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Maria da Penha

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REALITY CONCURSOS 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lei 11.340/2006 
 
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Cadernos Aplicados e Mentoria 
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LEI MARIA DA PENHA 
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REALITY CONCURSOS 2 
 
SUMÁRIO 
LEI MARIA DA PENHA ....................................................................................................................................... 4 
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 ..................................................................................................... 4 
Introdução ................................................................................................................................................ 4 
Disposições Preliminares .......................................................................................................................... 5 
Interpretação da Lei Maria da Penha ....................................................................................................... 6 
Da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher ................................................................................. 6 
Sujeito Ativo ............................................................................................................................................. 9 
Sujeito Passivo ........................................................................................................................................ 12 
Jurisprudência ........................................................................................................................................ 13 
Âmbito de Aplicação ............................................................................................................................... 14 
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER ............................................... 15 
Violência Física ....................................................................................................................................... 15 
Violência Psicológica............................................................................................................................... 16 
Violência Sexual ...................................................................................................................................... 16 
Violência Patrimonial.............................................................................................................................. 16 
Violência Moral ...................................................................................................................................... 16 
Substituição da Pena Privativa de Liberdade por Restritiva de Direitos ................................................. 17 
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR ................................. 18 
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO ......................................................................................... 18 
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR ............................. 19 
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL ................................................................................... 22 
DOS PROCEDIMENTOS ............................................................................................................................... 27 
Disposições Gerais .................................................................................................................................. 27 
Das Medidas Protetivas de Urgência ...................................................................................................... 31 
Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor............................................................... 33 
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida.................................................................................... 35 
Instrumentos para Proteção Patrimonial ............................................................................................... 36 
Do crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência ....................................................... 37 
Da Atuação do Ministério Público .......................................................................................................... 38 
Da Assistência Judiciária ......................................................................................................................... 38 
Da Equipe de Atendimento Multidisciplinar ........................................................................................... 39 
Disposições Transitórias ......................................................................................................................... 39 
Disposições Finais ................................................................................................................................... 40 
Referências Bibliográficas ........................................................................................................................... 42 
 
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REALITY CONCURSOS 3 
 
 
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REALITY CONCURSOS 4 
 
LEI MARIA DA PENHA 
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 
Introdução 
 
A Lei nº 11.340/2006 tem por finalidade coibir a violência doméstica e familiar contra a 
mulher. Esse diploma normativo é amplamente conhecido como Lei Maria da Penha, uma 
referência a Maria da Penha Maria Fernandes. 
Esta senhora sofreu agressões por parte de seu marido por anos, sem buscar a tutela dos 
órgãos estatais. No dia 29 de maio de 1983, em Fortaleza (CE), foi atingida enquanto dormia 
por um tiro de espingarda disparado por seu marido. 
Como consequência desse tiro, Maria ficou paraplégica. Não satisfeito com o resultado 
dessa violência, que tinha como finalidade a morte da mesma, depois de alguns dias o marido 
tentou outra investida: eletrocutá-la durante o banho. Seis meses antes da prescrição, o marido 
foi condenado, em razão dos crimes, a cumprir pena de dez anos em regime aberto. 
A história de Maria da Penha foi objeto de tamanha repercussão internacional que o 
Comitê Latino-Americano e Caribe para Defesa da Mulher (CLADEM) formalizou denúncia à 
Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). 
Em 2001, o Brasil foi condenado por meio de um relatório da OEA, que impôs um 
pagamento de indenização de 20 mil dólares em favor de Maria da Penha, responsabilizando o 
Estado Brasileiro pela negligência e omissão em relação à violência doméstica, e recomendando 
a adoção de várias medidas, entre elas a de simplificar procedimentos judiciais, diminuindo os 
prazos processuais de julgados. 
Diante da inércia do Estado Brasileiro, o caso foi levado à Comissão Interamericana de 
Direitos Humanos, que proferiu o seguinte: 
Relatório 54/2001 – A ineficácia judicial, a impunidade e a impossibilidade de a vítima 
obter uma reparação mostra a falta de cumprimento do compromisso assumido pelo Brasil de 
reagir adequadamente ante a violência doméstica. 
Cinco anos após o relatório, foi editada a Lei Maria da Penha. 
Está é a razão da referência que o art. 1º da Lei Maria da Penha faz à Convenção sobre 
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres e à Convenção 
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher. 
 
 
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das 
formas de violação dos direitos humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 5 
 
Disposições Preliminares 
 
Inicialmente, destaca-se que a Lei 11.340/2006 possui inúmeras finalidades. 
Não se trata de uma lei estritamente penal,possui dispositivos relacionados à segurança 
pública, cria mecanismos de proteção à mulher, traz elementos de natureza cível, por isso se 
diz que é uma lei multidisciplinar abordando vários ramos do Direito. 
 
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência 
doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 
da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas 
as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção 
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra 
a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela 
República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados 
de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece 
medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de 
violência doméstica e familiar. 
 
Trata-se de norma que criou mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e 
familiar contra a mulher. Essa norma busca fundamento no art. 226, ß8º, da CF, e em diversos 
diplomas internacionais. A nossa Constituição estabelece: 
 
Art. 226, § 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa 
de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a 
violência no âmbito de suas relações. 
 
A Lei, já no seu início, reitera os direitos e garantais fundamentais das mulheres, 
afirmando que deve ser assegurado uma vida digna, livre de qualquer violência. Para que isso 
seja assegurado, o Poder Assim, podemos concluir que as finalidades da Lei Maria da Penha são: 
➢ Criação de mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar 
contra a mulher; 
➢ Criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; 
➢ Estabelecer medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência 
doméstica e familiar. 
Além disso, a Lei Maria da Penha deixa claro que esse dever não é apenas do Estado, mas 
constitui o da família e da sociedade. 
 
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, 
orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, 
goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-
lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem 
violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento 
moral, intelectual e social. 
 
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício 
efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à 
educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao 
lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito 
e à convivência familiar e comunitária. 
 
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REALITY CONCURSOS 6 
 
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os 
direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e 
familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
 
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições 
necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput. 
 
Interpretação da Lei Maria da Penha 
A Lei 11.340/2006 foi pensada para proteger a mulher em um cenário de violência 
doméstica e familiar. Assim, obviamente, deve ser interpretada levando em consideração as 
condições peculiares da mulher e os fins sociais a que se destina, nos termos do art. 4º. Devemos 
interpretar a lei sempre de modo a proteger a mulher vulnerável. 
 
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais 
a que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das 
mulheres em situação de violência doméstica e familiar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher 
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REALITY CONCURSOS 7 
 
 
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e 
familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão BASEADA NO 
GÊNERO que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou 
psicológico e dano moral ou patrimonial: 
 
I - No âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço 
de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, 
inclusive as esporadicamente agregadas; 
 
II - No âmbito da família, compreendida como a comunidade 
formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, 
unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; 
 
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor 
conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de 
coabitação. 
 
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo 
independem de orientação sexual. 
 
A lei Maria da Penha NÃO PROTEGE a mulher de forma indiscriminada. O objeto 
jurídico protegido pela norma é a mulher VULNERÁVEL, HIPOSSUFICIENTE. 
 
É importante compreender bem as definições trazidas pela lei no que se refere à violência 
doméstica e familiar contra a mulher. Essa violência consiste numa ação ou omissão baseada 
no gênero. 
 
