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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS MINERAIS – CTRN UNIDADE ACADÊMICA DE MINERAÇÃO E GEOLOGIA - UAMG JAINE RIBEIRO DE SOUZA CARACTERIZAÇÃO E DELIMITAÇÃO DE ÁREA COM POTENCIAL ECONOMICAMENTE VIÁVEL DE CALCÁRIO, NA REGIÃO DE IRECÊ - BA CAMPINA GRANDE - PB DEZEMBRO, 2019 JAINE RIBEIRO DE SOUZA CARACTERIZAÇÃO E DELIMITAÇÃO DE ÁREA COM POTENCIAL ECONOMICAMENTE VIÁVEL DE CALCÁRIO, NA REGIÃO DE IRECÊ - BA Trabalho Final de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia de Minas da Universidade Federal de Campina Grande como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro de Minas. Orientador: Prof. Me. Antônio Pedro Ferreira Sousa Campina Grande - PB DEZEMBRO, 2019 JAINE RIBEIRO DE SOUZA CARACTERIZAÇÃO E DELIMITAÇÃO DE ÁREA COM POTENCIAL ECONOMICAMENTE VIÁVEL DE CALCÁRIO, NA REGIÃO DE IRECÊ - BA TFC defendido e aprovado, em ____de ________ de _______, pela Comissão Examinadora constituída pelos professores: _____________________________________________________ Prof. Me. Antônio Pedro Ferreira Sousa Universidade Federal de Campina Grande – UFCG Orientador _____________________________________________________ Universidade Federal de Campina Grande – UFCG Examinador _____________________________________________________ Universidade Federal de Campina Grande – UFCG Examinador DEDICATÓRIA Dedico este trabalho, especialmente a minha mãe, Lice Ribeiro, que sempre acreditou em mim e nunca mediu esforços, para que todos os meus sonhos tornassem possíveis. Dedico ainda aos meus avós, Maria e Valmir (in memorian) por todo apoio e carinho nessa longa jornada. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por ter guiado os meus passos e me dado forças em todos os momentos para alcançar essa vitória. Agradeço a minha mãe Lice, que foi meu maior exemplo de garra e honestidade, que me ensinou a nunca desistir e lutar pelos meus sonhos, mostrando que tudo posso alcançar com dedicação e sabedoria. Aos meus avós, Maria e Valmir (in memorian) por contribuírem na minha formação como pessoa, me ensinando os verdadeiros valores da vida. Ao meu padrinho Lucas e a minha afilhada Vilena, que contribuíram direta ou indiretamente e estiveram presentes durante toda a minha formação. A todos os professores mestres e doutores, que me presentearam com aquilo que possuem de mais valioso, o conhecimento. A vocês todo o meu respeito e gratidão. Ao Prof. Me. Antônio Pedro, por tornar possível a realização desse trabalho, com seu profissionalismo, conhecimento e dedicação. Aos meus amigos de infância Rafa e Guiga, pela irmandade de sempre e em especial, o meu quarteto fantástico: Ana Clara, Duda, Natália e Taynara, por toda a cumplicidade e por se fazerem presentes nos momentos de estudo e de descontração, sem vocês essa caminhada seria mais árdua. Ao grupo de estudos Turmalinda, pela troca de conhecimentos e ao grupo Bahiahouse em nome de Marcelo Vieira pelo acolhimento e incentivo. Aos que fazem a R.M. Engenharia e Serviços LTDA, em especial o engenheiro Brenno Rebouças Moitinho pelo fornecimento das ferramentas necessárias para o desenvolvimento da pesquisa. E por fim, agradeço ao ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva, pela criação de oportunidades para todos, em especial para pessoas de baixa renda. Sem esses incentivos governamentais eu não teria chegado até aqui. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................12 2. OBJETIVOS .............................................................................................................................13 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................................14 3.1. CALCÁRIO .........................................................................................................................14 3.1.1. MINERALOGIA ..........................................................................................................15 3.1.2. GEOLOGIA.................................................................................................................17 3.1.3. LAVRA .......................................................................................................................18 3.1.4. PROCESSAMENTO ....................................................................................................19 3.1.5. USOS E FUNÇÕES .....................................................................................................19 3.2. PESQUISA MINERAL .........................................................................................................23 3.2.1. PROSPECÇÃO GEOFÍSICA .........................................................................................24 3.2.2. PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA ....................................................................................24 3.2.3. LEVANTAMENTO DE CAMPO ...................................................................................25 3.2.4. TOPOGRAFIA ............................................................................................................25 3.2.5. CAMPANHAS DE SONDAGEM ..................................................................................26 3.2.6. ANÁLISES E AMOSTRAGENS .....................................................................................26 3.2.7. SOFTWARE GIS QUANTUM USAGE (QGIS) ...............................................................27 4. METODOLOGIA .....................................................................................................................28 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................................29 5.1. ASPECTOS GEOGRÁFICOS ................................................................................................29 5.2. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS ...............................................................................................29 5.2.1. CLIMA .......................................................................................................................29 5.2.2. RELEVO ................................................................................................................. 30 5.2.3. VEGETAÇÃO ............................................................................................................ 31 5.3. CARACERIZAÇÃO GEOLÓGICA ....................................................................................... .31 5.3.1. GEOLOGIA REGIONAL ............................................................................................. 31 5.3.2. GEOLOGIA LOCAL ................................................................................................... 32 5.3.3. HIDROGEOLOGIA LOCAL ........................................................................................ 32 5.4. MAPEAMENTO GEOLÓGICO ...........................................................................................33 5.4.1. LEVANTAMENTO DE BANCO DE DADOS .................................................................33 5.4.2. USO DE SHAPEFILES ................................................................................................ 35 5.5. VISITA DE CAMPO ...........................................................................................................38 5.5.1. LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO ............................................................................38 5.5.2. ANÁLISES E AMOSTRAGENS ....................................................................................405.5.3. CAMPANHAS DE SONDAGEM .................................................................................41 5.6. ANÁLISE DAS AMOSTRAS EM LABORATÓRIO .................................................................42 5.6.1. ANÁLISE MINERALÓGICA ........................................................................................43 5.6.2. UMIDADE ................................................................................................................43 5.6.3. DETERMINAÇÕES QUÍMICAS ..................................................................................43 5.6.4. MASSA ESPECÍFICA ..................................................................................................43 5.6.5. CALCULO DO PODER RELATIVO DE NEUTRALIZAÇÃO TOTAL (PRNT) ......................43 6. CONCLUSÕES .......................................................................................................................47 7. REFERÊNCIAS .......................................................................................................................48 LISTA DE FIGURAS Figura 01 - Localização geográfica da Região de Irecê, Bahia .........................................................29 Figura 02 - Distribuição espacial de chuvas na Bacia de Irecê ........................................................30 Figura 03 - Carta Cartográfica de Gentio do Ouro georrefenciada .................................................34 Figura 04 - Carta Cartográfica de Xique-Xique georrefenciada ......................................................35 Figura 05 - Posição