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apontamentos 2ano - Biologia-1

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Unidade I: Introdução ao estudo da EGH
Unidade II: Factores Ambientais
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Elaborado por: ANCHA J. A. UAZIR/2016
ancha.ali.uazir@gmail.com
2ºano-Biologia 
1.0. Conceito da Ecologia
A palavra Ecologia foi empregada pela primeira vez pelo Biólogo Alemão E. Haeckel em 
1866 em sua obra Generelle Morphologie der Organismen. Etimologicamente, a palavra 
ecologia provém do grego oikos, "casa", "ambiente", e lagos, "estudo", "tratado". O "estudo 
da casa", ou melhor, o "estudo do ambiente".
Entretanto, a Ecologia não é somente o estudo do ambiente, mas o estudo de um complexo 
relacionamento que existe entre os seres, reciprocamente e destes com o ambiente.
A Ecologia Humana surge como ciência ecológica que tem como objectivo devolver a 
harmonia entre o Homem e a natureza, através dum treinamento sistemático.
A EH é a ciência que estuda as relações entre as pessoas e meio ambiente. 
Pode contribuir a aprimorar a nossa percepção acerca do que se sucede com o meio ambiente 
e como este e as pessoas funcionam conjuntamente. 
1.1. Importância da Ecologia Humana importância 
 Antecipar as consequências ambientais das actividades humanas a longo prazo;
 Evitar surpresas ambientais desastrosas;
 Gerar ideias para enfrentar problemas ambientais; e, em geral, 
 Manter uma relação que permita viver de forma sustentável com o meio ambiente. 
1.2. Métodos de estudo em Ecologia
 A Ecologia como ciência descritiva – ajuda-nos a reconhecer as formas de distribuição 
dos organismos numa determinada zona.
 A Ecologia como ciência explicativa – este método procura dar explicações das variações 
das formas vegetais, tentando identificar (solos, clima, inundações, desbravamentos, etc.).
 A Ecologia como ciência preditiva – este método procura formas de predizer o 
aparecimento de pragas através do conhecimento das condições óptimas da sua 
ocorrência.
1.3. Ramos da Ecologia
O estudo da Ecologia pode ser dividido em vários ramos. Os três principais ramos desta 
ciência são: autoecologia, sinecologia e demoecologia. A divisão da ecologia nestes três 
grandes ramos de estudo foi feita pelo botânico Carl Schroter no começo do século XX.
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Autoecologia – estuda as relações de uma única espécie com seu meio. Define essencialmente 
os limites de tolerância e as preferências das espécies em face dos diversos factores 
ecológicos e examina a acção do meio sobre a morfologia, a fisiologia e o comportamento.
Sinecologia – também conhecida como ecologia comunitária, é voltada ao estudo das 
comunidades de seres vivos. A sinecologia se encarrega de examinar as estruturas das cadeias 
alimentares, sucessões ecológicas e inter-relações entre predadores e presas.
Demoecologia – também conhecida como a dinâmica das populações ou ecologia das 
populações, faz o estudo década população separadamente.
A ecologia pode ser dividida de acordo com o meio ambiente (por exemplo: a ecologia 
terrestre e ecologia marinha) ou de acordo com a classe de organismo ou espécie em causa 
(por exemplo: ecologia dos insectos, ecologia do bambu, ecologia florestal, etc.).
1.4. Termos Ecológicos
Espécie - é o conjunto de indivíduos semelhantes (estruturalmente, funcionalmente e 
bioquimicamente) que se reproduzem naturalmente, originando descendentes férteis. Ex: 
Homo sapiens, 
População - é o conjunto de indivíduos de mesma espécie que vivem numa mesma área e 
num determinado período. Ex: população de ratos em um bueiro, em um determinado dia; 
população de bactérias causando amigdalite por 10 dias, 10 mil pessoas vivendo numa cidade 
em 1996, etc. 
