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�PAGE � �PAGE �2� História da Enfermagem Prof: Letícia Lazarini de Abreu EVOLUÇÃO DA ENFERMAGEM NO BRASIL Período de Colonização Rituais místicos (pajés e feiticeiros) – Práticas domésticas (índias) Utilização do vasto recurso da flora Chegada do colonizador europeu e do negro africano – doenças infecto-contagiosas (TP, febre amarela, varíola, lepra, doenças venéreas, etc) Se inicia o percurso de epidemias e extinção dos nativos Proliferação do curandeirismo A medicina popular Portuguesa trazida por colonos, navegantes e missionários serviu de base à medicina Brasileira A primeira forma de assistência aos doentes após colonização foi exercida pelos padres jesuítas A assistência é prestada pelos religiosos em enfermarias construías nas proximidades dos colégios e conventos A terapêutica empregada era à base de ervas medicinais minuncioasamente descritas. Supõe-se que os Jesuítas faziam a supervisão do serviço que era prestado por pessoas treinadas por eles. Não há registro a respeito. Primeira santa Casa de Misericórdia edificada foi a de Santos (1543) Assistência prestada por religiosos e posteriormente por voluntários e escravos Prática de enfermagem é empírica. Seus executores eram na maioria do sexo masculino Mais tarde surgem os hospitais militares Santas Casas e Hospitais Militares eram mantidos pela iniciativa privada e pela filantropia Médicos eram figuras esporádicas nos Hospitais Período do Império Anna Néry (1814-1880) Anna Justina Ferreira Nery, a primeira enfermeira do Brasil, nasceu em 13 de dezembro de 1814, na vila Cachoeira do Paraguaçu, interior da Bahia. Casou-se aos 23 anos com Isidoro Antônio Néry. Ele era capitão-de-fragata da Marinha . Ficou viúva aos 29 anos, com os filhos Justiniano, Isidoro e Pedro Antônio para cuidar. Os dois primeiros tornaram-se médicos e o último, militar. Em 1865, o Brasil entrou na Tríplice Aliança, começou a Guerra do Paraguai e os filhos de Anna foram convocados. Sensibilizada com a separação, no dia 8 de agosto ela escreveu ao presidente da província oferecendo-se para cuidar dos feridos de guerra enquanto o conflito durasse. Logo partiu para o Rio Grande do Sul, onde aprendeu noções de enfermagem com as irmãs de caridade de São Vicente de Paulo. Apesar das faltas de condições, como falta de higiene e de materiais e excesso de doentes, Anna chamou a atenção por seu trabalho como enfermeira por várias regiões por onde passou. Com recursos próprios, herdados de família, Anna montou uma enfermaria-modelo em Asunción, capital paraguaia sitiada pelo exército brasileiro. No final da guerra, em 1870, Ana voltou ao Brasil com seis meninas órfãs brasileiras. Foi homenageada e D. Pedro II, por decreto, lhe concedeu uma medalha e uma pensão vitalícia. Faleceu no Rio de Janeiro em 20 de maio de 1880. Carlos Chagas batizou com o nome de Anna Néry a primeira escola oficial brasileira de enfermagem de alto padrão, em 1926. DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM NO BRASIL No final do séc. XIX existe um processo de urbanização lento e progressivo (RJ e SP) Doenças infecto-contagiosa se propagam rapidamente tomando proporções nos núcleos urbanos Países que comercializam com Brasil advertiam constantemente Governo sob pressões externas assume à saúde com a criação de serviços públicos, vigilância e controle dos portos (quarentena) A formação de pessoal de enf. para atender nos hospitais civis e militares e também nas atividades de saúde pública se iniciou com a criação pelo governo da Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras, no RJ, junto ao Hospital nacional dos Alienados Esta foi de fato a primeira Escola de Enfermagem, criada pelo decreto 791 de 27 de setembro de 1890 e hoje denomina-se Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, (UNIRIO) A formação profissional desta escola estava em conformidade com os moldes das Escolas de Salpetrière na França Curso com duração de dois anos, abordava aspectos básicos da assistência hospitalar A ENFERMAGEM NO BRASIL MODERNO Década de 30 a 60 Educação em enfermagem já consolidada Enfermeiros