geográfica de cada processo junto a ANM no interior da folha onde há maior ocorrência de calcário em Gentio do Ouro ....................................................................................36 Figura 06 - Posição geográfica de cada processo junto a ANM no interior da folha onde há maior ocorrência de calcário em Xique-Xique .........................................................................................37 Figura 07 Demarcação da Topografia, folha cartográfica de Gentio do Ouro …..............................37 Figura 08 - Topografia destacada da área de interesse em Gentio do Ouro …................................38 Figura 09 - Trajeto de Irecê a área de Pesquisa em Gentio do Ouro-BA..........................................39 Figura 10 - Trajeto de Irecê a área de Pesquisa em Xique-Xique.....................................................39 Figura 11 - - Amostra S-01 ..............................................................................................................41 Figura 12 Amostra S-12 .................................................................................................................41 Figura 13 - Perfuratriz PWH-5000 acoplada ao compressor de ar Atlas Copco XAS 420 .............................42 Figura 14 - Quarteamento e separação das amostras .........................................................................42 Figura 15 - Amostras coletadas em campo ........................................................................................42 Figura 16 - Legenda da Tabela 03...................................................................................................45 LISTA DE TABELAS Tabela 01 - Síntese das principais características do calcário .......................................................15 Tabela 02 - Propriedades físicas dos minerais carbonatados mais comuns....................................16 Tabela 03 - Resultado da caracterização analítica das amostras de campo ................................. 44 Tabela 04 - Instrução Normativa para corretivo de acidez .............................................................45 Tabela 05 - Conclusão das amostras para aplicação como corretivo de acidez de solo agrícola... 46 RESUMO Os calcários são rochas com mais de 50% de carbonatos, sedimentares, originadas de materiais precipitados por agentes químicos e orgânicos. São constituídas por calcita (carbonato de cálcio) e/ou dolomita (carbonato de cálcio e magnésio). Podem conter impurezas como matéria orgânica, silicatos, fosfatos, sulfetos, sulfatos, óxidos e outros. O cálcio é um dos elementos mais comuns, quando constituinte dos calcários tem origem nas rochas ígneas (A. M. Galopim de Carvalho, 2006). De acordo com Pettijohn (1957), o calcário é classificado em função da concentração de óxido de magnésio (MgO), podendo ser calcítico (até 5% de MgO), magnesiano (5 a 12% de MgO) ou dolomítico (maior que 12% de MgO). O desenvolvimento acelerado da construção civil na Bahia, tornou maior a extração de rochas, aumentando o número e a extensão de pedreiras existentes. Com isso a Pesquisa Mineral surge com o intuito de limitar novas áreas para futuros empreendimentos mineiros. Dessa forma, esse trabalho tem como objetivo caracterizar e delimitar áreas com potencial economicamente viável de calcário, na região de Irecê-Ba, através de Pesquisa Mineral de forma que compreenda, entre outros, os seguintes trabalhos de campo e de laboratório: levantamentos geológicos pormenorizados da área a pesquisar, em escala conveniente; estudos dos afloramentos e suas correlações; levantamentos geofísicos e geoquímicos; execução de sondagens no corpo mineral e por fim análises físicas químicas das amostras e dos testemunhos de sondagens. PALAVRAS CHAVE: Pesquisa Mineral. Calcário. Irecê. Caracterização. Delimitação. ABSTRACT Limestones are rocks with more than 50% of sedimentary carbonates, originated from materials precipitated by chemical and organic agents. They consist of calcite (calcium carbonate) and / or dolomite (calcium and magnesium carbonate). May contain impurities such as organic matter, silicates, phosphates, sulfides, sulfates, oxides and others. Calcium is one of the most common elements, when limestone constituent originates from igneous rocks (A. M. Galopim de Carvalho, 2006). According to Pettijohn (1957), limestone is classified according to the concentration of magnesium oxide (MgO) and can be calcitic (up to 5% MgO), magnesian (5 to 12% MgO) or dolomitic (greater than 12%). % MgO). The accelerated development of civil construction in Bahia has increased the extraction of rocks, increasing the number and extension of existing quarries. With this, the Mineral Survey comes in order to limit new areas for future mining ventures. Thus, this work aims to characterize and delimit areas with economically viable limestone potential in the region of Irecê-Ba, through Mineral Research in order to understand, among others, the following field and laboratory work: detailed geological surveys the area to be researched at a convenient scale; studies of outcrops and their correlations; geophysical and geochemical surveys; drilling in the mineral body and finally physical chemical analysis of the samples and of the testimonies in drilling. KEY WORDS: Mineral Research. Limestone. Irecê. Description. Delimitation. 12 1. INTRODUÇÃO A localidade onde foi desenvolvida a pesquisa mineral abordada neste trabalho está situada na região de Irecê, no Noroeste da Bahia e, segundo CEI (1994), é composta por 19 municípios que se encontram totalmente inseridos no semiárido baiano. A região de Irecê insere-se no domínio geomorfológico da Chapada Diamantina Central, em ambiência geológica da Bacia de Irecê, a noroeste do Rio Paraguaçu, constituindo extenso altiplano, com altitude média entre quinhentos e cinquenta metros acima do nível do mar. A bacia de Irecê constitui um subdomínio tectônico de ocorrência de uma sequência sedimentar de cobertura plataformal, predominantemente carbonática, dobrada, de baixo grau de metamorfismo, pertencente ao Grupo Una, correlacionável ao Grupo Bambui,de idade neoproterozóica. As rochas calcárias que deram origem aos solos da região de Irecê (BA) compõem a Formação Salitre, que pertence ao Grupo Una, que está inserido no Supergrupo São Francisco. A Formação Salitre foi depositada durante o Neoproterozóico (préCambriano) em condições de clima árido, em uma bacia intermontana, tectonicamente estável, em ambiente de planície de maré com rampa de declividade moderada. A bacia confronta-se a leste, oeste e sul com elevações do Grupo Chapada Diamantina (Supergrupo Espinhaço), que forma o seu substrato (Misi, 1979; Brasil, 1983; Bomfim et al., 1985; Souza et al., 1993b; Sampaio, 2001). Inicialmente foi realizada a revisão bibliográfica para conhecimento superficial das áreas em questão, com o levantamento dos Aspectos Geográficos, Fisiográficos e Geológicos da região de Irecê. Através do software Quantum GIS (QGis), foi realizado o Mapeamento Geológico, para a identificação de áreas de ocorrências de Calcário para uso potencial em produção de pedra britada e corretivo de acidez de solo agrícola, além de visitas de campo para Levantamento Topográfico nos alvos selecionados pelo Mapeamento Geológico em escala adequada a representação das ocorrências; Sondagens, com o objetivo de se conhecer as variações composicionais do Calcário e obter-se outras informações geológicas que permitam avaliar as reservas dos depósitos e qualidade do minério; Análises e Amostragens tendo a função principal de definir as características químicas e consequentemente a qualidade e pureza do minério. 13 2. OBJETIVOS O desenvolvimento acelerado da construção civil na Bahia, tornou maior a extração de rochas, aumentando o número e a extensão de pedreiras existentes. Com isso a Pesquisa Mineral surge com o intuito de limitar novas áreas para futuros empreendimentos mineiros. Dessa forma, esse trabalho tem como objetivo caracterizar e delimitar áreas com potencial economicamente viável de calcário, na região de Irecê-Ba, através de Pesquisa Mineral de forma que compreenda, entre outros, os seguintes trabalhos de campo e de laboratório: levantamentos geológicos pormenorizados da área a pesquisar, em escala conveniente; estudos dos afloramentos e suas correlações; levantamentos geofísicos e geoquímicos; execução de sondagens no corpo mineral; análises físicas químicas das amostras e dos testemunhos de sondagens; para obtenção de concentrados de acordo com as especificações do mercado na região. 