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TCC CORRIGIDO FINAL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG 
CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS MINERAIS – CTRN 
UNIDADE ACADÊMICA DE MINERAÇÃO E GEOLOGIA - UAMG 
 
 
 
 
 
JAINE RIBEIRO DE SOUZA 
 
 
 
 
CARACTERIZAÇÃO E DELIMITAÇÃO DE ÁREA COM POTENCIAL ECONOMICAMENTE 
VIÁVEL DE CALCÁRIO, NA REGIÃO DE IRECÊ - BA 
 
 
 
 
 
CAMPINA GRANDE - PB 
DEZEMBRO, 2019 
 
 
 
 
JAINE RIBEIRO DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
CARACTERIZAÇÃO E DELIMITAÇÃO DE ÁREA COM POTENCIAL ECONOMICAMENTE 
VIÁVEL DE CALCÁRIO, NA REGIÃO DE IRECÊ - BA 
 
 
 
 
 
 
Trabalho Final de Curso apresentado ao Curso de 
Graduação em Engenharia de Minas da 
Universidade Federal de Campina Grande como 
requisito parcial para obtenção do título de 
Engenheiro de Minas. 
 
Orientador: Prof. Me. Antônio Pedro Ferreira Sousa 
 
 
 
Campina Grande - PB 
DEZEMBRO, 2019 
 
 
 
JAINE RIBEIRO DE SOUZA 
 
 
 
CARACTERIZAÇÃO E DELIMITAÇÃO DE ÁREA COM POTENCIAL ECONOMICAMENTE 
VIÁVEL DE CALCÁRIO, NA REGIÃO DE IRECÊ - BA 
 
 
 
TFC defendido e aprovado, em ____de ________ de _______, pela Comissão 
Examinadora constituída pelos professores: 
 
 
 
 
 
_____________________________________________________ 
Prof. Me. Antônio Pedro Ferreira Sousa 
Universidade Federal de Campina Grande – UFCG 
Orientador 
 
_____________________________________________________ 
Universidade Federal de Campina Grande – UFCG 
Examinador 
 
_____________________________________________________ 
Universidade Federal de Campina Grande – UFCG 
Examinador 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho, especialmente a 
minha mãe, Lice Ribeiro, que sempre acreditou em 
mim e nunca mediu esforços, para que todos os 
meus sonhos tornassem possíveis. 
Dedico ainda aos meus avós, Maria e Valmir 
(in memorian) por todo apoio e carinho nessa 
longa jornada. 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus, por ter guiado os meus passos e me dado forças em 
todos os momentos para alcançar essa vitória. 
Agradeço a minha mãe Lice, que foi meu maior exemplo de garra e honestidade, que me 
ensinou a nunca desistir e lutar pelos meus sonhos, mostrando que tudo posso alcançar com 
dedicação e sabedoria. 
Aos meus avós, Maria e Valmir (in memorian) por contribuírem na minha formação como 
pessoa, me ensinando os verdadeiros valores da vida. 
Ao meu padrinho Lucas e a minha afilhada Vilena, que contribuíram direta ou 
indiretamente e estiveram presentes durante toda a minha formação. 
A todos os professores mestres e doutores, que me presentearam com aquilo que 
possuem de mais valioso, o conhecimento. A vocês todo o meu respeito e gratidão. 
Ao Prof. Me. Antônio Pedro, por tornar possível a realização desse trabalho, com seu 
profissionalismo, conhecimento e dedicação. 
Aos meus amigos de infância Rafa e Guiga, pela irmandade de sempre e em especial, o 
meu quarteto fantástico: Ana Clara, Duda, Natália e Taynara, por toda a cumplicidade e por se 
fazerem presentes nos momentos de estudo e de descontração, sem vocês essa caminhada seria 
mais árdua. 
Ao grupo de estudos Turmalinda, pela troca de conhecimentos e ao grupo Bahiahouse em 
nome de Marcelo Vieira pelo acolhimento e incentivo. 
Aos que fazem a R.M. Engenharia e Serviços LTDA, em especial o engenheiro Brenno 
Rebouças Moitinho pelo fornecimento das ferramentas necessárias para o desenvolvimento da 
pesquisa. 
E por fim, agradeço ao ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva, pela criação de 
oportunidades para todos, em especial para pessoas de baixa renda. Sem esses incentivos 
governamentais eu não teria chegado até aqui. 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................12 
2. OBJETIVOS .............................................................................................................................13 
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................................14 
3.1. CALCÁRIO .........................................................................................................................14 
3.1.1. MINERALOGIA ..........................................................................................................15 
3.1.2. GEOLOGIA.................................................................................................................17 
3.1.3. LAVRA .......................................................................................................................18 
3.1.4. PROCESSAMENTO ....................................................................................................19 
3.1.5. USOS E FUNÇÕES .....................................................................................................19 
3.2. PESQUISA MINERAL .........................................................................................................23 
3.2.1. PROSPECÇÃO GEOFÍSICA .........................................................................................24 
3.2.2. PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA ....................................................................................24 
3.2.3. LEVANTAMENTO DE CAMPO ...................................................................................25 
3.2.4. TOPOGRAFIA ............................................................................................................25 
3.2.5. CAMPANHAS DE SONDAGEM ..................................................................................26 
3.2.6. ANÁLISES E AMOSTRAGENS .....................................................................................26 
3.2.7. SOFTWARE GIS QUANTUM USAGE (QGIS) ...............................................................27 
4. METODOLOGIA .....................................................................................................................28 
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................................29 
5.1. ASPECTOS GEOGRÁFICOS ................................................................................................29 
5.2. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS ...............................................................................................29 
5.2.1. CLIMA .......................................................................................................................29 
5.2.2. RELEVO ................................................................................................................. 30 
5.2.3. VEGETAÇÃO ............................................................................................................ 31 
5.3. CARACERIZAÇÃO GEOLÓGICA ....................................................................................... .31 
5.3.1. GEOLOGIA REGIONAL ............................................................................................. 31 
5.3.2. GEOLOGIA LOCAL ................................................................................................... 32 
 
 
 
5.3.3. HIDROGEOLOGIA LOCAL ........................................................................................ 32 
5.4. MAPEAMENTO GEOLÓGICO ...........................................................................................33 
5.4.1. LEVANTAMENTO DE BANCO DE DADOS .................................................................33 
5.4.2. USO DE SHAPEFILES ................................................................................................ 35 
5.5. VISITA DE CAMPO ...........................................................................................................38 
5.5.1. LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO ............................................................................38 
5.5.2. ANÁLISES E AMOSTRAGENS ....................................................................................405.5.3. CAMPANHAS DE SONDAGEM .................................................................................41 
5.6. ANÁLISE DAS AMOSTRAS EM LABORATÓRIO .................................................................42 
5.6.1. ANÁLISE MINERALÓGICA ........................................................................................43 
5.6.2. UMIDADE ................................................................................................................43 
5.6.3. DETERMINAÇÕES QUÍMICAS ..................................................................................43 
5.6.4. MASSA ESPECÍFICA ..................................................................................................43 
5.6.5. CALCULO DO PODER RELATIVO DE NEUTRALIZAÇÃO TOTAL (PRNT) ......................43 
6. CONCLUSÕES .......................................................................................................................47 
7. REFERÊNCIAS .......................................................................................................................48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 01 - Localização geográfica da Região de Irecê, Bahia .........................................................29 
Figura 02 - Distribuição espacial de chuvas na Bacia de Irecê ........................................................30 
Figura 03 - Carta Cartográfica de Gentio do Ouro georrefenciada .................................................34 
Figura 04 - Carta Cartográfica de Xique-Xique georrefenciada ......................................................35 
Figura 05 - Posição geográfica de cada processo junto a ANM no interior da folha onde há maior 
ocorrência de calcário em Gentio do Ouro ....................................................................................36 
Figura 06 - Posição geográfica de cada processo junto a ANM no interior da folha onde há maior 
ocorrência de calcário em Xique-Xique .........................................................................................37 
Figura 07 Demarcação da Topografia, folha cartográfica de Gentio do Ouro …..............................37 
Figura 08 - Topografia destacada da área de interesse em Gentio do Ouro …................................38 
Figura 09 - Trajeto de Irecê a área de Pesquisa em Gentio do Ouro-BA..........................................39 
Figura 10 - Trajeto de Irecê a área de Pesquisa em Xique-Xique.....................................................39 
Figura 11 - - Amostra S-01 ..............................................................................................................41 
Figura 12 Amostra S-12 .................................................................................................................41 
Figura 13 - Perfuratriz PWH-5000 acoplada ao compressor de ar Atlas Copco XAS 420 .............................42 
Figura 14 - Quarteamento e separação das amostras .........................................................................42 
Figura 15 - Amostras coletadas em campo ........................................................................................42 
Figura 16 - Legenda da Tabela 03...................................................................................................45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 01 - Síntese das principais características do calcário .......................................................15 
Tabela 02 - Propriedades físicas dos minerais carbonatados mais comuns....................................16 
Tabela 03 - Resultado da caracterização analítica das amostras de campo ................................. 44 
Tabela 04 - Instrução Normativa para corretivo de acidez .............................................................45 
Tabela 05 - Conclusão das amostras para aplicação como corretivo de acidez de solo agrícola... 46
RESUMO 
 
