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“Macroeconomia” Cap. 2 e 6 Olivier Blanchard 5ª Edição, Pearson, 2011 PIB, inflação e desemprego Introdução A partir de agora focaremos na parte da economia que estuda como se determinam os niveis totais de emprego, produção e preços no agregado (Macroeconomia), em vez de olhar para o comportamento individual de consumidores e firmas (Microeconomia). Introdução As contas nacionais são a principal fonte de dados econômicos agregados. Ex: PIB, Consumo, Poupança, Nível de Preços, etc… Já a teoria macroeconômica busca explicar - através de modelos teóricos - como evoluem esses agregados. Contas Nacionais Objetivo das contas nacionais: aferir o valor em unidades monetárias dos principais agregados, durante um determinado período de tempo. Quanto a economia produz? Quanto a economia consome? Quanto a economia investe? Como o investimento é financiado? Quais as remunerações dos fatores de produção? 4 SUMÁRIO 1. Conceitos 2. PIB - Mensuração 3. PIB nominal e PIB real 4. Inflação 5. Desemprego 5 SUMÁRIO 1. Conceitos 2. PIB - Mensuração 3. PIB nominal e PIB real 4. Inflação 5. Desemprego 6 Conceitos A contabilidade nacional desenvolve-se a partir de sete conceitos básicos: Produto Renda Consumo Poupança Investimento Absorção Despesa 7 Produto Produto é o valor da produção de bens e serviços de uma economia, durante determinado período de tempo. Como esses bens e serviços são medidos em unidades físicas distintas, é apenas depois de transacionados no mercado, a um determinado preço, que eles adquirem um valor econômico relativo. Considera-se para o cálculo do produto apenas os bens e serviços finais – bens e serviços que não são usados na produção de nenhum outro bem ou serviço - para evitar dupla contagem. 8 Produto Soma do valor dos bens e serviços finais produzidos Ex: Suponha que um país só produza cerveja e pão: Produto = preço da cerveja X quantidade de cerveja + preço do pão X quantidade de pão Existe um procedimento alternativo para se contabilizar o produto, que não pela soma direta dos bens e serviços finais produzidos. Valor adicionado - Este procedimento contabiliza o valor que foi adicionado em cada etapa produtiva ao valor dos bens intermediarios. Valor adicionado Exemplo Suponha que um país só produza pão Neste caso o produto é a soma do valor adicionado na producão de trigo, farinha e pão, ou seja, 10+5+5=20 Produto Valor do produto Insumo intermediario Valor adicionado Trigo 10 0 10 Farinha 15 10 5 Pão 20 15 5 11 Renda O conceito de renda é o de remuneração dos fatores de produção. Inclui-se na renda: Salários (remuneração do trabalho) Juros (remuneração do capital de empréstimo) Lucros (remuneração do capital de risco) Aluguéis (remuneração do capital físico) 12 Consumo O Consumo Privado corresponde ao valor de bens e serviços adquiridos pelos indivíduos para a satisfação de seus desejos. Estes podem ser produzidos domesticamente ou importados. O Consumo do Governo correspondem ao valor dos bens e serviços que o governo coloca à disposição da população. Exemplos: educação pública, serviços de policiamento e serviços médicos. Alternativamente, são os salários pagos aos servidores públicos mais os gastos em material de consumo com bens nacionais e importados. OBS: Pagamentos de transferências como seguro desemprego e previdência social não são incluídos, pois o receptor não precisa dar nenhum bem ou serviço em troca. 