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A migração dos símbolos port (1)

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Centro Universitário Internacional UNINTER
Curso: Bacharelado em Serviço Social
Disciplina: Fundamentos de Antropologia e Fundamentos de Sociologia 
Orientador Educacional: Cristiane Aparecida Pereira
Nome do aluno/a: Elizabeth Christine da Silva Vieira. RU: 3170956
SILVA, Sydnei da. A migração dos símbolos: diálogo intercultural e processos identitários entre os bolivianos em São Paulo. São Paulo em perspectiva, v. 19, n. 3, p.77-83, jul/set 2005. Http://univirtus.com/ava/web/roa/ 25 de novembro de 2019
Resumo
Este trabalho tem como intuito analisar a linguagem dos símbolos no contexto migratório; em particular grupos que enfrentam alguma forma de discriminação, como é o caso dos bolivianos em São Paulo. O processo migratório sem dúvida nenhuma implica inserção em uma nova ordem sociocultural, a mesma marca-se por estranhamentos e tensões que vêm a implicar em uma dinâmica cultural do grupo dos emigrados, agregando específicas significações. A inserção de migrantes em um novo contexto cultural acarreta em distintivos traços que se condensam aos grupos que são vinculados, não significando perda de suas respectivas culturas originais, apenas ampliando as visibilidades dos mesmos. Aguayos (tecidos multicoloridos); formas linguísticas, ou até mesmo expressões mais complexas, como por exemplo tradições, rituais, festas e outros passam a ganhar relevância devido ao contexto contrativo de elementos da cultura material; trazendo a evocação de vários significados desses elementos dependendo da situação em que se encontram. O alicerce da inserção de imigrantes em um contexto sociocultural é visto geralmente como um processo adverso; tanto para às sociedades receptoras dos mesmos quanto para os recém-chegados; ocorrendo a dificuldade da dominação dos códigos culturais locais. Contudo, no que diz respeito a serviços básicos de educação e saúde, em instâncias que representam a política e a dinâmica cultural das cidades abrangidas com o processo imigratório, aborda-se a relevância dos preconceitos da sociedade local à proporção que o grupo dos imigrados passa a disputa com os nacionais a espaços no mercado de trabalho no bairro onde os mesmos habitam. A presença boliviana em São Paulo somente na década de 80 tornou-se significativa; contudo essa presença não é um fenômeno recente, na década de 50 já era possível a constatação de comparecimento de alguns bolivianos na cidade, que vinham estimulados através de programa de intercâmbio cultural Brasil-Bolívia em condição de estudantes; através das diversas ofertas de emprego ofertadas naquele tempo pelo mercado de trabalho paulista muitos deles optavam por permanecer na cidade. No s dias atuais em Sã o Paulo é um f ato a constante presença dos bolivianos devido ao fluxo migratório ao longo da década de 90, nessa época os mesmos tornavam-se os mais numerosos entre os hispano-americanos com relação à construção de novas famílias, geralmente de forma endogâmica. Com relação ao espaço os bolivianos encontram-se em concentração em bairros da Zona Central da cidade como Brás, Bom retiro, Barra funda, entre outros; ainda assim tem outra grande parte em bairros na Zona Leste como em Tatuapé, Penha, Belém, Itaquera, Guaianases e também em bairros na Zona Norte como em Vila Guilherme, Vila Maria, Casa Verde, Cachoerinha, entre tantos outros; a respeito da estrutura organizacional obtêm-se o surgimento de várias instituições de cunho cultural e social; entre elas as fraternidades folclóricas de morenada , que em função das festas devocionais são fundadas, sendo a mais expressiva delas a Fraternidade Bolívia Centra l; primeira a ser fundada na cidade em ocasião da festa da Virgem de Copa cabana de 2001; pois reuniu na época no mínimo uns trezentos integrantes; para consideração de tal presença é fundamentada em basicamente dois fatores; a consideração da importância econômica da mão -de-obra boliviana devido à grande parte dos que chegaram em décadas de 80 e 90 vinham para trabalhar na indústria de confecção fosse para coreanos, para os brasileiros ou até mesmo para os próprios compatriotas; devido aos mesmos ir à Bolívia agenciar trabalhadores para suas oficinas de costura; o problema da época se encontrando essa reprodução econômicas em nenhuma regulamentação de leis trabalhistas; abrindo assim espaço para relações de trabalho escravo. É devida a vitalidade e a pluralidade de suas manifestações culturais a importância da presença boliviana em São Paulo, em âmbito público ou privado em diferentes momentos do ano; onde os lugares mais frequentados pelos bolivianos na cidade têm-se a Igreja Nossa Senhora da Paz, no Glicério que é região central e também a Praça Kantuta no Canindé; a praça foi um lugar conquistado pelos bolivianos em um processo com a prefeitura paulista, porém com a intensa presença dos bolivianos nas praças em