro Schiavi, Juiz Titular da 19ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO. Doutor e Mestre em 
Direito pela PUC/SP. Professor, palestrante e escritor.