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PLANO ESTADUAL DE SAÚDE 2016 2019 (1)

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GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA 
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
PLANO ESTADUAL DE SAÚDE 
2016-2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA 
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE 
GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO 
 
 
 
 
 
 
PLANO ESTADUAL DE SAÚDE 
2016-2019 
 
 
 
 
 
 
 
Aprovado pelo Conselho Estadual de Saúde 
Resolução nº , de XXX de 2016 
 
 
Governador do Estado 
Ricardo Vieira Coutinho 
 
Secretária de Estado da Saúde 
Roberta Batista Abath 
 
Secretária Executiva de Estado da Saúde 
Maura Vanessa Sobreira 
 
GERENTES 
 
Planejamento e Gestão 
Edna Guedes da Costa 
 
Finanças 
Maria da Penha Santos França 
 
Administração 
Argemira Lins de Medeiros 
 
Atenção à Saúde 
Patrícia Melo Assunção 
 
Tecnologia da Informação 
André Vieira da Costa 
 
Regulação, Controle e Avaliação da 
Assistência 
Mércia Maria Santos Coutinho 
 
Vigilância em Saúde 
Renata Valéria Nóbrega 
 
GERÊNCIAS REGIONAIS 
 
1ª Gerência Regional de Saúde 
João Pessoa 
 
2ª Gerência Regional de Saúde 
Guarabira 
 
3ª Gerência Regional de Saúde 
Campina Grande 
 
4ª Gerência Regional de Saúde 
Cuité 
 
5ª Gerência Regional de Saúde 
Monteiro 
 
6ª Gerência Regional de Saúde 
Patos 
7ª Gerência Regional de Saúde 
Itaporanga 
 
8ª Gerência Regional de Saúde 
Catolé do Rocha 
 
9ª Gerência Regional de Saúde 
Cajazeiras 
 
10ª Gerência Regional de Saúde 
Sousa 
 
11ª Gerência Regional de Saúde 
Princesa Isabel 
 
12ª Gerência Regional de Saúde 
Itabaiana 
 
 
 
EQUIPE DE ELABORAÇÃO 
 
 
Bernadete Moreira de Moura 
Bruno Vinicius de Bezerra 
Cesar Augusto de Oliveira Farias 
Edna Guedes da Costa 
Ellen Albuquerque Rangel de Moris 
Eliane De Sousa Gadelha Almeida 
Fernando Rocha Lucena Lopes 
Glaciane Mendes Roland 
Hélio Soares Silva 
Irlanilson Fabricio de Almeida 
Ivoneide Lucena Pereira 
Jonathan Elias T. Lucena 
Luciana Suassuna Dutra Rosas 
Maria Analuce Dantas de Figueiredo 
Maria das Graças Moura L. de Almeida 
Maria de Fátima Moraes Carvalho 
Maria do Desterro F. Diniz Catão 
Maria Izabel Ferreira Sarmento 
Mércia Maria Santos Coutinho 
Myriam Carneiro 
Morgana Kétsia Agra de Brito 
Patrícia Melo Assunção 
Rafaela Araújo Lins Pereira 
Rafaella Keyla de Medeiros Marinho 
Rejane L. Vieira 
Renata V. Nóbrega 
Rosiani P. Videres 
Selda Gomes de Sousa 
Shirlene Queiroz de Lima 
Vivian Correia Arruda 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
ABS Atenção Básica em Saúde 
ACCR Acolhimento e Classificação de Risco 
ACS Agentes Comunitários de Saúde 
AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida 
AVC Acidente Vascular Cerebral 
CAPS Centros de Atenção Psicossocial 
CEDC Centro Especializado de Diagnóstico do Câncer 
CEDMEX Centro Especializado de Dispensação de Medicamentos 
Excepcional 
CEO Centro de Especialidades Odontológicas 
CERAC Central Estadual de Regulação Da Alta Complexidade 
CEREST Centros De Referência de Saúde do Trabalhador 
CGBP Casas da Gestante, Bebê e Puérpera 
CHMGTB Complexo Hospitalar de Mangabeira Governador Tarcisio 
Burity 
CIB Comissão Intergestores Bipartite 
CID Classificação Internacional de Doenças 
CIHDOTTS Comissões Intra-Hospitalares de Transplante para Doação de 
Órgãos e/ou Tecidos 
CIR Comissão Intergestores Regionais 
CNCDO Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos da 
Paraíba 
CNRAC Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade 
COAP Contrato Organizativo de Ação Pública em Saúde 
COSEMS Conselho de Secretarias Municipais de Saúde 
CRIE Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais 
 
 
CRMU Centrais de Regulação Médica de Urgência 
DAB Departamento de Atenção Básica 
DAC Doenças do Aparelho Circulatório 
DAR Doenças do Aparelho Respiratório 
DAD Doenças do Aparelho Digestivo; 
DAGU Doenças do Aparelho Geniturinário 
DCNT Doenças Crônicas Não transmissíveis 
DDA Doença Diarreica Aguda 
DIP Doenças Infecciosas e Parasitárias 
DORT Distúrbio Osteomuscular Relacionadas ao Trabalho 
DSNer Doenças do Sistema Nervoso; 
DSeTI Doenças do sangue 
EMAD Equipe multiprofissionais de Atenção Domiciliar 
ESF Estratégia de Saúde da Família 
ESPIN Emergência em Saúde Pública de importância Nacional 
FAP Fundação Assistencial da Paraíba 
FUNAD Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência 
GEMOL Gerência Executiva Médica-Odontológica Legal 
GRS Gerência Regional de Saúde 
HEMOBRAS Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia 
HER Hospital Edson Ramalho 
HETSHL Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena 
HIV Vírus da Imunodeficiência Humana 
HMV Hospital Municipal Valentina 
HMSI Hospital Municipal Santa Isabel 
HRG Hospital Regional de Guarabira 
 
 
HRI Hospital Regional de Itabaiana 
HULW Hospital Universitário Lauro Wanderley 
IAM Infarto Agudo do Miocárido 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
IDH Índice de Desenvolvimento Humano 
IEC Instituto Evandro Chagas 
ISAS Instituto de Assistência à Saúde 
ISEA Instituto de Saúde Elpídio de Almeida 
LACEN Laboratório Central de Saúde Pública 
LER Lesão por Esforço Repetitivo 
LIRAa Levantamento de Índice Rápido Amostral 
LRPD Laboratórios Regional de Prótese Dentária 
LV Leishmaniose Visceral 
LTA Leishmaniose Tegumentar Americana 
MS Ministério da Saúde 
NAQH Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar 
NASF Núcleo de Apoio à Saúde da Família 
NV Nascidos Vivos 
OIT Organização Internacional do Trabalho 
OMS Organização Mundial de Saúde 
OPM Órteses, Prótese e Meios Auxiliares de Locomoção 
PAR Planos de Ação Regional 
PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruído 
PCDT Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas 
PES Plano Estadual de Saúde 
PGASS Programação Geral das Ações e Serviços de Saúde 
 
 
PNHOSP Política Nacional de Atenção Hospitalar 
PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 
PNAF Política Nacional de Assistência Farmacêutica 
PNAN Política Nacional de Alimentação e Nutrição 
PNSTT Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora 
PNI Programa Nacional de Imunização 
PPI Programação Pactuada e Integrada 
PQAVS Programa de Qualificação das Ações de Vigilância em Saúde 
RAS Redes de Atenção à Saúde 
RAPS Rede de Atenção Psicossocial 
REDOME Registro Nacional de doadores de medula óssea 
REENTRANS Rede Nacional de Transplante 
RENAME Relação Nacional de Medicamentos Essenciais 
RENASES Relação Nacional de Ações e Serviços em Saúde 
RUE Rede de Atenção às Urgências e Emergências 
SAD Serviços de Atenção Domiciliar 
SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 
SAN Segurança Alimentar e Nutricional 
SES Secretaria de Estado da Saúde 
SIA Sistema de Informações Ambulatoriais 
SIH Sistema de Informações Hospitalares 
SIGTAP Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, 
Medicamentos 
SIM Sistema de Informação de Mortalidade 
SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação 
SNVS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária 
 
 
SISCNRAC Sistema de Informação em Saúde da Central Nacional de 
Regulação de Alta Complexidade 
SISLAB Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública 
SISVAN Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional 
SVO Serviço de Verificação de Óbitos 
SUS Sistema Único de Saúde 
TARV Terapia Antirretroviral Combinada 
TFD Tratamento Fora do Domicílio 
UBS Unidades Básicas de Saúde 
UFPB Universidade Federal da Paraíba 
UPA Unidade de Pronto Atendimento 
VAN Vigilância Alimentar e Nutricional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................... 13 
I CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO ....................................................................................... 15 
II REGIONALIZAÇÃO ..............................................................................................................16 
III ANÁLISE SITUACIONAL ................................................................................................... 20 
1 PERFIL DEMOGRÁFICO ............................................................................................... 20 
2 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO ............................................................................................. 22 
2.1 INDICADORES DE NASCIMENTO .......................................................................... 22 
2.2 IMUNIZAÇÃO ............................................................................................................. 25 
2.3 INDICADORES DE MORBIDADE ............................................................................ 28 
2.3.1 DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS ............................................................................... 29 
2.3.2 DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS DE INTERFACE COM A VIGILÂNCIA 
AMBIENTAL ..................................................................................................................... 39 
2.3.3 DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS - DCNT ................................ 48 
2.3.4 DOENÇAS E AGRAVOS RELACIONADOS AO TRABALHO ............................ 51 
2.4 MORTALIDADE ............................................................................................................. 53 
2.4.1 MORTALIDADE GERAL ........................................................................................ 53 
2.4.2 MORTALIDADE MATERNA .................................................................................. 54 
2.4.3 MORTALIDADE INFANTIL ................................................................................... 54 
2.4.4 MORTALIDADE POR DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS ........................................ 56 
2.4.5 MORTALIDADE POR DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS - DCNT
 ............................................................................................................................................. 56 
2.4.6 ACIDENTES E VIOLÊNCIA - CAUSAS EXTERNAS (CAP. XX, CID 10) .......... 57 
HOMICÍDIOS ................................................................................................................... 57 
ACIDENTE DE TRANSPORTE ..................................................................................... 58 
2.5 CONDIÇÕES DE VIDA, TRABALHO E AMBIENTE .................................................. 58 
3 PERFIL ASSISTENCIAL........................................................................................................ 60 
 