14 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1. CALCÁRIO Os calcários são rochas com mais de 50% de carbonatos, sedimentares, originadas de materiais precipitados por agentes químicos e orgânicos em ambientes marinhos, ou de água doce, a partir de processos inorgânicos controlados pela temperatura, pressão e pela quantidade de CO2 dissolvido na água (Suguio 2003). Se a água, em uma certa temperatura e pressão, está saturada em CO2 e CaCO3, qualquer acréscimo de temperatura, decréscimo de pressão ou perda de água por evaporação, implicará na precipitação de CaCO3. Esse material deposita-se por ação gravitacional e, quando compactado, origina o calcário, A calcita (CaCO3) é o principal mineral constituinte dos calcários. Uma síntese das suas principais propriedades físico-químicas (conforme Deer et al. 2013) pode ser verificada na Tabela 01. O ambiente sedimentar mais favorável para a sua produção é o marinho raso (plataformal), de clima quente (Suguio 2003). O dolomito é uma rocha muito semelhante ao calcário, composta basicamente por dolomita [CaMg(CO3)2], um mineral que resulta da transformação da calcita a partir de reações com soluções hipersalinas, ricas em magnésio, marinhas ou de origem magmática (Suguio 2003). Além da calcita e da dolomita, as rochas carbonáticas podem conter também menores quantidades de outros minerais carbonáticos tais como a siderita (FeCO3), a magnesita (MgCO3) e a ankerita [Ca(Mg,Fe)(CO3)2]. Da mesma forma, também podem ocorrer impurezas como sedimentos siliclásticos, óxidos de ferro, micas e matéria orgânica. De acordo com Pettijohn (1957), o calcário é classificado em função da concentração de óxido de magnésio (MgO), podendo ser calcítico (até 5% de MgO), magnesiano (5 a 12% de MgO) ou dolomítico (maior que 12% de MgO). As rochas calcárias que deram origem aos solos da região de Irecê (BA) compõem a Formação Salitre, que pertence ao Grupo Una, que está inserido no Supergrupo São Francisco. A Formação Salitre foi depositada durante o Neoproterozóico (préCambriano) em condições de clima árido, em uma bacia intermontana, tectonicamente estável, em ambiente de planície de maré com rampa de declividade moderada. A bacia confronta-se a leste, oeste e sul com elevações do Grupo Chapada Diamantina (Supergrupo Espinhaço), que forma o seu substrato (Misi, 1979; Brasil, 1983; Bomfim et al., 1985; Souza et al., 1993b; Sampaio, 2001). 15 As reservas de rochas carbonatadas são grandes e intermináveis, entrementes, a sua ocorrência com elevada pureza corresponde a menos que 10% das reservas de carbonatos lavradas em todo mundo. (Galopim de Carvalho, A. M. 2006). Tabela 01: Síntese das principais características do calcário Tipo Rocha sedimentar química Composição mineral Carbonatos (calcita, dolomita, magnesita, ankerita etc.). Pode conter impurezas (quartzo, argilominerais, micas, óxidos de ferro, matéria orgânica, conchas etc.); Cor: variável (cinza, bege, marrom, preto). Textura Rocha cimentada Estrutura Maciça. Pode ser estratificada quando contém misturas de material clástico (calcarenitos). Resistência mecânica Moderada Durabilidade Moderada. A rocha se dissolve com facilidade em contato com ácido moderado a forte Dureza 3 – 4 Porosidade: Alta Permeabilidade: Variável Massa específica: 2,30 – 2,70 g/cm³ Fonte: (Deer et al. 2013) 3.1.1. MINERALOGIA Calcário e Dolomito são as rochas carbonatadas mais utilizadas, em todo o mundo. Calcário são rochas sedimentares compostas basicamente por calcita (CaCO3), enquanto os dolomitos são também rochas sedimentares compostas, basicamente, pelo mineral dolomita (CaCO3.MgCO3). De longe, a calcita apresenta maior valor econômico, comparada às demais, dolomita, mármores e greda ou giz (FREAS, R. C. Lime, 1994). Por apresentarem propriedades físicas similares, os minerais carbonatados geram dificuldade na identificação, ou melhor, na distinção entre eles. Em decorrência disso, são utilizados recursos adicionais de identificação, além do uso convencional das propriedades 16 físicas desses minerais e/ou rochas. Desse modo, os recursos de análises químicas e de difração de raios X, microscopia eletrônica, entre outros, são os mais utilizados. A aragonita (CaCO3) possui a mesma composição química da calcita, entretanto, difere na estrutura cristalina. Seu aproveitamento econômico acontece apenas para os depósitos de conchas calcárias e oolitas. Trata-se de um mineral metaestável, cuja alteração resulta na calcita, a forma mais estável. Outros minerais carbonatados, notadamente, siderita (FeCO3), ankerita (Ca2MgFe(CO3)4 e a magnesita (MgCO3), estão comumente associados ao calcário e ao dolomito, contudo em menor quantidade (FREAS, R. C. Lime, 1994). A Tabela 02 ilustra as propriedades físicas dos minerais carbonatados mais comuns. Tabela 02: Propriedades físicas dos minerais carbonatados mais comuns Calcita (CaCO3) CaO 56% Componente mais comum nos calcários e mármores, bem como de outras rochas sedimentares e metamórficas. Ocorre no sistema cristalino e hexagonal com boa clivagem romboédrica. Dureza 3 (escala Mohs). Densidade 2,72. Comumente ocorre na cor branca ou sem cor (hialino) e coloridas quando contém impurezas. Dolomita CaCO3.MgCO3 CaO 30,4% MgO 21,95% Sua origem pode ter sido secundária, por meio da substituiçãodo cálcio pelo magnésio. Sistema cristalino hexagonal, comumente em cristais romboédricos com faces curvadas. Dureza 3,5 a 4,0. Densidade 2,87. Comumente ocorre nas cores branca e rósea. Aragonita (CaCO3) CaO 56% É menos estável que a calcita e muito menos comum. Forma-se a baixas temperaturas e ocorre em depósitos aflorantes ou próximos à superfície, especialmente nos calcários, em rochas sedimentares e metamórficas. Sistema cristalino ortorrômbico. Dureza 3,5 a 4,0. Densidade 2,93 a 2,95. Comumente ocorre na forma hialina Siderita (FeCO3) Cristais romboédricos, nas cores castanha ou preta, são mais comuns. Dureza 3,5 a 4,0. Densidade 3,7 a 3,9. Ankerita (Ca2MgFe(CO3)4 Ocorre no sistema hexagonal, comumente com cristais romboédricos. Dureza 3,5 a 4,5. Densidade 2,96 a 3,1. As cores mais comuns: branca, rósea ou cinza. 17 Magnesita (MgCO3) Sistema hexagonal. Usualmente ocorre na forma granular ou massa terrosa. As cores mais comuns variam desde o branco ao amarelo; em outras cores quando ocorrem impurezas Fonte: (CETEM, 2005). 3.1.2. GEOLOGIA O cálcio é um dos elementos mais comum, estimado em 3-4% da crosta terrestre, todavia, quando constituinte dos calcários tem origem nas rochas ígneas. Por meio das atividades de erosão e corrosão, incluindo a solução de ácidos carbônicos ou outros de origem mineral, as rochas são desintegradas e o cálcio em solução é conduzido para o mar por meio da drenagem das águas. Após atingir o oceano, parte do carbonato de cálcio dissolvido precipita-se, em decorrência da sua baixa solubilidade na água marinha. A evaporação e as variações de temperatura podem reduzir o teor de dióxido de carbono contido na água, causando a precipitação do carbonato de cálcio em consequência das condições de saturação. O carbonato de cálcio depositado, segundo esse procedimento, origina um calcário de alta pureza química. Também, por processo químico de deposição, formam-se calcários como: travertino, turfa calcária, estalactites e estalagmites, muito comum nas cavernas (ALMEIDA, S. L. M. 1997). A maior parte do calcário existente hoje é de origem orgânica. O cálcio disponível em solução, seguindo a precipitação química, é utilizado por uma variedade de vidas marinhas tais como: corais, foraminíferos, moluscos e equinodermos, para formar conchas de calcário que se acumulam no fundo mar. Tais estruturas são praticamente de carbonato de cálcio puro e são, frequentemente, encontradas intactas em calcários como greda e marga. Os sedimentos de calcário derivados desse processo podem contaminar-se durante a deposição com materiais argilosos, silicosos ou siltes ferruginosos que afetam a composição química e a natureza do calcário resultante. O tamanho e forma das partículas de calcário, decorrentes das condições de pressão, temperatura e ação de solvente, às quais a deposição foi exposta, são fatores que influenciam as características físicas da rocha (CARVALHO, E. A. e ALMEIDA, S. L. M. 1997). Os calcários apresentam impurezas que variam muito em tipo e quantidade, entretanto merecem exame, sob o aspecto econômico, se elas afetam a utilidade da rocha. Essas impurezas acompanham o processo de deposição do CaCO3 ou ocorreram em estágios 18 posteriores à deposição. Desse modo, surgiram as impurezas dos calcários, as quais podem ser fatores limitantes ao aproveitamento econômico dos mesmos, essencialmente, quando utilizados para fins nobres. A argila, é considerada uma das impurezas mais comum nas rochas carbonatadas em todo o mundo. Os argilominerais – principalmente caulinita, ilita, clorita, smectita e outros tipos micáceos – podem estar disseminados por toda a rocha ou, ainda, concentrados em finos leitos no seu interior. Neste contexto, a alumina em combinação com sílica encontra-se nos calcários sob a forma de argilominerais, embora outros aluminiosilicatos, em forma de feldspato e mica, possam ser encontrados. Quando ocorrem em quantidade apreciável, as argilas convertem um calcário de alto cálcio em marga (rocha argilosa). Esse tipo de calcário, quando calcinado, produz cal com propriedades hidráulicas. Calcários contendo entre 5 e 10% de material argiloso produzem cal fracamente hidráulica, entretanto, com uma contaminação entre 15 e 30% resultam numa cal altamente hidráulica. Outras impurezas silicosas, que não argilominerais, comprometem o aproveitamento econômico do calcário. Assim, a sílica que ocorre como areia, fragmentos de quartzo e, em estado combinado, como feldspato, mica, talco e serpentinito, produz efeitos nocivos ao calcário. Basta lembrar que os calcários para fins metalúrgicos e químicos devem conter menos que 1% de alumina e 2% de sílica (COSTA, L. 1997). 