Os calcários são rochas com mais de 50% de carbonatos, sedimentares, originadas de 
materiais precipitados por agentes químicos e orgânicos. São constituídas por calcita 
(carbonato de cálcio) e/ou dolomita (carbonato de cálcio e magnésio). Podem conter 
impurezas como matéria orgânica, silicatos, fosfatos, sulfetos, sulfatos, óxidos e outros. O 
cálcio é um dos elementos mais comuns, quando constituinte dos calcários tem origem nas 
rochas ígneas (A. M. Galopim de Carvalho, 2006). De acordo com Pettijohn (1957), o calcário 
é classificado em função da concentração de óxido de magnésio (MgO), podendo ser calcítico 
(até 5% de MgO), magnesiano (5 a 12% de MgO) ou dolomítico (maior que 12% de MgO). O 
desenvolvimento acelerado da construção civil na Bahia, tornou maior a extração de rochas, 
aumentando o número e a extensão de pedreiras existentes. Com isso a Pesquisa Mineral 
surge com o intuito de limitar novas áreas para futuros empreendimentos mineiros. Dessa 
forma, esse trabalho tem como objetivo caracterizar e delimitar áreas com potencial 
economicamente viável de calcário, na região de Irecê-Ba, através de Pesquisa Mineral de 
forma que compreenda, entre outros, os seguintes trabalhos de campo e de laboratório: 
levantamentos geológicos pormenorizados da área a pesquisar, em escala conveniente; 
estudos dos afloramentos e suas correlações; levantamentos geofísicos e geoquímicos; 
execução de sondagens no corpo mineral e por fim análises físicas químicas das amostras e 
dos testemunhos de sondagens. 
PALAVRAS CHAVE: Pesquisa Mineral. Calcário. Irecê. Caracterização. Delimitação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Limestones are rocks with more than 50% of sedimentary carbonates, originated from 
materials precipitated by chemical and organic agents. They consist of calcite (calcium 
carbonate) and / or dolomite (calcium and magnesium carbonate). May contain impurities 
such as organic matter, silicates, phosphates, sulfides, sulfates, oxides and others. Calcium is 
one of the most common elements, when limestone constituent originates from igneous rocks 
(A. M. Galopim de Carvalho, 2006). According to Pettijohn (1957), limestone is classified 
according to the concentration of magnesium oxide (MgO) and can be calcitic (up to 5% MgO), 
magnesian (5 to 12% MgO) or dolomitic (greater than 12%). % MgO). The accelerated 
development of civil construction in Bahia has increased the extraction of rocks, increasing 
the number and extension of existing quarries. With this, the Mineral Survey comes in order 
to limit new areas for future mining ventures. Thus, this work aims to characterize and delimit 
areas with economically viable limestone potential in the region of Irecê-Ba, through Mineral 
Research in order to understand, among others, the following field and laboratory work: 
detailed geological surveys the area to be researched at a convenient scale; studies of 
outcrops and their correlations; geophysical and geochemical surveys; drilling in the mineral 
body and finally physical chemical analysis of the samples and of the testimonies in drilling. 
KEY WORDS: Mineral Research. Limestone. Irecê. Description. Delimitation. 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
1. INTRODUÇÃO 
A localidade onde foi desenvolvida a pesquisa mineral abordada neste trabalho está 
situada na região de Irecê, no Noroeste da Bahia e, segundo CEI (1994), é composta por 19 
municípios que se encontram totalmente inseridos no semiárido baiano. A região de Irecê 
insere-se no domínio geomorfológico da Chapada Diamantina Central, em ambiência 
geológica da Bacia de Irecê, a noroeste do Rio Paraguaçu, constituindo extenso altiplano, com 
altitude média entre quinhentos e cinquenta metros acima do nível do mar. A bacia de Irecê 
constitui um subdomínio tectônico de ocorrência de uma sequência sedimentar de cobertura 
plataformal, predominantemente carbonática, dobrada, de baixo grau de metamorfismo, 
pertencente ao Grupo Una, correlacionável ao Grupo Bambui,de idade neoproterozóica. 
 As rochas calcárias que deram origem aos solos da região de Irecê (BA) compõem a 
Formação Salitre, que pertence ao Grupo Una, que está inserido no Supergrupo São Francisco. 
A Formação Salitre foi depositada durante o Neoproterozóico (préCambriano) em condições 
de clima árido, em uma bacia intermontana, tectonicamente estável, em ambiente de planície 
de maré com rampa de declividade moderada. A bacia confronta-se a leste, oeste e sul com 
elevações do Grupo Chapada Diamantina (Supergrupo Espinhaço), que forma o seu substrato 
(Misi, 1979; Brasil, 1983; Bomfim et al., 1985; Souza et al., 1993b; Sampaio, 2001). 
Inicialmente foi realizada a revisão bibliográfica para conhecimento superficial das 
áreas em questão, com o levantamento dos Aspectos Geográficos, Fisiográficos e Geológicos 
da região de Irecê. Através do software Quantum GIS (QGis), foi realizado o Mapeamento 
Geológico, para a identificação de áreas de ocorrências de Calcário para uso potencial em 
produção de pedra britada e corretivo de acidez de solo agrícola, além de visitas de campo 
para Levantamento Topográfico nos alvos selecionados pelo Mapeamento Geológico em 
escala adequada a representação das ocorrências; Sondagens, com o objetivo de se conhecer 
as variações composicionais do Calcário e obter-se outras informações geológicas que 
permitam avaliar as reservas dos depósitos e qualidade do minério; Análises e Amostragens 
tendo a função principal de definir as características químicas e consequentemente a 
qualidade e pureza do minério. 
 
 
 
 
13 
 
2. OBJETIVOS 
O desenvolvimento acelerado da construção civil na Bahia, tornou maior a extração de 
rochas, aumentando o número e a extensão de pedreiras existentes. Com isso a Pesquisa 
Mineral surge com o intuito de limitar novas áreas para futuros empreendimentos mineiros. 
Dessa forma, esse trabalho tem como objetivo caracterizar e delimitar áreas com potencial 
economicamente viável de calcário, na região de Irecê-Ba, através de Pesquisa Mineral de 
forma que compreenda, entre outros, os seguintes trabalhos de campo e de laboratório: 
levantamentos geológicos pormenorizados da área a pesquisar, em escala conveniente; 
estudos dos afloramentos e suas correlações; levantamentos geofísicos e geoquímicos; 
execução de sondagens no corpo mineral; análises físicas químicas das amostras e dos 
testemunhos de sondagens; para obtenção de concentrados de acordo com as especificações 
do mercado na região. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
3.1. CALCÁRIO 
Os calcários são rochas com mais de 50% de carbonatos, sedimentares, originadas de 
materiais precipitados por agentes químicos e orgânicos em ambientes marinhos, ou de água 
doce, a partir de processos inorgânicos controlados pela temperatura, pressão e pela 
quantidade de CO2 dissolvido na água (Suguio 2003). Se a água, em uma certa temperatura 
e pressão, está saturada em CO2 e CaCO3, qualquer acréscimo de temperatura, decréscimo 
de pressão ou perda de água por evaporação, implicará na precipitação de CaCO3. Esse 
material deposita-se por ação gravitacional e, quando compactado, origina o calcário, 
A calcita (CaCO3) é o principal mineral constituinte dos calcários. Uma síntese das suas 
principais propriedades físico-químicas (conforme Deer et al. 2013) pode ser verificada na 
Tabela 01. O ambiente sedimentar mais favorável para a sua produção é o marinho raso 
(plataformal), de clima quente (Suguio 2003). 
O dolomito é uma rocha muito semelhante ao calcário, composta basicamente por 
dolomita [CaMg(CO3)2], um mineral que resulta da transformação da calcita a partir de 
reações com soluções hipersalinas, ricas em magnésio, marinhas ou de origem magmática 
(Suguio 2003). 
Além da calcita e da dolomita, as rochas carbonáticas podem conter também menores 
quantidades de outros minerais carbonáticos tais como a siderita (FeCO3), 
a magnesita (MgCO3) e a ankerita [Ca(Mg,Fe)(CO3)2]. Da mesma forma, também podem 
ocorrer impurezas como sedimentos siliclásticos, óxidos de ferro, micas e matéria orgânica. 
De acordo com Pettijohn (1957), o calcário é classificado em função da concentração 
de óxido de magnésio (MgO), podendo ser calcítico (até 5% de MgO), magnesiano (5 a 12% 
de MgO) ou dolomítico (maior que 12% de MgO). 
As rochas calcárias que deram origem aos solos da região de Irecê (BA) compõem a 
Formação Salitre, que pertence ao Grupo Una, que está inserido no Supergrupo São 
Francisco. A Formação Salitre foi depositada durante o Neoproterozóico (préCambriano) em 
condições de clima árido, em uma bacia intermontana, tectonicamente estável, em ambiente 
de planície de maré com rampa de declividade moderada. A bacia confronta-se a leste, oeste 
e sul com elevações do Grupo Chapada Diamantina (Supergrupo Espinhaço), que forma o seu 
substrato (Misi, 1979; Brasil, 1983; Bomfim et al., 1985; Souza et al., 1993b; Sampaio, 2001). 
15 
 
As reservas de rochas carbonatadas são grandes e intermináveis, entrementes, a sua 
ocorrência com elevada pureza corresponde a menos que 10% das reservas de carbonatos 
lavradas em todo mundo. (Galopim de Carvalho, A. M. 2006). 
 