13 Poupança e Investimento Poupança: renda não consumida Investimento: acréscimo no estoque de capital físico ( construções e máquinas) mais variação de estoques 14 15 Investimento – Capital fixo construção 2005 2006 200 7 2008 2009 2010 2011 2012 2013 144709 157385 177816 210430 247550 298228 330370 349270 371679 máquinas e equipamentos 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 170656 201084 251133 328539 293347 384946 418529 396856 460741 Absorção e Despesa Absorção: Consumo (público e privado) + Investimento economia fechada: absorção = produto. economia aberta: se as exportações são maiores (menores) que as importações o produto é maior (menor) que a absorção. Despesa: corresponde aos destinos do produto. consumo, investimento, exportações ou importações (destino do produto do resto do mundo) 16 Produto, Renda e Despesa As relações entre Produto, Renda e Despesa podem ser representadas pelo fluxo circular da renda. Ao produzir bens e serviços as empresas utilizam fatores de produção fornecidos pelas famílias, que por sua vez são remunerados, permitindo às famílias adquirir os bens e serviços produzidos pelas empresas. Produto = Renda = Despesa 17 SUMÁRIO 1. Conceitos 2. PIB - Mensuração 3. PIB nominal e PIB real 4. Inflação 5. Desemprego 19 PIB O Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado é a medida do produto agregado. Podemos mensurar o PIB através de 3 óticas: 1) Ótica da Produção (B & S finais ou V.A.) 2) Ótica da Renda 3) Ótica da Demanda ou Despesa 20 EXEMPLO Considere uma economia composta por duas empresas: 21 EXEMPLO 1.1) PIB pela ótica da produção: valor dos bens e serviços finais produzidos em uma economia durante um determinado período. Bens e serviços finais = $ 210 = PIB 22 EXEMPLO 1.2) PIB pela ótica da produção: soma do valor adicionado na economia em um dado período. Valor adicionado = Valor da produção – Consumo de bens intermediários. Soma do valor adicionado = ($ 100 – $ 0) + ($ 210 - $ 100) = $ 100 + $ 110 = $ 210 = PIB 23 EXEMPLO 2) PIB pela ótica da renda: soma de toda a renda gerada na economia em um determinado período. Renda gerada = Renda do Trabalho + Renda do Capital (Lucro) = ($80 + $70) + ($20 + $40) = $ 210 = PIB . 24 EXEMPLO Para simplificar, suponha que os salários pagos se destinam ao consumo de automóveis pelas famílias e que os lucros são usados para investimento pelas firmas. 3) PIB pela ótica da demanda = Consumo + Investimento = ($80 + $70) + ($20 + $40) = $ 210 = PIB 25 Apenas os bens finais são computados no PIB: O papel usado na produção do livro não é contabilizado separadamente no PIB, porque sua contribuição ao valor da produção nacional já está incluída no preço do livro. Além disso, só os bens produzidos no período (trimestre, semestre, ano) são contabilizados no PIB, bens usados não, pois já foram contabilizados no passado. Importante 26 26 Imagine que as empresas 1 e 2 do nosso exemplo façam uma fusão e agora a produção de aço ocorra dentro da nova empresa e não seja mais registrada. Neste caso, o PIB não deveria se alterar, pois não houve nenhuma mudança na quantidade de bens finais produzidos. Importante 27 27 PIB pela ótica da demanda Onde: C = Consumo Privado I = Investimento (Público e Privado) G = Consumo do Governo X = Exportações de bens e serviços M = Importações de bens e serviços PIB = C + I + G + X - M 28 Obs: Exportações líquidas incluem bens e serviços. Fonte: IBGE A Composição do PIB no Brasil Tabela 1 A Composição do PIB no Brasil, 2016 Bilhões de reais (%) PIB PIB (Y) 6.267 100 Consumo (C) 4.012 64 Investimento (I) 968 15 Consumo do Governo (G) 1.265 20 Exportações Líquidas +23 +1 Exportações (X) 783 13 Importações (IM) 760 12 SUMÁRIO 1. Conceitos 2. PIB - Mensuração 3. PIB nominal e PIB real 4. Inflação 5. Desemprego 30 O PIB nominal é a soma das quantidades de bens finais (1, 2, ..., N) multiplicada por seus preços correntes . onde: Pn, t e Qn, t são respectivamente preço e quantidade do bem n na data t . O PIB nominal também é chamado de PIB a preços correntes . PIB Nominal 31 31 Considere uma economia com três produtos1, 2 e 3. Qual é o PIB nominal de cada ano? Exemplo 32 Ano 2012 2013 Produto Quantidade Preço Quantidade Preço 1 20 1 21 6 2 25 10 27 12 3 10 15 11 17 32 Fonte: IBGE Em 2016 o Brasil gerou um PIB de R$ 6,3 trilhões de reais. PIB Nominal 1207 - Produto inte rno bruto em R$ correntes - R$ 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 1199092070940.21 