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26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 3/36 Grandes empresas conhecidas mundialmente e consolidadas no mercado por suas soluções inovadoras começaram como, ou ainda são consideradas, startups. Exemplos de startups internacionais são: Uber, AirBnB, Facebook, Google, e até a Amazon, que em 2019 foi considerada a marca mais valiosa do mundo segundo o Ranking BrandZTM 2019, pesquisa mais relevante da área. No Brasil, várias startups são consideradas “unicórnios”, ou seja, já valem mais de 1 bilhão de reais, como 99Taxi, Ifood/Movile, Pagseguro e Nubank. O que esses casos de sucesso têm em comum? Muitas características com certeza, mas no que diz respeito ao desenvolvimento de produtos, todas elas usam do pensamento lean (enxuto) para projetar, testar e validar suas soluções. Pensamento Lean e Startups O termo “lean” pode ser traduzido como “enxuta”, então, numa tradução livre Lean startup signi�ca startup enxuta. O ser enxuto ou lean, na verdade, não é um pensamento Lean Startups e Cadeia deLean Startups e Cadeia de Valor da InovaçãoValor da Inovação 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 4/36 novo, mas já data desde o pós-Segunda Guerra Mundial, pelos engenheiros japoneses Eiji Toyoda e Taiichi Ohno, considerados os pais do “Toyotismo”, que revolucionou o modo de produzir em grandes volumes mas com o olhar da qualidade, sendo uma alternativa ao modo de produção predominante da época, o Fordismo. A partir de 1960 a �loso�a lean foi disseminada por várias regiões do mundo, principalmente no cerne das indústrias. Pelo contexto do Japão pós-guerra, um país devastado, onde os recursos eram demasiadamente escassos, e competir com o modelo de produção em massa tradicional (o Fordismo, americano) não era viável ou competitivo, os japoneses precisaram repensar sua referência de sistema de produção. O Toyotismo enxergou que a chave da viabilidade estaria em diagnosticar qualquer desperdício e gerar o máximo de valor aos seus clientes. Como consequência o pensamento lean aumenta a produtividade e a e�ciência. O Sistema Toyota de Produção ou Toyotismo é uma �loso�a de trabalho que engloba um guarda-chuva de inúmeras ferramentas e conceitos de melhoria. Mas o marco inicial é a equação “lucro = faturamento - gastos”. Então, a partir da simples interpretação dessa equação, em que qualquer empresa busca manter ou aumentar seus lucros, sem impactar no aumento de preços para o cliente �nal, a chave do sucesso está em diagnosticar e eliminar os gastos. Ressalvando que gasto, nesse caso, não é considerado investimentos que darão retorno, e sim, desperdícios. A �loso�a por trás do lean classi�cava os desperdícios em sete formas principais (superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, estoque, movimentação e produtos defeituosos) e sugere algumas ações para mitigá-los ou eliminá-los através de ações, técnicas ou ferramentas visando: eliminação de inventário, utilização de pequenos lotes de produção, redução de tempos de troca de equipamentos ou recalibração de máquinas (setup), uso de máquinas semiautônomas e cooperação com fornecedores, colaboração e empoderamentos dos funcionários, e outros (OHNO; BODEK, 1988). Somado à realização do diagnóstico e ação sobre os sete desperdícios, o pensamento lean é centrado na identi�cação e busca da entrega de “valor”, este de�nido pelo consumidor/cliente �nal, que percebe o tal valor como características e desempenho do produto ou serviço, conforme suas necessidades, a um preço e tempo adequados (WOMACK; JONES, 2003). 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 5/36 Ries (2011) de�ne startup como uma organização projetada para criar um novo produto ou serviço sob condições de extrema incerteza, capazes de criar mercados e usuários inexistentes através de negócios bem-sucedidos. No entanto, o que diferencia a lean startup das demais empresas é justamente uma das características mais incentivadas pelo Toyotismo: a �exibilidade. Por compreender que o mercado é dinâmico, que as necessidades dos clientes devem ser bem entendidas ao longo do ciclo de vida de desenvolvimento do produto com �m de gerar um produto com maior “valor”. Assim, inovar e se adequar é imprescindível, e, por conseguinte, o processo de execução e controle deve ser