Comunidade ou Biocenose - é o conjunto de populações de diversas espécies que habita uma 
mesma região num determinado período. Ex: seres de uma floresta, de um rio, de um lago, 
dos campos, dos oceanos, etc. 
Ecossistema ou Sistema Ecológico - é o conjunto formado pelo meio ambiente físico ou seja, 
o biótopo (formado por factores abióticos - sem vida - como: solo, água, ar) mais a 
comunidade (formada por componentes bióticos - seres vivos) que com o meio se relaciona. 
Biosfera - é o conjunto de todos os ecossistemas da terra. É um conceito da ecologia, 
relacionados com o conceito de litosfera, hidrosfera e atmosfera. Incluem-se a biosfera todos 
os organismos vivos que vivem no planeta.
Habitat - é o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada, isto é, o seu "endereço" 
dentro do ecossistema. Exemplo: Uma planta pode ser o habitat de um insecto, o leão pode ser 
encontrado nas savanas africanas, etc. 
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Nicho Ecológico – é a descrição do modo de vida de um organismo, ou forma de interagir 
com os demais componentes do ecossistema. Pode se definir ainda o nicho ecológico como 
sendo o papel que o organismo desempenha no ecossistema, isto é, a "profissão" do 
organismo no ecossistema. O nicho informa às custas de que se alimenta, a quem serve de 
alimento, como se reproduz, etc. Exemplo: a fêmea do Anópheles (transmite malária) é um 
insecto hematófago (se alimenta de sangue), o leão actua como predador devorando grandes 
herbívoros, como zebras e antílopes.
1.5. Ética ambiental 
A palavra ética vem do grego ETHOS que significa: modo de ser, carácter enquanto forma de 
vida do homem. Ética é a forma de proceder ou de se comportar do ser humano no seu meio 
social, sendo portanto uma relação intersocial do homem, e seus parâmetros são as condutas 
aceitas no meio social, e tem raízes no facto da moral como sistema de regulamentação das 
relações intersociais humanas, assentando-se em um modo de comportamento. 
Portanto, a ética é uma ciência da moral e pode ser definida como: a teoria ou ciência do 
comportamento moral dos homens em sociedade. Pode - se definir a Ética Ambiental como a 
conduta, ou a própria conduta, comportamental do ser humano em relação à natureza, 
decorrente da conscientização ambiental e consequente compromisso personalíssimo 
preservacionista, tendo como objectivo a conservação da vida global.
 Ética antropocêntrica 
A ética antropocêntrica, defendida principalmente por Kant, que orientou e deu base para as 
doutrinas posteriores, estuda o comportamento social do homem entre si, levando-o a 
condição de espécie superior pela razão, perde campo para uma nova visão: a visão 
Ecocêntrica.
 Ética Ecocêntrica 
Esta nova visão ecocêntrica que podemos definir como o homem centrado em sua casa – 
“oikos” = casa em grego, ou seja o homem centrado no tudo ou no planeta como sua morada, 
permite o surgimento de uma ética que estuda também o comportamento do homem em 
relação à natureza global; com ela o ser humano passa a entender melhor a sua actuação e 
responsabilidade para com os demais seres vivos. 
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Então, surge a necessidade desta nova forma de conduta em relação à natureza. Uma nova 
concepção filosófica homem - natureza. A ética passa a ser também, neste caso, um estudo 
extra social e extrapola os limites inter sociais do homem, nascendo assim, uma nova ética 
diversa da ética tradicional. Surge a ética ambiental. Com ela nós passamos a ter mais 
“humildade zoológica”, e consequentemente, passamosa ter um novo entendimento da vida. 
Mas para que isto ocorra é necessário que tenhamos uma plena conscientização da 
problemática ambiental, caracterizando esta como ter pleno conhecimento de algo e o seu 
processo dá-se internamente, reflectindo-se nas acções. 