O conceito de gênero surgiu a partir de 1980, na tentativa de aumentar o entendimento a 
respeito das diferenças e desigualdades com relação aos sexos, que eram entendidas como 
expressões de comportamentos sociais rigorosos, ligados por meio das diferenças biológicas 
entre homem e mulher, com foco nos aspectos sociais dessa relação desigual. A mulher é a 
maior vítima da violência de gênero. Estudos confirmam que em cerca de 95% dos casos de 
violência praticada contra a mulher, o homem é o agressor. 
 
Assim, violência de gênero contra mulher é toda a e qualquer ação ou omissão, 
baseada no gênero, capaz de causar morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico 
ou que possa ocasionar dano moral ou patrimonial, quando praticado: 
➢ No âmbito doméstico; 
➢ No âmbito familiar; ou 
➢ Em decorrência de relação de afeto. 
 
Violência baseada em gênero é aquela violência fundamentada na vulnerabilidade, 
hipossuficiência e na discriminação da mulher. A vulnerabilidade poderá se 
contextualizar a esfera física ou financeira. 
 
 
REQUISITO 1 REQUISITO 2 REQUISITO 3 
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REALITY CONCURSOS 8 
 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ou 
FAMILIAR CONTRA MULHER 
VIOLÊNCIA BASEADA NO 
GÊNERO que cause: 
➢ MORTE, 
➢ LESÃO 
➢ SOFRIMENTO FÍSICO 
➢ SOFRIMENTO SEXUAL 
➢ SOFRIMENTO 
PSICOLÓGICO 
➢ DANO MORAL 
➢ DANO PATRIMONIAL 
 
NO ÂMBITO DA UNIDADE 
DOMÉSTICA, compreendida como o 
espaço de convívio permanente de 
pessoas, com ou sem vínculo familiar, 
inclusive as esporadicamente 
agregadas; 
 
NO ÂMBITO DA FAMÍLIA, 
compreendida como a comunidade 
formada por indivíduos que são ou se 
consideram aparentados, unidos por 
laços naturais, por afinidade ou por 
vontade expressa 
 
EM QUALQUER RELAÇÃO ÍNTIMA 
DE AFETO, na qual o agressor 
conviva ou tenha convivido com a 
ofendida, independentemente de 
coabitação. 
 
 
É o DOLO! É o elemento 
subjetivo necessário! A 
motivação do agente! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 9 
 
Sujeito Ativo 
 
O agressor pode ser tanto um homem quanto uma mulher, nos termos do art. 5º, 
parágrafo único, da Lei 11.340/2006: 
 
Art. 5º, Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo 
independem de orientação sexual. 
 
No parágrafo único, ficou estabelecido que as relações enunciadas no art. 5º independem 
de orientação sexual, prevendo a lei, portanto, expressamente, sua incidência também à família 
homoafetiva. 
 
Súmula 600 do STJ: “Para configuração da violência doméstica e familiar 
prevista no artigo 5º da lei 11.340/2006, lei Maria da Penha, não se exige a 
coabitação entre autor e vítima”. 
 
O STJ já decidiu que a Lei Maria da Penha pode ser aplicada mesmo que não tenha havido 
coabitação, e mesmo quando as agressões ocorrerem quandojá se tiver encerrado o 
relacionamento entre as partes, desde que guardem vínculo com a relação anteriormente 
existente. 
 
“O NAMORO é uma relação íntima de afeto que independe de coabitação; 
portanto, a agressão do namorado contra a namorada, ainda que tenha cessado o 
relacionamento, mas que ocorra em decorrência dele, caracteriza violência 
doméstica” (CC 96.532/MG, DJe 19/12/2008). 
 
A agressão do namorado contra a namorada, mesmo cessado o relacionamento, mas 
que ocorra em decorrência dele, está inserida na hipótese do art. 5º, III, da Lei n. 
11.340/06, caracterizando a violência doméstica. 
 
1416580/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, 01/04/2014 
59208/DF, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, 26/02/2013 
 
“Consoante entendimento desta Corte, a relação existente entre o sujeito ativo 
e o passivo de determinado delito deve ser analisada em face do caso concreto, para 
verificar a aplicação da Lei Maria da Penha, sendo desnecessário que se configure a 
coabitação entre eles” 
 
HC 184.990/RS, DJe 09/11/2012 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 10 
 
VIOLÊNCIA PRATICADA POR GENRO CONTRA SOGRA 
Aplica-se a Lei Maria da Penha. 
 
STJ. 5ª Turma. RHC 50847/BA, Rel. Min. Walter de Almeida, 07/10/2014. 
 
VIOLÊNCIA PRATICADA POR FILHO CONTRA A MÃE 
Aplica-se a Lei Maria da Penha. 
 
STJ. 5ª Turma. HC 290650/MS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 15/05/2014. 
 
VIOLÊNCIA PRATICADA POR COMPANHEIRO DA MÃE ("PADRASTO") 
CONTRA A ENTEADA 
Aplica-se a Lei Maria da Penha. 
Obs.: a agressão foi motivada por discussão envolvendo o relacionamento amoroso 
que o agressor possuía com a mãe da vítima (relação íntima de afeto). 
 
STJ. 5ª Turma. RHC 42092/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 25/03/2014. 
 
VIOLÊNCIA PRATICADA POR TIA CONTRA SOBRINHA 
Aplica-se a Lei Maria da Penha. 
A tia possuía, inclusive, a guarda da criança (do sexo feminino), que tinha 4 anos. 
 
STJ. 5ª Turma. HC 250435/RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 19/09/2013. 
 
VIOLÊNCIA PRATICADA POR NORA CONTRA SOGRA 
Aplica-se a Lei Maria da Penha. Desde que estejam presentes os requisitos de relação 
íntima de afeto, motivação de gênero e situação de vulnerabilidade. Ausentes, não 
se aplica. 
 
STJ. 5ª Turma. HC 175816/RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 20/06/2013. 
 
VIOLÊNCIA PRATICADA POR PAI CONTRA A FILHA 
Aplica-se a Lei Maria da Penha. O agressor também pode ser mulher. 
 
STJ. 6ª Turma. HC 178751/RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 21/05/2013. 
 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 11 
 
LEI MARIA DA PENHA NA RELAÇÃO ENTRE MÃE E FILHA. 
 
É possível a incidência da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) nas relações entre mãe 
e filha. Isso porque, de acordo com o art. 5º, III, da Lei 11.340/2006, configura violência 
doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe 
cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial em 
qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a 
ofendida, independentemente de coabitação. 
Da análise do dispositivo citado, infere-se que o objeto de tutela da Lei é a mulher em 
situação de vulnerabilidade, não só em relação ao cônjuge ou companheiro, mas também 
qualquer outro familiar ou pessoa que conviva com a vítima, independentemente do gênero 
do agressor. Nessa mesma linha, entende a jurisprudência do STJ que o sujeito ativo do crime 
pode ser tanto o homem como a mulher, desde que esteja presente o estado de vulnerabilidade 
caracterizado por uma relação de poder e submissão. 
Informativo nº 551 
 
Precedentes citados: 
HC 175.816-RS, Quinta Turma, DJe 28/6/2013 
HC 250.435-RJ, Quinta Turma, DJe 27/9/2013. 
HC 277.561-AL, Rel. Min. Jorge Mussi, 6/11/2014. 
 
VIOLÊNCIA PRATICADA POR EX-NAMORADO CONTRA A EX-NAMORADA 
Aplica-se a Lei Maria da Penha. 
Vale ressaltar, porém, que não é qualquer namoro que se enquadra na Lei Maria da 
Penha. Se o vínculo é eventual, efêmero, não incide a Lei 11.340/06 (CC 91.979-
MG). 
 
