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Questionário II - ESTUDOS DISCIPLINARES IX

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 Pergunta 1 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia a charge de autoria de Quino e o texto de autoria de Rubem Alves. 
 
 
 
Disponível 
em <http://blogs.sapo.pt/noauth?blog=perguntasparvas>. 
Acesso em 13 fev. 2015. 
 
Minha estrela é a educação. Educar não é ensinar matemática, física, 
química, geografia e português. Essas coisas podem ser aprendidas 
nos livros e nos computadores. Dispensam a presença do educador. 
Educar é outra coisa. De um educador pode-se dizer o que Cecília 
Meireles disse de sua avó – que foi quem a educou: “O seu corpo era 
um espelho pensante do universo”. O educador é um corpo cheio de 
mundos.... A primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O mundo é 
maravilhoso, está cheio de coisas assombrosas. Zaratustra ria vendo 
borboletas e bolhas de sabão. A Adélia ria vendo tanajuras em voo e 
um pé de mato que dava flor amarela. Eu rio vendo conchas, teias de 
aranha e pipocas estourando.... Quem vê bem nunca fica entediado 
com a vida. O educador aponta e sorri – e contempla os olhos do 
discípulo. Quando seus olhos sorriem, ele se sente feliz. Estão vendo a 
mesma coisa. Quando digo que minha paixão é a educação estou 
dizendo que desejo ter a alegria de ver os olhos dos meus discípulos, 
especialmente os olhos das crianças. 
Disponível 
em <http://rubemalves.com.br/site/educador.php>. Acesso em 10 
dez. 2014. 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 
I. A charge e o texto apresentam visões semelhantes sobre o ato de 
ensinar e o de educar. 
II. De acordo com Rubem Alves, o educador deve espelhar o mundo 
para os alunos, transmitindo os conhecimentos escolares necessários 
ao seu desenvolvimento pessoal e profissional. 
III. Os olhos dos discípulos sorrindo simbolizam a compreensão dos 
alunos em relação ao que o educador apontou. 
IV. De acordo com a charge e o texto, o saber do educador não é 
importante; o conhecimento só é essencial no ato de ensinar. 
 
Está correto o que se afirma somente em: 
 
Resposta Selecionada: c. 
I e III. 
Respostas: a. 
II e III. 
 
 
b. 
I e IV. 
 
c. 
I e III. 
 
d. 
I, III e IV. 
 
e. 
II e IV. 
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da 
resposta: 
Resposta: C. 
Comentário: I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Os 
dois textos indicam que há diferença entre ensinar e 
educar. Ensinar está ligado a transmitir conteúdo e 
educar está associado a despertar o olhar e a 
compreensão do outro. II – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Rubem Alves não reduz o ato de 
educar à transmissão de informações escolares 
importantes para o sucesso individual. III – Afirmativa 
correta. JUSTIFICATIVA. O olhar sorridente dos 
discípulos indica que a missão do educador foi cumprida 
e que ele apontou corretamente a direção da 
compreensão. 
IV – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Nenhum dos 
textos afirma que o educador não deve ter conhecimento. 
 
 Pergunta 2 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
 
Energia eólica no Brasil 
 
No início da década de 2000, uma grande seca no Brasil diminuiu o 
nível de água nas barragens hidrelétricas do país, causando uma grave 
escassez de energia. A crise, que devastou a economia do país e levou 
ao racionamento de energia elétrica, ressaltou a necessidade urgente 
do país em diversificar suas fontes de energia. (...) A primeira turbina de 
energia eólica do Brasil foi instalada em Fernando de Noronha em 
1992. Dez anos depois, o governo criou o Programa de Incentivo às 
Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) para incentivar a 
utilização de outras fontes renováveis, como eólica, biomassa e 
Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). (...) Desde a criação do 
Proinfa, a produção de energia eólica no Brasil aumentou de 22 MW em 
2003 para cerca de 1.000 MW em 2011 (quantidade suficiente para 
abastecer uma cidade de cerca de 400 mil residências). (...) Segundo o 
Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, publicado pelo Centro de Pesquisas 
de Energia Elétrica da Eletrobrás, o território brasileiro tem capacidade 
para gerar cerca de 140 GW. 
O potencial de energia eólica no Brasil é mais intenso de junho a 
 
dezembro, coincidindo com os meses de menor intensidade de chuvas, 
ou seja, nos meses em que falta chuva é exatamente quando venta 
mais! Isso coloca o vento como uma grande fonte suplementar à 
energia gerada por hidrelétricas, a maior fonte de energia elétrica do 
país. Durante esse período podem-se preservar as bacias hidrográficas 
fechando ou minimizando o uso das hidrelétricas. O melhor exemplo 
disto é na região do Rio São Francisco. Por essa razão, esse tipo de 
energia é excelente contra a baixa pluviosidade e a distribuição 
geográfica dos recursos hídricos existentes no país. A maior parte dos 
parques eólicos se concentra nas regiões nordeste e sul do Brasil. No 
entanto, quase todo o território nacional tem potencial para geração 
desse tipo de energia. 
 
Disponível 
em http://evolucaoenergiaeolica.wordpress.com/energia-eolica-
no-brasil/. Acesso em 05 nov. 2014 (com adaptações). 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa 
correta. 
 