3.1.3. LAVRA A maior parte das minas de calcário é lavrada a céu aberto e chamadas, em todo o mundo, de pedreiras, embora em muitas áreas, por razões técnicas, ambientais e/ou escala de produção, utilize-se a lavra subterrânea para a produção de calcário. As principais etapas da lavra de calcário a céu aberto incluem: remoção do capeamento, perfuração, desmonte por explosivos e transporte até a usina de processamento. A seleção dos equipamentos varia com a particularidade de cada operação, capacidade de produção, tamanho e forma do depósito, distância de transporte, estimativa da vida útil da mina, localização em relação aos centros urbanos e fatores socioeconômicos. Adicionalmente, outros fatores são também considerados como valores dos produtos, condições ambientais e de segurança associadas aos jazimentos. É comum, nas grandes minerações, a terceirização das operações de lavra e transporte do calcário. Todavia, em muitos casos, essas etapas da mineração estão no 19 complexo geral das operações da própria empresa, em especial, para as minas próximas aos centros urbanos. A remoção do capeamento é o elemento chave no custo da lavra a céu aberto. Para cada operação ou situação há uma razão estéril/minério economicamente viável. A escala de produção é responsável pela viabilidade econômica de várias minas, cujos produtos inserem baixo valor agregado. 3.1.4. PROCESSAMENTO O tratamento das rochas calcárias, depende do uso e especificações do produto final. A lavra seletiva, a catação manual, a britagem em estágio unitário e o peneiramento são os métodos usuais para obtenção de produtos, cuja utilização final não requer rígidos controles de especificações. A obtenção de produtos, para aplicações consideradas nobres, necessita de um circuito complexo de beneficiamento. Isto acontece quando se busca produtos para as indústrias de: papel, plásticos, tintas, borrachas, entre outras. Nestes casos, exige-se a prática da moagem com mínima contaminação por ferro. Assim, empregam-se moinhos tipo Raymond e, nos casos mais críticos, utilizam-se moinhos autógeno e/ou de bolas com revestimentos e meio moedor especiais. A contaminação por ferro responde, diretamente, pela queda na alvura dos produtos de rochas carbonatadas, bem como pela diminuição de seu valor agregado. A flotação, a separação magnética, entre outros, são processos usados para concentração de calcário e/ou remoção das impurezas quando necessária. Desse modo, são obtidos produtos de carbonato de cálcio, por meios físicos de purificação e/ou beneficiamento, com elevados índices de pureza para atender à necessidade do mercado a que se destina. 3.1.5. USOS E FUNÇÕES Uso do carbonato na indústria de agregados da construção civil O calcário e o dolomito são matérias-primas largamente empregadas como recursos para a construção civil. Na forma britada, essas rochas produzem agregados miúdos, comumente utilizados como componente do concreto, para a confecção de fundação de 20 casas ou como material base para pavimentação de estradas. Quando britadas em frações maiores, essas rochas são comumente empregadaspara a confecção de fundações de edifícios, como de lastro de ferrovias, muros gabiões, enrocamentos ou como pedra de calçamento. Além de ser empregado na forma britada, o calcário (ou dolomito) também é bastante utilizado na construção civil na forma pulverizada (como aglomerante). Os aglomerantes são agregados finos, artificiais, pulverulentos (granulometria < 0.075 mm; NBR 9935, ABNT 2011), produtos do pó de rochas/minerais ou da mistura desse pó com outras substâncias. A cal e o cimento são os principais tipos de aglomerantes provenientes do calcário. Uso do carbonato na indústria de cimento Para cada tonelada de cimento produzido são necessárias 1,4 t de calcário. No ano de 2003, o Brasil consumiu cerca de 50 milhões de toneladas de calcário na indústria cimenteira, o que corresponde a 70% da produção de calcário no País (DNPM-2004-Sumário Mineral). Uso do carbonato de cálcio na indústria cerâmica A aplicação do calcário, calcítico ou dolomítico, na composição das massas cerâmicas fornece ao produto final uma redução nas expansões térmica e por umidade. Segundo Lira et al. (1997), a adição do carbonato de cálcio reduz a expansão, por umidade, do produto final, quando a massa cerâmica contém caulim e quartzo. O CaO reage com a sílica livre amorfa resultante da queima dos componentes da mistura e forma uma fase cristalina cálcica. Ainda, os mesmos pesquisadores encontraram resultados análogos quando utilizaram carbonato de magnésio, porém com concentrações mais elevadas e, também, mais elevadas as temperaturas de queima. Nestas condições há formação de fases cristalinas na forma de alumino-silicatos de magnésio, como safirina. Uso do carbonato de cálcio natural na indústria de papel Este setor consome cerca de 1,3 milhões de toneladas por ano de carbonato de cálcio natural em todo o mundo. O uso do carbonato de cálcio na indústria papeleira cresce, sistematicamente, desde o seu ingresso no mercado, como substituto do caulim e de óxido de titânio, nas aplicações como carga e cobertura (Luz, 1998). 21 Uso do carbonato de cálcio natural na indústria de plásticos Há muitas vantagens no uso do carbonato de cálcio moído (GCC) na indústria de plásticos, entre outras, podem ser citadas: Proporcionar aos compostos de PVC, dureza, propriedades de tensão, textura, brilho superficial; Controlar a viscosidade e o coeficiente da expansão térmica do plástico na moldagem das placas; Proporciona resistência ao polímero e baixa o custo do produto acabado; Favorece a manufatura de poliéster, saturado com 40% de GCC, usado com sucesso na indústria automobilística; O carbonato de cálcio moído ultrafino (<1,5 μm) é usado na produção de plásticos, que resultam nas mais variadas aplicações. Assim, são empregados na produção de: fraldas, filmes, móveis, materiais de construção, produtos automotivos, sacolas de lixo, tubos, baldes de lixo, embalagens de alimentos, papéis, garrafas sintéticas, além de outros. Sua adição, na faixa de 15 a 30% em peso, promove as propriedades físicas dos produtos e permite aumentar o rendimento, porque sua condutividade térmica está cinco vezes acima do polietileno ou polipropileno. Uso do carbonato de cálcio na indústria de tintas Os carbonatos de cálcio são extensivamente utilizados em tintas para automóveis, como também para outros setores de tintas. O carbonato de cálcio usado como agente de pintura atua como: Espaçador e redutor da quantidade de TiO2 necessário à pintura; Provedor das propriedades mecânicas dos vidros. O carbonato de cálcio disponível no mercado para tintas de automóveis encontra-se em duas granulometrias. A primeira, na faixa entre 10 e 3 μm, destina-se (10%) à produção dos leitos de base da tinta. O material ultrafino, com granulometria na faixa entre 1 e 0,7 μm, destina-se (2 a 3%) à cobertura de clareamento (More, 2002). Uso dos carbonatos de cálcio e magnésio na indústria de vidros A dolomita e/ou aragonita ocupam o terceiro lugar como insumo básico na fabricação do vidro, depois da areia de quartzo e da barrilha (Na2CO3). A cal atua como material 22 fundente sobre a areia de quartzo, aumentando a insolubilidade e a resistência, além de reduzir a fragilidade do vidro. Na fabricação desses produtos, a dolomita é usada, principalmente, em decorrência do óxido de magnésio atuar como estabilizador para melhorar a resistência do vidro contra ataques por gases e umidade, tanto de origem química como natural. A dolomita também atua na redução da temperatura de fusão que aumenta a trabalhabilidade, como também inibe as reações entre o estanho e o vidro no banho de estanho fundido para obtenção de vidros planos. O ideal é um calcário dolomítico com uma razão CaO/MgO de 3/2. A dolomita, com essa composição, facilita aos fabricantes de vidros planos balancear a mistura dolomita/calcário. Na fabricação de vidros para embalagem, a dolomita é usada apenas como fonte de cal, função inversa do mesmo insumo, quando usado na fabricação de vidro plano. Uso do carbonato de cálcio na alimentação de animais O calcário calcitico puro e moído é muito usado como fonte de cálcio no suplemento alimentar de animais e aves. Outras fontes de cálcio incluem conchas calcárias e mármores britados. Em ambos os casos, não há uma demanda tão significativa, a exemplo do que acontece com o calcário. O consumo de carbonato de cálcio é sazonal, mesmo assim, há uma taxa média de CaCO3 na alimentação de animais, ligada ao tipo de animal, em questão. Rochas ornamentais ou decorativas As rochas carbonatadas, calcário, dolomito e mármore, em alguns casos, são usadas como rochas ornamentais ou decorativas, os mármores em maior extensão. Calcário e dolomito são usualmente cinza, todavia, são encontrados nas cores: branca, amarela, bronzeada ou preta. O mármore branco é composto basicamente de calcita pura. A rocha dolomito é composta predominantemente do mineral dolomita. Uso