STJ. 5ª Turma. HC 182411/RS, Rel. Min. Adilson Vieira Macabu, 14/08/2012. 
 
VIOLÊNCIA PRATICADA POR IRMÃO CONTRA IRMÃ 
Aplica-se a Lei Maria da Penha. Ainda que não morem sob o mesmo teto. 
 
STJ. 5ª Turma. REsp 1239850/DF, Rel. Min. Laurita Vaz, 16/02/2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 12 
 
Sujeito Passivo 
O artigo 5º da Lei 11.340/2006 determina que, para seus efeitos, configura violência 
doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero, que lhe 
cause morte, lesão, sofrimento físico, psíquico, sexual e dano moral ou patrimonial, praticada 
no âmbito da unidade doméstica, da família ou em qualquer relação íntima de afeto. 
Em um primeiro momento, diante desse conceito de violência doméstica e familiar contra 
a mulher, pode-se afirmar que o sujeito passivo do crime é somente a mulher que tenha sido 
vítima de agressão decorrente de violência doméstica e familiar. 
Para a doutrina e jurisprudência esmagadoramente majoritárias, a Lei Maria da Penha 
criou um microssistema protetivo específico para as mulheres, acatando que o sujeito 
passivo se trata, exclusivamente, da mulher (esposa, amante, namorada, mãe, avó, sogra, irmã). 
 
• Aplicação da Maria da Penha a travestis e transsexuais 
Parte minoritária da doutrina admite a aplicação da Lei Maria da Penha a travestis e 
transsexuais. Sobre a aplicação da referida lei, Maria Berenice Dias afirma que “há a exigência 
de uma qualidade especial: ser mulher. Assim, lésbicas, transexuais, travestis e transgêneros, 
que tenham identidade social com o sexo feminino estão sob a égide da Lei Maria da Penha. A 
agressão contra elas no âmbito familiar constitui violência doméstica.” E prossegue, 
ressaltando, com propriedade, que “descabe deixar à margem da proteção legal aqueles que se 
reconhecem como mulher.” 
Neste sentido, há precedente no Tribunal de Justiça de Santa Catarina. 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR. 
HOMOLOGAÇÃO DE AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE. AGRESSÕES PRATICADAS PELO 
COMPANHEIRO CONTRA PESSOA CIVILMENTE IDENTIFICADA COMO SENDO DO SEXO 
MASCULINO. VÍTIMA SUBMETIDA À CIRURGIA DE ADEQUAÇÃO DE SEXO POR SER 
HERMAFRODITA. ADOÇÃO DO SEXO FEMININO. PRESENÇA DE ÓRGÃOS REPRODUTORES 
FEMININOS QUE LHE CONFEREM A CONDIÇÃO DE MULHER. RETIFICAÇÃO DO REGISTRO 
CIVIL JÁ REQUERIDA JUDICIALMENTE. POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO, NO CASO 
CONCRETO, DA LEI N. 11.340/06. 
TJ-SC - CJ: 64616 SC 2009.006461-6, Relator: Roberto Lucas Pacheco, Data de Julgamento: 14/08/2009, 
Destaca-se que o STJ reconheceu que uma figura pública também pode ser vítima de 
violência doméstica e familiar. 
 
ATRIZ FAMOSA QUE É AGREDIDA PELO NAMORADO É PROTEGIDA PELA 
LEI MARIA DA PENHA 
O fato de a vítima ser figura pública renomada não afasta a competência do 
Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher para processar e julgar o 
delito. Isso porque a situação de vulnerabilidade e de hipossuficiência da mulher, 
envolvida em relacionamento íntimo de afeto, revela-se ipso facto, sendo irrelevante 
a sua condição. 
 
1416580/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, 01/04/2014 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 13 
 
Jurisprudência 
 
O sujeito passivo da violência doméstica objeto da Lei Maria da Penha 
é a mulher, já o sujeito ativo pode ser tanto o homem quanto a mulher, desde 
que fique caracterizado o vínculo de relação doméstica, familiar ou de afetividade, 
além da convivência, com ou sem coabitação. 
 
Precedentes: 
HC 277561/AL, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, 06/11/2014 
HC 250435/ RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, 19/09/2013CC 88027/MG, Rel. Ministro OG FERNANDES, TERCEIRA SEÇÃO, 05/12/2008 
RHC 046278/AL, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, 09/06/2015, (INFORMATIVO 551) 
 
Para a aplicação da Lei n. 11.340/2006, há necessidade de demonstração 
da situação de vulnerabilidade ou hipossuficiência da mulher, numa 
perspectiva de gênero. 
 
Precedentes: 
1430724/RJ, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, 
17/03/2015, 
HC 181246/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, 20/08/2013, 
CC 96533/MG, Rel. Ministro OG FERNANDES, TERCEIRA SEÇÃO, 05/12/2008 
 
Não é possível a aplicação dos princípios da insignificância e da 
bagatela imprópria nos delitos praticados com violência ou grave ameaça no 
âmbito das relações domésticas e familiares. 
 
Precedentes: 
1537749/DF, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, 30/06/2015 
1464335/MS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, 
24/03/2015 
19042/DF, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, 14/02/2012 
 
A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na 
hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. 
 
Súmula 536 do STJ 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 14 
 
Âmbito de Aplicação 
 
Para aplicação da Lei Maria da Penha vimos que são necessários requisitos. Dentre eles, 
que seja uma violência doméstica ou familiar contra mulher baseada no gênero que cause 
morte, lesão, sofrimento físico, sofrimento sexual, sofrimento psicológico, dano moral ou dano 
patrimonial: 
 
I - No âmbito da unidade doméstica 
Compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo 
familiar, inclusive as esporadicamente agregadas. 
O critério utilizado pelo legislador foi o critério ESPACIAL. O legislador dispensou o 
vínculo familiar, mas, nesse caso, a coabitação. 
Ex: Empregada doméstica habitual, que mora na casa há algum tempo. (Diarista não se 
aplica) 
 
II - No âmbito da família 
Compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram 
aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; 
Critério adotado pelo legislador foi o vínculo familiar que pode decorrer de laços naturais, 
vontade expressa ou afinidade. 
Não há necessidade de coabitação. (STJ – súmula 600) 
 
III - em qualquer relação íntima de afeto 
Agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. 
Inclui namorada, amante, esposa, ex esposa etc. Grande parte da doutrina que “relação 
íntima” deve englobar relacionamento amoroso, sexual. 
Ex: Namorado, inconformado com fim do relacionamento, começa a perseguir a vítima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 15 
 
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A 
MULHER 
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, 
entre outras: 
I - A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda 
sua integridade ou saúde corporal; 
II - A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que 
lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe 
prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar 
ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, 
mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, 
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, 
chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração 
e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause 
prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação. 
(Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018) 
III - A violência sexual, entendida como qualquer conduta que a 
constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual 
não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da 
força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, 
a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método 
contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou 
à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou 
manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos 
sexuais e reprodutivos; 
IV - A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que 
configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus 
objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, 
valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a 
satisfazer suas necessidades; 
V - A violência moral, entendida como qualquer conduta que 
configure calúnia, difamação ou injúria. 
 
Trate-se de um rol exemplificativo, em virtude da expressão “entre outras” existe no caput 
do art. 7º. Ou seja pode o legislador definir outras formas em outras leis, por exemplo. 
O art. 7º não trata de crimes, sim condutas. Perceba que o artigo 7º não possui preceito 
secundário, não há pena. Porém, as formas de violências, combinadas com a legislação, podem 
configurar crime, contravenção ou até mesmo fato atípico. 
Exemplo: 
Crime: Lesão corporal, homicídio, ameaça. 
Contravenção: Vias de fato; 
Fato atípico: Adultério. 
 