I. De acordo com o texto, a energia eólica é uma alternativa viável para 
atender à demanda de cidades com até 400 mil habitantes. 
II. Em 2011, a energia eólica gerada no Brasil foi de menos de 1% do 
potencial eólico do país. 
III. De 2003 a 2011, a produção de energia eólica cresceu 978%. 
Resposta Selecionada: b. 
Apenas a afirmativa II está correta. 
Respostas: a. 
Apenas a afirmativa I está correta. 
 
b. 
Apenas a afirmativa II está correta. 
 
c. 
Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
 
d. 
Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
 
e. 
Todas as afirmativas estão corretas. 
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da 
resposta: 
Resposta: B. 
Comentário: I – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O 
texto afirma que a energia eólica gerada em 2011 era 
suficiente para atender a 400 mil residências, e não que 
se trata de uma alternativa para cidades de até 400 mil 
habitantes. II – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. De 
acordo com o texto, o Brasil tem capacidade para 
produzir 140 GW de energia eólica e, em 2011, produziu 
 
1.000MW, o que equivale a 1 GW. Assim, a produção foi 
de menos de 1% do potencial. III – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. No período, houve aumento de 978 
MW, o que equivale a um crescimento de 4.445%. 
Chega-se a esse valor, com os seguintes cálculos: 
978/22=44,45 e 44,45x 100 =4.445%. 
 
 Pergunta 3 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
 
Tá lá mais um corpo estendido no chão – Flavio Moura. 
 
Uma juíza de São Paulo mandou soltar o policial que matou o camelô 
Carlos Augusto Muniz Braga durante ação na Lapa, no último dia 18. 
De acordo com a ordem de soltura, o assassinato se deveu ao fato de 
que o braço esquerdo do PM foi seguro “bruscamente”. E ainda à 
situação tensa em que ele se encontrava, cercado de “populares 
insatisfeitos com a polícia no local”. O tumulto, no entender da juíza, 
justifica a necessidade de o policial “então encontrar-se armado”. O 
vídeo circulou por todo canto. 
 
O policial aponta por três minutos a arma em todas as direções. As 
pessoas em volta gritam “baixa a arma!”, enquanto dois colegas seus 
tentam imobilizar um vendedor de rua no chão. O vendedor se recusara 
a entregar os CDs piratas que tinha na mão. A polícia partiu pra cima e 
a situação se criou. 
 
Acuado, o assassino tira do bolso um spray de pimenta para dispersar o 
grupo ao redor. Ato contínuo, Carlos Augusto tenta tirar o spray de sua 
mão. É o que basta para ser executado. Ele ainda correu por alguns 
metros com a bala na cabeça, antes de tombar no asfalto. Isso às 17h, 
numa rua movimentada de um bairro de classe média de São Paulo. 
 
Não chega a surpreender a decisão da juíza (o nome da figura é Eliana 
Cassales Tosi de Melo e ela faz parte da 5ª Vara do Júri do Foro 
Central Criminal de São Paulo). A lógica peculiar é praxe entre seus 
colegas. Basta lembrar o juiz que recentemente queria manter preso o 
manifestante Fabio Hideki,detido injustamente em manifestação 
durante a Copa do Mundo, por considerá-lo “esquerda caviar”. 
 
O que assusta é a comoção relativamente branda em torno do episódio. 
Da declaração tosca do prefeito, “foi um ato isolado”, aos indignados de 
plantão das redes sociais, tudo se passou como se fosse mais um 
tropeço da polícia, entre tantos outros. 
 
Fiquei pensando o que ocorreria se a cena fosse na Paulista, nas 
manifestações de junho do ano passado. E se a vítima fosse um jovem 
de classe média quebrando uma vitrine de loja ou banco (gesto a meu 
ver mais grave do que vender CD pirata). O governo estadual corria o 
 
risco de ser deposto. 
 
Não custa lembrar que foi a violência policial o estopim para as 
manifestações de junho de 2013. As primeiras passeatas foram 
pequenas e reprovadas pela imprensa e pela maioria da população. 
Quando vieram à tona as cenas de manifestantes feridos por balas de 
borracha, o cenário virou. Dali em diante, os editoriais deram razão aos 
manifestantes e a classe média ganhou as ruas em defesa do direito de 
protestar. 
 
O episódio da semana passada me fez lembrar uma declaração do 
poeta Sergio Vaz, organizador dos saraus da Cooperifa. No 
documentário “Junho”, produzido pela TV Folha e bom retrato das 
manifestações do ano passado, ele pondera. “Bala de borracha? Se lá 
no meu bairro a polícia usasse bala de borracha meus amigos ainda 
estavam vivos”. 
 
Com todo respeito aos feridos em junho de 2013, o que se deu com o 
camelô Carlos Augusto é motivo para alguns milhares de passeatas. A 
letalidade da polícia brasileira é quatro vezes maior que a dos EUA e 
100 vezes maior que a inglesa. Se antes o Rio era o palco dos 
principais descalabros da corporação, esse posto agora parece ser 
ocupado por São Paulo. 
 
Na véspera do assassinato na Lapa, a PM paulista transformou o centro 
da cidade num campo de guerra, com gás lacrimogêneo e barricadas 
em chamas para despejar 200 ocupantes de um prédio vazio. Em 
apenas uma semana, a cidade viu repetir-se o despreparo e a 
truculência em duas regiões próximas. Se voltamos para trás no tempo, 
há exemplos a perder de vista. 
 
O governador segue blindado e na liderança das intenções de voto para 
as próximas eleições. E o prefeito, que não tem responsabilidade direta 
pela ação da PM, poderia retificar sua frase infeliz. Bem que a gente 
gostaria, mas o crime da semana passada não foi um ato isolado. 
 
Disponível em https://br.noticias.yahoo.com/blogs/flavio-
moura/ta-la-mais-um-corpo-estendido-no-chao-
030622918.html. Acesso em 07 nov. 2014. 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas. 
 
