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RESENHA CRÍTICA DO LIVRO DOS DELITOS E DAS PENAS

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O clássico livro “Dos Delitos e Das Penas”, apresenta a essência da ciência do Direito Penal e é peça fundamental no estudo do Direito, de modo bastante particular, no que tange ao Direito Penal. Em escrita sucinta, porém, profundamente reflexiva, ela agrega múltiplos assuntos que se entrelaçam para o entendimento desta complexa e apaixonante área jurídica.
 Beccaria dá início a sua obra dizendo que as vantagens da sociedade devem ser repartidas igualmente entre todos os seus membros, mas não é isso que acontece, pois vê-se a tendência a concentrar os privilégios, o poder e a felicidade na mãos de poucos e deixar para sua grande maioria a miséria. Ele nos apresenta o primeiro dos diversos problemas que fazem parte do sistema criminal vigente: versa sobre o uso das leis em benefício de uma minoria da população, que em decorrência disso tem a possibilidade de acumular renda e privilégios, ao passo que a maioria da sociedade enfrenta uma situação de miséria, sofrendo com o descaso das autoridades e afirma que apenas com boas leis podem impedir esses abusos, pois a função das leis é essa, a de evitar esses abusos, já mencionados, e injustiças dentro de certa sociedade. 
 É sabido, que em vários momentos do livro a necessidade da separação de poderes como forma de se evitar o “despotismo de um só”, ou seja, as atribuições do magistrado e do legislador são repetidamente delimitadas para evitar a concentração de poder. Verifica-se que a defesa de ideais democráticos, uma vez que se reivindica a aplicação de leis em prol da justiça social e faz uso da teoria do Contrato Social de Rousseau, cuja finalidade é explicar a origem das penas e com isso delimitar o direito de punir. De acordo com o entendimento do mesmo, cada indivíduo sacrifica uma pequena parte de sua liberdade para viabilizar a sua sobrevivência na sociedade, devendo o soberano depositário das liberdades, em resposta, oferecer segurança e garantir o bem geral. Contudo, surge necessidade de punir aqueles que desrespeitam as normas do bom convívio, invadindo as liberdades alheias, sendo estabelecidas penas para os infratores das leis. Ademais, a finalidade da pena deve se restringir à preservação do bom cumprimento das leis para que se evitem males maiores, punindo aquele que não se pautou nas normas, se caracterizando abuso qualquer punição que a isso ultrapasse.
 Mais adiante no terceiro capítulo, os princípios norteadores do sistema processual penal almejado estão aptos a gerar três consequências: A primeira delas diz respeito à legalidade, não sendo puníveis condutas atípicas, ou seja, aquelas não previstas em lei. Reforça ainda, que a competência para a produção legal é exclusiva do legislador, representante da sociedade em virtude do contrato social; A segunda consequência consiste na criação de leis gerais, não cabendo ao legislador julgar individualmente os infratores, haja vista que o julgamento compete ao magistrado com base na subsunção do fato à norma; Por ultimo, a terceira consequência incide não aceitação às penas cruéis, odiosas, inúteis e que contrariam os fins propagados pelo contrato social.
 Com base na interpretação das leis, de acordo com o jurisconsulto que o discorre sobre os princípios mencionados anteriormente, cuja tese reforça de que os juízes não possuem o direito de interpretar as leis penais, pela simples razão de não serem legisladores, tal assertiva encontra amparo no contexto histórico em que a obra se encontra, uma vez que eram comuns os arbítrios judiciais. Por isso, a consulta ao “espírito das leis” é considerada temerária, tendo em vista que dela sucede opiniões contrárias às garantias do texto legal.
 Cesare Beccaria, foi um autor de suma importância para o estudo da história de todo o Direito, também para mostrar que o Direito Penal não está limitado a um conjunto de formalidades presentes em lei, sua concepção muda em harmonia com as modificações sociais, porque o Direito Penal é um seguimento de libertação contínua, que pode ser, influenciado de forma negativa pelas as ideologias jurídicas e por todos aqueles que detêm de influência ou força de poder. Em vista do acima exposto, cumpre e vale ressaltar que o Direito se encontra aprisionado ou até mesmo amarrado pelas normas estatais, mas é muito mais que isso, Ele deve ser autêntico e global e, não pode esgotar-se na lei, pois está relacionado a princípios e normas libertadoras, tendo a lei, apenas, como uma de suas conseqüências. 
RESENHA CRÍTICA DO LIVRO “DOS DELITOS E DAS PENAS”

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