igualmente otimizado. Eric Reis introduz o conceito de “pivotar”, que é exatamente essas adaptações ao longo do projeto. Para Reis (2011) a produtividade e sucesso de uma startup demanda a eliminação de desperdícios, e não é medida pela razão de produtos entregues, mas pela quantidade de vezes que o produto foi testado e validado ao longo do desenvolvimento dos processos de negócio. Assim, em sua essência startups são organizações que processam ideias em produtos, mas diferentemente de empresas tradicionais, os clientes são constantemente ouvidos, para que esses usuários �nais possam interagir e opinar, apresentando suas necessidades, de�nindo seus valores, gerando dados que serão usados no PDP, e por consequência gerando produtos com maiores chances de sucesso (RIES, 2011). A percepção negativa ou positiva dos clientes compõe o ciclo de feedback construir- avaliar-aprender, o centro do modelo de lean startups ilustrado na �gura 2.1: 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 6/36 Os produtos que uma startup desenvolve são experimentos; a aprendizagem sobre como desenvolver uma empresa sustentável é o resultado desses experimentos. Para as startups, tais informações são muito mais importantes que dólares, prêmios ou citações na imprensa, pois podem in�uenciar e reformular o próximo conjunto de ideias [...] Muitas pessoas possuem formação pro�ssional que enfatiza um elemento desse ciclo de feedback. Para os engenheiros, é aprender a construir coisas com o máximo de e�ciência. Alguns gerentes são especialistas em formulação de estratégias e aprendizagem no quadro branco. Muitos empreendedores concentram energia nos substantivos: ter a melhor ideia de produto, ter o produto inicial mais bem projetado ou ter obsessão por dados e métricas. A verdade é que nenhuma dessas atividades em si é de grande importância. Em vez disso, precisamos concentrar nossa energia na minimização do tempo total gasto nesse ciclo de feedback. Essa é a essência da direção de uma startup (REIS, 2011, p. 57-58). Ries (2011) declarou que o lean startup foi criado usando gestão ágil e o foco no cliente. Segundo o lean startup, a empresa deve criar hipóteses refutáveis do seu modelo de negócio (produto ou serviço), realizando uma série de testes de validação por meio de Figura 2.1 - Ciclo de feedback construir-avaliar-aprender Fonte: Ries (2011, p. 57). 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 7/36 mínimos produtos viáveis (ou MVPs, do inglês minimum viable products). Cada MVP nada mais é que o menor conjunto de atividades, ou funções do produto, necessárias para contestar uma hipótese (EISENMANN; RIES; DILLARD, 2011). O MVP pode ser entendido como uma espécie de protótipo para ajudar a receber o feedback, validando e continuando o dado PDP, ou rejeitando e adequando para um novo produto, evitando assim custos de readaptação com um produto já �nalizado em vias de produção ou comercialização. Discutiremos de forma mais detalhada o MVP na última unidade desta disciplina. Assim, o pensar lean ajuda a ter agilidade para testar uma ideia com seu cliente-alvo de uma forma mais rápida e econômica. O pensamento enxuto pode e deve ser aplicado em vários escopos da empresa que busca otimização. Assim como o SCRUM e as demais metodologias ágeis de projetos, no que diz respeito a produtos, ter momentos no PDP de feedback, teste e validação é essencial para gerar produtos inovadores e que gerem valor ao cliente. O modelo de referência que usaremos nesta disciplina, o modelo uni�cado de Rozenfeld, está em sinergia com o pensamento supracitado. Como citado no começo da disciplina, Rozenfeld et al. (2006) preconizam 3 macrofases distintas para o PDP, que vão desde o planejamento estratégico dos produtos até sua descontinuação, em todas essas macrofases constando momentos de estágio-avaliação. Esses momentos são traduzidos como marcos intermediários (milestones), que sugerem pontos de monitoramento e controle de atividades críticas, antecedendo às decisões formais de cada gate (portão de avaliação). Assim, o modelo uni�cado preza pela gestão contínua adaptada a mudanças, baseado por resultados de testes que além de avaliar as necessidades dos clientes, analisam entre outros a viabilidade de produção, eventuais restrições tecnológicas, impedimentos de leis e aprendizados vindos dos