1315755467830.9299 1488787255158.3701 1717950396424.49 1957751212962.5601 2170584500000 2409449940000 2720262930000 3109803100000 3333039350000 3885847000000 4376382000000 4814760000000 5331619000000.0098 5778953000000 600057 0460099.9902 6266894736443.8604 PIB Real 34 O aumento do PIB nominal ao longo do tempo pode se dar por : um aumento na quantidade de bens produzidos um aumento no preços dos bens Descontar o efeito do aumento de preços (inflação) no PIB nominal é fundamental para termos uma figura clara do comportamento real do produto ao longo do tempo, ou seja, da variação do mesmo em termos de B & S. Para isso, usamos o conceito de PIB real. 34 O PIB real é a soma das quantidades de bens finais multiplicada por seus preços constantes . onde: Pn, s e Qn, t são respectivamente preço e quantidade do bem n nas datas s e t . O PIB real também é chamado de PIB a preços constantes, ou PIB ajustado pela inflação. Por exemplo, o PIB de 2011 pode ser medido em reais de 2010, ou em reais de 2005. PIB Real 35 35 Considere uma economia com três produtos 1, 2 e 3. Qual o PIB real de cada ano, com base nos preços do ano 2012? Exemplo 36 Ano 2012 2013 Produto Quantidade Preço Quantidade Preço 1 20 1 21 6 2 25 10 27 12 3 10 15 11 17 36 PIB Nominal e Real do Brasil 37 Fonte: IBGE 37 PIB nominal 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 349.204679 705.64089209187205 843.96563131890446 939.14661691184006 979.27574888334095 1064.9997117990911 1179.482 1302.136 1477.8219999999999 1699.9480000000001 1941.498 2147.239 236 9.4839999999999 2661.3440000000001 3032.203 3239.404 3770.0848719999844 4143.0133379999997 4402.5371094077354 PIB real (preços de 2012) 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2582.5065797275997 2696.5715565705723 2754.56129750 50012 2847.5359503794321 2848.5424311927554 2855.7799596299387 2978.7551808592002 3017.8697754364302 3098.0875934426999 3133.610879921624 5 3312.6118953089799 3417.27961926117 3552.50257181082 3768.9000907230898 3963.812433917587 3950.742663617114 4248.3792891572011 4364.4792210601854 4402.5371094077354 O PIB per capita é definido como o PIB dividido pela população , ou seja, ele mede o produto gerado em um determinado período por cada habitante do país, em média. PIB per capita 38 38 Em 64 anos o Brasil quintuplicou seu produto por habitante. A taxa média de crescimento per capita foi de 2,7% a.a. PIB per capita - R$ de 2013 (mil) PIB per capita (preços 2013) - ref. 2000 - R$ de 2013 (mil) - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) - GAC_PIBCAPR 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 4.84508348 44466701 4.9409740911921096 5.1502783488757604 5.2353459488043397 5.4770073636399701 5.7812098546089699 5.7703065305155299 6.0275876162814104 6.4776518091008004 6.8991630702766402 7.3225959726024703 7.7170020447386998 7.9851034030196901 7.7999035198169997 7.8337464110531601 7.7945236975918597 8.0843347626442998 8.1918290315524498 8.75060050332924 9.3260656664154808 10.0256144402007 10.8746515950362 11.864007633863601 13.1832207310594 13.906940796671099 14.270193485048299 15.356746265853401 15.7330381273639 16.128637173447601 16.820590310456701 17.947736392816299 16.7961264024858 16.558824692970202 15.724519848400799 16.224447547569302 17.142850007464599 18.0689493957058 18.3617502700383 18.0319610954915 18.300274777611399 17.242381621384901 17.1829040434849 16.8908047307388 17.4672465795745 18.169094071288299 18.707314338834198 18.7998731691637 19.068145725147499 18.6897962671258 18.3638029197724 18.805956199299899 18.758888532659 19.006664753789 19.007562628879501 19.888686363957898 20.318422778820299 20.916211134910199 21.959526555972399 22.8317572026215 22.480724229493902 23.874907966619499 24.290531049095001 24.312987581505801 24.6964723430726 Fonte: BCB Note a queda do PIB per capita nos últimos anos. PIB per capita (R$ 2016) Fonte: IBGE Nos dias atuais o crescimento da população está abaixo de 