 
3.1 Assistência hospitalar ........................................................................................................ 60 
3.2 Assistência ambulatorial ................................................................................................... 63 
IV ESTRUTURA DO SISTEMA DE SAÚDE .......................................................................... 65 
4.1 Atenção Básica .................................................................................................................. 65 
4.2 Segurança alimentar e nutricional ..................................................................................... 68 
4.3 Saúde Bucal ....................................................................................................................... 71 
4.4 Serviços especializados ..................................................................................................... 72 
4.4.1 Hemorrede .................................................................................................................. 73 
4.4.2 Assistência Farmacêutica ........................................................................................... 77 
4.4.3 Tratamento Fora do Domicílio ................................................................................... 79 
4.4.5 Central De Transplante Da Paraíba (CNCDO/PB: Central de Notificação, Captação e 
Distribuição de Órgãos da Paraíba) ..................................................................................... 86 
4.5 Centros De Referência de Saúde do Trabalhador – CEREST ........................................... 88 
4.6 Laboratório Central de Saúde Pública Da Paraíba – LACEN/PB ..................................... 89 
4.7 Serviço de Verificação de Óbitos – SVO/PB .................................................................... 93 
4.8 AGEVISA ......................................................................................................................... 94 
V REDES DE ATENÇÃO A SAÚDE ........................................................................................ 96 
5.1 REDE DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA ...................................................................... 96 
5.2 REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE MATERNO INFANTIL .......................................... 109 
5.3 REDE DE CARDIOLOGIA PEDIÁTRICA ................................................................... 111 
5.4 REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ....................................................................... 112 
5.5 REDE DE ATENÇÃO AS DOENÇAS CRÔNICAS ..................................................... 116 
5.6 REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA ........................................... 121 
VI FINANCIAMENTO DA SAÚDE ....................................................................................... 124 
VII AUDITORIA ...................................................................................................................... 128 
VIII GESTÃO DO TRABALHO E EDUCAÇÃO EM SAUDE .............................................. 130 
IX OUVIDORIA ....................................................................................................................... 134 
 
 
X DIRETRIZES, OBJETIVOS E METAS ............................................................................... 136 
DIRETRIZ 1 .......................................................................................................................... 136 
DIRETRIZ 2 .......................................................................................................................... 139 
DIRETRIZ 3 .......................................................................................................................... 140 
DIRETRIZ 4 .......................................................................................................................... 141 
DIRETRIZ 5. ......................................................................................................................... 143 
XI MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO .............................................................................. 145 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 148 
APÊNDICE I ............................................................................................................................. 151 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 O Plano Estadual de Saúde (PES) é um documento que expressa o compromisso 
do Governo da Paraíba com a saúde e com a construção da cidadania do povo paraibano 
para o quadriênio 2016-2019. Este instrumento sistematiza o conjunto de proposições 
do Governo Estadual na área da saúde, apresentando as intenções e os resultados a 
serem alcançados no período de quatro anos, os quais são expressos em diretrizes, 
objetivos e metas. 
 O PES revela-se como um instrumento imprescindível para a gestão, tornando-se 
cada vez mais uma necessidade à medida que o SUS avança rumo a essa consolidação, 
sobretudo no que concerne à direção única em cada esfera de governo e na construção 
da rede regionalizada e hierarquizada de ações e serviços. 
 A elaboração deste Plano partiu de uma análise sobre a situação de saúde do 
estado da Paraíba e da respectiva gestão do SUS, assim como da viabilidade e 
exequibilidade técnica, financeira e políticas, com identificaçãoe priorização dos 
principais problemas, a fim de subsidiar o planejamento, a operacionalização, o 
monitoramento e a avaliação das ações e serviços de saúde, considerando as 
particularidades de cada uma das 16 Regiões de Saúde do Estado. 
 As prioridades definidas são o resultado de um trabalho desenvolvido de forma 
transparente, democrática e participativa, envolvendo os gestores e técnicos da 
Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba (SES/PB), das Gerências Regionais de Saúde 
e o controle social. 
Este documento traz, inicialmente, a caracterização do Estado da Paraíba, com a 
síntese das informações demográficas e econômicas. Em seguida, é descrito o processo 
de regionalização da saúde, com ênfase nos esforços do governo do Estado em 
fortalecer as Regiões de Saúde e implantar a PGASS como dispositivos estratégicos 
para o fortalecimento do SUS no território. Em continuidade, é apresentada a Análise 
Situacional, com a síntese dos principais agravos e problemas de saúde da Paraíba e de 
suas regiões, bem como da estrutura dos serviços de saúde e das Redes de Atenção. Por 
conseguinte, são apresentadas informações sobre despesas e investimentos com saúde, o 
que é fundamental para viabilizar o aperfeiçoamento da gestão favorecendo uma 
14 
 
adequada organização dos gastos e consequente otimização da oferta de serviços e ações 
de saúde à população, bem como informações referentes a gestão do trabalho e 
educação em saúde. Por fim são apresentadas as diretrizes, objetivos e metas para o 
quadriênio 2016-2019. 
Nesse sentido, se expressa a responsabilidade e compromisso da gestão com o 
cumprimento das metas estabelecidas no Plano Estadual de Saúde 2016-2019 com a 
certeza de que o mesmo contribuirá de maneira significativa para a construção coletiva 
de políticas públicas que melhorem as condições de vida e de saúde em todos os 
municípios do nosso Estado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
I CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO 
 
O Estado da Paraíba está situado a leste da Região Nordeste e tem como limites, 
ao norte o estado do Rio Grande do Norte, a leste o Oceano Atlântico, ao sul 
Pernambuco e a oeste o Ceará. Apresenta relevo modesto, porém, não muito baixo com 
66% do seu território entre 300 e 900 m de altitude. Os rios do estado na maioria são 
temporários, secam nos períodos de estiagem ou diminuem bastante o volume, 
principalmente no sertão, o que influi na agricultura da região. 
Segundo a estimativa de 2014, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE), o Estado da Paraíba possui uma população de 3.943.885 habitantes distribuída 
em uma área de 56.469 km², totalizando uma densidade demográfica de 69,84 
habitantes /km². Apresenta uma maior concentração populacional na área urbana (75%) 
em relação à área Rural (25%). Em relação ao sexo, 48,4% (1.824.379) da população 
paraibana é composta de homens e 51,6% (1.942.149) de mulheres. 
Os dados do Censo/IBGE possibilitam identificar a distribuição da população 
considerando cor, etnia e grupos sociais no Estado. Com relação à cor/raça a Pesquisa 
Nacional por Amostra de Domicilio (PNAD, 2007) demonstra que na Paraíba 58,9% 
dos seus habitantes são pardos; 37,5% brancos; 3,4% pretos e 0,2% amarelos ou 
indígenas. 
 Quanto à população indígena, a Paraíba possui dois povos, o potiguar e o 
tabajara. O povo potiguar representa uma população de 12.794 indígenas, localizados 
em três municípios da região litorânea: Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto, 
distribuídos em 32 aldeias. O povo Tabajara da Paraíba possui uma população de 539 
indígenas, que estão presentes nos municípios de João Pessoa, Bayeux, Caaporã, Conde, 
Alhandra e Pitimbu. Suas terras ainda não foram identificadas e delimitadas, entretanto, 
entre 2009 e 2010 foi realizado um Estudo de Fundamentação Antropológica, que 
reuniu elementos de natureza histórica, sociológica, fundiária, etnográfica e ambiental 
sobre a área reivindicada, para caracterização étnica dos Tabajara do Litoral Sul da 
Paraíba. 
 Na Paraíba já foram identificadas 37 comunidades quilombolas distribuídas em 
todo o território, em sua maioria trata-se de quilombos rurais, contando apenas com três 
quilombos urbanos: “Paratibe”, em João Pessoa; “Os Daniel”, em Pombal; e “Talhado 
Urbano”, em Santa Luzia. No total, são 2.693 famílias com aproximadamente 12.000 
pessoas. A maioria dos quilombos da Paraíba se encontra em lugares de difícil acesso, 
16 
 
devido ao posicionamento geográfico, geralmente no cume de morros e serras ou no 
fundo de vales. 
 Aproximadamente 1.500 ciganos vivem na Paraíba e mais de 95% deles 
localizam-se no Sertão do Estado, com maior concentração em Sousa, representando a 
maior comunidade cigana do Brasil. Agrupados em comunidades, os ciganos de etnia 
Calon moram na periferia das cidades e não contam com nenhum serviço de 
infraestrutura, saneamento básico, nem esgotamento sanitário, além do desemprego, 
provocado pelo preconceito. 
 Estima-se que cerca de 9.610 pessoas no Estado da Paraíba vivem em situação 
de privação de liberdade, distribuídas em 79 Unidades prisionais, sendo que 
9.115(94,8%) são do sexo masculino e 499(5,2%) do sexo feminino. Considerando o 
regime observa que 7.820(81,34%) estão em regime fechado, 1.185(12,32%) em regime 
semiaberto e 559(5,8%) em regime aberto. 
 