feedbacks. Cadeia de Valor da Inovação Somando ao modelo uni�cado do PDP um framework pertinente de ser abordado para você, futuro(a) engenheiro(a), é sobre a Cadeia de Valor da Inovação. Ambos coexistem 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 8/36 e podem ser usados de forma paralela para prover os produtos mais inovadores e com e�ciência, tanto no seu desenvolvimento, como na geração de valor para o cliente �nal. Os teóricos Hansen e Birkinshaw (2007) criaram o framework de Cadeia de Valor da Inovação, que destaca que a geração de produtos e serviços inovadores pode ser entendida através de uma cadeia de valor, compreendendo três fases principais: geração de ideias, conversão e difusão. Essas fases abrangem seis atividades: colaboração interna, externa e entre unidades; seleção e desenvolvimento de ideias e difusão pela empresa das ideias desenvolvidas. O modelo da cadeia de valor da inovação equivale a uma sequência de procedimentos e atividades, começando pela ideação seguindo até a adoção pela empresa, como mostra o quadro 2.1: eflita Re�ita 0% dos projetos de inovação de empresas formais não têm sultado. Um dos motivos é porque a gestão de projetos para rodutos inovadores exige uma abordagem que considere as certezas. onte: Ferramentas práticas... (2017). 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 9/36 Quadro 2.1 - A cadeia de valor de inovação Fonte: Hansen e Birkinshaw (2007, p. 4). Esse modelo demonstra uma visão holística e sistemática dos processos de PDP na ótica de como a inovação está sendo utilizada ou priorizada. Assim, permite que os gargalos desse processo sejam corrigidos e, assim, a cadeia de valor da inovação é fortalecida. Segundo Hansen e Birkinshaw (2007), a primeira etapa corresponde à geração de ideias, que pode acontecer a partir de várias fontes: entre setores da empresa, entre unidades de negócios, ou de fontes externas (redes, competição para cocriação, inovação aberta, transferência de tecnologia etc.). A segunda fase é sobre a conversão das ideias, busca por recursos e atividades do desenvolvimento. A última fase versa sobre a difusão dos 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 10/36 produtos para o mercado, ou das boas práticas de PDP para inovação dos demais setores ou unidades de negócios da empresa. Cada uma dessas três etapas é considerada um elo/portão de avaliação da cadeia. Hansen e Birkinshaw (2007) sugerem que as organizações avaliem seus esforços de inovação em busca de suas forças e fraquezas em relação às competências necessárias em cada fase do processo. Essas avaliações preestabelecidas e sequenciais auxiliam na aprendizagem no que diz respeito à melhoria do processo de inovação. Com isto, os esforços são focados na eliminação das de�ciências identi�cadas. Por ser um processo sucessivo, sempre identi�cando as restrições do sistema, sempre existirá um elo prioritário para ser eliminado, e quando sanado parte-se para o próximo. praticarVamos Praticar 1) Leia o trecho a seguir: “Em seu cerne, a startup é uma catalisadora que transforma ideias em produtos. À medida que os clientes interagem com os produtos, geram feedback e dados. O feedback é tanto qualitativo (por exemplo, o que gostam ou não) como quantitativo (por exemplo, quantas pessoas utilizam o produto e consideram que ele tem valor)”. RIES, E. The lean startup. New York: Crown Publishing, 2011. p. 57. Quais são as etapas do ciclo de feedback de�nido por Eric Ries? a) Construir - avaliar - difundir. b) Construir - avaliar - aprender. 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 11/36 c) Ideia - avaliar - difundir. d) Construir - produto - difundir e) Construir - avaliar - dados 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 12/36 Como descrito anteriormente, dentre os macroprocessos mais importantes para sobrevivência e sucesso da empresa no mercado está o Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP). Pode-se considerar o PDP o processo que comunica e interage a organização com o mercado. Sua estruturação é baseada na otimização de quesitos como: qualidade, custo, tempo de lançamento. No modelo uni�cado de Rozenfeld et al. (2006), o PDP é dividido nas macrofases de Pré-Desenvolvimento, Desenvolvimento e Pós-Desenvolvimento. Vale ressaltar que é um processo sequencial, em que cada output (saída) de