I. O autor mostra-se indignado com a banalização da morte, afirmando 
que as pessoas não se mobilizam diante da violência da polícia, seja 
ela contra ricos ou pobres. 
II. O autor destaca que a violência policial contra os trabalhadores e 
contra os moradores de periferia geralmente não ganha grande 
repercussão na mídia e não estimula protestos populares. 
III. O objetivo do texto é criticar a pirataria, que é crime e gera 
confrontos entre ambulantes e policiais, espalhando violência pela 
cidade. 
IV. O texto critica a violência da polícia brasileira, mas defende a 
atuação repressiva diante de manifestações e crimes, uma vez que é 
esse o papel da instituição. 
 
Está correto o que se afirmar somente em: 
Resposta Selecionada: e. 
II. 
Respostas: a. 
I e II. 
 
b. 
II e III. 
 
c. 
I e IV. 
 
d. 
II e IV. 
 
e. 
II. 
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da 
resposta: 
Resposta: E. 
Comentário: I – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O 
autor mostra-se indignado com a banalização da morte, 
mas afirma que, em geral, só há protestos contra a morte 
provocada por policiais quando a vítima é de classe 
média ou alta. II – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. O 
autor comenta sobre o caso do camelô assassinado, que 
foi pouco divulgado pela imprensa e não gerou protestos, 
e atribui isso ao fato de ele ser pobre. III - Afirmativa 
incorreta. JUSTIFICATIVA. O objetivo do texto é criticar a 
atuação violenta da polícia. IV - Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O autor não defende a atitude 
repressiva da polícia. 
 
 
 Pergunta 4 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
 
Geografia e meio ambiente: uma análise da legislação dos resíduos 
sólidos. 
Fernanda Sampaio da Silva 
 
O processo de industrialização foi responsável por grandes 
transformações urbanas. Influenciou a multiplicação de diversos ramos 
de serviços que caracterizam a cidade moderna. Também influenciou 
no desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação, que 
 
interligaram distintas regiões. Foi responsável pela maior produtividade 
e pela consequente elevação da produção agrícola. Contribuiu ainda 
com o êxodo rural. Além disso, introduziu um novo modo de vida e 
novos hábitos de consumo, criou novas profissões, promoveu uma nova 
estratificação da sociedade e uma nova relação desta com a natureza. 
 
Algumas das tecnologias existentes hoje no mercado ainda trazem 
problemas ao meio ambiente. Entre os resíduos gerados pelo avanço 
desenfreado da produção e do consumo são encontrados os resíduos 
sólidos industriais, que podem trazer impactos com consequências para 
a saúde das pessoas e ao meio ambiente, desde uma escala local até 
mesmo global. 
 
Para que se possa reduzir a geração de resíduos sólidos industriais, 
minimizando possíveis impactos negativos ao meio ambiente, é 
necessário que haja um processo de gestão para a diminuição de 
resíduos durante o processo produtivo e/ou, quando possível, 
substituição do material utilizado, por outro que tenha maior facilidade 
de ser reciclado. Portanto, a reciclagem é um elemento importante para 
a minimização de resíduos em lixões e aterros sanitários. 
 
Assim, a geração e a disposição dos resíduos sólidos industriais em 
locais inapropriados constituem um problema ambiental e, por isso, seu 
gerenciamento deve ocorrer de forma correta e dentro da legislação, 
para que não seja comprometida a qualidade de vida das pessoas e do 
meio ambiente. 
 
O controle do acondicionamento, armazenamento e destinação final 
dos resíduos sólidos perigosos deve ocorrer de acordo com a norma 
ABNT - NBR 1004 de 2004, que faz uma classificação dos resíduos. Os 
resíduos são classificados em Classe I quando se trata de resíduos 
sólidos perigosos (classificados pelo seu grau de risco à saúde pública) 
e Classe II quando são resíduos não perigosos. 
 
Os resíduos de Classe II são subdivididos em: Classe II A, quando não 
são inertes e Classe II B, inertes. Os resíduos sólidos gerados devem 
ser controlados nas indústrias, pois fazem parte do licenciamento pelo 
órgão ambiental competente. Por isso, para que esse órgão tenha 
conhecimento dos resíduos gerados, o Conselho Nacional do Meio 
Ambiente - CONAMA dispõe de uma resolução com o objetivo de 
inventariar os resíduos sólidos gerados em todo o país, para que seja 
elaborado o Plano Nacional para Gerenciamento de Resíduos Sólidos 
Gerados. O inventário é elaborado a partir de informações como 
quantidade, formas de acondicionamento e armazenamento e 
destinação final, enviadas trimestralmente ao órgão estadual 
competente (Resolução CONAMA Nº 313/2002). 
 
Disponível em http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-
2.2.2/index.php/reget/article/viewFile/4083 /2797. Acesso em 12 
nov. 2014 (com adaptações). 
 
Com base nas informações do texto, analise as afirmativas e assinale a 
alternativa correta. 
 
I. O controle da geração de resíduos sólidos industriais depende da 
conscientização do consumidor a fim de que modifique seus hábitos. 
II. A redução na geração de resíduos sólidos está atrelada ao 
gerenciamento do acondicionamento, armazenamento e destinação 
final dos resíduos classificados como perigosos. 
III. A resolução CONAMA Nº 313/2002, que trata do Plano Nacional 
para Gerenciamento de Resíduos Sólidos, tem como objetivo 
conscientizar a área industrial para que exista a redução da geração de 
resíduos sólidos. 
RespostaSelecionada: e. 
Nenhuma afirmativa está correta. 
Respostas: a. 
Apenas a afirmativa I está correta. 
 
b. 
Apenas a afirmativa II está correta. 
 
c. 
Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 
 
d. 
Apenas a afirmativa III está correta. 
 
e. 
Nenhuma afirmativa está correta. 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta: E. 
Comentário: I – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Os 
resíduos sólidos são gerados, como destaca o texto, 
pelos processos produtivos e, assim, a sua redução 
depende das indústrias, e não da conscientização do 
consumidor. II – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O 
texto destaca que os resíduos são gerados no processo 
de produção. III - Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. 
De acordo com o texto, a resolução tem o objetivo de 
inventariar os resíduos sólidos gerados em todo o país. 
 
