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Movimentos Artísticos Contemporâneos

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Prévia do material em texto

História da Arte 
Contemporânea
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Rita Garcia Jimenez
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, 
Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
• Neoexpressionismo
• Arte Povera (Arte Pobre)
• Arte Urbana / Grafite
• Geração 80 – O Brasil Pós-Moderno
• Jovens Artistas Britânicos (Young British Artists)
• Neopop
 · Conhecer os aspectos conceituais, históricos e estéticos do Neoex-
pressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, Geração 
80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop.
 · Apreciar, analisar significativamente, ler e criticar essas manifestações 
artísticas contemporâneas.
 · Valorizar a pesquisa sobre os aspectos conceituais, históricos e 
estéticos desses movimentos.
 · Valorizar a arte como construção de conhecimento e de cultura.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte 
Povera, Arte Grafi te, Geração 80 (Brasil), 
Jovens Artistas Britânicos e Neopop
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, 
Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
Contextualização
A história da arte contemporânea é dinâmica e recheada de idas e vindas. Ao 
mesmo tempo em que avança em novas linguagens, técnicas, abordagens, volta 
e meia mira o passado, fazendo um mix de releituras – uma das características da 
contemporaneidade. Assim, é importante entendermos a história e seus contextos 
para podermos fazer uma leitura desse caminho. Impossível dissociar a evolução, o 
pensamento e as atitudes do ser humano à arte.
Não há verdade, mas, sim, verdades, por isso, não há limites para a arte. 
Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, Geração 80 
(Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop marcaram o último quarto do século 
XX e, por isso, precisam ser estudados. Obras e artistas representam, cada vez 
mais, a arte, em detrimento de períodos/movimentos/estilos – que, você já pode 
perceber, se tornam cada vez menores.
A vida dinâmica nos impõe grandes desafios e, ao mesmo tempo, grandes 
conquistas. Para tal, precisamos ampliar ao máximo nossos horizontes, conhecendo 
os artistas, afinal, são eles que fazem a arte. E, a multidisciplinariedade está aí 
para nos auxiliar nessa tarefa. Filosofia, Sociologia, Antropologia, Comunicação e 
Educação, entre tantas áreas, contribuem para que possamos ir adiante em nossas 
análises, entendimentos e interpretações. Ver o todo a partir do particular é um 
bom caminho.
Vemos a questão do Neoexpressionismo que “resgatou” a pintura; da Arte 
Povera, que trouxe (novamente) a questão dos objetos; a Arte Grafite, urbana por 
natureza; a Geração 80 brasileira, fundamental no período e para o que somos hoje; 
além, dos jovens britânicos que chacoalharam o mundo. Não existe um caminho 
para o nosso estudo, mas vários caminhos. Aproveite, nesta Unidade você tem um 
desses bons caminhos.
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Neoexpressionismo
O que é belo numa obra de arte, o que muda a vida do espectador, está 
muito além do alcance de tal descrição. Chegue mais perto, leia histórias 
da arte mais detalhadas. Melhor, aproxime-se da própria obra. Melhor, 
ainda, crie alguma coisa. O que acontecer na arte daqui para a frente é 
com você. (Julian Bell, Uma nova história da arte, 2008)
Após o declínio da abstração, na década de 1960, a pintura praticamente 
“saiu de moda”, enquanto surgiam, cada vez mais, movimentos que chamavam a 
atenção de críticos, público e colecionadores em um ambiente eclético como a Arte 
Conceitual e a Arte Povera. Entretanto, no final da década de 1970, na Alemanha, 
na Itália e nos Estados Unidos, a pintura ressurgiu com o Neoexpressionismo, 
que se caracterizou por obras com temáticas frequentemente violentas e muitas 
influências e fontes de inspiração, entre elas a obra dos expressionistas alemães 
das décadas de 1910 e 1920. Entretanto, o movimento ficou marcado mais pelo 
estilo do que pelos temas.
As obras eram dramáticas, com objetos distorcidos e fortes contrastes de cor e 
de tonalidade. Os artistas aplicavam a tinta em empaste, com rapidez e de forma 
intencionalmente grosseira produzindo a aparência de uma execução espontânea. 
As telas eram, geralmente, de grandes formatos. Também costumavam incluir 
outros materiais na superfície de suas obras, como fragmentos de louças, chumbo, 
fotografias, metais... o que dificultava, em alguns momentos, a compreensão da 
imagem pintada. Os neoexpressionistas rejeitavam o trabalho austero e cerebral 
do Minimalismo e da Arte Conceitual dos anos 1960 e, por isso, voltaram suas 
pinturas à figuração como meio de expressão. Essas técnicas levaram os críticos a 
chamarem algumas obras de “pintura ruim”.
Alguns artistas pretendiam chocar com técnicas não convencionais. A partir 
de 1969, o alemão Georg Baselitz (1938-) começa a pintar retratos, paisagens e 
personagens com a tela de cabeça para baixo, dizendo que esse era “o melhor jeito 
de libertar a representação do conteúdo”. Ele se rebelou contra a Arte Abstrata, 
mas também desprezava pinturas que aceitassem passivamente aparências externas 
como a Pop Art, sendo o grande líder do renascimento da pintura figurativa na 
Alemanha. Baselitz adotou o tradicionalmente menosprezado linóleo – porções 
solidificadas de óleo de linhaça, resina, cortiça em pó e, usualmente, pigmentos – 
para realizar sua obra, usando tinta em abundância a fim de criar uma interessante 
superfície áspera.
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UNIDADE Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, 
Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
 
Figs. 1 e 2 – Obras de Georg Baselitz: Elke (1971), óleo sobre tela (2,5 m x 1,9 m), 
e Adeus (1982), óleo sobre tela (2,5 m x 3 m)
Fonte: themodern.org (1) e tate.org.uk (2)
O trabalho de Baselitz influenciou os jovens expressionistas alemães do final da 
década de 1970 e início dos anos 1980. Destaquepara Jörg Immendorff (1945-
2007), conhecido pela série de pinturas Café Deutschland (1977-1984), que 
simboliza as tensões entre a então Alemanha Ocidental e Oriental. Immendorff foi 
aluno de Joseph Beuys (1921-1986) – artista da Arte Conceitual – no início da década 
de 1960. Ele e seus colegas questionavam se os artistas de sua geração deveriam 
ou não pintar. Beuys apoiava o pensamento de muitos de seus contemporâneos 
que consideravam a pintura um meio de expressão desacreditado. Porém, após 
concluírem seus estudos, Immendorff e outros artistas se voltaram à pintura.
Outro nome importante do Neoexpressionismo é o também alemão Anselm 
Kiefer (1945-), cujas grandes telas são consideradas como as primeiras obras do 
movimento. Kiefer explorou a cultura alemã em seus primeiros trabalhos, mas, a 
partir da década de 1980, sua temática se expandiu para assuntos bíblicos inspirados 
na tradição da pintura histórica como em O mar vermelho, de 1984-85 (Fig. 4). 
Em 1980, Baselitz e Kiefer causam controvérsia na Bienal de Veneza com suas 
obras irônicas contendo referências nazistas. No início dos anos 1980, surgiu uma 
nova geração de artistas alemães conhecidos como Novos Selvagens, com forte 
influência do movimento, como Rainer Fetting (1949-). Entretanto, em meados 
da década de 1980, o ímpeto que impulsionava o Neoexpressionismo começou a 
arrefecer, embora os artistas continuassem a preservar suas ideias.
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Fig. 3 – Café Deutschland (1984), de Jörg Immendorff , óleo sobre tela (2,8 m x 3,3 m)
Fonte: wikiart.org
Fig. 4 – O mar vermelho (1984-85), de Anselm Kiefer, óleo, chumbo, 
xilogravura, fotografi a e goma-laca sobre tela (2,7 m x 4,5 m)
Fonte: moma.org
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UNIDADE Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, 
Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
Neoexpressionismo Americano
Nos Estados Unidos, os neoexpressionistas assumiram a luta contra o american 
way of life (modo de vida americano). Julian Schnabel (1951-) é um de seus 
mais significativos representantes. O artista conheceu a fama no final dos anos 
1970, com pinturas que incorporavam objetos como chifres de cervos e galhos de 
árvores. Em 1979, começou a usar cacos de louça. Queria chocar se expressando 
em um estilo exagerado, gestual e extravagante. Suas obras eram grandes e 
ousadas e, uma vez ou outra, os cacos caiam das obras e se despedaçavam no 
chão. Ele também usou suportes não convencionais como tecido encerado, pele 
de animais e telas de teatro japonês. Schnabel trabalha com imagens de filmes, 
fotos, iconografia religiosa, entre outras, criando quadros vigorosos, pesados, que 
incorporam elementos como capachos, destroços, couro e – o mais famoso de 
todos – a louça quebrada.