II REGIONALIZAÇÃO 
 
A Regionalização da Saúde, prevista desde a Constituição Federal de 1988, 
configura-se num eixo estruturante do Sistema Único de Saúde e vem sendo 
aprimorada, desde então, como estratégia para o fortalecimento da articulação entre os 
gestores no âmbito do processo de discussão/negociação/pactuação interfederativa, base 
para a efetiva gestão desse sistema, de modo a garantir à população os seus direitos 
constitucionais. 
Em continuidade ao processo permanente de aperfeiçoamento do SUS foi 
publicado em 2011, o Decreto nº 7.508, que regulamenta a Lei 8.080/90 no que diz 
respeito à organização do SUS, ao planejamento da Saúde, à assistência à saúde e à 
articulação interfederativa e aponta novos desafios na gestão desse Sistema. 
O Decreto nº 7.508/2011 deu novas diretrizes à regionalização do SUS 
incorporando um conceito mais estruturado de redes de atenção à saúde, novos 
instrumentos de planejamento regional, como o Contrato Organizativo de Ação Pública 
em Saúde -Coap e o Mapa da Saúde, definindo o rol mínimo de ações, procedimentos e 
tecnologias oferecidos pelo SUS, dispostos na Relação Nacional de Ações e Serviços 
em Saúde – Renases e na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais – Rename. 
Além disso, o decreto organiza as relações interfederativas mediante a consagração das 
17 
 
Comissões Intergestores Regionais (CIR) como instâncias de pactuação consensual para 
definição das regras de gestão compartilhada do SUS. 
O novo modelo de gestão do SUS dispõe sobre a sua organização em regiões de 
saúde, cujas ações e serviços de saúde de atenção básica, vigilância em saúde, urgência 
emergência, atenção ambulatorial especializada e hospitalar e a atenção psicossocial, 
organizados em redes de atenção à saúde de forma a garantir o acesso da população, 
bem como potencializar os processos de planejamento, negociação e pactuação entre os 
gestores. 
O planejamento da saúde em âmbito estadual deve ser realizado de maneira 
regionalizada, de modo que o Plano Estadual de Saúde expresse, no seu conteúdo, o 
desenho das regiões de saúde instituídas, bem como as redes de atenção à saúde 
organizadas no território das regiões e entre estas. 
A atual configuração da regionalização da saúde na Paraíba, em consonância 
com a Resolução CIB nº 203/2011, atualizada pela Resolução CIB nº 13/2015, organiza 
o estado em 16 regiões de saúde distribuídas em 04 Macrorregiões, contemplando os 
seus 223 municípios. A primeira Macrorregião de Saúde, com sede em João Pessoa, é 
compostapor 04(quatro) Regiões de Saúde; a segunda com sede em Campina Grande é 
composta por 05 (cinco) Regiões de Saúde; a terceira com sede em Patos é composta 
por 03 (três) Regiões de Saúde; e a quarta, com sede em Sousa, é composta por 04 
(quatro) Regiões de Saúde (mapa 01). 
 A Paraíba possui ainda 12 unidades técnico-administrativas da Secretaria de 
Estado da Saúde, denominadas de Gerências Regionais de Saúde, que têm a missão de 
assumir a responsabilidade sanitária compartilhada no território de abrangência, 
oferecendo apoio técnico, crítico e reflexivo aos municípios, acompanhando e 
planejando as ações e serviços de saúde e participando nos diversos espaços de gestão e 
co-gestão entre os entes federados, fortalecendo o processo de regionalização no estado. 
 
 
 
 
18 
 
Mapa 01- Distribuição espacial segundo as Macrorregiões e Regiões de Saúde na 
Paraíba 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na Tabela abaixo apresentamos uma síntese da organização da regionalização 
no Estado. 
Tabela 01 – Síntese Organizacional da Regionalização da Assistência na Paraíba, 2014. 
Região de Saúde 
Macrorregião de 
Saúde 
Nº de Municípios por 
Região 
População 
1ª 1 ª 14 1.272.522 
2ª 1 ª 25 305.341 
3ª 2 ª 12 194.861 
4ª 2 ª 12 111.452 
5 ª 2 ª 17 119.240 
6 ª 3 ª 24 233.768 
7 ª 3 ª 18 148.739 
8 ª 4 ª 10 116.418 
19 
 
9 ª 4 ª 15 174.671 
10 ª 4 ª 9 116.093 
11 ª 3 ª 7 83.905 
12 ª 1 ª 14 174.327 
13 ª 4 ª 6 60.132 
14 ª 1 ª 11 149.210 
15 ª 2 ª 14 149.174 
16 ª 2 ª 15 534.032 
Fonte: Resolução CIB-E/PB nº. 203/11. IBGE 2014. 
O Estado da Paraíba apresenta significativas desigualdades regionais, com a 
maioria de seus municípios possuindo entre 2.000 e 10.000 habitantes, considerados 
como de pequeno porte, conforme demonstra a Tabela 02. Apenas João Pessoa, 
Campina Grande, Santa Rita e Patos tem população superior a 100.000 habitantes. 
 
Tabela 02 – Demonstrativo da População na Paraíba. Ano 2014. 
Intervalo da população Quant. de municípios % de municípios 
Até 2.000 hab. 06 2,7% 
Entre 2.001 e 10.000 hab. 130 58,3% 
Entre 10.001 e 50.000 hab. 77 34,5% 
Entre 50.001 e 100.000 hab. 06 2,7% 
Acima de 100.000 hab. 04 1,8% 
Fonte: IBGE, 2014. 
 
O grande desafio operacional da regionalização da saúde no estado na atual 
conjuntura consiste na implantação da Programação Geral das Ações e Serviços de 
Saúde – PGASS. A SES/PB iniciou no ano de 2015 seu processo de transição da 
Programação Pactuada e Integrada – PPI para a PGASS, visto que tal instrumento 
avança no processo de negociação e pactuação intergestores, em que são definidos os 
quantitativos físicos e financeiros das ações e serviços de saúde a serem desenvolvidos, 
no âmbito da região de saúde e não mais por ente federado, como preconizado pela PPI. 
20 
 
Avança também em relação a seu escopo, que passa a abranger além das ações de 
assistência à saúde, as ações de vigilância (sanitária, epidemiológica e ambiental) e de 
assistência farmacêutica. 
 Nesse sentido, foi formado um grupo condutor com representação da SES/PB, 
das dezesseis regiões de saúde, do COSEMS, das Gerências Regionais de Saúde, dos 
municípios sedes de Macrorregião de Saúde e do apoio institucional do MS. Esse grupo 
vem trabalhando no sentido de contribuir com a organização das regiões de saúde e 
fortalecimento das Redes de Atenção no estado, por meio da execução das etapas (I, II, 
III e IV) propostas pela PGASS. Assim, em 2015 foram realizadas oficinas em todas as 
dezesseis regiões de saúde para o desenvolvimento da etapa I, culminando ao final do 
ano com a construção do Planejamento Regional Integrado. Para o quadriênio 2016-
2019, a gestão estadual assume o compromisso de implantar efetivamente a PGASS em 
todo o estado da Paraíba. 
 A condução da regionalização no SUS faz parte de uma tarefa complexa 
exercida pelo estado, porque envolve negociações, consensos, distribuição de recursos 
financeiros, construção e revisão de mecanismos decisórios para a condução do 
processo com a participação do coletivo. Diante destes aspectos, é possível inferir que 
os desafios acerca do processo de regionalização na Paraíba ainda persistem, mas que o 
Estado vem avançando no sentido de superá-los ao adotar estratégias que fortaleçam o 
planejamento e seus instrumentos regionais, favorecendo a negociação e coordenação 
regional e assumindo funções específicas para o avanço da regionalização no Estado. 
 
III ANÁLISE SITUACIONAL 
 
1 PERFIL DEMOGRÁFICO 
Em dez anos, a população paraibana aumentou 9,4%, totalizando 3.766.528 
habitantes em 2010 – um acréscimo de 322.703 de pessoas desde 2000. A taxa média 
geométrica de crescimento anual no período 2000/2010 foi de 0,9%, menor que a média 
nacional, de 1,17%. Segundo dados estatísticos do IBGE, a população da 
Paraíba correspondente a 1,97% da população nacional, sendo o estado uma das 
unidades da federação de menor superfície (0,66% do território nacional, ficando na 21ª 
posição em ordem decrescente). O censo de 2010 demonstrou ainda que a população 
21 
 
urbana da Paraíba monta a 75,4%, em oposição aos 24,6% da zona rural. A densidade 
demográfica estadual é de 66,73 hab./km². 
Observa-se que a taxa de fecundidade da Paraíba segue o mesmo 
comportamento apresentado pela Região Nordeste e pelo Brasil, com taxas abaixo do 
nível de reposição (TFT = 2,10 filhos), com decréscimo de 20,1%, entre 2000 e 2010. 
 
Tabela 03 - Taxa de fecundidade total e diferença relativa. Paraíba, Região Nordeste e 
Brasil, 2000 e 2010. 
UF/Região 2000 2010 
Diferença Relativa 
2000/2010(%) 
 Paraíba 2,53 1,97 -20,1 
 Nordeste 2,69 2,06 -23,4 
 Brasil 2,38 1,98 -22,3 
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000/2010. 
 
Gráfico 01: Taxa de Fecundidade Total. Paraíba, 1991, 2000 e 2010. 
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1991,2000 e 2010. 
 
As pirâmides de 1991 e 2010 refletem as rápidas transformações que estão ocorrendo 
na estrutura etária da população paraibana, com redução da população jovem e aumento 
considerável da população idosa (acima de 60 anos), que representa atualmente 12% da 
população total enquanto em 1991 essa proporção era de 9%. A população de idosos 
aumentou 55,8% entre 1991 e 2010, a proporção da população de menores de 15 anos 
diminuiu 33,2% de 1991 a 2010. Este processo de envelhecimento é resultado da rápida 
mudança, tanto da taxa de fecundidade quanto da expectativa de vida. 
22 
 
 
Gráfico 02: Distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade. Paraíba, 
1991 e 2010 
 
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1991 e 2010. 
 
Gráfico 03 : Índice de envelhecimento. Paraíba, 1980-2010 
Fonte: IBGE, Censo 1980, 1991, 2000 e 2010. 
 
2 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO 
 
2.1 INDICADORES DE NASCIMENTO 
 
Total de nascidos vivos 
23 
 
 As informações sobre os nascimentos vivos em uma região são essenciais na 
construção de indicadores de saúde e demográficos, tais como: coeficiente de 
mortalidade infantil, proporção de baixo peso ao nascer e taxa de fecundidade. Esses 
indicadores podem ser utilizados em atividades de vigilância epidemiológica e 
planejamento, bem como na avaliação de políticas, ações e serviços de saúde. 
 No gráfico 04, observa-se que a Paraíba apresentou uma diminuição dos 
nascimentos, havendo nos anos de 2010 a 2014 uma redução de 2,5% de nascimentos 
no Estado, com destaque para uma maior redução entre os anos de 2011 e 2012. 
 