 
 Pergunta 5 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto e analise as afirmativas a seguir. 
 
O celular se torna uma arma dos cidadãos contra a impunidade – Raquel 
Seco 
 
A polícia começou dizendo que o tiro que matou Carlos Augusto Braga na 
quinta-feira passada foi acidental. Poucas horas depois dos distúrbios no 
 
bairro da Lapa (São Paulo), desencadeados por uma operação contra a 
pirataria, a polícia se viu obrigada a retificar: o agente disparou contra a 
cabeça do vendedor ambulante de 30 anos quando este tentou tomar dele 
um spray de pimenta. Várias pessoas gravaram a cena. Os telefones 
celulares tornaram-se uma arma dos brasileiros contra a impunidade, 
especialmente das forças de segurança. A ONG Fórum Brasileiro de 
Segurança Pública registrou 1.890 mortes em operações policiais em 
2012, atribuídas “rotineiramente” a tiroteios com grupos criminosos. 
 
O que aconteceria se ninguém tivesse filmado? Em 2013, 75,5% dos 
brasileiros com mais de 10 anos de idade tinham um telefone celular, 5% a 
mais que no ano anterior, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística. 
 
Em 2012, Paulo Batista do Nascimento, de 25 anos, morreu em São Paulo 
depois de ser atingido por vários disparos da polícia. Um vizinho filmou-o 
sendo retirado de casa sob a acusação de ter participado em um assalto. 
Em dado momento, um policial se posiciona para atirar. Ouve-se um 
disparo e, quando a câmera volta a mostrar a rua, a viatura está indo 
embora. Os quatro policiais acusados foram absolvidos no mês passado. 
 
Em fevereiro, o país ficou chocado com a imagem de um adolescente 
agredido e acorrentado a um poste no Rio de Janeiro. Alguns vizinhos o 
castigaram por supostos roubos no bairro e produziram uma imagem 
especialmente dolorosa para uma nação que pôs fim à escravidão em 
1888. Yvonne Bezerra de Melo, a mulher de 66 anos que alertou as 
autoridades, recebeu uma enxurrada de insultos nas redes sociais por 
ajudar “um delinquente”. 
 
Cláudia Silva Ferreira, faxineira de 38 anos, morreu em 16 de março deste 
ano atingida por uma bala perdida em uma favela do Rio de Janeiro. A 
viatura policial que a levava para o hospital arrastou seu corpo pendurado 
no porta-malas por 250 metros. Um motorista gravou tudo. O escândalo foi 
enorme. Seis policiais acusados de matá-la já haviam retornado ao 
trabalho em julho, embora em funções longe das ruas, de acordo com o 
jornal O Globo. 
 
Há algumas semanas, em um centro comercial de São Paulo, a polícia 
abordou dois jovens negros por suspeitar que tinham roubado uma loja de 
roupas. Até chegar o momento em que a dona do comércio defendeu os 
dois, confirmando que haviam pagado por tudo o que tinham na sacola. 
Dezenas de pessoas gravaram a cena para deixar claro o que estava 
acontecendo, enquanto uma multidão se reuniu para gritar em defesa dos 
jovens. Os garotos e o pai deles denunciaram o comportamento da polícia. 
 
A onda de linchamentos na América Latina também chegou ao Brasil. Em 
abril, durante a febre de execuções populares, o sociólogo José de Souza 
Martins dizia ao EL PAÍS: “Três anos atrás, eram três ou quatro por 
semana. Depois das manifestações de junho (de 2013), passaram a uma 
média de uma tentativa por dia. Hoje temos mais de uma tentativa por dia”. 
Um jovem de 24 anos foi espancado até a morte por vizinhos dentro do 
hospital onde era examinado para determinar se ele havia estuprado um 
menor. Uma pessoa filmou dezenas de pessoas invadindo o centro 
médico. No total, 24 pessoas estão sendo investigadas. 
 
O presídio do Maranhão, que enfrenta problemas de corrupção, 
superlotação e insegurança, chamou a atenção da mídia novamente 
quando o jornal Folha de S. Paulo publicou o vídeo, extremamente 
violento, no qual três prisioneiros apareciam decapitados. 
 
Disponível 
em http://brasil.elpais.com/brasil/2014/09/21/sociedad/141133359
3_390676.html. Acesso em 24 set. 2014. 
 
I. As imagens captadas por celulares, de acordo com o texto, podem ser 
uma arma para os cidadãos se defenderem da arbitrariedade do poder 
público. 
II. De acordo com o texto, os celulares têm contribuído para a redução da 
violência no Brasil. 
III. As imagens gravadas serviram de prova em 1.890 mortes ocorridas em 
operações policiais em 2012. 
 
É correto o que se afirma apenas em: 
Resposta Selecionada: a. 
I. 
Respostas: a. 
I. 
 
b. 
I e II. 
 
c. 
III. 
 
d. 
I e III. 
 
e. 
II e III. 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta: A. 
Comentário: I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. O texto 
cita vários casos em que o registro com o celular serviu de 
prova para revelar crimes e arbitrariedades do poder estatal. 
II – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O texto não cita 
redução da violência, muito menos provocada pelo uso do 
celular. A matéria apenas indica o celular como uma 
ferramenta de defesa dos cidadãos. III – Afirmativa 
incorreta. JUSTIFICATIVA. Esse número refere-se às 
mortes ocorridas em operações policiais em 2012. 
 
 
 Pergunta 6 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Com base no texto a seguir, analise as afirmativas. 
 