Na obra O estudante de Praga, de 1983 (Fig. 5) – semelhante a um tríptico 
tradicional – Schnabel usa imagens religiosas na forma de crucifixos sobre cacos 
de porcelana e rompe com o plano bidimensional da tela com uma superfície crua 
e irregular. A obra é uma visão perturbada de um mundo fraturado. Enquanto 
o trabalho do artista era considerado insolente, críticos afirmavam que os de 
seus colegas europeus tinham uma personalidade mais introspectiva e reflexiva. 
“Minhas pinturas ocupam a sala, opõem resistência. As pessoas sempre reagirão a 
isso. Algumas pessoas ficam inspiradas, outras ficam ofendidas. Mas isso é bom”, 
afirmou Schnabel, em 2003.
Fig. 5 – O estudante de Praga (1983), de Julian Schnabel, óleo, 
folhas, chifres e massa sobre madeira (2,9 m x 5,7 m)
Fonte: guggenheim.org
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Transvanguarda: O Neoexpressionismo Italiano
Após várias exposições internacionais, o Neoexpressionismo ganhou espaço e 
notoriedade, passando a abranger outros grupos importantes de artistas como a 
Transvanguarda, na Itália. O novo termo, utilizado para definir a obra de um grupo 
de neoexpressionistas italianos produzida nos anos 1980 e 1990, foi criado pelo 
crítico de arte Achille Bonito Oliva. Os artistas Sandro Chia (1946-), Francesco 
Clemente (1952-), Enzo Cucchi (1949-) e Mimmo Paladino (1948-), entre outros, 
marcaram o retorno a uma pintura caracterizada pela violência de expressão e 
tratamento e por um ar de uma nostalgia romântica.
Os artistas da Transvanguarda se tornaram rapidamente conhecidos e aceitos no 
mundo internacional da arte a partir da inclusão de seus trabalhos em importantes 
exposições como na Kunsthalle, na Basileia (Alemanha), na Bienal de Veneza (Itália) 
e na Royal Academy, em Londres (Inglaterra), nos primeiros anos de 1980. Logo, 
foram realizadas várias exposições individuais na Europa e nos Estados Unidos.
Coloridas, sensuais, dramáticas, as obras transmitem uma sensação de prazer pela 
redescoberta dos aspectos táteis e expressivos dos materiais. Eles se interessavam 
pela mitologia, lenda e histórias da arte. Entretanto, seus estilos eram diferentes 
entre si e iam da obra reflexiva de Clemente, influenciada pelo espiritualismo 
asiático, ao Expressionismo clássico de Paladino, que declarou que sua obra nascia 
de uma explosão psíquica transferida diretamente para a tela.
As imagens de Clemente funcionam como autorretratos psicológicos, 
representando o artista como um herói incompreendido. Recorrendo a um amplo 
espectro de influências e fontes de inspiração, essas imagens mesclam o simbolismo 
religioso, a autobiografia, a história cultural e a história da arte em visões pessoais 
e eróticas.
Fig. 6 – The Fourteen Stations XII (1981-1982), de Francesco Clemente, óleo e cera em linho (1,9 m x 2,3 m)
Fonte: francescoclemente.net
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UNIDADE Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, 
Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
A arte de Paladino também percorre tempos e estilos, mas de uma forma quase 
arqueológica. Suas pinturas e esculturas fundem o passado e o presente, os vivos e os 
mortos, os rituais católicos e os ritos pagãos, os símbolos, os seres humanos e os ani-
mais. O senso de liberdade de Paladino está expresso em uma declaração sua, de 1985:
A arte é um castelo com muitas salas com as quais não temos familiaridade, 
cheias de quadros, esculturas, mosaicos, afrescos, que descobrimos 
maravilhados, ao longo do tempo. O modo como a arte conceitual percorre 
esse castelo é definido com clareza. Meu modo não possui clareza, mas 
transita em paralelo e posso escolher. As velhas questões sobre imagem 
e representação foram deixadas de lado pela arte abstrata. Em minha 
pintura, relaciono Matisse e Malevich, sem que exista um relacionamento 
entre eles.
Fig. 7 – Cordoba (1984), de Mimmo Paladino, óleo sobre tela (3 m x 4 m)
Fonte: artgallery.nsw.gov.au
A rejeição do conceito de um “caminho correto” para a arte e a adoção 
entusiástica da pintura, meio que tinha sido declarado como “morto”, exerceram 
um efeito liberador identificado nas obras e nas declarações dos artistas. Em 
1983, o artista Sandro Chia escreveu: “Neste lugar, rodeado por minhas obras, 
sou um domador de leões entre suas feras e me aproximo dos heróis de minha 
infância, de Michelangelo, Ticiano e Tintoretto. Esculturas e pinturas dançarão 
com uma só perna, ao som da minha música e para meu prazer”. Na pintura 
do artista, imagens heroicas flutuam no tempo e no espaço – a Transvanguarda 
recorre à herança cultural da Itália, mitos, lendas e nos grandes mestres. A figura 
do artista, habitualmente presente em seus quadros, é ao mesmo tempo a de um 
herói e a de um palhaço, e as situações de que participa parecem exuberantes e, 
ainda assim, melancólicas.
Um exemplo é a pintura Aquário (1981), de Sandro Chia (Fig. 8), que lembra a 
passagem dos livros apócrifos em que Tobias (Antigo Testamento da Bíblia) carrega 
um grande peixe ao viajar em busca de uma noiva. Frequentemente, o artista 
mostra figuras masculinas ligadas a alguma ocupação.
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Fig. 8 – Aquário (1981),de Sandro Chia, óleo e pastel sobre tela (2 m x 1,7 m)
Fonte: tate.org.uk
Arte Povera (Arte Pobre)
Arte Povera (ou Arte Pobre) foi um termo criado pelo curador e crítico italiano 
Germano Celant (1940), em 1967. A expressão faz alusão a materiais “humildes” 
e “pobres”, não pertencentes à arte, que os artistas usavam em suas instalações, 
assemblages e performances, como cera, cobre, granito, chumbo, terracota, 
tecidos, neon, aço, plástico, legumes e até mesmo animais vivos. Entretanto, 
esse nome não deve ser tomado de forma radical, uma vez que vários materiais 
empregados não são baratos e possuem tradição em outras linguagens.
Assemblage: O termo tem origem na palavra francesa collage, que signifi ca colagem. 
Assim, assemblage signifi ca a acumulação ou a justaposição de qualquer tipo de objeto 
como elemento de construção de uma obra sobre um suporte bidimensional ou, então, na 
criação de uma obra tridimensional. O uso de objects trouvés (objetos encontrados) em obras 
de arte remonta ao fi nal da década de 1930 com o artista norte-americano Joseph Cornell 
(1903-1972) e a Jean Dubuff et (1901-1985), que cunhou o termo assemblage, em 1953. 
As primeiras assemblages foram infl uenciados pela colagem e, em certos aspectos, pelos 
readymades de Marcel Duchamp (1887-1968), e consolidados por Robert Rauschenberg 
(1925-2008) em suas combine paintings, na década de 1960. Os artistas criaram obras 
reunindo objetos descartados e materiais de sucata em caixas, construções e instalações. 
Muitas vezes, apresentavam os objetos sem nenhuma modifi cação, mas em um ambiente 
fora do seu contexto.
Ex
pl
or
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UNIDADE Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, 
Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
As criações se mostraram requintadas, complexas – muitas vezes extravagantes 
– e compostas de materiais pomposos. Os artistas eram oriundos do norte 
industrializado e próspero da Itália e não das regiões empobrecidas do sul. Suas 
obras não se referem à condição do pobre, mas enfatizam conceitos abstratos 
como, por exemplo, o empobrecimento moral de uma sociedade guiada pelo 
acúmulo da riqueza material.
Organizador e teórico do grupo, Celant promoveu a primeira exposição de Arte 
Povera, em 1967, na Itália, e escreveu o manifesto Arte Povera: notas sobre a 
guerra de guerrilha. No texto, o crítico enfatiza a intenção dos artistas de “abalar 
os códigos culturais existentes” ao se preocuparem basicamente com as qualidades 
físicas dos meios expressivos e com a versatilidade dos materiais. As criações eram 
“pobres” no sentido de serem desprovidas de associações impostas pela tradição. 
Seria algo como “tecnologicamente pobre em um mundo tecnologicamente rico”. 
A inspiração para a Arte Povera veio do “Teatro Pobre” do diretor polonês Jerzy 
Grotoesky (1933-1999), que tentara redefinir o relacionamento entre o ator e o 
espectador ao remover todas as barreiras não-essenciais como figurinos, maquiagem 
e efeitos de luz e som.
Celant divulgou o movimento em seu livro Arte Povera, publicado em 1969, 
em italiano e em inglês. A nova arte foi rapidamente incluída em exposições 
internacionais de Arte Conceitual. Embora tipicamente italianas, as obras se 
referiam a preocupações e interesses compartilhados com artistas de outros países 
como o alemão Joseph Beuys (1921-1986), o francês Bernard Pagès (1940-), 
os escultores britânicos Richard Deacon (1949-) e Bill Woodrow (1948-), que 
reciclam detritos urbanos produzidos pelo homem, transformando-os em esculturas 
altamente coloridas colocadas em paredes ou no chão.