Essa nova filosofia ecocêntrica e a conscientização fazem com que o ser humano passe a se 
preocupar com suas acções entendendo que ele faz parte na natureza. Não é o “dono da 
Natureza”, passa a compreender que a Natureza não está ali para servi-lo, mas para que ele 
possa sobreviver em harmonia com os demais seres. Percebendo isso, o ser humano passará a 
se preocupar com suas acções, passará a ter acções coerentes em relação à Natureza e mesmo 
as suas acções inter sociais passam a ser direccionadas à causa da preservação da vida global. 
Então, estará ele desenvolvendo cada vez mais uma “visão holística”  do mundo, ou seja uma 
visão global. 
Essa nova consciência e visão global trazem a necessidade de desenvolver uma nova linha de 
conduta ética com a Natureza, formando uma nova interligação ética: homem - natureza.
2.Factores Ecológicos
Todos os seres vivos sofrem acções de vários factores do meio ambiente em que vivem. Pode-
se definir factor ecológico como todo elemento do meio capaz de agir directamente sobre os 
seres vivos, pelo menos em uma fase do seu ciclo. Ou ainda, pode-se definir factor ecológico 
como o conjunto de fatores biológicos (bióticos) e físicos (abióticos), de um determinado 
ambiente, que atuam sobre o desenvolvimento de uma comunidade.
Os factores ecológicos podem subdividir-se em:
 Bióticos: relações entre os seres vivos;
 Abióticos: condições físicas do ambiente.
2.1.Factores Ecológicos Bióticos
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São todos os organismos vivos presentes no ecossistema e suas relações. Podem ser 
classificados em: Produtores, consumidores e decompositores.
Para satisfazer suas necessidades de alimentação, protecção, transporte e reprodução os seres 
vivos associam-se em outros seres vivos da mesma espécie ou espécie diferente, surgindo 
assim as relações ecológicas. Portanto, são relações que os seres vivos estabelecem entre si. 
Essas relações podem ser: 
Intra-especifica – ocorre entre organismos de uma mesma espécie.
Inter-especifica – ocorre entre organismos de espécies diferentes.
Harmónica – relação em que nenhum dos organismos é prejudicado
Desarmónica – relação em que pelo menos um dos organismos é prejudicado.
Exemplos de algumas relações ecológicas:
Relações Intra-específicas Harmónicas:
Sociedade: indivíduos da mesma espécie, mantendo-se anatomicamente separados, e que 
cooperam entre si por meio de divisão de trabalho. Geralmente, a morfologia corporal está 
relacionada à actividade que exercem. Ex: Homens, abelhas, insectos, gorilas, formigas, 
peixes, etc.
 Colónia: associação entre indivíduos da mesma espécie anatomicamente unidos entre si. 
Estes podem se apresentar semelhantes (colónias isomorfas), ou com diferenciação 
corporal de acordo com a actividade que desempenham (polimorfas). Ex: determinadas 
algas (1º exemplo) e caravela portuguesa (2º exemplo), corais, etc.; 
Relações Intra-específicas Desarmónicas:
Canibalismo: acto no qual um animal mata e devora outro da mesma espécie. Ex: ocorre 
dentre outras populações, nas de aranhas, ratos, peixes, etc.
Observações:
 Raro;
 Ocorre em superpopulações quando há falta de alimento;
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 Em algumas espécies é comum a fêmea devorar o macho após a fecundação (Aranhas).
Competição: ocorre em praticamente todas as populações em que os indivíduos disputam 
recursos não disponíveis em quantidade suficiente no ecossistema, como o alimento, parceiros 
sexuais e territórios, etc. 
 Observações:
 Freqüente;
 Ocorre sempre que há sobreposição de nichos ecológicos;
 Fator de seleção natural e de limitação da população.
Relações Inter-específicas Harmónicas:
Mutualismo: indivíduos de espécies diferentes que se encontram intimamente associados, 
criando vínculo de dependência. Ambos se beneficiam. Ex: líquens (fungo + cianobactérias), 
cupim e protozoário que digere a celulose em seu organismo, etc.