Gráfico 04 - Total de Nascidos Vivos nos anos de 2010 a 2014. Paraíba, 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nascidos vivos prematuros e nascidos com baixo peso 
 A prematuridade tem sido registrada entre os principais grupos de causas de 
mortes neonatais no mundo. A análise da série histórica na Paraíba demonstra um 
aumento de 16,2% nos anos de 2010 a 2012 e uma redução de 4,3% nos anos de 2012 a 
2014, conforme gráfico 05. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos - Sinasc24 
 
Gráfico 05 - Total de Nascidos Vivos prematuros nos anos de 2010 a 2014. Paraíba, 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O indicador de nascidos vivos com baixo peso revela o número de crianças com 
peso ao nascer inferior a 2.500 gramas, o que reflete de maneira geral, nos níveis de 
desenvolvimento socioeconômico e nos de assistência materno-infantil e auxiliam no 
processo de tomada de decisão no momento do pré-natal e da assistência infantil.
 Durante os anos de 2010 a 2014, a Paraíba apresentou oscilação, com redução 
entre os anos de 2010 e 2013 (5,4%) e um leve aumento nos anos de 2013 a 2014 
(4,9%). 
Gráfico 06– Total de Nascidos Vivos com Baixo Peso nos anos de 2010 a 2014. Paraíba, 
2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos – Sinasc 
Fonte: Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos - Sinasc 
 
25 
 
Proporção de nascidos vivos de mães com 7 ou mais consultas de pré-natal 
 Constitui-se um importante indicador, uma vez que uma atenção pré-natal de 
qualidade e humanizada é fundamental para a saúde materna e neonatal. A assistência 
pré-natal adequada, com a detecção e a intervenção precoce das situações de risco, bem 
como um sistema ágil de referência hospitalar, além da qualificação da assistência ao 
parto, são os grandes determinantes dos indicadores de saúde relacionados à mãe e ao 
bebê que têm o potencial de diminuir as principais causas de mortalidade materna e 
neonatal. 
 Na Paraíba, considerando a serie histórica de 2010 a 2014, identifica-se uma 
tendência ascendente de 13,2%, com crescimento ano a ano, dos nascidos vivos cujas 
mães realizaram, durante a gestação, sete ou mais consultas, refletindo o acesso da 
assistência pré-natal prestada a essa população. 
 A média de nascidos vivos de mães com 7 ou mais consultas de pré-natal na 
Paraíba (61,42) segue a mesma tendência da média da região Nordeste (62,78) e 
encontra-se acima da média quando comparado a do Brasil (45,95). 
Gráfico 07 – Proporção de Nascidos Vivos de Mães com Sete ou mais Consultas de Pré-
Natal nos anos de 2010 a 2014. Paraíba, 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos – Sinasc 
 
2.2 IMUNIZAÇÃO 
 
26 
 
As ações de Vigilância em Saúde, entre as quais as de imunizações, estão 
definidas em legislação nacional indicando que a gestão das ações deve ser 
compartilhada pelas três esferas de governo, tendo por base a regionalização, a rede de 
serviços e as tecnologias disponíveis. Atualmente, o calendário básico dispõe de 16 
vacinas contra doenças imunopreveníveis, no Programa de Imunizações; constam 
também “imunobiológicos especiais”, indicados para pacientes imunodeprimidos ou 
portadores de algumas doenças crônicas. Estas vacinas estão disponíveis nos Centros de 
Referência de Imunobiologicos Especiais (CRIE). No Estado, o quadro das doenças 
imunopreveníveis tem relação com a implantação do Programa de imunização (PNI) em 
âmbito municipal, onde, apesar dos índices de cobertura apresentados no Estado como 
um todo encontrarem-se elevados (Tabela 04), não pode deixar de considerar a não 
homogeneidade destas coberturas, que propiciam a existência de regiões com bolsões de 
susceptíveis, possibilitando a ocorrência de surtos em populações definidas. 
 
Tabela 04: Cobertura Vacinal, Paraíba 2010 a 2014. - Coberturas Vacinais (%) de 
Rotina para BCG, Hepatite B, Poliomielite, Tetravalente e Tríplice Viral* nos 
menores de 1 ano de idade. Paraíba, 2010 a 2014. 
 Fonte: Programa Nacional de Imunizações. Dados Atualizados em: 19/08/2015 
Fonte: SIAPI/SES-PB 
*Crianças de 1 ano de idade. 
 
Imunobiológico 2010 2011 2012 2013 2014 
BCG 110,46 113,41 108,66 112,51 111,91 
Rotavírus Humano 77,09 84,38 79,63 89,73 92,41 
Meningocócica C 2,33 82,65 86,87 96,81 92,23 
Penta ... ... 29,2 97,61 93,18 
Pneumocócica 31,16 82,86 83,48 93,34 89,96 
Poliomielite 100,95 101,97 92,08 108,24 100,4 
Tríplice Viral D1 
 
119,28 102,34 92,72 114,69 120,35 
Influenza 81,71 87,21 85,02 86,92 85,38 
27 
 
Relacionando os dados da tabela acima aos indicadores do SISPACTO e do 
PQAVS referente aos anos de 2013 e 2014, reforça a afirmativa de baixa 
homogeneidade de cobertura no calendário vacinal. 
 
Quadro 01: Proporção de vacinas do Calendário Básico de Vacinação da Criança 
com coberturas vacinais alcançadas. 
Ano SISPACTO PQAVS 
2013* 47,08% 5,38% 
2014 43,04% 8,50% 
*Data da Implantação 
Fonte: Programa Nacional de Imunizações. Data da consulta dos dados: 19/08/2015 
 
As vacinas são consideradas hoje como um dos principais fatores contribuintes 
para a redução da morbidade e mortalidade da população mundial, levando a um 
aumento na expectativa e qualidade de vida, controle de agravos, com grande 
contribuição para erradicação de várias doenças, sendo então as doenças 
imunopreveníveis passíveis de imunização. A influenza é uma infecção aguda das vias 
aéreas com ocorrência durante todo o ano, sendo com maior frequência nos meses do 
outono e do inverno e que está circulante na Paraíba desde 2009. Pessoas de todas as 
idades são suscetíveis a infecção pela Influenza e algumas pessoas estão mais propensas 
a adoecerem e/ou terem complicações graves, especialmente aqueles que têm fatores de 
risco para agravamento, por esse motivo fazem parte dos grupos prioritários para 
receberem a vacina da gripe. O gráfico 08 destaca a redução do número de casos para o 
período de 2010 a 2014 e nenhum registro de óbitos nos anos de 2011, 2013 e 2014, 
fato que pode se atribuir a implantação da vacina contra a influenza para os grupos de 
riscos. 
 
 
 
 
 
28 
 
Gráfico 08: Casos registrados de influenza, Paraíba 2010 a 2014. 
0
5
10
15
20
25
30
2010 2011 2012 2013 2014
notificados
confirmados
óbitos
 
Fonte: SIVEPGRIPE/NDTA SES – PB /Dados atualizados em: 04/08/2015 
 A meningite pode ser causada por diversos micro-organismos como bactérias, vírus, 
fungos entre outros. A vacinação protege contra alguns tipos de meningites como: 
Meningite tuberculosa (BCG); Meningite por Haemofhilus (DTP+Hib); Meningite por 
influenzae - Tipo B; Meningite por Pneumococos (Pneumocócica 10): Meningite por 
Meningococo (Meningocócica C). Na Paraíba, no período de 2010 a 2014 foram 
registrados 1.044 casos de meningite, sendo 115 casos de Meningite não especificada, 
seguido de 190 casos de Meningite Bacteriana e 63 de Meningite Viral. Apesar do 
número absoluto de 21 casos captados da doença meningocócica e 01 caso de meningite 
por Haemofhilus influenzae no mesmo período, ressalta-se o grande impacto causado na 
população, pelo seu potencial de acometer de forma rápida e fulminante pessoas 
previamente saudáveis e pelo risco de desencadear epidemias. Destaca-se ainda a 
introdução da vacina meningocócica C em fevereiro de 2011 e pneumocócica em março 
de 2010. A vacina Tríplice Viral previne contra Sarampo, Rubéola e Caxumba. Na 
Paraíba, durante os anos de 2010 a 2014, foram registrados 1.733 casos suspeitos de 
Sarampo e Rubéola. Destacando-se os anos de 2010, com 57 casos e 2013, com 09 
casos confirmados em surtos de Sarampo. 
 
2.3 INDICADORES DE MORBIDADE 
 
29 
 
O Estado da Paraíba apresenta um perfil epidemiológico caracterizado pela 
crescente prevalência e incidência das doenças transmissíveis e não transmissíveis como 
também dos agravos, entendendo que alguns dessas doenças/agravos já poderiam ter 
sido eliminados. Ressaltam ainda os agravos/doenças emergentes e reemergentes, como 
também os agravos de acidentes e violência, dados esses que serão apresentados a 
seguir, conformando assim a situação de saúde do Estado. 
 
2.3.1 DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 
 
TUBERCULOSE 
 
O Brasil faz parte do grupo dos 22 países de alta carga priorizados pela 
Organização Mundial da Saúde (OMS), que concentram 80% dos casos de tuberculose 
no mundo, ocupando a 16ª posição em número absolutode casos. A OMS estabeleceu 
metas desafiadoras para os países em sua estratégia pós-2015, definindo como visão de 
futuro “Um mundo livre da tuberculose: zero morte, adoecimento e sofrimento causados 
pela doença”. 
O Estado da Paraíba segue a proposta da OMS e as recomendações do Programa 
Nacional de Controle da Tuberculose no que diz respeito às prioridades relacionadas à 
detecção precoce de casos, ao tratamento do paciente e à sua conclusão com desfecho 
favorável: a cura, compreendendo que a doença possui grande magnitude, 
transcendência e vulnerabilidade e com fortes componentes sociais e econômicos. 
A Taxa de Incidência do estado da Paraíba não ocupa um dos piores índices do 
país, porém revela que a doença para ser controlada exige uma mudança nas atividades 
desenvolvidas e que estas precisam estar relacionadas a abordagens que visam à redução 
do estigma que ainda existe em torno da doença e à melhoria das estratégias para adesão 
ao tratamento, não perdendo de vista a necessidade de articulação com outras áreas, 
inclusive fora do setor da saúde. 
 
Tabela 06. Taxa de incidência da Tuberculose na Paraíba, no período 2010 – 2014. 
ANO Taxa Incidência 
2010 27,1 
2011 28,3 
30 
 
2012 29,5 
2013 30 
2014* 27,8 
Fonte: SINAN/TB/GOVE/GEVS/SES/PB. *Dados parciais. 
 
 Em relação ao índice de sucesso do Programa Estadual de Controle da 
Tuberculose que corresponde aos Indicadores de Cura e Abandono, sabe-se que a meta 
nacional para Cura é 85% e para o Abandono índices abaixo de 5%. O estado da Paraíba 
em 2013 alcançou 65,4% de cura e 14,8% de abandono reforçando a urgente 
necessidade do trabalho intersetorial para o controle do agravo. 
Tabela 07. Percentual de Cura e Abandono de Tuberculose, Paraíba 2010 a 2014. 
 
ANO %CURA %ABANDONO 
2010 69,5 13,1 
2011 67,1 14,3 
2012 69,5 14,5 
2013 65,4 14,8 
2014* 64,1 11 
Fonte: Sinan/TB/GOVE/GEVS/SES/PB. *Dados parciais. 
 
