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Capítulo 2: A Proclamação da República no Brasil Movimento Republicano Na segunda metade do século XIX, com a expansão da lavoura cafeeira e a formação de uma rica burguesia agrária no Sudeste, o projeto republicano conquistou o apoio de um setor social de peso na política nacional. A defesa de um poder maior para as províncias era o ponto central do programa do Partido Republicano Paulista (PRP), fundado em 1873 e formado basicamente por representantes dos cafeicultores da província de São Paulo. O grupo dominante, liderado pelo jornalista Quintino Bocaiúva, pregava que a passagem da monarquia para a república deveria acontecer sem agitações sociais, que poderiam ameaçar a ordem estabelecida. Outros, como o advogado Silva Jardim, criticavam as propostas conservadoras da maioria dos republicanos e defendiam uma ampla mobilização popular para derrubar a monarquia e instaurar a república. Questão Militar Após a Guerra do Paraguai (1864-1870), o Exército saiu fortalecido como corporação. Vitoriosos no conflito, muitos oficiais queriam desempenhar um papel central na vida política, além do de defensor das instituições e da soberania nacional, atribuições impostas pela Constituição. Os constantes enfrentamentos desse período desgastaram a relação entre o Exército e o governo e enfraqueceram a monarquia. O Golpe de 15 de Novembro Reuniões conspirativas de oficiais militares com republicanos civis passaram a acontecer com freqüência. Os líderes desse movimento, o militar Benjamin Constant e os civis Aristides Lobo, Quintino Bocaiúva e Lopes Trovão, habilmente encontraram a saída para acelerar a queda do antigo regime. Na manhã do dia 15 de novembro de 1889, Deodoro da Fonseca marchou com as tropas para o Ministério da Guerra, onde se encontrava o primeiro-ministro do governo de D. Pedro, o Visconde de Ouro Preto. O dia 15 de novembro resultou de uma ação quase isolada do Exército, apoiada por um pequeno grupo de republicanos civis. Com a queda da Monarquia, em menos de 48 horas a família real deixava o território nacional a bordo de um navio, em direção a Lisboa. Imagens de época Capítulo 3: A República: dos militares às oligarquias República da Espada (1889-1894) Elaboração da 1ª Constituição republicana. Representantes dos senhores de terra e militares. Primeira Constituição Republicana Ideal federativo. República presidencialista, organizada em 3 poderes: executivo, legislativo e judiciário. Voto direto e universal para os cidadãos maiores de 21 anos e alfabetizados. As antigas províncias transformaram-se em estados, organizados numa República federativa. Relativa autonomia. A Igreja separou-se do Estado. Casamento civil e a liberdade de culto para todas as crenças religiosas. Caráter leigo do ensino. Fim da pena de morte. O Brasil passa a ser chamado de república dos estados Unidos do Brasil. Marechal Deodoro e Marechal Floriano Peixoto Consolidação do novo regime Marechal Deodoro da Fonseca, primeiro presidente brasileiro, foi eleito pelo Congresso. Choque entre governo e Congresso levou à renúncia de Deodoro, em novembro de 1891. O marechal Floriano Peixoto assume o poder. 1894: militares se afastam da política, civis assumem. República das Oligarquias (1894-1930) Governo do paulista Prudente de Moraes (1894 -1898). O poder esteve nas mãos das grandes famílias latifundiárias, filiadas ao Partido Republicano de cada estado, sob a direção dos cafeicultores paulistas. Política dos governadores Inaugurada pelo presidente Campos Sales. Para evitar os choques entre os governos estaduais e a União e garantir o poder para os grupos mais fortes no interior de cada estado. Fortalece o poder local, exercido pelos chamados coronéis Voto aberto. Prudente de Moraes e Campos Sales Política do café-com-leite Os cargos políticos federais mais importantes, como o de presidente da República e os de ministro da Fazenda e da Justiça, eram dominados por representantes das oligarquias paulista, mineira e gaúcha, demonstrando a força que tinham esses estados durante a Primeira República. Guerra de Canudos (1896 -1897) 1871: Antônio Vicente Mendes Maciel, percorre o interior de Pernambuco, da Bahia e de Sergipe pregando mensagens religiosas e aconselhando os sertanejos. 