Os artistas que Celant promoveu, como os italianos Giovanni Anselmo (1934-), 
Michelangelo Pistoletto (1933-), Mário Merz (1925-2003) e Marisa Merz 
(1931-), Giulio Paolini (1940-) e Luciano Fabro (1936-2007), e o grego Jannis 
Kounellis (1936-), se destacaram em um período de prosperidade econômica, 
de mercantilização cada vez maior no mundo da arte e altamente politizado com 
revoltas estudantis e operárias em 1968 e 1969.
Pistoletto foi um dos membros fundadores do movimento. O artista queria retirar 
a arte do santuário do museu ou da galeria e levá-la para o mundo real. Em 1966, 
ele fez uma experiência com essa ideia, levando uma gigantesca bola de um metro 
de diâmetro que fizera com jornais. Chamada Esfera de Jornais, levou sua obra 
para um “passeio” pelas ruas de Turim (Itália) na companhia de pessoas que foram 
se agregando à performance.
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Vênus dos trapos (1967-1974), de Michelangelo Pistoletto (1933-), é uma das obras 
icônicas do artista. Composta por uma estátua clássica de tamanho natural de uma deusa 
romana, posicionada de costas para o espectador, e de frente para uma grande pilha 
de roupas coloridas amontoadas no chão. O rosto e o corpo da estátua estão levemente 
encostados contra a pilha de tecidos. Assim, a frente da estátua fi ca encoberta. Pistoletto 
fez várias versões da Vênus dos trapos. Na primeira, mostrada em 1967, o artista usou 
uma Vênus de cimento que estava em um jardim de uma casa e a cobriu com uma camada 
de mica para criar uma superfície cintilante. Em 1980, uma versão com uma modelo 
viva, substituindo a estátua, foi apresentada em São Francisco, nos Estados Unidos. Ao 
combinar a estátua de inspiração clássica com trapos empilhados o artista traz para a arte 
aspectos da vida cotidiana. A obra cria uma imagem icônica da Antiguidade justaposta 
aos detritos da sociedade moderna. Figura central da Arte Povera, Pistoletto comentou, 
em 1967: “Todas as formas, materiais, ideias e meios disponíveis são para serem usados”. 
O artista propõe uma questão ambígua: o passado idealizado e perfeito é preferível ao 
colorido e ao caos do presente?
Ex
pl
or
Fig. 9 – Vênus dos trapos (1967-1974), de Michelangelo Pistoletto, 
instalação (mármore e têxteis), 2,1 m x 3,4 m x 1,1 m
Fonte: tate.org.uk
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UNIDADE Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, 
Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
A Arte Povera foi a resposta italiana ao espírito geral que predominava na 
época, sob o qual os artistas faziam recuar as fronteiras da arte, expandiam o uso 
de materiais e questionavam a natureza e a própria definição de arte, bem como 
seu papel na sociedade. As criações do estilo se caracterizam por inesperadas 
justaposições de objetos e imagens, pelo uso de materiais contrastantes e pela 
fusão do passado com o presente, da natureza com a cultura, da arte com a vida. 
Os diálogos com a história estão presentes em muitas criações.
Jannis Kounellis também desconstruiu crenças anteriores como a da antiga 
Roma e da Grécia com o propósito de investigar significados simbólicos e as 
associações que sobrevivem através dos tempos. A exposição Cavalos (Fig. 
10), de Kounellis, realizada em 1969, na Galleria L’Attico, em Roma, é um 
exemplo. O artista mostrou 12 cavalos vivos amarrados dramatizando o eterno e 
contínuo relacionamento entre a natureza, representada pelos cavalos, e a cultura 
(representada pela galeria de arte), o passado (o cavalo como símbolo do passado 
clássico) e o presente (a galeria toda pintada de branco). Ele queria que a galeria 
se transformasse em um teatro onde a realidade e a ficção se fundissem com os 
cavalos evocando heroicas estátuas equestres. Kounellis estava reagindo contra a 
comercialização da arte ao produzir uma obra efêmera, invendável e que sujaria as 
imaculadas paredes brancas do espaço de arte moderna.
Fig. 10 – Sem título (Doze cavalos vivos), 1969, de Jannis Kounellis, instalação com 12 cavalos
Fonte: fabiosargentini.it
As assemblages de Giovanni Anselmo – feitos com legumes e blocos de granito 
– revelam os efeitos das forças ocultas como a gravidade e a deterioração, questões 
oportunas no final da década de 1960 e início dos anos 1970, período marcado por 
maior conscientização em relaçãoao meio ambiente. O interesse pela passagem 
do tempo também está presente na Arte Povera. Em Sem título (Estrutura que 
come), de 1968, Anselmo pendura uma cabeça de alface entre duas pedras de 
granito desiguais amarradas por um fio de cobre. Quando a alface murchava, o 
bloco menor de granito caia, criando uma escultura ao mesmo tempo frágil e viva.
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Na série Itália, de Luciano Fabro – relevos do mapa da Itália em materiais 
ricos e diversificados como bronze folhado a ouro, pele ou vidro, dependurados de 
cabeça para baixo – chama a atenção para a riqueza econômica e cultural de seu 
país e para um mundo que enlouqueceu ou que virou de cabeça para baixo (outra 
interpretação seria a de que o artista colocou o norte rico no lugar do sul pobre). 
Sobre sua obra Ouro Itália, ele explicou: “O ouro é um excelente disfarce para 
qualquer forma. Uma forma de suspensão não é muito autoritária”.
 
Figs. 11 e 12 – Sem título (Estrutura que come), 1968, de Giovanni Anselmo; pé de 
alface entre dois blocos de granito fi xado por um fi o de cobre e serragem no chão
Fonte: moma.org
Fig. 13 – Ouro Itália (1968-1971), de Luciano Fabro, bronze folhado a ouro
Fonte: exibart.com
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UNIDADE Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, 
Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
Já Mario Merz é conhecido por ter realizado uma série de obras em forma 
de iglu (casa/abrigo de gelo utilizado por esquimós) construídos com materiais 
naturais e artificiais, utilizados por nômades, que mostra a forma como a natureza 
se liga à vida cotidiana. Desde 1968, essas obras de Merz têm sido interpretadas de 
diversas maneiras: como referência a um passado perdido, quando o homem e a 
natureza estavam em harmonia; como um memorial às antigas tribos nômades que 
invadiram a Itália e fundiram a cultura dos bárbaros com a requintada decadência 
de Roma; ou como uma visão pós-apocalíptica depois de um holocausto nuclear, 
entre outras interpretações. Em Objeto, esconda-se (1968), o texto em neon Objet 
cachê-toi reproduz o slogan dos estudantes franceses em protestos que tomaram 
as ruas de Paris, em 1968.
Fig. 14 – Objeto, esconda-se (1968), de Mario Merz, instalação (barras 
de ferro, malha de ferro, sacos de linho com lã e neon), 2.1 m x 1,1 m
Fonte: kunstmuseum-wolfsburg.de
Os artistas associados com a Arte Povera trabalharam em muitos caminhos de 
expressão em diferentes manifestações. Eles pintaram, esculpiram, fotografaram, 
fizeram performances e instalações, criaram e desenvolveram trabalhos envolven-
do o uso de uma enorme ocupação de presença física e espaço, assim como tam-
bém trabalharam as questões de pequena escala, pouca proporção e de menor 
ocupação espacial.
A Arte Povera se dissipou na década de 1970, quando o próprio Celant declarou 
considerar a classificação “um clichê repetitivo e restritivo para o desenvolvimento 
de suas poéticas individuais”. A denominação, no entanto, ganhou força novamente 
a partir da década de 1980 com a exposição The knot Arte Povera at P.S.I., 
organizada em Nova York, em 1985, que reuniu os artistas que acabaram se 
consolidando como os principais representantes do movimento: Giovanni Anselmo, 
Luciano Fabro, Jannis Kounellis, Mario e Marisa Merz e Michelangelo Pistoletto, 
entre outros. Nas décadas seguintes, a arte italiana dá uma guinada rumo à pintura, 
ofuscando, de certa forma, a Arte Povera, que ainda continua ativa e influente.
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Arte Urbana / Grafi te
A Arte Urbana se originou no final da década de 1960 e início dos anos 1970, 
na Filadélfia (Estados Unidos), onde grafiteiros pioneiros como Cornbread e Cool 
Earl trabalhavam, e ganhou notoriedade em Nova York, onde grafiteiros como 
Taki183 e Stan153 deram vida à Escola Nova-Iorquina de grafite moderno. Na 
década de 1980, o grafite – tido como a mais antiga forma de arte urbana – é 
guindado como o mais recente produto do mundo artístico.