do carbonato como corretivo agrícola Corretivos agrícolas são os materiais que apresentam carbonatos, óxidos, hidróxidos ou silicatos de cálcio e de magnésio como constituinte neutralizante ou princípio ativo. Calcário é o corretivo agrícola mais comum. Seus constituintes neutralizantes são o carbonato de cálcio (CaCO3) e o carbonato de magnésio (MgCO3). É obtido pela moagem de 23 rocha calcária. Em geral, as jazidas de calcário são de origem orgânica, de natureza sedimentar ou de natureza metamórfica. Os calcários sedimentares são mais “moles” e os metamórficos, mais “duros”, mas ambos apresentam o mesmo comportamento agronômico. Os calcários são classificados quanto ao seu teor de MgO em: calcítico, apresentam de 1% a 5% de MgO e de 45% a 55% de CaO; magnesiano, de 5% a 12% de MgO e de 40% a 42% de CaO; e dolomítico, de 13% a 21% de MgO e de 25% a 35% de CaO; Mecanismo da ação neutralizante do calcário: H2O (solo) CaCO3, MgCO3 (calcário) → Ca²+ + Mg²+ + 2CO3 ²– (solução do solo) CO3 ²– + H2O HCO3 – + OH– (Kb1= 2,2 X 10^–4) HCO3 – + H2O H2CO3 – + OH– (Kb2= 2,4 X 10^-8) OH– + H+ (solução do solo) → H2O. No solo, em contato com a água, o calcário libera Ca²+, Mg²+ e CO3²- (carbonato) e depois HCO3– (bicarbonato). As bases, CO3 ²– (carbonato) e HCO3 – (bicarbonato), é que possibilitam a formação de OH–, sendo bases fracas, como mostram suas constantes de ionização Kb1 e Kb2, respectivamente. Isso significa que a reação de formação do OH– é relativamente lenta. O OH– produzido neutralizará o H+ da solução do solo, responsável por sua acidez. 3.2. PESQUISA MINERAL De acordo com o DECRETO DE LEI Nº 227, DE 28 DE FEVEREIRO DE 1967, mais especificamente no Capítulo II, Artigo 14, entende-se por pesquisa mineral “execução dos trabalhos necessários à definição da jazida sua avaliação e a determinação exequibilidade do seu aproveitamentoeconômico”. Pesquisa mineral compreende, entre outros, os seguintes trabalhos de campo e de laboratório: levantamentos geológicos pormenorizados da área a pesquisar, em escala conveniente; estudos dos afloramentos e suas correlações; levantamentos geofísicos e geoquímicos; aberturas de escavações visitáveis e execução de sondagens no corpo mineral; 24 amostragens sistemáticas; análises físicas químicas das amostras e dos testemunhos de sondagens; e ensaio de beneficiamento dos minérios ou das substâncias minerais úteis, para obtenção de concentrados de acordo com as especificações do mercado ou aproveitamento industrial. Principais características da Pesquisa Mineral são: Obtenção de informações de caráter geológico, constatando a existência ou não de jazida explorável economicamente; Atividade de pesquisa para conhecimento geológico, técnico-científica, e não como um empreendimento; Não possui intervenção definitiva, ou seja, não caracteriza o uso alternativo do solo; Permite a Regeneração completa da área pesquisada, após a desmobilização; 3.2.1. PROSPECÇÃO GEOFÍSICA A prospecção geofísica consiste num conjunto de trabalhos que inclui medidas dos campos físicos ou das variações na propagação de ondas até o estudo da relação das medidas obtidas com as feições subsuperficiais, usa de dados geofísicos obtidos por vários tipos de aparelhos em diversos tamanhos e escala. Podem ser desde mapas magnéticos, de emissão de partículas radioativas e diferença de densidades obtidos por aeronaves a até informações de terreno obtidas por meios elétricos em uma escala mais local, usando aparelhos operados por pessoas em solo. Na íntegra, o conjunto de trabalhos envolve: estudos geofísicos ditos preliminares, a preparação da área, as medidas propriamente ditas, a apresentação das medidas, o tratamento das mesmas e, finalmente, a interpretação do que foi medido, que corresponde à obtenção de informação sobre a subsuperfície. A prospecção geofísica não é um trabalho realizado isoladamente, mas faz parte de uma sequência de trabalhos de reconhecimento, detalhamento e avaliação (ou cubagem) de uma área cujo fim é, em geral, a exploração de depósitos minerais de valor econômico. 3.2.2. PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA A geoquímica trata da distribuição e da migração dos elementos químicos dentro da terra, no espaço e no tempo (B.H.Maison,1917). 25 A Prospecção Geoquímica é o método baseado na medição sistemática de uma ou várias propriedades químicas de materiais naturalmente formados, como rochas; solos; sedimentos glaciais, de rios, lagos; água. A determinação da abundância relativa e absoluta dos elementos da terra e o estudo da distribuição e da migração desses elementos em várias partes do planeta são uma das principais aplicações da Geoquímica, que associa dados gerados através de análises químicas a dados geológicos da região em estudo. Em geologia, muitos depósitos ao se formarem, apresentam zoneamentos químicos que apontam para o minério. Os Principais Métodos Geoquímicos utilizados na Pesquisa Mineral são: Sedimentos de Corrente; de Solo (Pedogeoquímica); de Rocha (Litogeoquímica); de Água ou; concentrado de Batéia. 3.2.3. LEVANTAMENTO DE CAMPO Propriamente dito, é o mapeamento geológico, amplamente realizado por geólogos, que irão coletar dados durante as campanhas de campo que serão usados para encontrar áreas de interesse mineral. Os dados de campo podem ser conseguidos ao analisar pequenos pontos em que afloram as rochas, cortes de estrada e até mesmo minerações da região. Esse é o meio que pode apresentar os melhores resultados a custos relativamente baixos. 3.2.4. TOPOGRAFIA A Topografia consiste em determinar uma superfície, seus contornos, relevo, acidentes geográficos naturais ou não, detalhes internos (como vegetação, riachos ou edificações), definindo a situação, limites da propriedade e a localização de cada uma das características levantadas. Distâncias, horizontais e verticais, e ângulos entre diferentes pontos são levantados a partir de métodos e instrumentos, que se designam a efetuar a representação do terreno sobre uma superfície plana denominada de plano topográfico. A topografia, na mineração, é um instrumento de medição e representação do terreno para que se possam realizar os trabalhos de pesquisa e lavra necessários a efetivar a produção do minério, com sua extração efetiva da mina. 26 Uma importante ferramenta de auxílio à pesquisa mineral, a topografia é fundamental para permitir a abertura de picadas para mapeamento geológico, piqueteamento para métodos geofísicos terrestres e locação de furos de sondagem. Para que a topografia possa ser realizada de forma adequada, é necessário o conhecimento dos instrumentos e métodos que devem ser adotados para viabilizar a representação do terreno, utilizando o recurso de um plano topográfico. 3.2.5. CAMPANHAS DE SONDAGEM As sondagens constituem a principal fonte de informação da pesquisa direta em subsuperfície do corpo de minério para obtenção de amostras representativas (Rossi e Deutsch, 2014, p. 68). Elas devem ser planejadas para representar todo o depósito mineral em estudo e assim reduzir incertezas tanto na modelagem geológica como no cálculo dos recursos minerais (Neuss, 2001, p. 55). Na verdade, a amostragem é feita com a premissa que as amostras proporcionadas são uma representação verdadeira do que elas são pretendidas para representar, ou seja, o depósito mineral (Lee, 2001, p. 317). Na maior parte dos depósitos minerais, o espaçamento da sondagem é intuitivamente uma função da continuidade geológica e do teor como observado pelo geólogo responsável pela pesquisa (Schofield, 2001, p. 602). Segundo esses autores, as sondagens são feitas de maneira sistemática com a finalidade de proporcionar a máxima quantidade de informação sobre a distribuição de teores no depósito mineral, bem como fornecer uma razoável base para a interpretação geológica. 3.2.6. ANÁLISES E AMOSTRAGENS O processo de amostragem consiste na retirada de quantidades moduladas de material de um todo que se deseja amostrar, para a composição da amostra primária ou global, de tal forma que esta seja representativa do todo amostrado. Em seguida, a amostra primária é submetida a uma série de etapas de preparação que envolvem operações de cominuição, homogeneização e quarteamento, até a obtenção da amostra final, com massa e granulometria adequadas para a realização de ensaios (químicos, físicos, mineralógicos etc). Cabe ressaltar que a representatividade referida é válida para a(s) característica(s) de interesse (densidade, teor, umidade, distribuição granulométrica, constituintes minerais etc) definida(s) a priori. E, ainda, que todos os cuidados devem ser tomados para que essa 27 representatividade não se perca, quando da preparação da amostra primária. Amostragem é, portanto, um processo de seleção e inferência, uma vez que a partir do conhecimento de uma parte, procura-se tirar conclusões sobre o todo. A diferença entre o valor de uma dada característica de interesse no lote e a estimativa desta característica na amostra é chamada erro de amostragem. A importância da amostragem é ressaltada, principalmente, quando entram em jogo a avaliação de depósitos minerais, o controle de processos e a comercialização de produtos. 