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2 Capítulo 1 A Fotografia e suas Técnicas A fotografia A palavra fotografia vem do grego phós, photós (que quer dizer “luz”) e graphein (que significa “desenhar, “marcar”, “registrar”), sendo possível interpretar que fotografar é “desenhar na luz” ou “registrar a luz”. Por isso, para fotografar é essencial a luz, pois ela cria sombras, efeitos, volumes e texturas nas fotos. Além da luz, precisamos de duas ferramentas essenciais: a máquina fotográfica e suas lentes (embora hoje o celular com câmera possa substituir uma máquina fotográfica compacta, pois ele tem funções básicas e uma lente própria). A fotografia é um Marco na evolução do homem, pois permite uma nova forma de registrar a vida humana, com muito mais facilidade. Podemos dizer que o mundo mudou desde a sua invenção. Existem vários tipos de fotografia: as de moda, arquitetônicas, as fotos jornalísticas, as documentações científicas, as publicitárias e etc. Exemplos de fotografias que podem ser considerados documentos históricos: fotos que retratam movimentos populares, guerra civil e conflitos, fotos e paisagens urbanas que mostra as modificações do Meio no decorrer do tempo, entre outras. As fotografias também podem ser de expressão de arte daquele que as registrou. A fotografia ontem e hoje O primeiro registro sobre fotografia é 1826. Foi Joseph – Nicéphore Niépce (1765-1833), inventor frânces, inventor francês que fez a primeira imagem fotográfica de que temos notícias. Antigamente, tirar uma foto era muito caro, pois o processo de captação da imagem era bem complicado. Além disso, os filmes tinham de ser revelados por um processo químico, e as fotos precisavam ser impressas em um laboratório, em papel especial. Nesse processo de revelação, a imagem só fica visível depois de revelada em banho químico apropriado. O Filme contém imagens em negativo, ou seja, as imagens ficam com cores invertidas, sendo posteriormente ampliadas em papel especial, como as fotografias que conhecemos. No final do século XX a fotografia tornou-se mais popular, com a chegada de máquinas fotográficas mais simples que utilizavam filmes que poderiam ser revelados por um custo acessível e, depois impressos. Já no Século XX, e a tecnologia digital democratizou o acesso do público em geral à fotografia. Atualmente, com celulares e smartphones as fotografias chegam a outras pessoas praticamente em tempo real, pois podem ser postadas em redes sociais no momento imediato aos que foram tiradas. Vamos destacar três elementos da linguagem visual importantes para a fotografia: a cor (policromia e monocromia), a luz e a textura. Policromia: Harmonia conseguida por meio do uso de várias cores. Monocromia: utilização de apenas uma cor e suas nuances numa composição. Luz: jogo de claro e escuro (luz e sombra) na imagem. Textura: na fotografia está presente nas imagens em duas dimensões (altura e largura, sem profundidade); por isso, só é possível ter controle sobre uma textura aparente. Compreensão 1. Com que objetivo o fotógrafo faz fotos? ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ 2. O que é essencial para se fotografar? a) sol b) alegria c) brilho d) luz e) textura 3. Retome os elementos da linguagem visual importantes para as fotografias. Quais deles você acha mais importante? Por quê? ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ 3 Este é o momento para debater e trocar ideias. Reúna-se em grupo, conforme orientação do professor, e discutam as seguintes questões: 4. Qual a importância da fotografia? ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ 5. Qual é a diferença entre fotografia de arte e fotojornalismo? ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ 6. Faça uma pesquisa sobre o fotógrafo Sebastião Salgado. Depois, selecione três fotos tiradas por ele, com temática social, para apresentar aos seus colegas. ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ O Hiper-realismo Hiper-realismo é um gênero de pintura e escultura que tem um efeito semelhante ao da fotografia de alta resolução. O hiper-realismo é uma evolução do fotorrealismo – termo foi usado para designar um movimento artístico que nasceu nos Estados Unidos e na Europa em torno de 1968. Expandindo-se no início dos anos 70, tendo grande popularidade na Inglaterra, Estados Unidos e no Brasil. A palavra hiper-realismo ou super-realismo apareceu pela primeira vez como título de uma exposição organizada pela galerista belga Isy Brachot, em 1973. Na época, assumiu o mesmo significado que fotorrealismo. A exposição era dominada por foto realistas norte americanos, como Ralph Goings, Chuck Close, Don Eddy, Robert Bechtle e Richard McLean, mas incluiu artistas europeus como Gnoli, Gerhard Richter, Klapheck e Delcol. Os princípios essenciais do hiper-realismo, também chamado superrealismo, são os mesmos do fotorrealismo, sempre usando uma fotografia como modelo para a obra. Isso enfatiza a importância que a fotografia vem ganhando no campo da arte. A diferença em relação ao fotorrealismo está na maior minúcia dos detalhes e na alta definição geral da imagem, que torna os objetos representados aparentemente mais palpáveis e concretos, com uma ilusão de realidade maior do que a própria fotografia. Isso se deve à evolução da tecnologia, que vem colocando no mercado câmeras fotográficas com poder cada vez maior. Alguns acreditam que os hiper-realistas também acrescentam maior emotividade às obras do que os foto realistas. Tantos pintores como escultores hiper-realistas usam recursos mecânicos ou ópticos para transferir a imagem fotográfica para a técnica de sua eleição, como moldes, projetores de slides e retículas para ampliação. Anomalias nas imagens originais, como focos seletivos, fractalização, reflexos e outros podem também ser usados como recursos expressivos. Veja abaixo, dois exemplos de obras hiper-realistas no desenho e na escultura. Observe a perfeição dos traços e a proximidade com o real. Woman and Child, a Sam Jink'ssculpture