Violência Física 
É entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal. 
 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 16 
 
Violência Psicológica 
Uma das formas de violência psicológica é a ameaça. 
Não se exige formalidade na representação. 
A violência psicológica é entendida como qualquer conduta que lhe cause: 
➢ Dano emocional e diminuição da autoestima 
➢ Que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento 
➢ Que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, 
mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, 
vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de 
sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir 
➢ Qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à 
autodeterminação. 
 
Violência Sexual 
Qualquer conduta que: 
➢ A constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não 
desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; 
➢ Que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade 
➢ Que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao 
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, 
suborno ou manipulação; 
➢ Que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; 
 
Violência Patrimonial 
Qualquer conduta que: 
➢ Configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, 
instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou 
recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades; 
 
Violência Moral 
➢ Qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 17 
 
SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA 
DE DIREITOS 
É inviável a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva 
de direitos nos casos de violência doméstica, uma vez que não preenchidos os 
requisitos do art. 44 do CP. 
 
Precedentes: 
700718/MS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, 
30/06/2015 
700745/MS, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, 30/06/2015 
HC 320816/MS, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, 
09/06/2015 
 
A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência 
ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da 
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. 
 
O enunciado da Súmula 588 STJ, diz não ser possível a conversão de pena 
restritiva de direitos para crimes cometidos contra mulheres no ambiente doméstico.O artigo 44, I, CP, prevê que não é possível a conversão da pena privativa de 
liberdade em pena restritiva de direitos em crimes cometidos com violência ou grave 
ameaça contra à pessoa. Sendo assim, o artigo 17 da lei Maria da Penha, 11.340/06, 
possui as sanções e a proibição de conversão das penas. 
 
Súmula 588 STJ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 18 
 
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA E FAMILIAR 
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO 
Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica e 
familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado 
de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes: 
I - A integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério 
Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, 
assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação; 
II - A promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras 
informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou 
etnia, concernentes às causas, às consequências e à frequência da 
violência doméstica e familiar contra a mulher, para a 
sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a 
avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas; 
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e 
sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis 
estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica e 
familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1º , no 
inciso IV do art. 3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal; 
IV - A implementação de atendimento policial especializado para as 
mulheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher; 
V - A promoção e a realização de campanhas educativas de 
prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher, 
voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta 
Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das 
mulheres; 
VI - A celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros 
instrumentos de promoção de parceria entre órgãos governamentais 
ou entre estes e entidades não-governamentais, tendo por objetivo a 
implementação de programas de erradicação da violência doméstica 
e familiar contra a mulher; 
VII - A capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda 
Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencentes 
aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às questões de 
gênero e de raça ou etnia; 
VIII - A promoção de programas educacionais que disseminem 
valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana 
com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia; 
IX - O destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, 
para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à equidade de 
gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e 
familiar contra a mulher. 
A Lei Maria da Penha, em seu art.. 8º, estabeleceu que a política pública que visa a coibir 
a violência doméstica e familiar contra a mulher deve ser feita por meio de um conjunto 
articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de ações 
não governamentais, tendo por diretrizes básicas elencadas nos incisos do art. 8º. 
 
 
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REALITY CONCURSOS 19 
 
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
E FAMILIAR 
Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e 
familiar será prestada de forma articulada e conforme os princípios 
e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no 
Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, 
entre outras normas e políticas públicas de proteção, e 
emergencialmente quando for o caso. 
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em 
situação de violência doméstica e familiar no cadastro de programas 
assistenciais do governo federal, estadual e municipal. 
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica 
e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica: 
I - Acesso prioritário à remoção quando servidora pública, 
integrante da administração direta ou indireta; 
II - Manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário 
o afastamento do local de trabalho, por até seis meses. 
III - Encaminhamento à assistência judiciária, quando for o 
caso, inclusive para eventual ajuizamento da ação de 
separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou 
de dissolução de união estável perante o juízo competente. 
(Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019) 
 
A mulher vítima de violência doméstica muitas vezes precisa ser retirada rapidamente do 
convívio do agressor. Esse afastamento, entretanto, pode implicar em prejuízos à vítima, e as 
medidas previstas no §2° têm o condão de diminuir essas consequências danosas, pelo menos 
no que tange aos vínculos de trabalho. 
Caso a mulher seja servidora pública, o juiz deve determinar acesso prioritário à 
remoção, que nada mais é do que a mudança do local de trabalho da servidora. 
Caso se trate de empregada, a lei autoriza o juiz a determinar a manutenção do vínculo 
trabalhista pelo período de até 6 meses. A Doutrina tem se posicionado no sentido de que o 
afastamento deve contemplar também a remuneração, pois de nada adiantaria a vítima manter 
seu vínculo empregatício se não tiver como se sustentar. 
Entretanto, não há nenhuma regra a respeito da responsabilidade pelo pagamento dos 
salários, e nem existe ainda benefício assistencial específico para essa finalidade. 
 
§ 3º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e 
familiar compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do 
desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de 
contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças 
Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da 
Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos 
médicos necessários e cabíveis nos casos de violência sexual. 
 
A Lei Maria da Penha protege a mulher com relação à sua liberdade no uso de sua 
capacidade reprodutiva. São considerados sexualmente violentos os atos que impedirem o 
acesso da mulher a métodos contraceptivos. 
A proteção conferida pelo §3° à mulher vítima de violência exige a coordenação de 
diversos níveis no âmbito governamental e não governamental, possibilitando a garantia de 
direitos fundamentais. 
 
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REALITY CONCURSOS 20 
 
 
A Lei 13.871/19 acrescentou três parágrafos ao artigo 9º da Lei 11.340/06 e 
traz ao autor de violência doméstica ou familiar a obrigação de ressarcir todos os 
danos causados por suas condutas, como, por exemplo, os gastos da vítima com 
médico particular. 
§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, 
sexual ou psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher fica 
obrigado a ressarcir todos os danos causados, inclusive 
ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a tabela 
SUS, os custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total 
tratamento das vítimas em situação de violência doméstica e 
familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de 
Saúde do ente federado responsável pelas unidades de saúde que 
prestarem os serviços. 
(Vide Lei nº 13.871, de 2019) 
 
§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo 
iminente e disponibilizados para o monitoramento das vítimas de 
violência doméstica ou familiar amparadas por medidas protetivas 
terão seus custos ressarcidos pelo agressor. 
(Vide Lei nº 13.871, de 2019) 
 
§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não 
poderá importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio da 
mulher e dos seus dependentes, nem configurar atenuante ou 
ensejarpossibilidade de substituição da pena aplicada. 
(Vide Lei nº 13.871, de 2019) 
 
A Lei 13.871/19 acrescentou três parágrafos ao artigo 9º da Lei 11.340/06 e traz ao autor 
de violência doméstica ou familiar a obrigação de ressarcir todos os danos causados por suas 
condutas, como, por exemplo, os gastos da vítima com médico particular. 
Mais não é só isso: o autor de violência doméstica ou familiar também será obrigado ao 
ressarcimento dos gastos com o SUS. Nesse último caso, o Estado poderá cobrar do agressor os 
valores gastos para o tratamento da vítima, e os recursos obtidos serão destinados ao ente da 
federação que prestou o serviço de saúde. 
Ainda segundo a nova lei, o autor de violência doméstica ou familiar terá a obrigação de 
ressarcir os gastos relativos aos equipamentos de monitoramento e segurança, a exemplo de 
botão de pânico, usado para acionar a polícia, em caso de perigo representado pelo agente. 
 