certa fase fornece o input (entrada) da fase seguinte, como ilustrado na �gura 2.2: Planejamento de ProjetoPlanejamento de Projeto 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 13/36 No Pré-Desenvolvimento estão as fases do Planejamento Estratégico dos Produtos e o Planejamento do Projeto. O Planejamento Estratégico é tradicionalmente feito pelos gestores de alto nível hierárquico da organização, criando a missão, visão, valores com base em análises internas e de mercado. Com o planejamento estratégico são criados desdobramentos em metas e objetivos para todos os setores da organização. A fase de planejamento estratégico é o marco para o planejamento e gerenciamento de portfólio de produtos da empresa, essencial ao PDP. Objetivos e Atividades da Fase É na fase de Planejamento de Projeto que são de�nidos os objetivos, metas e requisitos relacionados ao produto que estarão listados na principal saída (output) da fase: o escopo do projeto. O escopo organiza as delimitações das atividades que precisam ser feitas nas etapas posteriores, o que auxilia a desenvolver produtos inovadores e mais valorizados no mercado, além de diminuir ou eliminar desperdícios como uso e�ciente de insumos e retrabalho (MOZOTA; KLOPSH; COSTA, 2011). 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 14/36 Nessa fase começa o detalhamento por produto, um por vez, que compõe o portfólio – em que os recursos necessários, o tempo e o custo são de�nidos com maior crivo. Uma vez o planejamento aprovado, o projeto tem início na macrofase subsequente, o desenvolvimento (ROZENFELD et al., 2006). Para Rozenfeld et al. (2006) a elaboração de uma declaração escrita do escopo do projeto signi�ca um embasamento genérico a ser seguido nas decisões futuras do planejamento e execução do PDP. A declaração deve conter: justi�cativa do projeto; descrição sucinta do produto; objetivos do projeto em termos de custo, cronograma e medidas de qualidade; as premissas e restrições identi�cadas; e um plano de gerenciamento do escopo. Sumarizando temos: 1. Início: De�nição dos interessados, identi�car as partes envolvidas, compreendendo suas necessidades, limitações, e potencial de comprometimento com o projeto; 2. Objetivo: Plano de projeto. Planejamento de todas as ações que precisam ser executadas no projeto, ou seja, identi�car cada uma delas e veri�car o relacionamento; 3. Atividades e Saídas: - Construção do EDT (Estrutura de Decomposição do Trabalho), que desmembra o projeto em suas partes componentes e elementos. Procedimento típico da gestão de projetos; - De�nir atividades e sequências, que nesse modelo signi�ca identi�car necessidade, de�nir relacionamento entre as atividades, analisar a rede de projetos; - Preparar cronogramas, ou seja, a programação de datas de início e �m das atividades, além da estimativa da quantidade de recursos disponíveis; - Avaliação de riscos; - Preparação de orçamento; - Análise de viabilidade econômica (considerando todo o ciclo do produto); - De�nição de indicadores de desempenho; eles são regras e métricas de acompanhamento importantes para veri�car a correta execução do que foi planejado; - De�nir plano de 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 15/36 comunicação; - Planejamento de aquisições, ou seja, decisões sobre fornecedores, no que diz respeito à produção de certo subcomponente ou insumo produtivo); - Avaliar e aprovar a fase; - Documentar as decisões e registrar lições aprendidas. praticarVamos Praticar O PDP representa uma coleção de atividades sequenciais e interdependentes que qualquer organização pode utilizar para transformar suas ideias e tecnologia em um portfólio de produtos, os quais atenderão às necessidades dos consumidores e aos objetivos estratégicos da empresa. BAUCH, C. Lean product development: making waste transparent. Cambridge: Massachusetts Institute of Technology, 2004. Sobre as fases iniciais presentes na macrofase pré-desenvolvimento, é correto a�rmar que: a) O projeto conceitual de�ne os subcomponentes ou partes que farão parte do produtos. b) O planejamento de projeto é feito apenas pelos diretores executivos da empresa. c) O planejamento de projeto inicia a de�nição do portfólio de produtos. d) O projeto detalhado de�ne a estratégia da empresa. e) Um dos produtos do planejamento de projetos é a de�nição do escopo. 