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A Gramática é um ramo da linguística fundamental para o estudo da língua e de seus diversos fenômenos. Você sabe o que é e para que serve a Gramática? Conforme definição do Dicionário Aurélio, gramática é o estudo ou tratado dos fatos da linguagem, falada e escrita, e das leis naturais que a regulam. Além de apresentar regras, a gramática também exerce a função de analisar as estruturas que o falante de uma língua tem programado em sua memória e que lhe permitem usar sua língua. Além disso, a gramática também tem por função descrever o sistema de um idioma. Por ser um tratado que apresenta as normas reguladoras do idioma, muitas pessoas têm uma visão equivocada sobre a função da gramática. Embora ela determine as condições de uso da língua, sobretudo o uso na modalidade escrita, a gramática não é uma disciplina que procura estabelecer o “certo” e o “errado” nas práticas discursivas, pois tal visão apenas abarcaria a análise da norma culta da língua. É fundamental considerarmos que a língua não é apenas um amontoado de regras que devem ser seguidas à risca pelos falantes, indivíduos formados por idiossincrasias que não permitem qualquer tipo de padronização comportamental. Sabemos que a língua é um elemento dinâmico, uma importante ferramenta para a comunicação que deve estar sempre à disposição dos falantes e, por esse motivo, desconsiderar as inúmeras variações linguísticas apenas corroboraria para o preconceito linguístico, comportamento que exclui a importância dos fatores sociais e culturais para a formação de uma língua. Tendo em vista essas questões, conheça agora as peculiaridades que compõem os diferentes tipos de gramática: Gramática normativa: estabelece as normas do falar e escrever corretamente. Apenas considera a língua exemplar, isto é, a forma eleita entre as várias formas de falar que constituem a língua histórica; Gramática descritiva: ocupa-se da descrição dos fatos da língua, enfatizando as variações linguísticas, e não apenas estabelecer o que é certo ou errado; Gramática histórica: tem como objetivo estudar a origem e a evolução histórica de uma língua. São os estudos diacrônicos da língua; Gramática comparativa: tem como objetivo estabelecer correspondências entre diferentes línguas para assim estabelecer suas relações de parentesco. Nos textos dispostos mais abaixo, você encontrará vários artigos que contemplam as diferentes abordagens sobre a gramática, ramo da linguística que é imprescindível para o estudo da língua. Boa leitura e bons estudos! Ortografia e Acentuação Um idioma pode manifestar-se de duas maneiras: falado ou escrito. O processo da fala utiliza determinados sons a que chamamos fonemas. Já o processo escrito serve-se das letras. Assim, a fala é um processo oral- auditivo e a escrita é um processo visual (ou táctil). Não se podem confundir os dois casos! Fonema Tecnicamente, fonemas são sinais sonoros, mínimos, distintivos entre dois vocábulos como se observa na pronúncia de pata, bata e lata, em que ocorrem os fonemas [p], [b] e [l], respectivamente. A língua portuguesa tem, aproximadamente 33 fonemas. De uma forma menos teórica, é possível dizer que um fonema é um som mínimo que se agrega a outros para produzir uma palavra falada. O Alfabeto (Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa) As letras K, W e Y passaram a fazer parte do alfabeto da língua portuguesa, que passou a contar com 26 letras, cada uma com uma forma maiúscula e outra minúscula Forma minúscula Forma maiúscula a A b B c C d D e E f F g G h H i I j J k K l L m M n N o O p P q Q r R s S t T u U v V w W x X y Y z Z Além destas letras, usam-se o ç e os dígrafos RR, SS, ch, lh, nh, gu e qu. As letras K, Y e W passaram oficialmente a fazer parte do alfabeto da língua portuguesa. No entanto, seu uso não deve substituir as formas já adaptadas ao português. Não é permitido, por exemplo, escrever "kilo" no lugar de "quilo". O uso das letras K, W e Y ocorre nos seguintes casos: a) Nomes próprios de pessoas em línguas estrangeiras. Exemplos: Kant, Byron, Kafka, William. b) Nomes geográficos. Exemplos: Kuwait, Malawi. c) Siglas, símbolos e unidades de medida de uso internacional. Exemplos: kW (kilowatt), kg (quilograma), km (quilômetro). Nomes de países e cidades em outras línguas devem ser grafados em sua forma correspondente em português. Exemplos: Nova Iorque, Quebeque. Já os nomes que não possuem versão em português, como Washington e Los Angeles, devem manter a grafia original. Os dígrafos finais de origem hebraica ch, ph e th podem conservar-se em formas onomásticas da tradição bíblica, ou então, simplificar-se, como: Baruch (o ch em hebraico é pronunciado como o j em espanhol) ou Baruc; Loth ou Lot As consoantes finais grafadas b, c, d, g e t mantêm-se nas formas onomásticas em que o uso as consagrou: Jacob, Job, Isaac, David, Gad. Maiúsculas e Minúsculas A letra minúscula é usada para designar nomes de meses (janeiro, fevereiro), de estações do ano (verão, inverno) e de dias da semana (domingo, segunda-feira). Os