O vírus letal da xenofobia – Eliane Brum 
 
Uma epidemia, como Albert Camus sabia tão bem, revela toda a doença 
de uma sociedade. A doença que esteve sempre lá, respirando nas 
sombras (ou nem tão nas sombras assim), manifesta sua face horrenda. 
Foi assim no Brasil na semana passada. Era uma suspeita de ebola, fato 
suficiente, pela letalidade do vírus, para exigir o máximo de seriedade das 
autoridades de saúde, como aconteceu. Descobrimos, porém, a 
deformação causada por um vírus que nos consome há muito mais tempo, 
o da xenofobia. E, como o outro, o “estrangeiro”, a “ameaça”, era africano 
da Guiné, exacerbada por uma herança escravocrata jamais superada. 
 
O racismo no Brasil não é passado, mas vida cotidiana conjugada no 
presente. A peste não está fora, mas dentro de nós. Foi ela, a peste dentro 
de nós, que levou à violação dos direitos mais básicos do homem sobre o 
qual pesava uma suspeita de ebola. Contrariando a lei e a ética, seu nome 
foi exposto. Seu rosto foi exposto. O documento em que pedia refúgio foi 
exposto. Ele não foi tratado como um homem, mas como o rato que traz a 
peste para essa Oran chamada Brasil. Deste crime, parte da imprensa, se 
tiver vergonha, se envergonhará. 
 
Ainda existe a espera de um segundo teste para o vírus do ebola. Não 
importa se der negativo ou positivo, devemos desculpas. Não sei se há 
desamparo maior do que alcançar a fronteira de um país distante, nessa 
solidão abissal. E pedir refúgio, essa palavra-conceito tão nobre, ao 
mesmo tempo tão delicada. E então se sentir mal, e cada um há de saber 
como a fragilidade da carne nos escava. Corrói mesmo aqueles que têm o 
melhor plano de saúde num país desigual. Ele, desabitado da língua, era 
desterrado também do corpo. Para alcançar o que viveu o homem 
desconhecido, porque o que se revelou dele não é ele, mas nós, é preciso 
vê-lo como um homem, não como um rato que carrega um vírus. Para 
alcançá-lo, é preciso vestir o homem. Mas só um humano pode vestir um 
humano. 
 
E logo ouviu-se o clamor. Não é hora de fechar as fronteiras?, cobrou-se 
dasautoridades. Que os ratos fiquem do lado de fora, onde sempre 
estiveram. Que os ratos apodreçam e morram. Para os ratos não há 
solidariedade nem compaixão. Parece que nada se aprendeu com a Aids, 
com aquele momento de vergonha eterna em que os gays foram 
escolhidos como culpados, o preconceito mascarado como necessária 
medida sanitária. 
 
E quem são os ratos, segundo parte dos brasileiros? 
 
Há sempre muitos, demais, nas redes sociais, dispostos a despejar suas 
 
vísceras em praça pública. No Facebook, desde que a suspeita foi 
divulgada, comprovou-se que uma das palavras mais associadas ao ebola 
era “preto”. “Ebola é coisa de preto”, desmascarou-se um no Twitter. 
“Alguém me diz por que esses pretos da África têm que vir para o Brasil 
com essa desgraça de bactéria (sic) de ebola”, vomitou outro. “Graças ao 
ebola, agora eu taco fogo em qualquer preto que passa aqui na frente”, 
defecou um terceiro. Acreditam falar, nem percebem que guincham. 
 
“Descrever uma epidemia é uma forma magistral de revelar as diversas 
formas de totalitarismo que maculam uma sociedade. Neste quesito, os 
brasileiros não economizaram. A divulgação, por meios de comunicação 
que atingem dezenas de milhões de pessoas, da foto de um homem 
negro, vindo da África, como suspeito de ebola, foi a apoteose do 
fantasma do estrangeiro como portador da doença”, afirmou a esta coluna 
Deisy Ventura, professora de direito internacional da Universidade de São 
Paulo, pesquisadora das relações entre direito e saúde, autora do livro 
Direito e Saúde Global – O caso da pandemia de gripe A (H1N1). “Veja 
que este fantasma é mobilizado em relação aos pobres, sobretudo negros, 
nunca em relação aos estrangeiros ricos e brancos. O escravagismo, 
terrível doença da sociedade brasileira, associa-se ao desejo conjuntural 
de dizer: este governo não deveria ter deixado essas pessoas entrarem. É 
uma espécie de lamento: tanto se esforçaram as elites para branquear 
este país, e agora querem preteá-lo?” 
 
A África desponta, de novo e sempre, como o grande outro. Todo um 
continente povoado por nuances e diversidades reduzido à 
homogeneidade da ignorância – a um fora. 
 
Como disse um imigrante de Burkina Faso à repórter Fabiana Cambricoli, 
do jornal O Estado de S. Paulo: “Os brasileiros não sabem que Burkina 
Faso é longe dos países que têm ebola. Acham que é tudo a mesma coisa 
porque somos negros”. 
 
Ele e dezenas de imigrantes de diversos países da África estão sendo 
hostilizados e expulsos de lugares públicos na cidade de Cascavel, no 
Paraná, onde o primeiro caso suspeito foi identificado. Tornaram-se “os 
caras com ebola”, apontados na rua “como os negros que trouxeram o 
vírus para o Brasil”. 
 
O ebola não parece ser um problema quando está na África, contido entre 
fronteiras. Lá é destino. O ebola só é problema, como escreveu o 
pesquisador francês Bruno Canard, porque o vírus saiu do lugar em que o 
Ocidente gostaria que ele ficasse. 
 
“A militarização da resposta ao ebola, que com a anuência do Conselho de 
Segurança das Nações Unidas, em setembro último, passou da 
Organização Mundial da Saúde a uma Missão da ONU, revela que a 
grande preocupação da comunidade internacional não é a erradicação da 
doença, mas a sua contenção geográfica”, reforça Deisy Ventura. 
 