Alguns chamam o Hiper-Realismo de Fotorrealismo, por causa de sua estreita ligação com a fotografia. Isso porque, como vimos, os artistas fazem pinturas que parecem fotografias. O Hiper-Realismo do pintor Pedro Campos Pedro Campos é um pintor, nascido em 1966, na cidade de Madrid (Espanha). Formado na Escola Oficial de Conservação e Restauro de Obras de Arte de Madrid, já foi ilustrador em diversas renomadas agências antes de decidir dedicar-se exclusivamente à pintura hiper-realista. No ano de 1998, quando tomou a decisão, Campos começou a retratar objetos simples do cotidiano com impressionante veracidade, suficiente para fazer os admiradores de suas obras se perguntarem se não eram fotografias. https://pt.wikipedia.org/wiki/Fotografia https://pt.wikipedia.org/wiki/Fotorrealismo https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ralph_Goings&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ralph_Goings&action=edit&redlink=1https://pt.wikipedia.org/wiki/Chuck_Close https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Don_Eddy&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Robert_Bechtle&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Richard_McLean&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Richard_McLean&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Gerhard_Richter https://pt.wikipedia.org/wiki/Gerhard_Richter 4 Compreensão 1. Quais são as principais características de uma obra Hiper-Realista? ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ 2. O Hiper-Realismo é uma retomada de qual movimento artístico? Quando e onde ele surgiu? ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ 3. Indique a relevância do Hiper-Realismo para a arte e suas importantes contribuições. ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ 4. Quais são os princípios do Hiper-Realismo? ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ 5. Quem foi artista Pedro Campos? ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ 6. Cite nome de foto realistas norte-americanos. ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ 5 Capítulo 2 Retrato O Homem Vitruviano e as Proporções Humanas Com certeza já deve tê-lo visto em livros, revistas, encartes de CD, internet, ou outra mídia qualquer. Mas não é uma simples ilustração, há algo valioso contido no mesmo. Este desenho foi encontrado no bloco de notas de Leonardo da Vinci e feito pelo próprio por volta de 1490 baseando-se no conceito exposto na obra “Os dez livros da Arquitetura”, escrito pelo arquiteto romano Marcus Vitruvius Pollio. Desta forma, o homem descrito por Vitruvius apresenta-se como um modelo ideal para o ser humano, cujas proporções são perfeitas, segundo o ideal clássico de beleza. Originalmente, Vitruvius apresentou o cânone tanto de forma textual (descrevendo cada proporção e suas relações) quanto através de desenhos. Porém, à medida que os documentos originais se perdiam e a obra passava a ser copiada durante a Idade Média, a descrição gráfica se perdeu. Desta forma, com a redescoberta dos textos clássicos durante o Renascimento, uma série de artistas, arquitetos e tratadistas dispuseram-se a interpretar os textos vitruvianos a fim de produzir novas representações gráficas. Dentre elas, a mais famosa e (hoje) difundida é a de Leonardo Da Vinci. Este desenho descreve uma figura masculina desnuda separadamente e simultaneamente em duas posições sobrepostas com os braços inscritos num círculo e num quadrado. A cabeça é calculada como sendo um décimo da altura total. Às vezes, o desenho e o texto são chamados de Cânone das Proporções. O desenho atualmente faz parte da coleção da Gallerie dell’ Accademia (Galeria da Academia) em Veneza, Itália. Seguindo este conceito de beleza o arquiteto Marcus Vitruvius Pollio descreve o corpo humano da seguinte maneira: • um palmo é o comprimento de quatro dedos • um pé é o comprimento de quatro palmos • um côvado é o comprimento de seis palmos • um passo são quatro côvados • a altura de um homem é quatro côvados • o comprimento dos braços abertos de um homem (envergadura dos braços) é igual à sua altura • a distância entre a linha de cabelo na testa e o fundo do queixo é um décimo da altura de um homem • a distância entre o topo da cabeça e o fundo do queixo é um oitavo da altura de um homem • a distância entre o fundo do pescoço e a linha de cabelo na testa é um sexto da altura de um homem • o comprimento máximo nos ombros é um quarto da altura de um homem • a distância entre a o meio do peito e o topo da cabeça é um quarto da altura de um homem • a distância entre o cotovelo e a ponta da mão é um quarto da altura de um homem • a distância entre o cotovelo e a axila é um oitavo da altura de um homem • o comprimento da mão é um décimo da altura de um homem • a distância entre o fundo do queixo e o nariz é um terço do comprimento do rosto • a distância entre a linha de cabelo na testa e as sobrancelhas é um terço do comprimento do rosto • o comprimento da orelha é um terço do da face • o comprimento do pé é um sexto da altura Vitrúvio já havia tentado encaixar as proporções do corpo humano dentro da figura de um quadrado e um círculo, mas suas tentativas ficaram imperfeitas. Foi apenas com Leonardo que o encaixe saiu corretamente perfeito dentro dos padrões matemáticos esperados. O redescobrimento das proporções matemáticas do corpo humano no século XV por Leonardo e os outros é considerado uma das grandes realizações que conduzem ao Renascimento italiano. O desenho também é considerado frequentemente como um símbolo da simetria básica do corpo humano e, para extensão, para o universo como um todo. É interessante observar que a área total do círculo é idêntica ‘a área total do quadrado e este desenho pode ser considerado um algoritmo matemático para calcular o valor do número irracional ‘phi’ (=1,618). Esse desenho é usado até hoje por 6 ilustradores para aprender a proporção humana, como se fosse um guia universal de ilustração. Leonardo Da Vinci Leonardo Da Vinci (1452-1519) foi