Tabela 01: Síntese das principais características do calcário 
Tipo Rocha sedimentar química 
Composição 
mineral 
Carbonatos (calcita, dolomita, magnesita, ankerita etc.). Pode conter 
impurezas (quartzo, argilominerais, micas, óxidos de ferro, matéria 
orgânica, conchas etc.); Cor: variável (cinza, bege, marrom, preto). 
Textura Rocha cimentada 
Estrutura 
Maciça. Pode ser estratificada quando contém misturas de material 
clástico (calcarenitos). 
Resistência 
mecânica 
Moderada 
Durabilidade 
Moderada. A rocha se dissolve com facilidade em contato com ácido 
moderado a forte 
Dureza 3 – 4 
Porosidade: Alta 
Permeabilidade: Variável 
Massa 
específica: 
2,30 – 2,70 g/cm³ 
Fonte: (Deer et al. 2013) 
 
3.1.1. MINERALOGIA 
Calcário e Dolomito são as rochas carbonatadas mais utilizadas, em todo o mundo. 
Calcário são rochas sedimentares compostas basicamente por calcita (CaCO3), enquanto os 
dolomitos são também rochas sedimentares compostas, basicamente, pelo mineral dolomita 
(CaCO3.MgCO3). De longe, a calcita apresenta maior valor econômico, comparada às demais, 
dolomita, mármores e greda ou giz (FREAS, R. C. Lime, 1994). 
Por apresentarem propriedades físicas similares, os minerais carbonatados geram 
dificuldade na identificação, ou melhor, na distinção entre eles. Em decorrência disso, são 
utilizados recursos adicionais de identificação, além do uso convencional das propriedades 
16 
 
físicas desses minerais e/ou rochas. Desse modo, os recursos de análises químicas e de 
difração de raios X, microscopia eletrônica, entre outros, são os mais utilizados. 
A aragonita (CaCO3) possui a mesma composição química da calcita, entretanto, 
difere na estrutura cristalina. Seu aproveitamento econômico acontece apenas para os 
depósitos de conchas calcárias e oolitas. Trata-se de um mineral metaestável, cuja alteração 
resulta na calcita, a forma mais estável. Outros minerais carbonatados, notadamente, siderita 
(FeCO3), ankerita (Ca2MgFe(CO3)4 e a magnesita (MgCO3), estão comumente associados ao 
calcário e ao dolomito, contudo em menor quantidade (FREAS, R. C. Lime, 1994). A Tabela 02 
ilustra as propriedades físicas dos minerais carbonatados mais comuns. 
 
Tabela 02: Propriedades físicas dos minerais carbonatados mais comuns 
Calcita 
(CaCO3) 
CaO 56% 
Componente mais comum nos calcários e mármores, bem como de 
outras rochas sedimentares e metamórficas. Ocorre no sistema 
cristalino e hexagonal com boa clivagem romboédrica. Dureza 3 (escala 
Mohs). Densidade 2,72. Comumente ocorre na cor branca ou sem cor 
(hialino) e coloridas quando contém impurezas. 
Dolomita 
CaCO3.MgCO3 
CaO 30,4% 
MgO 21,95% 
Sua origem pode ter sido secundária, por meio da substituiçãodo cálcio 
pelo magnésio. Sistema cristalino hexagonal, comumente em cristais 
romboédricos com faces curvadas. Dureza 3,5 a 4,0. Densidade 2,87. 
Comumente ocorre nas cores branca e rósea. 
Aragonita 
(CaCO3) 
 
CaO 56% 
É menos estável que a calcita e muito menos comum. Forma-se a baixas 
temperaturas e ocorre em depósitos aflorantes ou próximos à superfície, 
especialmente nos calcários, em rochas sedimentares e metamórficas. 
Sistema cristalino ortorrômbico. Dureza 3,5 a 4,0. Densidade 2,93 a 2,95. 
Comumente ocorre na forma hialina 
Siderita 
(FeCO3) 
Cristais romboédricos, nas cores castanha ou preta, são mais comuns. 
Dureza 3,5 a 4,0. Densidade 3,7 a 3,9. 
Ankerita 
(Ca2MgFe(CO3)4 
Ocorre no sistema hexagonal, comumente com cristais romboédricos. 
Dureza 3,5 a 4,5. Densidade 2,96 a 3,1. As cores mais comuns: branca, 
rósea ou cinza. 
17 
 
Magnesita 
(MgCO3) 
Sistema hexagonal. Usualmente ocorre na forma granular ou massa 
terrosa. As cores mais comuns variam desde o branco ao amarelo; em 
outras cores quando ocorrem impurezas 
Fonte: (CETEM, 2005). 
 
3.1.2. GEOLOGIA 
O cálcio é um dos elementos mais comum, estimado em 3-4% da crosta terrestre, 
todavia, quando constituinte dos calcários tem origem nas rochas ígneas. Por meio das 
atividades de erosão e corrosão, incluindo a solução de ácidos carbônicos ou outros de 
origem mineral, as rochas são desintegradas e o cálcio em solução é conduzido para o mar 
por meio da drenagem das águas. Após atingir o oceano, parte do carbonato de cálcio 
dissolvido precipita-se, em decorrência da sua baixa solubilidade na água marinha. A 
evaporação e as variações de temperatura podem reduzir o teor de dióxido de carbono 
contido na água, causando a precipitação do carbonato de cálcio em consequência das 
condições de saturação. O carbonato de cálcio depositado, segundo esse procedimento, 
origina um calcário de alta pureza química. Também, por processo químico de deposição, 
formam-se calcários como: travertino, turfa calcária, estalactites e estalagmites, muito 
comum nas cavernas (ALMEIDA, S. L. M. 1997). 
A maior parte do calcário existente hoje é de origem orgânica. O cálcio disponível em 
solução, seguindo a precipitação química, é utilizado por uma variedade de vidas marinhas 
tais como: corais, foraminíferos, moluscos e equinodermos, para formar conchas de calcário 
que se acumulam no fundo mar. Tais estruturas são praticamente de carbonato de cálcio 
puro e são, frequentemente, encontradas intactas em calcários como greda e marga. Os 
sedimentos de calcário derivados desse processo podem contaminar-se durante a deposição 
com materiais argilosos, silicosos ou siltes ferruginosos que afetam a composição química e 
a natureza do calcário resultante. O tamanho e forma das partículas de calcário, decorrentes 
das condições de pressão, temperatura e ação de solvente, às quais a deposição foi exposta, 
são fatores que influenciam as características físicas da rocha (CARVALHO, E. A. e ALMEIDA, 
S. L. M. 1997). 
Os calcários apresentam impurezas que variam muito em tipo e quantidade, 
entretanto merecem exame, sob o aspecto econômico, se elas afetam a utilidade da rocha. 
Essas impurezas acompanham o processo de deposição do CaCO3 ou ocorreram em estágios 
18 
 
posteriores à deposição. Desse modo, surgiram as impurezas dos calcários, as quais podem 
ser fatores limitantes ao aproveitamento econômico dos mesmos, essencialmente, quando 
utilizados para fins nobres. 
A argila, é considerada uma das impurezas mais comum nas rochas carbonatadas em 
todo o mundo. Os argilominerais – principalmente caulinita, ilita, clorita, smectita e outros 
tipos micáceos – podem estar disseminados por toda a rocha ou, ainda, concentrados em 
finos leitos no seu interior. Neste contexto, a alumina em combinação com sílica encontra-se 
nos calcários sob a forma de argilominerais, embora outros aluminiosilicatos, em forma de 
feldspato e mica, possam ser encontrados. Quando ocorrem em quantidade apreciável, as 
argilas convertem um calcário de alto cálcio em marga (rocha argilosa). Esse tipo de calcário, 
quando calcinado, produz cal com propriedades hidráulicas. Calcários contendo entre 5 e 
10% de material argiloso produzem cal fracamente hidráulica, entretanto, com uma 
contaminação entre 15 e 30% resultam numa cal altamente hidráulica. Outras impurezas 
silicosas, que não argilominerais, comprometem o aproveitamento econômico do calcário. 
Assim, a sílica que ocorre como areia, fragmentos de quartzo e, em estado combinado, como 
feldspato, mica, talco e serpentinito, produz efeitos nocivos ao calcário. Basta lembrar que 
os calcários para fins metalúrgicos e químicos devem conter menos que 1% de alumina e 2% 
de sílica (COSTA, L. 1997). 
 
3.1.3. LAVRA 
A maior parte das minas de calcário é lavrada a céu aberto e chamadas, em todo o 
mundo, de pedreiras, embora em muitas áreas, por razões técnicas, ambientais e/ou escala 
de produção, utilize-se a lavra subterrânea para a produção de calcário. 
As principais etapas da lavra de calcário a céu aberto incluem: remoção do 
capeamento, perfuração, desmonte por explosivos e transporte até a usina de 
processamento. A seleção dos equipamentos varia com a particularidade de cada operação, 
capacidade de produção, tamanho e forma do depósito, distância de transporte, estimativa 
da vida útil da mina, localização em relação aos centros urbanos e fatores socioeconômicos. 
Adicionalmente, outros fatores são também considerados como valores dos produtos, 
condições ambientais e de segurança associadas aos jazimentos. 
É comum, nas grandes minerações, a terceirização das operações de lavra e 
transporte do calcário. Todavia, em muitos casos, essas etapas da mineração estão no 
19 
 
complexo geral das operações da própria empresa, em especial, para as minas próximas aos 
centros urbanos. 
A remoção do capeamento é o elemento chave no custo da lavra a céu aberto. Para 
cada operação ou situação há uma razão estéril/minério economicamente viável. A escala de 
produção é responsável pela viabilidade econômica de várias minas, cujos produtos inserem 
baixo valor agregado. 
 
3.1.4. PROCESSAMENTO 
O tratamento das rochas calcárias, depende do uso e especificações do produto final. 
A lavra seletiva, a catação manual, a britagem em estágio unitário e o peneiramento são os 
métodos usuais para obtenção de produtos, cuja utilização final não requer rígidos controles 
de especificações. 
A obtenção de produtos, para aplicações consideradas nobres, necessita de um 
circuito complexo de beneficiamento. Isto acontece quando se busca produtos para as 
indústrias de: papel, plásticos, tintas, borrachas, entre outras. Nestes casos, exige-se a prática 
da moagem com mínima contaminação por ferro. Assim, empregam-se moinhos tipo 
Raymond e, nos casos mais críticos, utilizam-se moinhos autógeno e/ou de bolas com 
revestimentos e meio moedor especiais. A contaminação por ferro responde, diretamente, 
pela queda na alvura dos produtos de rochas carbonatadas, bem como pela diminuição de 
seu valor agregado. 
A flotação, a separação magnética, entre outros, são processos usados para 
concentração de calcário e/ou remoção das impurezas quando necessária. Desse modo, são 
obtidos produtos de carbonato de cálcio, por meios físicos de purificação e/ou 
beneficiamento, com elevados índices de pureza para atender à necessidade do mercado a 
que se destina. 
 