Para o homem que alcançou o Brasil em busca de refúgio e teve sua 
dignidade violada na exposição de seu nome, rosto e documentos, ainda 
existe a espera de um segundo teste para o vírus do ebola. Não importa 
se der negativo ou positivo, devemos desculpas. Devemos reparação, 
ainda que saibamos que a reparação total é uma impossibilidade, e que 
essa marca pública já o assinala. Não é uma oportunidade para ele, é para 
nós. 
 
É preciso reconhecer o rato que respira em nós para termos alguma 
chance de nos tornarmos mais parecidos com um humano. 
 
Disponível 
em http://brasil.elpais.com/brasil/2014/10/13/opinion/1413206886
_964834.html. Acesso em 13 out. 2014. 
 
I. Metaforicamente, a xenofobia é uma peste que se espalha na sociedade, 
alimentada por postagens em redes sociais. 
II. A xenofobia manifesta-se, no Brasil, contra o estrangeiro em geral, pois 
somos um povo ainda culturalmente atrasado. 
III. O ódio e o preconceito são geralmente dirigidos a grupos socialmente 
excluídos ou desprivilegiados. 
 
De acordo com o texto, é correto o que se afirma em: 
Resposta Selecionada: d. 
I e III, apenas. 
Respostas: a. 
I, II e III. 
 
b. 
I, apenas. 
 
c. 
II, apenas. 
 
d. 
I e III, apenas. 
 
e. 
III, apenas. 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta: D. 
Comentário: I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A 
autora compara a xenofobia com uma peste, provocada por 
um vírus, e considera que o preconceito e o ódio têm sido 
disseminados nas redes sociais. II – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O texto deixa claro que o preconceito se 
manifesta contra os imigrantes pobres, que vêm de países 
subdesenvolvidos. III – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O texto destaca que o ódio e o preconceito 
se dirigem aos negros e aos pobres. 
 
 
 Pergunta 7 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto e a charge a seguir. 
 
Podemos modificar a forma de ensinar – José Manoel Moran 
 
Ensinar e aprender exigem, hoje, muito mais flexibilidade espaço-
temporal, pessoal e de grupo, menos conteúdos fixos e processos mais 
abertos de pesquisa e de comunicação. Uma das dificuldades atuais é 
conciliar a extensão da informação, a variedade das fontes de acesso, 
com o aprofundamento da sua compreensão, em espaços menos rígidos, 
menos engessados. Temos informações demais e dificuldade em escolher 
quais são significativas para nós e conseguir integrá-las dentro da nossa 
mente e da nossa vida. 
 
A aquisição da informação dependerá cada vez menos do professor. As 
tecnologias podem trazer hoje dados, imagens, resumos de forma rápida 
e atraente. O papel do professor - o papel principal - é ajudar o aluno a 
interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los. 
 
Aprender depende também do aluno, de que ele esteja pronto, maduro, 
para incorporar a real significação que essa informação tem para ele, para 
incorporá-la vivencialmente, emocionalmente. Enquanto a informação não 
fizer parte do contexto pessoal - intelectual e emocional - não se tornará 
verdadeiramente significativa, não será aprendida verdadeiramente. 
 
Ensinar com as novas mídias será uma revolução, se mudarmos 
simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm 
distantes professores e alunos. Caso contrário, conseguiremos dar um 
verniz de modernidade, sem mexer no essencial. A Internet é um novo 
meio de comunicação, ainda incipiente, mas que pode ajudar-nos a rever, 
a ampliar e a modificar muitas das formas atuais de ensinar e de 
aprender. 
 
Disponível 
em http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/T6%20TextoMoran
.pdf. Acesso em 18 dez 2014 (com adaptações). 
 
 
 
 
Disponível em http://www.cartuns.com.br/page1.html. Acesso em 18 
dez. 2014. 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa 
correta. 
 
I. Segundo o texto, no futuro, os professores não serão mais necessários 
 
no processo de ensino e aprendizagem. 
II. A charge enaltece o fato de que já dispomos, hoje em dia, de 
profissionais autodidatas, que aprenderam suas profissões consultando a 
internet, o que corrobora o texto. 
III. A charge e o texto destacam a internet como forma de aprendizagem e 
consideram ultrapassadas as formas tradicionais de ensino. 
IV. Segundo o texto, é importante que o conteúdo a ser aprendido faça 
parte da realidade do aluno; se não o fizer, não há a necessidade de se 
ensinar tal conteúdo. 
Resposta Selecionada: a. 
Nenhuma afirmativa está correta. 
Respostas: a. 
Nenhuma afirmativa está correta. 
 
b. 
Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
 
c. 
Apenas as afirmativas I e IV estão corretas. 
 
d. 
Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 
 
e. 
Todas as afirmativas estão corretas.Feedback 
da 
resposta: 
Resposta: A. 
Comentário: I – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O 
texto não afirma que professores não serão necessários, 
mas que alunos terão mais acessos a dados e informações 
e que o papel dos professores será auxiliá-los na 
interpretação. I – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A 
charge é irônica e revela o frágil preparo do candidato que 
tem como base de sua instrução o “Google”. III – Afirmativa 
incorreta. JUSTIFICATIVA. A reportagem destaca a 
presença de tecnologias em novas formas de ensino, mas 
nem ela nem a charge consideram ultrapassados os 
modelos tradicionais. IV – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O texto afirma que a informação tem de 
passar a fazer parte do contexto do aluno para que a 
aprendizagem seja mais efetiva. 
 