Continua a lei dizendo que a obrigação de ressarcimento por parte do autor de violência 
doméstica ou familiar não pode atingir o patrimônio da mulher e dos seus dependentes, ou seja, 
o dinheiro vai ter que sair do bolso do agente. Além disso, a lei proíbe que os ressarcimentos 
sejam usados como atenuantes ou para fins de substituição da pena. 
 
Por fim, é importante lembrar que a obrigação de ressarcimento por parte do autor de 
violência doméstica ou familiar não depende do trânsito em julgado de eventual condenação. 
Em outras palavras, ele pode ser acionado na esfera cível, sem necessidade de aguardar o 
resultado na esfera penal. 
 
 
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REALITY CONCURSOS 21 
 
§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem 
prioridade para matricular seus dependentes em instituição de 
educação básica mais próxima de seu domicílio, ou transferi-los 
para essa instituição, mediante a apresentação dos documentos 
comprobatórios do registro da ocorrência policial ou do processo de 
violência doméstica e familiar em curso. 
(Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019) 
 
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependentes 
matriculados ou transferidos conforme o disposto no § 7º deste 
artigo, e o acesso às informações será reservado ao juiz, ao Ministério 
Público e aos órgãos competentes do poder público. 
(Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019) 
 
No dia 9/10/2019 foi publicada a Lei n. 13.882/2019 que alterou a Lei Maria da Penha, 
incluindo a garantia de matrícula dos dependentes da mulher vítima de violência em instituição 
de educação básica mais próxima de seu domicílio. 
O dispositivo modificado por o art. 9º, que prevê que a mulher vítima de violência 
doméstica deverá receber a devida assistência a ser prestada nos âmbitos: 
➢ da saúde; 
➢ da assistência social; e 
➢ da segurança pública. 
 
Na realidade foi incluído no art. 9º o § 7º, que prevê que a mulher vítima da violência 
doméstica terá prioridade para matricular ou para transferir seus filhos ou outros dependentes 
para escolas próximas de seu domicílio. 
Ainda que não haja vaga na escola próxima, o dependente da vítima terá direito de ser 
matriculado como um excedente, aguardando o surgimento posterior de nova vaga. Isso 
significa que a escola não poderá recusar a matrícula, quando estiverem presentes as condições 
que permitam identificar a situação da mãe como vítima de violência doméstica e familiar. 
Um ponto interessante a ser mencionado é que a nova garantia estabelecida pela Lei Maria 
da Penha alcança apenas a educação básica, constituída pela Educação Infantil, Ensino 
Fundamental e Ensino Médio. 
Além disso, a informação de que o aluno foi transferido ou matriculado em razão de 
violência doméstica sofrida por sua mãe deverá permanecer em sigilo, sendo de conhecimento 
apenas do Juiz, do Ministério Público e dos órgãos competentes do poder público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 22 
 
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL 
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência 
doméstica e familiar contra a mulher, a autoridade policial que 
tomar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as 
providências legais cabíveis. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao 
descumprimento de medida protetiva de urgência deferida. 
 
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e 
familiar o atendimento policial e pericial especializado, 
ininterrupto e prestado por servidores - preferencialmente do 
sexo feminino - previamente capacitados. 
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) 
 
§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e 
familiar ou de testemunha de violência doméstica, quando se tratar 
de crime contra a mulher, obedecerá às seguintes diretrizes: 
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) 
 
I - Salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da 
depoente, considerada a sua condição peculiar de pessoa em 
situação de violência doméstica e familiar; 
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) 
II - Garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em 
situação de violência doméstica e familiar, familiares e 
testemunhas terão contato direto com investigados ou 
suspeitos e pessoas a eles relacionadas; 
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) 
III - NÃO REVITIMIZAÇÃO DA DEPOENTE, evitando 
sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos âmbitos 
criminal, cível e administrativo, bem como questionamentos 
sobre a vida privada. 
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) 
 
A mulher que esteja em situação de violência doméstica e familiar tem o direito de receber 
atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por servidores 
previamente capacitados. Os servidores responsáveis por esse atendimento deverão ser 
preferencialmente do sexo feminino. O aluno deve estar atendo… preferencialmente não é 
exclusivamente! 
Em que consiste a chamada “revitimização”? 
A vítima de um crime, especialmente em delitos sexuais ou violentos, todas as vezes em 
que for inquirida sobre os fatos, ela é, de alguma forma, submetida a um novo trauma, um novo 
sofrimento ao ter que relatar um episódio triste e difícil de sua vida para pessoas estranhas, 
normalmente em um ambiente formal e frio. Desse modo, a cada depoimento, a vítima sofre 
uma violência psíquica. Assim, revitimização consiste nesse sofrimento continuado ou repetido 
da vítima ao ter que relembrar esses fatos. 
Para evitar a revitimização, o Poder Público deverá adotar providências a fim de que a 
vítima não seja ouvida repetidas vezes sobre o mesmo tema. Além disso, deve-se fazer com que 
o ambiente em que os depoimentos são prestados seja acolhedor. Por fim, deve-se evitar 
perguntas que invadam a vida privada da vítima ou que induzam à ideia de que ela teve “culpa” 
pelo fato, transformando a investigação ou o processo em um “julgamento” sobre o 
comportamento da vítima. 
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REALITY CONCURSOS 23 
 
Alguns autores afirmam que a revitimização é uma forma de “violência institucional” 
cometida pelo Estado contra a vítima. 
“A revitimização no atendimento às mulheres em situação de violência, por vezes, tem 
sido associada à repetição do relato de violência para profissionais em diferentes contextos o 
que pode gerar um processo de traumatização secundária na medida em que, a cada relato, a 
vivência da violência é reeditada. 
Além da revitimização decorrente do excesso de depoimentos, revitimizar também pode 
estar associado a atitudes e comportamentos, tais como: paternalizar; infantilizar; culpabilizar; 
generalizar histórias individuais; reforçar a vitimização; envolver-se em excesso; distanciar-se 
em excesso; não respeitar o tempo da mulher; transmitir falsas expectativas. A prevenção da 
revitimização requer o atendimento humanizado e integral, no qual a fala da mulher é 
valorizada e respeitada.”(Diretrizes gerais e protocolos de atendimento. Programa “Mulher, viver sem violência”. 
Brasil: Governo Federal. Secretaria Especial de Políticas para mulheres. 2015). 
 
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e 
familiar ou de testemunha de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-
á, preferencialmente, o seguinte procedimento: 
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) 
 
I - A inquirição será feita em recinto especialmente 
projetado para esse fim, o qual conterá os equipamentos 
próprios e adequados à idade da mulher em situação de 
violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à 
gravidade da violência sofrida; 
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) 
II - Quando for o caso, a inquirição será intermediada por 
profissional especializado em violência doméstica e familiar 
designado pela autoridade judiciária ou policial; 
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) 
III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou 
magnético, devendo a degravação e a mídia integrar o 
inquérito. 
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) 
 
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência 
doméstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre outras 
providências: 
 
I - Garantir proteção policial, quando necessário, comunicando 
de imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário; 
 
II - Encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao 
Instituto Médico Legal; 
 
III - fornece transporte para a ofendida e seus dependentes 
para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida; 
 
IV - Se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a 
retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do 
domicílio familiar; 
 
V - Informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e 
os serviços disponíveis, inclusive os de assistência judiciária 
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REALITY CONCURSOS 24 
 
para o eventual ajuizamento perante o juízo competente da 
ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de 
casamento ou de dissolução de união estável. 
(Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019) 
O art. 11 da Lei nº 11.340/2006 prevê algumas providências que o Delegado de Polícia 
deverá adotar ao ter conhecimento da prática de crime de violência doméstica. 
A Lei nº 13.894/2019 alterou o inciso V do art. 11 para dizer que o Delegado de Polícia 
deverá explicar à vítima seus direitos e que um desses direitos é o de ela ter assistência 
judiciária caso ela queria ajuizar ação de divórcio, separação judicial anulação de casamento 
ou dissolução de união estável. 
 