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 16/36 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 17/36 A macrofase em que os(as) pro�ssionais de engenharia são mais atuantes, o Desenvolvimento, contém as fases de Projeto Informacional, Projeto Conceitual, Projeto Detalhado, Preparação da Produção e Lançamento do Produto. Neste tópico, falaremos sobre o Projeto informacional. Objetivos e Atividades da Fase De todas as fases do Desenvolvimento é nesta que o cliente será o maior centro das atenções. A leitura correta das necessidades dos clientes e observação dos concorrentes será essencial para desdobrar em funções, ou soluções, que o produto deve oferecer. Vamos a seguir condensar e apresentar o objetivo e as atividades da fase do desenvolvimento de projeto informacional baseado em Rozenfeld et al. (2006): Projeto InformacionalProjeto Informacional 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 18/36 Objetivo: desenvolver um conjunto de informações, o mais completo possível, chamado de especi�cações-meta do produto, estas guiarão a geração de soluções, de critérios de avaliação e de tomada de decisão utilizados nas etapas posteriores do processo de desenvolvimento. Se a especi�cação-meta for feita de forma equivocada acarretará uma solução ine�ciente, resultando na perda de quase todos os recursos gastos. Plano informacional: a partir da revisão e atualização do escopo vindo do pré- desenvolvimento. De�nição do problema do projeto: compreensão do problema que o produto visa solucionar no mercado ou para o público-alvo, detalhando aspectos tecnológicos e estudo de eventuais soluções com o mesmo problema realizado por concorrentes. Mapear o ciclo de vida do produto: de�nição para cada fase dos stakeholders e identi�cação da “voz do cliente” (necessidades dos clientes que serão transformadas em requisitos do cliente). De�nir requisitos do cliente. De�nir requisitos do produto: descrição dos requisitos dos clientes (necessidades) em forma de características técnicas e mensuráveis do produto. Monitorar a viabilidade econômica da fase. Avaliar e aprovar a fase: segundo abrangência, ambiguidade, redundância, clareza, praticabilidade e se as metas das especi�cações de custo estão de acordo com o custo-meta do produto. Documentar as decisões e registrar lições aprendidas. Voz do Cliente e Desdobramento da Função Qualidade (QFD) O grande desa�o da fase informacional é transformar a “voz do cliente” totalmente subjetiva e qualitativa em aspectos mensuráveis e técnicos que abastecerão a formulação das características e funções principais do futuro produto. 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 19/36 Entender o cliente é mandatório no atual mercado cada vez mais acirrado. É essencial satisfazer e �delizar os clientes para se manter competitivo entre os concorrentes. Porém, para atingir esses objetivos, é preciso que as organizações conheçam profundamente seus clientes, identi�cando os seus requisitos mais importantes, que devem ser atendidos de forma e�ciente por seus produtos. Um dos métodos de desenvolvimento de produtos e serviços que ajuda nesse desa�o é o Desdobramento da Função Qualidade (QFD). O QFD é um método de desenvolvimento de produtos que enfatiza a garantia da qualidade na fase de projeto. Entenda qualidade como satisfazer os clientes e seguir certos padrões de exigências de desempenho do produto, além de identi�car e traduzir as necessidades dos clientes em características técnicas do produto para atender a essas necessidades (AKAO, 1996). Segundo Baxter (2000), o desdobramento da função qualidade é capaz de converter as necessidades subjetivas do consumidor em requisitos de projeto (cliente e produto), usando a matriz de conversão ou também conhecida como "casa da qualidade". Esses requisitos podem ser quanti�cados e priorizados pela análise de benchmarking (dos produtos concorrentes) e com o uso de um sistema de ponderação das importâncias consegue ainda hierarquizar quais características são mais importantes para aumentar a percepção de valor do produto para o cliente. Convertendo os Requisitos de Clientes e Produtos no QFD Para Kotler e Keller (2006), a tarefa de traduzir as exigências do cliente-alvo em um protótipo que funcione é apoiada por um conjunto de métodos conhecidos como desdobramento da função de