3.1.5. USOS E FUNÇÕES 
Uso do carbonato na indústria de agregados da construção civil 
O calcário e o dolomito são matérias-primas largamente empregadas como recursos 
para a construção civil. Na forma britada, essas rochas produzem agregados miúdos, 
comumente utilizados como componente do concreto, para a confecção de fundação de 
20 
 
casas ou como material base para pavimentação de estradas. Quando britadas em frações 
maiores, essas rochas são comumente empregadaspara a confecção de fundações de 
edifícios, como de lastro de ferrovias, muros gabiões, enrocamentos ou como pedra de 
calçamento. Além de ser empregado na forma britada, o calcário (ou dolomito) também é 
bastante utilizado na construção civil na forma pulverizada (como aglomerante). Os 
aglomerantes são agregados finos, artificiais, pulverulentos (granulometria < 0.075 mm; NBR 
9935, ABNT 2011), produtos do pó de rochas/minerais ou da mistura desse pó com outras 
substâncias. A cal e o cimento são os principais tipos de aglomerantes provenientes do 
calcário. 
 
Uso do carbonato na indústria de cimento 
Para cada tonelada de cimento produzido são necessárias 1,4 t de calcário. No ano de 
2003, o Brasil consumiu cerca de 50 milhões de toneladas de calcário na indústria cimenteira, 
o que corresponde a 70% da produção de calcário no País (DNPM-2004-Sumário Mineral). 
 
Uso do carbonato de cálcio na indústria cerâmica 
A aplicação do calcário, calcítico ou dolomítico, na composição das massas cerâmicas 
fornece ao produto final uma redução nas expansões térmica e por umidade. Segundo Lira 
et al. (1997), a adição do carbonato de cálcio reduz a expansão, por umidade, do produto 
final, quando a massa cerâmica contém caulim e quartzo. O CaO reage com a sílica livre 
amorfa resultante da queima dos componentes da mistura e forma uma fase cristalina 
cálcica. Ainda, os mesmos pesquisadores encontraram resultados análogos quando 
utilizaram carbonato de magnésio, porém com concentrações mais elevadas e, também, mais 
elevadas as temperaturas de queima. Nestas condições há formação de fases cristalinas na 
forma de alumino-silicatos de magnésio, como safirina. 
 
Uso do carbonato de cálcio natural na indústria de papel 
Este setor consome cerca de 1,3 milhões de toneladas por ano de carbonato de cálcio 
natural em todo o mundo. O uso do carbonato de cálcio na indústria papeleira cresce, 
sistematicamente, desde o seu ingresso no mercado, como substituto do caulim e de óxido 
de titânio, nas aplicações como carga e cobertura (Luz, 1998). 
 
21 
 
Uso do carbonato de cálcio natural na indústria de plásticos 
Há muitas vantagens no uso do carbonato de cálcio moído (GCC) na indústria de 
plásticos, entre outras, podem ser citadas: 
 Proporcionar aos compostos de PVC, dureza, propriedades de tensão, textura, 
brilho superficial; 
 Controlar a viscosidade e o coeficiente da expansão térmica do plástico na 
moldagem das placas; 
 Proporciona resistência ao polímero e baixa o custo do produto acabado; 
 Favorece a manufatura de poliéster, saturado com 40% de GCC, usado com 
sucesso na indústria automobilística; 
O carbonato de cálcio moído ultrafino (<1,5 μm) é usado na produção de plásticos, 
que resultam nas mais variadas aplicações. Assim, são empregados na produção de: fraldas, 
filmes, móveis, materiais de construção, produtos automotivos, sacolas de lixo, tubos, baldes 
de lixo, embalagens de alimentos, papéis, garrafas sintéticas, além de outros. Sua adição, na 
faixa de 15 a 30% em peso, promove as propriedades físicas dos produtos e permite 
aumentar o rendimento, porque sua condutividade térmica está cinco vezes acima do 
polietileno ou polipropileno. 
 
Uso do carbonato de cálcio na indústria de tintas 
Os carbonatos de cálcio são extensivamente utilizados em tintas para automóveis, 
como também para outros setores de tintas. O carbonato de cálcio usado como agente de 
pintura atua como: 
 Espaçador e redutor da quantidade de TiO2 necessário à pintura; 
 Provedor das propriedades mecânicas dos vidros. 
O carbonato de cálcio disponível no mercado para tintas de automóveis encontra-se 
em duas granulometrias. A primeira, na faixa entre 10 e 3 μm, destina-se (10%) à produção 
dos leitos de base da tinta. O material ultrafino, com granulometria na faixa entre 1 e 0,7 μm, 
destina-se (2 a 3%) à cobertura de clareamento (More, 2002). 
 
Uso dos carbonatos de cálcio e magnésio na indústria de vidros 
A dolomita e/ou aragonita ocupam o terceiro lugar como insumo básico na fabricação 
do vidro, depois da areia de quartzo e da barrilha (Na2CO3). A cal atua como material 
22 
 
fundente sobre a areia de quartzo, aumentando a insolubilidade e a resistência, além de 
reduzir a fragilidade do vidro. Na fabricação desses produtos, a dolomita é usada, 
principalmente, em decorrência do óxido de magnésio atuar como estabilizador para 
melhorar a resistência do vidro contra ataques por gases e umidade, tanto de origem química 
como natural. A dolomita também atua na redução da temperatura de fusão que aumenta a 
trabalhabilidade, como também inibe as reações entre o estanho e o vidro no banho de 
estanho fundido para obtenção de vidros planos. O ideal é um calcário dolomítico com uma 
razão CaO/MgO de 3/2. A dolomita, com essa composição, facilita aos fabricantes de vidros 
planos balancear a mistura dolomita/calcário. Na fabricação de vidros para embalagem, a 
dolomita é usada apenas como fonte de cal, função inversa do mesmo insumo, quando usado 
na fabricação de vidro plano. 
 
Uso do carbonato de cálcio na alimentação de animais 
O calcário calcitico puro e moído é muito usado como fonte de cálcio no suplemento 
alimentar de animais e aves. Outras fontes de cálcio incluem conchas calcárias e mármores 
britados. Em ambos os casos, não há uma demanda tão significativa, a exemplo do que 
acontece com o calcário. 
O consumo de carbonato de cálcio é sazonal, mesmo assim, há uma taxa média de 
CaCO3 na alimentação de animais, ligada ao tipo de animal, em questão. 
 
Rochas ornamentais ou decorativas 
As rochas carbonatadas, calcário, dolomito e mármore, em alguns casos, são usadas 
como rochas ornamentais ou decorativas, os mármores em maior extensão. Calcário e 
dolomito são usualmente cinza, todavia, são encontrados nas cores: branca, amarela, 
bronzeada ou preta. O mármore branco é composto basicamente de calcita pura. A rocha 
dolomito é composta predominantemente do mineral dolomita. 
 
Uso do carbonato como corretivo agrícola 
Corretivos agrícolas são os materiais que apresentam carbonatos, óxidos, hidróxidos 
ou silicatos de cálcio e de magnésio como constituinte neutralizante ou princípio ativo. 
Calcário é o corretivo agrícola mais comum. Seus constituintes neutralizantes são o 
carbonato de cálcio (CaCO3) e o carbonato de magnésio (MgCO3). É obtido pela moagem de 
23 
 
rocha calcária. Em geral, as jazidas de calcário são de origem orgânica, de natureza 
sedimentar ou de natureza metamórfica. Os calcários sedimentares são mais “moles” e os 
metamórficos, mais “duros”, mas ambos apresentam o mesmo comportamento agronômico. 
Os calcários são classificados quanto ao seu teor de MgO em: 
 calcítico, apresentam de 1% a 5% de MgO e de 45% a 55% de CaO; 
 magnesiano, de 5% a 12% de MgO e de 40% a 42% de CaO; 
 e dolomítico, de 13% a 21% de MgO e de 25% a 35% de CaO; 
 
Mecanismo da ação neutralizante do calcário: 
H2O (solo) 
CaCO3, MgCO3 (calcário) → Ca²+ + Mg²+ + 2CO3 ²– (solução do solo) 
CO3 ²– + H2O HCO3 – + OH– (Kb1= 2,2 X 10^–4) 
HCO3 – + H2O H2CO3 – + OH– (Kb2= 2,4 X 10^-8) 
OH– + H+ (solução do solo) → H2O. 
 
No solo, em contato com a água, o calcário libera Ca²+, Mg²+ e CO3²- (carbonato) e 
depois HCO3– (bicarbonato). As bases, CO3 ²– (carbonato) e HCO3 – (bicarbonato), é que 
possibilitam a formação de OH–, sendo bases fracas, como mostram suas constantes de 
ionização Kb1 e Kb2, respectivamente. Isso significa que a reação de formação do OH– é 
relativamente lenta. O OH– produzido neutralizará o H+ da solução do solo, responsável por 
sua acidez. 
 