 
 Pergunta 8 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
 
Criada por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisa da 
Amazônia (Inpa), a tecnologia nomeada "Ecolágua" utiliza raios 
ultravioleta (UV) para purificar água de rios e torná-la potável em 
poucos segundos. A ideia surgiu após apelo de indígenas, que 
 
revelaram mortes por ingestão de água contaminada no interior do 
Amazonas. Segundo o desenvolvedor do equipamento, o pesquisador 
alemão Roland Vetter, a iniciativa para elaboração da tecnologia veio 
em forma de apelo. Índios da etnia Deni pediram ajuda para frear a 
ocorrência de doenças causadas por água contaminada. “Nós 
queríamos instalar para eles um secador solar para madeira e frutas. 
Eles disseram ‘É muito bom, mas não é disso que precisamos’. Eles 
estavam morrendo por ingerir água suja do rio Xeruã”, contou. 
 
Conforme Vetter, 11 índios Deni morreram vítimas de doenças 
diarreicas causadas por bactérias da espécie Escherichia coli somente 
em 2005. O quadro clínico, semelhante ao da cólera, assustou os 
indígenas. 
 
De acordo com o pesquisador, a desinfecção da água ocorre porque os 
microrganismos, em contato com os raios ultravioleta tipo C, perdem a 
capacidade de se multiplicar. Em termos técnicos, a luz provoca um 
dano fotoquímico instantâneo no material genético dos microrganismos, 
o que causa o efeito desinfetante. 
 
Anteriormente nomeado ‘Água Box’, o equipamento pesa cerca de 15 
kg e pode "limpar" facilmente água de rios, poços e da chuva. De 
acordo com Vetter, água de rios urbanos, como a Bacia do Turamã, em 
Manaus, ou o Rio Tietê, em São Paulo, também pode ser purificada 
pelo equipamento, que realiza uma filtragem prévia para conter alguns 
resíduos sólidos, como areia e outros sedimentos. 
 
A luz do sol é capturada por painéis solares, que mantêm carregada 
uma bateria dentro do equipamento. Dessa forma, a tecnologia garante 
o funcionamento de uma lâmpada ultravioleta, responsável pela 
destruição dos microrganismos. Com o processo de filtragem adequado 
- cujo equipamento específico é anexado ao Ecolágua -, o pesquisador 
do Inpa, Ray Cleise, que fez parte da concepção da tecnologia, garante 
que águas turvas podem se tornar límpidas. 
 
A máquina garante a eficiência de desinfecção em 99,99%, conforme 
testes feitos em laboratório. Uma mostra d'água coletada do Rio 
Solimões constatou a contaminação por bactérias Escherichia coli, que 
estão presentes no intestino humano, além de índices de turbidez 
superiores ao admissível. Após o tratamento com a tecnologia, as 
bactérias foram destruídas e a turvação passou de 27,90 UNT - 
Unidade Nefelométrica de Turbidez - para 1,64 UNT. O produto 
começou a ser disponibilizado no mercado há cerca de dois meses, 
pela empresa Qluz Ecoenergia. De acordo com o empresário 
responsável pela venda do produto, Roberto Lavor, a expectativa é de 
que a máquina beneficie não só brasileiros, mas também pessoas de 
todas as regiões do mundo. "Nós temos um grande potencial de água 
doce, que não é mais potável, pois está suja e cheia de impurezas. 
Vivemos na maior bacia hidrográfica do planeta, mas que não garante 
aos ribeirinhos o acesso à água potável. O 'Ecolágua' é um instrumento 
viável que torna a água potável de forma quase instantânea", explicou 
Lavor. 
 
Disponível 
em http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2014/11/na-
amazonia-tecnologia-usa-raios-uv-e-sol-para-purificar-agua-de-
rios.html. Acesso em 12 nov. 2014 (com adaptações). 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa 
correta. 
 
I. O raio ultravioleta do tipo C é usado para purificar a água de rios por 
meio de danos no material genético dos microrganismos. 
II. O equipamento desenvolvido pelo Inpa é composto por um conjunto 
de filtros para redução da turbidez da água. 
III. O Ecolágua tem painéis solares, que alimentam uma bateria 
responsável pelo funcionamento de uma lâmpada ultravioleta cuja 
função é danificar o material genético dos microrganismos. 
IV. O Ecolágua tem filtros que, alimentados por uma bateria, são 
capazes de retirar todo material particulado da água em tratamento. 
V. Ray Cleise, que fez parte da concepção do desenvolvimento do 
equipamento, garante que águas turvas podem se tornar límpidas 
apenas pela ação solar. 
Resposta Selecionada: c. 
Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 
Respostas: a. 
Apenas as afirmativas I e V estão corretas. 
 
b. 
Apenas as afirmativas II e IV estão corretas. 
 
c. 
Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 
 
d. 
Apenas a afirmativa III está correta. 
 
e. 
Nenhuma afirmativa está correta. 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta: C. 
Comentário: O texto afirma que os microrganismos, 
quando expostos aos raios ultravioleta tipo C, perdem a 
capacidade de se multiplicar. Esse tipo de luz provoca 
danos fotoquímicos instantâneos no material genético 
das bactérias, o que gera efeito desinfetante. O texto 
descreve o Ecolágua como um equipamento composto 
de painéis solares, bateria e uma lâmpada ultravioleta. A 
aplicação de equipamentos de filtragem complementa a 
 
ação do Ecolágua. 
 
 Pergunta 9 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia o texto a seguir. 
 
Para especialista da OMS, ebola pode ter matado milhares além do 
oficial. 
Especialista diz que famílias podem ter enterrado pessoas em segredo. 
Cálculo é baseado em taxa de mortalidade de países mais afetados. 
 