pontos cardeais também são escritos com letra minúscula: norte, sul, sudeste, nordeste. No entanto, suas abreviaturas são escritas em letra maiúscula: N (norte), O (oeste). Quando pontos cardeais são utilizados para indicar uma região, eles são escritos com letra maiúscula: Nordeste (região nordeste brasileira). O uso da letra minúscula é facultativo nos seguintes casos: a) Citações biográficas (com exceção da primeira palavra e de termos obrigatoriamente grafados com letra maiúscula, como nomes próprios). Por exemplo, "Triste Fim de Policarpo Quaresma" é tão aceitável quanto "Triste fim de Policarpo Quaresma". b) Formas de tratamento e reverência e nomes sagrados que designam crenças religiosas: senhor doutor Joaquim da Silva (Senhor Doutor Joaquim da Silva) e cardeal João (Cardeal João). c) Nomes que designam cursos e disciplinas. Exemplos: Biologia ou biologia; Português ou português. A letra maiúscula é usada: a) em nomes próprios (reais ou fictícios): José; Branca de Neve. b) em nomes de lugares (reais ou fictícios): Rio de Janeiro; Atlântida. c) nomes mitológicos: Ulisses. d) nomes que designam instituições: Instituto de Cultura de Minas Gerais e) nomes que designam festas ou festividades: Natal; Yom Kipur; Ramadã. f) títulos de jornais e revistas (que devem ser sempre grafados em itálico): O Estado de São Paulo. g) siglas e abreviaturas: NATO; Sr. A letra maiúscula inicial é facultativa em termos de reverência ou formas de tratamento cortês. O uso também é facultativo em inícios de versos e em termos que classificam locais públicos (rua, avenida), assim como templos e edifícios. Exemplos: Igreja ou igreja do Bonfim, sinagoga ou Sinagoga Bethel, palácio ou Palácio da Cultura. Classificação dos fonemas 1. Vogais São pronunciados livremente, ou seja, não há interferência de nenhum órgão da cavidade bucal (dentes, língua, lábios). São naturais, da voz, propriamente dita, por isto vocais ou vocálicos. Exemplos: /a/ = América; /e/ = elétrica. 2. Consoantes Só podem ser emitidos quando há a interferência de algum elemento da boca (dentes, língua, lábios), ao serem pronunciados, somam-se aos fonemas /a/ ou /e/, por isto ditos consoantes (com + soantes). Exemplos: /b/ = beleza; /t/ = Teresa. 3. Semivogais São fonemas intermediários, nem totalmente livres como os vogais), nem totalmente obstruídos (como os consonantais). Geralmente são o /w/ e o /y/, quando formam sílaba com os fonemas vogais. O fonema semivogal é sempre átono, quer dizer, pronunciado com menos intensidade que o vogal com o qual forma a sílaba. Exemplos: cau-te-la = /kaw/; rui-vo = /ruy/. Nota: Não há letra vogal, essa classificação pertence ao fonema! A letra simplesmenterepresenta um fonema que seja vogal, consoante ou semivogal. A representação universal do fonema utiliza o chamado alfabeto fonético internacional e sempre marca os elementos entre duas barras. Encontros vocálicos a) Ditongo Uma sílaba em que ocorre encontro de vogal com semivogal e vice-versa. Por isto o ditongo pode ser crescente (semivogal + vogal) ou decrescente (vogal + semivogal). Exemplos: á-gua; he-rói, en-can-tam. Nota: Nunca se diz que haja "duas vogais na mesma sílaba". O fonema vogal é o centro de toda sílaba. Os ditongos, assim como os tritongos, são inseparáveis na divisão silábica. b) Tritongo É a ocorrência em que uma sílaba apresenta um fonema vogal ladeado por dois fonemas semivogais. Exemplos: Pa-ra-guai; en-xá-guam. c) Hiato Neste caso há duas sílabas contíguas, formadas, logicamente, por vogais. Exemplos: Ce-a-rá, co-o-pe-rar. Dígrafos e dífonos Existem casos em que se utilizam duas letras para representar um só fonema: são os dígrafos. Exemplos chuva [x], an-jo [ã], queijo [k]. Outros casos há em que ocorre o emprego de uma só letra, para representar dois fonemas. São chamados dífonos. Exemplos: tá-xi /c/ /s/, sin-ta-xe /c/ /s/. Encontros consonantais Neste caso, a sílaba se forma com o encontro de dois fonemas consoantes. Exemplos: pre-ço /p/ /r/, blo-co /b/ /l/. Classificação das palavras quanto ao número de sílabas Dependendo do número de sílabas as palavras dividem-se em: Monossílabas Formadas por uma única sílaba. Tal sílaba pode ser tônica ou átona. a) Tônicas: Têm autonomia de pronúncia, a intensidade é de sílaba tônica. Exemplos: pé, não, teu, pneu, nó, tu, ti, mim, bis, etc. b) Átonas: Sem autonomia de pronúncia, a intensidade é de sílaba átona. Exemplos: me, te, se, lhe, o, a, de, com etc. Polissílabas Têm mais de uma sílaba e alguns gramáticos os selecionam em dissílabos, trissílabos, chamando apenas os demais de polissílabos. Dissílabas Formadas por duas sílabas. Sempre são oxítonas ou paroxítonas. Exemplos: ca-fé, li-tro, pei-xe, Cei-lão, mai-o, etc. Trissílabas Formadas de três sílabas. Podem ser oxítonas, paroxítonas ou proparoxítonas. Exemplos: já-ca-ré, ca-mi-sa, téc-ni-co, etc. Polissílabas Apresentam quatro ou mais sílabas. Podem ser paroxítonas ou proparoxítonas. Exemplos: his-tó-ri-co, ca-fe-i-cul-tu-ra, de-sen-vol-ve, etc.
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