Protocooperação: indivíduos que cooperam entre si, mas não são dependentes um do outro 
para sobreviverem. Ex: relação que ocorre entre as ave - palito e os crocodilos, pássaros que 
se alimentam de carrapato bovino, etc.
Inquilinismo: uma espécie usa a outra como abrigo, sendo que somente ela se beneficia, mas 
sem causar prejuízos à outra. Exemplo: orquídeas e bromélias associadas a árvores de grande 
porte.
Comensalismo: assim como no inquilinismo, apenas uma espécie se beneficia, mas sem 
causar prejuízos à outra. A associação ocorre em busca de alimento. Ex: é o caso das hienas 
que se aproveitam dos restos das caraças deixadas pelos leões.
Forésia: Transporte de um ser, seus ovos ou sementes por outro ser vivo. Exemplos: pólen x 
insectos e aves, sementes x aves e mamíferos.
Observações:
 Polinização. 
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Relações Inter-específicas Desarmónicas:
Amensalismo: Os indivíduos de uma população secretam substâncias que inibem o 
desenvolvimento de indivíduos de outra espécie. Ex: liberação de antibióticos por 
determinados fungos, causando a morte de certas bactérias, eucalipto e gramíneas.
Observações:
 Esta relação é mais comum entre vegetais, fungos e bactérias.
Predatismo: um indivíduo mata outro de espécie diferente para se alimentar. Quando a planta 
é o alimento fala-se em herbivorismo. Ex: serpente e rato, pássaro e semente, mamífero 
carnívoro e mamífero herbívoro, etc.
Observações:
 Frequente;
 Fator de seleção natural e equilíbrio da população de presas;
 Aplicado no controle biológico.
Parasitismo: o parasita retira, do corpo do hospedeiro, nutrientes para garantir a sua 
sobrevivência, debilitando-o. Ex: lombriga e ser humano, carrapato e cachorro, etc.
Observações:
 Freqüente; 
 Aplicado no controle biológico (parasita x praga);
 Endoparasita (interno, ex.: ameba) e ectoparasita (externo, ex.: piolho).
Competição: duas ou mais populações de espécies diferentes apresentam nichos ecológicos 
semelhantes e disputam o mesmo recurso do meio quando ele não é suficiente para todos. Ex: 
território, presas, etc.
2.2.Factores Ecológicos Abióticos
Em Ecologia entende-se por factores abióticos como sendo todas as influências que os seres 
vivos possam receber em um ecossistema, derivadas de aspectos físicos, químicos ou físico-
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químicos do meio ambiente. Resumindo, são componentes não vivos que influenciam a vida 
dos seres vivos presentes no ecossistema. 
Através dos factores abióticos os seres vivos fazem adaptações para o seu desenvolvimento. 
Esses factores variam de local para local o que determina uma grande variedade de ambientes. 
Exemplos de alguns factores abióticos: Temperatura, água, luz, nutrientes, humidade, etc.
 Temperatura – é um factor abiótico de grande importânciapara os seres vivos e 
influencia no metabolismo, na fotossíntese, no desenvolvimento, na actividade sexual e na 
fecundidade. Divide os seres vivos em alguns grupos como:
Estenotérmicos – são organismos que não toleram grandes variações térmicas. Ex: lagartixa
Euritérmicos – são organismos capazes de tolerar grandes variações térmicas. Ex: lobo, 
Homem, etc.
De acordo com a temperatura corporal:
Homeotérmicos – seres que possuem temperatura corporal constante. Ex: aves e mamíferos
Pecilotérmicos – seres que possuem temperatura corporal variável. Ex: répteis, anfíbios e 
peixes. 
Para cada ser vivo existe um preferendo térmico (PT). Temperaturas fora do PT determinam a 
ocorrência de alguns fenómenos tais como: 
Migração – os animais percorrem distâncias variadas a procura de ambientes propícios para a 
reprodução, com melhores condições climáticas e presença de alimentos. Ex: flamingos, 
cegonha negra, andorinhas, etc.