1% a.a. taxa de crescimento da população residente (%) taxa de crescimento da população residente 1945 1946 1947 1948 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2.2860890921339885 2.3856271459291643 2.4848095635888132 2.5830386113667654 2.6797572472001852 2.7744374955890763 2.8641818673917805 2.9393916351418121 2.9987604258404486 3.0435520367881463 3.0750337991899772 3.094435433071272 3.1029414915282576 3.1016682535594313 3.0916592917622974 3.0738883740458318 3.0495933543005149 3.0208848213604269 2.9886331674302715 2.953297391796859 2.9152856049020417 2.8749678175152371 2.8326737561188189 2.7886974525063342 2.7432991990541873 2.6967130756381645 2. 6498363458935659 2.6054873495450193 2.5641467134199312 2.5255854223149585 2.4895958228409998 2.455985423551418 2.4245818067927454 2.3952231555722214 2.367763450895243 2.3420681973617477 2.3150051643943117 2.2749776366446102 2.2202985174196215 2.1522851340317204 2.0720981192403483 1.9807464699801147 1.8790857857318952 1.7678172811969963 1.6474959647408982 1.5185327012808623 1.3811986194221293 1.2543497645759361 1.2110648765921301 1.2654362430469765 1.4126992656668258 1.647573634747403 1.9208956955115657 2.0604249367237504 2.0337838914712023 1.8538083583035343 1.5673221488656277 1.3198143319451698 1.1418418810279434 1.0289458644476093 0.97783751369270866 0.98592787711376195 1.0509192199063937 1.1537775182526058 1.2266083685573315 1.2542200560310814 0.97499578505605489 0.93771866731915776 0.90140278623926096 A taxa de crescimento do PIB no ano t é dada por: a qual pode ser calculada em termos nominais ou reais, per capita ou não. A taxa de crescimento do PIB 42 42 Fonte: IBGE Crise atual Crise da dívida externa e hiperinflação (década perdida) Produto Interno Bruto - Taxa de variação real no ano % 7326 - Produto Interno Bruto - Taxa de variação real no ano - Var. % anual 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 6.6 0.6 3.4 2.4 6.7 4.2 9.8000000000000007 9.5 10.4 11.34 11.94 13.97 8.15 5.17 10.26 4.93 4.97 6.76 9.23 -4.25 0.83 -2.93 5.4 7.85 7.49 3.53 -0.06 3.16 -4.3499999999999996 1.03 -0.54 4.92 5.85 4.22 2.21 3.39 0.34 0.47 4.3899999999999997 1.39 3.05 1.1399999999999999 5.76 3.2 3.96 6.07 5.09 -0.13 7.53 3.97 1.92 3 0.5 -3.77 -3.59 1945-1955: O pós Guerra 1956-1963: Dos “Anos Dourados” de JK à Crise Não Resolvida. 1964-1973: Reformas, Endividamento Externo e “Milagre “Econômico”. 1974-1984 : Auge e Declínio do Crescimento com Endividamento: II PND e Crise da Dívida Externa. 1985-1989: Esperança, Frustração e Aprendizado: A História da Nova República 1990-1994: Privatização, Abertura e Desindexação: A primeira metade dos anos 90 1995-2002: Estabilização, Reformas e DesequilíbriosMacroeconômicos: Os anos FHC 2002-2010: Rompendo com a Ruptura: O governo Lula 2011-2015: A gerente repetiu o fracasso do general* : O Governo Dilma Nota: Esta separação dos períodos da economia brasileira no pós Guerra foi baseada em “Economia Brasileira Contemporânea”, Fábio Giambiagi et. al. 2ª edição, 2011. * Nome de artigo na Folha de SP de autoria de Marcos Lisboa. Economia Brasileira no Pós Guerra 44 44 Foi o modelo de industrialização adotado pelo Brasil do pós-Guerra até os anos 80. Teve 3 principais características: Participação direta do Estado no suprimento da infraestrutura econômica (energia e transportes) e em alguns setores considerados prioritários (mineração, siderurgia e petroquímica). Elevada proteção à indústria nacional, através de tarifas e diversos tipos de barreiras não tarifárias (controles cambiais, cotas de importação, etc). Fornecimento de crédito em condições favorecidas para novos projetos. Modelo de substituição de importações 45 45 Na verdade este modelo foi adotado em muitas economias da América Latina, e de fato, o setor da industria manufatureira chegou ao nível de importância dos países desenvolvidos. Mas o desenvolvimento econômico em si, que era a principal meta desta política não ocorreu. Em 1980 