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a 
mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial 
adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo 
daqueles previstos no Código de Processo Penal: 
 
I - Ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a 
representação a termo, se apresentada; 
II - Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento 
do fato e de suas circunstâncias; 
III - Remeter, no prazo de 48 horas, expediente apartado ao 
juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas 
protetivas de urgência; 
IV - Determinar que se proceda ao exame de corpo de delito 
da ofendida e requisitar outros exames periciais necessários; 
V - Ouvir o agressor e as testemunhas; 
VI - Ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos 
autos sua folha de antecedentes criminais, indicando a 
existência de mandado de prisão ou registro de outras 
ocorrências policiais contra ele; 
VI- A - verificar se o agressor possui registro de porte ou 
posse de arma de fogo e, na hipótese de existência, juntar aos 
autos essa informação, bem como notificar a ocorrência à 
instituição responsável pela concessão do registro ou da 
emissão do porte, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de 
dezembro de 2003 (Estatuto do Desarmamento); 
(Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019) 
 
A Lei 13.880, de 08 de outubro de 2019, altera a Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha) para 
prever a apreensão de arma de fogo sob posse de agressor em casos de violência doméstica. 
 
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao 
juiz e ao Ministério Público. 
 
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade 
policial e deverá conter: 
I - Qualificação da ofendida e do agressor; 
II - Nome e idade dos dependentes; 
III - Descrição sucinta do fato e das medidas protetivas 
solicitadas pela ofendida. 
 
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REALITY CONCURSOS 25 
 
IV - Informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa 
com deficiência e se da violência sofrida resultou 
deficiência ou agravamento de deficiência preexistente. 
(Incluído pela Lei nº 13.836, de 2019) 
 
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 
1º o boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos 
disponíveis em posse da ofendida. 
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários 
médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde. 
 
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de suas 
políticas e planos de atendimento à mulher em situação de violência 
doméstica e familiar, darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à 
criação de Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher 
(Deams), de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de equipes 
especializadas para o atendimento e a investigação das violências 
graves contra a mulher. 
 
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida 
ou à integridade física da mulher em situação de violência 
doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será 
imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de 
convivência com a ofendida: (Incluído pela Lei nº 13.827, de 
2019) 
 
I - Pela autoridade judicial; 
(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) 
 
II - Pelo delegado de polícia, quando o Município não for 
sede de comarca; ou 
(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) 
 
III - pelo policial, quando o Município não for sede de 
comarca e não houver delegado disponível no momento 
da denúncia. 
(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) 
 
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será 
comunicado no prazo máximo de 24 horas e decidirá, em igual prazo, 
sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo 
dar ciência ao Ministério Público concomitantemente. 
(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) 
 
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à 
efetividade da medida protetiva de urgência, não será concedida 
liberdade provisória ao preso. 
(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) 
 
A atualização conferida através da lei nª 13.827 de 13 de maio de 2019 onde se afirma 
que, verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da vítima, o 
agressor poderá ser imediatamente afastado do lar pela autoridade judicial; ao delegado 
de polícia quando o município não ter sede de comarca ou ao policial quando o município não 
for sede de comarca e não houver delegado de polícia disponível no momento da denúncia. 
Juiz será comunicado no prazo 
máximo de 24 horas e decidirá, 
em igual prazo, sobre a 
manutenção ou a revogação da 
medida aplicada, devendo dar 
ciência ao Ministério Público 
concomitantemente. 
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REALITY CONCURSOS 26 
 
Por um lado, a abertura dada pela lei aos delegados e policiais representa um avanço no 
que tange a capacidade de reação das instituições garantidoras da integridade física, psicológica 
e patrimonial das mulheres tornando o afastamento do lar mais eficaz em situações de conflitos 
ou agressões. 
Por outro lado, verifica-se um ponto polêmico uma vez que qualquer policial, às vezes, 
sem o devido conhecimento jurídico da lei, é capaz de afastar o agressor do lar ou do convíviosem ponderar corretamente as circunstâncias dos fatos como fosse ponderadas por um 
magistrado. Gerou-se superficialmente o questionamento de que haveria inconstitucionalidade 
por usurpação de jurisdição por parte do policial, civil ou militar, ao aplicar a medida protetiva 
de afastamento do convívio contra o agressor (NUCCI, 2019). 
De acordo com o doutrinador Guilherme de Souza Nucci: 
 
“Não se fugiu desse contexto. Não visualizamos nenhuma 
inconstitucionalidade nem usurpação de jurisdição. Ao contrário, 
privilegia-se o mais importante: a dignidade da pessoa humana. A mulher 
não pode apanhar e ser submetida ao agressor, sem chance de escapar, 
somente porque naquela localidade inexiste um juiz (ou mesmo um 
delegado). O policial que atender a ocorrência tem a obrigação de afastar 
o agressor. Depois, verifica-se, com cautela, a situação concretizada.” 
 
Nesse contexto, questionar a reserva de jurisdição no caso, significaria prejudicar várias 
mulheres que sofrem diariamente com agressões domésticas e familiares por conta de uma 
burocracia estatal judicial. Neste conflito, o princípio constitucional da dignidade a pessoa 
humana se sobrepõe acima de qualquer princípio ou processo administrativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 27 
 
DOS PROCEDIMENTOS 
Disposições Gerais 
Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e 
criminais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar 
contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de Processo 
Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa à criança, ao 
adolescente e ao idoso que não conflitarem com o estabelecido nesta 
Lei. 
 
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a 
Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e 
criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos 
Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a 
execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e 
familiar contra a mulher. 
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário 
noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária. 
 
Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher acumulam competência 
cível e criminal, e fazem parte da Justiça comum estadual, mas o STF já decidiu que esses órgãos 
não podem aplicar os “institutos despenalizadores” típicos dos juizados criminais 
 
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de 
dissolução de união estável no Juizado de Violência Doméstica e 
Familiar contra a Mulher. 
(Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019) 
 
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e 
Familiar contra a Mulher a pretensão relacionada à partilha de 
bens. 
(Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019) 
 
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o 
ajuizamento da ação de divórcio ou de dissolução de união estável, a 
ação terá preferência no juízo onde estiver. 
(Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019) 
 
A lei 13.894/19 alterou a Lei Maria da Penha para dispor sobre assistência judiciária 
para divórcio, separação, anulação de casamento ou dissolução de união estável. 
Entrou em vigor na data de 30/10/2019 três alterações na Lei 11.340/06, todas relativas 
à assistência judiciária para o ajuizamento de ação de separação judicial, de divórcio, de 
anulação de casamento ou de dissolução de união estável. 
Uma delas diz respeito ao art. 9º, cujo § 2º passa a contar com o inciso III, segundo o qual 
o juiz deve assegurar à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para 
preservar sua integridade física e psicológica, o encaminhamento à assistência 
judiciária, quando for o caso, inclusive para eventual ajuizamento da ação de separação 
judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável 
perante o juízo competente. 
A Lei 13.894/19 passa a estabelecer uma espécie de assistência jurídica que possibilite 
à vítima de violência doméstica e familiar adotar imediatamente as providências para se 
separar, dissolver ou anular o vínculo matrimonial ou dissolver a união estável. 
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REALITY CONCURSOS 28 
 