3.2. PESQUISA MINERAL 
De acordo com o DECRETO DE LEI Nº 227, DE 28 DE FEVEREIRO DE 1967, mais 
especificamente no Capítulo II, Artigo 14, entende-se por pesquisa mineral “execução dos 
trabalhos necessários à definição da jazida sua avaliação e a determinação exequibilidade do 
seu aproveitamentoeconômico”. 
Pesquisa mineral compreende, entre outros, os seguintes trabalhos de campo e de 
laboratório: levantamentos geológicos pormenorizados da área a pesquisar, em escala 
conveniente; estudos dos afloramentos e suas correlações; levantamentos geofísicos e 
geoquímicos; aberturas de escavações visitáveis e execução de sondagens no corpo mineral; 
24 
 
amostragens sistemáticas; análises físicas químicas das amostras e dos testemunhos de 
sondagens; e ensaio de beneficiamento dos minérios ou das substâncias minerais úteis, para 
obtenção de concentrados de acordo com as especificações do mercado ou aproveitamento 
industrial. 
Principais características da Pesquisa Mineral são: 
 Obtenção de informações de caráter geológico, constatando a existência ou 
não de jazida explorável economicamente; 
 Atividade de pesquisa para conhecimento geológico, técnico-científica, e não 
como um empreendimento; 
 Não possui intervenção definitiva, ou seja, não caracteriza o uso alternativo do 
solo; 
 Permite a Regeneração completa da área pesquisada, após a desmobilização; 
 
3.2.1. PROSPECÇÃO GEOFÍSICA 
A prospecção geofísica consiste num conjunto de trabalhos que inclui medidas dos 
campos físicos ou das variações na propagação de ondas até o estudo da relação das medidas 
obtidas com as feições subsuperficiais, usa de dados geofísicos obtidos por vários tipos de 
aparelhos em diversos tamanhos e escala. Podem ser desde mapas magnéticos, de emissão 
de partículas radioativas e diferença de densidades obtidos por aeronaves a até informações 
de terreno obtidas por meios elétricos em uma escala mais local, usando aparelhos operados 
por pessoas em solo. 
Na íntegra, o conjunto de trabalhos envolve: estudos geofísicos ditos preliminares, a 
preparação da área, as medidas propriamente ditas, a apresentação das medidas, o 
tratamento das mesmas e, finalmente, a interpretação do que foi medido, que corresponde à 
obtenção de informação sobre a subsuperfície. 
A prospecção geofísica não é um trabalho realizado isoladamente, mas faz parte de 
uma sequência de trabalhos de reconhecimento, detalhamento e avaliação (ou cubagem) de 
uma área cujo fim é, em geral, a exploração de depósitos minerais de valor econômico. 
 
3.2.2. PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA 
A geoquímica trata da distribuição e da migração dos elementos químicos dentro da 
terra, no espaço e no tempo (B.H.Maison,1917). 
25 
 
A Prospecção Geoquímica é o método baseado na medição sistemática de uma ou 
várias propriedades químicas de materiais naturalmente formados, como rochas; solos; 
sedimentos glaciais, de rios, lagos; água. 
A determinação da abundância relativa e absoluta dos elementos da terra e o estudo 
da distribuição e da migração desses elementos em várias partes do planeta são uma das 
principais aplicações da Geoquímica, que associa dados gerados através de análises químicas 
a dados geológicos da região em estudo. 
Em geologia, muitos depósitos ao se formarem, apresentam zoneamentos químicos 
que apontam para o minério. Os Principais Métodos Geoquímicos utilizados na Pesquisa 
Mineral são: Sedimentos de Corrente; de Solo (Pedogeoquímica); de Rocha (Litogeoquímica); 
de Água ou; concentrado de Batéia. 
 
3.2.3. LEVANTAMENTO DE CAMPO 
Propriamente dito, é o mapeamento geológico, amplamente realizado por geólogos, 
que irão coletar dados durante as campanhas de campo que serão usados para encontrar 
áreas de interesse mineral. Os dados de campo podem ser conseguidos ao analisar pequenos 
pontos em que afloram as rochas, cortes de estrada e até mesmo minerações da região. 
Esse é o meio que pode apresentar os melhores resultados a custos relativamente 
baixos. 
 
3.2.4. TOPOGRAFIA 
A Topografia consiste em determinar uma superfície, seus contornos, relevo, acidentes 
geográficos naturais ou não, detalhes internos (como vegetação, riachos ou edificações), 
definindo a situação, limites da propriedade e a localização de cada uma das características 
levantadas. Distâncias, horizontais e verticais, e ângulos entre diferentes pontos são 
levantados a partir de métodos e instrumentos, que se designam a efetuar a representação 
do terreno sobre uma superfície plana denominada de plano topográfico. A topografia, na 
mineração, é um instrumento de medição e representação do terreno para que se possam 
realizar os trabalhos de pesquisa e lavra necessários a efetivar a produção do minério, com 
sua extração efetiva da mina. 
26 
 
Uma importante ferramenta de auxílio à pesquisa mineral, a topografia é fundamental 
para permitir a abertura de picadas para mapeamento geológico, piqueteamento para 
métodos geofísicos terrestres e locação de furos de sondagem. 
Para que a topografia possa ser realizada de forma adequada, é necessário o 
conhecimento dos instrumentos e métodos que devem ser adotados para viabilizar a 
representação do terreno, utilizando o recurso de um plano topográfico. 
 
3.2.5. CAMPANHAS DE SONDAGEM 
As sondagens constituem a principal fonte de informação da pesquisa direta em 
subsuperfície do corpo de minério para obtenção de amostras representativas (Rossi e 
Deutsch, 2014, p. 68). Elas devem ser planejadas para representar todo o depósito mineral 
em estudo e assim reduzir incertezas tanto na modelagem geológica como no cálculo dos 
recursos minerais (Neuss, 2001, p. 55). 
Na verdade, a amostragem é feita com a premissa que as amostras proporcionadas 
são uma representação verdadeira do que elas são pretendidas para representar, ou seja, o 
depósito mineral (Lee, 2001, p. 317). Na maior parte dos depósitos minerais, o espaçamento 
da sondagem é intuitivamente uma função da continuidade geológica e do teor como 
observado pelo geólogo responsável pela pesquisa (Schofield, 2001, p. 602). Segundo esses 
autores, as sondagens são feitas de maneira sistemática com a finalidade de proporcionar a 
máxima quantidade de informação sobre a distribuição de teores no depósito mineral, bem 
como fornecer uma razoável base para a interpretação geológica. 
 
3.2.6. ANÁLISES E AMOSTRAGENS 
O processo de amostragem consiste na retirada de quantidades moduladas de material 
de um todo que se deseja amostrar, para a composição da amostra primária ou global, de tal 
forma que esta seja representativa do todo amostrado. Em seguida, a amostra primária é 
submetida a uma série de etapas de preparação que envolvem operações de cominuição, 
homogeneização e quarteamento, até a obtenção da amostra final, com massa e 
granulometria adequadas para a realização de ensaios (químicos, físicos, mineralógicos etc). 
Cabe ressaltar que a representatividade referida é válida para a(s) característica(s) de 
interesse (densidade, teor, umidade, distribuição granulométrica, constituintes minerais etc) 
definida(s) a priori. E, ainda, que todos os cuidados devem ser tomados para que essa 
27 
 
representatividade não se perca, quando da preparação da amostra primária. Amostragem é, 
portanto, um processo de seleção e inferência, uma vez que a partir do conhecimento de uma 
parte, procura-se tirar conclusões sobre o todo. A diferença entre o valor de uma dada 
característica de interesse no lote e a estimativa desta característica na amostra é chamada 
erro de amostragem. A importância da amostragem é ressaltada, principalmente, quando 
entram em jogo a avaliação de depósitos minerais, o controle de processos e a 
comercialização de produtos. 
 
3.2.7. SOFTWARE GIS QUANTUM USAGE (QGIS) 
O QGIS é um Sistema de Informação Geográfica (SIG) de Código Aberto licenciado 
segundo a Licença Pública Geral GNU. O QGIS é um projeto oficial da Open Source Geospatial 
Foundation (OSGeo). Funciona em Linux, Unix, Mac OSX, Windows e Android e suporta 
inúmeros formatos de vetores, rasters e bases de dados e funcionalidades. 
A interface do software é simples e de fácil manuseio, o programa oferta várias 
ferramentas que possibilitam visualizar, gerenciar, editar,analisar os dados e compor mapas 
impressos, obter impressão com determinadas screenshots e uma lista de recursos mais 
detalhada. Permitindo, segundo Almeida (2011), consultas espaciais, exploração interativa de 
dados, identificação e seleção de geometrias, pesquisa, visualização e seleção de atributos e 
criação de simbologia vetorial e raster. Suportando as bases de dados geográficas PostGIS, 
SpatiaLite e SQL Anywhere, além de todos os formatos suportados pela biblioteca GDAL 
(Geospatial Data Abstraction Library) (ALMEIDA, 2011). 
O QGIS, como qualquer software aberto, segue a filosofia de aproveitar as ferramentas 
que já estão disponíveis, e não trabalhar na recriação da mesma ferramenta, e o melhor 
exemplo desta filosofia foi a integração com um dos mais potentes programas de análise SIG, 
o GRASS. Para isto foi desenvolvida uma extensão que permite a utilização das ferramentas 
do GRASS dentro do ambiente do Quantum GIS sem precisar acessar a interface do GRASS. O 
QGIS também utiliza suas ferramentas de análise e geoprocessamento de softwares e 
bibliotecas já disponíveis, como o GEOS, GDAL/ORG. Existem também extensões 
desenvolvidas por terceiros como a SDA4PP (Spatial Data Analysis for Point Patterns) ou o 
ManageR que permitem integrar ao QGIS o excelente software de estatística R6 (MANGHI et 
al, 2012). 
28 
 
O programa foi desenvolvido na linguagem C++, usando a biblioteca Qt para interface 
gráfica com o usuário. Permite tanto a execução de complementos desenvolvidos em C++ 
quanto em Python (NOÉ et al., 2014). O Quantum GIS tem um tamanho pequeno se 
comparado aos SIG comerciais, exigindo um menor poder de processamento, reduzindo, não 
significativamente, o custo com hardware. 
 
4. METODOLOGIA 
Inicialmente foi realizada a Revisão Bibliográfica para conhecimento superficial das 
áreas de interesse, com o levantamento dos Aspectos Geográficos, Fisiográficos e Geológicos 
da região de Irecê com o intuito de alimentar o programa na confecção de mapas, com 
informações de sensoriamento remoto, que permitissem a confecção de modelos digitais de 
terreno (extração de dados plani-altimétricos), e dados geográficos básicos, como a 
localização de rodovias e acessos, divisão política de Municípios e Estados. 
O critério de escolha do programa a ser utilizado foi que este tivesse grande 
capacidade de processamento, simplicidade na interface, semelhança de interface com os 
softwares comerciais, geração de produtos do formato shapefile (.shp), grande gama de 
funcionalidades como processamento de imagens, vetores, conversão de sistemas de 
coordenadas, capacidade de geração de informação planar e volumétrica, capacidade de 
análise topológica e conexão com bancos de dados externos. Optou-se pelo software 
Quantum GIS (QGis), e através dele foi realizado o Mapeamento Geológico, para a 
identificação de áreas de ocorrências de Calcário para uso potencial em produção de pedra 
britada além de visitas de campo para Levantamento Topográfico nos alvos selecionados pelo 
mapeamento geológico em escala adequada a representação das ocorrências; Sondagens, 
com o objetivo de se conhecer as variações composicionais do Calcário e obter-se outras 
informações geológicas que permitam avaliar as reservas dos depósitos e qualidade do 
minério; Análises e Amostragens tendo a função principal de definir as características químicas 
e consequentemente a qualidade e pureza do minério. 
Logo, o trabalho foi desenvolvido correlacionando as características encontradas 
através da Revisão Bibliográfica e do Mapeamento Geológico com o uso do software Quantum 
Gis (QGis), em paralelo com o levantamento dos dados explorados em campo através da 
Pesquisa Mineral. 
 