um artista, escultor arquiteto e engenheiro renascentista nascido em uma pequena aldeia próxima a Florença, na Itália. Desde criança, se interessou pelo desenho e pintura. Já na adolescência, foi aprendiz de escultor, e ourives. Em sua vida adulta passou a integra a Corporação dos Pintores de Florença. Da Vinci estudou Matemática, Física, Astronomia, Engenharia e Artes e Ciências; sem dúvida seu maior legado foi a representação da figura humana derivada de seus profundos estudos de anatomia, desvendando as operações e ligações entre as partes do corpo humano e outros elementos na natureza. Três de suas obras estão entre as mais conhecidas do mundo da arte: Mona Lisa, A última ceia, e O homem vitruviano. Entre 1503 e 1507, Da Vinci pintou a Mona Lisa, desde então muitas teorias sobre seu significado foram criadas. Alguns estudiosos acreditam que haveria mensagens ocultas sob as camadas de pintura. Contudo, a hipótese mais aceita pelos historiadores da Arte é a de que a modelo do quadro foi a esposa de Francesco del Giocondo, um rico comerciante de seda de Florença. Um dos pontos mais importantes dessa obra consiste na utilização de uma técnica original: o sfumato. Renascimento O Renascimento Cultural, que ocorreu na Europa entre os séculos XV e XVI, teve seu surgimento e desenvolvimento ligados a uma série de transformações sociais, políticas e econômicas, iniciadas no final da Idade Média. Contexto Histórico Renascimento Político e econômico Nos campospolítico e econômico, podemos citar a desintegração do sistema feudal, que teve início no século XII e se completou no século XV. O enfraquecimento dos senhores feudais favoreceu o fortalecimento do poder dos reis e o surgimento das Monarquias Nacionais, no século XV. Neste sentido, os reis deram liberdade econômica e comercial à nova e emergente burguesia. Este fato favoreceu o surgimento dos burgos e o crescimento das cidades em várias regiões da Europa. A união entre os reis e a burguesia favoreceu também a busca por matérias-primas, novas rotas comerciais e metais preciosos. Neste contexto, ocorreram as Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos dos séculos XVI e XVII e a colonização e exploração da América, da África e regiões da Ásia. Contexto Social A desintegração dos feudos favoreceu o êxodo rural em várias regiões da Europa. Muitos servos deixaram e campo e partiram para as cidades. Nos séculos XIV e XV, ocorreu um grande desenvolvimento urbano da Europa. Este período ficou conhecido como Renascimento Urbano. As cidades renascentistas eram dinâmicas e com grande desenvolvimento cultural e social. Burgueses (nova classe social), nobres, artistas, artesãos e trabalhadores de diversas áreas povoavam essas cidades. No período do Renascimento, houve também a diminuição do poder da Igreja Católica, que teve sua influência, na sociedade europeia, muito reduzida. Esse processo se concretizou no movimento de contestação, que desencadeou, no século XVI, nas Reformas Religiosas. Contexto Cultural e Científico Uma das principais características do Período Renascentista, no âmbito cultural, foi a valorização e intenção de resgatar os valores artísticos da Antiguidade Clássica (Grécia e Roma antigas). Na passagem do Teocentrismo Medieval para o antropocentrismo renascentista, a religião deixando a exclusividade para dar espaço para a valorização do homem (Humanismo). O desenvolvimento científico foi uma das marcas desse período. Nesse contexto ocorreu o Renascimento Científico. O que é Simetria? Os objetos, os animais, os vegetais, os minerais e as pessoas que estão à nossa volta podem ser classificados quanto à forma em: simétrico e assimétrico. Segundo alguns pesquisadores, a simetria é considerada um dos fatores que geram grande beleza. Em uma das pesquisas feitas por eles, várias fotos de pessoas diferentes foram apresentadas a um grupo de participantes selecionados para a experiência. Eles deveriam atribuir uma nota de 0 a 10 a cada rosto, conforme o grau de beleza. Posteriormente, as fotos foram agrupadas pela pontuação e submetidas à medição de sua simetria. Essa medição demonstrou que, quanto maior o valor atribuído ao rosto maior também será o grau de simetria. Com esse resultado, concluíram que a simetria é um dos elementos responsáveis pelo padrão de beleza. 7 Simetria é o arranjo ou a composição de um todo dividido em duas ou mais partes, que apresentam correspondência na forma e no tamanho, a partir do eixo. O Eixo de Simetria é uma linha (imaginária) que divide as formas em metades iguais. Na Simetria Real ou Bilateral as duas metades são exatamente iguais. Na Simetria Radial todas as retas passam por um centro ou se irradiam do cento para for, por exemplo: as rodas de bicicleta e a estrela-do-mar. A simetria não dá, só por si, beleza a um objeto – o design simétrico pode ser monótono ou previsível. No entanto, conjuntamente com a cor, texturas, proporções, entre outros fatores, a simetria tem um papel importante no apelo estético de um objeto. Por outro lado, em determinadas situações, a assimetria deliberada é também utilizada com o objetivo de criar surpresa e emoção. Compreensão 1. Qual a importância da Mona Lisa para a história da arte? ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ 2. O que você entende por proporção? ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ 3. O que é simetria? ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ 4. Quais os tipos de simetria? ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ Renascença ou Renascimento são termos que identificam um período da história europeia, principalmente na Itália, marcado por transformações culturais em muitas áreas. Cite algumas delas. Sabemos que Leonardo Da Vinci foi um estudioso de diversas áreas do conhecimento. Após informar- se sobre sua biografia, cite algumas dessas áreas e em qual ele se destacou nos deixando um grande legado. Autorretrato Ao longo dos séculos, os artistas buscaram diferentes maneiras de retratar a realidade que os cerca. Um dos gêneros e pintura criados nesse esforço foi o autorretrato, em que o pintor retrata a si mesmo. É interessante notar como, nos dias de hoje, as chamadas selfies, tiradas pelos aparelhos celulares, são uma nova versão dos autorretratos. 