HANSENÍASE 
 
Na Paraíba, como no Brasil, a hanseníase vem apresentando uma tendência 
decrescente nos coeficientes de detecção, porém ainda com patamares elevados que nos 
coloca como Estado de Alta Endemicidade. 
Em 2014 o coeficiente de detecção foi de 15,2 por 100 mil habitantes, que 
corresponde a 588 casos. Na população menor de 15 anos houve registro de 27 casos 
novos, sendo um coeficiente de detecção de 2,9 por 100 mil habitantes. 
A proporção de contatos examinados entre os contatos registrados foi de 76%, 
considerado bom. Quanto ao Grau 2 de Incapacidade Física no momento do diagnóstico 
obtivemos 7,3%, considerado médio e se traduz pelo atraso no diagnóstico da doença. 
 
31 
 
Gráfico 09. Coeficiente de Detecção Geral e em Menores de 15 anos, Paraíba 2010 
a 2014. 
 
3,9 4,5
4,8
3,9
2,9
17,3
18,7 18,5
16,9
15,2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
2010 2011 2012 2013 2014
MENOR DE 15 ANOS POP GERAL
 
Fonte: SINAN/HANSEN/GEVS/SES/PB 
 
 Em relação aos Indicadores de Cura e Abandono a Paraíba tem alcançado as 
metas pactuadas pelo Ministério da Saúde, sabendo-se que a meta pactuada para cura é 
90% e o abandono em patamares abaixo de 5%.Conforme evidenciado na tabela a 
seguir: 
 
Tabela 08. Percentual de Cura e Abandono de Hanseníase, Paraíba 2010 a 2014. 
ANO %CURA %ABANDONO 
2010 80,2 6,4 
2011 79,9 6,3 
2012 76,1 4,9 
2013 82,3 4 
2014 77,9 2,4 
Fonte: Sinan/Hansen/GEVS/SES/PB 
 
SÍFILIS 
 
Na Paraíba, o número de notificações de casos de sífilis congênita e sífilis em 
gestante vêm aumentando ao longo dos anos. Somente entre os anos de 2010 a 2014 
foram notificados 1.113 casos de sífilis congênita e 1.741 casos de sífilis em gestante. 
32 
 
O aumento gradual na notificação de casos nos últimos anos deveu-se 
provavelmente ao fortalecimento dos serviços de pré-natal, por meio da Rede Cegonha, 
o que propiciou o aumento na cobertura de testagem das gestantes e acompanhamento 
dos casos e o aumento dos casos de sífilis congênita pode representar os esforços da 
Vigilância em Saúde do Estado na capacitação de recursos humanos e na detecção, 
notificação e investigação dos casos de sífilis congênita. 
A taxa de detecção de sífilis em gestante se mantém superior a taxa de 
incidência de sífilis congênita, no ano de 2014 a taxa de detecção de sífilis em gestante 
foi de 6,4 por 1.000 nascidos vivos e a taxa de incidência de sífilis congênita foi de 5,3. 
 
Gráfico 10 - Taxas de detecção de sífilis em gestante e número de casos de sífilis 
congênita por 1.000 nascidos vivos, por ano de notificação. 
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
2010 2011 2012 2013 2014
Ta
xa
s 
(p
o
r 
1
.0
0
0
 n
as
ci
d
o
s 
vi
vo
s)
Ano de notificação
Sífilis Gestante
Sífilis Congênita
Fonte: SES-PB/Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 
 
Apesar da ampliação do diagnóstico, a maioria dos casos continua sendo 
detectada tardiamente. Em 2014, um total de 15,6% dos casos do SINAN foi notificado 
no primeiro trimestre de gestação, com 30,4% no segundo trimestre e 48,8% no terceiro. 
Esses valores são semelhantes aos encontrados nos anos anteriores (Gráfico 11). 
 
 
 
 
33 
 
Gráfico 11. Idade gestacional ao diagnóstico da sífilis por ano. 
Fonte: SES-PB/Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 
A penicilina G Benzatina, administrada via parenteral, é a única terapia com 
eficácia documentada no tratamento de gestantes com sífilis e na prevenção da 
transmissão vertical da doença para o bebê, apresentando 98% de taxa de sucesso nessa 
prevenção. Na Paraíba, nos últimos cinco anos 81,9% das gestantes foram tratadas com 
Penicilina G Benzatina. É importante destacar que 5,9% das gestantes não foram 
tratadas. Essa situação evidencia falhas na qualidade do atendimento pré-natal e 
propicia a ocorrência de sífilis congênita. Gestantes tratadas com outro esquema foram 
3,4% e informações em branco ou ignoradas representaram 8,8% (Gráfico 12). 
Gráfico 12 - Esquema de tratamento da gestante com sífilis. 
153
532
106
788
59 103
Tratamento da gestante
Ign/Branco Penicilina G benzantina 2.400.000 UI
Penicilina G benzantina 4.800.000 UI Penicilina G benzantina 7.200.000 UI
Outro esquema Não realizado
 Fonte: SES-PB/Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 
Quanto a mortalidade infantil por sífilis congênita, no período de 2010 a 2014, o 
número de óbitos declarados no SIM foi de 44. Em 2014 foi declarado no SIM um total 
34 
 
de sete óbitos por sífilis em crianças menores de um ano, o que corresponde a um 
coeficiente de mortalidade de 0,12 por 1.000 nascidos vivos. Nos últimos cinco anos, na 
Paraíba, a taxa de mortalidade infantil por sífilis passou de 0,03 por 1.000 nascidos 
vivos em 2010 para 0,12 em 2014. No Gráfico 13, observa-se a serie histórica para a 
Paraíba. 
Gráfico 13 - Taxa de mortalidade por sífilis congênita na Paraíba. 
0,03
0,18
0,17
0,21
0,12
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
2010 2011 2012 2013 2014
Mortalidade infantil por Sífilis Congênita
Mortalidade infantil por Sífilis
Congênita
 Fonte: SES-PB/Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 
 
HIV/AIDS 
Na Paraíba, a epidemia pelo vírus HIV teve seus primeiros casos registrados no 
ano de 1985, desde então, as notificações eram feitas apenas nos casos de AIDS. A 
partir da Portaria 1.271 de 6 de Junho de 2014, ficou definido que a infecção pelo HIV 
também passa a ser de notificação compulsória. 
De acordo com os registros do SINAN Net, na Paraíba foram notificados no 
mesmo período 2.321 casos de AIDS em adulto e 72 em crianças. Estes casos 
apresentam o maior número de ocorrência em adultos, seguido de jovens e crianças. 
Esse fato deve-se a faixa etária de maior atividade sexual desprotegida, sendo também 
os grupos de maiores exposições. 
Dos 72 casos que ocorreram em crianças, 69 foram por transmissão vertical e 03 
ignorados. Os 240 casos que ocorreram em jovens (15 a 24 anos) estão distribuídos 
35 
 
segundoa categoria de exposição da seguinte forma: 115 em Heterossexuais, com 
53,0% no sexo feminino; 40 em Homossexuais; 11 em Bissexuais, 03 em Usuários de 
Drogas Injetáveis (UDI), 10 por Transmissão vertical e 61 foram ignorados. 
 Dos 2.081 casos que ocorreram em adultos, 1.092 foram em Heterossexuais dos 
quais 43,9% estão no sexo feminino. Evidenciamos que a categoria responsável pela 
elevação dos casos tanto em jovens quanto em adultos é a heterossexual. 
Observa-se, portanto que temos uma maior prevalência dos casos em adultos do 
sexo masculino, o que se inverte na população jovem que tem apresentado um maior 
numero de casos do sexo feminino. 
O gráfico abaixo representa os últimos 05 anos tendo a prevalência na faixa 
etária dos 30 a 39 anos de idade, sendo 560 (24,1%) casos no sexo masculino e 269 
(11,6%) no sexo feminino. 
 
Gráfico 14: Distribuição de casos notificados Aids/faixa etária e sexo maiores de 13 
anos, Paraíba, 2010 a 2014. 
 
Fonte: SES-PB/Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 
 
No período de 2010 a 2014, foram notificados 633 óbitos de pessoas residentes 
na Paraíba, tendo como causa básica a AIDS (CID10 3D:B20 a B24), sendo a maioria 
no sexo masculino com 439 (69,4%) e no feminino com 194 (30,6%). 
A taxa de mortalidade no ano de 2010 foi de 3,0% e em 2011 foi de 3,1% para 
100.000 habitantes, no ano de 2012 teve 3,2% e em 2013 observou um aumento em 
36 
 
relação aos anos anteriores, com uma taxa de 3,7%. E no ano de 2014 houve um 
declínio comparando com o ano de 2013, com 3,4 % de óbitos por Aids. 
Gráfico 15: Casos notificados de Aids/mortalidade na Paraíba, 2010 a 2014. 
Fonte: SES PB/ Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) 
Desde o surgimento da terapia antirretroviral combinada (TARV) e da 
disponibilização de marcadores biológicos, como CD4+ e carga viral, para o 
monitoramento de sua progressão, houve uma melhora significativa nas taxas de 
morbidade e mortalidade nas pessoas que vivem com HIV e AIDS. 
A adesão ao tratamento é determinante na melhoria da qualidade de vida, onde 
constitui grandes desafios, uma vez que demanda de seus usuários mudanças 
comportamentais, dietéticas, o uso de diversos medicamentos por toda a vida, além da 
necessidade, por parte dos serviços, de novos arranjos e oferta de atividades específicas 
em adesão. 
 
HEPATITES VIRAIS 
 As Hepatites Virais têm-se constituído em um problema de Saúde Pública, 
especialmente os dos tipos B e C, pela sua magnitude e tendência á cronificação. Na 
série histórica de 1999 a 2013, foram detectados 6.062 casos, sendo 4.620 casos de 
Hepatite Viral A, 1.214 casos de Hepatite Viral B e 228 casos de Hepatite Viral C 
(Gráfico 16). 
 