No princípio, o grafite se concentrava nas “marcas”, um pseudônimo resumido 
inscrito em qualquer superfície pública disponível nas cidades. Em pouco tempo 
essas marcas foram evoluindo para “peças” ou “obras” – grandes ilustrações cali-
gráficas e extremamente complexas feitas com latas de tinta spray – cuja principal 
mídia era o sistema de transporte público, principalmente o metrô de Nova York. 
Esse período inicial do grafite se inspirava na cultura popular e nos desenhos ani-
mados – famosos, por exemplo, na obra do artista pop Roy Lichtenstein (1923-
1997), criando uma cultura social e estética única com a produção de imagens 
ilegais e efêmeras.
Fig. 15 – Filhos da sepultura novamente, parte 3 (1980), de Dondi White, grafi te no metrô, Nova York
Fonte: widewalls.ch
Considerada ilegal e efêmera, no início da década de 1980, a nova arte sofreu na 
mão das autoridades de Nova York, que travaram uma verdadeira “batalha” contra 
os “vândalos” grafiteiros, enquanto que galerias e instituições artísticas começavam 
a apreciar essa nova forma de arte. Trabalhos dos principais líderes da cena nova-
iorquina, entre eles Futura 2000 (Leonard Hilton McGurr, 1955-) e Dondi White 
(1961-1998), causaram impacto no mundo da arte contemporânea e a arte das 
latas de tinta spray começou a se materializar.
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UNIDADE Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, 
Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
Fig. 16 – Kel 1st (1980), de Futura 2000, grafite no metrô, Nova York
Fonte: teamrex.org
Usando não apenas as paredes, mas também locais móveis como os vagões de 
trem, que levavam a obra do centro da cidade para o subúrbio e além dele, a arte 
do grafite rapidamente se tornou uma presença difusa em todos os Estados Unidos 
e na Europa. O oportunismo dos grafiteiros que usavam qualquer superfície vazia 
conveniente disponível para realizar pinturas com spray de grande expressividade 
– provocativos murais de maior urgência e impacto que os produtos comportados 
e democráticos dos projetos de arte comunitária – estavam em sintonia com o 
mercado. A tática, bastante simples, era oferecer aos grafiteiros – ou, pelo menos, 
aos que tinham maiores ambições – uma superfície dentro de uma galeria para 
pintar, em vez de uma parede externa.
Artistas como Jean-Michel Basquiat (1960-1988) e Keith Haring (1958-1990) 
também fizeram parte dessa comunidade artística alternativa, nas ruas, metrô e 
casas noturnas de Nova York, antes de serem totalmente aceitos pelo mundo da 
arte institucionalizada sob a caracterização de “Arte do grafite”. Para eles, era 
o estilo dos grafites que deveria servir como objetivo expressivo em suas obras. 
Entretanto, quando eles passaram a expor em galerias, seus trabalhos mudaram 
radicalmente. Basquiat e Haring surgiram na esteira de Lee Quiñones, nascido em 
Porto Rico, cuja exposição na Galleria Medusa, em Roma, em 1979, apresentou 
a arte das ruas de Nova York ao mundo.
Fig. 17 – Sem título (1982), de Lee Quiñones, tinta spray em tela
Fonte: leequinones.com
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Quem é você, Banksy?
É o mais celebrado artista britânico do grafi te. A partir do início dos anos 1990, Banksy 
(1973/1974?) começa a criar imagens bem-humoradas e subversivas em estêncil, quase 
sempre com mensagens políticas. Suas obras têm aparecido nas ruas de diversas cidades do 
mundo, mas, como, em geral, o grafi te é ilegal, ele mantém rigorosamente seu anonimato. 
Em 2004, lançou notas de 10 libras nas quais o rosto da princesa Diana substituía o da rainha 
Elizabeth e, em 2006, colocou na Disneylândia, na Califórnia, a réplica de um prisioneiro de 
Guantánamo usando um macacão de paraquedista. Banksy não está no Facebook e no Twitter 
e não é representado por nenhuma galeria comercial. Quando faz exposições, Banksy coloca 
obras para vender, mas quando faz um grafi te na rua, não – o que não impede as obras de 
serem vendidas. A partir de2007, tornou-se cada vez mais comum seus trabalhos saírem dire-
tamente dos muros e paredes para as casas de leilão. Embora avesso a badalações, especula-se 
que o artista já tenha lucrado mais de R$ 12 milhões com a venda de suas obras.
http://banksy.co.uk/
Fig. 18 – Banksy apareceu em Jerusalém, em 2003, e produziu um de seus 
trabalhos mais conhecidos: Atirador de fl ores. Para muitos é um símbolo de 
paz e esperança em face da adversidade e da destruição. O mascarado está 
jogando não um coquetel Molotov, mas um ramo de fl ores.
Fonte: banksy.co.uk
Fig. 19 – Artista de rua pinta Banksy 
em local e data não divulgados
Fonte: banksy.co.uk
Fig. 20 – Este seria Banksy: 
Robin Banks, nascido em Bristol 
(Inglaterra), em 28 de julho de 1973, 
de acordo com o jornal inglês Daily Mail. 
Essa informação não foi confi rmada
Fonte: dailymail.co.uk
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UNIDADE Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, 
Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
Jean-Michel Basquiat
O período mais criativo da curta vida e da carreira meteórica do norte-americano 
Jean-Michel Basquiat (1960-1988), filho de pai haitiano e de mãe porto-riquenha, 
situa-se entre 1982-1985 e coincide com a amizade com Andy Warhol (1928-
1987). Na época, o artista produziu colagens e quadros com mensagens escritas, 
que lembram o início de seu trabalho com o grafite no bairro Soho, em Manhattan 
(Nova York), e que remetem às suas raízes africanas. É também o período em que 
começa a participar de grandes exposições. Em 1982, com a mostra Anatomy, 
foi o mais jovem artista da famosa exposição Documenta, de Kassel (Alemanha) e, 
em 1983, o mais jovem artista da Bienal do Whitney Museum, de Nova York. Daí 
em diante, participa de centenas de exposições e passa a ter trabalhos espalhados 
em importantes museus do mundo.
Fig. 21 – Basquiat como SAMO, grafitando nas ruas de Nova York no final da década de 1970
Fonte: burnaway.org
A pintura de Basquiat remete à apa-
rência inacabada do grafite. Seus temas 
eram autobiográficos, com referências 
à história da arte, esportes, lendas, hip-
-hop, jazz e racismo, personagens es-
queléticos, rostos apavorados, masca-
rados, carros, edifícios, policiais, ícones 
negros da música e do boxe, cenas da 
vida urbana, além de colagens, junto a 
pinceladas nervosas, rabiscos, escritas 
indecifráveis, sempre em cores fortes e 
em telas grandes. Quase sempre o ele-
mento negro está retratado em meio ao 
caos. Há também uma dessacralização 
de ícones da história da arte, como a sua 
Mona Lisa, uma figura monstruosa ris-
cada no suporte.
Fig. 22 – Mona Lisa (1983), de Jean-Michel 
Basquiat, óleo sobre tela (1,2 m x 0,9 m)
Fonte: basquiat.com
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As pinturas de Basquiat invariavelmente le-
vam a uma áspera crítica aos Estados Unidos 
contemporâneo e a posição que os negros 
ocupam no país. “Os negros nunca são re-
tratados de maneira realista, ou melhor, nem 
sequer são retratados na arte moderna, e eu 
estou feliz por fazê-lo”, afirmou. Em 1980, o 
artista parou de usar o pseudônimo SAMO, 
começou a trabalhar para a galeria Annina 
Nosei em Nova York e, quatro anos depois, 
transfere-se para uma das mais destacadas 
e elegantes galerias da cidade da época, de 
propriedade de Mary Boone, vendendo suas 
pinturas por cem mil dólares cada. No ano 
seguinte, trabalhou em parceria com Warhol 
e apareceu na capa do suplemento domini-
cal do jornal The New York Times sentado 
em seu estúdio usando um terno Armani e 
com os pés descalços. Em 1988, Basquiat 
morre vítima de uma overdose de drogas.
Fig. 23 – Pyro (1984), de Jean-Michel Basquiat, 
técnica mista sobre tela (2,1 m x 1,7 m). 
Fonte: indulgy.com
Keith Haring
Contemporâneo e amigo de Jean-
Michel Basquiat, Keith Haring (1958-1990) 
também “bebia” da mesma fonte: o grafite 
e acreditava que a arte devia se integrar à 
vida da cidade. Ele também vivia em Nova 
York, embora originário de mundos distintos. 
Em 1980, começou a fazer desenhos nas 
estações de metrô e clubes underground 
da cidade, usando giz branco sobre painéis 
de propaganda vazios cobertos de papel 
preto. Produziu centenas desses desenhos 
afirmando que o metrô era um “laboratório” 
que o ajudava a desenvolver seu estilo 
espontâneo. Também desenhava sobre 
objetos que encontrava na rua como portas 
de refrigerador, berços descartados e até 
animais empalhados. Seus desenhos foram 
tornando-se populares e seu trabalho foi um 
dos grandes responsáveis por conceder ao 
grafite o título de modalidade artística.