8 Vicent Van Gogh, o gênero do autorretrato O pintor holandês Vicent Van Gogh (1853- 1890) pintou mais de 30 autorretratos. Ele utilizava essas obras como um método de estudo e desenvolvimento para as suas habilidades de pintor, aprimorando a sua técnica e experimentando as possibilidades de uso da cor. Conheça alguns desses autorretratos de Van Gogh, que estão espalhados pelo mundo em galerias, museus e coleções particulares. Outro artista plástico conhecido pelos autorretratos foi o também o holandês Rembrandt (1606-1669). Alguns críticos consideram-no o pintor mais importante de todos os tempos. Ficou famoso como pintor de retratos e, por mais vinte anos, ensinou o ofício a quase todos os importantes pintores holandeses de sua época. Sua maior e melhor produção foi marcada por seus retratos e autorretratos, produzindo uma centena deles como forma, inclusive de estudar anatomia nas artes. Impressionismo e Impressionistas Surgido na França em 1874, o impressionismo foi um movimento artístico que passou a explorar, de forma conjunta, a intensidade das cores e a sensibilidade do artista. A denominação “impressionismo” foi dada após a declaração pejorativa do crítico de arte francês Louis Leroy ao ver a tela “Impressiondu Soleil Levant”, de Monet, um dos principais artistas do movimento. Os impressionistas buscavam retratar em suas obras os efeitos da luz do sol sobre a natureza, por isso, quase sempre pintavam ao ar livre. A ênfase, portanto, era dada na capacidade da luz solar em modificar todas as cores de um ambiente, assim, a retratação de uma imagem mais de uma vez, porém em horários e luminosidades diferentes, era algo normal. O Impressionismo explora os contrastes e a claridade das cores, resplandecendo a ideia de felicidade e harmonia. Para os impressionistas, os objetos deveriam ser retratados como se estivessem totalmente iluminados pelo sol, valorizando as cores da natureza. Os principais artistas impressionistas foram Monet, Manet, Renoir, CamilePissaro, Alfred Sisley, Vincent Van Gogh, Degas, Cézanne, Caillebotte, Mary Cassatt, Boudin, Morisot, etc. No Brasil, o representantemáximo do impressionismo foi Eliseu Visconti, o qual teve contato com a obra dos impressionistas e soube transformar as características do movimento conforme a cor e a atmosfera luminosa do nosso país. 9 Capítulo 3 O Surgimento do Teatro A cerâmica grega, bem como suas pinturas, é uma das mais importantes manifestações artísticas da Grécia Antiga preservada até os dias de hoje. Além dessa modalidade artística, restam pouquíssimos exemplares de murais e painéis de madeira desse período. Vasos e utensílios tinham como função primeira o armazenamento de água e alimento. A arte na cerâmica grega é considerada um importante legado arqueológico, pois as pinturas presentes nesses objetos representavam cenas – religiosas, cotidianas, de batalhas e de jogos-, que, posteriormente, tornaram possível conhecer e entender hábitos e costumes dessa civilização. Em diversos vasos gregos são encontradas diversas representações de Dionísio, o deus dos ciclos vitais, do vinho e da fertilidade e das festas. Esse deus era homenageado em festas anuais que aconteciam durante a primavera, época em que fazia a festa da colheita da uva. Essas festas duravam dias seguidos e apresentavam diversas manifestações religiosas e artísticas, entre ela cantos, danças, sacrifícios, rituais sagrados, procissões e recitais. Existem várias teorias sobre a origem do teatro, porém nenhuma delas podem ser comprovadas. Muitos historiadores acreditam que o teatro ocidental que conhecemos hoje tenha surgido na Grécia Antiga, a partir das festas dionisíacas. Os cortejos, chamados comos, que faziam parte dessas celebrações dionisíacas, espalhavam alegria por onde passavam. Seus membros, denominado coro, recitavam, dançavam e cantavam, interagindo de forma engraçada e com a multidão. O coro era composto por cerca de 50 homens, chamados coreutas, que representavam histórias relacionadas a Dionísio. Para isso, vestiam-se de Sátiro, figura mitológica da natureza, com corpo metade homem e metade bode. Com o decorrer do tempo, o público passou a responder verbalmente aos gracejos do coro, e a acredita que foi com esse desafio verbal que surgiu a comédia e, posteriormente, a tragédia. Os atores costumavam usar máscaras para atuar e elas possuíam funções extintas: aumentar a proporção do rosto dos atores, acentuar traços de expressão para que o público conseguisse visualizar de longe e auxiliar na interpretação do personagem. Além disso, abertura para boca na máscara era preparada para aumentar a ressonância da voz para que todos pudessem ouvir as falas. As máscaras foram utilizadas para que os autores pudessem mudar rapidamente características físicas ou atuar em papeis femininos, uma vez que apenas os homens participavam das peças. As máscaras têm suas origens nos disfarces usados nas festas de dionisíacas, quando os rostos eram pintados com borras de vinho e adornadas com barbas vegetais (folhas de parreira e cachos de uva). Foram catalogados 25 tipos de máscaras trágicas e cerca de 40 do gênero cômico. O branco predominava nas máscaras femininas o negro nas masculinas. Máscaras de coro Somente os coros utilizavam máscaras distintas, que eram feitas de materiais leves, como linho, couro, cortiça ou madeira esculpida. Essas máscaras cênicas eram feitas em um molde de mármore ou outra pedra esculpida e utilizavam cabelo humano ou pelo animal. Até hoje as máscaras são símbolos do teatro. Existem muitas hipóteses sobre a origem e o significado da palavra teatro. Segundo a Enciclopédia Britânica, o termo teatro deriva da palavra grega theatron, que significa lugar para ver. O diretor de teatro, ator e professor de artes cênicas Robson Corrêa