a Índia era relativamente mais pobre que os EUA do que em 1950 (logo após a sua independência). O Brasil se tornou mais rico, mas continuou com um PIB per capita muito abaixo daquele dos países desenvolvidos. Além disso, este modelo foi acompanhado de elevado endividamento externo, aumento da inflação e aprofundamento das desigualdades sociais. Modelo de substituição de importações 46 46 Brasil Fonte: ipeadata/IBGE PIB - indústria - transformação - ref. 2000 - (% PIB) PIB - indústria - transformação - ref. 2000 - (% PIB) - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Sistema de Contas Nacionais Referência 2000 (IBGE/SCN 2000 Anual) - SCN_VAITY 1947 1948 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 19.889502762431 19.353128313891901 19.343065693430599 19.287949921752698 19.584664536741201 18.756756756756701 19.7014250169645 20.7922446932977 21.155676410605 22.0065075921909 22.3554680508323 24.727963192872298 26.678730376094201 26.324968855668399 27.850976828714199 27.1299345781858 27.399782686230399 27.0986115446619 25.941487415226799 26.574787024901699 25.5114548842072 27.801256954461099 28.303460663091201 29.317867925848201 29.662328989890501 30.374908102442902 33.032411889296299 33.780206106614699 33.594348266929202 33.4300562399483 32.087296576423903 33.121359598066903 33.1456314666842 33.701532717233498 33.188087605774399 34.35085 10082603 33.0887291045726 33.904102580944603 35.880621489187 34.6624297582905 33.345751577717103 33.424311502197 32.388316939778498 26.5437297655184 24.8611043285295 26.427404251346399 29.061479258348101 26.789738760767602 18.615671996867501 16.795714492815101 16.669203080316901 15.7160631807896 16.118578061274899 17.220608255269301 17.132466755048402 16.853123157659201 18.0166243052448 19.218092276226098 18.091760424920899 17.3703967861126 17.029859363199201 16.6274551186597 16.6499962961359 16.2251934295711 14.598135502725601 12.952615587417901 13.129523279576 Brasil Fonte: “Brazilian Economic Growth, 1900–2000 Lessons and Policy Implications”, Pinheiro et al. (2001) SUMÁRIO 1. Conceitos 2. PIB - Mensuração 3. PIB nominal e PIB real 4. Inflação 5. Desemprego 49 A inflação é uma alta do nível geral de preços (P t ) . A taxa de inflação (p t ) é o percentual de aumento desse nível de preços. Geralmente, examinam-se dois índices de preços: o deflator do PIB e o índice de preços ao consumidor. A taxa de inflação 50 50 O deflator do PIB ( ) no período t em relação ao período s pode ser expresso como: Note que usamos as quantidades finais (período t) , mas usamos os preços de t e s, onde s = t-1, ou t-2, t-3, etc... 51 O deflator do PIB 51 Note que o deflator do PIB no período t em relação ao período s é a razão entre o PIB nominal e o PIB real no ano t : Logo, o PIB nominal é igual ao PIB real multiplicado pelo deflator do PIB: O deflator fornece o preço médio dos bens finais produzidos na economia. Deflator, PIB nominal e real 52 52 O nível do deflator do PIB é o que se chama de número índice. Seu valor é escolhido arbitrariamente e não tem nenhuma interpretação econômica. Obs: Geralmente o ano base é definido com o valor de 100, não com o valor de 1 como fizemos anteriormente. Ex. ano base 1980: Contudo, a taxa de variação do mesmo possui uma interpretação clara: ela fornece a taxa à qual o nível geral de preços aumenta ao longo do tempo (a taxa de inflação). Deflator - uso 53 Data PIB - deflator implícito 1977 24,39 1978 33,72 1979 52,04 1980 100,00 1981 200,53 1982 403,13 1983 933,19 53 Os consumidores se preocupam com o preço médio dos bens que consomem. Porém , o conjunto de bens produzidos na economia não é igual ao conjunto de bens adquiridos pelos consumidores por dois motivos: Alguns dos bens do PIB não são vendidos para consumidores, mas para empresas (máquinas e ferramentas, por exemplo), governo ou mercado externo. E alguns dos bens comprados pelos consumidores não são produzidos domesticamente, mas importados. Para medir o preço médio do consumo, ou o custo de vida, define-se o índice de preços ao consumidor, ou IPC. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) 54 54 O IPC, ( ) no período t em relação ao período s pode ser expresso como: Note que usamos as quantidades iniciais (período s) , mas usamos os preços de t e s, onde s = t-1, ou t-2, t-3, etc... 55 O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) 55 O IPC também é um número índice. Assim, seu nível também é escolhido arbitrariamente e não tem nenhuma interpretação econômica. Porem sua taxa de variação mede o a evolução do custo de uma determinada lista de bens e serviços. Existem diversos índices de inflação no Brasil. IPCA, INPC, IGP-M, IPC-FIPE. O índice oficial de inflação é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que é aquele que o Banco Central monitora com mais atenção. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) 56 56 http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/defaultinpc.shtm 57 57 È possível mostrar que o IPC pode ser reescrito como: onde , ou seja, ele é uma média aritmética ponderada de preços relativos, onde os pesos são o percentual de cada bem no orçamento do período s. Geralmente esses pesos são fixos, sendo alterados apenas de tempos em tempos. 58 O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) 58 Fonte: INFORMATIVO ECONÔMICO da SPE- Ministério da Fazenda Estrutura de ponderação do IPCA Note que em 2016 a inflação retorna para o intervalo da meta (4,5% +ou - 2%). Inflação desde o Plano Real - IPCA - (% a.a.) Inflação - IPCA - (% a.a.) - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (IBGE/SNIPC) - PRECOS_IPCAG 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 22.408161659091402 9.5649518175899804 5.2243185352542501 1.65497817994227 8.9397887806885095 5.9745933423981601 7.6734364140733202 12.530273356687699 9.3005128004000301 7.5994958488264199 5.6892268187350901 3.14151613157687 4.4576585533737196 5.90272439065465 4.31165006256784 5.9086887217945296 6.5033527436801704 5.8385947181474496 5.9106829999999997 6.4074707960000001 10.673028130000001 6.29 Hiperinflação - anos 80 SUMÁRIO 1. Conceitos2. PIB - Mensuração 3. PIB nominal e PIB real 4. Inflação 5. Desemprego 63 PIA e PEA A população em idade ativa (PIA) é o número de pessoas potencialmente disponíveis para empregos civis. No Brasil, é o conjunto de pessoas com 14 anos ou mais de idade. A força de trabalho (ou população economicamente ativa) é a soma dos que estão ou trabalhando (N) ou procurando trabalho. (U) L = N + U As pessoas fora da força de trabalho — nem trabalhando nem procurando trabalho — fazem parte da população não economicamente ativa (PNEA). Taxa de atividade e desemprego A taxa de atividade (ou taxa de participação) é definida como a razão entre a população economicamente ativa e a população em idade ativa. A taxa de desemprego (ou taxa de desocupação) é definida como a razão entre o número de desempregados e a população economicamente ativa. BRASIL Mercado de trabalho - 03/2017 (milhares) Fonte: ipeadata (Pnad Contínua) população 206.102 pia 167.535 pea 103.123 pnea 64.413 ocupados 88.947 desocupados 14.176 taxa de desemprego (%) 13,7 taxa de participação (%) 61,6 PNADC Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNADC) : Informações sobre a inserção dos trabalhadores no mercado de trabalho associada a características demográficas e de educação. A cada trimestre móvel são investigados 211.344 domicílios em 3.500 municípios de todo o Brasil. 67 68 Fonte: PNAD contínua - IBGE A partir de 2015 o desemprego sobe rapidamente. 