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monismo e pluralismo jurídico

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MONISMO E PLURALISMO JURÍDICO 
Web aula 3 S.J.J.
 
TEORIAS FUNCLONALISTAS E TEORIAS DO CONFLITO SOCIAL 
	As principais teorias da sociologia moderna são de tipo macrossociológico. Trabalhar na perspectiva macrossociológica significa não se interessar principalmente pela interação entre indivíduos e pequenos grupos (microssociologia), mas examinar a sociedade como um todo, ou seja, como um complexo sistema de vida, constituído através de relações entre pessoas e grupos. Duas são as principais correntes de teorias macrossociológicas; as teorias funcionalistas e as do conflito social.
	Os funcionalistas consideram a sociedade como uma grande máquina. Esta distribui papéis e recursos (dinheiro, poder, prestígio, educação) aos seus membros, que são identificados como as “peças da máquina”. A finalidade da sociedade é a sua reprodução através do funcionamento perfeito dos seus vários componentes. Isto pressupõe que os indivíduos sejam integrados no sistema de valores da sociedade e que compartilhem os mesmos objetivos, ou seja, que aceitem as regras sociais vigentes e se comportem de forma adequada às mesmas.
	Para os funcionalistas, as funções sociais são atividades das estruturas sociais dentro do processo de manutenção do sistema. As disfunções são atividades que se opõem ao funcionamento do sistema social. Toda mudança social radical é uma disfunção, uma falha do sistema, que não consegue mais integrar as pessoas em suas finalidades e valores.
	Aqui se encontra o ponto mais fraco das teorias funcionalistas. Estas consideram a sociedade como um sistema harmônico e interpretam qualquer conflito e qualquer crise como uma disfuncionalidade, como uma manifestação de patologia social. Em outras palavras, os funcionalistas adotam um modelo de equilíbrio e estabilidade social, que concede muito pouco espaço aos processos de ruptura, de conflito e de mudança radical. Assim o funcionalismo é criticado como uma teoria estática, que não consegue interpretar os processos sociais fundamentais, limitando-se a uma descrição superficial.
	As teorias do conflito social (marxistas e liberais) opõem-se às teorias funcionalistas. Em geral, as teorias do conflito entendem que na sociedade agem grupos com interesses estruturalmente opostos, que se encontram em situação de desigualdade e em luta perpétua pelo poder.
	 Assim sendo, as teorias do conflito consideram como nexo principal da sociedade a coação e o condicionamento ideológico, que exercem os grupos de poder sobre os demais. Para estas teorias, as crises e as mudanças sociais são fenômenos normais da sociedade, ou seja, expressões concretas de uma contínua luta de interesses e opiniões, que objetiva a mudança da estrutura social. A estabilidade social é considerada como uma situação de exceção, ou seja, como um caso particular dentro do modelo de conflito.
	O fundamento das teorias do conflito é exprimido pela famosa frase inicial do Manifesto do Partido Comunista de Marx e Engels; “A história de todas as sociedades até hoje é a história da luta de classes”. De uma forma geral, os teóricos do conflito explicam o funcionamento social através da hipótese da estratificação social. A hierarquia social que existe nas sociedades modemas cria uma desigualdade no acesso ao poder e aos meios econômicos. Conseqüência desta situação é a existência de contínuos conflitos. Os marxistas distinguem, como dado fundamental, a existência de duas classes, os liberais analisam a atuação de vários estratos e elites sociais. Ambos consideram, porém, o conflito como a “lei” principal da história social.
	Podemos dizer que, na nossa época, reapareceu o fenômeno do pluralismo dos ordenamentos jurídicos? No âmbito da sociologia jurídica encontramos uma forte corrente que sustenta esta tese (“juridicidade policêntrica”). Os seus adeptos adotam um conceito sociológico do direito, muito mais vasto do que o conceito do positivismo jurídico, que identifica o Direito com o Estado. Esta opção teórica foi exprimida pelo sociólogo do direito francês Jean Carbonnier (1908-), em forma de um teorema: “o direito é maior do que as fontes formais do direito”. 
	Isto significa que, na perspectiva sociológica do pluralismo jurídico, o direito não depende da sanção do Estado, ou seja, não se encontra exclusivamente nas fontes oficiais do direito oficial-estatal (constituição, leis, decretos). O direito é considerado como manifestação de eficácia de um sistema de regras e sanções, que podem ser observadas na prática social e na consciência dos indivíduos: “Sendo embora o direito estatal o modo de juridicidade dominante, ele coexiste na sociedade com outros modos de juridicidade, outros direitos que com ele se articulam” (Santos, 1986, p. 27). Poderíamos, por exemplo, estudar no Brasil, além do direito oficial, as normas de comportamento e as sanções aplicadas no âmbito de vários grupos ou organizações sociais: prisões, igrejas, comunidades indígenas, “direito dos coronéis”, “direito do cangaço”, “direito das multinacionais” etc.
 