de Camargo sustenta que a palavra “teatro” deriva de theaomai, que significa lugar onde se vai para ver. 10 Arte Egípcia No Egito, as artes em geral estavam a serviço de religiosidade. Os egípcios acreditavam em vida após a morte e, por isso, construíam grandiosos templos para que os mortos vivessem eternamente em condições semelhantes às que tiveram em vida. A arquitetura egípcia era muito evoluída, e resistem ao tempo, até os dias atuais as grandes pirâmides do Egito, por exemplo. A pintura egípcia era padronizada e anônima, além de seguir obrigatoriamente critérios religiosos e a lei da frontalidade isto é, as pessoas eram representadas com tronco de frente, e os pés, a cabeça e as pernas de perfil. Nas esculturas, os egípcios representavam seus reis com aparência ideal e não real, utilizando proporções exageradas. Esfinge de Gizé com a pirâmide de Quéfre ao fundo. Cairo, Egito. Arte Grega A civilização grega teve seu apogeu no século V a.C. O teatro que, nessa mesma época, era essencialmente sagrado, passou também a ter cunho artístico. A Grécia foi um importante centro cultural da Antiguidade, um período longo da história que durou de c. 4000 a.C. a 476 d. C. Para os gregos, o homem era o centro do universo. Diferentemente dos egípcios, acreditavam que a inteligência humana era superior a fé. A arte grega foi marcada pelas esculturas, predominantemente em mármore, e pela influência egípcia, que buscava a perfeição. Ao retratar o corpo humano, os artistas buscavam atingir o ideal de beleza que era baseado na simetria entre as formas e na harmonia dos traços. Nesse período, já haviam abandonado a técnica da frontalidade. Na arquitetura, os templos dos deuses eram construídos com o objetivo de ficar protegidos de eventuais ações climáticas, com a chuva e o sol. Destaca-se como a principal característica a simetria. A pintura foi muito utilizada como elemento de decoração e estava presente na arquitetura. Da mesma forma, a pintura era também muito utilizada na decoração de jarros, vasos e ânforas, que serviam para armazenar óleo, água e vinho, por exemplo. Arte Romana Uma das áreas mais importantes na arte romana desse período foi a arquitetura, com a construção de templos, anfiteatros e aquedutos. Nas pinturas presentes na arquitetura, ocorre pela primeira vez a mistura entre a realidade e a imaginação. A maioria dessas obras está em Pompeia, cidade que foi soterrada 11 pela erupção do vulcão Vesúvio, restando poucos exemplares. A escultura romana distingue-se da escultura grega na representação da realidade, retratando feições fiéis, sem se preocupar com o ideal de beleza. Produção de texto, cenário e criação de personagens O Arlequim é um personagem característico da commedia dell’ arte, gênero teatral que teve origem na Itália no início do século XVI, mantendo a cultura do teatro popular na Antiguidade. Surgiu em oposição ao teatro erudito, tendo como inspiração os artistas ambulantes, mágicos e improvisadores. Opunha- se à forma culta de fazer teatro, trabalhando com poucos recursos. A imitação era sua matéria-prima. Os artistas guiavam-se pela inspiração do momento, pela improvisação da comédia. Alguns pesquisadores acreditam que a commedia dell’ arte tenha surgido a partir dos cortejos carnavalescos que faziam sátira social, imitavam figurinos dos bufões, pessoas que tinham a função de fazer rir, e contavam com a participação de pessoas mascaradas. Porém também é aceita a teoria que a inquisição- tribunal instituído pela Igreja Católica com o objetivo de banir os que fossem contrários a sua doutrina expulsou muitos artistas de suas cerimônias religiosas; sendo assim, as ruas foram tomadas por intérpretes desempregados, que buscavam um novo meio para exercer sua profissão artística. As trupes itinerantes de artistas percorriam por toda a Europa, apresentando-se em vilas e cidades pelas ruas e praças em suas carroças com palco improvisados. O sucesso desse gênero alcançou a França, onde os grupos incorporarampersonagens locais aos seus repertórios. As performances seguiam um conjunto de situações que tratavam de temas como o amor, corrupção, ciúmes, velhice, entre outros, apresentando os defeitos e as qualidades do ser humano. Os diálogos e as ações mesclavam a sátira e acontecimentos locais da região ou do país as piadas previamente conhecidas. Os atores seguiam um roteiro simplificado e podiam improvisar interagindo com o público. Na commedia dell’ arte, os personagens são identificados pelas máscaras e por seus figurinos distintos. As máscaras têm função de disfarçar o ator e caracterizar um personagem. Os Personagens-Máscaras A caracterização na atuação levava a se especializar realizada em um único personagem em toda a sua vida. A informação sobre o personagem era hereditária, ou seja, era a época do pai para filho oralmente, pois naquele tempo poucos sabiam ler e escrever. A utilização da máscara era tão importante na caracterização que a commédia dell’ art também era chamada de commédia de le maschere (comédia de máscaras) ou também, arte de cômicos. Os personagens da commedia dell 'arte eram divididos em três grupos que trataremos a seguir. Os Velhos Dos personagens que utilizavam máscara, destacam-se: Pantaleone, uma figura esguia; Dottore, uma figura roliça; e Capitano, uma figura majestosa e forte. Pantaleone – também chamado de Pantaleão, representava um velho rico, conservador, autoritário e avarento. Dottore – também conhecido pelo nome Graziano. Era um velho rico, charlatão e avarento. Aliado de Pantalone, possuía uma postura de intelectual. Capitano – conhecido como capitão, ele é fanfarrão, mentiroso, preguiçoso e forte. No entanto, tem uma postura covarde nas batalhas e no amor. Os Criados, chamados Zanni Os criados mais conhecidos são: Brighella, Arlecchino e Pulcinella. Arlecchino – principal figura da commedia dell' arte. Arlequim era um servo e palhaço atrapalhado, ágil e malandro. Brighella – servo fiel, astuto, egoísta, ágil e cínico. T rata-se de um trapaceiro cantor que trabalha para Pantalone. 