37 
 
Gráfico 16 – Tendência dos coeficientes de detecção de Hepatites Virais A, B e C, PB, 
1999 a 2013 
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
C
B
A
 
FONTE DE DADOS: Casos de hepatites virais: Sinan/SVS/MS 
NOTA: (1) Casos notificados no Sinan até 31 de dezembro de 2013 
 
 A tendência dos coeficientes (por 100.000 habitantes) da Hepatite A da série 
histórica apresentada (Gráfico 16) foi de crescimento até 2005 (21,4) com decréscimo 
em 2012 (4,0). No entanto, na análise de uma série histórica mais longa, verifica-se que 
a Hepatite A apresenta um leve decréscimo em 2007 (10,1); crescimento em 2009 
(13,3); e após a redução significativa de 2012 (4,0), crescimento acentuado em 2013 
(10,6) correspondendo a uma elevação de 250%. Os coeficientes das Hepatites Virais B 
e C no período analisado evidenciam a mesma tendência da Hepatite A. A Paraíba 
ocupou em 2013 a primeira posição (maior Taxa) no Nordeste em relação ao coeficiente 
da Hepatite A, a segunda maior taxa em relação a Hepatite B, e a terceira maior com 
relação ao coeficiente de casos da Hepatite C. 
 No mesmo ano, de acordo com o esperado para a Hepatite Viral A, a 
concentração de casos ocorre nos ciclos de vida da criança e do adolescente. Para as 
Hepatites Virais B e C a ocorrência é maior nos adultos e idosos (Figura 2). Em 2013, a 
distribuição por gênero das Hepatites Virais A, B e C apresenta um percentual de 14% 
superior dos homens em relação às mulheres (Gráfico 18). 
 
 
38 
 
Gráfico 17 - Coeficientes de Detecção de Hepatites Virais, A, B e C, por faixas 
etárias dos ciclos de vida, PB, 2013. 
 
Coeficientes de Detecção de Hepatites Virais, A, B e 
C, por faixas etárias dos ciclos de vida, PB, 2013
0 a 9 anos 10 a 19 anos 20 a 59 anos 60 e mais
A 39 24 3 0
B 1 2 7 3
C 0 0 2 2
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
 FONTE DE DADOS: Casos de hepatites virais: SinanNet/Pb 
 NOTA: (2) Casos notificados no Sinan até 10 de Agosto de 2015 
 
 
 
Gráfico 18 - Percentual de Hepatites Virais A, B e C, por gênero, PB, 2013 
Percentual de Hepatites Virais A, B e C, por 
gênero, PB, 2013
54,62
48,07
66,66
45,37
51,93
33,33
A B C
M F
 
Fonte: Casos de hepatites virais: SINANNET/PB 
Nota: (4) Casos notificados no Sinan até 10 de Agosto de 2015 
 
 
39 
 
2.3.2 DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS DE INTERFACE COM A VIGILÂNCIA 
AMBIENTAL 
 
DOENÇA DIARREICA AGUDA 
 
Em todo o mundo as doenças diarréicas são consideradas a segunda causa de 
morte em crianças menores de 5 anos, além disso estima-se que 36% dos casos são 
causados por Rotavírus (Linhares, 2010). No período de 2010 a 2014 ocorreram 
388.867 casos de Doenças Diarreicas Agudas (DDA). O ano de 2013 foi marcado por 
vários episódios de surto de DDA em todo o estado da Paraíba com 129.916 casos por 
todo o ano, mantendo o número de casos elevados até a SE 14 de 2014, porém 
apresentou posteriormente uma diminuição de 24% dos casos quando comparado ao ano 
anterior, sua incidência neste ano foi de 2.498 casos por 100.000 habitantes. 
 
 
Gráfico 19: Casos de Doenças Diarreicas Agudas – Paraíba, 2010 a 2014 
 Fonte: SIVEP-DDA/SES-PB 
 
DENGUE 
 
A dengue é um agravo de grande relevância nacional, constituindo-se sério 
problema de saúde pública transmitida pelo Aedes aegypti e o Aedes albopictus sendo 
este ultimo presente em 89 municípios do estado (Figura XX). Na Paraíba no período de 
2010 a 2014, registrou-se 62.723 casos notificados de dengue. Dentre esses anos 
40 
 
destaca-se 2013 como ano epidêmico, com 18.483 casos notificados e o ano 2014 com 
7.551 casos notificados apresentando-se como um ano atípicos, quando comparado com 
o ano anterior. O que acontece também ao analisar o coeficiente de incidência, 
conforme evidenciado na tabela abaixo: 
 
Tabela 09: Casos notificados e coeficiente de incidência por dengue, Paraíba 2010 a 
2014. 
Ano de Início de 
Sintomas 
Casos Notificados Coeficiente de Incidência 
2010 8.840 170,99 
2011 16.303 317,17 
2012 11.549 223,68 
2013 18.488 348,94 
2014 7.551 142,19 
Total 62.723 ****** 
 
Referente aos óbitos por dengue observou no gráfico abaixo que os anos de 2012 
e 2013 registraram o maior número, enquanto que o ano de 2014 apresentou redução de 
52% quando comparado com o ano de 2013. 
Gráfico 20: Óbitos por dengue, Paraíba 2010 a 2014. 
 
Fonte: Sinan Online/NDTA/SESPB 
Fonte: Sinan Online/NDTA/SESPB. 
 
41 
 
CHIKUNGUNYA 
 
Doença produzida pelo vírus chikungunya (CHIKV), transmitida por mosquitos 
do gênero Aedes, que cursa com enfermidade febril aguda, subaguda ou crônica. A 
enfermidade aguda se caracteriza, principalmente, por início súbito de febre alta, 
cefaleia, mialgias e dor articular intensa, afetando todos os grupos etários e ambos os 
sexos. Em uma pequena porcentagem dos casos a artralgia se torna crônica, podendo 
persistir por anos. As formas graves e atípicas são raras, mas quando ocorrem podem, 
excepcionalmente, evoluir para óbito. A febre de chikungunya é uma enfermidade 
endêmica nos países do Sudeste da Ásia, África e Oceania. Emergiu na região das 
Américas no final de 2013. O nome chikungunya deriva de uma palavra do idioma 
makonde, faladono sudeste da Tanzânia, que significa “curvar-se ou tornar-se 
contorcido”, descrevendo a postura adotada pelos pacientes devido à artralgia intensa. 
No Brasil em 2014 foram notificados 3.195 casos autóctones suspeitos de febre 
de chikungunya. Destes, 294 foram descartados, 2.196 foram confirmados, sendo 140 
por critério laboratorial e 2.056 confirmados por critério clínico-epidemiológico; 705 
continuam em investigação. Foram ainda registrados 93 casos importados confirmados 
por laboratório. Esses casos foram identificados nas seguintes UFs: Amazonas, Amapá, 
Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio 
de Janeiro, Rio Grande do Sul, Roraima e São Paulo. 
 Na Paraíba, no mesmo período foram notificados 08 casos suspeitos de 
Chikungunya, e todos descartados. 
 
ZIKA 
O Zika vírus (ZIKAV) é um RNA vírus, do gênero Flavivírus, família 
Flaviviridae, transmitido pelo Aedes aegypti. Segundo o MS considera definição de 
caso suspeito os pacientes que apresentem exantema máculopapular pruriginoso, 
acompanhado de pelo menos dois dos seguintes sinais e sintomas: febre ou hiperemia 
conjuntival sem secreção e prurido ou poliartralgia ou edema periarticular. 
No Brasil foram identificados os primeiros casos no Estado de Bahia, seguido do 
Rio Grande do Norte, na Paraíba, após a realização de inquérito ocorrido nos meses de 
abril e maio de 2015 da Síndrome Exantemática de Etiologia Desconhecida. Deste 
estudo foram enviadas 20 amostras para análise no Instituto Evandro Chagas-Pará. 
42 
 
Destas 11 foram confirmados para o Zika vírus o que reafirma a circulação da doença 
no Estado da Paraíba, 4 foram não detectáveis e 5 insatisfatórias para análise. Sobre a 
descrição dos casos confirmados destaca-se que (45,5%) foram do Sexo Masculino e 
54,5% Feminino; e com seguinte histórico de Sintomas: 100 % sem febre, 100% com 
artralgia, 90,9% com prurido (10 casos), 90,9% mialgia (10 casos), 81,8% (9 casos) 
fraqueza, 63,6% edema articular (7 casos), 63,6% cefaleia (7 casos), 54,5% (6 casos) 
dor retro orbital, 36,4% (4 casos) diarreia, 27,3 % (3 casos) dor de garganta, 27,3 % (3 
casos) linfadenopatia, 27,3% (3 casos) náusea, 18,2% (2 casos) tosse, 9,1% (1 caso) 
vômitos, 9,1% (1 caso) coriza e 9,1% (1 caso) hiperemia ocular. 
Segundo o Ministério da Saúde até a SE 45/2015, 18 Unidades da Federação 
confirmaram laboratorialmente autoctonia da doença. (BRASIL, Ministério da Saúde; 
BE Nº 36/2015 Volume 46). 
Para monitoramento da circulação viral a Secretaria de Estado da Saúde 
implantou três unidades sentinelas do Zika vírus, nos municípios de Bayeux, Campina 
Grande e Cajazeiras, conforme recomendação do Ministério da Saúde. Em razão das 
características da doença, a adoção de estratégia de registro da totalidade dos casos não 
tem importância epidemiológica, visto que as medidas de controle prescindem da 
caracterização dos casos individuais. Nesse sentido, o processo de decisão-ação não 
necessita dispor da informação da totalidade dos casos (notificação universal), para que 
as atividades de intervenção sejam desencadeadas. 
Em virtude do aumento de casos de microcefalia na região nordeste o Ministério 
da Saúde confirmou em 28 de novembro de 2015 a relação entre o vírus Zika e o surto 
de microcefalia na região Nordeste. O Instituto Evandro Chagas, órgão do ministério 
em Belém (PA), encaminhou o resultado de exames realizados em um bebê, nascida no 
Ceará, com microcefalia e outras malformações congênitas. Em amostras de sangue e 
tecidos, foi identificada a presença do vírus Zika. Tendo em vista a situação, o Ministro 
da Saúde decretou em 11 de novembro de 2015, Emergência em Saúde Pública de 
importância Nacional (ESPIN) por alteração do padrão de ocorrência de microcefalias 
no Brasil. 
 