3.2.7. SOFTWARE GIS QUANTUM USAGE (QGIS) O QGIS é um Sistema de Informação Geográfica (SIG) de Código Aberto licenciado segundo a Licença Pública Geral GNU. O QGIS é um projeto oficial da Open Source Geospatial Foundation (OSGeo). Funciona em Linux, Unix, Mac OSX, Windows e Android e suporta inúmeros formatos de vetores, rasters e bases de dados e funcionalidades. A interface do software é simples e de fácil manuseio, o programa oferta várias ferramentas que possibilitam visualizar, gerenciar, editar,analisar os dados e compor mapas impressos, obter impressão com determinadas screenshots e uma lista de recursos mais detalhada. Permitindo, segundo Almeida (2011), consultas espaciais, exploração interativa de dados, identificação e seleção de geometrias, pesquisa, visualização e seleção de atributos e criação de simbologia vetorial e raster. Suportando as bases de dados geográficas PostGIS, SpatiaLite e SQL Anywhere, além de todos os formatos suportados pela biblioteca GDAL (Geospatial Data Abstraction Library) (ALMEIDA, 2011). O QGIS, como qualquer software aberto, segue a filosofia de aproveitar as ferramentas que já estão disponíveis, e não trabalhar na recriação da mesma ferramenta, e o melhor exemplo desta filosofia foi a integração com um dos mais potentes programas de análise SIG, o GRASS. Para isto foi desenvolvida uma extensão que permite a utilização das ferramentas do GRASS dentro do ambiente do Quantum GIS sem precisar acessar a interface do GRASS. O QGIS também utiliza suas ferramentas de análise e geoprocessamento de softwares e bibliotecas já disponíveis, como o GEOS, GDAL/ORG. Existem também extensões desenvolvidas por terceiros como a SDA4PP (Spatial Data Analysis for Point Patterns) ou o ManageR que permitem integrar ao QGIS o excelente software de estatística R6 (MANGHI et al, 2012). 28 O programa foi desenvolvido na linguagem C++, usando a biblioteca Qt para interface gráfica com o usuário. Permite tanto a execução de complementos desenvolvidos em C++ quanto em Python (NOÉ et al., 2014). O Quantum GIS tem um tamanho pequeno se comparado aos SIG comerciais, exigindo um menor poder de processamento, reduzindo, não significativamente, o custo com hardware. 4. METODOLOGIA Inicialmente foi realizada a Revisão Bibliográfica para conhecimento superficial das áreas de interesse, com o levantamento dos Aspectos Geográficos, Fisiográficos e Geológicos da região de Irecê com o intuito de alimentar o programa na confecção de mapas, com informações de sensoriamento remoto, que permitissem a confecção de modelos digitais de terreno (extração de dados plani-altimétricos), e dados geográficos básicos, como a localização de rodovias e acessos, divisão política de Municípios e Estados. O critério de escolha do programa a ser utilizado foi que este tivesse grande capacidade de processamento, simplicidade na interface, semelhança de interface com os softwares comerciais, geração de produtos do formato shapefile (.shp), grande gama de funcionalidades como processamento de imagens, vetores, conversão de sistemas de coordenadas, capacidade de geração de informação planar e volumétrica, capacidade de análise topológica e conexão com bancos de dados externos. Optou-se pelo software Quantum GIS (QGis), e através dele foi realizado o Mapeamento Geológico, para a identificação de áreas de ocorrências de Calcário para uso potencial em produção de pedra britada além de visitas de campo para Levantamento Topográfico nos alvos selecionados pelo mapeamento geológico em escala adequada a representação das ocorrências; Sondagens, com o objetivo de se conhecer as variações composicionais do Calcário e obter-se outras informações geológicas que permitam avaliar as reservas dos depósitos e qualidade do minério; Análises e Amostragens tendo a função principal de definir as características químicas e consequentemente a qualidade e pureza do minério. Logo, o trabalho foi desenvolvido correlacionando as características encontradas através da Revisão Bibliográfica e do Mapeamento Geológico com o uso do software Quantum Gis (QGis), em paralelo com o levantamento dos dados explorados em campo através da Pesquisa Mineral. 29 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1. ASPECTOS GEOGRÁFICOS A localidade onde foi desenvolvida a pesquisa mineral abordada neste trabalho está situada na região de Irecê, no Noroeste da Bahia e, segundo CEI (1994), é composta por 19 municípios que se encontram totalmente inseridos no semiárido baiano (Figura 01). A região possui uma população estimada pelo IBGE em 2019 de 390.900 habitantes e área territorial de 25.551 km2 (IBGE, 2010). Figura 01 - Localização geográfica da Região de Irecê, Bahia. Fonte: (IBGE, 2010). 5.2. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS 5.2.1. CLIMA Caracterizada como região semiárida e por uma diversificação climática intensa, a área compreendida por este estudo é influenciada por vários fatores, tais como: diferentes sistemas de circulação, posição geográfica, relevo, temperatura, dentre outros, destacando- se a precipitação pluviométrica variada como principal fator desta característica. A área está situada na zona fisiográfica da Chapada Diamantina, em sua região central. A rede hidrográfica pertence à bacia do Paraguaçu. A vegetação é constituída por vastos campos, localizados, via de regra no topo das elevações, sendo denominados de “Campos Gerais”. Em que esta possui vegetação rasteira onde há predominância de gramíneas, ás vezes pequenos arbustos. 30 O clima predominante na área, segundo Köppen (1948), é do tipo Bsh, semiárido quente, com estação chuvosa irregular (novembro a abril), apresentando precipitações menores que 750 mm anuais e temperatura entre 12º a 38º centígrados, a Figura 02 mostra a distribuição espacial de chuvas na região. Figura 02 - Distribuição espacial de chuvas na Bacia de Irecê. Fonte: (IBGE, 2016). 5.2.2. RELEVO De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2006), o relevo da região apresenta a estrutura morfológica controlada pelos contrafortes do planalto montanhoso constituído pelas rochas do Grupo Chapada Diamantina caracterizado, por dobramentos assimétricos, numa série: de anticlinais e sinclinais, em oposição ao platô calcário que constitui a unidade geomorfológicas denominada Chapada de Irecê. Localmente o relevo apresenta superfícies levemente inclinadas, cotas variando de 780 a 820 metros acima do nível do mar, substrato rochoso aflorante em grande parte da área, ocasionalmente recoberto por solo raso. 31 5.2.3. VEGETAÇÃO A vegetação predominante na região é do tipo caatinga, em geral rala, ocorrendo vazios em consequência dos grandes afloramentos de calcário marmorizado, formando grandes lajedos. Nas encostas dos vales, a vegetação desponta com maior porte, podendo ser observadas áreas cultivadas. Entre as espécies existentes na área do afloramento e em suas imediações merecem destaque: imburana (bursera. leptophleos), baraúna (melanoxylon bruna), quixabeira (bumelia-sanorum), juazeiro (zyzyphus joazeiro), imbuzeiro (spondias tuberosa), jurema (pithecolobium tortum), quiabento (pereskia grandifolia), mandacaru (cereus peruvianuso), cabeça-de-frade (Pithecoseris pacourinoides), cansanção (urera baccifera), além de diversos representantes das famílias das malváceas (TAYLOR e ZAPPI, 2002). 5.3. CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA 5.3.1. GEOLOGIA REGIONAL A região de Irecê insere-se no domínio geomorfológico da Chapada Diamantina Central, em ambiência geológica da Bacia de Irecê, a noroeste do Rio Paraguaçu, constituindo extenso altiplano, com altitude média entre quinhentos e cinquenta metros acima do nível do mar. A bacia de Irecê constitui um subdomínio tectônico de ocorrência de uma sequência sedimentar de cobertura plataformal, predominantemente carbonática, dobrada, de baixo grau de metamorfismo, pertencente ao Grupo Una, correlacionável ao Grupo Bambui, de idade neoproterozóica. Na região de Irecê, a sequência carbonática da Formação Salitre é litologicamente constituída por calcarenitos e dolarenitos de granulação fina a grossa com níveis oliticos e metapelitos de cores avermelhadas e amareladas (MARINHO, 1977). Com base nas características dos ambientes deposicionais, a formação Salitre foi subdividida da base para o topo, nas unidades Nova América, Jussara e Irecê. Osestudos sedimentológicos desenvolvidos na bacia de Irecê por BOMFIM et al. (1985) e SOUSA et al. (1991) interpretaram, a partir de analise faciológica da bacia, calcada nas estruturas sedimentares observadas, ambientes e subambientes deposicionais dos tipos supramaré, intermaré e submaré, com repetições cíclicas ao decorrer de quatro grandes ciclos de sedimentação. Esses ciclos foram classificados como transgressivos (dois) e regressivos 32 (dois). Na região de Iraquara, ocorrem litotipos relacionados ao ciclo regressivo basal. No bordo sul da bacia, a sequência carbonática estrutura-se numa grande sinformal, de plano axial subverticalizado, com plunge para norte, exibindo mergulhos suaves nos flancos E e W. 5.3.2. GEOLOGIA LOCAL A geologia da área nas proximidades da cidade de Irecê é bem desconhecida. Nesta região, os metassedimentos do Supergrupo São Francisco assentam-se sobre as rochas do Supergrupo Espinhaço, ali representado pelos Grupos Paraguaçú e Chapada Diamantina e pela Formação Morro do Chapéu. O embasamento apresenta exposições restritas, especialmente nas porções noroeste e sudoeste da região. O embasamento é representado, a noroeste da bacia, pelas rochas paleoproterozóicas atribuídas ao Complexo Xique-Xique, uma associação de quartzito, itabirito e silexito, de ocorrência restrita (Inda & Barbosa, 1978). A sudoeste, ocorrem rochas graníticas, gnáissicas e migmatíticas pertencentes ao Complexo Paramirim (Dalton de Souza et al., 2003). 