finais de semana começaram os conflitos entre a população local e os mesmos, devido a drogas; acúmulo de lixo no local, violência, entre outros; logo para resolução de tal conflito a solução foi a transferência dos bolivianos para um novo local, ou seja para Praça Kantuta para eles nome de uma flor do Altiplano, sendo nos dias atuais a praça um pedaço boliviano na cidade, mesmo que somente aos domingos; palco de diversas atividades culturais; gastronomia, corte de cabelo, propostas de emprego e propagandas religiosas de igrejas evangélicas. O carnaval é outra grande festa que reúne diversos bolivianos na Praça Kantuta; no domingo de carnaval vários grupos de dança, entre eles a conhecida morenada já citada; a diablada; os tinkus; as chuntas; os caporales, entre tantos outros formados exclusivamente e em especial para a ocasião, realizando suas apresentações na respectiva praça. Entre as variadas tradições que os bolivianos agregaram concurso de fantasia para crianças apresentando para adultos para que se siga a tradição de seus pais em sua nova pátria; outra tradição entre eles é a molhança, conhecida também como brincadeira com água; tradição brasileira praticamente extinta, mantida pelos mesmos. Os elementos constitutivos das várias identidades que existem como os trajes, culinárias, ritmos musicais, as danças típicas; entre outros elementos da cultura material geralmente veiculam -se através da diferença de grupos de imigrantes, pois a língua assim como as diferentes etnias no contexto migratório concentra-se e simplifica entre si com critérios diacríticos. No Brasil, as danças das morenada e das diablada, ainda que com origem de um contexto de escravidão do negro e do índio nas minas de prata da Bolívia passam a ser conhecidas em terras brasileira como expressão de identidade boliviana positiva, devido a elementos de diferenciação em um ponto de vista étnico e cultural como em ponto de vista regional; as danças, contudo por serem ligadas a culturas religiosas eram vistas pelos colonizadores como “diabólicas”. Já nas festas devocionais em São Paulo, onde vincula-se uma certa multiplicidade de práticas e tradições culturais; entre elas o presterío-consistente na escolha de um integrante festeiro por ano par a que organize os festejos -; contando com ajuda de padrinhos conhecidos por ayni. Em um complexo de prestações totais a festa é vista como um fato social total. Nas conhecidas culturas andinas um símbolo chamado de llama branca sacrificada à Pachamama que por ocasião do plantio é de suma relevância; para homem símbolos como esse com trazem consigo o intuito da relação do homem com a terra que é vital para sobrevivência do próprio povo andino; pois para eles não se trata somente de uma relação do homem com a natureza, e sim de reciprocidade que vem a ser expressa em rituais de fertilidade, onde para a fertilidade é necessário o derramamento de sangue para garantir uma boa colheita, aparecendo como mediação entre vida e morte; abundância e privação pedidos a mãe da terra Pachamama no início do mês de agosto. No mês de junho no Norte e no Nordeste, no Brasil, são celebradas festas do boi em
comemoração às festas de São João, em versão mais atualizada conhecida como bumba-meu-boi do Maranhão; sendo Parintins hoje um exemplo da vitalidade dessa tradição que com trabalhadores no ciclo da borracha foram migrados para o Amazonas. Sendo que o conhecido Pai Francisco é que tem a incumbência de trazer o boi de volta, que decide pedir ajuda para curar o boi; como doutor; o padre; o pajé e o pai de santo até que alguns deles o ajude a aplicar um clister no rabo do boi, logo que o boi dá um urro começa-se as comemorações com comida, bebida e danças como forma de demonstração que se encontra vivo. O ritual do boi no Peru aparece na Yamar fiesta que vem a significar festa do sangue, que se realiza entre os dias 26 a 30 de julho em povo a dos conhecidos como Cotabambas na região de Cuzco, em festividades ocorridas durante as celebrações comemorativas da independência peruana, dia 28 de julho. Já no Paraguai e no Brasil o ritual do boi aparece em contextos de festas juninas, no período de festas de São João, a tradição conhecida como Toro Candil, tendo em vista que a armadura de um touro, nessa tradição é carregada por um personagem que ameaça sobre os participantes do festejo os quais relatam uma grande satisfação em enfrentar o boi com a cabeça em chamas. Já na Bolívia a mesma brincadeira com o boi que denomina -se para eles como Waka tok’ oris ou também de toros bailadores aparece no carnaval e também nas festas devocionais entre elas a da Virgem de Urkupiña e a de Gran Poder com simulação de touradas. Logo, através da dinâmica do boi nas mais diversas culturas é “bom para pensar ” em particular no contexto da migração, pois na polissemia dos símbolos associa-se as diversificações que permitem diálogos acerca das identidades e contextos culturais.

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