A intenção de possibilitar que a assistência seja imediata se extrai de outra modificação 
que a mesma lei impôs: dentre as providências que o juiz deve adotar no procedimento das 
medidas protetivas de urgência, segundo dispõe o art. 18 da Lei 11.340/06, está o 
encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso, inclusive 
para o ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de 
dissolução de união estável perante o juízo competente (a menção expressa à finalidade da ação 
no inc. II do art. 18 foi incluída pela Lei 13.894/19). 
A Lei 13.894/19 também altera a disciplina do atendimento pela autoridade policial, que 
passa a ser obrigada a informar a vítima acerca dos direitos de assistência judiciária para o 
eventual ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou 
de dissolução de união estável (art. 11, inc. V, da Lei 11.340/06). 
O propósito do legislador não é outro senão evitar que a vítima seja obrigada a adotar 
providências adicionais para romper o vínculo pessoal com o agressor. Com o novo 
procedimento, a própria comunicação da violência, além de garantir as medidas protetivas 
necessárias para resguardar a integridade física e psicológica da vítima, pode dar ensejo às 
primeiras providências para a separação do casal, evitando que a mulher que sofreu a violência 
tenha que fazê-lo em procedimento apartado. 
 
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos 
cíveis regidos por esta Lei, o Juizado: 
I - Do seu domicílio ou de sua residência; 
II - Do lugar do fato em que se baseou a demanda; 
III - Do domicílio do agressor. 
 
Atenção ao que pode ser uma pegadinha de prova! Para facilitar o acesso ao Poder 
Judiciário, a mulher vítima de violência tem a opção de buscar o Juizado que seja mais próximo 
de sua residência, do local em que ocorreu o ato de violência, ou ainda do domicílio do agressor. 
Essa opção, entretanto, diz respeito apenas no que se refere aos processos cíveis, ou seja, 
às medidas protetivas, ações indenizatórias etc. 
 
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da 
ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à 
representação perante o juiz, em audiência especialmente designada 
com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o 
Ministério Público. 
Este dispositivo foi considerado inconstitucional pelo STF em relação aos crimes de lesão 
corporal, no julgamento da ADI n° 4.424. Para a Suprema Corte, a necessidade de representação 
da ofendida acaba por esvaziar a proteção constitucional assegurada às mulheres. 
A ação penal nos crimes de lesão é de natureza pública incondicionada, ou seja, a 
ação é proposta pelo Ministério Público, sem necessidade de representação por parte da 
ofendida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 29 
 
O Plenário, por maioria, julgou procedente ação direta, proposta pelo 
Procurador Geral da República, para atribuir interpretação conforme a Constituição 
aos artigos 12, I; 16 e 41, todos da Lei 11.340/2006, e assentar a natureza 
incondicionada da ação penal em caso de crime de lesão corporal, praticado 
mediante violência doméstica e familiar contra a mulher. Salientou-se a 
evocação do princípio explícito da dignidade humana, bem como do art. 226, § 8º, 
da CF. Frisou-se a grande repercussão do questionamento, no sentido de definir se 
haveria mecanismos capazes de inibir e coibir a violência no âmbito das relações 
familiares, no que a atuação estatal submeter-se-ia à vontadeda vítima. 
ADI 4424/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 9.2.2012. (ADI-4424) 
 
A decisão da Suprema Corte brasileira quanto à incondicionalidade da ação penal nos 
crimes de lesão corporal leve e culposa, no âmbito da Lei Maria da Penha tem caráter 
vinculante e efeito erga omnes. Sendo assim, o posicionamento do STF já está sedimentado, 
servindo de norte para demais decisões. 
 
“09/02/2012 PLENÁRIO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.424 
DISTRITO FEDERAL RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO REQTE.(S) :PROCURADOR-
GERAL DA REPÚBLICA INTDO.(A/S) :PRESIDENTE DA REPÚBLICA ADV.(A/S) 
:ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) :CONGRESSO NACIONAL AÇÃO PENAL 
– VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER – LESÃO CORPORAL – NATUREZA. A 
ação penal relativa a lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher 
é pública incondicionada – considerações. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos 
estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal em julgar procedente 
a ação direta para, dando interpretação conforme aos artigos 12, inciso I, e 16, 
ambos da Lei nº 11.340/2006, assentar a natureza incondicionada da ação penal em 
caso de crime de lesão corporal, pouco importando a extensão desta, praticado 
contra a mulher no ambiente doméstico, nos termos do voto do relator e por maioria, 
em sessão presidida pelo Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata do 
julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 9 de fevereiro de 2012. 
MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR.” 
 
STF, Acórdão da ADI nº 4424, DATA DE PUBLICAÇÃO DJE 01/08/2014 - ATA Nº 
98/2014. DJE nº 148, divulgado em 31/07/2014 
 
 A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência 
doméstica contra a mulher é pública incondicionado. 
 
Súmula 542 do STJ 
 
 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 30 
 
Lembre-se, porém, de que os crimes de AMEAÇA e CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL, por 
exemplo, continuam obedecendo à regra do art. 16 (vide julgamento do RHC 33620 do STJ). 
 
Entendeu-se não ser aplicável aos crimes glosados pela lei discutida o 
que disposto na Lei 9.099/95, de maneira que, em se tratando de lesões 
corporais, mesmo que de natureza leve ou culposa, praticadas contra a 
mulher em âmbito doméstico, a ação penal cabível seria pública 
incondicionada. Acentuou-se, entretanto, permanecer a necessidade de 
representação para crimes dispostos em leis diversas da 9.099/95, como o 
de ameaça e os cometidos contra a dignidade sexual. 
 
ADI 4424/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 9.2.2012. (ADI-4424) 
 
 
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e 
familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de 
prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que 
implique o pagamento isolado de multa. 
 
As vedações do art. 17 endurecem o tratamento dado aos crimes relacionados à violência 
doméstica contra a mulher. Não podem ser aplicadas penas que consistam exclusivamente em 
prestação material, ou seja, não pode haver penas cujo cumprimento consista simplesmente no 
pagamento de valores ou doação de bens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 31 
 
Das Medidas Protetivas de Urgência 
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao 
juiz, no prazo de 48 horas: 
 
I - Conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as 
medidas protetivas de urgência; 
 
II - Determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão 
de assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para o 
ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de 
anulação de casamento ou de dissolução de união estável 
perante o juízo competente; 
(Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019) 
 
Uma dessas medidas protetivas de urgência que a vítima poderá pedir é justamente a 
assistência judiciária . 
A Lei nº 13.894/2019 altera esse inciso II do art. 18 para deixar claro que essa assistência 
judiciária abrange o direito de ajuizar ações de separação judicial, de divórcio, de anulação de 
casamento ou de dissolução de união estável. 
 
III - Comunicar ao Ministério Público para que adote as 
providências cabíveis. 
 