MICROCEFALIA 
 
A microcefalia tem etiologia complexa e multifatorial, envolvendo fatores 
genéticos e ambientais, algumas das causas mais comuns estão: Infecções, Sífilis, 
43 
 
Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus, Herpes simples, HIV, traumas, outros vírus e 
etc. A identificação da microcefalia se dá principalmente pela medição do Perímetro 
Cefálico (PC), procedimento comum no acompanhamento clínico do recém-nascido, 
visando à identificação de doenças neurológicas. (Protocolo para investigação e 
acompanhamento dos casos de microcefalia no estado da Paraíba , 2015). 
 Independente da causa, já é uma condição confirmada. No entanto, em se 
tratando da vigilância de microcefalias relacionadas ao vírus Zika, todos os casos que, 
após revisão da aferição das medidas, dos exames ou do critério de enquadramento, não 
estejam contemplados nas definições estabelecidas para relação com infecção pelo vírus 
Zika, serão descartados, de acordo com o “Protocolo de vigilância e resposta à 
ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika”, da SVS/MS. 
Ressalte-se, ainda, que o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) é o 
sistema de informação oficial para registro de todas as anomalias congênitas 
identificadas no pós-parto. Por conseguinte, todos os casos diagnosticados de 
microcefalia, relacionados ou não à infecção pelo vírus Zika, deverão ser notificados 
oficialmente neste sistema, que tem o objetivo de fornecer informações sobre as 
características dos nascidos vivos. 
 Na Paraíba até o dia 26 de dezembro de 2015, foram notificados à Secretaria de 
Estado da Saúde (SES) 476 casos suspeitos de microcefalia relacionados ao vírus Zika, 
identificados em 96 municípios (figura 01). Destes, 21 foram confirmados – dois por 
diagnóstico laboratorial conclusivo para o vírus Zika e os demais por diagnóstico de 
imagem, 30 casos foram descartados e 425 continuam em investigação pelas Secretarias 
Municipais de Saúde com apoio da SES e do Ministério da Saúde. Neste período, cinco 
(5) casos suspeitos evoluíram para óbito - infantil (4) e fetal (1) -, cujas mães são 
residentes dos municípios de Piancó (01), Conde (1) e João Pessoa (3). Após a 
conclusão da investigação, um (1) óbito infantil foi descartado - os achados não eram 
compatíveis com malformação congênita de origem infecciosa. Os demais estão em 
investigação (Boletim Epidemiológico dos casos suspeitos de microcefalia nº 06/2015). 
 
 
 
 
 
44 
 
Figura 01 - Distribuição Espacial dos municípios com casos e óbitos suspeitos de 
microcefalia relacionados à infecção pelo vírus Zika. Paraíba, 2015. 
 
 
 
 
DOENÇA DE CHAGAS 
 
Na Paraíba, em áreas endêmicas para Doença de Chagas tem ocorrido a redução 
de transmissão, devido à melhoria das condições de habitação, às ações de controle, à 
seleção do sangue para transfusão e à detecção precoce e tratamento de novos casos, 
incluindo casos de transmissão congênita. Em 2011, 46 municípios estavam sob 
Vigilância para o agravo (baixo risco de infecção) e 152 sob vigilância e controle 
(médio e alto risco), compreendendo alguns municípios que fazem parte da 3ª a 11ª 
Região de Saúde. 
 
 RAIVA 
 
Na Paraíba o último caso registrado de Raiva Humana data de 1999 e de Raiva 
Canina em 2010. No período de 2010 a 2014, foram enviadas 546 amostras de 
monitoramento da raiva em animais, sendo identificado apenas 01 caso positivo em cães 
no ano de 2010. Neste mesmo período (2010 a 2014) foram registrados 28 casos em 
45 
 
bovinos, 02 em raposa, 01 em morcego e 02 em equino. No período de 2010 a 2014 
registramos o atendimento antirrábico humano em 33.642 pessoas, sendo 5.456 em 
2010, 5.011 em 2011, 7.284 em 2012, 7.896 em 2013 e 7.905 em 2014. A profilaxia da 
Raiva Animal tem sido feita através da vacinação tanto nas campanhas como na rotina, 
de bloqueios focais quando da detecção de focos, além do monitoramento dos animais 
suspeitos. Na última Campanha Nacional de Vacinação contra a Raiva Animal realizada 
em outubro de 2014 foram vacinados 606.758 animais, sendo 467.128 cães e 139.630 
gatos, alcançandouma cobertura vacinal canina de 90,07%, superando a meta 
estabelecida pelo Ministério da Saúde que é de 80,0%. 
 
LEISHMANIOSE VISCERAL E TEGUMENTAR 
 
As estratégias de controle da Leishmaniose Visceral são geralmente centradas e 
dirigidas para o controle do reservatório canino, bem como o controle do agente 
transmissor, diagnóstico e tratamento dos casos humanos. Em virtude da alta taxa de 
cães soro reagente verificado nas amostras de sangue canino em inquéritos realizados, 
ficou evidenciada a necessidade de se desenvolver ações mais eficazes e imediatas no 
controle das leishmanioses no Estado da Paraíba, a exemplo da implantação em todo 
Estado do Teste Rápido para diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina que 
consideramos um grande avanço para o controle da doença. 
A área endêmica da doença encontra-se delimitada, abrangendo cerca de 70% 
dos municípios do Estado. Na maioria dos municípios, a transmissão ocorre de forma 
esporádica. Em cerca de 15% destes a magnitude da transmissão é moderada ou intensa, 
sendo estes responsáveis pelo registro de 60% dos casos humanos. Os principais focos 
de L.V estão situados nas regiões do Sertão, do Litoral, da Zona da Mata e do Agreste. 
Nesta última região o surgimento da transmissão do agravo foi observado a partir de 
meados da década de 90. Nos últimos cinco anos, a transmissão da LV vem crescendo 
na zona urbana de algumas cidades da 9ª GRS (Cajazeiras), 10ª GRS (Sousa) e 8ª GRS 
(Catolé do Rocha), além do município de João Pessoa. Recentemente também vem 
sendo detectado caso esporádico da enfermidade na região do Cariri. 
No tocante a Leishmania Tegumentar-LTA, ocorre transmissão autóctone em 
113 municípios paraibanos. A doença é encontrada na forma cutânea, ocorrendo com 
maior frequência em maiores de 10 anos, sendo mais prevalente para o gênero 
masculino. A ocorrência da LTA envolve todas as seis regiões fisiográficas do estado, 
46 
 
no entanto, as regiões com maior concentração de casos são as sub-regiões: zona do 
Agreste e Caatinga Litorânea, Zona do Brejo, Zona da Borborema. 
Nos anos de 2010 a 2014 foram notificados 255 casos, ocorridos em 22 (2010), 
10 (2011), 10 (2012), 15 (2013) e 14 (2014) municípios respectivamente, sendo em 
2014 a notificação de 35 casos suspeitos, destes 33 foram confirmados, 18 ocorreram na 
zona rural e 14 na zona urbana. Em relação à estratificação epidemiológica da LTA no 
Estado ainda neste ano, tivemos 184 municípios sem registro de transmissão; 19 
municípios com baixo risco de transmissão; 12 municípios com médio risco de 
transmissão; sete municípios com alto risco de transmissão (Cuitegí, Pilões, Piloesinhos, 
Alagoa Grande, Alagoa Nova, Areia, Poço Dantas) e um município com muito alto 
risco de transmissão (Matinhas). Casos esporádicos de LTA têm sido registrados a cada 
ano em regiões consideradas como não endêmicas a exemplo de Vieiropolis e Uiraúna 
situados na 4ª macrorregião, que após pesquisa entomológica do NEPO, foram 
encontradas espécies de flebotomíneos incriminadas na transmissão de Leishmanias, 
consideradas agentes etiológicos da LTA. 
 
LEPTOSPIROSE 
 
 A leptospirose, doença de veiculação hídrica, está associada a precárias 
condições de moradia e presença de roedores no peridomicílio. Na Paraíba, a 
leptospirose tem-se mostrado em condições endêmicas, o que tem contribuído para o 
aparecimento dos casos em áreas onde há acúmulo de resíduos sólidos e/ou moradias e 
em locais de inundações/enchentes. No período de 2010 a 2014, foram notificados no 
Estado 323 casos de leptospirose, sendo 88 destes confirmados. Nesses 05 anos, foram 
registrados 18 óbitos pelo agravo, distribuídos nos municípios de João Pessoa (12), 
Campina Grande (03), Guarabira (01), Cruz do Espírito Santo (01) e Bayeux (01). 
 
ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS 
 
Os acidentes ofídicos têm uma grande importância de saúde pública em virtude 
de sua grande freqüência, sazonalidade e gravidade em alguns casos. Os acidentes 
ocorridos na Paraíba têm-se mostrado dentro da normalidade e, apesar da Paraíba está 
localizada na região semiárida, temos uma boa distribuição de insumos com 32 serviços 
47 
 
de saúde de referência para estes acidentes. Como acontece normalmente, tivemos um 
índice maior de acidentes botrópicos com 81,2%, seguidos dos acidentes crotálicos com 
13,4% e os elapídicos com 5,3% dos acidentes. 
 
PESTE 
 
O programa de Controle da Peste desenvolve, rotineiramente, ações de 
Vigilância Epidemiológica em 45 municípios, que fazem parte do foco natural da peste 
da Chapada da Borborema, realizando também, eventuais intervenções de ataque de 
acordo com os índices de alarme sugestivos da possibilidade de ocorrência da peste, 
tanto em animais como em humanos. O estado da Paraíba é abrangido pelo foco do 
Agreste, que atravessa os estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do 
Norte, sendo um dos focos mais importantes do Brasil. Conta também, com 02 
municípios e 36 localidades situados no foco da Serra do Triunfo. As Gerências 
Regionais de Saúde na vigilância da Peste, dentro do foco da Chapada da Borborema e 
da Serra do Triunfo são: 2ª, 3ª, 4ª, 11ª e 12ª. No Estado existem dois laboratórios de 
apoio funcionando em imóveis cedidos nos municípios de Esperança e Umbuzeiro. 
 
ESQUISTOSSOMOSE/ GEO-HELMINTÍASES 
 
Doença parasitária de veiculação hídrica, causada pelo Schistossoma mansoni de 
ocorrência tropical em pessoas que vivem em condições precárias de vida e trabalho. A 
Paraíba apresenta 67 municípios endêmicos na área que compreende o litoral, agreste e 
brejo, onde aproximadamente 15% destes possuem localidades com prevalência acima 
de 5% aferidos em inquéritos trabalhados anualmente através de exames coprologico, e 
mais 4 municípios focais(Condado, Marizópolis, Sousa e Sumé), para a 
esquistossomose. 
As Geo-helmintíases estão presentes em todas as regiões do Estado ocorrendo 
principalmente nas áreas rurais e periferias de centros urbanos, estima-se que a 
prevalência varia entre 2 a 36% nos municípios de baixo IDH, sendo 70% desses casos 
em escolares. 
 