Hibernação – os animais diminuem suas actividades vitais, devido ao frio. Ex: morcegos e 
ursos.
Estivação – neste fenómeno algumas espécies diminuem suas actividades vitais, devido ao 
calor. Ex: Os quelónios, caracóis, crocodilos, etc.
Adaptações Que Permitem Aos Animais Resistir Às Condições De Temperatura:
 Quantidade de gordura;
 Tamanho e densidade dos pêlos;
 Tamanho das orelhas e focinho;
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 Alteração de aspecto nas plantas:
o Algumas árvores perdem a folhagem na estação desfavorável. Ex: Freixos e 
carvalhos. 
o Algumas plantas perdem o caule e até a raíz – sobrevivem sob a forma de 
sementes. Ex: Papoila, lírios.
REGIÕES FRIAS
 Pêlos mais densos e compridos – raposas e urso polar;
 Grande teor de gordura – pinguins;
 Extremidades mais curtas (focinho, orelhas).
Estas características fazem com que a perda de calor seja mínima, permitindo assim a 
sobrevivência.
REGIÕES QUENTES
 Pêlos menos densos e mais curtos;
 Menos gordura;
 Maior superfície corporal em contacto com o exterior.
 Estas características facilitam a perda de calor para o meio e evitam o sobre-aquecimento.
 Água – a água é fundamental importância a todos seres vivos e essencial a vida.
Entra na composição das células de todo ser vivo, está presente em todos os processos 
metabólicos, é o solvente universal, tem papel fundamental na temperatura corporal dos 
homeotérmicos, na regulação do clima do planeta e na distribuição dos seres vivos na 
biosfera.
As sementes têm em torno de 3 a 5 % de água, o homem 65%, as medusas 99%, etc.
Os seres vivos são classificados, em função da água em:
Hidrófilos – seres que vivem permanentemente na água. Ex: peixes.
Higrófitos – seres que só vivem em ambientes húmidos. Ex: anfíbios
Mesófilos – seres que vivem em áreas mais ou menos húmidas.
Xerófilos – seres que vivem em ambientes secos. Ex: mamíferos do deserto, cactos. 
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 Luz – é um importante factor biótico fundamental no processo fotossintético, responsável 
pela produtividade nos ecossistemas, Influencia nas variações da actividade diária e 
sazonal de alguns animais; na pigmentação da pele, regula a actividade motora dos 
animais e orienta o movimento dos vegetais (heliotropismo).
Divide os seres vivos em alguns grupos como:
Eurifóticos – são seres que suportam grandes variações de luz.
Estenofóticos – são seres que não suportam grandes variações de luz. 
 Nutrientes – necessários para o crescimento e reprodução dos seres vivos, são eles os 
elementos químicos e sais dissolvidos. Seu suprimento na biosfera se mantém mediante o 
movimento dentro dos ciclos biogeoquímicos. Podem se tornar factor limitante por falta 
ou excesso no meio. Constituem, juntamente com outras características do solo (PH, 
humidade), os factores edáficos.
Os nutrientes podem ser:
o Micronutrientes – são necessários em quantidades extremamente pequenas. Ex: 
Molibdénio, Sódio, Silício, Alumínio, Níquel, Cobalto, Cloro, Zinco, Ferro, Manganês, 
Cobre, Boro, etc.
o Macronutrientes – são componentes fundamentais para os organismos. Ex: Proteínas, 
carbohidratos, lípidos, Nitrogénio, Fósforo, Magnésio, Cálcio, Potássio e Enxofre.
2.3.Factores Limitantes
Para cada um dos factores ecológicos, os seres vivos têm limites de tolerância dentro dos 
quais podem sobreviver. Factor limitante é qualquer agente que torne difícil a sobrevivência 
de uma espécie. O mesmo se aplica para os factores bióticos quando estes passam a limitar o 
desenvolvimento dos seres vivos.