Fig. 24 – Keith Haring e um de seus desenhos 
no metrô de Nova York, no início dos anos 1980
Fonte: gq.com
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UNIDADE Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, 
Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
Em 1986, Haring abriu uma loja, a Pop Shop, no Soho, onde comercializava 
a preços populares camisetas, brinquedos, cartazes e imãs com imagens de seus 
trabalhos. Os desenhos de seres humanos e animais com contornos marcados aca-
baram identificando o estilo de Haring. O rápido reconhecimento de seu trabalho o 
levou à fama e a expor pinturas e esculturas em conceituadas galerias nova-iorqui-
nas como as de Leo Castelli e de Tony Shafrazi. Ele começou a trabalhar com tinta 
acrílica, tinta para marcadores de texto e tinta fluorescente, criando telas de cores 
vivas povoadas por figuras bem delineadas e padrões exuberantes.
Haring também desenhava para campanhas publicitárias e beneficentes, em 
especial as relacionadas com a aids, de que morreu em 1990, com apenas 31 anos. 
Um ano antes, ele criou a Keith Haring Foundation, para financiar organizações 
de combate à doença. O artista realizou trabalhos de animação para o outdoor 
Spectacolor, da Times Square, conduziu projetos comunitários com jovens da 
periferia, contribuiu para projetos comerciais de relógios e de bebidas, além de 
produzir vários murais públicos.
Fig. 25 – Ignorance = fear (1989), de Keith Haring, pôster (0,6 m x 1,1 m)
Fonte: haring.com
Para Keith Haring, a arte urbana não era apenas uma oportunidade de expor seus trabalhos 
no mundo “real”, mas também dizia respeito à comunicação com a sociedade como um todo 
e compreendia uma mensagem de libertação e de paixão pela vida. Crack é uma droga, 
de 1986, está ao longo da autoestrada FDR, em Nova York. Haring pintou o mural original 
(Fig. 26) ao lado de uma quadra de handebol abandonada para exprimir sua indignação 
quanto à ineficiência do governo em reagir à crescente epidemia da droga na cidade. A obra 
chamou ainda mais a atenção depois que as pessoas ficaram sabendo da prisão do artista. 
Haring foi condenado – mas não preso – por “transgressão”, e o mural “ilegal” foi apagado. 
Entretanto, diante do clamor da comunidade local, as autoridades da cidade permitiram ao 
artista refazer seu trabalho (Fig. 27). Atualmente, o departamento de parques preserva o 
lugar, que se tornou um destino dos apreciadores da arte de Haring.
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Fig. 26 – Crack é uma droga (1986), de Keith Haring, mural 
original pintado em uma quadra de handebol, em Nova York
Fonte: haring.com
Fig. 27 – Crack é uma droga (1986), de Keith Haring, mural 
repintado na mesma quadra de handebol, em Nova York
Fontes: sartle.com
Geração 80 – O Brasil Pós-Moderno
O panorama dos anos 1980, que marca a transitoriedade da era moderna para 
a pós-moderna, se configura internacionalmente – e também no Brasil – por pro-
fundas mudanças políticas, sociais e tecnológicas. A União Soviética começa a se 
desestruturar e o muro de Berlim cai, finalmente, reunificando a Alemanha. A aber-
tura política brasileira coloca fim ao regime militar. Cresce no país a oferta e o con-
sumo relativos à indústria cultural; a tecnologia chega forte ao consumo doméstico 
com CDs, canais de TV por assinatura,microcomputadores... Apoiados por leis 
de incentivo à cultura, proliferam exposições de arte de grande porte, espetáculos 
de teatro, de dança e música. A grande força dos meios de comunicação de massa 
influencia fortemente jovens artistas, que formam a chamada Geração 80.
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UNIDADE Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, 
Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
Conforme Katia Canton (Novíssima arte brasileira, 2001), “As grandes telas 
e pinturas vigorosas, que caracterizam a produção dessa geração, incitam um 
reencontro com o prazer e com a emoção provocados pelos gestos das pinceladas 
e pela cor, combatendo um certo tédio provocado pela linguagem considerada 
hermética ou cifrada que caracteriza o projeto da Arte Concreta ou Conceitual”. Para 
a autora, as obras da nova geração “se nutrem de comentários e questionamentos 
fora do âmbito da arte, que se referem à realidade cotidiana e social brasileira”.
Coincidindo com o pluralismo político 
que nascia no Brasil a partir do início da 
década de 1980, os jovens artistas co-
meçaram a representar em suas obras a 
arte até então abafada durante o perío-
do militar. O grupo não aceitava mais a 
repressão à imaginação e à criação ar-
tística. Mostras coletivas como A pintu-
ra como meio, em 1983, no Museu de 
Arte Contemporânea, em São Paulo, e 
mais contundentemente em Como vai 
você, Geração 80?, em 1984, realizada 
na Escola de Artes Visuais do Parque do 
Lage, na cidade do Rio de Janeiro, foram 
fundamentais. A partir desse momen-
to, foi retomada a comunicação entre o 
observador e a arte frente ao clima de 
fadiga da produção artística dos anos 
1970, com suas poéticas de resistência 
e suas obras herméticas, ancoradas 
no experimentalismo e pensadas em 
oposição ao mercado.
Fig. 28 – Cartaz da coletiva Como vai você, 
Geração 80?, realizada na Escola de Artes Visuais 
do Parque Lage, no Rio de Janeiro, em 1984
Fonte: bex.art.br
O entusiasmo dos artistas pela expressão, ainda que ingênua, aflorava em escolas 
de arte como a Fundação Armando Alvares Penteado, a Faap, em São Paulo, e 
a Escola de Artes do Parque do Lage, que investiu, na época, em uma política 
educacional renovadora e experimental, cujo intuito era transformar o ensino 
e a divulgação das artes plásticas no Brasil. Professores e alunos enxergavam a 
cultura como um meio de transformação social, contando com a mobilização e a 
participação popular. Participaram, também, artistas de Minas Gerais, provenientes 
da Escola Guinard e da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas 
Gerais e do Rio Grande do Sul.
A exposição Como vai você, Geração 80? expressou a vontade de abertura, 
de comunicação e de aproximação entre artistas e público. Os curadores Marcus 
de Lontra Costa e Paulo Roberto Leal afirmaram:
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“Está tudo aí. Todas as cores, todas as formas, quadrados, transparências, 
matéria, massa pintada, massa humana, suor, aviãozinho, geração serrote, 
radicais e liberais, Transvanguarda, punks, panquecas, pós-modernos, 
neoexpressionistas (...).”.
Fig. 29 – O pátio interno do Parque Laje, no Rio de Janeiro, local 
da coletiva Como vai você, Geração 80?, realizada em 1984
Fonte: bex.art.br
A exposição reuniu 123 artistas de idades e formações distintas como Alex 
Vallauri (1949-1987), Ana Maria Tavares (1958-), Beatriz Milhazes (1960-), 
Cristina Canale (1961-), Daniel Senise (1955-), Elizabeth Jobim (1957-), Frida 
Baranek (1961-), Jorge Eduardo Guinle (1947-1987), Karin Lambrecht (1957-), 
Leda Catunda (1961-), Leonilson (1957-1993), Luiz Zerbini (1959-), Luiz Pizarro 
(1958-) e Nelson Felix (1954-).
Substituindo a característica mental da Arte Concreta e a agenda política da Arte 
Conceitual, a arte da Geração 80 está recheada de comentários sociais ligados à 
realidade cotidiana do país, mas que se expressam de forma individual em cada 
artista. Muitas obras revelam figuras que demonstram a sensibilidade dos cartuns 
e do grafite, espelhando as grandes cidades brasileiras da época. E, os grandes 
formatos das pinturas, especialmente, se relacionam com a uma necessidade rápida 
e instantânea de chamar a atenção do público.
O tema clássico da história da pintura sugere a percepção do mundo através 
do olhar, no entanto, há na exposição uma comunicação direta e subjetiva com 
o espectador, bem como liberdade crítica das leituras das obras, ou seja, as obras 
pertencem ao seu próprio olhar e imaginação. Este é um processo tipicamente 
contemporâneo que provoca o olhar e impulsiona a integração entre arte e vida. A 
arte vive um momento de compromisso com as vivências pessoais da cada artista 
e cada espectador.