1893: Antônio Conselheiro e seu grupo fundaram um povoado na fazenda Canudos, às margens do rio Vaza-Barris, no norte da Bahia. Batizaram o povoado de Belo Monte. Organizaram uma economia de base comunitária, em que todos deveriam trabalhar para o sustento do grupo. Não respeitava os coronéis e a Igreja Católica. As três primeiras expedições do Exército republicano foram derrotadas pelas forças conselheiristas. A quarta expedição de ataque a Canudos reuniu quase 10 mil soldados, armados de fuzis e canhões modernos. Os combates duraram cerca de 4 meses e terminaram com a invasão e a destruição completa do arraial, em 5 de outubro de 1897. Cenas da Guerra Cenas da Guerra Cenas da Guerra Cenas da Guerra Cenas da Guerra Cenas da Guerra Cenas da Guerra Cenas da Guerra Capítulo 4: A imigração, as fábricas e o crescimento das cidades Crescimento populacional O principal motivo do aumento populacional foi a entrada de imigrantes, a maior parte deles europeus. Eles saíram de áreas rurais de países como Itália, Espanha e Portugal. Imigrantes: fazendas e cidades A entrada de imigrantes no Brasil para o trabalho nas lavouras de café recebeu o forte incentivo do governo e das elites brasileiras, envolvidos no projeto de modernizar o país. Brasil moderno seria necessariamente branco. Imigração subvencionada. 1880: alemães e italianos, instalaram-se no sul do Brasil. Chegaram os primeiros imigrantes sírios e libaneses instalando-se principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde se dedicaram em especial ao comércio. 1908: chegada do navio a vapor Kasato Maru ao porto de Santos, no estado de São Paulo, teve início a imigração japonesa. Tudo isso atraiu para o Brasil por volta de 2,5 milhões de estrangeiros, entre 1890 e 1920. Imigrantes italianos Imigrantes alemães Imigrantes Sírio-libaneses Imigrantes japoneses Reforma urbana no Rio de Janeiro Com a intenção de fazer do Rio de Janeiro uma cópia das cidades européias, o presidente da República Rodrigues Alves autorizou o prefeito Pereira Passos a promover uma reforma urbana. Expulsa pelas obras da reforma, a população mais pobre foi obrigada a montar barracos nos morros próximos ou deslocar-se para áreas distantes do centro, conhecidas como os subúrbios da Estrada de Ferro Central do Brasil. Cortiço: tipo de habitação onde vivem várias famílias. A construção de vilas operárias, a maior parte em áreas distantes das regiões centrais, representou uma iniciativa dos patrões para conservar a mão-de-obra das fábricas, mantendo o trabalhador produtivo e sob controle. Rua direita – São Paulo - 1902 Reforma urbana – Rio de Janeiro - 1904 Reforma Urbana – Rio de Janeiro Vida nas fábricas As jornadas de trabalho se estendiam por até 16 horas e os salários eram baixos. As fábricas eram insalubres, com iluminação e ventilação inadequadas. Não existiam políticas sociais de assistência ao trabalhador, como licença-saúde, licença-maternidade, férias remuneradas ou seguro-desemprego. Os estrangeiros, principalmente italianos e espanhóis, representavam uma importante parcela do conjunto dos trabalhadores da indústria, em particular na cidade de São Paulo. Fábricas Fábricas Reação operária Século XX: organização dos sindicatos. Lutas pela redução das jornadas e pela melhoria das condições de trabalho, pelo aumento dos salários e pela definição das formas de pagamento. 1903: primeira grande mobilização operária na indústria têxtil do Rio de Janeiro. 1907: houve novas paralisações, dessa vez em São Paulo, Santos, Ribeirão Preto e Campinas, envolvendo trabalhadores da construção civil, metalurgia, indústria de alimentos, gráficos etêxteis. Lei de expulsão de estrangeiros: ao entrar em vigor, em 1907, foram expulsos 132 estrangeiros, principalmente italianos, todos líderes sindicais. 1917: uma greve em São Paulo começou no setor têxtil e depois se espalhou por empresas de outros ramos. Apesar de violentamente reprimida pela polícia, a greve geral representou o momento mais importante da influência sindicalista revolucionária no movimento operário. Estado reconhece a necessidade de construir moradias populares e de regulamentar as condições de higiene e segurança no interior das fábricas. Greve de 1917 Greve de 1917
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