	Podemos tomar como exemplo os estudos do sociólogo do direito português Boaventura de Sousa Santos sobre o pluralismo jurídico: 
	direito doméstico: relaciona-se com o patriarcado, que é o poder exercido pelos homens no espaço doméstico; 
	direito da produção: relaciona-se com a exploração, que é o poder exercido no espaço da produção, onde os trabalhadores são explorados pelos detentores dos meios de produção;
	direito da troca comercial: relaciona-se com a alienação, que é a forma de poder que direciona o comportamento das pessoas manipuladas pela propaganda e submetidas aos valores do consumismo no espaço das trocas comerciais;
	direito da comunidade ou dos grupos sociais: relaciona-se com a diferenciação desigual, que é uma forma de poder exercida no âmbito das várias comunidades através da exclusão daqueles considerados “estranhos”. O exercício deste poder se manifesta na discriminação dos “diferentes” (por exemplo, dos homossexuais, dos mendigos); 
	direito estatal: relaciona-se com a dominação, que corresponde ao exercício do poder político do Estado; O direito das relações internacionais ou sistêmico: relaciona-se com a troca desigual, devida ao poder exercido pelos países mais fortes nas relações internacionais (Santos, 2000, pp. 284-303, 314-319).
	Diante do fenômeno da migração de populações em todo o planeta, o direito estatal perde sua unidade. Deve respeitar a diferença de crenças, costumes e necessidades das comunidades que convivem sob um mesmo território. O direito não deseja mais “assimilar” as pessoas à cultura dominante e abre espaço para o reconhecimento jurídico de um “direito à diferença”.
	Outra concepção do pluralismo jurídico interessa diretamente a sociologia jurídica, na sua vertente empírica. Encontra-se nas pesquisas de campo sobre o “direito informal”, o “direito do povo” e o funcionamento de sistemas jurídicos relativamente autônomos, no seio de várias instituições sociais (igrejas, sindicatos, associações profissionais e desportivas, empresas).
Crítica do pluralismo jurídico
	A tese do pluralismo jurídico encontra uma objeção de tipo lógico: ou devemos admitir que o direito informal é reconhecido pelo Estado, ou devemos dizer que este reconhecimento não existe (Carbonnier, 1979, pp. 220-222; Papaehristou, 1984, pp. 103-104). 
Estado
A
 B
 C
Monismo Jurídico
Pluralismo Jurídico
Partidos políticos
Família
Escola
Sindicatos 
Amigos
Religião 
Associação 
de bairro
MANUAL DE SOCIOLOGIA JURÍDICA
Introdução a uma leitura externa do direito
ANA LUCIA SABADELL
Lição 5- LEGITIMIDADE E DIREITO. O DIREITO COMO FATOR DE CONSENSO SOCIAL
	Aplicação Pratica Teórica
	CASO 1 
	Rocinha cresce na vertical. “Mais de um terço dos imóveis na Rocinha  são prédios com dois ou mais andares e quase a metade não tem qualquer documentação. Os números constam de uma pesquisa realizada pela Fundação Bento Rubião, responsável pelo programa de regularização fundiária da comunidade,  que entrevistoumil moradores entre dezembro e março... A falta de documentação sobre o espaço de cada um torna-se um agravante. Do total de entrevistados 44% não tem qualquer documentação sobre o imóvel em que vivem e apenas 1% tem escritura definitiva. Entre as pessoas que moram de aluguel (11% dos entrevistados), 81% não tem contrato de locação e 54%, sequer recibos de pagamento... Na ausência do poder público, a maior associação de moradores da favela, a União Pró-Melhoramentos dos Moradores da Rocinha, acabou se transformando numa espécie de cartório, já tendo cadastrado um terço das moradias da comunidade.  Hoje quando a uma família precisa, por exemplo, fazer um inventário, a Justiça manda ofício direto para a Associação de Moradores (Jornal O Globo, 04/11/07).
a)                Com relação ao grupo social que cria as regras de conduta, o texto acima expressa uma visão monista ou pluralista do Direito? Justifique.
b)                A situação narrada no texto em termos do  estabelecimento de regramentos de conduta é distinta da produção de normas como prerrogativa do Estado. Analise a pertinência desta forma peculiar de produção normativa tendo como ponto de vista as populações afetadas.
c)                Que distinção os adeptos do monismo jurídico fazem entre “pluralismo normativo” e “pluralismo jurídico”? Para responder esta questão, leia o texto de Renato Bray indicado na bibliografia complementar.
d)                Que relação este autor estabelece entre teoria crítica, positivismo, monismo e pluralismo? 
	QUESTÃO OBJETIVA
	Assinale a alternativa correta e justifique sua escolha.
	“Aos olhos de uma Teoria Crítica, reconhece-se a existência de um Direito não oficial que emerge das práticas sociais, um Direito "paralelo", "achado na rua" ou "insurgente". Nessa linha de raciocínio, o Direito é legítimo não em função da autoridade competente ou dos mecanismos procedimentais do Estado quanto à criação das normas, mas é válido porque a comunidade reconhece como tal. Assim, a Comunidade Local, a exemplo da Associação dos Moradores de Bairro de uma favela, não só reconhece a legitimidade das normas informais, mas também as aplicam, solucionando, dessa forma, os conflitos” (BRAY, Renato Toller. Um estudo sobre a relação entre a teoria jurídica crítica e o pluralismo jurídico. Disponível em http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7503).
	Esta situação nos revela uma problemática relacionada aos seguintes fenômenos, EXCETO:
	(a)   a negação de que o Estado seja a fonte única e exclusiva de todo o Direito. 
	(b)   uma visão antidogmática e interdisciplinar que advoga a supremacia de fundamentos ético-sociológicos sobre critérios tecnoformais. 
	(c)   a teoria do monismo jurídico       
	(d)   minimiza-se ou exclui-se a legislação formal do Estado e prioriza-se a produção normativa multiforme de conteúdo concreto gerada por instâncias, corpos ou movimentos organizados semi-autônomos que compõem a vida social.
	(e)   a teoria do pluralismo jurídico

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