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UNIDADE Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, 
Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
Fig. 30 – Resta pensar em seu vagar e seu encontro: o amor de Anita (1985), 
de Karin Lambrecht, óleo sobre tela (1,7 m x 3,1 m)
Fonte: enciclopedia.itaucultural.org.br
Os jovens e talentosos pintores da Geração 80 produzem telas comerciáveis 
e se integram ao sistema mercadológico de arte. Os happenings e mostras, que 
aconteciam em locais alternativos, estabelecidos fora do circuito comercial são, 
aos poucos, substituídos por exposições institucionalizadas em galerias e casas 
de leilão, comprovando o fortalecimento do mercado. Através de tintas, muitas 
vezes ordinárias e telas sem molduras, eles buscaram temas do cotidiano e se 
apropriaram de imagens e signos da comunicação, para subverter seus sentidos e 
lhes acrescentar elementos subjetivos e/ou irônicos. Seus trabalhos desembocaram 
em um diálogo com a história da arte ao abusar de citações, hibridismos, diferentes 
suportes e materiais tridimensionais.
Questionando continuamente a experimentação no ato de pintar e um fazer 
rudimentar incrementado pela tecnologia, esta geração de artistas refletiu sobre 
as relações que abarcavam imagens, suportes, técnicas, estilos, materiais, gestos, 
formas, cores, figuras, etc. Artistas como Leda Catunda, em São Paulo, e Daniel 
Senise, no Rio de Janeiro, tornam-se focos da mídia. A consagração veio em 
1985, quando esses artistas, mais Nuno Ramos (1960-) e Rodrigo Andrade (1962-), 
entre outros, participaram da XVIII Bienal Internacional de São Paulo.
Daniel Senise
A obra do carioca Daniel Senise (1955-) é uma das mais representativas do 
período conhecido como Geração 80, sendo a comprovação de que a pintura 
retornou à cena artística fora das regras vigentes. Enquanto a grande pintura 
brasileira, expressada em Alfredo Volpi (1896-1988), Iberê Camargo (1914-
1994), Arcangelo Ianelli (1922-2009) e Tomie Ohtake (1913-2015), entre outros, 
com sua discussão cromática e problematização da forma, progredia no projeto 
moderno, enquanto Carlos Vergara (1941-) e Antonio Dias (1944-) retomavam a 
pintura sem abrir mão da base conceitual, o jovem Daniel Senise usava e abusava 
da história da arte.
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No início da carreira, Senise produz obras com formas volumosas, que ocupam 
a quase totalidade da tela. O artista revela e oculta, ao mesmo tempo, imagens 
de objetos que se aproximam daqueles cotidianos, mas não podem ser facilmente 
identificados. A dramaticidade de suas obras iniciais é determinada pela forma 
como ele articula as imagens com um tratamento volumétrico vigoroso e uma 
gama cromática soturna.
Fig. 31 – Loba (1984), de Daniel Senise, acrílica sobre tela (2,2 m x 1,8 m)
Fonte: danielsenise.com
A exemplo dos italianos da Transvanguarda e dos neoexpressionistas alemães, 
cujas obras eram uma resposta ao desejo dos modernos pelo novo, Senise nutria-
se do passado. Suas telas de grandes proporções não hesitavam em recuar até os 
afrescos descascados, semelhantes aos que se encontram nas ruínas de Pompéia, 
ou a imagens clássicas mais recentes. Vejamos o que Agnaldo Farias escrevesobre Senise:
A citação heterodoxa é uma constante: de um afresco de Giotto 
(Morte de São Francisco, 1325), o artista recolhe as marcas das várias 
interferências que ocorreram ao longo dos séculos e transfiguraram 
a obra original; uma imagem perspectivada de linhagem renascentista 
pode conviver com outra pertencente a outro sistema, símbolos que se 
equilibram instavelmente graças ao uso de uma tinta prateada, industrial, 
ou à textura proveniente da técnica de monotipia. Neste último caso, a 
novidade consiste em imprimir a pintura em processo contra o chão do 
ateliê, para depois voltar a trabalhá-la a partir não só dos elementos que 
se colaram a ela, mas também daqueles que lhe foram arrancados.
A obra de Senise encontra-se, de fato, muito distante da pintura tradicional, 
pelo menos na superfície. Muitos dos trabalhos mais recentes do artista não são 
“pintados”, mas construídos a partir de camadas de materiais diversos como 
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UNIDADE Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, 
Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
ferrugem, resina, cola ou poeira. Na realidade, muitas de suas obras não usam 
tinta. A partir do final da década de 1980, o artista passa a adotar, entre outros 
procedimentos, o uso de pregos de ferro, que deixam nas telas as marcas da 
oxidação. Em outras obras, emprega tintas prateadas, industriais, porque evocam 
uma memória distante e a sensação da imagem fotográfica.
As pinturas de Senise estabelecem uma relação direta com a história da arte, com 
o universo das imagens e a maneira como este universo é percebido. Ao incorporar 
à tela a rugosidade do piso, objetos de uso cotidiano, pó de ferro, objetos de 
chumbo ou tecidos como voile, algumas obras apresentam superfícies densamente 
trabalhadas, enquanto outras possuem camadas de tinta quase imperceptíveis.
Fig. 32 – Sem título (1992), de 
Daniel Senise, acrílica e óxido de ferro 
sobre cretone (1,4 m x 1 m)
Fonte: danielsenise.com
Fig. 33 – Fronteira do Canadá (2010), de Daniel Senise, 
monotipia em tecido e médium acrílico 
sobre alumínio (1,5 m x 1,5 m)
Fonte: danielsenise.com
Leda Catunda
O rápido reconhecimento que a paulistana Leda Catunda (1961-) teve como 
artista remonta a 1983 (dois anos antes de ela ter se formado em Artes Plásticas na 
Faap, em São Paulo). Neste ano, juntamente com os colegas Ana Tavares (1958-
) e Sergio Romagnolo (1957-), ela participa de dois eventos de arte promovidos 
pelo Museu de Arte Contemporânea-USP, na capital paulista. No ano seguinte, 
inicia sua trajetória internacional ao participar da I Bienal de Havana (Cuba). Em 
1985, ano de sua formatura, foi igualmente importante para sua carreira: realiza 
individuais no Rio de Janeiro e em São Paulo e participa da coletiva Todays art of 
BrazilI, no Hara Museum of Contemporary Art, em Tóquio (Japão).
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Aluna de Nelson Leirner (1932-), Leda herda o interesse do mestre pela 
apropriação de objetos, os quais utiliza como suporte para um tipo muito particular 
de pintura, que pode ser tanto figurativa quanto abstrata e que é realizada por meio 
de tintas e pincéis, combinadas com práticas tradicionalmente femininas, como 
a costura e o bordado. A partir de 1986, leciona na Faap e, em seu ateliê, até 
meados dos anos 1990.
Fig. 34 – Cobertor (1983), de Leda Catunda, 
acrílica sobre cobertor (1,1 m x 0,8 m)
Fonte: ledacatunda.com.br
Fig. 35 – A cachoeira (1985), de Leda Catunda, 
acrílica sobre plástico e tecido (6 m x 4 m x 7 m)
Fonte: ledacatunda.com.br
Com o tempo, a artista foi ampliando o campo de sua poética. Suas pinturas 
passaram a despojar-se das figuras, ou mesmo da integridade formal que fazia do 
material que lhe servia de suporte um objeto reconhecível. Em seu lugar, Leda 
Catunda passou a experiências mais concentradas nos mesmos materiais, tirando 
partido de suas propriedades, suas tramas e texturas, cores e flexibilidade. Ela 
realiza figurações a partir do agrupamento de objetos e suportes inusitados. Junta 
tecidos recortados, costura-os e sobrepõe elementos pouco usuais à pintura. Suas 
obras ficam entre a pintura e o objeto. A artista lida também com motivos figurativos 
presentes na cultura popular.
Na década de 1990, aprofunda o interesse pela constituição e característica 
dos materiais com que trabalha. A partir da sobreposição de tecidos e outros 
meios planos e coloridos, a artista passa a criar superfícies pictóricas. Trabalha 
com elementos diferentes, como tule, veludo, plástico, acolchoados, lona, couro e 
fórmica. O modo de agrupá-los por vezes é abstrato. Em outros trabalhos, como os 
relevos, a composição guarda familiaridade com imagens recorrentes e a motivos 
simples, como o desenho da lua, insetos, gotas e partes do corpo.
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UNIDADE Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, 
Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
Fig. 36 – Camadas com peixes (1999), 
de Leda Catunda, acrílica sobre tecido 
e plástico (1,5 m x1,5 m)
Fonte: ledacatunda.com.br
Fig. 37 – Gotas com estampas (2015), 
de Leda Catunda, acrílica sobre tela, 
voile e plástico (1,2 m x 0,8 m)
Fonte: ledacatunda.com.br
Jovens Artistas Britânicos 
(Young British Artists)
Fig. 38 – A impossibilidade física da morte na mente de alguém vivo (1991), 
de Damien Hirst, tubarão-tigre, vidro, aço, silicone e solução de formol
Fonte: damienhirst.com
O fenômeno britânico que surgiu no final da década de 1980 não tem 
manifesto, estilo em comum, nem objetivo claro. Sua prática é diversificada e vai 
desde as fotografias e vídeos de Gillian Wearing (1963-), passando pelas pinturas 
extremamente bem-acabadas de Mark Wallinger (1959-), até as carcaças de animais 
desmembradas de Damien Hirst (1965-) – um dos expoentes do grupo. Os Jovens 
Artistas Britânicos (YBAs, na sigla em inglês – Young British Artists) têm muito 
em comum com os artistas da Pop Art: são íntimos da moda, da cultura e da 
música pop contemporânea e, assim como outros grupos artísticos, costumam 
exibir suas obras em conjunto.