12 Pulcinella – era um corcunda também conhecido com Punch. Os Innamorati ou Enamorados Os Innamorati são os amantes. O innamorato e a innamorata têm muitos nomes – Isabela era o nome mais popular usado para a innamorata). Eles são jovens, virtuosos e perdidamente apaixonados um pelo outro. Eles usam os trajes mais belos e de acordo com o período e a moda vigente e nunca usam máscara. Geralmente, cantam, dançam ou recitam poemas. Capítulo 4 Elementos da Linguagem Visual Os elementos visuais constituem a substância básica daquilo que vemos. A estrutura da obra visual é a força que determina quais elementos visuais estão presentes, e com qual ênfase essa presença ocorre. Quando observamos uma composição visual, vemos uma forma geral, nossa compreensão se baseia em um todo. Mas esse todo geralmente é formado por partes, que podem também ser observadas separadamente. Ao reconhecer essas partes, podemos determinar em que sentidos elas nos afetam. A escolha dos elementos que serão enfatizados e a manipulação desses elementos, tendo em vista o efeito pretendido, estão nas mãos do artista. Para analisar e compreender a estrutura total de uma linguagem visual é conveniente concentrar-se nos elementos visuais individuais, para um conhecimento mais aprofundado de suas qualidades específicas. Ponto O ponto é uma unidade de comunicação visual fundamental. Quando alinhados, os pontos sugerem a ideia de linhas retas ou curvas. Pontilhismo Surgida na segunda metade do século XIX, a técnica do Pontilhismo foi utilizada por pintores franceses neo- impressionistas. A técnica, também conhecida como Pintura de Pontos, consiste na justaposição de pontos de cor criando o efeito desejado pelo pintor nos olhos do observador. Os artistas George Seraut e Paul Signac impulsionaram o Pontilhismo como técnica e o Divisionismo como teoria baseando-se em estudos científicos do químico Michel Chevreul cuja obra De laloidu contraste simultané des couleurs (Da lei do contraste simultâneo das cores), publicada em 1839, demonstra que cada cor ao lado de outra, sem serem mescladas, têm sua aparência original modificada. 13 Linha A linha é a junção de vários pontos. São as linhas que definem as formas essenciais de uma figura. Além de movimentar-se em várias direções, as linhas também podem criar texturas padrões. Forma As três formas básicas em artes visuais são o círculo, o triângulo equilátero e o quadrado. Todas essas formas básicas são figuras planas e, pelas combinações e variações delas, podemos representar as formas físicas, como sugere Paul Klee na obra Ponte vermelha. Nessa tela, o artista apresenta elementos de uma cidade, como casas, ponte, poste e até o sol, por meio de retângulos, quadrados, triângulos e círculos. Cor A cor é de enorme relevância para a comunicação visual pois está recheada de informação, o que permite uma impressionante experiência visual. “No meio ambiente compartilhamos os significados associativos da cor das árvores, da relva, do céu, da terra e de um número infinito de coisas nas quais vemos as cores como estímulos comuns a todos.” Cada uma das cores possui significados associativos e simbólicos, permitindo a existência de um vasto leque de significados para o “alfabetismo visual”. A cor tem três dimensões que podem ser definidas e medidas. Matiz ou croma, é a cor em si, e existe em número superior a cem. Existem três matizes primários ou elementares: amarelo, vermelho e azul. Cada um representa qualidades fundamentais. O amarelo é a cor que se considera mais próxima da luz e do calor; o vermelho é a mais ativa e emocional; o azul é passivo e suave. O amarelo e o vermelho tendem a expandir-se; o azul, a contrair-se. Quando estas cores são associadas através de misturas é possível a obtenção de novos significados. O vermelho, um matiz provocador, é abrandado ao misturar- se com o azul, e intensificado ao misturar-se com o amarelo. As mesmas mudanças de efeito são obtidas com o amarelo, que se suaviza ao se misturar com o azul. As cores são tradicionalmente classificadas da seguinte forma: Cores Primárias – são as cores puras, ou seja, o amarelo, vermelho e azul. Cores Secundárias – união de duas cores primárias, por exemplo, verde (azul e amarelo), laranja (amarelo e vermelho) e roxo ou violeta (vermelho e azul). Cores Terciárias – união de uma cor primária e uma secundária, por exemplo, vermelho-arroxeado (vermelho e roxo) e vermelho-alaranjado (vermelho e laranja); amarelo- esverdeado (amarelo e verde) e amarelo-alaranjado (amarelo e laranja); azul-arroxeado (azul e roxo) e azul- esverdeado (azul e verde). https://www.todamateria.com.br/cores-secundarias/ https://www.todamateria.com.br/cores-terciarias/ 14 Cores Neutras, Quentes e Frias Há outras classificações para as cores, segundo às tonalidades e a transmissão de sensações, denominada de “temperatura das cores”, a saber: Cores Neutras – possuem pouca reflexão da luz, por exemplo, os tons de cinza e de marrom. Cores Quentes – são as cores que transmitem uma sensação de calor, por exemplo, vermelho, laranja e amarelo. Cores Frias – englobam as cores que transmitem sensação de frio, por exemplo, azul, verde e violeta. As Paisagens Impressionistas e Expressionistas A Paisagem A pintura de paisagem é um termo utilizado para a arte que representa cenas da natureza, como montanhas, vales, rios e florestas. É utilizado especialmente para representar a arte onde o tema principal é uma visão ampla, com seus elementos dispostos em uma composição coerente. Quase semprese inclui a vista do céu, o tempo usualmente é um elemento da composição. Tradicionalmente, a arte de paisagens retrata a superfície da Terra, mas pode haver outros tipos de paisagens, que são inspirados por sonhos. Na pintura ocidental, a paisagem foi adquirindo pouco a pouco cada vez mais relevância, como fundo de quadros de outro gênero (como a pintura de história ou o retrato) até constituir-se como gênero autônomo da Holanda do século XVII. Dentro da hierarquia dos gêneros, a