29 
 
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
5.1. ASPECTOS GEOGRÁFICOS 
A localidade onde foi desenvolvida a pesquisa mineral abordada neste trabalho está 
situada na região de Irecê, no Noroeste da Bahia e, segundo CEI (1994), é composta por 19 
municípios que se encontram totalmente inseridos no semiárido baiano (Figura 01). A região 
possui uma população estimada pelo IBGE em 2019 de 390.900 habitantes e área territorial 
de 25.551 km2 (IBGE, 2010). 
 
Figura 01 - Localização geográfica da Região de Irecê, Bahia. Fonte: (IBGE, 2010). 
 
5.2. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS 
 
5.2.1. CLIMA 
Caracterizada como região semiárida e por uma diversificação climática intensa, a área 
compreendida por este estudo é influenciada por vários fatores, tais como: diferentes 
sistemas de circulação, posição geográfica, relevo, temperatura, dentre outros, destacando-
se a precipitação pluviométrica variada como principal fator desta característica. 
A área está situada na zona fisiográfica da Chapada Diamantina, em sua região central. 
A rede hidrográfica pertence à bacia do Paraguaçu. A vegetação é constituída por vastos 
campos, localizados, via de regra no topo das elevações, sendo denominados de “Campos 
Gerais”. Em que esta possui vegetação rasteira onde há predominância de gramíneas, ás vezes 
pequenos arbustos. 
30 
 
O clima predominante na área, segundo Köppen (1948), é do tipo Bsh, semiárido quente, 
com estação chuvosa irregular (novembro a abril), apresentando precipitações menores que 
750 mm anuais e temperatura entre 12º a 38º centígrados, a Figura 02 mostra a distribuição 
espacial de chuvas na região. 
 
 
Figura 02 - Distribuição espacial de chuvas na Bacia de Irecê. Fonte: (IBGE, 2016). 
 
5.2.2. RELEVO 
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2006), o relevo 
da região apresenta a estrutura morfológica controlada pelos contrafortes do planalto 
montanhoso constituído pelas rochas do Grupo Chapada Diamantina caracterizado, por 
dobramentos assimétricos, numa série: de anticlinais e sinclinais, em oposição ao platô 
calcário que constitui a unidade geomorfológicas denominada Chapada de Irecê. 
Localmente o relevo apresenta superfícies levemente inclinadas, cotas variando de 780 
a 820 metros acima do nível do mar, substrato rochoso aflorante em grande parte da área, 
ocasionalmente recoberto por solo raso. 
 
 
31 
 
5.2.3. VEGETAÇÃO 
A vegetação predominante na região é do tipo caatinga, em geral rala, ocorrendo 
vazios em consequência dos grandes afloramentos de calcário marmorizado, formando 
grandes lajedos. 
Nas encostas dos vales, a vegetação desponta com maior porte, podendo ser 
observadas áreas cultivadas. Entre as espécies existentes na área do afloramento e em suas 
imediações merecem destaque: imburana (bursera. leptophleos), baraúna (melanoxylon 
bruna), quixabeira (bumelia-sanorum), juazeiro (zyzyphus joazeiro), imbuzeiro (spondias 
tuberosa), jurema (pithecolobium tortum), quiabento (pereskia grandifolia), mandacaru 
(cereus peruvianuso), cabeça-de-frade (Pithecoseris pacourinoides), cansanção (urera 
baccifera), além de diversos representantes das famílias das malváceas (TAYLOR e ZAPPI, 
2002). 
 
5.3. CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA 
 
5.3.1. GEOLOGIA REGIONAL 
A região de Irecê insere-se no domínio geomorfológico da Chapada Diamantina 
Central, em ambiência geológica da Bacia de Irecê, a noroeste do Rio Paraguaçu, constituindo 
extenso altiplano, com altitude média entre quinhentos e cinquenta metros acima do nível do 
mar. 
A bacia de Irecê constitui um subdomínio tectônico de ocorrência de uma sequência 
sedimentar de cobertura plataformal, predominantemente carbonática, dobrada, de baixo 
grau de metamorfismo, pertencente ao Grupo Una, correlacionável ao Grupo Bambui, de 
idade neoproterozóica. Na região de Irecê, a sequência carbonática da Formação Salitre é 
litologicamente constituída por calcarenitos e dolarenitos de granulação fina a grossa com 
níveis oliticos e metapelitos de cores avermelhadas e amareladas (MARINHO, 1977). 
Com base nas características dos ambientes deposicionais, a formação Salitre foi 
subdividida da base para o topo, nas unidades Nova América, Jussara e Irecê. 
Osestudos sedimentológicos desenvolvidos na bacia de Irecê por BOMFIM et al. (1985) 
e SOUSA et al. (1991) interpretaram, a partir de analise faciológica da bacia, calcada nas 
estruturas sedimentares observadas, ambientes e subambientes deposicionais dos tipos 
supramaré, intermaré e submaré, com repetições cíclicas ao decorrer de quatro grandes ciclos 
de sedimentação. Esses ciclos foram classificados como transgressivos (dois) e regressivos 
32 
 
(dois). Na região de Iraquara, ocorrem litotipos relacionados ao ciclo regressivo basal. No 
bordo sul da bacia, a sequência carbonática estrutura-se numa grande sinformal, de plano 
axial subverticalizado, com plunge para norte, exibindo mergulhos suaves nos flancos E e W. 
 
5.3.2. GEOLOGIA LOCAL 
A geologia da área nas proximidades da cidade de Irecê é bem desconhecida. Nesta 
região, os metassedimentos do Supergrupo São Francisco assentam-se sobre as rochas do 
Supergrupo Espinhaço, ali representado pelos Grupos Paraguaçú e Chapada Diamantina e pela 
Formação Morro do Chapéu. O embasamento apresenta exposições restritas, especialmente 
nas porções noroeste e sudoeste da região. O embasamento é representado, a noroeste da 
bacia, pelas rochas paleoproterozóicas atribuídas ao Complexo Xique-Xique, uma associação 
de quartzito, itabirito e silexito, de ocorrência restrita (Inda & Barbosa, 1978). A sudoeste, 
ocorrem rochas graníticas, gnáissicas e migmatíticas pertencentes ao Complexo Paramirim 
(Dalton de Souza et al., 2003). 
 
5.3.3. HIDROGEOLOGIA LOCAL 
O aquífero cárstico da região de Irecê, localizado na região central do estado da Bahia, 
envolve as bacias hidrográficas dos rios Verde e Jacaré afluentes do rio São Francisco e na 
porção sul a bacia do rio Santo Antônio, afluente do rio Paraguaçu. 
A porção sul do aquífero (região de Iraquara/Mulungu do Morro) e os contatos leste e 
oeste com as rochas do Grupo Chapada Diamantina, onde as rochas carbonáticas apresentam 
estratificação planoparalela ondulada, amplos dobramentos com eixo N-S e lineamentos 
estruturais associados a falhas transcorrente de direção N-S. A porção central do aquífero 
(região de Irecê/Lapão), é caracterizado pela presença de intensos cavalgamentos, com 
dobramentos e falhamentos de baixo ângulo associados e vergência para SSE. Nesse cenário, 
têm-se um sistema aquífero de natureza cárstico-fissural, pouco evoluído, dolinas com forma 
elíptica, e com pequeno diâmetro (entre 5-15m), alinhadas segundo os trends dos 
lineamentos estruturais E-W, além da presença de sumidouros e solos muito rasos. 
De forma geral, o aquífero apresenta nível freático (NF) próximo à superfície, com 
profundidades menores que 15 m, observados em mais de 50% dos poços, enquanto níveis 
freáticos mais profundos (>45m) são observados nas porções sul e sudeste (CPRM, 2018). 
 
33 
 
5.4. MAPEAMENTO GEOLÓGICO 
A partir do geoprocessamento se tem a relação de um dado espacial com o modelo de 
dados, onde o dado espacial retrata representações do mundo real em uma determinada 
escala e essas representações tem forma, cores e localização. 
O modelo de dados mais utilizado para representar uma entidade é por um par de 
dados: localização geográfica e atributo. O atributo expõe as características da entidade, 
sendo descrito em termos quantitativos ou qualitativos, conforme uma escala nominal, 
ordinal, intervalo ou razão. E a entidade representada pode ter vários atributos que a 
caracterizam (MIRANDA, 2010). 
Os fenômenos espaciais desse estudo foram abstraídos em três classes: ponto, linha e 
áreas ou polígonos, sendo que o critério que os diferencia é a dimensionalidade. A dimensão 
do ponto é zero, da linha é um, da área (polígono) é duas e a superfície é representada por 
três dimensões. (MIRANDA, 2010). 
Sendo, portanto, a aplicação de Sistemas de Informações Geográficas (SIG), e outras 
geotecnologias (sensoriamento remoto, GPS, geoprocessamento), um fator determinante no 
zoneamento ambiental, planejamento e gestão territorial. 
 