qualidade (ou QFD, do inglês quality function deployment). A metodologia toma a lista dos desejados atributos do cliente, gerados pela pesquisa de mercado, e os transforma em uma lista de atributos de engenharia, que engenheiros(as) podem utilizar. Por exemplo, o cliente da montadora X de carros na pesquisa de satisfação falou que desejava mais “conforto”, isso pode ser convertido em características de uma nova suspensão, de um novo sistema de ar-condicionado, ou 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 20/36 direção elétrica. A matriz tem várias versões e a mais completa é ilustrada na �gura 2.3. Nesta disciplina, iremos simpli�car usando apenas os blocos 1, 2, 4, 5 e 6. Iremos explicar seu preenchimento brevemente a seguir. O processo se inicia com a pesquisa listando todas as necessidades do consumidor ainda de caráter primitivo e subjetivo; por exemplo: o cliente de uma pizzaria delivery informa que deseja: “gostosa”, “bonita”, “quentinha” e “que não gruda na embalagem”. Posteriormente, para preencher o bloco 1 (o que), há o desdobramento da linguagem primitiva em requisitos do cliente, por exemplo: quantidade de queijo, quantidade de molho de tomate, temperatura, uniformidade das fatias. No bloco 2 é de�nida a importância que o cliente enxerga para cada um dos requisitos, de 1 a 10, sendo o 1 o menos importante e 10 o mais importante. Vale ressaltar que essa escala pode variar conforme a equipe/empresa convencione. Seguindo para o bloco 4 (como), é o momento em pensar como se pode mensurar tecnicamente (linguagem de engenharia) os requisitos do cliente, Figura 2.3 - Matriz da Casa da Qualidade do QFD Fonte: Rozenfeld et al. (2006, p. 227). 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 21/36 em processos e componentes do produto �nal. No caso da pizzaria delivery: Quantidade de molho (g), Quantidade de cobertura (g), Número de fatias (n°), Tamanho da ferramenta de corte padrão (cm), Isolamento da embalagem (condutibilidade) (Kcal/mh°C), Altura da embalagem (cm), Temperatura do forno (°C). No bloco 5 é realizada a Matriz de Relacionamento, ou seja, a correlação entre os requisitos dos clientes (os “quês”) e os requisitos do produto (os “como”). Para cada célula da matriz é determinado se existe uma relação ou não, e, caso exista, qual a sua intensidade. Já no bloco 6 a quanti�cação (a soma da coluna por requisito do produto) dos requisitos irá formar o conjunto de especi�cações para o produto a ser desenvolvido. Finalizada a casa da qualidade, os engenheiros(as) possuem uma quantidade apreciável de dados sumarizados, de razoável con�abilidade, prontos para serem utilizados no reflita Re�ita A Mitsubishi Heavy Ind., então produtora de navios de grande porte e navios-tanque, foi a primeira a sistematizar a casa da qualidade e de fato usar o QFD para gerar mais valor aos clientes. Atualmente, no Brasil, empresas como Embraer, Multibrás, Xérox, Eaton, Fiat, Mercedes-Benz e Ambev são cases da melhoria do PDP e da Qualidade com a utilização do QFD no desenvolvimento de seus produtos ou serviços. Fonte: Marshall Júnior et al. (2005). 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 22/36 processo de tomada de decisões pelas pessoas envolvidas no desenvolvimento do produto. A �gura 2.4 exempli�ca uma casa da qualidade preenchida. Para Rozenfeld et al. (2006) a equipe de PDP de diferentes especialistas será capaz de usar a classi�cação dos requisitos do produto como instrumento para a priorização das atividades de desenvolvimento. Sendo assim, existe uma relação clara entre os blocos/etapas do QFD com o objetivo e atividades da Fase Informacional. Essa relação é demonstrada no Quadro 2.2: 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 23/36 Quadro 2.2 - Comparação dos blocos do QFD e atividades do projeto informacional Fonte: Adaptado de Rozenfeld et al. (2006, p. 228). praticarVamos Praticar CAMPO DO QFD ATIVIDADES DO PROJETO INFORMACIONAL 1- Requisitos dos clientes; 2 - Importância dos requisitos Identi�car os requisitos dos clientes e do produto 4- Requisitos do produto; 5 - Correlação entre requisitos dos clientes e requisitos do produto De�nir os requisitos do produto 6- Quanti�cação dos requisitos do produto (valor-meta) De�nir especi�cações-meta do produto 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 24/36 3) Segundo Baxter (2000), a especi�cação do projeto procura prever tudo que poderia causar o fracasso comercial do produto. Essas causas são removidas durante a elaboração dos requisitos do projeto, o que cabe à fase informacional. BAXTER, M. Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2000. Sobre a relação do projeto informacional com a voz do cliente é correto a�rmar que: a) A de�nição da voz do cliente é uma atividade que compõe o escopo, sendo uma entrada para o início do projeto informacional. b) A de�nição da voz do cliente está dentro dos objetivos do projeto informacional e pode ser realizada pelo desdobramento da função qualidade. c) O QFD através da voz do cliente é capaz das necessidades dos clientes dizer quais os componentes serão mais caros de produzir. d) Dentro do projeto informacional a voz do cliente é objetiva e mensurável, sendo facilmente quanti�cável. e) O bloco do QFD que se refere a requisitos dos clientes e é semelhante à atividade de de�nição de especi�cações-metas do produto. 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 25/36 Com base nas especi�cações-metas inicia-se a fase de Projeto Conceitual. No projeto conceitual será de�nida a concepção do produto que impactará nos princípios de solução e engloba a arquitetura do produto, layout e estilo do produto, como também o macroprocesso de fabricação e montagem e lista inicial dos sistemas, subsistemas e componentes principais. Para Rozenfeld et al. (2006) concepção signi�ca uma descrição aproximada das tecnologias, princípios de funcionamento e formas de um produto, que pode ser ilustrada por esquema ou modelo tridimensional e acompanhada por uma explicação textual. Ou seja, uma descrição sintética e resumida de como o produto irá sanar as necessidades dos clientes. Segundo Baxter (2000), quando o projeto conceitual for �nalizado serão de�nidos os aspectos essenciais do produto como: mercado potencial, seus princípios operacionais e os principais aspectos técnicos. Ou seja, várias decisões de nível mais complexo são tomadas nessa fase, o que inclusive faz com que a empresa orce e reserve um Projeto ConceitualProjeto Conceitual 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 26/36 considerável volume de recursos �nanceiros alocados. Para as fases posteriores, incluindo principalmente as fases incluídas na macrofase de desenvolvimento, uma eventual introdução de mudanças pode implicar em refazer matrizes de elevadíssimos custos. Uma ressalva importante, nessa fase os(as) Engenheiros(as) e os(as) demais pro�ssionais envolvidos no PDP devem ser estimulados a usar ferramentas e metodologias para desenvolvimento criativo, devido ao contexto subjetivo vindo do projeto informacional, e pela necessidade da geração do maior número de alternativas viáveis que posteriormente devem ser �ltradas e escolhidas como o conceito/concepção que será produzido. A criatividade no PDP é um dos fatores de grande importância para desenvolver produtos inovadores e mais competitivos. Por muito tempo a criatividade foi vista como uma característica inata que se tem ou não, mas hoje as empresas já valorizam como uma das mais importantes soft skills que qualquer pro�ssional deve possuir. As organizações inovadoras têm a consciência que os indivíduos podem desenvolver soluções criativas quando devidamente capacitados e suportados para esse processo (BAXTER, 2000). Alguns dos principais métodos criativos para desenvolvimento de produtos normalmente usados na fase conceitual estão compilados no Quadro 2.3. 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 27/36 Método Criativo Descrição Brainstorming O termo sugere uma tempestade de ideias. Criado por Alex F. Osborn em 1953, é geralmente realizado em grupo (de 5 a 10 pessoas) e coordenado por um líder que deve explicar o problema e orientar a sessão, mas também pode ser usado por um indivíduo apenas. As ideias devem ser registradas para serem reavaliadas posteriormente (BAXTER, 2000). Analogias Forma de raciocínio, em que propriedades de um objeto são transferidas para outro objeto diferente, mas com aspectos em comum. Elas podem ser usadas para criar soluções completamente novas, descobrindo- se como um problema semelhante é resolvido em um contexto diferente (BAXTER, 2000). Sintético Consiste em: Formulação do problema; Análise do problema; Aplicação