IV - Determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a 
posse do agressor. 
(Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019) 
Apreender a arma de fogo consiste em recolhê-la com o fim de evitar que o agressor a 
utilize para qualquer finalidade e que a arma possa ser periciada e utilizada como prova no 
processo. 
A alteração na lei não permite que o delegado de polícia suspenda o porte ou posse 
de arma ou que a apreenda, imediatamente, em razão da prática de violência doméstica. 
A arma poderá ser apreendida pelo delegado, de imediato, somente se tiver sido utilizada na 
prática do crime, como apontar a arma para ameaçar ou efetuar disparos de arma de fogo. 
O Delegado deverá informar nos autos da prisão em flagrante ou do inquérito se o 
agressor possui arma de fogo ou autorização para ter e caso possua deverá constar nos autos e 
comunicar a ocorrência registrada à instituição responsável pela concessão do registro ou 
emissão do porte. 
A informação nos autos de que o agressor possui arma de fogo é relevante para que o juiz 
determine a sua apreensão. 
Ao juiz caberá determinar, no prazo de 48 horas, a apreensão de arma de fogo 
eventualmente registrada em nome ou sob posse do agressor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 32 
 
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas 
pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da 
ofendida. 
 
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser 
concedidas de imediato, independentemente de audiência 
das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo 
este ser prontamente comunicado. 
 
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas 
isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a 
qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que 
os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou 
violados. 
 
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou 
a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas 
de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender 
necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu 
patrimônio, ouvido o Ministério Público. 
 
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução 
criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo 
juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante 
representação da autoridade policial. 
 
Perceba que o juiz pode decretar a prisão preventiva do agressor a requerimento do 
Ministério Público, por representação da autoridade policial, ou mesmo de ofício, ou seja, sem 
qualquer provocação. 
Os requisitos para a decretação da prisão preventiva do agressor são os mesmos já 
constantes do art. 312 do CPP, acrescidos da real necessidade de garantir as medidas protetivas 
de urgência que foram ou virão a ser aplicadas. 
 
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no 
curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem 
como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. 
 
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais 
relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao 
ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do 
advogado constituído ou do defensor público. 
 
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou 
notificação ao agressor . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 33 
 
Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor 
 
As medidas protetivas de urgência se destinam tanto a vítima (ofendida) quanto ao 
agressor. 
As medidas protetivas de urgência que obrigam o agressor estãono artigo 22 e são formas 
de SUSPENSÃO ou RESTRIÇÃO de direitos do agressor visando a proteção da vítima. 
 
DESNECESSIDADE DA EXISTÊNCIA, PRESETE OU POTENCIAL, DE 
PROCESSO-CRIME OU AÇÃO PRINCIPAL CONTRA SUPOSTO AGRESSOR 
STJ – 4ª Turma definiu que as medidas protetivas previstas na lei, observados 
os requisitos específicos para a concessão de cada uma, podem ser pleiteadas de 
forma autônoma para proteger a mulher da violência doméstica, 
independentemente da existência, presente ou potencial, de processo-crime 
ou ação principal contra o suposto agressor. 
 
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar 
contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de 
imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes 
medidas protetivas de urgência, entre outras: 
 
I - Suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com 
comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei nº 
10.826, de 22 de dezembro de 2003 ; 
Suspender a posse consiste em proibir, temporariamente, que o agressor tenha a arma 
no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde 
que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa. 
Restringir o porte trata de proibir, temporariamente, que o agressor leve a arma consigo 
nas ruas ou em qualquer local que não seja sua residência ou local de trabalho, em que seja o 
titular ou responsável legal. A restrição pode ser total (proibição de portar arma em qualquer 
hipótese) ou parcial (proibição de um policial portar arma quando não estiver em serviço). 
Tenha como exemplo um policial que obviamente trabalha armado. Ao voltar para casa, caso 
tenha seu porte restringido, deverá ir sem arma. 
A cassação refere-se à perda do direito de portar ou possuir arma de fogo. Possui caráter 
definitivo, sendo possível a obtenção de novo direito de portar/possuir arma de fogo após 
observar todos os trâmites legais e regulamentares 
 
II - Afastamento do lar, domicílio ou local de convivência 
com a ofendida; 
 
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais: 
 
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das 
testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre 
estes e o agressor; 
 
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas 
por qualquer meio de comunicação; 
 
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REALITY CONCURSOS 34 
 
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar 
a integridade física e psicológica da ofendida; 
 
IV - Restrição ou Suspensão de visitas aos dependentes 
menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou 
serviço similar; 
 
Suspensão – Exemplo: Quando o agressor, além de agredir a mãe, agride também os filhos. 
Restrição – Exemplo: Quando o agressor agride a mãe, mas mantêm vinculo afetivo com 
os filhos. 
V - Prestação de alimentos provisionais ou provisórios. 
 
Se o agressor for afastado do lar (II – afastamento do lar) e ele também for o provedor, 
como ficará a mulher? Nesse caso ele poderá ter que prestar alimentos provisórios. Então, o 
juiz pode aplicar o inciso II e o inciso V (prestação de alimentos). 
 
§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de 
outras previstas na legislação em vigor, sempre que a 
segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo 
a providência ser comunicada ao Ministério Público. 
 
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor 
nas condições mencionadas no caput e incisos do art. 6º da Lei nº 
10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao 
respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas 
protetivas de urgência concedidas e determinará a restrição do 
porte de armas, ficando o superior imediato do agressor 
responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de 
incorrer nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o 
caso. 
 
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, 
poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força 
policial. 
 
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o 
disposto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 
de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil). 
 
 
O habeas corpus não constitui meio idôneo para se pleitear a revogação 
de medidas protetivas previstas no art. 22 da Lei n. 11.340/2006 que não 
implicam constrangimento ao direito de ir e vir do paciente. 
RHC 31984/PI, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, 25/06/2013, 
HC 32883, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE 15/06/2012, 
RHC 57814/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, 07/05/2015 
 
 
 
 
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REALITY CONCURSOS 35 
 
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida 
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras 
medidas: 
 
I - Encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa 
oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento; 
 
II - Determinar a recondução da ofendida e a de seus 
dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do 
agressor; 
 
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem 
prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e 
alimentos; 
 
IV - Determinar a separação de corpos. 
 
V - Determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em 
instituição de educação básica mais próxima do seu domicílio, 
ou a transferência deles para essa instituição, 
independentemente da existência de vaga. 
(Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019) 
 
A Lei 13.882/19 também alterou o art. 23 da Lei 11.340/06, que trata das medidas 
protetivas de urgência à ofendida. O dispositivo passa a contar com o inciso V, segundo o qual 
o juiz pode determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de 
educação básica mais próxima do seu domicílio, assim como pode determinar a 
transferência deles para essa instituição, independentemente da existência de vaga. 
No art. 23, que dispõe sobre as medidas de urgência e se caracteriza pela cautelaridade, 
existe um plus em relação ao § 7º do art. 9º, pois enquanto aquele dispositivo garante a 
prioridade na matrícula, este a impõe, ainda que não existam vagas. Trata-se, efetivamente, de 
duas coisas distintas, pois é possível que a vítima não requeira medidas protetivas, mas decida 
modificar seu domicílio para se distanciar do agressor. Neste caso, apresentados documentos 
comprobatórios do registro da ocorrência policial ou do processo de violência doméstica e 
familiar em curso, a direção da unidade de ensino deve zelar pela prioridade estabelecida na 
nova lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Instrumentos para Proteção Patrimonial 
 
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade 
conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz 
poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre 
outras: 
 
I - Restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor 
à ofendida; 
 
II - Proibição temporária para a celebração de atos e contratos 
de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo 
expressa autorização judicial; 
 
III - Suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao 
agressor; 
 
IV - Prestação de caução provisória, mediante depósito 
judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da prática 
de violência doméstica e familiar contra a ofendida. 
 
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para 
os fins previstos nos incisos II e III deste artigo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Do crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência 
 
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência 
previstas nesta Lei: 
 
Pena – detenção, de 3

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