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A primeira mostra do grupo Freeze, realizada em 1988, em Londres, teve a 
curadoria de Hirst, que ainda estudava em uma escola de arte com Sarah Lucas 
(1962-), Gary Hume (1962-) e Abigail Lane (1967-). Encorajados pelo tutor e também 
artista Michael Craig Martin (1941-), 16 alunos da escola exibiram obras, sendo 
que a maioria deles desenvolveu a carreira de artista. A exposição focava em obras 
de materiais diversos. Hume mostrou uma de suas características portas pintadas; 
Matt Collishaw (1966-) expôs Buraco de bala, uma fotografia em cibachrome – 
ampliação direta de slide em papel fotográfico – de uma cabeça sendo perfurada por 
uma bala, colocada em 15 caixas de luz (Fig. 39); e Hirst contribuiu com sua primeira 
pintura local, que realizou pintando diretamente sobre a parede.
Fig. 39 – Buraco de bala (1988), de Matt Collishaw, fotografi a 
em cibachrome montada em 15 caixas de luz (2,4 m x 3,6 m)
Fonte: matcollishaw.com
A exposição chamou a atenção por ter sido organizada em um prédio abandonado 
da região portuária de Londres, dando início à utilização de espaços alternativos 
para exposição de arte, como armazéns. O grupo cresceu rapidamente quando 
outros artistas jovens se juntaram a eles em exposições coletivas. A obra desses 
artistas chamou a atenção especialmente pela utilização de materiais incomuns 
como esterco de elefante, sangue e legumes, expressando os detritos da vida e uma 
atmosfera reducionista temperada por um humor mordaz.
O tubarão em formol (Fig. 38), de Damien Hirst, exibido na primeira mostra 
dos Jovens Artistas Britânicos, em 1992, na Galeria Saatchi, em Londres, foi 
manchete dos jornais dando início a uma tendência dos artistas do grupo de 
causar polêmicas. Hirst é indicado ao Prêmio Turner – distinção criada em 1984,pela Tate Gallery, para celebrar os novos desenvolvimentos e contribuições para 
a arte contemporânea. Em 1995, ele, finalmente, ganha o Prêmio Turner com 
Mãe e filho, divididos (1993) (Fig. 40), instalação com uma vaca e um bezerro 
cortados ao meio.
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UNIDADE Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, 
Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
Fig. 40 – Mãe e filho, divididos (1993), de Damien Hirst, vidro, aço pintado, 
silicone, acrílico, aço inoxidável, vaca, vitela e solução de formol
Fonte: damienhirst.com
Em 1993, a YBA Rachel Whiteread (1963-) se torna a primeira mulher a ganhar 
o Prêmio Turner com a escultura Casa, uma obra controversa, especialmente 
pela sua localização. A partir desse momento, a artista passa a ser amplamente 
conhecida do público. A casa foi moldada em gesso no número 193, da Grove 
Road, em um bairro vitoriano, em Londres, tendo como pano de fundo uma antiga 
residência. A obra gerou debates em vários setores da sociedade e se tornou um 
marco para a arte contemporânea britânica. Destruída pelo Conselho do Distrito 
de Tower Hamlets em 11 de janeiro de 1994, Casa vive apenas em fotografias. 
No mesmo ano, porém, ela também recebe o Antiprêmio Turner, da Fundação K, 
formada por dois ex-membros do grupo pop britânico The KLF, críticos do Prêmio 
Turner. Rachel foi considerada a pior artista do Reino Unido, representando as 
contradições e polêmicas que a arte dos jovens artistas suscitou na época.
Fig. 41 – Casa (1993), de Rachel Whiteread, escultura
 Fonte: artangel.org.uk
Apesar de grande notoriedade, o caráter provocador do grupo YBA gerou um 
debate sobre o que constitui uma obra de arte. A instalação de uma tenda intitulada 
Todas as pessoas com as quais eu dormi 1963-1995 (1995; destruída pelo fogo em 
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1994), de Tracey Emin (1963-) e Champmanworld (1996), esculturas de manequins 
nus com as genitálias no rosto criadas pelos irmãos Jake Champman (1966-) e Dinos 
Champman (1962-), foram atacadas pela mídia por serem de mau gosto. Alguns 
visitantes das exposições reclamaram. A pintura Myra (1995), de Marcus Harvey 
(1963-), exibida na mostra Sensação, na Royal Academy de Londres, em 1997, que 
retrata um infanticídio, foi extremamente atacada pela crítica, gerando protestos no 
local do evento. Manifestantes jogaram tinta e ovos na obra.
Fig. 42 – Todas as pessoas com as quais eu dormi 1963-1995 (1995; destruída 
pelo fogo em 1994), de Tracey Emin, barraca enfeitada, colchão e luz
Fonte: Wikimedia Commons
A instalação Minha cama (1998), da YBA Tracey Emin (1963-), apresentada na exposição Every 
Part of Me’s Bleeding, na galeria Lehmann Maupin, em Nova York, foi indicada para o Prêmio 
Turner de 1999. A instalação consiste na cama de Tracey – desfeita e com os lençóis sujos 
– em cima de um carpete encardido cheio de garrafas de vodca vazias, bitucas de cigarro, 
camisinhas e outros detritos. Especialistas do mercado de arte acreditam que esse trabalho é 
tão icônico que atualmente poderia atingir um montante de 1,5 milhão de dólares.
Ex
pl
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Fig. 43 – My bed (1998), de Tracey Emin, instalação
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Neoexpressionismo, Transvanguarda, Arte Povera, Arte Grafite, 
Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
Não há dúvida que os YBA revigoraram a arte britânica e ajudaram muitas 
formas de arte contemporânea a se tornarem mais acessíveis. O sucesso dos artistas 
fez com que fossem aceitos pelos círculos oficiais e passaram a ser conhecidos 
individualmente como artistas.
Neopop
O Neopop, outra corrente que reagiu à dominação do Minimalismo e da Arte 
Conceitual, refere-se à obra de artistas que surgiram no final da década de 1980, 
em Nova York, como os norte-americanos Jeff Koons (1955-) e Alan McCollum 
(1944-), o israelense Haim Steinbach (1944-) e Ashley Bickerton (1959-), nascido 
em Barbados. Os artistas utilizaram métodos, materiais e imagens da Pop Art 
como ponto de partida, mas também uma herança – mesmo que não assumida – 
da Arte Conceitual, em um estilo irônico e objetivo.
Essa dualidade pode ser vista na fotografia, baseada em imagens da mídia, do 
americano Richard Prince (1949-) (Fig. 44); em obras que abordam a linguagem, 
de Jenny Holzer (1950-); nos objetos pintados de McCollum (Fig. 45) e no uso de 
imagens populares por Koons (Fig. 46).
Fig. 44 – Sem título (Cowboy) (1989) de 
Richard Prince, fotografia (1,2 m x 1,9 m)
Fonte: richardprince.com
Fig. 45 – Individual Works (1987-1988), 
de Allan McCollum, objetos
Fonte: allanmccollum.net
Fig. 46 – Aqui Bacardi (1986), de Jeff Koons, óleo sobre tela (1,1 m x 1,5 m)
Fonte: jeffkoons.com
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As prateleiras revestidas de fórmica de Haim Steinbach exibem objetos 
comprados e dispostos com reverência comentam uma veneração pelos bens 
materiais e o modo pelo qual os escolhemos como parte de nossa identidade. Ao 
recordar as esculturas minimalistas, bem como as prateleiras de lojas, as obras do 
artista realçam o quanto a Pop Art e o Minimalismo foram apropriados por 
estruturas culturais mais amplas.
Fig. 47 – Supremamente preto (1989), de Haim Steinbach, instalação
Fonte: haimsteinbach.net
Jeff Koons adquiriu notoriedade a 
partir dos anos 1980 por dar ao kitsch 
– algo de mau gosto, popular, brega, 
cafona – o status de arte elevada. Seu 
Cachorro-balão (1994-2000) é uma 
escultura de aço, de três metros, cuja 
escala e detalhe de construção ofere-
cem um contraste com o tema e, ain-
da assim, lhe conferem uma presença 
impressionante. Uma das versões da 
obra foi arrematada em um leilão por 
58 milhões de dólares, em 2013. Ao 
evocar a monumentalização irônica da 
Pop Art, praticada, por exemplo, por 
Claes Oldenburg (1929-), Koons trans-
formou um efêmero brinquedo infantil 
em um monumento sólido e durável. 