Agência France Presse (AFP) 
 
O número real de vítimas mortais da letal epidemia de ebola 
provavelmente excederá em milhares as 4.818 do último balanço, 
difundido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), advertiu um 
especialista desta organização. "Há muitíssimas mortes não registradas 
nesta epidemia", afirmou à AFP Christopher Dye, responsável pela 
Estratégia da OMS, considerando que as vítimas mortais fora do 
registro oficial podem chegar a 5 mil. 
 
Para chegar a esse número, ele se baseou na taxa de mortalidade da 
doença nos países mais afetados (Guiné, Serra Leoa e Libéria), que é 
de 70%. A OMS estimou haver um total de 13.042 casos 
diagnosticados, o que significa que muitas mortes não foram 
comunicadas. 
 
Segundo Dye, uma explicação para essa diferença é que as pessoas 
teriam enterrado familiares em segredo, para evitar que autoridades 
interferissem em seus ritos funerários, que incluem lavar e tocar o 
morto. O contato com pessoas portadoras do vírus é o responsável por 
boa parte dos contágios, razão pela qual as autoridades sanitárias dos 
países afetados no oeste da África estão realizando um forte trabalho 
de conscientização para que os corpos das pessoas infectadas sejam 
incinerados. 
 
Disponível 
em http://g1.globo.com/bemestar/ebola/noticia/2014/11/para-
especialista-da-oms-ebola-pode-ter-matado-milhares-alem-do-
oficial.html. Acesso em 07 nov. 2014 (com adaptações). 
 
Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas. 
 
I. Se a taxa de mortalidade é de 70% e o número total de casos é de 
13.042, estimam-se mais de 9.000 mortes. 
II. Segundo o texto, os rituais funerários de vários grupos revelam 
ignorância e atraso cultural e isso explica o fato de algumas doenças 
primitivas só existirem no continenteafricano. 
III. Segundo o texto, as pessoas enterram seus familiares em segredo 
 
porque as normas para evitar o contágio impediriam seus rituais. 
 
Está correto o que se afirma em: 
Resposta Selecionada: a. 
I e III, somente. 
Respostas: a. 
I e III, somente. 
 
b. 
I e II, somente. 
 
c. 
III, somente. 
 
d. 
I, somente. 
 
e. 
I, II e III. 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta: A. 
Comentário: I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. 
Calculando-se o produto 0,70x13.042, chega-se ao 
número de 9.129 mortes. II – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O texto não afirma que os povos são 
ignorantes ou atrasados, apenas informa que deve haver 
mortes não declaradas. 
III – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Os ritos incluem 
lavar e tocar os mortos, de acordo com o texto. Essas 
práticas seriam proibidas pelos órgãos públicos porque 
poderiam propagar o vírus. 
 
 
 Pergunta 10 
0,5 em 0,5 pontos 
 
Leia a charge e a notícia a seguir. 
 
 
 
Disponível 
em https://www.facebook.com/BoicoteOConsumismo/photos. 
Acesso em 13 nov. 2014. 
 
Brasil desperdiça 40 mil toneladas de alimentos todos os dias 
 
Embrapa diz que 19 milhões de pessoas poderiam ser alimentadas com 
alimento jogado fora. De acordo com o órgão, o desperdício ocorre, 
principalmente, durante a preparação de refeições. 
 
Mônica Clica/Flickr 
 
 
São Paulo 
– O desperdício de alimentos no Brasil chega a 40 mil toneladas por 
dia, segundo pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa 
Agropecuária (Empraba). Anualmente, a quantia acumulada é suficiente 
para alimentar cerca de 19 milhões de pessoas diariamente. De acordo 
com o estudo, a maior parte dos alimentos é desperdiçada durante o 
preparo das refeições. 
 
O nutricionista Gilcélio Gonçalves de Almeida explica que grande parte 
dos nutrientes dos alimentos está na casca e que se perde muito com o 
hábito de descascar legumes e frutas. “A casca da banana pode ser 
usada para fazer doce ou farofa e ela continua com as propriedades 
alimentares que ela tem”, argumenta. Além disso, o nutricionista aponta 
que a casca da abóbora ajuda a controlar o açúcar no sangue. 
 
Disponível em http://www.redebrasilatual.com.br. Acesso em 13 
nov. 2014 (com adaptações). 
 
Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas. 
 
I. A culpa pelo desperdício de alimentos é, em grande parte, atribuída 
ao cultivo de produtos orgânicos, como mostram os dois textos, pois 
esse tipo de produção requer técnicas que descartam partes das frutas, 
das verduras e dos legumes. 
II. A crítica da charge baseia-se na oposição entre aqueles que podem 
escolher o consumo de produtos mais caros e os que não têm acesso à 
alimentação digna. 
III. O foco da charge é a crítica à produção de orgânicos, que, por 
serem em geral mais caros do que os não orgânicos, geram mais 
desperdícios. 
IV. De acordo com a notícia, estima-se que 19 milhões de pessoas 
passem fome no Brasil. 
 
Está correto o que se afirma somente em: 
Resposta Selecionada: e. 
II. 
Respostas: a. 
I e II. 
 
b. 
II e III. 
 
c. 
I e IV. 
 
d. 
II e IV. 
 
e. 
 
II. 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta: E. 
Comentário: I – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. 
Nenhum dos textos culpa os produtos orgânicos pelo 
desperdício de alimentos. II – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O humor é construído pelo contraste 
irônico dos personagens. De um lado, os que podem 
optar por produtos mais refinados, por terem bom poder 
aquisitivo; de outro, o menino pobre, que tem que se 
alimentar com o que acha no lixo. Também a polissemia 
da palavra “orgânico” contribui para o efeito humorístico. 
III – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O foco da 
charge é a crítica à desigualdade social existente no 
mundo. IV – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A 
notícia afirma que o desperdício poderia alimentar 19 
milhões de pessoas diariamente, e não que esse é o 
número de brasileiros que passam fome.

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