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Introdução à citopatologia ginecológica Fernanda Gontijo Histórico e importância da citopatologia cervicovaginal A citopatologia é uma ciência que investiga as doenças através das modificações celulares. Atualmente, foram incorporadas outras técnicas complementares, tais como análises celulares automatizadas e técnicas de biologia molecular e de diagnóstico por imagens, que podem ser aplicadas ao exame citológico tradicional, ampliando as suas utilizações e a confiabilidade diagnóstica. Histórico e importância da citopatologia cervicovaginal • Sinônimos: citologia cérvicovaginal, citologia esfoliativa, colpocitologia, Papanicolau, exame preventivo. • Finalidade: identificar lesões em fase inicial • Não é diagnóstico definitivo • Teste de triagem • Não é exame bacteriológico Histórico e importância da citopatologia cervicovaginal • 1600:Hanse Zacharias Jansen→ Microscópio Ótico • 1678:Anthony Van Leuwenhoek de Delf→ Espermatozoides • 1827:Karl Enest von Baer→ Óvulos humanos • 1838:Johannes Mueler→ Células tumorais • 1847:Pouchet→ Ciclo menstrual • 1865:Rudolf Virchow→ Patologia Celular • 1913:George N. Papanicolaou→estuda a influência do ciclo hormonal nas características morfológicas do epitélio vaginal → recebia esfregaços vaginais de clínicas vizinhas nos quais identificava células neoplásicas Histórico e importância da citopatologia cervicovaginal Na segunda metade do século XX, a citopatologia se firmou como ciência, devido ao trabalho do Dr. George Nicholas Papanicolau (a ferramenta para rastreamento do câncer cervicovaginal ficou conhecida como teste do Papanicolau). Histórico e importância da citopatologia cervicovaginal Modificação na técnica em relação à coleta das amostras, com a introdução da utilização de uma espátula, denominada espátula de Ayre (realiza a raspagem diretamente das células do colo uterino). Essa espátula foi projetada na década de 1940 pelo médico Ernest Ayre Histórico e importância da citopatologia cervicovaginal Reconhece-se claramente que o câncer invasor e suas lesões precursoras têm como causa a infecção de vários tipos de vírus do papiloma humano (HPV), de elevado poder oncogênico. Histórico e importância da citopatologia cervicovaginal O HPV apresenta subtipos e alguns são mais oncogênicos que outros. Anatomia e histologia do trato genital feminino O trato genital feminino é constituído por um conjunto de órgãos que apresenta como função principal a reprodução Anatomia e histologia do trato genital feminino É anatomicamente constituído por: órgãos genitais externos ou vulva; gônadas ou ovários; tubas uterinas; útero; vagina; clitóris; bulbo do vestíbulo e glândulas anexas (vestibulares maiores e menores). Anatomia e histologia do trato genital feminino Anatomia e histologia do trato genital feminino • Órgãos reprodutores externos • Vulva: • Monte púbico • Lábios maiores • Lábios menores • Clítoris • Hímen Anatomia e histologia do trato genital feminino Em histologia, o monte de vênus é constituído por tecido adiposo e recoberto por pelos. Os grandes lábios apresentam pelos, no entanto, os pequenos lábios (situados entre os grandes lábios) não. Apresenta epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, assim como a face interna dos grandes lábios e o clitóris. Anatomia e histologia do trato genital feminino • Órgãos reprodutores internos • Vagina • Útero • Trompas de Falópio • Ovários Anatomia e histologia do trato genital feminino Anatomia e histologia do trato genital feminino Anatomia e histologia do trato genital feminino VAGINA Anatomia e histologia do trato genital feminino A parede da vagina é constituída histologicamente por três camadas: uma mucosa interna, constituída de epitélio pavimentoso estratificado; uma outra camada muscular intermediária, composta de músculo liso e, por último, uma adventícia externa, de tecido conjuntivo denso. Anatomia e histologia do trato genital feminino VAGINA Anatomia e histologia do trato genital feminino ÚTERO Anatomia e histologia do trato genital feminino Anatomia e histologia do trato genital feminino A parede do corpo uterino possui uma túnica serosa, uma túnica muscular média e uma túnica mucosa interna. O perimétrio (peritônio), ou túnica serosa, é sustentado por uma fina camada de tecido conjuntivo. O miométrio, ou túnica muscular média, constitui a maior parte da parede do útero e é um tecido denso, formado por músculo liso suportado por tecido conjuntivo. O endométrio (túnica mucosa) apresenta-se de forma contínua através das tubas uterinas, sendo a região onde ocorrerá a implantação do óvulo fecundado em uma gestação normal. Anatomia e histologia do trato genital feminino O colo é a parte inferior do útero, dividindo-se em regiões supravaginal, com maior concentração de fibras musculares lisas, e vaginal, que apresenta maior quantidade de tecido conjuntivo. Anatomia e histologia do trato genital feminino COLO DO ÚTERO Macroscopicamente o colo está dividido em: Endocérvix : recobre o canal cervical (orifício cervical externo); Ectocérvix : recobre a porção externa vaginal do colo; Junção escamo colunar (JEC): região onde ocorre a junção abrupta dos dois epitélios. ENDOCÉRVICE ECTOCÉRVICE JUNÇÃO ESCAMO-COLUNAR (JEC) Anatomia e histologia do trato genital feminino Citologia normal do trato genital feminino As características citoplasmáticas, tais como quantidade e forma, coloração, presença ou não de vacuolizações, depósitos anormais de proteínas, entre outros fatores, podem estar alterados, indicando o grau de diferenciação celular Com relação ao núcleo, são analisados fatores como o aspecto, a coloração, o tamanho e a forma da membrana nuclear, indicando se a célula está com a morfologia nuclear normal ou se possui alterações (inflamatórias, pré- neoplásicas ou neoplásicas). Citologia normal do trato genital feminino Neoplasia intracelular cervical NIC Métodos de estudo citopatológicos As principais características positivas dos testes citológicos são: • técnica com menor grau de invasão, dispensando, na maioria das vezes, o uso de anestésicos; • chances remotas de complicações, durante e após a coleta; • resultados rápidos e de baixo custo. Métodos de estudo citopatológicos Os aspectos negativos: • a possibilidade de maior número de resultados inconclusivos, seja por características, como em amostras escassas ou com artefatos; • interpretação diagnóstica errônea, seja pela ausência da arquitetura tecidual; • dificuldade de acesso a certos órgãos e/ou dificuldade de obtenção de amostras representativas em algumas lesões; • além de menor visualização dos elementos celulares pela presença de sangue. Métodos de estudo citopatológicos Podemos dividir as amostras citopatológicas em dois grandes grupos, de acordo com a técnica empregada para a coleta das amostras: amostras obtidas através da punção aspirativa com agulha fina (PAAF) ou por capilaridade; amostras obtidas a partir da raspagem de uma lesão ou de células que descamam naturalmente (estão inclusos nesse grupo os raspados, escovados, lavados, e também as análises citológicas de escarro, urina, secreção de mamilo e líquidos cavitários). Obrigada!
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