2.3.1.Valência ecológica – dá-se o nome de valência ecológica de uma espécie, a capacidade 
que ela tem de povoar ambientes diferentes caracterizados por grandes variações dos factores 
ecológicos. Em função da valência ecológica as espécies são divididas em:
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Euriécia – espécie de grande valência ecológica, têm consequentemente ampla distribuição. 
Podem explorar diferentes habitats e por isso são chamadas também euritópicas.
Exemplo: Formigas, moscas, barata, etc.
Estenoécia – espécie de pequena valência ecológica, suportando pequena variação de factores 
ecológicos e restrita a determinados ambientes ou habitats. São denominadas de espécies 
estenotópicas. Exemplo: Jararaca -ilhoa, só é encontrada em uma ilha do litoral sudeste, entre 
São Paulo e Paraná.
2.3.2.Lei do mínimo (Lei de Liebig, 1840) 
Esta lei foi proposta pelo Biólogo Alemão Justus Liebig ainda no séc. XIX. Foi por volta de 
1840 que Liebig anuncia a “Lei do mínimo”, a partir dos estudos realizado dos efeitos dos 
vários factores no crescimento das plantas.
 A lei de Liebig afirma que: “sob condições de estado constante, o nutriente presente em 
menor quantidade (concentração próxima á mínima necessária) tende a ter efeito limitante 
sobre a planta”.
Ex: Quando as plantas consomem o Boro, elemento pouco disponível no solo, seu 
crescimento fica limitado, mesmo que sejam fornecidos em outros elementos químicos em 
abundância. 
2.3.3.Lei da tolerância (Lei de Shelford, 1911) 
A lei de tolerância foi expressa pelo cientista inglês Shelford em 1911, quando estudava a 
reprodução das Cicindelas (Coleoptera). Este segundo conceito amplia a ampliação da lei do 
mínimo, de Liebig. Pois para Shelford, cada ser vivo apresenta em função dos diversos 
factores ecológicos, limites de tolerância, entre os quais situa-se seu óptimo ecológico. 
Portanto os organismos apresentam um mínimo e um máximo ecológicos que representam os 
limites de tolerância.
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 Segundo Shelford, um factor de tolerância pode existir não só por causa de uma 
insuficiência de algum material (Lei de Liebig), como também por excesso como no caso 
de factores como água, luz e temperatura.
 Em sua lei de tolerância, Shelford, ressalta que há limites dentro dos quais as diversas 
plantas como também animais podem existir.
Quando mais ampla for a faixa de tolerância de um organismo a um dado factor, mais 
probabilidade ele tem de sobreviver as variações ambientais relacionadas a essefactor.
Alguns animais têm uma faixa de tolerância muito estreita: para os peixes, põe exemplo, uma 
variação de poucos graus na temperatura da água, pode eliminar a população inteira.
Em termos gerais, quanto mais ampla for a faixa de tolerância de um organismo aos factores 
do meio, mais ampla será a sua distribuição. 
2.4. Princípios subsidiários da lei de tolerância
Alguns princípios subsidiários da lei da tolerância podem ser enunciados da seguinte forma:
 Os organismos podem ter uma amplitude larga de tolerância para um factor e 
uma amplitude estreita para outro.
 Os organismos com amplitudes de tolerância largas para todos os factores são aqueles que 
têm mais possibilidade de se encontrarem mais amplamente distribuídos .
 Quando as condições não são óptimas para uma dada espécie relativamente a um factor 
ecológico, os limites de tolerância podem ser reduzidos relativamente a outros factores .
 Para uma espécie, o limite de tolerância de diversos factores são variáveis.
 Um factor ecológico pode interferir sobre outro factor ecológico. 
Ex: Penman (1956) – Quando o Nitrogénio do solo é limitante, a resistência da planta a seca 
diminui. É necessário mais água para evitar que a planta murche com níveis baixos de 
Nitrogénio. 
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