5.3.3. HIDROGEOLOGIA LOCAL O aquífero cárstico da região de Irecê, localizado na região central do estado da Bahia, envolve as bacias hidrográficas dos rios Verde e Jacaré afluentes do rio São Francisco e na porção sul a bacia do rio Santo Antônio, afluente do rio Paraguaçu. A porção sul do aquífero (região de Iraquara/Mulungu do Morro) e os contatos leste e oeste com as rochas do Grupo Chapada Diamantina, onde as rochas carbonáticas apresentam estratificação planoparalela ondulada, amplos dobramentos com eixo N-S e lineamentos estruturais associados a falhas transcorrente de direção N-S. A porção central do aquífero (região de Irecê/Lapão), é caracterizado pela presença de intensos cavalgamentos, com dobramentos e falhamentos de baixo ângulo associados e vergência para SSE. Nesse cenário, têm-se um sistema aquífero de natureza cárstico-fissural, pouco evoluído, dolinas com forma elíptica, e com pequeno diâmetro (entre 5-15m), alinhadas segundo os trends dos lineamentos estruturais E-W, além da presença de sumidouros e solos muito rasos. De forma geral, o aquífero apresenta nível freático (NF) próximo à superfície, com profundidades menores que 15 m, observados em mais de 50% dos poços, enquanto níveis freáticos mais profundos (>45m) são observados nas porções sul e sudeste (CPRM, 2018). 33 5.4. MAPEAMENTO GEOLÓGICO A partir do geoprocessamento se tem a relação de um dado espacial com o modelo de dados, onde o dado espacial retrata representações do mundo real em uma determinada escala e essas representações tem forma, cores e localização. O modelo de dados mais utilizado para representar uma entidade é por um par de dados: localização geográfica e atributo. O atributo expõe as características da entidade, sendo descrito em termos quantitativos ou qualitativos, conforme uma escala nominal, ordinal, intervalo ou razão. E a entidade representada pode ter vários atributos que a caracterizam (MIRANDA, 2010). Os fenômenos espaciais desse estudo foram abstraídos em três classes: ponto, linha e áreas ou polígonos, sendo que o critério que os diferencia é a dimensionalidade. A dimensão do ponto é zero, da linha é um, da área (polígono) é duas e a superfície é representada por três dimensões. (MIRANDA, 2010). Sendo, portanto, a aplicação de Sistemas de Informações Geográficas (SIG), e outras geotecnologias (sensoriamento remoto, GPS, geoprocessamento), um fator determinante no zoneamento ambiental, planejamento e gestão territorial. 5.4.1. LEVANTAMENTO DE BANCO DE DADOS Deu-se início através da pesquisa bibliográfica de todas as informações disponíveis sobre a geologia da região e da substância mineral alvo da prospecção. Utilizou-se fotografias aéreas, imagens de satélite, dados do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), da Agência Nacional de Mineração (ANM), relatórios de pesquisa da região, artigos publicados, dissertações e teses, além de mapas geológicos e de localização disponíveis. A função primordial do processamento digital das imagens de sensoriamento remoto foi o fornecimento de ferramentas para facilitar a identificação e a extração da informação contidas nas imagens, para posterior interpretação. Nesse sentido, sistemas dedicados de computação foram utilizados para atividades interativas de análise e manipulação das imagens brutas. O resultado desse processo foi a produção de outras imagens, estas já contendo informações específicas, extraídas e realçadas a partir das imagens brutas. Após a análise dos dados, dois municípios foram selecionados, sendo eles: Gentio do Ouro e Xique-Xique. A base cartográfica municipal, representada em escala de 1:100.000, foi digitalizada a partir das folhas topográficas: Gentio do Ouro – SC-23-X-I e Xique-Xique – SC- 34 23-Z-B-V, executadas em 1968 pelo IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As Figuras 03 e 04 mostram essas folhas digitalizadas. Figura 03 - Carta Cartográfica de Gentio do Ouro georrefenciada. Fonte: (IBGE, 1968). 35 Figura 04 - Carta Cartográfica de Xique-Xique georrefenciada. Fonte: (IBGE, 1968). 5.4.2. USO DE SHAPEFILES A execução da delimitação da área iniciou-se com a busca dos municípios de Gentio do Ouro e Xique-Xique através do complemento open layers plugin (add google hybrid layer). Em seguida 5 camadas do tipo shape foram adicionadas. Sendo a primeira camada vetorial do tipo litologia da Bahia, para identificação das áreas com presença de calcário, a segunda camada vetorial do tipo ponto, destinada à identificação de pontos de interesse na área de estudo, a terceira e quarta camada vetorial do tipo topografia e linha, para delimitação de vias de acesso 36 a área de estudo e a quinta camada vetorial foi do tipo polígono para delimitação das regiões de interesse do estudo. Por fim, uma última camada do tipo shape foi adicionada, sendo ela desenvolvida pelo Sistema de Informações Geográficas da Mineração – SIGMINE, desenvolvido pela Coordenação de Geoprocessamento – CGEO/CGTIG, que tem como objetivo ser um sistema de referência na busca de informações atualizadas relativas às áreas dos processos minerários cadastrados na ANM, associadas a outras informações geográficas de interesse ao setor produzidas por órgãos públicos, proporcionando uma consulta aos dados e análises relacionais de caráter espacial. Para todas as camadas do tipo shape adicionadas o Sistema de Coordenadas de Referência (SCR) selecionado foi o Córrego Alegre (UTM zone 22s). Para cada camada vetorial adicionada realizou-se a edição das características das mesmas, através da tabela de atributos, a fim de identificar o que cada dado representa do espaço real, bem como calcular suas distancias e/ou área de abrangência. As Figuras 05 e 06 demarcam a posição de cada processo junto a ANM no interior da folha onde há maior ocorrência de calcário, delimitado pelo shapefile da litologia da Bahia. Figura 05 - Posição geográfica de cada processo junto a ANM no interior da folha onde há maior ocorrência de calcário em Gentio do Ouro (2019). 37 Figura 06 - Posição geográfica de cada processo junto a ANM no interior da folha onde há maior ocorrência de calcário em Xique-Xique (2019). As Figuras 07 e 08 apresentam os shapefiles da topografia e hidrografia da folha cartográfica de Gentio do Ouro. Figura 07 - Demarcação da Topografia, folha cartográfica deGentio do Ouro (2019). 38 Figura 08 - Topografia destacada da área de interesse em Gentio do Ouro (2019). 5.5. VISITAS DE CAMPO 5.5.1. LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO A cidade de Gentio do Ouro está localizada na região de Irecê – BA com coordenadas 11° 25' 55'' S, 42° 30' 59'' O. Fica a 612 km da capital do estado, Salvador, e seu acesso pode ser descrito assim: saindo de Salvador pela BR 324 com destino a Feira de Santana, daí então se segue pela BA 052 e, após o povoado de Rio Verde, chega-se à cidade pela BA 438. É inserida em uma região da Bahia com características semiáridas, porém é adjacente a riachos e rios intermitentes. A pluviosidade característica desta região está na faixa de 300 mm a 500 mm anuais. 39 A Figura 09, apresenta as vias de acesso a área visitada com presença de calcário partindo da cidade de Irecê-BA a 103 km, com coordenadas 11°5’1.290” S, 42°34’10.073” O. Tempo estimado para trajeto de carro. Figura 09 - Trajeto de Irecê a área de Pesquisa em Gentio do Ouro-BA. Fonte: (Google Maps, 2019). A Figura 10, por sua vez apresenta as vias de acesso a área visitada com presença de calcário na cidade de Xique-Xique, partindo da cidade de Irecê-BA a 133 km, com coordenadas 10° 40’ 7.746” S, 42° 36’ 39.014” O. Tempo estimado para trajeto de carro. Figura 10 - Trajeto de Irecê a área de Pesquisa em Xique-Xique. Fonte: (Google Maps, 2019). 