paisagem ocupava um lugar muito baixo, superior somente a Natureza-morta. A Arte das Impressões O Impressionismo foi um movimento artístico que teve origem na França por meio de um grupo de jovens pintores determinados a romper com algumas regras realistas, estabelecida nas artes visuais até então. Renoir, Claude Monet, Edouard Manet e Edgar Degas foram alguns dos pintores desse movimento, que vigorou entre os anos 1860 e 1880. No Brasil, Eliseu Visconti foi seu maior representante. Os impressionistas buscavam retratar a impressão da realidade por meio das sensações iniciais que ela provocava nesses artistas que imediatamente as registravam. Seus representantes escolheram as paisagens ao ar livre, o mar, as ruas, os cafés parisienses, que proporcionavam a luminosidade natural, como cenários da proposta impressionista. Características: Uso de cores fortes e puras, não misturadas, pinceladas lado a lado provocando o efeito de mistura de cores pelos olhos de observador. Grande evolução das artes depois do Renascimento. Figuras sem contorno nítido. O sentimento em detrimento da imagem real. O Expressionismo teve origem na Alemanha após a exposição de uma série de Quadros no salão dos Independentes de Paris, em 1901. Vigorou como tendência artística de 1905 a 1930. Surgiu em reação ao impressionismo, propondo uma arte que valorizavam a expressão pessoal dos sentimentos que surgiu diante da realidade, e não é impressão visual que se tinha dessa realidade. Assim, as formas e as cores empregadas nos retratavam a realidade, mas, sim, o estado emocional dos Artistas provocado por ela. https://www.todamateria.com.br/cores-neutras/ https://www.todamateria.com.br/cores-quentes/ https://www.todamateria.com.br/cores-frias/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Terra https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnero https://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura_de_hist%C3%B3ria https://pt.wikipedia.org/wiki/Retrato https://pt.wikipedia.org/wiki/Holanda https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVII https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVII https://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_dos_g%C3%AAneros https://pt.wikipedia.org/wiki/Natureza-morta 15 Van Gogh, Gauguin, Edward Munch e Diego Rivera são alguns de seus representantes. O Grito, Edward Munch No Brasil, Candido Portinari foi um dos artistas que utilizaram elementos expressionistas, principalmente na famosa série Os Retirantes. Os Retirantes, Cândido Portinari Características: Uso de cores fortes, normalmente de uma mesma paleta. Valorização dos sentimentos e das reações humanas diante da realidade. Figuras distorcidas. Vida de Cândido Portinari Candido Portinari nasceu no dia 30 de dezembro de 1903, numa fazenda de café em Brodoswki, no Estado de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, de origem humilde, recebeu apenas a instrução primária. Desde criança, manifesta vocação artística. Aos 15 anos, foi para o Rio de Janeiro em busca de um aprendizado mais sistemático em pintura, matriculando-se na Escola Nacional de Belas Artes. Em 1928, conquistou o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro da Exposição Geral de Belas-Artes, de tradição acadêmica. Foi para Paris (França), onde permaneceu durante todo o ano de 1930. Longe de sua pátria, saudoso de sua gente, Portinari voltou ao Brasil em 1931 e retratou em suas telas o povo brasileiro, superando aos poucos sua formação acadêmica e fundindo a ciência antiga da pintura a uma personalidade experimentalista a antiacadêmica moderna. Em 1935, obteve seu primeiro reconhecimento no exterior, a segunda menção honrosa na exposição internacional do Carnegie Institute de Pittsburgh, Estados Unidos, com uma tela de grandes proporções, intitulada Café, retratando uma cena da colheita típica de sua região de origem. A inclinação muralista de Portinari revelou-se com vigor nos painéis executados no Monumento Rodoviário da estrada Rio de Janeiro – São Paulo, em 1936, e nos afrescos do novo edifício do Ministério da Educação e Saúde, realizados entre 1936 e 1944. Estes trabalhos, como conjunto e concepção artística, representam um marco na evolução da arte de Portinari, afirmando a opção pela temática social, que foi o fio condutor de toda a sua obra a partir de então. Companheiro de poetas, escritores, jornalistas, diplomatas, Portinari participou da elite intelectual brasileira em uma época em que se verificava uma notável mudança da atitude estética e na cultura do país. Candido Portinari e seu filho João Candido. No final da década de 30, a projeção de Portinari nos Estados Unidos foi consolidada. Em 1939, ele executa três grandes painéis para o pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York. Neste mesmo ano o Museu de Arte Moderna de Nova York adquire sua tela O Morro. Em 1940, participou de uma mostra de arte latino-americana no Riverside Museum de Nova York e expôs individualmente no Instituto de Artes de Detroit e no Museu de Arte Moderna de Nova York, com grande sucesso de crítica, venda e público. Em dezembro do mesmo ano, a Universidade de Chicago publicou o primeiro livro sobre o pintor – Portinari, His Life and Art, com introdução do artista Rockwell Kent e inúmeras reproduções de suas obras. Em 1941, Portinari executou quatro grandes murais na Fundação Hispânica da Biblioteca do Congresso em Washington, com temas referentes à história latino- americana. De volta ao Brasil, realizou, em 1943, oito painéis conhecidos como Série Bíblica, fortemente influenciado pela visão picassiana de Guernica e sob o impacto da 2ª Guerra Mundial. Em 1944, a convite do arquiteto Oscar Niemeyer, iniciou as obras de decoração do conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), destacando-se o mural São 16 Francisco e a Via Sacra, na Igreja da Pampulha. A escalada do nazi-fascismo e os horrores da guerra reforçaram o caráter social e trágico de sua obra, levando-o à produção das séries Retirantes e