 
TRACOMA 
48 
 
 
O tracoma, doença transmitida pela bactéria Chlamydia Trachomatis, tem 
sintomas parecidos com a conjuntivite. É muito contagiosa, com fácil poder de 
transmissão através de ambientes coletivos. Para que seja possível pensar na erradicação 
mundial do tracoma, faz-se necessária a implantação de programas de saneamento 
básico em áreas menos favorecidas. Segundo dados do Ministério da Saúde, a taxa de 
detecção de tracoma em escolares no Estado da Paraíba foi de 83,5%. O tracoma não foi 
erradicado e deve permanecer no diagnóstico diferencial de conjuntivite folicular 
crônica em crianças e adolescentes. Dos 223 municípios do estado Bananeiras e 
Riachão são endêmicos, sendo registrado um caso em Bananeiras em 2014. 
 
2.3.3 DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS - DCNT 
 
 As DCNT tendem a afetar mais as pessoas de baixa renda, por estarem mais 
expostas aos fatores de risco e por terem menor acesso aos serviços de saúde. Além 
disso, essas doenças criam um círculo vicioso, levando as famílias a maior estado de 
pobreza (WHO, 2011). Existe forte evidência que correlaciona os determinantes sociais, 
como educação, ocupação, renda, gênero e etnia, com a prevalência de DCNT e fatores 
de risco (WHO, 2008). No Brasil, os processos de transição demográfica, 
epidemiológica e nutricional, a urbanização e o crescimento econômico e social 
contribuem para o maior risco da população ao desenvolvimento de doenças crônicas. 
Nesse contexto, grupos étnicos e raciais menos privilegiados, como a população 
indígena e a população negra, quilombola, têm tido participação desproporcional nesse 
aumento verificado na carga de doenças crônicas (SCHMIDT et al., 2011). 
 Em relação às DCNT a Organização Mundial da Saúde estima que, a cada ano, 
100 milhões de pessoas são empurradaspara a pobreza nos países em que se tem de 
pagar diretamente pelos serviços de saúde (WHO, 2010). Na Paraíba segundo o Sistema 
de Informação Hospitalar do SUS – SIH/SUS observa-se um cenário onde as doenças 
do aparelho respiratório são as principais causas de internações, gerando maior custo no 
Sistema de Saúde do Estado. Em 2010 foram observado 890 internações a cada 100 mil 
habitantes, demonstrando uma queda significativa nos anos subsequentes, finalizando o 
ano de 2014 com 595 internações por 100 mil habitantes. Nos últimos anos (2010 - 
2014) tem ocorrido uma queda na taxa de internação hospitalar por doenças do 
49 
 
Aparelho Circulatório, em relação às neoplasias observa-se um aumento no Estado, 
passando de 138/100 mil habitantes em 2010 para 174/100 mil habitantes em 2014. Em 
diabetes foi constatado uma média anual de 80 internações por 100 mil habitantes, no 
período analisado (Gráfico 21). 
 
Gráfico 21 – Taxa de Internação hospitalar por Doenças Crônicas selecionadas, 
Paraíba, 2010-2014. 
 
Fonte: Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Ministério da Saúde. 
Os gráficos 22 e 23 demonstram um panorama geral de internações hospitalares 
por sexo, onde se pode observar uma diferença pequena na taxa de internação do sexo 
feminino para o masculino, exceto no caso das doenças do aparelho circulatório onde se 
registra uma quantidade maior de internações no sexo masculino. 
Gráfico 22 – Taxa de Internação hospitalar por Doenças Crônicas selecionadas, 
sexo masculino, Paraíba, 2010-2014. 
Fonte: Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Ministério da Saúde. 
50 
 
Gráfico 23 – Taxa de Internação hospitalar por Doenças Crônicas selecionadas, 
sexo feminino, Paraíba, 2010-2014. 
Fonte: Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Ministério da Saúde. 
No que se refere à violência, pela sua magnitude e transcendência representa um 
problema social e de saúde pública que ao longo das décadas vem aumentando sua 
morbimortalidade em todo país. A partir do trabalho de sensibilização de profissionais 
de saúde e áreas afins para a notificação de violências no Sistema de Informação de 
Agravos de Notificação (SINAN), identificou-se aumento gradual no número de 
registros. Em 2010, 789 casos foram notificados no SINAN, no ano de 2011 foram 
1.449 notificações, 2012 com 4.131, já 2013 registrou 5.312 e em 2014, foram 2.512 
casos de violência. 
Entretanto, sabe-se que esses números ainda revelam uma grande subnotificação 
de casos no Estado e, além disso, a qualidade das informações disponíveis ainda não é a 
desejada, tendo em vista que os profissionais que trabalham com a Ficha de Notificação 
de Violência Interpessoal/Autoprovocada estão sendo qualificados para uma melhor 
qualidade das informações colhidas. 
No período de 2010 a 2014, ocorreram 14.193 notificações no SINAN-PB. Da 
sua totalidade, 35,7% corresponde a faixa etária de 20 a 39 anos. O local de ocorrência 
que mais se destaca é a residência com 48,3%, seguido da via pública com 26,7%. No 
que se refere ao sexo, o maior percentual foi o sexo feminino com 51,4%. Dentre os 
tipos de violência no sexo feminino, o mais incidente foi à violência física com 56,3%, 
seguido da violência psicológica/moral 34,9%. 
 
51 
 
2.3.4 DOENÇAS E AGRAVOS RELACIONADOS AO TRABALHO 
 
Os acidentes e doenças do trabalho são agravos que repercutem na 
morbimortalidade da população trabalhadora brasileira, constituindo-se em importante 
problema de saúde pública. A Vigilância Epidemiológica dos agravos à saúde do 
trabalhador de notificação compulsória foi implantada de forma gradual em nosso país, 
a partir de 2007, com a publicação da portaria nº 1.271, de 6 de Junho de2014 onde em 
seu anexo, define que os agravos à saúde do trabalhador como: Acidente de trabalho 
fatal; Acidente de trabalho com mutilações e Acidente de trabalho em crianças e 
adolescentes são de notificação compulsória imediata e deve ser realizada pelo 
profissional de saúde ou responsável pelo serviço assistencial que prestar o primeiro 
atendimento ao paciente, em até 24 (vinte e quatro) horas desse atendimento, pelo meio 
mais rápido disponível . Os acidente com exposição a material biológico e Intoxicações 
Exógenas (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais 
pesados) são de notificação semanal, realizada em até 7 (sete) dias, a partir do 
conhecimento da ocorrência de doença ou agravo e será feita à Secretaria de Saúde do 
Município do local de atendimento do paciente. 
 No caso dos agravos relacionados ao trabalho a Portaria MS nº 1984 de 
12/09/2014 em anexo, define que os agravos relacionados à saúde do trabalhador de 
Notificação Compulsória a serem monitorados por meio da estratégia de vigilância em 
unidades sentinelas são: Dermatoses Ocupacionais; Lesões por Esforços Repetitivos 
(LER), Distúrbios Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT); 
Pneumoconioses; Perda Auditiva Induzida por Ruído - PAIR; Transtornos Mentais 
Relacionados ao Trabalho; e Câncer Relacionado ao Trabalho. 
 O quadro 1, mostra a situação dos agravos relacionados a saúde do trabalhador 
de notificação compulsória registrados no SINAN no período de 2007 a 2014 na 
Paraíba. Apesar de observarmos o crescimento dos acidentes de trabalho grave, 
acidentes com material biológico e doenças ocupacionais, a exemplo da LER/DORT 
(Lesões por Esforços Repetitivo/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao 
Trabalho), ao longo dos anos, ainda assim há a subnotificação desses dados. Quando 
analisamos outras doenças como: câncer relacionado ao trabalho, dermatoses 
ocupacionais, Perda Auditiva Induzida por Ruídos (PAIR), Pneumoconioses, 
intoxicação exógena relacionada ao trabalho e transtornos mentais relacionado ao 
trabalho, a subnotificação é ainda maior chegando a ser, em alguns casos, invisíveis, 
52 
 
uma vez que no perfil produtivo do Estado da Paraíba contempla atividades econômicas 
do ramo da agricultura, mineração, indústria, telemarketing entre outros o que são 
atividades que podem levar ao adoecimento dos trabalhadores do nosso estado. 
 Tendo como base as informações da Organização Internacional do Trabalho - 
OIT (2013), observa-se que anualmente no processo de trabalho ocorrem 2 milhões e 
340 mil mortes. Estatísticas mostram ainda que a cada 15 segundos um trabalhador é 
morto por Acidente ou doença no trabalho e que o Brasil encontra-se no quarto lugar no 
ranking mundial de acidentes fatais. Diante deste cenário, precisamos desenvolver 
estratégias junto à vigilância e à assistência para fortalecer a Política Nacional de Saúde 
do Trabalhador e da Trabalhadora - PNSTT na Paraíba, sabendo que só teremos uma 
saúde integral e de qualidade quando entendermos que o trabalho é um fator 
condicionante e determinante no processo saúde doença. 
 
Quadro 02 - Número de agravos relacionados à Saúde do Trabalhador notificados 
no período de 2007 a 2014 no estado da Paraíba. 
Fonte: SINAN - 13/08/2015 
*Acidente de trabalho grave são acidentes com: Acidente de trabalho fatal, acidente de trabalho com mutilações 
e acidente de trabalho em crianças e adolescentes 
Ano 
*Acidente 
Grave 
Acidente 
com 
Material 
Biológico 
Câncer 
relacionado 
ao 
Trabalho 
Dermatose 
Ocupacional 
LER / 
DORT 
PAIR 
Pneumu- 
coniose 
Transtorno 
Mental 
Intox.Exógena 
Rel. ao 
Trabalho 
2007 122 8 1 0 37 0 0 2 26 
2008 240 29 0 0 67 2 0 1 15 
2009 287 114 0 1 144 1 0 1 1 
2010 335 206 0 3 153 2 1 2 16 
2011 446 344 2 1 130 2 1 3 20 
2012 429 489 0 7 87 4 1 12 54 
2013 865 641 1 3 190 2 14 ! 
2014 743 450 - 3 296 3 31 74 
Total 3.467 2.281 4 18 1.104 11 8 66 206 
53 
 
2.4 MORTALIDADE 
2.4.1 MORTALIDADE GERAL 
 
Em 2013, foram notificados ao sistema de informações sobre mortalidade (SIM) 
um total de 26.544 óbitos no Estado. Desse total, 55,4% foram de indivíduos de sexo 
masculino.

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