das analogias; Desenvolvimento da analogia; Aplicação da solução análoga; Avaliação da solução análoga; Busca por alternativas (BACK et al., 2008). Matriz Morfológica Consiste em uma pesquisa sistemática de diferentes combinações de elementos e parâmetros com o objetivo de encontrar uma nova solução para o problema. Após a formulação do problema, obtém- se um conjunto de especi�cações de projeto do sistema a ser desenvolvido. O método da matriz morfológica foi baseado no procedimento proposto por Back et al. (2008): identi�cação da função global do sistema e 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 28/36 Quadro 2.3 - Principais métodos criativos para desenvolvimento de produtos. Fonte: Elaborado pelo autor. suas interfaces; decomposição da função global em funções elementares; preenchimento da matriz morfológica com as funções e princípios de solução; combinação de princípios para gerar concepções de produto. Análise de Valor Segundo Rozenfeld et al. (2006) é indicado para produtos já existentes. Primeiramente escolhe-se o produto a ser analisado e escolhe-se a equipe envolvida na tarefa. Depois, são coletadas informações marcos dos produtos (baseada nas principais funções) e os custos envolvidos. Identi�ca- se a função de cada parte do produto e o seu custo. A seguir, lista-se uma série de componentes/partes que entregam aquela devida função do produto, buscam- se ideias ou soluções que venham a reduzir os custos, por meio de questionamentos. Por �m, a equipe julga a melhor combinação de componentes/partes do produto que entregam as funções que irão gerar valor ao produto. 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 29/36 Objetivos e Atividades da Fase As atividades têm ênfase na busca, criação, representação e seleção de soluções para o problema de projeto (ROZENFELD et al., 2006). A principal determinação dessa fase é para gerar soluções e satisfação às necessidades do cliente, sendo que elas devem evoluir para chegar ao mais próximo possível do que o cliente quer (PUGH, 1990). Vamos a seguir condensar e apresentar o objetivo e as atividades da fase baseado em Rozenfeld et al. (2006): ● Objetivo Escolha do conceito �nal do produto, que deve atender às especi�cações- meta por meio de soluções técnicas adequadas e de custos aceitáveis. ● Atividades saiba mais Saiba mais Você pode conhecer um pouco mais sobre 60 métodos de criatividade mais usados por desenvolvedores. Neste site, você pode entender como aplicar e o objetivo de cada uma dessas 60 técnicas: ACESSAR https://sites.google.com/site/guiadecriatividade/home 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 30/36 Atualizar o Plano do Projeto Conceitual; Modelar funcionalmente o produto: o estabelecimento da função global do produto que posteriormente será desdobrada em uma estrutura de funções elementares; Desenvolver princípios de solução para as funções; ■ Desenvolver as alternativas de solução para o produto. De�nir arquitetura: a divisão, identi�cação, localização e relacionamento entre os elementos (sistemas, subsistemas e componentes individuais). Mas não chega a características físicas como, dimensões, resistências e peso, por exemplo; De�nir Ergonomia e estética; De�nir parceiras e fornecedores; Selecionar concepção do produto; De�nir Plano de Macro Processo; Atualizar estudo de viabilidade econômico-�nanceira; Avaliar fase; Aprovar e documentar fase. praticarVamos Praticar É seguro a�rmar que de todas as etapas do PDP é do projeto conceitual onde a criatividade é mais demandada com o objetivo de extrapolar soluções. Back et al. (2008) sugere que deve prezar pela geração da maior quantidade de ideias possíveis nesta fase, pois a cada 100 ideias de produto geradas, apenas 5 tornam-se produtos de sucesso. 26/02/2020 Ead.br https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 31/36 BACK, N. et al. Projeto integrado de produtos: planejamento, concepção e modelagem. Barueri: Manole, 2008. A motivação para ser criativo na fase conceitual é: a) Ser econômico nas soluções. b) Pensar apenas com o olhar da sustentabilidade. c) Gerar o maior número de alternativas viáveis que depois serão lapidadas até a concepção. d) Basear nos menores preços. e) O input usado é totalmente objetivo, sem necessidade de abstração.
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