68 Taxa de desocupação - % 24369 - Taxa de desocupação - PNADC - % 40969 41000 41030 41061 41091 41122 41153 41183 41214 41244 41275 41306 41334 41365 41395 41426 41456 41487 41518 41548 41579 41609 41640 41671 41699 41730 41760 41791 41821 41852 41883 41913 41944 41974 42005 42036 42064 42095 42125 42156 42186 42217 42248 42278 42309 42339 42370 42401 42430 42461 42491 42522 42552 42583 42614 42644 42675 42705 42736 42767 42795 7.9 7.8 7.6 7.5 7.4 7.3 7.1 6.9 6.8 6.9 7.2 7.7 8 7.8 7.6 7.4 7.3 7.1 6.9 6.7 6.5 6.2 6.4 6.8 7.2 7.1 7 6.8 6.9 6.9 6.8 6.6 6.5 6.5 6.8 7.4 7.9 8 8.1 8.3000000000000007 8.6 8.6999999999999993 8.9 8.9 9 9 9.5 10.199999999999999 10.9 11.2 11.2 11.3 11.6 11.8 11.8 11.8 11.9 12 12.6 13.2 13.7 A taxa de desemprego é maior entre os mais jovens. março de 2016 Fonte: http://economia.uol.com.br/empregos-e-carreiras/noticias/redacao/2016/05/19/desemprego-entre-os-jovens-de-ate-24-anos-chega-a-241-diz-ibge.htm Slides extras Categoria de ocupados - fev/2017 Empregados no setor público Empregado por conta própria Empregadores Empregados no setor privado - Com carteira Empregados no setor privado - Sem Carteira 13.359964491788725 27.319130048823791 5.0870444345810526 41.596389998520486 12.63747102628594 Fluxos mensais médios entre emprego, desemprego e população não-economicamente ativa nos EUA, 1996-2003 Grandes fluxos de trabalhadores Variação na PEA Note que muitas pessoas se revezam entre atividade e não atividade gerando grande fluxo na PEA. Assim, a variação na taxa de desemprego de um período para o outro não reflete apenas a variação no número de pessoas desempregadas, mas também na PEA. Ex: quando a economia começa a reagir, pessoas que não estavam procurando trabalho passam a faze-lo, assim, mesmo que não haja nenhuma demissão a taxa de desemprego aumenta. Na verdade, muitos dos classificados como “fora da força de trabalho,” aceitariam um emprego se lhes fosse oferecido. São as pessoas desalentadas. Portanto, a taxa de desemprego é uma informação importante, mas deve ser vista com ressalvas. Problema previdenciário? Fonte: Texto para Discussão IPEA , nº2291 http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_alphacontent&view=alphacontent&Itemid=351 74 Desde 1948, a taxa média anual de desemprego, nos EUA, tem flutuado entre 3 e 10%. Variações na taxa de desemprego, 1948-2005 Trajetória do desemprego nos EUA 75 A taxa de desemprego e a taxa mensal de desligamento do emprego, 1968-1999 Quando o desemprego é alto, uma proporção mais alta de trabalhadores perde seus empregos. Empregados que saem do emprego 76 Quando o desemprego é alto, a proporção de desempregados que encontra empregos é baixa. Observe que a escala no lado direito está invertida. A taxa de desemprego e a proporção de desempregados que encontram empregos, 1968-1999 Desempregados que encontram emprego 77 Desemprego alto Como vimos, um desemprego agregado alto significa uma situação pior para os trabalhadores individualmente, pois está geralmente associado à: uma redução das contratações — menor a probabilidade de conseguir um emprego. um aumento das demissões — maior a probabilidade de perder o emprego. 78 Determinação dos salários Os salários são determinados por: Acordo coletivo - a negociação entre um sindicato (ou grupo de sindicatos) e uma empresa (ou grupo de empresas). Professores, Bancários, Metalúrgicos Empregadores – pegar ou largar. Mc Donald’s Empregadores e empregados individualmente. Jogadores de futebol, artistas de TV Poder de negociação Apesar das diferenças institucionais entre esses arranjos de determinação de salários, os trabalhadores têm, em geral, algum poder de negociação, que depende de dois fatores: natureza de seu trabalho - Quanto custaria para a empresa substituí-lo se ele deixasse a empresa. Quanto maior a qualificação do emprego maior o poder de negociação. condições do mercado de trabalho - A dificuldade que ele teria para encontrar outro emprego se deixasse a empresa. Quanto maior a taxa de desemprego, menor o poder de negociação. Fonte: PNADC Note que de fev/2015 a fev 2017 o rendimento caiu “apenas” 2,4%, ou seja, o ajuste à recessão foi em grande parte feito pelo aumento do desemprego. 