5.4.1. LEVANTAMENTO DE BANCO DE DADOS 
Deu-se início através da pesquisa bibliográfica de todas as informações disponíveis 
sobre a geologia da região e da substância mineral alvo da prospecção. Utilizou-se fotografias 
aéreas, imagens de satélite, dados do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), da Agência Nacional 
de Mineração (ANM), relatórios de pesquisa da região, artigos publicados, dissertações e 
teses, além de mapas geológicos e de localização disponíveis. A função primordial do 
processamento digital das imagens de sensoriamento remoto foi o fornecimento de 
ferramentas para facilitar a identificação e a extração da informação contidas nas imagens, 
para posterior interpretação. Nesse sentido, sistemas dedicados de computação foram 
utilizados para atividades interativas de análise e manipulação das imagens brutas. O 
resultado desse processo foi a produção de outras imagens, estas já contendo informações 
específicas, extraídas e realçadas a partir das imagens brutas. 
Após a análise dos dados, dois municípios foram selecionados, sendo eles: Gentio do 
Ouro e Xique-Xique. A base cartográfica municipal, representada em escala de 1:100.000, foi 
digitalizada a partir das folhas topográficas: Gentio do Ouro – SC-23-X-I e Xique-Xique – SC-
34 
 
23-Z-B-V, executadas em 1968 pelo IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As 
Figuras 03 e 04 mostram essas folhas digitalizadas. 
 
 
Figura 03 - Carta Cartográfica de Gentio do Ouro georrefenciada. Fonte: (IBGE, 1968). 
35 
 
 
Figura 04 - Carta Cartográfica de Xique-Xique georrefenciada. Fonte: (IBGE, 1968). 
 
5.4.2. USO DE SHAPEFILES 
A execução da delimitação da área iniciou-se com a busca dos municípios de Gentio do 
Ouro e Xique-Xique através do complemento open layers plugin (add google hybrid layer). Em 
seguida 5 camadas do tipo shape foram adicionadas. Sendo a primeira camada vetorial do tipo 
litologia da Bahia, para identificação das áreas com presença de calcário, a segunda camada 
vetorial do tipo ponto, destinada à identificação de pontos de interesse na área de estudo, a 
terceira e quarta camada vetorial do tipo topografia e linha, para delimitação de vias de acesso 
36 
 
a área de estudo e a quinta camada vetorial foi do tipo polígono para delimitação das regiões 
de interesse do estudo. Por fim, uma última camada do tipo shape foi adicionada, sendo ela 
desenvolvida pelo Sistema de Informações Geográficas da Mineração – SIGMINE, 
desenvolvido pela Coordenação de Geoprocessamento – CGEO/CGTIG, que tem como 
objetivo ser um sistema de referência na busca de informações atualizadas relativas às áreas 
dos processos minerários cadastrados na ANM, associadas a outras informações geográficas 
de interesse ao setor produzidas por órgãos públicos, proporcionando uma consulta aos dados 
e análises relacionais de caráter espacial. 
Para todas as camadas do tipo shape adicionadas o Sistema de Coordenadas de 
Referência (SCR) selecionado foi o Córrego Alegre (UTM zone 22s). 
Para cada camada vetorial adicionada realizou-se a edição das características das 
mesmas, através da tabela de atributos, a fim de identificar o que cada dado representa do 
espaço real, bem como calcular suas distancias e/ou área de abrangência. 
As Figuras 05 e 06 demarcam a posição de cada processo junto a ANM no interior da 
folha onde há maior ocorrência de calcário, delimitado pelo shapefile da litologia da Bahia. 
 
 
Figura 05 - Posição geográfica de cada processo junto a ANM no interior da folha onde há 
maior ocorrência de calcário em Gentio do Ouro (2019). 
 
37 
 
 
Figura 06 - Posição geográfica de cada processo junto a ANM no interior da folha onde há maior 
ocorrência de calcário em Xique-Xique (2019). 
 
As Figuras 07 e 08 apresentam os shapefiles da topografia e hidrografia da folha 
cartográfica de Gentio do Ouro. 
 
Figura 07 - Demarcação da Topografia, folha cartográfica deGentio do Ouro (2019). 
38 
 
 
Figura 08 - Topografia destacada da área de interesse em Gentio do Ouro (2019). 
 
5.5. VISITAS DE CAMPO 
 
5.5.1. LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO 
A cidade de Gentio do Ouro está localizada na região de Irecê – BA com coordenadas 
11° 25' 55'' S, 42° 30' 59'' O. Fica a 612 km da capital do estado, Salvador, e seu acesso pode 
ser descrito assim: saindo de Salvador pela BR 324 com destino a Feira de Santana, daí então 
se segue pela BA 052 e, após o povoado de Rio Verde, chega-se à cidade pela BA 438. É inserida 
em uma região da Bahia com características semiáridas, porém é adjacente a riachos e rios 
intermitentes. A pluviosidade característica desta região está na faixa de 300 mm a 500 mm 
anuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
A Figura 09, apresenta as vias de acesso a área visitada com presença de calcário 
partindo da cidade de Irecê-BA a 103 km, com coordenadas 11°5’1.290” S, 42°34’10.073” O. 
Tempo estimado para trajeto de carro. 
 
Figura 09 - Trajeto de Irecê a área de Pesquisa em Gentio do Ouro-BA. Fonte: (Google Maps, 2019). 
 
A Figura 10, por sua vez apresenta as vias de acesso a área visitada com presença de 
calcário na cidade de Xique-Xique, partindo da cidade de Irecê-BA a 133 km, com coordenadas 
10° 40’ 7.746” S, 42° 36’ 39.014” O. Tempo estimado para trajeto de carro. 
 
Figura 10 - Trajeto de Irecê a área de Pesquisa em Xique-Xique. Fonte: (Google Maps, 2019). 
40 
 
5.5.2. ANÁLISES E AMOSTRAGENS 
A busca da melhor precisão nos resultados deve sempre levar em consideração a 
quantificação do aumento dos custos envolvidos. Assim, uma precisão maior propicia uma 
melhor base para a tomada de decisões, as quais são empregadas para a boa condução da 
seletividade da área com potencial para a exploração do calcário. 
No caso da amostragem na pesquisa mineral, o controle de qualidade pode ser dividido 
em três etapas: 
 Amostragem ou seleção da amostra; 
 Preparação da amostra; 
 Análise da amostra preparada. 
A amostragem pode ser entendida como sendo uma operação de retirada de uma 
fração representativa do lote que se deseja caracterizar. 
A preparação das amostras utilizadas envolveu todos os processos (homogeneização, 
quarteamento, britagem, moagem, secagem, etc.) que a amostra sofre até estar apta para ser 
analisada, determinando assim o valor característico do Calcário. 
Houve um cuidado na preparação das amostra para que todas as partículas que 
compõe o lote obtivessem a mesma probabilidade de serem coletadas e assim tornarem-se 
parte da amostra final que será objeto da análise. Some-se a isto, o fato de que as normas de 
amostragem atuais não mencionam a existência de erros de amostragem. Como não os 
mencionam, também não os discretizam, nem propõem formas para determiná- los e 
minimizá- los. 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
As Figuras 11 e 12, demonstram como foi realizada a marcação dos pontos onde houve 
retirada de amostras superficiais. 
Figura 11 - Amostra S-01 (2019) Figura 12 - Amostra S-12 (2019) 
 
5.5.3. CAMPANHAS DE SONDAGEM 
Os furos foram realizados através de uma perfuratriz do tipo PWH – 5000, e auxiliada 
por um compressor de ar Atlas Copco, modelo XAS 420, como mostra a Figura 13. A mesma é 
capaz de produzir uma vazão de 900pcm, quantidade suficiente para que a perfuratriz citada 
opere perfeitamente, já que a mesma necessita, em média, de 750 pcm para execução do 
serviço. Além disso, foram usadas hastes com 3m de comprimento e bits de 3,0 polegadas. 
O trabalho foi iniciado em fevereiro, onde foi realizada a amostragem por haste 
perfurada, observando mudanças da cor do material que indicava características distintas nos 
intervalos. Utilizou-se 5 hastes por furos, totalizando uma média de 15m perfurados por furo. 
As amostras eram encaminhadas para o laboratório após o final de cada dia de trabalho. 
42 
 
 
Figura 13: Perfuratriz PWH-5000 acoplada ao compressor de ar Atlas Copco XAS 420. 
 
Todo o material coletado através da perfuratriz foi quarteado como mostra a Figura 
14, ensacado (Figura 15), e encaminhado para o laboratório, para que fosse realizado o devido 
tratamento para a realização dos testes. 
 
 Figura 14 - Quarteamento e separação das amostras Figura 15 - Amostras coletadas em campo 
 
5.6. ANÁLISE DAS AMOSTRAS EM LABORATÓRIO 
As amostras foram encaminhadas para o Laboratório de Caracterização Tecnológica da 
Universidade de São Paulo onde realizou-se uma série de ensaios destinados a calcários, sendo 
de relevância para a pesquisa mineral. 
 
 
43 
 
5.6.1. ANÁLISE MINERALÓGICA 
Utilizou-se a técnica de difração de raios X que possibilitou a identificação de fases 
cristalinas (minerais, por exemplo) e a quantificação pelo método de Rietveld. Como exemplo 
típico de minerais presentes nos calcários, além dos carbonatos (preferencialmente calcita e 
dolomita), pode-se citar argilominerais e quartzo. Com o objetivo de identificar os menores 
constituintes presentes na amostra, a análise foi efetuada após a solubilização ácida dos 
carbonatos, para caracterização das fases contaminantes (resíduo insolúvel). 
 
5.6.2. UMIDADE 
A determinação do teor de umidade foi realizada na temperatura de 105°C até a 
obtenção de massa constante. 
 
5.6.3. DETERMINAÇÕES QUÍMICAS 
Aplicou-se a técnica da fluorescência de raios X possibilitando estudar a composição 
química dos calcários. O preparo de amostras foi realizado pelo método de fusão com borato 
de lítio e análise por fluorescência de raios X por comparação com materiais de referência 
certificados por ser o procedimento mais recomendado para dosagem dos óxidos maiores 
(acima de 0,10%), tanto quanto à precisão como com relação à exatidão analítica. 
 