As declarações do artista são quase tão 
conhecidas quanto suas criações: “Ini-
cialmente um espectador pode enxergar ironia em minha obra. Eu, porém, não 
vejo nada disso. A ironia provoca um excesso de contemplação crítica”, afirmou.
“Artistas que eu admiro muito e, a meu ver, conseguiram expressar algo muito 
profundo, foram Pablo Picasso e Marcel Duchamp. Unir o trabalho deles é o tipo 
de arte que eu busco”, afirmou Koons à revista Veja, em 2011, quando esteve 
no Brasil para participar da abertura da coletiva Em nome dos artistas, em 
comemoração aos 60 anos da Bienal de São Paulo.
Fig. 48 – Relacionados e diferentes (1985), 
de Haim Steinbach, instalação
Fonte: haimsteinbach.net
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Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
Jeff Koons é o financista que se tornou artista, casou com a estrela pornô 
italiana Cicciolina (Ilona Staller) com quem teve um filho, e fundou uma fábrica 
à maneira de Andy Warhol, onde legiões de assistentes produzem esculturas e 
pinturas segundo suas especificações, enquanto ele supervisiona as operações 
como o diretor de criação em uma agência de publicidade. É o artista-empresário. 
Talvez ele tenha retomado o ponto de onde Warhol parou.
Fig. 49 e 50 – Cachorro-balão e Cachorro magenta (1994-2000), de Jeff Koons, esculturas
Fonte: jeffkoons.com
No final do século XX, outros artistas criaram obras que tenderam à Pop 
Art como o americano Cady Noland (1956-), os russos Vitali Komar (1943-) e 
Aleksandr Melamid (1945-), e os britânicos Damien Hirst (1965-), Gary Hume 
(1962-) e Gavin Turk (1967-).
A obra Pop (1993), de Turk, é um autorretrato de 
cera, em tamanho natural, representado como se fosse 
Sid Vicious (da banda punk Sex Pistols), na roupa que 
usou para cantar My way, de Frank Sinatra, na pose 
de Elvis Presley como caubói, conforme retratado por 
Andy Warhol, e encerrado em uma caixa de vidro.
Fig. 51 – O Google Doodles, logotipo apresentadono navegador, 
do dia 30 de abril de 2008, é uma criação de Jeff Koons
Fonte: google.com
Fig. 52 – Pop (1993), de Gavin 
Turk, 
instalação (2,7 m x 1,1 m x 1,1 m)
Fonte: gavinturk.com
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Acervo digital da Fundação Iberê Camargo
Documentos e obras que compõem um importante patrimônio artístico e cultural brasi-
leiro alimentam constantemente publicações, pesquisas e curadorias de âmbito nacional 
e internacional, e estão disponíveis para estudos sobre a vida e a obra de Iberê Camargo. 
Imagens em alta resolução, fichas técnicas, históricos e informações relacionadas a cada 
uma das obras da coleção estão, agora, disponíveis para consulta gratuita.
https://goo.gl/FXO1LA
Domínio Público
Biblioteca digital desenvolvida pelo Ministério da Educação, contém arquivos sonoros, 
imagens, textos e vídeos. Entre os destaques estão obras de Machado de Assis, Joa-
quim Nabuco e Leonardo Da Vinci.
https://goo.gl/OCdlEz
MAC Virtual
Cerca de oito mil obras, entre óleos, desenhos, gravuras, esculturas, objetos e traba-
lhos conceituais estão disponíveis no website do Museu de Arte Contemporânea da 
USP. São obras de artistas como Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Brecheret, Tarsila, 
Rego Monteiro, Portinari, Oiticica, De Chirico, Modigliani, Boccioni, Picasso e Cha-
gall, entre outros.
https://goo.gl/Eef7kA
 Livros
Banksy - Por trás das Paredes
ELLSWORTH-JONES, Will. Banksy – Por trás das paredes. Curitiba: Nossa 
Cultura, 2013.
Leonilson: São Tantas as Verdades
LAGNADO, L. Leonilson: são tantas as verdades. São Paulo: Melhoramentos, 1998.
Anos 80 – Embates de uma Geração
CANONGIA, L. Anos 80 – Embates de uma geração. Rio de Janeiro: Barleu/
Francisco Alves, 2010.
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Geração 80 (Brasil), Jovens Artistas Britânicos e Neopop
 Vídeos
Jeff Koons
https://goo.gl/k6eVD3
Leonilson
https://goo.gl/imUFm2
Leda Catunda
https://youtu.be/IEuJx9HCyy8
 Filmes
Jean-Michel Basquiat – A Criança Radiante
Documentário, 88 min, cor. Estados Unidos. Diretora: Tamra Davis.
 Visite
Instituto Cultural Inhotim
Um dos mais relevantes acervos de arte contemporânea do mundo e uma coleção 
botânica que reúne espécies raras e de todos os continentes. Os acervos são mobilizados 
para o desenvolvimento de atividades educativas e sociais para públicos de faixas 
etárias distintas. Rua B, 20, Brumadinho/MG, fone: 31 3571-9700. Terça a sexta-
feira: 9h30 às 16h30; sábado, domingo e feriado: 9h30 às 17h30.
www.inhotim.org.br
Fundação Iberê Camargo
A Fundação Iberê Camargo foi criada em 1995, com o objetivo de preservar e divulgar 
a obra do artista. Além de aproximar o público deste que é um dos grandes nomes da 
arte brasileira no século XX, procura incentivar a reflexão sobre a produção artística 
contemporânea. Endereço: Av. Padre Cacique, 2000, Porto Alegre / RS, telefone: 51 
3247-8000, cultural@iberecamargo.org.br / site@iberecamargo.org.br. Horário de 
funcionamento: terça a domingo (inclusive feriados), das 12h às 19h. Ingresso gratuito.
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC)
O museu foi criado em 1963 quando a Universidade de São Paulo recebeu o acervo 
do antigo MAM de São Paulo. De posse desse rico acervo composto, entre outras, 
por obras de Amedeo Modigliani, Pablo Picasso, Joan Miró, Alexander Calder, Wassily 
Kandinsky, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Emiliano Di Cavalcanti, Alfredo Volpi, 
Lygia Clark e uma estupenda coleção de arte italiana do começo do século XX, o 
museu atende aos principais objetivos da Universidade: busca do conhecimento e 
sua disseminação pela sociedade. MAC USP Ibirapuera, Av. Pedro Álvares Cabral, 
nº 1301, São Paulo/SP. Visitação: terça a domingo, das 10 às 18 horas. Telefone: 
(11)2648.0254. Entrada gratuita.
www.mac.usp.br
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Referências
ARCHER, M. Arte contemporânea – Uma h istória concisa. São Paulo: Martins 
Fontes, 2001.
ARGAN, G. C. Arte moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
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CANTON, K. Novíssima arte brasileira. São Paulo: Iluminuras: São Paulo, 2001.
CANTON, K. Do moderno ao contemporâneo. São Paulo: WMF Martins 
Fontes, 2009.
CAUQUELIN, A. Arte contemporânea – Uma introdução. São Paulo: Martins 
Fontes, 2005.
CHIARELLI, T. Leda Catunda. São Paulo: Cosac Naif, 1998.
DEMPSEY, A. Estilos, escolas e movimentos – Guia enciclopédico da arte 
moderna. São Paulo: Cosac Naify, 2003.
FARIAS, A. Arte brasileira hoje. São Paulo: Publifolha, 2002.
FARTHING, S (org.). Tudo sobre arte – Os movimentos e as obras mais 
importantes de todos os tempos. Rio de Janeiro: Sextante, 2011. 
GRAHAM-DIXON, A. (ed.). Arte – O guia visual definitivo da arte: da pré-
história ao século XXI. São Paulo: Publifolha, 2012. 
JANSON, H. W. e JANSON, A. F. Iniciação à história da arte. São Paulo: 
Martins Fontes, 1996. 
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está. São Paulo: Cosac Naify, 1998.
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STANGOS, N. Conceitos da arte moderna. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1991.
Sites consultados
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obras de arte no mercado nacional. Fabiana Della Coletta Monteiro. Disponível em: 
http://www.fespsp.org.br/seminario2014/anais/GT2/4_DA_GERACAO_80.
pdf Acesso em 7 ago 2016.
O estabelecimento de relação do ensino da arte articulado ao movimento 
artístico da Arte Povera. Sandra Margarete Abello. Disponível em: http://www.
nead.fgf.edu.br/novo/material/monografias_arte_educacao/sandra_margarete_
abello.pdf Acesso em: 30 jul 2016. 
Sonhos intranquilos. Keith Haring. Disponível em: https://sonhosintranquilos.
wordpress.com/category/arte/ Acesso em: 2 ago 2016. 
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Outros materiais