40 5.5.2. ANÁLISES E AMOSTRAGENS A busca da melhor precisão nos resultados deve sempre levar em consideração a quantificação do aumento dos custos envolvidos. Assim, uma precisão maior propicia uma melhor base para a tomada de decisões, as quais são empregadas para a boa condução da seletividade da área com potencial para a exploração do calcário. No caso da amostragem na pesquisa mineral, o controle de qualidade pode ser dividido em três etapas: Amostragem ou seleção da amostra; Preparação da amostra; Análise da amostra preparada. A amostragem pode ser entendida como sendo uma operação de retirada de uma fração representativa do lote que se deseja caracterizar. A preparação das amostras utilizadas envolveu todos os processos (homogeneização, quarteamento, britagem, moagem, secagem, etc.) que a amostra sofre até estar apta para ser analisada, determinando assim o valor característico do Calcário. Houve um cuidado na preparação das amostra para que todas as partículas que compõe o lote obtivessem a mesma probabilidade de serem coletadas e assim tornarem-se parte da amostra final que será objeto da análise. Some-se a isto, o fato de que as normas de amostragem atuais não mencionam a existência de erros de amostragem. Como não os mencionam, também não os discretizam, nem propõem formas para determiná- los e minimizá- los. 41 As Figuras 11 e 12, demonstram como foi realizada a marcação dos pontos onde houve retirada de amostras superficiais. Figura 11 - Amostra S-01 (2019) Figura 12 - Amostra S-12 (2019) 5.5.3. CAMPANHAS DE SONDAGEM Os furos foram realizados através de uma perfuratriz do tipo PWH – 5000, e auxiliada por um compressor de ar Atlas Copco, modelo XAS 420, como mostra a Figura 13. A mesma é capaz de produzir uma vazão de 900pcm, quantidade suficiente para que a perfuratriz citada opere perfeitamente, já que a mesma necessita, em média, de 750 pcm para execução do serviço. Além disso, foram usadas hastes com 3m de comprimento e bits de 3,0 polegadas. O trabalho foi iniciado em fevereiro, onde foi realizada a amostragem por haste perfurada, observando mudanças da cor do material que indicava características distintas nos intervalos. Utilizou-se 5 hastes por furos, totalizando uma média de 15m perfurados por furo. As amostras eram encaminhadas para o laboratório após o final de cada dia de trabalho. 42 Figura 13: Perfuratriz PWH-5000 acoplada ao compressor de ar Atlas Copco XAS 420. Todo o material coletado através da perfuratriz foi quarteado como mostra a Figura 14, ensacado (Figura 15), e encaminhado para o laboratório, para que fosse realizado o devido tratamento para a realização dos testes. Figura 14 - Quarteamento e separação das amostras Figura 15 - Amostras coletadas em campo 5.6. ANÁLISE DAS AMOSTRAS EM LABORATÓRIO As amostras foram encaminhadas para o Laboratório de Caracterização Tecnológica da Universidade de São Paulo onde realizou-se uma série de ensaios destinados a calcários, sendo de relevância para a pesquisa mineral. 43 5.6.1. ANÁLISE MINERALÓGICA Utilizou-se a técnica de difração de raios X que possibilitou a identificação de fases cristalinas (minerais, por exemplo) e a quantificação pelo método de Rietveld. Como exemplo típico de minerais presentes nos calcários, além dos carbonatos (preferencialmente calcita e dolomita), pode-se citar argilominerais e quartzo. Com o objetivo de identificar os menores constituintes presentes na amostra, a análise foi efetuada após a solubilização ácida dos carbonatos, para caracterização das fases contaminantes (resíduo insolúvel). 5.6.2. UMIDADE A determinação do teor de umidade foi realizada na temperatura de 105°C até a obtenção de massa constante. 5.6.3. DETERMINAÇÕES QUÍMICAS Aplicou-se a técnica da fluorescência de raios X possibilitando estudar a composição química dos calcários. O preparo de amostras foi realizado pelo método de fusão com borato de lítio e análise por fluorescência de raios X por comparação com materiais de referência certificados por ser o procedimento mais recomendado para dosagem dos óxidos maiores (acima de 0,10%), tanto quanto à precisão como com relação à exatidão analítica. 5.6.4. MASSA ESPECÍFICA Foi realizada a determinação da massa específica por picnometria com intrusão de gás hélio. 5.6.5. CÁLCULO DO PODER RELATIVO DE NEUTRALIZAÇÃO TOTAL (PRNT) Utilizado para verificar a empregabilidade do calcário como corretivo de solo, é calculado após a determinação do poder de neutralização (PN) e da reatividade (RE) do calcário. 44 A Tabela 03, apresenta os resultados obtidos das amostras de campo caracterizadas no Laboratório da USP. Tabela 03: Resultado da caracterização analítica das amostras de campo. Amostra CaO MgO CaO+MgO PN PRNT Sup 1.1 32,43 3,92 36,35 84,5 84,5 Sup 1.2 27,27 4,9 32,17 81,75 81,75 Sup 1.3 28,46 3,54 32 81,75 81,75 Média Sup 29,38667 4,12 33,50667 82,6667 82,6667 S.2.01.1 30,82 1,1 31,91 79,5 79,5 S.2.01.2 36,63 1,51 38,14 87,75 87,75 S.2.01.3 33,91 1,48 35,39 86,75 86,75 S.2.01.4 32,99 3,1 36,09 84,25 84,25 S.2.01.5 34,66 1,99 36,65 85,75 85,75 Méd S.2.01 33,802 1,836 35,636 84,8 84,8 S.2.02.1 34,8 1,31 36,11 87,25 87,25 S.2.02.2 36,98 1,84 38,83 89,25 89,25 S.2.02.3 11,79 0,66 12,45 72 72 S.2.02.4 16,22 1,78 18 76,75 76,75 S.2.02.5 27,02 2,61 29,62 88 88 Méd S.2.02 25,362 1,64 27,002 82,65 82,65 S.2.03.1 35,79 2,19 37,98 84 84 S.2.03.2 14,65 1,18 15,83 71,25 71,25 S.2.03.3 34,62 1,73 36,34 84,25 84,25 S.2.03.4 41,06 2,08 43,14 92 92 S.2.03.5 42,59 1,71 44,3 89,25 89,25 Méd S.2.03 33,742 1,778 35,518 84,15 84,15 S.2.04.1 21,62 2,54 24,16 75,25 75,25 S.2.04.2 33,28 2,09 35,38 84 84 S.2.04.3 32,83 3,1 35,94 82,5 82,5 S.2.04.4 19,46 2,19 21,65 81,75 81,75 S.2.04.5 42,96 2,01 44,97 92,5 92,5 Méd S.2.04 30,03 2,386 32,42 83,2 83,2 S.2.05.1 32,55 0,78 33,33 85,75 85,75 S.2.05.2 30,58 1,44 32,02 89 89 S.2.05.3 5,52 1,06 6,59 62,5 62,5 S.2.05.4 10,01 1,49 11,5 60 60 S.2.05.5 8,37 1,13 9,5 58,75 58,75 Méd S.2.05 17,406 1,18 18,588 71,2 71,2 45 Amostra CaO MgO CaO+MgO PN PRNT S.2.06.1 39,27 0,85 40,12 85,75 85,75 S.2.06.2 4,78 0,3 5,08 52 52 S.2.06.3 28,87 2,71 31,57 86 86 S.2.06.4 4,22 1,25 5,47 54 54 S.2.06.5 28,29 4,1332,43 84,75 84,75 Méd S.2.06 21,086 1,848 22,934 72,5 72,5 Base XX 28,88 3,95 32,83 82,75 82,75 Base GO 0,17 0,03 0,2 16,75 16,75 A Figura 16 apresenta a legenda das amostras apresentas na Tabela 03. Figura 16 - Legenda da Tabela 03 De acordo com a Instrução Normativa DAS N° 35, de 4 de julho de 2006, entende-se por corretivos de acidez os produtos que promovem a correção da acidez do solo, além de fornecerem cálcio, magnésio ou ambos. A Instrução Normativa n.º 35, de 04 de julho de 2006, da Secretaria de Defesa Agropecuária – SDA do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA aprovou normas relativas ao decreto n.º 4.954/2004, entre elas especificações para os corretivos de acidez dos solos, conforme a Tabela 04. Tabela 04: Instrução Normativa para corretivo de acidez INSTRUÇÃO NORMATIVA - CORRETIVO DE ACIDEZ Material Corretivo de Acidez PN (% E CaCO3) Mínimo Soma %, CaO + % MgO Mínimo PRNT Mínimo Calcário Agrícola 67 38 45 Calcário Calcinado Agríc. 80 43 54 Calcário Hidratada Agríc. 94 50 90 Cal Virgem Agrícola 125 68 120 S2.01.1 Indicativo de Sondagem N° do Furo N° da Sondagem N° da Haste 46 No que se refere a aplicação do Calcário para corretivo de solo, a Tabela 05, apresenta os resultados dos ensaios. Tabela 05: Resultado das amostras para aplicação como corretivo de acidez de solo agrícola. DESCRIÇÃO RESULTADO Sup- Superficial Apto- Calcário Agrícola e Calcinado Agrícola S.2.01-Sondagem 2 Furo 1 (F 2.1) Apto- Calcário Agrícola e Calcinado Agrícola S.2.01- Sondagem 2 Furo 2 (F 2.2) Apto- Calcário Agrícola e Calcinado Agrícola S.2.01- Sondagem 2 Furo 3 (F 2.3) Apto- Calcário Agrícola e Calcinado Agrícola S.2.01- Sondagem 2 Furo 4 (F 2.4) Apto- Calcário Agrícola e Calcinado Agrícola S.2.01- Sondagem 2 Furo 5 (F 2.5) Apto- Calcário Agrícola S.2.01- Sondagem 2 Furo 6 (F 2.6) Apto- Calcário Agrícola Base XX – Campo Xique – Xique Apto- Calcário Agrícola e Calcinado Agrícola Base GO – Campo Gentio do Ouro INAPTO 47 6. CONCLUSÕES Os dados apresentados neste estudo mostraram que o software Quantum Gis, através das ferramentas ofertadas pelo mesmo para manipulação de dados espaciais, é um bom método geotécnico para auxílio na delimitação de área na pesquisa mineral. Pois o software oferta mecanismos de levantamento de dados que facilitam o estudo do estado da área em questão, por meio de sua identificação, localização, litologia, entre outros, e consequentemente prestando assistência a pesquisa mineral. As áreas selecionadas através da revisão bibliográfica e mapeamento geológico através do software Quantum Gis, foram satisfatórias apresentando forte indícios da presença de Calcário, levando assim a delimitação de 2 áreas para visita de campo, sendo uma delas localizada na cidade de Xique-Xique-BA e a outra na cidade de Gentio do Ouro-BA. Após a pesquisa de campo e coleta de amostras superficiais, a cidade de Xique-Xique- BA, apresentou amostras com uma quantidade de CaO satisfatória para utilização como agregado da construção civil (brita) e corretivo de acidez de solo agrícola e calcinado agrícola, apresentando um Poder Relativo de Neutralização (PRNT) médio de 80,4, estando dentro das especificações preestabelecidas na instrução Normativa DAS N° 35, de 4 de Julho de 2006. Enquanto a cidade de Gentio do Ouro-BA apresentou valores de CaO insatisfatórios apresentando pouco indícios de presença de calcário viável para exploração, não avançando para a etapa de sondagem. Outros parâmetros devem ser levados em conta para se afirmar a viabilidade econômica de uma área. Todavia, os resultados apresentados no presente estudo atingiram o objetivo de caracterizar e delimitar área com potencial viável de calcário, na Região de Irecê- BA. 48 7. REFERÊNCIAS ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 1995. 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