5.6.4. MASSA ESPECÍFICA 
Foi realizada a determinação da massa específica por picnometria com intrusão de gás 
hélio. 
 
5.6.5. CÁLCULO DO PODER RELATIVO DE NEUTRALIZAÇÃO TOTAL (PRNT) 
Utilizado para verificar a empregabilidade do calcário como corretivo de solo, é 
calculado após a determinação do poder de neutralização (PN) e da reatividade (RE) do 
calcário. 
 
 
 
 
44 
 
A Tabela 03, apresenta os resultados obtidos das amostras de campo caracterizadas 
no Laboratório da USP. 
Tabela 03: Resultado da caracterização analítica das amostras de campo. 
Amostra CaO MgO CaO+MgO PN PRNT 
Sup 1.1 32,43 3,92 36,35 84,5 84,5 
Sup 1.2 27,27 4,9 32,17 81,75 81,75 
Sup 1.3 28,46 3,54 32 81,75 81,75 
Média 
Sup 
29,38667 4,12 33,50667 82,6667 82,6667 
S.2.01.1 30,82 1,1 31,91 79,5 79,5 
S.2.01.2 36,63 1,51 38,14 87,75 87,75 
S.2.01.3 33,91 1,48 35,39 86,75 86,75 
S.2.01.4 32,99 3,1 36,09 84,25 84,25 
S.2.01.5 34,66 1,99 36,65 85,75 85,75 
Méd 
S.2.01 
33,802 1,836 35,636 84,8 84,8 
S.2.02.1 34,8 1,31 36,11 87,25 87,25 
S.2.02.2 36,98 1,84 38,83 89,25 89,25 
S.2.02.3 11,79 0,66 12,45 72 72 
S.2.02.4 16,22 1,78 18 76,75 76,75 
S.2.02.5 27,02 2,61 29,62 88 88 
Méd 
S.2.02 
25,362 1,64 27,002 82,65 82,65 
S.2.03.1 35,79 2,19 37,98 84 84 
S.2.03.2 14,65 1,18 15,83 71,25 71,25 
S.2.03.3 34,62 1,73 36,34 84,25 84,25 
S.2.03.4 41,06 2,08 43,14 92 92 
S.2.03.5 42,59 1,71 44,3 89,25 89,25 
Méd 
S.2.03 
33,742 1,778 35,518 84,15 84,15 
S.2.04.1 21,62 2,54 24,16 75,25 75,25 
S.2.04.2 33,28 2,09 35,38 84 84 
S.2.04.3 32,83 3,1 35,94 82,5 82,5 
S.2.04.4 19,46 2,19 21,65 81,75 81,75 
S.2.04.5 42,96 2,01 44,97 92,5 92,5 
Méd 
S.2.04 
30,03 2,386 32,42 83,2 83,2 
S.2.05.1 32,55 0,78 33,33 85,75 85,75 
S.2.05.2 30,58 1,44 32,02 89 89 
S.2.05.3 5,52 1,06 6,59 62,5 62,5 
S.2.05.4 10,01 1,49 11,5 60 60 
S.2.05.5 8,37 1,13 9,5 58,75 58,75 
Méd 
S.2.05 
17,406 1,18 18,588 71,2 71,2 
45 
 
Amostra CaO MgO CaO+MgO PN PRNT 
S.2.06.1 39,27 0,85 40,12 85,75 85,75 
S.2.06.2 4,78 0,3 5,08 52 52 
S.2.06.3 28,87 2,71 31,57 86 86 
S.2.06.4 4,22 1,25 5,47 54 54 
S.2.06.5 28,29 4,1332,43 84,75 84,75 
Méd 
S.2.06 
21,086 1,848 22,934 72,5 72,5 
Base XX 28,88 3,95 32,83 82,75 82,75 
Base GO 0,17 0,03 0,2 16,75 16,75 
 
A Figura 16 apresenta a legenda das amostras apresentas na Tabela 03. 
 
Figura 16 - Legenda da Tabela 03 
 
De acordo com a Instrução Normativa DAS N° 35, de 4 de julho de 2006, entende-se 
por corretivos de acidez os produtos que promovem a correção da acidez do solo, além de 
fornecerem cálcio, magnésio ou ambos. A Instrução Normativa n.º 35, de 04 de julho de 2006, 
da Secretaria de Defesa Agropecuária – SDA do Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento – MAPA aprovou normas relativas ao decreto n.º 4.954/2004, entre elas 
especificações para os corretivos de acidez dos solos, conforme a Tabela 04. 
 
Tabela 04: Instrução Normativa para corretivo de acidez 
INSTRUÇÃO NORMATIVA - CORRETIVO DE ACIDEZ 
Material Corretivo de Acidez 
PN (% E CaCO3) 
Mínimo 
Soma %, CaO + 
% MgO Mínimo 
PRNT 
Mínimo 
Calcário Agrícola 67 38 45 
Calcário Calcinado Agríc. 80 43 54 
Calcário Hidratada Agríc. 94 50 90 
Cal Virgem Agrícola 125 68 120 
S2.01.1
Indicativo
de 
Sondagem
N° do Furo
N° da
Sondagem
N° da 
Haste
46 
 
No que se refere a aplicação do Calcário para corretivo de solo, a Tabela 05, 
apresenta os resultados dos ensaios. 
 
Tabela 05: Resultado das amostras para aplicação como corretivo de acidez de 
solo agrícola. 
DESCRIÇÃO RESULTADO 
Sup- Superficial 
Apto- Calcário Agrícola e 
Calcinado Agrícola 
S.2.01-Sondagem 2 
Furo 1 (F 2.1) 
Apto- Calcário Agrícola e 
Calcinado Agrícola 
S.2.01- Sondagem 2 
Furo 2 (F 2.2) 
Apto- Calcário Agrícola e 
Calcinado Agrícola 
S.2.01- Sondagem 2 
Furo 3 (F 2.3) 
Apto- Calcário Agrícola e 
Calcinado Agrícola 
S.2.01- Sondagem 2 
Furo 4 (F 2.4) 
Apto- Calcário Agrícola e 
Calcinado Agrícola 
S.2.01- Sondagem 2 
Furo 5 (F 2.5) 
Apto- Calcário Agrícola 
S.2.01- Sondagem 2 
Furo 6 (F 2.6) 
Apto- Calcário Agrícola 
Base XX – Campo 
Xique – Xique 
Apto- Calcário Agrícola e 
Calcinado Agrícola 
Base GO – Campo 
Gentio do Ouro 
INAPTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
6. CONCLUSÕES 
Os dados apresentados neste estudo mostraram que o software Quantum Gis, através 
das ferramentas ofertadas pelo mesmo para manipulação de dados espaciais, é um bom 
método geotécnico para auxílio na delimitação de área na pesquisa mineral. Pois o software 
oferta mecanismos de levantamento de dados que facilitam o estudo do estado da área em 
questão, por meio de sua identificação, localização, litologia, entre outros, e 
consequentemente prestando assistência a pesquisa mineral. 
As áreas selecionadas através da revisão bibliográfica e mapeamento geológico através 
do software Quantum Gis, foram satisfatórias apresentando forte indícios da presença de 
Calcário, levando assim a delimitação de 2 áreas para visita de campo, sendo uma delas 
localizada na cidade de Xique-Xique-BA e a outra na cidade de Gentio do Ouro-BA. 
Após a pesquisa de campo e coleta de amostras superficiais, a cidade de Xique-Xique-
BA, apresentou amostras com uma quantidade de CaO satisfatória para utilização como 
agregado da construção civil (brita) e corretivo de acidez de solo agrícola e calcinado agrícola, 
apresentando um Poder Relativo de Neutralização (PRNT) médio de 80,4, estando dentro das 
especificações preestabelecidas na instrução Normativa DAS N° 35, de 4 de Julho de 2006. 
Enquanto a cidade de Gentio do Ouro-BA apresentou valores de CaO insatisfatórios 
apresentando pouco indícios de presença de calcário viável para exploração, não avançando 
para a etapa de sondagem. 
Outros parâmetros devem ser levados em conta para se afirmar a viabilidade 
econômica de uma área. Todavia, os resultados apresentados no presente estudo atingiram o 
objetivo de caracterizar e delimitar área com potencial viável de calcário, na Região de Irecê-
BA. 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
7. REFERÊNCIAS 
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 1995. NBR 6502: Rochas e Solos. Rio de 
Janeiro. 
 
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2005. NBR 7211: Agregados para Concreto – 
Especificação. Rio de Janeiro. 
 
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2015. NBR 12655: Concreto de cimento 
Portland – Preparo, controle e recebimento – Procedimento. Rio de Janeiro. 
 
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2011. NBR 9935: Agregados – terminologia. 
Rio de Janeiro. 
 
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2013. NBR 13529: Revestimento de paredes 
e tetos de argamassas inorgânicas – Terminologia. Rio de Janeiro. 
 
Almeida, L.C. (2011). “Análise espacial de dados com Quantum Gis: exercícios realizados 
durante tópico especial ofertado pelo programa de Pós-Graduação em Geografia da UFSC”, 
Observatorium, 3: 173-194. 
 
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ANEPAC, Revista Areia e Brita, 19(66):20-28. 
 
AMBROSIO, A. (1974). Perfil analítico do cimento, Boletim nº 30, DNPM, Rio de Janeiro – RJ. 
 
Bertolino L.C., Palermo N., Bertolino A.V.F.A. 2012. Geologia. In: Luz A.B. & Almeida S.L.M 
(eds.). Manual de Agregados para a construção civil, 2, CETEM-MCT, Rio de Janeiro, p. 68-79. 
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CARVALHO, E. A. e ALMEIDA, S. L. M. (1997). Caulim e carbonato de cálcio: competição na 
indústria de papel. Série Estudos e Documentos, n. 41, Rio de Janeiro, CETEM. 
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Rio de Janeiro, 2007. 
 
CODEMIG – Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais. 2018. Portal da 
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