concentrados basicamente na área hospitalar Observa-se um crescimento quantitativo de outras categorias na enfermagem para fazer face as novas exigências do mercado Fator determinante criação do INPS (1966) Privatização da setor saúde Qualidade dos serviços era duvidosa e não atendia as expectativas dos trabalhadores Crescimento do setor privado e o modelo de assistência adotado pela Previdência amplia o campo da prática da enfermagem. Profissionais de nível superior são absorvidos em maior quantidade pelo setor público – setor privado absorve os auxiliares e operacionais em maior quantidade Proliferação dos cursos de atendentes e auxiliares e mais tarde de técnicos de Enfermagem Fragmentação e subdivisão do trabalho Atendentes e auxiliares exercem o cuidado direto com o cliente – Enfermeiros desempenham funções administrativas e burocráticas das Instituições Existência de várias categorias e a divisão do trabalho dificulta o reconhecimento social da Enfermagem Fraca participação da enfermagem nas entidades de classe e nas lutas pelas reivindicações profissionais Papel subalterno e poder de decisão limitado Importante acrescentar que a Enfermagem é composta em sua maioria por mulheres de classe media baixa e classe trabalhadora submetida a regime de trabalho assalariado Auxiliares e operacionais desvinculados do saber e voltados para o fazer – Enfermeiros detendo o saber , mas afastados do fazer Década de 70 a 80 Crise na saúde 1975 novo modelo de saúde definido pela lei 6.229 do Sistema Nacional de Saúde Previdência Social responsável pela assistência individual e curativa e o Ministério da Saúde assume os cuidados preventivos Priorização da assistência profilática e preventiva, sem contudo se descuidar dos aspectos curativos e de reabilitação Expansão dos cursos de pós graduação em enfermagem Categorias auxiliares agora acrescidas dos agentes de saúde e do atendente rural foram as detentoras da atenção primária cabendo aos Enfermeiros as funções de treinamento, coordenação e supervisão Na realidade os cursos de pós graduação existem desde a década de 40, mas somente a partir de 74 passam a receber atenção especial. Os mesmos viriam atender não só a qualificação para o magistério (4 cursos até 1974 para 93 cursos em 1986), mas também a especialização crescente da medicina e aos padrões sofisticados de tecnologia hospitalar Década de 80 trouxe alguns avanços, como a lei 7.498 (julho de 1986) que reconhece as categorias de enfermeiro, técnico de enfermagem, auxiliar de enfermagem e parteira e determina a extinção em 10 anos do pessoal sem a formação especifica regulada em lei (atendentes) Essa lei delimitou as atividades específicas de cada categoria, não trazendo para a pratica entretanto grandes mudanças Sistema de saúde deteriorado, implicando assim na queda do padrão de qualidade da assistência de enfermagem (falta de condições de trabalho, baixos salários) VIII Conferência Nacional da Saúde (marco/86). Frente aos propósitos da Reforma Sanitária a saúde passa a ser entendida como resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde Este passou a ser o novo paradigma do movimento sanitário 1988 – criação do SUSDécada de 90 Década de 80 foi considerada a década perdida pela sucessão de crises político econômicas ocorridas 1990 assume presidente eleito por pleito direto Políticas fiscais e monetárias levam o País a pior crise social da sua história. Deterioração das condições de vida e saúde da população Sucateamento da rede pública de saúde (80% privado) Descomprometimento com as necessidades e interesses populares Recrudescimento de doenças evitáveis como TP, hanseníase, febre amarela e cólera. Indicadores de saúde mostram baixa expectativa de vida, alta mortalidade materna e perinatal e elevado grau de desnutrição infantil IX Conferência Nacional de Saúde (1992) constituiu a primeira manifestação pública representativa da população Dentre as propostas expressa no relatório final destacam-se: Não privatização do setor saúde; Reforma psiquiátrica, Implantação dos conselhos municipais e estaduais de saúde.
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