81 Rendimento médio real das pessoas ocupadas 24382 - Rendimento médio real habitual das pessoas ocupadas - PNADC - R$ 40969 41000 41030 41061 41091 41122 41153 41183 41214 41244 41275 41306 41334 41365 41395 41426 41456 41487 41518 41548 41579 41609 41640 41671 41699 41730 41760 41791 41821 41852 41883 41913 41944 41974 42005 42036 42064 42095 42125 42156 42186 42217 42248 42278 42309 42339 42370 42401 42430 42461 42491 42522 42552 42583 42614 42644 42675 42705 42736 42767 1935 1950 1938 1942 1957 1960 1957 1952 1950 1949 1958 1969 1983 1990 1999 2016 2029 2036 2036 2043 2036 2024 2019 2039 2063 2061 2056 2025 1996 2004 2026 2041 2035 2046 2063 2062 2063 2051 2045 2050 2033 2022 2023 2014 2002 1994 2003 1986 1998 1987 1994 1969 1976 1992 1988 1995 1995 1994 2008 2013 Rendimento em março de 2017 Fonte: PNADC 82 Com carteira Sem carteira Setor privado Setor público Conta própria Empregadores 2003 1251 1827.35 3345 1549 5493 Siderúrgica (Empresa 1) Receitas de vendas $ 100 Despesas $ 80 Salários$ 80 Lucro $ 20 Montadora (Empresa 2) Receita de vendas $ 210 Despesas $170 Salários$ 70 Compra de aço$ 100 Lucro $ 40 Plan1 Siderúrgica (Empresa 1) Montadora (Empresa 2) Receitas de vendas $ 100 Receita de vendas $ 210 Despesas $ 80 Despesas $170 Salários $ 80 Salários $ 70 Compra de aço $ 100 Lucro $ 20 Lucro $ 40 Plan2 Siderúrgica (Empresa 1) Receitas de vendas $ 100 Despesas $ 80 Salários $ 80 Lucro $ 20 Montadora (Empresa 2) Receita de vendas $ 210 Despesas $170 Salários $ 70 Compra de aço $ 100 Lucro $ 40 Plan3 Siderúrgica (Empresa 1) Montadora (Empresa 2) Receitas de vendas $ 100Receita de vendas $ 210 Despesas $ 80Despesas $170 Salários$ 80 Salários$ 70 Compra de aço$ 100 Lucro $ 20Lucro $ 40 Plan1 Siderúrgica (Empresa 1) Montadora (Empresa 2) Receitas de vendas $ 100 Receita de vendas $ 210 Despesas $ 80 Despesas $170 Salários $ 80 Salários $ 70 Compra de aço $ 100 Lucro $ 20 Lucro $ 40 Plan2 Plan3 Plan1 Siderúrgica(Empresa 1) Montadora (Empresa 2) Receitas de vendas $ 100 Receita de vendas $ 210 Despesas $ 80 Despesas $170 Salários $ 80 Salários $ 70 Compra de aço $ 100 Lucro $ 20 Lucro $ 40 Plan2 Plan3 Plan1 Siderúrgica (Empresa 1) Montadora (Empresa 2) Receitas de vendas $ 100 Receita de vendas $ 210 Despesas $ 80 Despesas $170 Salários $ 80 Salários $ 70 Compra de aço $ 100 Lucro $ 20 Lucro $ 40 Plan2 Plan3 Siderúrgica (Empresa 1)Montadora (Empresa 2) Receitas de vendas$ 100Receita de vendas$ 210 Despesas$ 80Despesas$170 Salários$ 80Salários$ 70 Compra de aço$ 100 Lucro$ 20Lucro$ 40 Plan1 Siderúrgica (Empresa 1) Montadora (Empresa 2) Receitas de vendas $ 100 Receita de vendas $ 210 Despesas $ 80 Despesas $170 Salários $ 80 Salários $ 70 Compra de aço $ 100 Lucro $ 20 Lucro $ 40 Plan2 Plan3 Companhia siderúrgica e montadora Receitas de vendas $ 210 Despesas (salários) $ 150 Lucro $ 60 Plan1 Siderúrgica (Empresa 1) Montadora (Empresa 2) Receitas de vendas $ 100 Receita de vendas $ 210 Despesas $ 80 Despesas $170 Salários $ 80 Salários $ 70 Compra de aço $ 100 Lucro $ 20 Lucro $ 40 Plan2 Siderúrgica (Empresa 1) Receitas de vendas $ 100 Despesas $ 80 Salários $ 80 Lucro $ 20 Montadora (Empresa 2) Receita de vendas $ 210 Despesas $170 Salários $ 70 Compra de aço $ 100 Lucro $ 40 Plan4 Companhia siderúrgica e montadora Montadora (Empresa 2) Receitas de vendas $ 210 Receita de vendas $ 210 Despesas (salários) $ 150 Despesas $170 Lucro $ 60 Lucro $ 40 Plan3 å = = N n t n t n Nom t Q P PIB 1 , , . Real(s) ,, 1 N tnsnt n PIBPQ = = å t t capita per t população PIB PIB = - 1 1 1 - - - - = D t t t t t PIB PIB PIB PIB PIB 1 1 - - - = t t t t P P P p ( ) å å = = = N n t n s n N n t n t n s Def t Q P Q P P 1 , , 1 , , ( ) s PIB t P ( ) ( ) s t Nom t s Def t PIB PIB P Real . = ( ) ( ) s Def t s t Nom t P X PIB PIB Real . = ( ) å å = = = I i s i s i I i s i t i s IPC t Q P Q P P 1 , , 1 , , ( ) s IPC t P ( ) I i Q P Q P W W P P P I i s i s i s i s i s i I i s i s i t i s IPC t ,..., 2 , 1 , 1 , , , , , 1 , , , = º = å å = = PIA PEA L U u =
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