Meninos de Brodowski, entre 1944 e 1946, e à militância política, filiando-se ao Partido Comunista Brasileiro e candidatando-se a deputado, em 1945, e a senador, em 1947. Ainda em 1946, Portinari voltou a Paris para realizar sua primeira exposição em solo europeu, na Galerie Charpentier. A exposição teve grande repercussão, tendo sido Portinari agraciado, pelo governo francês, com a Légion d’Honneur. Em 1947 expôs no salão Peuser, de Buenos Aires (Argentina) e nos salões da Comissão Nacional de Belas Artes, de Montevidéu (Uruguai), recebendo grandes homenagens por parte de artistas, intelectuais e autoridades dos dois países. O final da década de 40 assinalou o início da exploração dos temas históricos por meio da afirmação do muralismo. Em 1948, Portinari exilou-se no Uruguai, por motivos políticos, onde pintou o painel A Primeira Missa no Brasil, encomendado pelo banco Boavista do Brasil. Painel Tiradentes Em 1949, executou o grande painel “T iradentes”, narrando episódios do julgamento e execução do herói brasileiro que lutou contra o domínio colonial português. Por este trabalho, Portinari recebeu, em 1950, a medalha de ouro concedida pelo Júri do Prêmio Internacional da Paz, reunido em Varsóvia (Polônia). Em 1952, atendendo a encomenda do Banco da Bahia, realizou outro painel com temática histórica, A Chegada da Família Real Portuguesa à Bahia e iniciou os estudospara os painéis Guerra e Paz, oferecidos pelo governo brasileiro à nova sede da Organização das Nações Unidas. Concluídos em 1956, os painéis, medindo cerca de 14m x10m cada – os maiores pintados por Portinari. Em 1955, recebeu a medalha de ouro concedida pelo Internacional Fine-Arts Council de Nova York como o melhor pintor do ano. Em 1956, Portinari viajou a Israel, a convite do governo daquele país, expondo em vários museus e executando desenhos inspirados no recém-criado Estado Israelense e expostos posteriormente em Bolonha (Itália), Lima (Peru), Buenos Aires (Argentina) e Rio de Janeiro. No mesmo ano, Portinari recebeu o Prêmio Guggenheim do Brasil e, em 1957, a Menção Honrosa no Concurso Internacional de Aquarela do Hallmark Art Award, de Nova York. No final da década de 50, realizou diversas exposições internacionais. Expôs em Paris e Munique (Alemanha) em 1957. Foi o único artista brasileiro a participar da exposição 50 Anos de Arte Moderna, no Palais des Beaux Arts, em Bruxelas (Bélgica), em 1958. Como convidado de honra, expôs 39 obras em sala especial na I Bienal de Artes Plásticas da Cidade do México, em 1958. Neste mesmo ano, expôs em Buenos Aires, e em 1959 na Galeria Wildenstein de Nova York e, juntamente com outros grandes artistas americanos como Tamayo, Cuevas, Matta, Orozco, Rivera. Participou da exposição Coleção de Arte Interamericana, do Museo de Bellas Artes de Caracas (Venezuela). Candido Portinari morreu no dia 6 de fevereiro de 1962, quando preparava uma grande exposição de cerca de 200 obras a convite da Prefeitura de Milão (Itália), vítima de intoxicação pelas tintas que utilizava. Portinari morreu no dia 6 de fevereiro de 1962, vítima de intoxicação por tintas, ironicamente do mesmo material que ajudou a consagrá-lo. Museu de Portinari Antiga residência de Candido Portinari, em Brodowski, o Museu Casa de Portinari, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, representa a forte ligação do artista com sua terra natal, origens e laços familiares. É o local onde ele realizou suas experiências com pinturas murais e se aprofundou na técnica ao passar dos anos. O complexo é constituído de uma casa principal e anexos que foram construídos em sucessivas ampliações. A simplicidade típica do interior é a maior característica do Museu que foi inaugurado em 14 de março de 1970. O acervo artístico do Museu Casa de Portinari constitui-se, principalmente, de trabalhos realizados pelo artista em pintura mural, ou seja, as pinturas, nas técnicas de afresco e têmpera, têm como suporte as paredes da casa. A temática é predominantemente sacra, exceto as primeiras experiências do artista neste gênero. O acervo também contempla uma coleção de desenhos, linguagem expressiva e significativa na produção de Candido Portinari, presente em todos os momentos de sua carreira. O Museu ainda abriga objetos de uso pessoal, mobiliário e utensílios da família, sendo que alguns cômodos permanecem com suas funções originais e outros foram adaptados para salas de exposições. No conjunto, destacam-se o ateliê com os objetos de trabalho do artista e a Capela da Nonna, que Portinari pintou para sua avó que, por estar doente, já não podia ir à igreja para assistir à missa e orar. Em maio de 2014, o Museu foi reaberto ao público depois de um completo e minucioso restauro que durou cerca de dois anos. A obra contemplou o reforço estrutural, as pinturas 17 murais foram totalmente restauradas e estabilizadas às paredes da casa e foi implantado um projeto expositivo inteiramente novo, que ressalta a relação de Portinari com sua terra natal. A ação revelou um afresco inédito próximo à porta de entrada da casa: uma mulher de cabelos escuros, segurando no colo um bebê de olhos azuis. A ação revelou um afresco inédito próximo à porta de entrada da casa: uma mulher de cabelos escuros, segurando no colo um bebê de olhos azuis. Em dezembro de 2014, foi atestada – por uma comissão de pesquisadores – a autoria da obra por Candido Portinari, com a ajuda de um assistente desconhecido. A gestão do Museu é realizada pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), Organização Social de Cultura, em parceria com o Governo do Estado. Além do Museu em Brodowski, a ACAM ainda administra outras duas unidades museológicas do interior paulista, em parceria com a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo: o Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre (Tupã) e o Museu Felícia Leirner/Auditório Claudio Santoro (Campos do Jordão), e ainda apoia as ações do SISEM-SP (Sistema Estadual de Museus).
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